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RESENHA

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade. In: _____. Magia e
Técnica, arte e política - ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas,
volume I, 2ª edição, São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

Rayssa Guedes de Oliveira

Palavras-chaves: obras-de-arte, aura, alienação.

Walter Benjamin a partir de 1930 expõe em seu texto ideias de como a arte coordenaria e
representaria a ordem social. Isso mediante as tecnologias, principalmente a fotografia e o
cinema, os quais estavam transformando a arte, visto que as mesmas permitem a reprodução
em massa de obras de arte. Estas eram únicas e autênticas, agora perde-se algo que o autor
denomina de “aura”. O desdobramento dessa aura poderia resultar em uma democratização
da arte, ou seja, torná-la acessível. O que o autor problematiza é a chamada democratização
das obras de artes, das quais teriam o papel de afastar as elites culturais e abranger o grande
público.
No entanto, uma vez que tornadas mercadorias de consumo em massa, Benjamin alerta para
uma preocupação recorrente, as elites, que também estão interessadas na democratização para
benefício próprio, Todavia, ele esclarece a perda de valor cultural das obras de arte sendo um
componente dessa abrangência. Portanto a reprodutibilidade poderia conduzir a dois
caminhos, o primeiro uma ameaça a autenticidade da obra e o segundo, a maior apreciação e
compreensão do ofício.
Em seu ensaio, o autor menciona como as elites culturais possuem o poder de revirar o fluxo
político por meio da arte. Assim, Benjamin exemplifica o nazismo e o fascismo como
regimes políticos articuladores de manobras culturais, além disso, ele também demonstra
como os aspectos da obra reproduzida levam à alienação. Determinando que as obras por um
período da história, foram manuseadas para justificar tamanha violência dos regimes
totalitários.
Para terminar, Walter Benjamin discorre sobre o impacto da tecnologia dentro das culturas,
como a fotografia e o cinema tornaram-se objetos condutores de interesses próprios em
contextos conturbados da história. Principalmente o cinema que tornou-se elemento de
distração e de condução à alienação no momento da segunda guerra, visto que antes as obras
de arte eram princípios libertadores, agora elas aprisionam seu público.

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