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APRESENTAÇÃO
O presente trabalho visa contribuir como uma ferramenta de apoio aos pastores
examinadores e, como também, aos candidatos que passarão pelo concílio ao ministério pastoral
batista.
Inicialmente, colocamos as perguntas e respostas pertinentes as matérias solicitadas
geralmente em um concílio ao Ministério Pastoral Batista. Posteriormente, adicionamos um farto
material sobre a história batista na Inglaterra, Estados Unidos da América e no Brasil. Foi
adicionado, também, os princípios batistas e a declaração doutrinária da CBB. Pensando que esta
forma de disponibilizar o material ajudará os candidatos.
Oro a Deus que o referido trabalho contribua com a Sua obra e ajude os irmãos de alguma
forma.

José Cícero Moreira, pastor.

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Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 3
CONCÍLIO AO MINISTÉRIO PASTORAL BATISTA .................................................................... 5
PERGUNTAS E RESPOSTAS .......................................................................................................... 5
CONVERSÃO:................................................................................................................................... 5
CHAMADA: ...................................................................................................................................... 5
BIBLIOLOGIA: ................................................................................................................................. 5
TEOLOGIA ...................................................................................................................................... 12
TEOLOGIA PRÓPRIA PERGUNTAS REFERENTES A DEUS ................................................... 13
CRISTOLOGIA ............................................................................................................................... 18
PNEUMATOLOGIA ........................................................................................................................ 22
TRINDADE ...................................................................................................................................... 23
ANTROPOLOGIA ........................................................................................................................... 25
HAMARTIOLOGIA ........................................................................................................................ 26
SOTERIOLOGIA ............................................................................................................................. 27
ANGELOLOGIA ............................................................................................................................. 30
ESCATOLOGIA ............................................................................................................................... 30
ECLESIOLOGIA ............................................................................................................................. 31
ÉTICA PASTORAL ......................................................................................................................... 42
SEGUNDA PARTE .......................................................................................................................... 42
Quem somos como Batistas (extraído do portal da CBB):............................................................... 42
Definição de Teologia Sistemática ................................................................................................... 43
Teologia Sistemática ......................................................................................................................... 43
Teologia Bíblica, Histórica e Prática ................................................................................................ 44
Resumo e Aplicação da Teologia Sistemática .................................................................................. 44
AS TRÊS TEORIAS HISTÓRICAS DA ORIGEM BATISTA: ...................................................... 45
1. A primeira é a teoria JJJ (Jerusalém—Jordão - João) ................................................................... 45
2. A segunda é a teoria do parentesco espiritual com os anabatistas do Século XVI: ...................... 45
3. A terceira é a teoria da origem dos separatistas (puritanos) ingleses do Século XVII ................. 45
PRINCÍPIOS BATISTAS (RESUMIDO) ........................................................................................ 46
ORIGEM E HISTÓRIA DO SURGIMENTO BATISTA NA INGLATERRA ................................ 47
HISTORIOGRAMA BATISTA NA INGLATERRA ....................................................................... 48
HISTÓRIA DOS BATISTAS NOS ESTADOS UNIDOS: .............................................................. 49
HISTORIOGRAMA BATISTA NOS ESTADOS UNIDOS ............................................................ 49
HISTÓRIA DOS BATISTAS NO BRASIL: .................................................................................... 50
HISTORIOGRAMA BATISTA NO BRASIL: ................................................................................. 51
Princípios Batistas (Extraído do portal batista) ................................................................................ 52
Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira ................................................................ 60

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CONCÍLIO AO MINISTÉRIO PASTORAL BATISTA
PERGUNTAS E RESPOSTAS

CONVERSÃO E CHAMADA

CONVERSÃO:
1 - Narre resumidamente como foi a sua experiência de Conversão a Jesus Cristo.
2 - O irmão tem certeza da sua salvação em Jesus Cristo?
3 - O irmão tem certeza de que vai para o céu, quando morrer?
4 - Há quantos anos o irmão é membro de uma igreja Batista?
5 - O irmão já foi excluído de uma igreja Batista?

Obs.: Perguntas com respostas livres.

CHAMADA:
1 - Narre de forma sucinta como Deus vocacionou o irmão para o Ministério Pastoral Batista.
2 - O irmão tem certeza de que foi vocacionado por Deus para o Ministério Pastoral Batista?
3 - O irmão pretende exercer o Ministério Parcial ou o Ministério de Tempo Integral?
4 - O irmão já teve alguma dúvida quanto à sua Chamada para o Ministério Pastoral Batista?
5 - Tem certeza desde quando?
6 - O irmão tem consciência de que, se este Concílio der o parecer favorável, será aprovado para
exercer o Ministério Pastoral não somente na Igreja que pediu a sua consagração, mas em qualquer
igreja Batista da mesma fé e ordem, no Brasil e no mundo?
7 - Se este Concílio o reprovar, o irmão julgará que a culpa é do Concílio? O irmão desistirá de ser
pastor?

Obs.: Perguntas com respostas livres.

BIBLIOLOGIA:
1. Qual o significado do termo Bibliologia?
É a ciência que trata das questões preliminares e críticas das Escrituras, tais como: seu texto,
línguas originais, inspiração, canonicidade. Autenticidade, autoridade e conteúdo.
Esclarecer as Doutrinas da Bíblia, ou seja, os ensinamentos bíblicos, para defendê-la como a
Palavra genuína de Deus.

2. Você já leu a Bíblia toda de forma sistemática?

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Caso sua resposta seja negativa, inicie imediatamente. A leitura sistemática da Bíblia é essencial
para aqueles que desejam conhecer as doutrinas da Bíblia. Sugestão: Leia 4 capítulos por dia e terá
lido toda a Bíblia em menos de um ano. Você pode alternar entre um Livro do Antigo e um do
Novo Testamento.
“A leitura sistemática da Bíblia é essencial para aqueles que desejam conhecer as doutrinas da
Bíblia.”

3. O que é a Bíblia?
É a Palavra de Deus inspirada. A nossa única regra de fé e prática.

4. Quem é o seu autor?


O Próprio Deus.

5. Cerca de quantos homens escreveram a Bíblia?


Aproximadamente 40 homens.

6. Quantos Livros contém a Bíblia?


66 Livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.
Obs.: Esta é a divisão da Bíblia evangélica.

7. Como podemos fazer uma divisão da Bíblia?


a) Antigo Testamento: Pentateuco (5 Livros), Históricos (12 Livros), Poéticos (5 Livros), Profetas
Maiores (5 Livros) e Profetas Menores (12 Livros).

b) Novo Testamento: Evangelhos (4 Livros), Histórico (1 Livro), Cartas Paulinas (13 Cartas),
Cartas Gerais (8 Cartas), Profético (1 Livro, que é o Apocalipse).

8. De que trata o Antigo Testamento?


A História do povo de Israel e a preparação do mundo para a vinda do Messias.

9. De que trata o Novo Testamento?


Da manifestação do Messias, o Cristo ao mundo. Seu propósito, a revelação e a consumação do seu
propósito.

10. Em quantos anos a Bíblia foi escrita?


Aproximadamente 1500 anos.

11. O que foi o período interbíblico?


Um período de aproximadamente 398 anos compreendido entre o profeta Malaquias até o profeta
João Batista. Este período também é conhecido como a era do silêncio. Nenhum escrito foi
inspirado neste período.

12. Em quais línguas originais a Bíblia foi escrita?


a) Antigo Testamento: Hebraica e pequenos acréscimos em Aramaico nos Livros de Daniel (Dn 2:4
a 7:28) e Esdras (4:8 a 6:18; 7:12-26).

b) Novo Testamento: Na língua grega.

13. A Bíblia é ou contém a Palavra de Deus?


Muitos afirmam que a Bíblia contém a Palavra de Deus, porém, ao contrário do que muitos pensam
e afirmam, a Bíblia é a Palavra de Deus. Portanto, toda a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo.
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14. A Bíblia é a Palavra de Deus. Então, como ela também pode conter as palavras de homens
ímpios, demônios e até satanás?
As palavras destes constituem um registro inspirado, ou seja, o Espírito Santo inspirou os escritores
bíblicos a registrarem as suas palavras (Ex: Jó 4:13-21).

15. Existem erros científicos, históricos e geográficos na Bíblia?


Não.

16. O que são Livros canônicos?


São os Livros divinamente inspirados que constituem a Bíblia ou Escrituras Sagradas. A palavra
cânon é de origem grega e significa “vara de medir”. São Livros que estão de acordo com o padrão,
a regra, a medida.

17. O que são livros apócrifos?


São os livros que não têm inspiração divina. Apócrifo significa "sem autenticidade ou falso”. São
os livros cuja inspiração não é autêntica. Podem ter valor histórico, mas não fazem parte do Cânon.
Alguns livros apócrifos foram escritos no período interbíblico. Ex: I e II Macabeus que estão na
Bíblia católica. Os evangélicos ou protestantes utilizam o Antigo Testamento que é
reconhecido como autêntico pelos judeus que são a maior autoridade em Antigo Testamento. Deus
confiou-lhes a tarefa de escrever e cuidar do Antigo Testamento (Rm 3:1,2).

18. Quais as provas no Antigo Testamento de que a Bíblia é inspirada?


Êx 24:4, 34:28; Js 3:9; II Sm 23:1,2; II Rs 17:13; Is 34:16, 59:21; Zac. 7:12.

19. Quais as provas no Novo Testamento de que a Bíblia é inspirada?


Jo 5:39; Hb 1:1-2; Rm 3:1-2; II Tm 3:16-17; II Pd 1:19-21.

20. Deus teve planos para escrever a Bíblia?


Sim.

21. Para que serve a Bíblia em sua vida?


Para revelar-me Deus e ensinar, corrigir, educar e habilitar-me para a obra (Jo 5:39; II Tm 3:16-17).

22. Três motivos pelos quais a Bíblia foi escrita.


- Para que o homem de Deus seja aperfeiçoado (II Tm 3:16,17);
- Para que seja perfeitamente habilitado para toda boa obra;
- Para que todos creiam que Jesus é o Messias (Jo 20:31).

23. O que significa a palavra Bíblia?


É a forma atual do vocábulo grego (Biblos - “BÍBLIA”) e significa livros. A palavra Bíblia pode
ser aplicada tanto no plural (coleção de livros) quanto no singular (livro).

24. O que significa a palavra inspiração?


Provém de dois vocábulos latinos “IN+SPIRO” e significa literalmente “SOPRAR EM” ou
“SOPRAR DENTRO”. É o ato de Deus soprar no homem, pelo Espírito Santo, a sua Palavra.
Método sobrenatural de Deus para comunicar seus desígnios ao homem (II Tm 3:16).

25. O que significa a palavra iluminação?


Operação do Espírito Santo que consiste em clarear a mente humana para a compreensão da
verdade revelada (Hb 6:4, 10:32).
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26. O que significa a palavra revelação?
Deriva do latim “REVELARE” e significa descobrir, tirar o véu, fazer conhecer etc. Ação de Deus
em comunicar ao homem os seus desígnios. A Bíblia é a revelação escrita de Deus.

27. Dê o significado da palavra “Bíblia”.


Originário do grego, o termo bíblia significa “livros”, ou coleção de pequenos livros. Atribui-se a
João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir a Palavra de Deus.

28. Qual o perigo do avanço do liberalismo teológico em faculdades e seminários outrora


ortodoxos?
Infiltrar sutilmente heresias, aflorar a incredulidade quanto à inerrância da Bíblia, gerar uma
apostasia fulminante quanto ao Deus criador e Senhor de todos. Levar o ser humano a não ter a
esperança da salvação em Cristo Jesus.

29. Em que consiste a autoria divina da Bíblia?


Em que ela é a Palavra de Deus, no sentido de que se originaram nEle e são a expressão de Sua
mente. Sendo ela divinamente inspirada.

30. Cite pelo menos dois textos da Bíblia que comprovam a sua INSPIRAÇÃO DIVINA.
2ª Pe 1:19-21. “E temos mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos,
como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em
vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”.
2ª Tm 3:16,17. “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra.”.

31. Por que a Bíblia é o único livro contemporâneo de toda a humanidade, em todas as eras?
Porque é através dela que conhecemos o criador de tudo e de todos. Ela nos revela a eternidade. Ela
nos ensina a respeito das nossas necessidades espirituais, morais e históricas para o nosso
crescimento. A humanidade toda não pode, sob nenhuma hipótese, prescindir da Bíblia.

