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02/04/2018 Discussões sobre Branquitude: o grupo racial branco existe?

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DISCUSSÕES SOBRE BRANQUITUDE: O GRUPO RACIAL BRANCO EXISTE?


L A R I S S A S A N T I A G O ( H T T P : //4 5 . 5 5 . 3 7. 2 2 8 /A U T H O R / L A R I S S A N T I A G O/ ) NOV 1, 2013

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Depois de conversar com as pessoas e entender que muito do que a gente discute e a rma com bastante contundência faz parte das visões mundo e posições que
ocupamos, me veio a preocupação em discutir e escrever sobre um outro lugar.

Muito se sabe sobre negritude, suas nuances e histórias, mas pouco se fala e se publiciza branquitude e sua participação nas relações sociais. A primeira questão a
se re etir (partindo do meu texto anterior (http://blogueirasnegras.org/2013/08/08/discutir-branquitude-o-calo-que-me-doi/)) é: o grupo racial branco existe?

Partindo da de nição de raça de Guimarães, 1999 onde ela é “um conjunto de elementos e características ambientais, sociais e culturais que designam
diferenciação entre seres humanos”, podemos a rmar que existem diferentes grupos humanos que se identi cam e se reconhecem entre si a partir dessas
características.

Se a gente falar, por exemplo, de índios ou nativos, entendemos que são seres humanos com determinadas características culturais (linguagem, religião,
alimentação), ambientais (de espaço e lugar) e sociais (organização familiar, organização do trabalho) que se diferem de outros tipos humanos. Quando falamos do
branco como raça, estamos assim pensando em indivíduos que possuem determinados elementos e características em comum e que também podem variar de
acordo com as designações sociais, ambientais e culturais – vide índios brasileiros e índios norte-americanos.

O que acontece com o grupo racial branco é que suas características são “invisibilizadas” por uma falta de consciência de raça, como a rma Dalton 1995 (2005): 17

“Em parte, é a não consciência de raça [race obliviousnes] uma consequência natural de estar no banco do motorista. (…). Para a maioria dos brancos, raça – ou mais
precisamente, sua própria raça – é simplesmente parte de um background não visto, não-problemático.”

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racial-branco/alexandre_garcia/)
Alexandre Garcia – o branco da vez

Essa falta de consciência e não identi cação de pertencimento (o que nada tem a ver com superioridade) tem trazido ao longo do tempo sérias consequências às
relações sociais em todos os âmbitos. É engraçado por isto em cheque, pois o que mais se diz  em relação a negritude é sua a rmação como ponto de partida para
a superação de todo prejuízo advindo da empreitada colonial. Mas quando se trata de branquitude, a rmar-se branco (ou reconhecer-se como parte do grupo)
passa a ter, em especial para os próprios indivíduos brancos, uma certa “vantagem negativa”.

Isto posto, é preciso dizer que, assim como as questões raciais permeiam e moldam os jogos sociais de negros e outras “minorias”, o grupo racial branco precisa
entender quais são essas questões e no que implica tê-las permeando suas vidas. Como uma ponta do que será discutido num próximo texto (privilégios), deixou
outra citação de Dalton:

“Qualquer que seja a razão, a incapacidade ou ausência de vontade de muitos brancos em pensar a si mesmos em termos raciais tem
decididamente consequências negativas. Por uma razão: produz pontos cegos. (…) Cega brancos para o fato de que suas vidas são moldadas
pela raça, tanto quanto as vidas das pessoas de cor.”

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Larissa é baiana, feminista negra, publicitária e militante. Escreve no Mundovão e no Afrodelia.

(//www.twitter.com/larissantiago)

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Romina Borba • 4 anos atrás − ⚑
Romina Borba • 4 anos atrás ⚑
02/04/2018 Discussões sobre Branquitude: o grupo racial branco existe? - Blogueiras Negras
Há brancos eslavos, germânicos, nórdicos, mediterrâneos, asiáticos chineses, mongóis, japoneses, indianos, há indígenas xavantes, guaranis, tupis,
cherokees, maias, há negros tutsis, hutus, bantos, nagôs e mediterrâneos. Tem muita etnia. Muita. Quanto à "branquitude", não me enquadro, sou
branca e descendente de indígenas, pele clara mas que se amorena ao sol. Adoro ser mestiça, me acho linda enquanto tal. Mas existe sim um
eurocentrismo que se alinhou contra mestiços, índios, negros, asiáticos. Mesmo sendo branca de lindos olhos cor de mel,meu maior sonho quando
criança era crescer, ter peitos enormes, por lentes de contato azuis e pintar o cabelo de loiro. E engordar e ficar "gostosa" (fui uma menina muito
magra). Enfim, mesmo branca, morena, magra e de olhos castanho-esverdeados, eu AINDA não tinha o padrão de menina bonita. Se era inatingível
pra mim, imagino a dor de minhas amigas negras. Que nem pintando o cabelo poderiam ser paquitas da xuxa. Desculpe a comparação idiota, mas o
padrão de beleza é mais que branco, é arianista mesmo.
Tá mudando, mas ainda tem muito chão...
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Brenda Carvalho > Romina Borba • 8 meses atrás − ⚑


