UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DE CONFÚCIO

Em 551 a.C., nascia Kongzi ou Confúcio, no Estado de Lu (atual província de

Shantung), na China. Descendente de uma falida família nobre, Confúcio ficou órfão de
pai aos 3 anos d idade, o que fez Kongzi e sua mãe passarem por dificuldades
financeiras.

A vida de Confúcio pode ser um reflexo do tempo seu tempo. Confúcio viveu
durante a decadência da Dinastia Zhou, que foi um momento em que o reino chinês se
fragmentava cada vez mais e as instituições estatais eram comandadas por agentes
corruptos.

Entretanto, desde de cedo, Confúcio demonstrou sua inteligência, aprendendo,

sozinho, as letras, a atirar com arco e flecha e a música. Portanto, não é de se estranhar
que o velho mestre tenha sido notado por importantes nobres do Estado de Lu.

Com 19 anos, Confúcio foi nomeado para um cargo administrativo de seu

Estado e se destacou por sua eficiência em sua função. Durante sua vida, Confúcio
dedicou sua vida a ensinar os jovens sobre princípios filosóficos e morais que foram
desenvolvidos por ele próprio. Este sistema filosófico foi chamado, posteriormente, de
Confucionismo, e seus discípulos e os discípulos de seus discípulos foram chamados de
confucionistas.

Embora tenha se destacado como um sábio mestre, Confúcio não deixou de ser
perseguido por outros nobres do Estado de Lu. Parte desta perseguição era o que o velho
mestre defendia. Confúcio defendia a educação e que as pessoas deveriam ser
conscientes, mesmo sendo obedientes. O indivíduo, para Confúcio, tinha que saber
ponderar entre o que era apropriado ou não. As pessoas, no pensamento confucionista,
deviam fazer suas próprias escolhas e que não deviam se enfiar em degradações morais
e corruptas.

Portanto, sua passagem em cargos públicos foi breve e, por se destacar por sua
honestidade e humanidade e isto foi o suficiente para que seus inimigos o caluniassem e
criassem intrigas e conspirações para que ele fosse perseguido.
 Graças as experiências ruins de Confúcio em cargos públicos, Confúcio passou
anos peregrinando pelos estados chineses, antes de, no final de sua vida, retornar ao
Estado de Lu e passar a se dedicar ao ensino e à publicação de obras antigas.

Durantes sua vida, Confúcio se dedicou a ensinar sua doutrina filosófica e ética a
outros cidadãos, esta doutrina ficou conhecida como Confucionismo e acreditava no
poder da educação para legitimar a conduta do homem. Confúcio foi o principal
pensador desta escola de pensamento e defendia a concepção de Tian (Céu), que era
uma teoria que pregava um princípio inteligente e ecológico que administrava a
natureza e seu entendimento sobre a realidade humana mostrava lucidez. A escola
confucionista estimulava seus seguidores a participarem da vida pública e da burocracia
para que pudessem estar presentes nas principais mudanças sociais.

Entretanto, alguns séculos depois, a doutrina confucionista, criada pelo velho

mestre, se consolidou como pensamento oficial do Estado chinês, durante o período Han
que durou de 206 a.C. ate 221 d.C. Os confucionistas foram bem sucedidos em
perpetuar o confucionismo, não apenas no pensamento chinês, como na maneira de
pensar de outros países asiáticos, como a Coreia, por exemplo.

Confúcio editou clássicos da literatura chinesa, como o Tratado das Mutações

(Yijing), o Tratado dos Poemas (Shijing), o Tratado dos Livros (Shijing), o Tratado dos
Livros (Shujing), o Tratado da Música (Yuejing), o Tratado das Recordações Rituais
(Liji) e as Primaveras e Outonos (Chunqiu).

O Shujing e o Chunqiu tratam sobre história. O Liji trata sobre rituais e faz
referências históricas no processo. Shujing é um apanhado de grades discursos, decretos
e personagens históricos. O Chunqiu é uma cronologia de eventos, arranjados por datas
e marcos astronômicos. Confúcio utiliza estes livros para debater tópicos éticos e morais
relacionados à vida pública, política e social.

Os Analectos de Confúcio, que narra os diálogos do velho mestre com seus

aprendizes, é um livro com o propósito de compilar os ensinamentos de Confúcio para,
desta forma, as novas gerações aprenderem as lições mais importantes do
confucionismo.

REFERÊNCIAS
BUENO, André. Extremo Oriente na Antiguidade vol. 1. Rio de Janeiro,
CEDERJ/UAB, 2012.

___________ . Cem Textos de História Chinesa. União da Vitória: FAFIUV, 2011.

___________ . Confúcio – As Lições do Mestre – 1° ed. São Paulo, Jardim dos Livros,
2013.