32. Quais é a posição dos teólogos liberais quanto à inspiração plenária das escrituras?
Não reconhece a Bíblia como a Palavra de Deus, dizem que a Bíblia meramente contém a Palavra
de Deus, mas não é a Palavra de Deus.

33. O que é racionalismo teológico?


É tirar toda a importância do ensino da Bíblia, se desvirtualizando a um segmento que afirmar ser a
razão a palavra final para a resolução de todos os dilemas morais e espirituais do ser humano.

34. Explique por que a posição neo-ortodoxo é equivocada.


É equivocada porque ensinam que a Bíblia se torna a Palavra de Deus à medida que alguém ao lê-
la tem um encontro experimental com o Senhor. A Bíblia não se torna a Palavra de Deus por se lida
ou não, ela sempre é a Palavra de Deus. Portanto erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é
um simples livro, aberta, a boca de Deus falando. Nada mais errado; aberta ou fechada, a Bíblia é a
Palavra de Deus inspirada e inerrante.

35. Em qual século o herege Marcião se insurgiu contra a sagradas escrituras, e de que forma
fez isso?
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No século II. Ele tentou extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los
escandalosamente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e energicamente.

36. Por que Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia?


Em virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã.

37. Explique o processo de canonização. como ele se deu?


A canonização oriunda da palavra grega KANONIZEIN, que entre outras coisas significa “torna
santo” é um processo de reconhecimento humano de uma obra singularmente divina. E deu-se no
estudo criterioso e exaustivo que os doutores da igreja se agastaram em examinar os livros das
Sagradas Escrituras, a fim de averiguar se estes realmente eram de origem divina ou produto do
engenho e arte da imaginação humana.

38. Cite três evidências da inspiração divina da Bíblia e explique-as.


A influência na vida do ser humano: que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar
radicalmente o homem? Temos testemunhos de homens, mulheres, jovens e crianças que, no
contato com a Palavra de Deus, se tornaram novas criaturas. A influência na história da
humanidade: Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus
escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do Santo
Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de Deus seja admirada em
países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos
países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
A influência na vida moral da humanidade: Sem a Bíblia Sagrada estaria à humanidade mergulhada
em dessas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras.
Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem
elevando os filhos de adão aos mais ideais, impedindo que se degenerem.

39. O que é inerrância bíblica?


É a doutrina que as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada,
infalível e completa Palavra de Deus.

40. Quais são as três expressões-chaves usadas para definir a inspiração sobrenatural e
infalível da palavra de Deus?
Gegraptai: Esta alocução significa, “está escrito”, (Rm 9:13). Ta logia: “Os oráculos de Deus”. (Rm
3:2) Lemos: “Aos judeus foram confiados os oráculos de Deus”. Graphe: Este vocábulo é usado no
Novo Testamento, quer no singular quer no plural, mais de cinquenta vezes.

41. Mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a infalibilidade das
escrituras.
Dt 18:22. Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem
suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não
tenhas temor dele.
1ª Sm 3:19. E crescia Samuel, e o SENHOR era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras
deixou cair em terra.
At 1:3. Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis
provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino
de Deus.

42. Como os judeus dividem o Antigo Testamento?


Os judeus dividem o Antigo Testamento (para eles, a Bíblia completa) em três partes:
(1a) A Torah ou a Lei, ou a Lei de Moisés ou os Cinco Livros de Moisés - 5 Livros (Gênesis,
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Êxodo, Levitico, Números e Deuteronômio). Jesus referiu-se a esta parte da Bíblia hebraica:
“Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-Ihe carta de divórcio e repudiá-la?” -
Mateus 19.7; João 1.17 – “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram
por Jesus Cristo”; João 5.46- “Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim ele
escreveu”.
(2a) O Nebiin, os profetas - 8 Livros (Josué; Juizes; 1 Samuel e 2 Samuel num Livro só; 1 Reis e 2
Reis num Livro só; Isaías; Jeremias; Ezequiel; e num livro só, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os Profetas são divididos em
Profetas Anteriores (Josué; Juízes; 1 e 2 Samuel) - Total: 4 Livros, e Profetas posteriores (Isaías
Jeremias Lamentações de Jeremias e Ezequiel; e num Livro só - Oséias, Joel, Amós, Obadias,
Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias - Total: 4 Livros). Jesus
referiu-se a esta parte da Bíblia hebraica: Mateus 5.17; Mateus 7.12; Lucas 24.27, Lucas 16.29.
(3a) 0 Quetubim (ou Kethubim), os Escritos (também denominados os Salmos, ou as Outras
Escrituras) - 11 Livros (Salmos; Provérbios; Jó; Cantares de Salomão (ou, Cântico dos Cânticos);
Rute; Lamentações de Jeremias; Eclesiastes; Ester; Daniel; Esdras e Neemias num Livro só; 1
Crônicas e 2 Crônicas num Livro só. Jesus referiu-se a esta parte da Bíblia hebraica: Lucas 24.44
(Veja que neste versículo Jesus cita as três partes em que a Bíblia hebraica, o Antigo Testamento é
dividido). Na literatura teológica, o Quetubim tem o nome de literatura hagiógrafa, e significa os
Sagrados Escritos. É a maior parte das Escrituras Sagradas. O livro do profeta Daniel é colocado
nos Escritos e não nos profetas. Isto ocorre, porque a Mensagem do Livro de Daniel é diferente da
Mensagem dos outros profetas: Daniel profetiza a respeito dos outros povos e não a respeito da
nação judaica. Cantares de Salomão (ou, Cântico dos Cânticos), Rute, Lamentações de Jeremias,
Eclesiastes e Ester são chamados de os Cinco Rolos.
Notas: 1a - Na época em que Jesus esteve entre nós, em forma humana, o Cânon do Antigo
Testamento já estava concluído, totalizando 39 livros.
2a - Oficialmente, a decisão de que nenhum outro Livro fosse acrescentado à coleção de Livros
Sagrados existentes - os 39 Livros do Antigo Testamento - aconteceu na última década do primeiro
século de nossa era. Foi no concílio judaico, ocorrido na cidade de Jânia.
3a - O Cânon do Antigo Testamento (composto de 39 Livros, segundo os evangélicos ou de 24,
segundo os judeus é reconhecido pelos judeus, pelos cristãos evangélicos e pelos cristãos
ortodoxos).

43. Para efeito de estudo, como os evangélicos, dividem o Antigo Testamento?


Pentateuco, Livros Históricos, Livros Poéticos e Livros Proféticos (ou Profetas).

44. Como são divididos os Livros Proféticos (ou os Profetas)?


Em Profetas Maiores e Profetas Menores.

45. Quantos e quais são os Livros que compõem o Pentateuco?


5 Livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

46. Quantos e quais são os Livros Históricos?


São 12: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel. 1 e 2Reis, 1 e 2Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

47. Quantos e quais são os Livros Poéticos?


São 5: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos).

48. Quantos e quais são os Livros Proféticos?


São 17 LIvros: Isaias, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós,
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Nota: Os Profetas são divididos em Profetas Maiores (assim chamados porque escreveram em
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maior quantidade) - 5 Livros - Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel
Profetas Menores (assim chamados porque (escreveram em menor quantidade) - 12 Livros - Oséias,
Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

49. Quantos e quais são os Profetas Maiores?


São 5 - Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

50. Por que são chamados de Profetas Maiores?


Porque escreveram em maior quantidade.

51. Quantos e quais são os Profetas Menores?


São 12 Livros: Oséias, Joel, Amós, abadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias.

52. Por que são chamados de Profetas Menores?


Porque escreveram em menor quantidade.

53. Para efeito de estudo, como é dividido o Novo Testamento?


Evangelhos, Livro Histórico, Cartas (ou Epístolas) Paulinas (do apóstolo Pauto) Cartas (ou
epistolas) Gerais e Livro Profético.

54. Quantos e quais são os Evangelhos?


São 4 - Mateus, Marcos, Lucas e João.

55. O que significa o vocábulo Evangelho?


Vem da palavra grega evaggelion e significa Boas Novas trazidas por Jesus aos seres humanos.
Significa, portanto Boas Novas de Salvação.

56. O que significa a palavra sinóptico?


Vem do grego (sun-optikos) e significa “visto juntamente” ou “visto do mesmo ponto de vista”

57. Quais são os Evangelhos Sinóticos?


Mateus, Marcos e Lucas.

58. Por que Mateus, Marcos e Lucas são chamados de Evangelhos Sinóticos?
Porque têm o mesmo plano de narrativa.

59. Qual é o Livro Histórico do Novo Testamento?


O Livro dos Atos dos Apóstolos

60. Quantas e quais são as Cartas do apóstolo Paulo?


São 13 Romanos, 1 e 2 aos Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 aos
Tessalonicenses, 1 e 2 a Timóteo, Tito e Filemom.

61. Quais são as Cartas Gerais?


São: Hebreus; Tiago; 1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João; e Judas.

62. Qual é o Livro Profético do Novo Testamento?


O Livro de Apocalipse.

63. Os Livros da Bíblia sempre foram divididos em Capítulos?


11
Não. A divisão da Bíblia em Capítulos foi realizada em 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Clair, um
abade dominicano.

64. Os Livros da Bíblia sempre foram divididos em Versículos?


Não. Dois autores citam pessoas e datas diferentes para a divisão do Antigo Testamento, em
versículos: José Ferreira afirma que a divisão foi efetuada em 1527, pelo dominicano Saintes
Pagnino; J. Cabral declara que a, divisão foi realizada em 1445, pelo Rabi Nathan.
A divisão do Novo Testamento em versículos, é atribuída a Robert Stevens, que a realizou em 1551.

65. Mencione um título que a Bíblia dá a si mesma.


Palavra de Deus - Deuteronômio4.1-9;17.14-20; Josué 23.1-6; 1 Reis 8.54-61 ; 1 Crônicas 22.6-12;
Salmos 19.1-14; Isaias 2.1-5; Isaias 34.12-16; Mateus 5.17-20; Atos 13.26-35,44; Atos 17.10-12;
Romanos 15.1-13.

TEOLOGIA
PERGUNTAS REFERENTES À TEOLOGIA (como ciência)

1. O que é Teologia?
É a ciência (ou disciplina, doutrina) que estuda quem é Deus e a sua relação com a obra criada por
Ele. Theós = Deus; Logos = ciência, estudo. Teologia é o Logos-de Theós. A Teologia busca
compreender a Deus e a sua obra.

2. Qual é a função do teólogo?


Descobrir na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, quem é Deus e como Ele relaciona-se com a obra
criada por Ele. Não é competência do teólogo produzir, fabricar Teologia, mas sistematizar a
Teologia bíblica.

3. Em quantas e quais partes a Teologia pode ser dividida?


Geralmente é dividida em quatro partes:
1a Teologia Bíblica - busca o significado do Texto Bíblico e classifica-o de acordo com os Livros e
os autores da Bíblia;
2a Teologia Histórica (é dividida em História da Doutrina e História Eclesiástica) - elabora a
história das doutrinas e a história das Igrejas;
3a - Teologia Sistemática - procura sistematizar, reunir num corpo de doutrinas, tudo o que a
Teologia Bíblica e a Teologia Histórica fornecem;
4a - Teologia Prática - Trata da aplicação da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica na vida dos
seres humanos, tendo como alvo a sua regeneração, santificação e edificação (Evangelismo,
Missões, Ação Social e Homilética, são algumas áreas abrangidas pela Teologia Prática).

4. Cite alguns ramos abrangidos pela Teologia Sistemática.


1o – Teologia Própria - Deus.
2o - Cristologia - Cristo.
3o - Pneumatologia - Espírito Santo.
4o – Antropologia – Homem.
5o – Hamartiologia – Pecado.
6o – Soteriologia – Salvação.

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7o – Escatologia – Últimos Acontecimentos.

TEOLOGIA PRÓPRIA
PERGUNTAS REFERENTES A DEUS
1. Defina Deus.
Deus é indefinível jamais a criatura poderá definir o seu Criador.

2. Quem é Deus?
1. “Deus é um Espírito Pessoal perfeitamente bom, quem em santo amor, cria sustenta e governa
todas as coisas”. A. B. Langston.