Asiáticos do Leste (chineses, japoneses, coreanos, filipinos, vietnamitas, etc) não são brancos, eles são amarelos, pois pertencem ao grupo
étnico dos 'mongoloides'.
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Aline • 4 anos atrás − ⚑


Olá Eve, Olá Sharon,

Moro na Alemanha e discordo. Na Alemanha não há tabu em discutir questões raciais. Contudo devo frisar que qdo digo Alemanha, eu me refiro ao
governo e às vias oficiais. Obviamente que em círculos familiares, principalmente em regiões provincianas, a falta de consciência e de culpa se
esconde, com frequência, atrás de um véu de tabuização.
Aqui o ditado tem razão: quem não deve, não teme. Quem é branco e se sente incomodado, continua de alguma maneira se identificando com o
passado. E quem decide ignorá-lo, o apoia. Desta maneira, é obrigação de todo branco, analisar de maneira crítica a própria história e cultura. A minha
experiência é que aqui na Alemanha, pelo menos no meio acadêmico, há muito mais facilidade em se encontrar pessoas brancas, dispostas a
questionar essa „naturalidade“ que paira sobre a cultura „branca“. Que realmente não existe, como a Larissa propõe no texto. Mas isso só passa a ser
percebido através de um grande esforço. O que chamam de „cultura branca“, nada mais é que, uma criação racista, pois as diversas etnias brancas,
não se identificam entre si. Elas só se tornam uma unidade quando devem representar uma oposição ao „outro“, seja ele negróide, asiático ou
indígena. No Brasil essas diferenças, perderam a força, mas ainda podem ser percebidas com maior facilidade entre comunidade mais tradicionalistas,
que procuram casar–se entre si, para manter a „tradição“, mas que também de alguma maneira apenas procuram alguém com quem possam se
identificar culturalmente de maneira plena. Pois ao contrário do que se diz, não existe „uma“ cultura brasileira, mas sim culturas formando a brasileira.
Na Europa essa diferença é mais visível, o etnocentrismo encarregou-se de „impossibilitar“ esse sentido de unidade da cultura branca. Ela porém se
repete, assim como em países pós-colonizados, quando o „outro“ entra em cena. Portanto, sim, Critical Whitness (estudar branquitude) é mais que
necessário. E o mundo acadêmico está acordando para isso.
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Eve > Aline • 4 anos atrás − ⚑


Gostei do seu comentário :) Vc tem razão. Eu havia esquecido do "bairrismo" que existe por aqui, considerando a questão de origem: os
"brancos" do norte, os "brancos" da bavaria... Vou pensar mais sobre isso.
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Kaio • 4 anos atrás − ⚑


Bem, vou tentar expor minha opinião rapidamente(sono).
Não é que falar sobre "branquitude" e tals é tabu..
É que aqui no Brasil mesmo sem ter "grupos brancos" antigamente e atualmente diga-se de passagem, havia/há muito racismo/violência-racial e
discriminação/chacotas e etc.
Imagina se existisse um grupo com o nome tipo: "Grupo 100% branco ou algo parecido" (prefiro num imaginar)
Quantas negras belíssimas eu já conheci que se diziam descaradamente que eram brancas/pardas o_o
(Dessas eu já desencanava pois misericórdia) rs
Então, existe uma grande questão histórica e psíco-social que tenta sufocar as outras etnias aqui no Brasil.
Como não ter uma "negritude", algo que lembre e transmita hoje de forma viva a cultura/arte negra e valorização pessoal da negra/o? Já que mediante
a brutalidade chamada "racismo invisível" que é tipo: "A.. é que eu não quero que minha filha namore com negro porque isso e aquilo, blá, blá, o que
vão pensar, blá, blá.."
E tem outros exemplos também.
Não! Não que esse ou aquele seja vítima, mais não podemos fechar os olhos mediante a praga chamada racismo, discriminação racial!
Mudando rapidamente o foco, e os índios? Há demora e falta de respeito para com eles mui grande, eles passam mó' sufoco hoje e o que fazem?
"HAHAHA TÁ TUDO BEM MEU QUERIDO JÁ EXISTE O DIA DO INDIO MESMO NÉ"
Há muita IGNORÂNCIA na criação das crianças; as bonecas até um tempo atrás? Todas brancas/loiras/Olhos azuis (Pode parecer pequeno? MAS não
é, aliás será que não existem crianças negras? ou sendo mais extremo: negros não tem condição de comprar bonecas pra suas filhas? Só brancos?)
Fraga? Dei SÓ um exemplo, de muitos outros que travam a sociedade. O Brasil país cheinho de mistura!! Ora você capoeira ali, ora você vê sertanejo
ver mais

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Marcio Vinhaes • 4 anos atrás − ⚑


Raça entre humanos é um conceito que não existe na ciência, todos os seres humanos hoje na terra pertencem ao gênero homo sapiens,
pertencemos à subspécie homo sapiens sapiens.

