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CURSO DE ARQUEOLOGIA
RIO DE JANEIRO
2021
INTRODUÇÃO
Quando um faraó morria, uma balsa levava o seu corpo até a tenda do
embalsamador. O processo de mumificação era estritamente secreto e não podia ser
registrado em lugar algum, porém, Heródoto, um geógrafo e historiador grego,
conseguiu retirar algo dos egípcios e registrar em seu segundo livro, chamado de
Euterpe, que está presente no compilado História. Neste texto, vamos abordar o
processo de mumificação detalhado por Heródoto
A MUMIFICAÇÃO
Heródoto começa dizendo que havia pessoas, encarregadas por lei, a realizar os
embalsamentos e eram indivíduos profissionalizados na prática de mumificação.
Quando os parentes do falecido traziam o corpo, os embalsamadores mostravam aos
portadores modelos de mortos em madeira. Cada molde tinha um preço, sendo o mais
complexo e luxuoso o mais caro e o mais simples o mais barato.
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Fig 1 – Extração do cérebro pela narina com ferro recurvo.
http://mundotentacular.blogspot.com/2020/03/criando-mumias-os-metodos-egipcios-de.html
Depois era feita uma incisão no flanco com uma pedra cortante vinda da Etiópia
para a retirada dos intestinos. Logo em seguida, o órgão era limpo cuidadosamente e
banhado com vinho de palmeira e óleos aromáticos.
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Fig 3 – Corpo sendo salgado e coberto com natro.
https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/140/a-tumba-kv54-e-os-preparativos-do-funeral-de-
tutancamon
Com o fim dos setenta dias, o falecido era levado e envolvido inteiramente com
faixas de tela de algodão embebidas com commi, uma espécie de cola utilizada pelos
egípcios. Com o fim do processo, o corpo era entregue aos parentes que iriam colocá-lo
em uma urna de madeira feita sob medida e, posteriormente, esta urna era colocada em
uma sala destinada como sepultura.
Heródoto também nos conta como era o processo de embalsamento com preço,
de acordo com ele, de tipo médio. Seringas eram enchidas com um licor untuoso
retirado do cedro e injetado no ventre do morto, neste caso, não havia a incisão para a
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retirada dos intestinos. O líquido também era introduzido igualmente no orifício
posterior e arrolhado para impedir que o líquido saísse. Posteriormente, o corpo era
salgado, deixando-o assim em um prazo determinado não especificado por Heródoto.
Depois, os embalsamadores faziam o líquido arrolhado escorrer do ventre. Este líquido
era forte o suficiente para dissolver as entranhas e fazê-las escorrer pelo orifício. O
natro consumia as carnes e, por fim, só restava do corpo a pele e os ossos. Com o fim do
processo, o falecido era entregue aos parentes.
Heródoto disse, também, o que era feito com cadáveres abandonados. A cidade
ou território, em que o corpo era encontrado, era obrigada a garantir seu embalsamento,
a preparar o corpo da melhor maneira e a sepultá-lo em um túmulo sagrado. Não era
permitido a nenhum dos parentes ou amigos o contato com o cadáver, apenas os
sacerdotes podiam tocá-lo.
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Fig 5 – Sacerdotes do Egito Antigo. http://aumagic.blogspot.com/2018/05/os-sacerdotes-do-antigo-
egito.html
CONCLUSÃO
É importante ressaltar que, mesmo Heródoto sendo uma fonte confiável, não se
pode ter certeza de que o processo de mumificação era exatamente feito como foi
relatado por ele. Entretanto, é possível que boa parte, se não tudo, seja realmente
verdade. Portanto, devemos exaltar o valor do trabalho de Heródoto como fonte
histórica para entendermos como funcionava o processo de mumificação no Egito
Antigo.
BIBLIOGRAFIA
HERÓDOTO. História. Volume 1/Heródoto; trad. J. Brito Broca; estudo crítico vol. 1,
Vítor de Azevedo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.