2. Deus é o Criador...
2.1. do universo, da terra e de tudo o que há nela - Gênesis 1.19; Jó 38.4-10; Salmos 102.25; 104.1-
10,16,19,20; 24-35; 148.3-6; Cl I.16;
2.2. dos seres animais irracionais - Gênesis 1. 20-25;
2.3. dos seres humanos - Gênesis 1.26; Isaias 40.26-28; 66.1-2;
Deus é único - Êxodo 15.11 Isaías 45.21;
Deus é mantenedor dos animais irracionais - Salmos 104.11-13,17,18,21,28; Romanos 8.2;
Deus é sustentador dos seres humanos - Salmos 104.14,15,23:
Deus é sustentador do universo - Neemias 9.6; Salmos 36.6; 104.10-15; Mateus 6.26-30.

3. O que significa o vocábulo atributos?


São as qualidades de algo ou de alguém. Os atributos demonstram a existência de um ser.

4. O que significa a expressão Atributos Naturais de Deus?


São os Atributos que somente Deus possui. O homem, não tem esses atributos.

5. Cite alguns Atributos Naturais de Deus.


a. Onisciência - Deus possui todo o conhecimento; sabe todas as coisas (Salmos 44.20,21; 139.1-4;
Jr 17.10; Lucas 12.7). Graças à sua Onisciência, Deus é Justo e julga com justiça, conhecendo as
intenções ocultas dos homens.
b. Onipresença - Deus está em todo o lugar; não está limitado no espaço (Salmos 139.7-12; Amós
9.2-4).
Nota: Cuidado para não confundir a Onipresença com o Panteísmo: crença oriental e esotérica de
que Deus está em todas as coisas. Deus é o Criador de todas as coisas, mas não está em todas as
coisas: a cozinheira faz um pastel, mas o pastel não é uma parte da cozinheira.
c. Onipotência - Deus tem todo o poder: nada é impossível para Ele (Êxodo 15.18; Jó 42.2; Salmos
115.3; Lucas 1.37; 18.27).
d Auto Existência - Deus não teve princípio (Salmos 902; 102.24 Isaías 57.15).
e. Eternidade - Deus não tem fim (Salmos 90.2; Apocalipse 22. t 3).
f. Imutabilidade - Deus não muda: é sempre o mesmo (Salmos 102.27; Isaias 48.12; Ml 3.6a; Tiago
1.17).
g. Soberania - Deus é o Senhor de tudo o que existe (Jr 18. 5-10 Daniel 2.20,21; 4.35).
h Deus é Salvador - Isaias 45.21; 2 Tessalonicenses 2.13.
i. Deus é Galardoador - Apocalipse 7.9-17; 21.1-8; 22.12.
13
6. O que significa a expressão Atributos Morais de Deus?
São os Atributos de Deus demonstrados no seu relacionamento com a Sua criação, de uma forma
ampla e de maneira particular, com os seres humanos. Os homens, podem adquirir os Atributos
Morais de Deus (Salmos 15.1,2; Gálatas 5.22; 1 Pedro 1.16).
Nota: Jamais teremos de forma completa, perfeita, os Atributos Morais de Deus.

7. Cite alguns Atributos Morais de Deus.


a. Santidade - Êxodo 3.1-6; Levítico 11.44; 19.2; Deuteronômio 32.4: Josué 24.23; Salmos 99;
Mateus 5.48; Tiago 1.13.
b. Bondade - Naum 1.7; Lucas 18.18, 19.
c. Amor João 15.9-11; Efésios 2.4; 1 João 3.1; 4.8,16,19; Apocalipse 13.2.
d. Justiça - Deuteronômio 10.17; 32.4; Salmos 76; 96.10, 13; Romanos 1.5, 18-25; Colossenses
3.25;
e. Perdão - Isaias 55.7; 43.25; Jeremias 31.34; Mateus 6.12.
f. Paciência (Longanimidade) - 2 Pedro 3.1-18.
8. Deus é Consolador – Isaias 51.12; João 14.15-27; 16.5-15; 16.16-33.

8. Qual é a Essência de Deus?


É o amor.

9. O que é uma Teofania? Exemplifique.


É a aparição de Deus em forma visível aos homens (Gênesis 12.7; 18.22-33; 35.9; Êxodo 14.19;
Josué 5.13-15; 6.1,2).

10. Apresente um argumento racional que evidencie a existência de Deus: argumento não
bíblico.
Qualquer declaração ou apologia que se possa apresentar em defesa da existência de Deus,
ainda que irrepreensível na lógica e na solidez e coerência dos argumentos exige fé. Deus não é
matéria e objeto que possa ser percebido pelos sentidos, sem que Ele próprio o queira, nem
mensurado pelos meios científicos. A história do homem passou a “existir” quando este passou a
registrá-la; e quando o homem passou a registrá-la, ele passou conscientemente a existir. Deus é
antes da história e dos pensamentos humanos. É eterno; mas, desde que o homem começou a
pensar na sua existência e no que estava ao seu redor, e registrou estes pensamentos, Deus esteve
presente.
Alguns insistem em dizer que o homem criou Deus – a ideia da existência – para suprir uma
necessidade de sua ignorância. As tantas formas de deuses poderiam justificar o argumento se o
Deus verdadeiro e único não tivera se revelado ao homem através de uma família, um povo por Ele
escolhido; e bem mais pela excelência e grandeza dos evidentes resultados e efeitos
transformadores de sua presença na vida do homem, do que qualquer argumento.
E finalmente, nenhum registro conhecido tem o poder incontestável que a Bíblia possui,
também, sob todas as condições de exame quanto à fidelidade autoral e histórica de seu texto. Se é
o caso de não se ter uma prova favorável no conceito que a ciência exija, igualmente, a ciência
jamais apresentou uma prova da não existência. Fiquemos, então, com o Argumento Teleológico:
O absoluto equilíbrio do universo e de toda a criação revelam uma perfeita harmonia entre
suas leis, levando a pensar na possibilidade da existência de um ser criador com sabedoria e poder
superiores; não sendo assim, a criação, uma obra do acaso.

11. Apresente um argumento com uma referência bíblica como prova da existência de Deus,
que não seja uma declaração de um personagem.

14
A Bíblia não se propõe em ser um tratado de filosofia nem um libelo jurídico em que Deus se
preocupe em tentar provar que exista, contra a negação de homens. Instintiva e naturalmente o
homem pensa e sente a divindade para preencher seu vazio existencial. O que Deus fez, foi cercá-lo
de evidências que pudesse perceber e levá-lo a buscar, e através da Bíblia forneceu os elementos
adequados e exatos para tal, mediante a fé. O Salmo 19 é uma exposição Teleológica e é uma
declaração da fé. Gênesis 1 trás na ordem da criação a coerência científica que parte dos elementos
mais simples, para as formas mais complexas de vida.

12. Defina Deus: E quem é Deus para você?


Seguem como exemplo, a definições dadas por Langston e Strong, respectivamente: “Deus é um
espírito pessoal, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige tudo”. “Um espírito
infinito e perfeito em quem todas as coisas têm sua origem, existência e fim.”

13. Deus é pessoa? Quais os atributos de uma pessoa que dão essa característica a Deus?
Deus é uma pessoa, pois possui as seguintes características: o sentir; o pensar; o querer. Deus tem
consciência própria e direção própria.

14. Deus é espírito? Prove com uma referência bíblica:


Deus é espírito! A declaração de Jesus à samaritana. (Jo 4.24)

15. Que é Ateísmo?


A teoria/filosofia que nega a existência de Deus.

16. Teísmo?
A revelação bíblica de Deus como e quem Ele realmente é.

17. Deísmo?
A ideia de um deus criador de tudo, porém distante, deixando a criação às suas próprias leis, sem se
relacionar com ela.

18. Panteísmo?
Tudo é deus ou deus está em tudo. Árvores, pedras, ar, água, terra, fogo, animais, homem e etc..

19. Animismo?
É a teoria (holística / universal) da grande alma ou energia comum de onde todas as coisas derivam.
Tudo é parte desta mesma energia, menos ou mais desenvolvida.

20. Politeísmo?
Defende a existência de muitos deuses.

21. Defina Agnosticismo.


Crê que tudo deve conter fundamento lógico e satisfatório para se explicar; propor que pode haver
um deus parece uma ideia elevada, mas é fútil e pretensiosa. Nossa mente finita e prática não
alcança ou aceita, com sinceridade, o que é subjetivo e não pode ser provado; é impossível afirmar
que Deus existe.

21. Cite os atributos naturais de Deus em relação a si mesmo – incomunicáveis, e explique


cada um:
Os atributos naturais em relação a si mesmo, são próprios e somente de Deus; são absolutos, são
completos e indissolúveis. São incomunicáveis porque não podem ser doados ou compartilhados.
São eles:
15
- Unidade – Define em Deus que Ele é um só; há um só Deus; é único; é uno. Fora dele não há
outro Deus, mas nele, dentro dele, revela-se a existência coletiva da Trindade, com uma só natureza,
um só caráter e um mesmo poder. Não se divide. Não se perde. Não se acrescenta. Não se contradiz.
- Imutabilidade – Deus é o que é. Não muda em sua natureza nem em seu caráter. Ele é perfeito.
Pronto. Definitivo.
- Eternidade – É eterno. Traz a ideia de tempo e além do tempo. Transcende o tempo e não está
sujeito a este. Sempre existiu e existirá.
- Infinitude – É infinito. Traz a ideia de espaço e da imensidão ilimitada de sua grandeza. É maior
que tudo que existe e se possa imaginar.
- Soberania – É a prerrogativa de Deus em poder fazer sempre o que decide e lhe apraz, não sendo
sujeito a nada. Ainda que nada houvesse, Ele é o Senhor.

22. Cite os atributos naturais em relação ao universo e toda a criação – incomunicáveis, e


explique-os:
São qualidades exclusivas de Deus.
- Onisciência – É o pleno e perfeito conhecimento de todas as coisas. Deus é presciente em relação
ao que faz, ao que existe e existirá. Não precisa aprender ou pesquisar nada. É absoluto em
informações, ciência e sabedoria. Nada lhe é oculto.
- Onipresença – Em uma relação com a infinitude, descreve a grandeza de Deus preenchendo todos
os espaços. Onipresença pode ser entendida, não como Deus estando repartido em todos os lugares
ao mesmo tempo, mas, todos os lugares e pessoas, enfim, estando em sua presença. Para alguns
estudiosos, é pela Onisciência que Deus se faz onipresente em todo o universo. Há um lugar, porém,
em que esta presença adquire uma plenitude como não em outros: No céu, entronizado de glória.
- Onipotência – Por tudo que é e que faz, é o atributo conclusivo do ser Deus. Ele é onipotente
porque é Deus e é Deus porque é onipotente. A manifestação deste atributo é imediata à ação
criativa. Tudo pode fazer. Tudo faz. Entretanto este poder, força e capacidade não podem estar em
desarmonia com sua natureza e princípios. Deus pode, mas, não se permite fazer o que não é certo.
É impossível. Ele tem poder sobre seu próprio poder. É o que chamam de Onipotência moral: Deus
não pode mentir; não pode negar a si mesmo; não pode ser tentado; não pode pecar; não pode
cometer injustiça.

23. Cite os atributos morais em relação ao homem:


Deus comunica, dá ao homem estes atributos como parte da natureza pessoal e relacional, para que
sejam exercidos. Teólogos diferentes apresentam listas diferentes para classificar os atributos sem
estarem errados. Nossa lista considerou oferecer uma resposta prática em que diversos atributos
podem estar compreendidos em outros, como consequência natural. São eles:
- Sabedoria – A sabedoria comunicada aqui, não é como a sua; isto é impossível. Em Deus está a
plenitude perfeita. Para o homem ele disponibiliza o conhecimento, a inteligência e discernimento
em constante aperfeiçoamento nele, e ainda, uma sabedoria como dom especial por seu Espírito em
momentos especiais.
- Verdade – É a retidão e integridade do caráter. Incorruptível e sem engano, é impossível coexistir
a verdade com a mentira e haver duas verdades diferentes sobre uma mesma questão. Ser
verdadeiro é ser autêntico.
- Justiça – A rigor, é a equidade e equilíbrio para julgar, deliberar, ponderar e determinar a solução
acertada sob normas, princípios e direitos, sem ferir, perverter e desprezar a liberdade das razões e
dos sentimentos. Estabelece-se pela verdade.
- Fidelidade – Na raiz hebraica, as palavras fidelidade e fiel, significam: escorar, amparar, sustentar,
suportar e firmar. A fidelidade de Deus caracteriza sua lealdade, honestidade, honra, dignidade,
credibilidade, e a fé que podemos ter nele. Se constitui em uma aliança eterna a qual sua natureza
divina não se permite trair. Ela advém do cumprimento da justiça.
16
- Santidade – Literalmente, santidade significa, primeiro, separação. Deus está separado de tudo,
pois que nada se compara ou iguala a Ele; é maior em excelência do que tudo. Tomando o
significado de “absoluto”, da química, quer dizer: aquele elemento, aquela substância que não
admite mistura. É pura; e nesta pureza satisfaz um propósito exclusivo, ideal e definitivo. Assim,
como segundo significado, temos a dedicação ou consagração a sua vontade. A santidade separa
Deus da criação porque Ele é incontaminável, imaculável e intocável; e por si só esta santidade
consome toda a impureza. Somente o seu bom querer permite que nos aproximemos dele para que
sejamos feitos santos.
- Amor – De todos os atributos morais, relacionais e comunicáveis, o amor é o que melhor revela
seu caráter, e é o que dele nos aproxima. Não é um impulso resultante de uma forte emoção, mas a
permanência de um intenso sentimento favorável de aceitação e querer apesar do conhecimento de
razões para não o ter. Se a santidade nos separa, seu amor nos atrai e nos constrange em um misto
de orgulho e vergonha por sermos tão amados e incapazes de retribuir o amor do qual Ele é digno.
Como fruto do Espírito, o amor se caracteriza em: graça; bondade; benignidade; misericórdia e
longanimidade.