Nossos primos próximos são os homo sapiens idaltu, homo sapiens rhodesiensis e homo sapiens neanderthalensis; mas todas essas subspécies (ou
"raças") já foram extintas faz muito tempo, portanto não faz mais sentido no separarmos por raça. Faz menos sentido ainda definir raça como
"características ambientais, sociais e culturais", já que raça é um conceito definido pela genética, e genética não se altera ou altera características
ambientais, sociais e culturais. Por exemplo, um lobo da ibéria(Canis lupus signatus) não se torna um lobo guará(Chrysocyon brachyurus) se ele for
http://blogueirasnegras.org/2013/11/01/discussoes-branquitude-grupo-racial-branco/ 4/11
criado em Minas Gerais
criado em Minas Gerais.
02/04/2018 Discussões sobre Branquitude: o grupo racial branco existe? - Blogueiras Negras
O que existe são etnias, claro, mas isso independe do fator cor de pele. A África mesma é um gigantesco calderão de etnias, mesmo que essas
pessoas tenham a mesma cor de pele; ou mesmo na Europa branca onde temos francos, eslavos, nórdicos, anglo-saxões, celtas, etc; entre os
chineses temos Huis, Hans, Miaos e Zhuangs.
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Carol > Marcio Vinhaes • 4 anos atrás − ⚑


Concordo com sua posição.
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maria penha da rosa • 4 anos atrás − ⚑


o branco se avocou o direito de superioridade, mas nunca o foi,foi tudi uma trama para justificar a existência de povos dominados e para que eles
pudessem cometer todas as atrocidades que cometeram e ainda cometem e é isso que os agrega.
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Rafahel Jeanl • 4 anos atrás − ⚑


Talvez eu não tenha entendido bem o texto ou o texto não se deixou entender bem. Gostaria até de fazer um comentário mais profundo sobre esse
texto, mas não conseguirei. Mas o fato é que não gostei do texto. Parece igualar a raça branca à negra, no sentido de dizer que se tratam ambas da
mesma coisa (calma! já explico). São sentidos diferentes de raça. De tal modo diferente que acho muito difícil dizer que os brancos formam uma raça.
Acho que justamente é essa falta de consciência de raça (como a consciência de classe) é que os deslegitima enquanto raça. Isso acontece
claramente porque eles não precisam fazer isso: já nasceram dentro do que é considerado "aceito". Por fim, acho totalmente absurdo mesmo o
movimento contrário: quando eles se reclamam uma raça, a branca. Ora, essa postura é claramente uma reação à negritude, um movimento de
diferenciação em relação aos negros, um movimento agressivo.
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Eve • 4 anos atrás − ⚑


Meu ponto de discussão aqui seria: aonde eu me encaixo? Cresci ouvindo que tinha "cabelo duro/ruim", por ele ser cacheado e cheio (fora do padrão
liso do "branco"). Meus apelidos são "branquela" e "amarela" numa família de morenos/negros. Riam de mim por não bronzear nas horas expostas ao
sol na praia.

Precisei mudar de país, consequentemente, de grupo, para perceber os fatos citados como preconceito e discriminação. Porque eu, assim, como
mulheres negras, também era "forçada" pela sociedade, representada pela minha própria mãe, a manter os cabelos lisos, para entrar no padrão.
Quando precisei cortá-los curto, perguntaram-me se não seria uma chance de que ele nascesse "bom". Para a minha sorte, continuam os mesmos de
sempre.

Na Alemanha, aonde moro, cabelos cacheados e cheios são sonho de consumo. E, dentre os brancos, não sou a mais branca. Contudo, discutir raça
ou pertencimento por aqui é tabu, por questões históricas. Não é superioridade, mas é entendida como. Ainda.
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Sharon Caleffi • 4 anos atrás − ⚑


Nossa, Larissa! Que difícil! Eu sou branca, descendente de europeus, e nunca pensei em questões da minha raça. Talvez eu veja raça apenas como
características biológicas e então pensamos que, como não sofremos preconceito (pelo contrário, temos privilégio), logo, não temos questões de raça,
logo, a forma correta de pensar na minha branquitude é em termos de privilégios e não em termos de consciência... talvez seja um tabu tentarmos
entender os aspectos mais complexos da formação (ou não) de uma raça branca?

Porque eu me sinto muito estranha pensando nisso, como se eu estivesse mexendo em coisas proibidas, ajudando a gente racista e louca que
defende camisetas "100% branco", que eu sempre repudiei totalmente. Quando começo a usar esse conceito mais amplo de raça, que você trouxe,
envolvendo elementos e características sociais e culturais... Aí nós podemos chegar a uma "branquitude"... mas essa discussão seria útil agora?

=(

Não sei...
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SÍNDROME DE CIRILO E A SOLIDÃO DA MULHER NEGRA


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