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O autor da obra “Raça e História”, Lévi Strauss, trata nela a diversidade cultural.
Ele critica o uso de teorias evolucionistas, relativas às ciências biológicas que
repudiavam culturas não europeias, nos estudos da cultura e o caracteriza,
consequentemente, como um fator que apaga e exclui diversas civilizações. Strauss
também tece muitas críticas à ordem binária presente no mundo, caracterizando-a
como racista por polarizar o “evoluído” e o “não evoluído”, o “primitivo” e o
“civilizado”.
Essa ordem binária presente nas civilizações é um reflexo do racismo nos
estudos da cultura através do evolucionismo. E, nesse sentido, Strauss explicita que
todas essas problemáticas são oriundas do etnocentrismo, mais especificamente do
eurocentrismo, atrelado a História Estacionária que se mantém inalterada. Com o
objetivo de demonstrar o motivo pelo qual o uso dos termos progresso e evolução
são problemáticos, Strauss defende que o conceito de cultura é atrelado a civilização
que através de suas trocas torna a História Acumulativa, ou seja, que progride.
Assim, Strauss defende que as culturas são constituídas de diversidade e diferença e
que o uso de estudos evolutivos, com termologias como “progresso” e “evolução”, é
racista e caracteriza o etnocentrismo europeu.
Nesse viés de trocas entre culturas, Denys Cuche trata do conceito de
aculturação sob um viés de sincretismo cultural, ou seja, o processo de interação
entre duas cutluras, que ao ocorrer de maneira forçada pode gerar processos que
apagam culturas com a assimilação (desaparecimento total da cultura original) e o
etnocídio ( destruição do modo de pensar de um povo). Além disso, Cuche trata da
identidade como um conceito composto por diversas camadas que é composto por
troca entre culturas, sendo nenhuma dessas totalmente “pura”
No âmbito do conceito de cultura, Cuche trata a cultura por um viés histórico
social, passando pelo conceito de cultura do iluminismo e humanismo ao atrelá-la
como intrínseca ao homem e como algo que o guia para a razão. Ademais, o autor
também ressalta o debate franco-alemão sobre o conceito de cultura que, para os
franceses é um conceito humanista que une o homem ao mundo das ideias e para os
alemães o conceito de cultura (Kultur) possui um ideal mais particularista em que a
cultura faz parte do mundo espiritual e o homem do mundo material.
Ainda encaminhado para o conceito de cultura como algo intrínseco ao social,
está Renato Ortiz, que trabalha em torno da ausência e da exclusão do estudo da
cultura nas ciências sociais. O autor ressalta a defasagem temporal entre a
institucionalização da cultura no norte e no sul global devido ao processo de
colonização que corroborou para o processo de modernização tardio no sul.
Outrossim, Ortiz trabalha os conceitos de cultura popular, cultura de massa e
cultura nacional e tece críticas a elas. Para ele, a cultura popular usufrui do folclore
para exaltar determinadas culturas e identidades. Já a cultura nacional acaba por
generalizá-las ao construir uma única identidade nacional que subordina ao povo ao
Estado. E, por fim, a cultura de massa é atrelada ao mercado que vende culturas
diversas em prol do capitalismo. Portanto, conclui-se que, Renato Ortiz relaciona a
antropologia e a sociologia como algo fundamental para o entendimento da cultura.
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