24. Defina a Trindade e dê uma referência bíblica:


De forma simples, significa: três em unidade na unidade. Vemos a Deus, que é uno, em três formas
e manifestações pessoais distintas de si mesmo, com identidade e atividade próprias, conservando,
contudo, a mesma essência, natureza e eterna divindade em sua relação com o homem: O Pai; O
Filho; O Espírito Santo. Um em três.
Na Triunidade, a ênfase está na comunhão e coexistência das três pessoas divinas consigo mesmo
em que cada uma é o mesmo e único Deus, sendo presentes as duas outras em cada pessoa. Três em
um.

25. O que é a Teoria da Evolução? Apresente um argumento bíblico que o refute


cientificamente:
É a teoria de que o universo, a terra e o homem surgiram de uma fonte primária, espontânea e
elementar comum, que por combinações aleatórias e sucessivas desenvolveu e resultou, finalmente,
nas formas de vida que se vê, numa “seleção natural”. Neste processo, Deus é desnecessário e
inexistente. Seu autor, Charles Darwin, (1809-1889) consolidou o que naturalistas como Charles
Lyell (1797-1875) e Jean Batiste LaMarck (1744-1829) já defendiam em suas observações,
tornando-se o maior e mais expressivo pensador e estudioso.
Quanto ao homem, afirma, não que este tenha evoluído do macaco; mas que todas as espécies ou
raças de macacos, (símeos) e o homem tiveram um ancestral comum; e apenas uma, a que deu
origem ao homem, evoluiu.

Obs.: A narrativa do Gênesis mostra na ordem dos seis dias plena coerência com o que diz a ciência
quanto à formação dos elementos no universo e na Terra, surgindo a vida, das formas mais simples
para as mais complexas. A teoria do “Big Bang”, da grande explosão que teria dado origem ao
universo é muito parecida com (Gn 1.3) “Haja luz”! Lembrando das leis da Física, a tal explosão se
deveria ter dado sobre alguma massa ou energia, já existente, em reação. É a primeira lei da
Termodinâmica que diz que toda massa é ou se converte em energia e vice versa, sempre em
valores constantes. Outra Lei, a da Biogênese, afirma que a vida só provém de vida e refuta a
Geração Espontânea – vida surgindo do nada; o que provou Louis Pasteur. Até para que houvesse a
explosão, o Big Bang, algo ou alguém deveria prover a substância a explodir.
O próprio tempo é mostrado em sua relatividade quando um dia é descrito como tendo mil anos e
mil anos durando um dia para Deus. (Sl 90.4) (2 Pe 4.1) O dia de quase 24 horas existe em função
da rotação da Terra sobre seu eixo, e ao redor do Sol. O mesmo Sol criado no 4º dia. Aqui podemos
entender cada dia como Eras, períodos diferentes entre si que tiveram um princípio, meio e fim de
duração. A criação, como Deus nos revela, não é estúpida e não contradiz as Leis da ciência que
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Ele mesmo, Deus, estabeleceu. O que os homens não querem é admitir um Deus Senhor e que
exige santidade.

26. Que é religião e qual sua relação com a teologia?


Religião é a expressão da busca do homem, de uma experiência sobrenatural com algum tipo de
força ou ser superiores ou uma divindade em resposta às suas perguntas e anseios existenciais.
Envolve emoções e razões; certas ou erradas. Biblicamente e literalmente, religião é a religação
com Deus. A teologia, portanto, que significa: “estudo de Deus”, é a forma natural e necessária
para se conhecer a Deus a partir da experimentação religiosa de sentimentos pessoais, para através
do ensino, adquirir conhecimento e viver a prática da verdadeira religião.

27. Que é doutrina?


Doutrina pode ser definida como um conjunto de ideias e princípios imprescindíveis que formam
as correntes de pensamentos de um grupo social e expressam suas crenças e conhecimentos. A
doutrina propõe modelos de vida e de valores, forma opiniões e juízos e orienta quanto às ações. A
doutrina deve conter verdades fundamentais apresentadas com clareza e coerência, interpretando
antecipadamente as mudanças por sua aplicação sob preceitos bem organizados. Em nosso caso,
doutrina, que significa ensinamento: é a instrução das verdades bíblicas de modo lógico, ordenado
e sistemático. Assim, vale a doutrina, pelo poder de suprir a crença sem a restrição de um credo e a
prisão de um dogma; vale a doutrina, pela revelação do conhecimento da verdade, na razão da fé;
vale a doutrina, pelos frutos produzidos no caráter do crente e pelo caminho apontado para os
homens.

CRISTOLOGIA
PERGUNTAS REFERENTES A CRISTO JESUS (Cristologia).

1. Cite alguns nomes que são dados a Jesus?


1.1 Jesus (hebraico, Jehoshua, Jeová é Salvação) - Significa Salvador - Mateus 1.21.
1.2 Cristo (grego) - Significa Ungido - Mateus 16.13-17.
1.3 Messias (hebraico) - Significa Ungido - João 1.41; 4.25; Mateus '.18; 16.16,20; 26.63; 27.22;
Marcos 8.29; 14.61; Lucas 2.11,26; 9.20; 22.67; João 4.29: 7.26 e seguintes; João 9.22; 10.24; Atos
2.36; 3.20; 4.26 e seguintes: Atos 5.42; 9.22; 17.3; 18.28; 26.23.
1.4 Emanuel (hebraico) -Significa Deus conosco ou Deus está conosco - Isaias 7.14; 8.8; Mateus
1.23.

2. Quem é Jesus?
1. Jesus é Criador:
1.1. Criador de todas as coisas - João 1.1-3; Colossenses 1. 13-16 1.
1.2. Criador do homem (genérico - homem e mulher) - Gênesis 1.26-27; “Façamos, nossa” incluem
Jesus como Criador do homem.
2. Jesus é a Segunda Pessoa da Trindade Divina - Mateus 28.19.
3. Jesus é Deus - João 1.1; 5.18,19,23; 10.30; 14.13,14; 17.5; 20.28,29; Atos 7.55-59; Romanos
10.9; I Coríntios 11.23-25; Filipenses 2.5-11; Colossenses 2.9; II Timóteo 4.18; Hebreus 1.6;
13.20-21; I João 5.20; Apocalipse 5.11-14.
4. Jesus é O Único Salvador da humanidade - Isaías 53.6,7,10; Lucas 2.21; João 1.29; 5.24; 3.36;
6.47; 11.25; 14.6; Atos 4.12; Colossenses 1.20 1 Timóteo 2.5-6 Hebreus 7.25-28; 1 Pedro 1.18-19;
Apocalipse 7.13-15.
5. Jesus é Intercessor - João 14.13; Hebreus 7.25.
18
6. Jesus é Filho de Deus - Mateus 3.17; Marcos 1.11; Lucas 3.22; Mateus 11.27; Mateus 12.18;
Mateus 16.16,17; Mateus 17.5; João 1.34; João 14.13; João 17.1,5; Romanos 1.4; Romanos 5.10;
8.3,31,32; I Coríntios 1.9.
7. Jesus é o Único Filho de Deus - João 3.16 (Se Deus tivesse outros filhos, Jesus não seria o
unigênito, mas o primogênito).
8. Jesus é o Pão da Vida - João 6.30-35;57,58.
9. Jesus é o Verbo -João 1.1-17.
10. Jesus é “a Palavra de Deus” - Apocalipse 19.13 (Na Versão revisada a expressão “a Palavra de
Deus” foi traduzida por “o Verbo de Deus”).
11. Jesus É Aquele em quem está a vida que é a Luz dos homens Jo 1.4. 12.
12. É a Palavra da Vida - I João 1.1.
Nota: Na Versão revisada a expressão “a Palavra da Vida” foi traduzida por “o Verbo da Vida”.13.
Jesus tem os mesmos Atributos de Deus:
13.1. Onisciência (Jesus é Onisciente) - Mateus 9.4; Marcos 2.8; Lucas 5.4-6;
22.10-13; João 1.43-50; 2.24,25; 4.16-18; 13.1; 16.30; Colossenses 2.2-3.
13.2. Onipotência (Jesus é Onipotente) -Mateus 8.16; Mateus 8.26,27; Mateus 28.18; Lucas 4.33-
36; Lucas 7.12-15; Lucas 8.52-55; João 11.43-44.
13.3. Onipresença (Jesus é Onipresente) - Mateus 18.20; Mateus 28.18-20; Efésios 1.20-23.
13.4 Eternidade (Jesus é Eterno) - Miquéias 5.2; João 1.1-2; João 8.58; Romanos 9.5; Colossenses
1.17; Hebreus 6.20; Hebreus 7.24,25.
13.4. Jesus tem Existência Própria - João 5.26; Hebreus 7.16.
13.5. Imutabilidade (Jesus não muda) - Hebreus 13.8.
13.6. Santidade (Jesus é Santo) - Lucas 1.35; João 6.69; Hebreus 7.26,. Apocalipse 3.7.
13.7. Impecabilidade (Jesus nunca pecou) - Isaías 53.9; João 8.46,. II Coríntios 5.21; Hebreus 4.15;
1 Pedro 3.18.
13.8. Jesus é Criador - João 1.3; I Co 8.6; Colossenses 1.16; Hebreus 1.8-10.
13.9. Jesus é amor - João 15.13. 43.
14. Jesus é Deus e foi adorado como Deus - Mateus 14.33; 28.9; João 1.1,18; 9.38;14.8-9;
Filipenses 2.6-7; 10; Hebreus 1.6.

3. Quando estava entre nós, Jesus era Deus ou era homem?


Jesus era perfeitamente homem e perfeitamente Deus.
Teve fome - Mateus 4.2;
Dormia - Mateus 8.24.
Teve compaixão - Mateus 9.36.
Entristecia-se - Mateus 26.26,28,38.
Amava - Marcos 10.21.
Nasceu em forma humana - Lucas 1.31 e Lucas 2.5-7.
Crescia - Lucas 2.40,42,46.
Alegrava-se - Lucas 10.21.
Sofria - Lucas 22.44.
Tinha um corpo humano - Lucas 24.39, João 1.14; 6.51,53-56; 19.33, II Co 5.16, Rm 1.3; 8.3, Ef
2.14, 1 Tm 3.16, Hebreus 2.9,14,17,18; 5.7; 10.20, I Pedro 2.24; 4.1, I João 4.1-3 e II João 7.
Cansava-se - João 4.6,7.
Sofria - João 11.33.
Chorava - João 11.35.
Sentia sede - João 19.28-30.
Sofreu tentação - Hebreus 4.15.
Nota: Para provar que Jesus é perfeitamente Deus pode ser mencionado João 10.30, assim como os
milagres realizados por Ele, como por exemplo o seu poder sobre a natureza acalmando o mar
agitado.
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4. Que é União Hipostática?
É a união das duas naturezas, humana e divina, na Pessoa de Cristo.

5. Quais são os três Ministérios e os três Ofícios de Jesus?


1. Profeta - Mateus 14.5.
2. Sacerdote - Hebreus 2.17; 3.1; 6.20; 7.26-28; 8.1; 9.11,12, 28.
3. Rei - Salmos 2.6-8; Mt 5.35; 21.5; 25.31,32; Lc 19.38; Jo 18.36,37; I Tm 6.15; II Pedro 2.11;
Apocalipse 17.14; Apocalipse 19.16.

6. Qual é a Obra de Jesus?


1. Sustentar todas as coisas pela Palavra do Seu Poder - Hebreus 1.1-4.
2. Salvar a humanidade -João 3.16.

7. Onde encontramos a primeira promessa da Vinda de Jesus como Redentor da humanidade?


R: Em Gênesis 3.14,15.

8. O que é uma Cristofania?


É a aparição de Cristo em forma visível aos homens.

9. O que significa: Cristo? Quem é? Por quê? Prove biblicamente:


Cristo, do grego e Messias, do hebraico Mashisch, significa: Ungido. Jesus era o Cristo. O Ungido
era a figura central da esperança judaica; o que representava a reconciliação plena com o Deus
Eterno: Yahweh. A unção no AT estabelecia autoridade reconhecida, enviada, confirmada e
aprovada. O Cristo era O Ungido sobre todos os ungidos. (Is 61.1-3) (Lc 4.14-18) (Mt 16.16,17)

10. O que significa o nome de Jesus? Prove:


Jesus, do grego ou Josué, latinização do hebraico Ieshua, significa: Salvador. Jeová Salva. Era um
nome comum que retratava a esperança de Israel, por isso mesmo, muito usado. (Mt 1.21) (Lc
1.30-33; 2.10,11,21)

11. Jesus é Deus? Prove com uma citação sua e a de um escritor bíblico:
As declarações de Jesus implicam, bem mais, na reivindicação da divindade pelos atributos, poder
e direitos exclusivos de Deus que ele tomou para si e, os que criam aceitavam. Estes estavam claros
na Lei e eram naturais na cultura hebraica; e assim as autoridades religiosas não tiveram dúvidas:
se não era Deus, se dizia igual, um mesmo com Ele; Jesus disse ser Deus. Motivo legal de seu
julgamento: Blasfêmia.

12. Cite os ofícios de Jesus, com referências:


Profeta: Isaías 61.1 – João 4.18 (Jo 4.19) (At 7.37) Sacerdote: (Hb 3.1) Rei: (Lc 23.42) (Jo 18.36) .

13. Quantas são e quais são as naturezas de Jesus? Em que proporção?


Duas. Humana e Divina. 100% homem e 100% Deus. (Fl 2.5-11)

14. Explique o porquê das naturezas:


Era divino em perfeita santidade para que o sacrifício vicário tivesse valor e, humano, para que o
sangue fosse derramado e o sacrifício consumado. (Hb 2.14-18; 4.14,15; 9.22,27,28)

15. Prove biblicamente, citando ocasiões em que se mostrou homem.


Comeu e bebeu: A ceia. (Mt 26) Dormiu: No barco. (Mt 8.24) Morreu.

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16. Se era homem, ele podia pecar? Ele pecou? Prove:
Sim, mas não pecou. (Hb 2.17,18; 4.15)

17. Por que Jesus chorou à entrada de Jerusalém? (Lc 19.41-44)


Por ver o futuro do povo judeu em rejeitar o messias; o sofrimento e juízo eterno para a
humanidade que o rejeitaria e por sua própria dor, em todas as dimensões, que se seguiria. –
Consultar referências e considerar suas próprias conclusões.

18. Explique o que o autor aos Hebreus quis dizer sobre Jesus ter que sofrer para aprender a
ser obediente? (Hb 5.7-9)
Interpretação pessoal. Nos três versículos o autor aos Hebreus disseca as naturezas divina e
humana de Jesus e a relação conflitante de todo homem, entre a razão e a sensibilidade; mente e
coração; o que se sabe e o que se sente. A dupla natureza única e atípica de Jesus, só será conhecida
na Glória. O servo perfeito em obediência, ao Pai e ao seu próprio querer, (Mt 26.38,39) (Jo
10.17,18; 12.27) não poderia ser sujeitado a um castigo que lhe impusesse sofrimento para
aprender a obedecer, e só assim, ser aperfeiçoado, como parece sugerir o texto. Isto seria duvidar,
vacilar, incredulidade, pecar. (Is 53.11) (1Pe 1.11) (Sl 22.24) Deus se fez homem para impor a si
mesmo o alto preço da justiça e juízo que decretou contra o homem, e pagar, por amor.

19. Quem mais profetizou sobre ele e foi chamado de profeta messiânico? Dê um exemplo:
Isaías.

20. Quem profetizou sobre o local de se nascimento? Cite a referência:


Miquéias. (Mq 5.2)

21. Cite 3 pessoas que sejam Tipos de Cristo no AT: Explique:


- Isaque: O sinal mais evidente de sua vida foi o ser levado ao sacrifício por seu pai Abraão; (Gn 22)
mas, um dos mais impressionantes e mais belos momentos está no envio de Eliezer, servo de
Abraão e figura do Espírito Santo em busca de uma esposa para Isaque. (Gn 24) Eliezer não vai a
uma terra de estranhos e encontra Rebeca, figura da Igreja. Todo o episódio é o completo relato
profético, repetido em Cantares, ministrado pelo próprio Jesus e consumado no Apocalipse, do
encontro de Cristo com a Igreja. O Arrebatamento. (Gn 24.63-67) (Ct 3.6,7; 6.10; 8.5) (Mt 25.1-12)
(Ap 19.7)
- José: O que é traído pelos irmãos; vendido por moedas de prata; tido como morto; o que recebe
aos que o negaram em um banquete, se dá a conhecer e perdoa. O humilde servo que se torna
senhor da terra, abaixo, somente, do grande rei, que lhe dá o nome de: salvador do mundo. (Gn 37
a 46)
- Moisés. Não é necessário dizer muito. O libertador. (Dt 18.17,18) (At 3.22) (Hb 3.1-19)

22. Cite outros 3 Tipos (símbolos) no A.T. (não pessoas) e explique por que:
Exemplos.
- A Arca de Noé: A Salvação do juízo divino foi proclamada e estabelecida de forma única e
condicional à entrada na Arca, pela fé. (Gn 6 à 9) (Hb 11.7) (Ef 4.5) O abrigo da Arca é símbolo do
batismo – morte e ressurreição em Jesus Cristo; novo nascimento pela água e pelo Espírito. (1Pe
3.20,21) (Jo 3.5)

- A serpente no deserto: A serpente enrolada numa haste é o símbolo da medicina É símbolo de cura
e saúde para o corpo e para a alma. (Nm 21.4-9) No deserto, depois do pecado de murmuração,
rebeldia, veio a morte por serpentes ardentes; a ordem de Deus era o olhar – ir ao encontro da
serpente de metal para perdão e vida. Jesus confirmou o símbolo. O Filho do Homem no madeiro;

21
levantado, (Jo 3.14,15) se fazendo maldito ao levar a nossa maldição. (Gl 3.13) Como profetizou
Davi: olhar para ele. (Sl 34.5)

- O Tabernáculo: O santuário e todos os elementos e peças sagradas nele contidos, bem como o
propósito de sua edificação; a oferta de sacrifícios, prefiguram o sacrifício maior e perfeito do
Cordeiro de Deus – do Sumo Sacerdote Jesus. (Hb 81-5; 9.6-12; 10.19-23)

21. Cite as palavras de Jesus na cruz:


- “Deus meu ...” (Mt 27.46)
- “Pai, perdoa-lhes ...” (Lc 23.34)
- “Em verdade te digo ...” (Lc 23.43)
- “Pai, nas tuas mãos ...” (Lc 23.46)
- “Mulher, eis aí ...” (Jo 19.26,27)
- “Tenho sede.” (Jo 19.28)
- “Está consumado.” (Jo 19.30)

PNEUMATOLOGIA
PERGUNTAS REFERENTES AO ESPÍRITO SANTO (Pneumatologia)

1. O Espírito Santo é uma coisa, uma influência ou uma pessoa?


O Espírito Santo é uma Pessoa.

2. Quem é o Espírito Santo?


1. O Espírito Santo é Criador - Criador do homem (genérico – homem e mulher) Gênesis 1.26 –
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do
mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se arrasta sobre a terra”.
2. O Espírito Santo é uma Pessoa
2.1. O Espírito Santo ajuda - João 15.26.
2.2. O Espírito Santo ama - Romanos 15.30.
2.3. O Espírito Santo consola - João 1.1.16-17.
2.4. O Espírito Santo dá testemunho, testifica – João 15.26; Hebreus 10.15.
2.5. O Espírito Santo toma decisões - Atos 15.28.
2.6. O Espírito Santo ensina - Lucas 12.12; I Coríntios 2.13.
2.7. O Espírito Santo entristece-se - Efésios 4.30.
2.8. O Espírito Santo fala – Mt 10.20; João 16. 13; Atos 8; 10,19; 13.2; 20.22, 23, Apocalipse 2.7
(veja também os versículos 11 e 29)
2.9. O Espírito Santo guia - João 16.13; Romanos 8.14 .
2.10. O Espírito Santo intercede - Romanos 8.26,27.
2.11. Pode-se mentir ao Espírito Santo - Atos 5.3.
2.12. O Espírito Santo dá ordens -Atos 8.29.
2.13. O Espírito Santo pode ser resistido - Atos 7.51.
2.14. O Espírito Santo realiza milagres - Ezequiel 8.3; 11.24; Atos 10.38.
2.15. O Espírito Santo esquadrinha as profundezas de Deus - I Co 2.10, Hb 10.29. 2.16. O Espírito
Santo vocaciona homens - Atos 13.2; Atos 20.22,23.
3. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade Divina - Mateus 28.19.
4. O Espírito Santo é Deus:
4.1. Pedro referiu-se ao Espírito Santo como Deus -Atos 5.3-4.
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4.2. O Espírito Santo é Onipotente (Isaías 11.2; Lucas 1.35; Romanos 15.19).
4.3. O Espírito Santo é Onipresente - Salmos 139.7-10.
4.4. O Espírito Santo é Onisciente - João 14.26; João 16.13; ICoríntios 2.9-11.
4.5. O Espírito Santo é Eterno - Hebreus 9.14.
4.6. O Espírito Santo é a Verdade- João 16.13.
4.7. O Espírito Santo é Santo - Como o seu próprio nome diz: Espírito Santo.
5. O Espírito Santo é Consolador - João 14.16.
6. O Espírito Santo é Onisciente - Isaías 40.13.

3. Qual é a Obra do Espírito Santo?


- Dar testemunho de Jesus -João 15.26.
- Convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo de Deus. Jo 16.8-11.

4. Cite algumas Manifestações do Espírito Santo no Antigo Testamento.


Gn 2.2; Números 24.2,18; Juízes 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6; 14.19;15.14, 1Samuel 10.6,10;
11.6; 16.13-14; 19.20-23; 2Samuel 23.2; 1Reis 18.12; 22.24; 2Reis 2.16; 2Crônicas 15.1; 18.23;
20.14; 24.20; Neemias 9.30; Jó 33.4; Salmos 51.11; 139.7.

5. No Antigo Testamento, o Espírito Santo habitava nas pessoas de forma permanente?


Não (Veja os versículos mencionados na resposta anterior)

6. Cite algumas Manifestações do Espírito Santo no Novo Testamento.


a. Maria foi concebida pelo Espírito Santo - Mateus 1.18-20.
b. O Espírito Santo desceu sobre Jesus no dia do Seu batismo - Mateus 3.16.
c. O Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto - Mateus
d. O Espírito Santo transportou Filipe para pregar ao eunuco e o levaram de volta - Atos 8.29,39.
e. O Espírito Santo auxiliou as igrejas e elas se multiplicavam - Atos 9.31.
f. Espírito Santo falou com Pedro - Atos 10.19.
g. O Espírito Santo falou com a igreja que estava em Antioquia - At 13.1-2.
h. O Espírito Santo enviou a Barnabé e a Saulo - Atos 13.4.
i. O Espírito Santo impediu a Paulo e a Timóteo de anunciar a Palavra de Deus na Ásia, e em
Bitínia - Atos 16.6-7.

7. No Novo Testamento, o Espírito Santo habitava nas pessoas de forma permanente?


Sim.

8. Quando os salvos recebem o Espírito Santo?


No momento da conversão a Jesus Cristo. Romanos 8.9 - "Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele".

9. Quais são os frutos do Espírito Santo?


"Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a
fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei" - Gálatas 5.22-23.

TRINDADE
PERGUNTAS REFERENTES À TRINDADE DIVINA.

23
1. A palavra Trindade é encontrada na Bíblia?
Não. A Bíblia não registra o vocábulo Trindade, porém registra os seus componentes: Pai (Deus),
Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo.
Um dos “fortes” “argumentos” contra a existência da Trindade divina é que a palavra Trindade não
aparece sequer uma vez na Bíblia. A declaração de que o vocábulo Trindade não aparece na Bíblia
é verdadeira, todavia não é correta a conclusão de que a Trindade divina não existe, porque não
encontramos a palavra Trindade na Bíblia.
Se usarmos a mesma linha de raciocínio, podemos afirmar que há erros na Bíblia, por exemplo, na
Bíblia não encontramos H20 e sim água: os conhecedores de química poderiam afirmar que Deus
não criou a água e sim H20 (a água é composta de duas partículas de hidrogênio e uma partícula de
oxigênio).
Também não poderíamos, biblicamente, combater vícios como, cigarro, cerveja, cachaça, uísque,
conhaque, maconha, cocaína, crack, heroína, entre outros, pois não encontramos estas palavras na
Bíblia.
A Bíblia não menciona algumas denominações evangélicas e seitas, tais como Presbiteriana,
Metodista, Assembleia de Deus, etc, e nem por isso elas deixam de existir. Escora Bíblica
Dominical: encontramos na Bíblia? Então por isso ela não existe? E a Convenção Batista de São
Paulo, está na Bíblia? Inúmeros outros exemplos poderiam ser dados, de organizações que existem
e não estão escritas na Bíblia.

2. O que é a Trindade Divina?


a. É como Deus se revela a si mesmo, na Bíblia, numa existência tríplice.
b. O Pai é Deus - João 4.23; 6.27; 1Coríntios 8.6; Efésios 4.6 1Pedro 1.2.
c. O Filho, Jesus Cristo, é Deus - João 10.30; Romanos 9.5; Colossenses 2.8-9.
d. O Espírito Santo é Deus - Mateus 1.18-20; 12.32; Lucas 12.12; João 14.26.
Notas:
1a - A Água. Ela tem uma só natureza, uma só essência. Mesmo sendo uma unidade, a água pode
ser uma unidade e uma trindade, pois é encontrada em três estados, a saber: líquido, sólido e gasoso,
sem deixar de ser água.
2a. O homem. Ao mesmo tempo, o homem é uma só criatura e uma trindade: porque é constituído
de três partes: alma, mente e corpo. A alma é nossa parte espiritual; a mente, a parte intelectual; e o
corpo a parte física. As três partes não nos dividem. Continuamos sendo uma unidade, uma só
pessoa, um só indivíduo.
3a. Deus nos revelou a essência da Doutrina da Trindade, sem deter-se em detalhes.
4a. O ser humano, crê em muitas verdades às quais não conseguimos entender e/ou explicar. Entre
muitas, os sentimentos dor, a morte, a vida, a eletricidade... Se por um lado, na Bíblia é claríssimo
Doutrina da Trindade divina, por outro lado é inegável a nossa dificuldade em compreender esta
Doutrina.
Isto ocorre porque jamais a criatura conseguirá explicar perfeitamente quem é o seu criador e o
finito não conseguem entender em sua inteireza o infinito.
A nossa limitação humana é a causa da dificuldade em explicar perfeitamente a Doutrina da
Trindade. Para aquilo que não conseguirmos entender e explicar sobre a Trindade divina, basta-nos
a declaração feita por Deus: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor no Deus, mas as reveladas
nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta
Lei” - Deuteronômio 29.29.
Também são pertinentes as declarações paulinas: “Pois, qual dos homens entende as coisas do
homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as
compreendeu, senão o Espírito de Deus” - 1Coríntios 2.11; “Porque agora vemos como por espelho,
enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente,
como também sou plenamente conhecido” 1Coríntios 13.12.

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3. O que é a Triunidade Divina?
É a unidade, a harmonia existente entre as Três Pessoas da Trindade. (Tri = três; Unidade = um).

4. Prove a existência da Trindade Divina no Antigo Testamento.


4.1. Gênesis 1.22 – “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos,
e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra”.
4.2. Gênesis 11.7 – “Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a
língua do outro”.
4.3. Isaias 6 - “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
exércitos; a terra toda está cheia da sua gI6ria”.

5. Prove a existência da Trindade Divina em o Novo Testamento.


Mateus 3.16, 17; João 14.16.

ANTROPOLOGIA
PERGUNTAS REFERENTES À ANTROPOLOGIA (Doutrina Do Homem)

1. Qual é a origem do homem?


O homem foi criado por Deus, por Jesus e pelo Espírito Santo Gênesis 1.26 – “Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a
terra”.

2. De que maneira o homem é imagem e semelhança de Deus, de Jesus e do Espírito Santo?


O homem é imagem e semelhança de Deus, de Jesus e do Espírito Santo na capacidade de sentir,
de amar e de criar.

3. Quando Deus criou o homem, o homem era perfeito, sem pecado?


Sim- Gênesis 2.15-17; Eclesiastes 7.29.

4. Em relação ao homem, o que é Dicotomia e Tricotomia?


a. Dicotomia é a crença a de que o homem é composto de duas partes: o corpo e a alma ou espírito
(alma e espírito são a mesma coisa).
b. Tricotomia é a crença de que o homem é composto de três partes: o corpo, a alma e o espírito -
Provérbios 20.27; Isaías 57.15; 1Tessalonicenses 5.23; Hebreus 4.12.
b.1 - O corpo é a matéria com que fomos criados - Gênesis 2.7: Gênesis 3.19; 18.27; Jó 10.9; 34.15.
b.2 - A alma é a vida - Gênesis 9.4-5. O espírito é a parte que nos identifica com Deus – “E o pó
volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu” (Eclesiastes 12.7).
b.3 - Corpo (ou Carne) e Alma (ou Espírito são unidades distintas uma da outra - Mateus 10.28;
Marcos 14.38; Romanos 8.10; 1Coríntios 5.5; 1Coríntios 7.34; 1Ts 5.23; Hebreus 4.12; Tiago 2.26).
b.4 - A alma está dentro do corpo do homem – Jó 32.8; Salmos 42.6; 1Coríntios 2.11.
b.5 - Por ocasião da morte, há separação entre o corpo e a alma - Gênesis 35.18; Salmos 146.4;
Eclesiastes 12.7; Lucas 8.54-55; João 19.30; Atos 7.59; 2Coríntios 5.1-8: Filipenses 1.23; 2Pedro
1.13-14; Apocalipse 6.9-10.

5 - Discorra sobre o homem carnal e o homem espiritual.


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Romanos 8.5-6: “Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que
são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a
inclinação do Espírito é vida e paz”.
Leia também: Gálatas 6.18; Mateus 26.41; João 3.6; João 6.63; Romanos 7.7-25; 8.4; Romanos
8.9-13; 9.14; 1Corintios 2.14; 15.50; 2Corintios 10.3; Gálatas 5.16,17,24; 1 Pedro 4.2; 1 João 2.16.

HAMARTIOLOGIA
PERGUNTAS REFERENTES A HAMARTIOLOGIA (Doutrina do Pecado).

1. Qual é a origem do pecado?


O pecado originou-se quando Satanás e alguns anjos rebelaram-se contra Deus. (Isaias 14.13,14;
Ezequiel 28.11-19; Mateus 12.24-30).
A tentação que Adão e Eva sofreram demonstra que o pecado já existia antes deles pecarem.

2. Quando surgiu o pecado no mundo?


Quando Eva e Adão pecaram - Gênesis capítulo 3.

3. O que é pecar?
Pecar é errar o alvo estabelecido por Deus para o homem. Pecamos por pensamentos, atitudes e
palavras.

4. Quem peca?
Todos os seres humanos: o pecado é universal - 1Reis 8.46; Salmos 11.1-3; 5.12; 1 João 1.10; 3.4;
Tiago 1.14, 15. 5.

5. Os crentes pecam?
Sim - Romanos 3.9, 10.23; 7.15-24; Tiago 3.2; 1João 1.8-10.

6. Cite as duas classes em que os pecados podem ser divididos.


a. Pecado da comissão - Praticar o pecado (ocorre quando pecamos fazendo algo que desagrade a
Deus).
b. O pecado da omissão - Deixar de fazer o bem - Tiago 4.17.

7. Cite duas consequências do pecado.


a. O pecado separa o homem de Deus levando-o à morte espiritual - Romanos 3.23.
b. O pecado leva o homem à condenação eterna - Romanos 6.23.

8. O que é o pecado original?


O pecado original foi o primeiro pecado que Adão cometeu.

9. O que é a imputação de pecados?


É a passagem do pecado de Adão a todos os seres humanos (Salmos 51.5; João 3.6; Romanos 3.9-
19; 5.12; 1 Coríntios 5.19; Efesios 2.2-3).

10. Uma criança recém nascida peca?


Não. 2 Samuel 12 23.
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11. Existe perdão para todos os pecados?
Sim. Romanos 5.8,9. e Colossenses 1.20; 1 João 1.7.
Obs.: Excetuando-se o pecado contra o Espírito Santo.

12. Existe algum pecado que não tem perdão? Qual?


Sim. A blasfêmia contra o Espírito Santo - Mateus 12.31.

13. O Que é a Blasfêmia contra o Espírito Santo?


É a rejeição ao Espírito Santo. Quem rejeita o Espírito Santo não será salvo, porque é Ele quem
atua na conversão, “convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo de Deus” - João 16.8.

SOTERIOLOGIA
A SOTERIOLOGIA (Doutrina da Salvação).

1. O que é Salvação? Salva-se de quê? Quem salva?


É o ato da maravilhosa graça e amor de Deus em oferecer por Seu favor e boa vontade, sem que os
homens façam algo anteriormente para merecer receber, o livramento da condenação do pecado,
que é a morte, por intermédio do sacrifício de Seu filho Jesus Cristo. (Jo 3.16) (Rm 6.23)

2. A salvação é um ato ou um processo?


É um ato. O ocorre no exato momento em que uma pessoa se converte a Jesus Cristo, crendo nEle
como único e suficiente Salvador (Lucas 23.42,43; João 5.24).

3. A santificação é um ato ou um processo?


É um processo que só termina com a morte -1 Pedro 1.15.

4. O crente pode perder a salvação?


Não - João 6.37; 10.27-29.

5. O que significa ser salvo?


a. Ser salvo é ter a vida eterna e não ser condenado à perdição eterna é passar da morte para a vida
- João 5.24.
b. Ser salvo, é nascer de novo - João 3.3-6.
c. Ser salvo, é ter a vida eterna pela fé em Cristo como único suficiente Salvador - Romanos 6.23;
1João 5.11-13.
d. Ser salvo é tornar-se uma nova criatura - 2Corintios 5.17; Efésios 4.24.
e. Ser salvo é deixar de ser criatura e passar a ser filho de Deus - João 1.12.
f. Ser salvo é morrer com Cristo é deixar Cristo viver em si, é viver pela fé em Cristo – Galatas2.20.
g. Ser salvo é ir morar com Deus e com Jesus no céu após a morte - João 14.3; João 17.24

6. O que é preciso fazer para ser salvo?


a. Para ser salvo é preciso reconhecer os pecados cometidos - Lucas 23.41
b. Para ser salvo é preciso arrepender-se dos pecados cometidos Mateus 4.17; Lucas 16.30; Atos
3.19; 2Pedro 3.9; Apocalipse 9.20-21.
c. Para ser salvo é preciso confessar os seus pecados a Deus 1João 1.9

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d. Para ser salvo é preciso entregar a sua vida a Jesus, crendo nele como único e suficiente
Salvador - João 3.16 Atos 4 .12; 16.30; Efésios 2.8.
e. Para ser salvo é preciso declarar publicamente a sua fé em Jesus - Mateus 10.32; Lucas 12.8
Apocalipse 3.5; Romanos 10.9-11 João 4.15.

7. Quanta custa a salvação?


Nada é gratuita – Efésios 2. 6-9.
Obs.: Mais custou a morte de Jesus Cristo. Pra nós custa nada. Mas para Jesus custou a Sua vida.

8. Quais os quatro passos da Salvação? Fale sobre cada um:


Regeneração – Justificação – Santificação – Glorificação.

- Regeneração é ser gerado de novo: É o ato do novo nascimento; da conversão; da mudança;


transformação em uma nova criatura pelo sangue de Jesus. (Jo 3.3) (Tt 4.5)

- Justificação é o ato judicial de Deus em nos declarar justos. Em sua onisciência e soberania Ele
vê a Regeneração operada em nosso coração a atesta que estamos justificados perante Ele e,
cumprida a exigência da lei do pecado, livres da condenação. (Rm 5.1; 8.30-33)

- Santificação é o início da restituição da imagem e semelhança da natureza divina no homem. É o


ato contínuo à Regeneração e Justificação, sendo nós, separados do mundo e do pecado por Ele e
para Ele pelo seu Espírito Santo. (1Ts 3.13) ( Hb 12.14) (1Pe 1.2)

- Glorificação é o estado final reservado para o crente. Ser feito e transformado em um corpo
incorruptível, glorificado, como o de Cristo após a ressurreição. (1Co 15.50-58) (Rm 8.30-33).

9. O que é a justificação?
É o ato pelo qual Deus torna o pecador arrependido livre de culpa e por conseguinte de condenação
- Gálatas 2.16.

10. Por que é necessário que o homem se reconcilie com Deus?


Por causa da separação entre o homem e Deus motivada pelo pecado -Romanos 5.8-11; 2Corintios
5.18-19; Colossenses 1.20. Só Jesus Crista pode reconciliar o homem com Deus. Essa
reconciliação é a Salvação que somente Jesus pode dar.

11. Qual foi o principal propósito no Plano de Deus para a salvação da humanidade?
A morte de Cristo na cruz - Mateus 20.17-28; Romanos 5.6-11; 8.33-34; Efésios 1.7; 2Timóteo
1.10; Hebreus 2.14; 5.9; 9.14; 1Pedro 2.24; 1João 1.7.

12. Quem pode ser salvo?


Todas as pessoas. 1Timóteo 2.3-6; 2Pedro 3.9.

13. O que é Redenção?


Redenção é o ato ou efeito de redimir; ajudar; salvar; libertar; remover a culpa e receber e/ou dar
uma nova condição; ser transformado, transformar em definitivo.

14. O que é Remissão?


Remissão é o perdão da dívida; (do pecado) aceitando o credor, (Deus) uma compensação que o
satisfaça plenamente como pagamento e, assim, desconsiderando o rigor da exigência inicial.

15. O que é Eleição?


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Eleição é a escolha de Deus nos dando acesso a todas as suas bênçãos; aos servos, o direito de
serem filhos: à salvação. Esta escolha em Cristo é uma eleição geral e eterna para todo aquele que
se candidatar a receber o voto de aprovação de Deus. Ser candidato (ao céu) é ter a “marca da
candura”, a brancura, ser tornado alvo, ser purificado. (Ef 1.3-6)

16. O que é Livre arbítrio?


Liberdade de decidir e julgar o que lhe parecer melhor para si; liberdade de escolha.

17. O que é Predestinação?


É a doutrina que ensina que Deus decretou, já “previamente” pela sua soberania, que os homens
estão escolhidos e destinados a um fim, independente do que façam ou aparentam ser: uma parte
deve ser salva e a outra parte condenada.
Segundo ela, nada ou qualquer ação pode mudar este fato; “Deus não é injusto, pois não é
obrigado a salvar ninguém. A culpa é do homem; a queda de Adão foi sua própria falta. Jesus não
morreu por todos; mas, apenas pelos salvos. Não fosse assim, os que se perdem atribuiriam
fracasso à expiação”. Apenas, não sabem os homens, quem faz ou fará parte de cada grupo. É
irreversível.

18. Que é graça irresistível?


É a base da teologia Calvinista, desenvolvida sobre a pregação de Agostinho, em que a salvação é
por mérito exclusivo de Deus, manifestando uma graça atrativa irresistível a qual os predestinados
à salvação são incapazes de se oporem a ela. Assim, de modo sobrenatural os que devem ser salvos
serão atraídos pelo poder desta graça, inevitavelmente.

19. O que é o Reino de Deus?


- O Reino de Deus é o céu. Lugar onde todos os salvos habitarão eternamente:
- Enoque foi levado por Deus ao céu, ao Reino de Deus - Gênesis 5.24.
- Elias subiu ao céu, ao Reino de Deus - 2Reis 2.11.
- Moisés, juntamente com Elias, apareceu a Jesus no monte da transfiguração muitos séculos após
terem morrido.
- Onde estavam eles? No céu, o Reino de Deus - Mateus 17.3.
- Jesus dirá aos que salvou que possuam o reino de Deus, o céu, que está preparado desde a
fundação do mundo - Mateus 25.34.
- Jesus ensinou que Lázaro, o mendigo, morreu e foi para o seio de Abraão, para o céu, para o
Reino de Deus - Lucas 16.22. Observe que neste versículo, em sua segunda parte, referindo-se ao
rico, encontramos a declaração de que o rico foi para o inferno, para o hades;
- O ladrão, crucificado ao lado de Cristo, recebeu de Jesus a garantia de que naquele mesmo dia,
após a sua morte, estaria no Paraíso, no céu, no Reino de Deus, com Jesus - Lucas 23.42-43.
- Quando estava morrendo, Estevão declarou que viu o céu, viu o Reino de Deus - Atos 7.54-56,59-
60.
- Jesus referiu-se ao céu como um lugar onde há muitas moradas - João 14.1-2 e prometeu que
levaria os salvos para lá - João 14.3; 17.24.
- O apóstolo Paulo afirmou que o céu é o lugar para onde os salvos vão, imediatamente após a
morte - 2Coríntios 5.1-2,8; Filipenses 3.20.
- O escritor da Carta aos Hebreus declarou que o céu a pátria celestial, a cidade, o lugar preparado
por Deus para os salvos por Jesus - Hb 11.14-16.
- O apóstolo Pedro disse que o céu é a herança incorruptível e incontaminável dos salvos - 1 Pedro
1.3-4.
- O Reino de Deus é o lugar onde Jesus e Deus habitam – João 3.13; Efésios 4.10; Leia Atos 7.54-
56-60 no ponto anterior e veja que Estevão, além de ver o céu, viu a Deus e a Jesus, no céu.

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- No céu haverá uma multidão incontável de salvos. um número que não pode ser calculado -
Apocalipse 19.1.
- No céu não haverá apenas 144.000 pessoas - Os 144.000 citado em Apocalipse 14.3-4 são do sexo
masculino e virgens.
- Os 144.000 mencionados em Apocalipse não são de todas as nações povos e tribos, nem são os
reis da terra, são de todas as tribos dos filhos de Israel Apocalipse 7.4-8 - 12.000 de cada uma das
tribos de Israel.
“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as
nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro,
trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos” - Apocalipse 7.9.

20. O que é o Inferno?


a. O inferno é um lugar preparado para o diabo e seus anjos - Mateus 25.41; 2 Pedro 2.4;
Apocalipse 20.1-3; 10.
b. O inferno é um lugar de castigo eterno para quem não converter-se a Jesus - Salmos 9.17;
Mateus 5.22; Mateus 13.41,42; Mateus 18.8-9; Mateus 25.46; Marcos 3;29; 2Tessalonicenses 1.7-9;
Apocalipse 19.20; 20.15; 21.8.
Nota: As palavras “sheol” (hebraica) e "hades" (grega), podem ser traduzidas por “sepultura” mas,
também têm o sentido de “o mundo dos mortos”. Basta verificar os dicionários destas duas línguas

ANGELOLOGIA
A ANGELOLOGIA ou ANGEOLOGIA (Doutrina Dos Anjos)

1. Quem são os anjos?


1o - Etimologicamente, anjos são “mensageiros”.
2o - Anjos: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de
herdar a salvação?” - Hebreus 1.14.
3o - São criaturas um pouco mais elevadas do que os seres humanos - Hebreus 2.6-7.
4o - Não tem os mesmos atributos de Deus - Hebreus 2.6-7.
5o - São seres assexuados - não tem sexo - e por isso não se casam nem procriam (Mateus 22.23-
30).

2. Quais são as categorias em que os anjos estão divididos?


R: Anjos, Arcanjos, Querubins e Serafins.

3. Quem são os anjos decaídos?


R: Satanás e os anjos que o seguiram - Isaias 14.12-15; 2Coríntios 11.14 (Satanás transforma-se em
anjo de luz).

ESCATOLOGIA
A ESCATOLOGIA (Doutrina Dos últimos acontecimentos):

1. Que é o arrebatamento e quando se dará?


É a primeira parte de duas fases distintas da volta de Jesus que irá desencadear uma série de
eventos na terra e no céu para o que se pode descrever como: o Fim de todas as coisas; o fim do
mundo. O Arrebatamento será, propriamente, a saída, escape, tomada repentina, rápida e enérgica
30
da Igreja fiel, da terra, por Jesus, em um momento inesperado quanto à sua exatidão, porém,
cercado de sinais já profetizados. (Mt 24.3-121) (Lc 12.35-46; 17.24-36) (Jo 14.1-3) (Rm 13.11)
(1Co 15.20-23, 51-53) (1Ts 4.13-17; 5.2-4). O Arrebatamento compreende, se dará para a Igreja
que estiver viva e todos os que morreram na esperança e na fé tendo entregado suas vidas ao
salvador Jesus. Ele mesmo, Jesus, fará o chamado e os mortos ressuscitarão primeiro e receberão
um corpo glorificado, e em seguida e imediatamente, “num piscar de olhos”, os santos receberão
igualmente, o corpo glorificado sem passar pela morte, e ambos serão recebidos nos céus. Nesta
fase, Jesus não tocará seus pés na terra nem será visto; somente a Igreja terá consciência e
participação. Aos olhos do mundo será um desaparecimento brutal e misterioso de parte da
população; uma catástrofe.

2. O que são a primeira e a segunda ressurreição?


As duas ressurreições de que nos fala a Bíblia, num sentido geral, descrevem uma decisão e
julgamento de Deus sobre os homens que participarão de ambas. A primeira diz respeito aos salvos;
a todos os que morreram na esperança e na fé desde Adão. A segunda será a dos ímpios, igualmente,
de todos os tempos desde a criação do homem. Na primeira haverá a concessão legal e consumada
dos galardões e recompensas, bem como a vida mediante o corpo glorificado com o acesso a
presença do Deus Pai. Na segunda, os ímpios ressuscitados receberão a condenação a qual já estão
sentenciados.
(Dn 12.2) (Mt 25.31-46) (Jo 5.28,29) (Ap 20.5,11-15) Entre o desfecho de ambas há um intervalo
de mil anos, assim compreendido:
A primeira inclui três fases em três tempos e três grupos de ressuscitados em condições
características e distintas que se somarão até que se completem mutuamente.
A primeira fase é formada por Cristo – A Primícia – em sua ressurreição, resgatando e levando
consigo todos os fiéis que morreram antes e até sua morte na Cruz. (Mt 27.53) (Lc 23.39-43) (At
26.23) (1Co 15.20,23) (Cl 1.18) A segunda fase abriga os santos que morreram, a Igreja, depois de
sua ressurreição até o momento do Arrebatamento. (1Ts 4.16) A terceira e última é formada pela
Igreja que não estiver preparada, vigilante no ato do Arrebatamento e for deixada para trás pelo
Noivo (Mt 25.1-13) ante a Grande Tribulação e neste período se reconciliar com o Salvador Jesus e,
os ímpios que se converterem, não aceitando o sinal da Besta. Estes dois grupos serão martirizados
e mortos pelas forças do Anticristo. (Ap 6.9-11; 7.9-14; 20.4; 22.12) A primeira ressurreição se
completará, então, e Jesus voltará em Glória com todos os santos e os exércitos celestiais, sendo
visto por toda a terra e prenderá Satanás por mil anos, após o qual se dará a segunda ressurreição; o
juízo final.

3. Qual é o fato mais importante da Escatologia?


A Segunda Vinda de Cristo.

4. Como será a Segunda Vinda de Cristo?


Mateus 24.30-31; Atos 1.11; 1Tessalonicenses 4.16; Apocalipse 1.7.

ECLESIOLOGIA
ECLESIOLOGIA (Doutrina da Igreja).

1. O que significa o vocábulo "Igreja"?


Vem do grego eclesia, vocábulo formado pela preposição ek, que significa, “saída” ‘emissão para
fora’ e pelo verbo kaleo, que tem o significado de ‘chamar’, ‘convocar’. Eclesia era uma palavra
usada para a reunião dos moradores da cidade, que eram chamados para fora de suas casas para
31
participarem de uma assembleia pública, onde democraticamente discutiam os problemas da
coletividade e tomavam decisões que os beneficiavam.

2. A quem é dado o nome de Igreja local?


Igreja local é o nome dado às Igrejas estabelecidas em diversas localidades -Apocalipse 1.11 –
“Que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a
Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”; Atos 8.1; 9.31; 11.26; 14.23; 15.41; 16.1;
16.4; Romanos 16.5.16; 1Coríntios 1.2; 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; 16.9; 2Coríntios 8.1,19-23; 12.13;
Gálatas 1.2,22; Colossenses 4.15-16; 1Tessalonicenses 1.1; 2Tessalonicenses 1.1,4; Filemom 1.2.

3. Que outros nomes são dados à Igreja local?


Igreja visível; Igreja particular; Igreja militante.

4. O que a Igreja local, não é?


Igreja não é o lugar (Salão ou Templo) onde os membros reúnem-se, apesar das pessoas se
referirem a ele dizendo, por exemplo: “Eu vou à Igreja”.

5. O que é uma Igreja local?


Igreja local é um grupo de pessoas salvas por Cristo; regeneradas; submissas à Autoridade de
Cristo; batizadas por imersão, mediante uma pública profissão de Fé pessoal em Jesus Cristo como
Único Salvador; que creem na Bíblia Sagrada como a Palavra de Deus e a Sua Única Regra de Fé e
Prática; é autônoma em sua administração e governo; é independer1te do Estado; tem duas classes
de oficiais, pastores e diáconos; reúne-se num local para promover o Reino de Deus na terra,
através da Adoração a Deus e da Pregação da Palavra de Deus, no Templo e fora dele, e para
ministrar as duas Ordenanças deixadas por Jesus o Batismo e a Ceia do Senhor.

6. O que é a Igreja Gloriosa?


É a igreja formada por todos os salvos de todos os tempos. Igreja Gloriosa é a igreja constituída por
todas as pessoas que foram, são e serão salvas por Jesus Cristo independentemente da
Denominação às quais pertençam.

7. Que outros nomes são dados à Igreja Gloriosa?


Igreja Geral; Igreja Invisível; Igreja Triunfante Universal Assembleia e Igreja dos Primogênitos -
Hebreus 12.22-23.

8. Que outros dois nomes são dados à Igreja de Jesus Cristo?


a. Noiva de Cristo - Apocalipse 19.7
b. Esposa de Cristo - Apocalipse 21.9.

9. Existe a Igreja Batista?


Não. “Existem as Igrejas Batistas”

10. Por que Igrejas Batistas e não Igreja Batista?


Porque não é uma Igreja só, são várias Igrejas. As igrejas são todas autônomas. Não existe um
poder central.

11. Quem fundou a Igreja de Jesus Cristo?


O próprio Jesus - Mateus 16.18a – “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja”.

12. Sobre quem Jesus fundou a Sue Igreja?


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Sobre Si mesmo sobre o próprio Jesus - Mateus 16. 18b – “Pois também eu te digo que tu és Pedro
e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...”.
Nota: Jesus não afirmou que edificaria a Sua Igreja sobre aquela pedra apontando para uma pedra,
que estivesse diante dele e de Pedro. Jesus não disse que edificaria a Sua Igreja sobre essa pedra,
apontando para uma pedra que estivesse próxima dele, apontando para Pedro.
Jesus declarou que edificaria a Sua Igreja sobre esta pedra apontando para Si mesmo.
Gramaticalmente, na língua portuguesa assim entendemos os pronomes demonstrativos esta, essa e
aquela. Ou seja: sobre a declaração do próprio Pedro que disse: “Tu és o Cristo o Filho de Deus”.
Mateus 16.16b.

13. As Igrejas de Jesus Cristo deixarão de existir no mundo, enquanto Cristo não voltar?
Não. Enquanto Cristo não voltar as Igrejas de Jesus Cristo sempre existirão. “pois as portas do
inferno não prevalecerão contra ela” – Mateus 16.18c.

14. Quais são os oficiais das Igrejas de Jesus Cristo?


1a - Pastores (aqueles que cuidam, que apascentam o rebanho) Ef 4.11.
2a - Diáconos - Filipenses 1. 1; 1Timóteo 3. 8-13.
Nota: O pastor exerce a função de pastor quando apascenta, quando dá “o pasto”, quando alimenta
as ovelhas com o “pasto”, que é a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.
Quando prega nos Cultos, e quando lê e medita na Bíblia, por ocasião das visitas pastorais e no
aconselhamento pastoral. É a função mais visível, a que mais se destoca no Ministério Pastoral .

15. Que outros títulos são dados ao Pastor?


1a - Bispos (supervisores) - Atos 20.28; Fp1.1; 1Timóteo 3.1-7; Tito 1.5-9.
2ª - Presbíteros (supervisores) 1Tm 5.17; Tito 15; Tg 5.14; IPe 5,1-4; 3Jo v. 1.
3ª - Anciãos (homens experientes, conselheiros) - Atos 11.30;14.23; 15,2,4,6,22,23; 16.4; 20.17;
21.18; 22.5; 23.14; 24.1; 25.15; 2João versículo 1.
4ª - Ministros (aqueles que possuem um ministério, que são vocacionados para realizar uma obra) -
Lucas 1.2; Romanos 15.15-16; 1Coríntios 3.5; 1Coríntios 4.1; 2Coríntios 3.6; 2Coríntios 6.4;
2Coríntios 11.15-23; 1Timóteo 4.6.
Nota:
- 1a - Em Atos 20.17-28, lemos que Paulo convocou os Anciãos (v.7) da Igreja em Éfeso a quem
chamou também de Bispos (v.28) e os exortou a realizar o trabalho de Pastor (v.28) “... para
apascentardes a igreja de Deus”.
- 2a - Pastor, Bispo, Presbítero, Ancião e Ministro: cinco títulos para o mesmo ofício.
- 3a - A leitura dos Textos Bíblicos mencionados, particularmente Atos 20.17-28 demonstra que os
títulos conferidos ao pastor não significam a existência de hierarquia entre eles.

16. O que significa o vocábulo (a palavra) Diácono?


Vem do grego “diáconos” e significa “servo”. Os diáconos e as diaconisas são membros da Igreja,
escolhidos por ela, para servirem - 1Timóteo 3.8-13.
Nota: Há quem acredite, assim como eu, que embora não encontremos o vocábulo diácono em Atos
6.1-6, esse Texto refere-se aos diáconos. Concluo desta maneira porque as atribuições dos homens
escolhidos em Atos 6.1-6 são muito parecidas com as dos diáconos, descritas em 1Timóteo 3.8-13.

17. Quais são as funções dos diáconos?


Basicamente a função dos diáconos é servir. Os batistas, costumam declarar que aos diáconos cabe
servir às três mesas: a mesa do Senhor, a mesa do pastor e a mesa dos necessitados.

18. Quem pode ser diácono?


Segundo a descrição de 1Timóteo 3.8-13, o diácono:
33
1o. tem que ser sóbrio v. 8 parte (a).
2o. não pode ter língua dobre (ser maledicente, fofoqueiro; ter duas palavras, ser fingido) v. 8b.
3o. não pode ingerir bebida alcoólica – v. 8c.
4o. não pode ser ganancioso v. 8d.
5o. “com a consciência limpa, ele precisa conservar a verdade revelada da fé” – v. 9 parte a (A
Bíblia Na Linguagem de Hoje).
6o. antes de ser consagrado ao diaconato, precisa ficar um período de experiência; se for aprovado
nesse período, então será consagrado ao ministério diaconal – v.10.
7o. ser casado v.12.
8o. a sua esposa tem que ser uma mulher séria; não pode ser maledicente (fofoqueira) e faladeira;
tem que ser moderada e honesta – v.11.
9o. tem que ter uma só esposa e mulher. V. 12 parte a.
10o. tem que governar bem os seus filhos – v.12b.
11o. tem que governar bem a sua família – v. 12c.
12o. “os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso, e muita confiança
na fé que há em Cristo Jesus” – v.13.

19. Quantas e quais são as Ordenanças deixadas por Jesus à Sua Igreja?
Duas: o Batismo (Mateus 28.19; Marcos 16.16) e a Ceia do Senhor (Mateus 26.17-30; Marcos
14.12-26; Lucas 22.7-23: 1Coríntios 11.23-39).

20. São Ordenanças ou sacramentos? Por quê?


São Ordenanças (“ordens, leis, prescrições” – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa –
Encyclopaedia Britânica do Brasil) e não sacramentos (vocábulo que significa (“Cada um dos
sinais sensíveis produtores da graça, instituídos por Jesus Cristo como auxiliares indispensáveis
para a pessoa conseguir a salvação eterna”) porque não conferem graça alguma a quem deles
participa).

21. Qual é a forma do Batismo Bíblico?


A forma do Batismo Bíblico é a Imersão - Mateus 3.13-17 – “Então veio Jesus da Galileia ter com
João, junto do Jordão, para ser batizado por ele”.
Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém,
lhe respondeu: Consente agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele
consentiu. Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; “e eis que se lhe abriram os céus, e viu o
Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus
dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”
Notas: 1a - Jesus foi batizado no rio Jordão, porque o batismo por imersão requer muita água.
2a - Se Jesus saiu da água foi porque Ele entrou: entrou para ser batizado por imersão. Não teria
sentido algum, Ele entrar na água para ser batizado por aspersão - (algumas gotas de água serem
pingadas em Sua Cabeça).
Observações: João, o Batista, batizava em Enom, porque lá havia muitas águas -João 3.23. O
batismo por imersão requer muita água. Leia também Rm 6.3-5 e Cl 2.12 que registram que o
Batismo significa sepultamento. Para ser sepultado é necessário cobrir todo o corpo com terra. Da
mesma sorte, para ser batizado é mister ser totalmente imerso em água: é preciso cobrir todo o
corpo com água.

22. O que significa o vocábulo “Batismo” ?


Vem do grego baptizo e significa mergulhar ou imergir.

23. O que simboliza o Batismo?

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Simboliza Morte e Sepultamento para o pecado, para o mundo, e Ressurreição para uma nova vida
com Cristo, uma nova vida para Deus. Rm 6.4-5; Cl 2.12.

24. Qual é a primeira maneira de tomar-se membro de uma igreja local?


O modo inicial de tornar-se membro de uma igreja local é o Batismo - Atos 2.41.

25. Cite alguns exemplos Bíblicos de Batismo.


1o. Jesus foi batizado por imersão - Mateus 3. 13-17.
2o. Jesus ordenou que Batismos fossem realizados - Mateus 28.19-20.
3o. João foi chamado de “Batista” porque batizava por imersão – João 1.25-33; 3.23.
Nota: O nome de João, era simplesmente João. Na época em que ele nasceu, os pais não colocavam
sobrenome nos seus filhos - Lucas 1:13. Depois ele foi chamado de o Batista, porque batizava.
Mais tarde, o apelido, o Batista, foi acrescentado ao seu nome para distingui-lo das outras pessoas
que também se chamavam João. Ele ficou conhecido, portanto, por João Batista.
4o. Pedro pregou sobre a importância do Batismo - Atos 2.38.
5o. Filipe batizava por imersão - Atos 8.36-39 – “E indo eles caminhando, chegaram a um lugar
onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? [E disse Felipe:
é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de
Deus.] mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o
batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco,
que jubiloso seguia o seu caminho”. Os destaques são meus.
Notas: 1a. O eunuco foi batizado por Filipe em um lugar onde havia água suficiente para que
ambos entrassem nela. O Batismo requer muita água.
2a. Filipe e o eunuco, ambos saíram da água. Se saíram é porque entraram. Se entraram na água foi
para que o eunuco fosse batizado por imersão. Não teria sentido algum eles entrarem na água para
que fosse realizado o batismo por aspersão - (algumas gotas de água serem pingadas na cabeça do
eunuco).
3a. Para ser batizado (ou batizada) é preciso crer em Jesus Cristo como Salvador e Senhor - Marcos
16.15, 16; Atos 8.36-37; Atos 16.30- 34.
4a. Por isto não podem ser batizadas as crianças recém nascidas e as crianças que ainda não tenham
a capacidade de crer.

26. Quem pode ser batizado?


Todas as pessoas que se converteram a Jesus Cristo, aceitando-O como único e suficiente Salvador.

27. Em Nome de quem as pessoas são batizadas?


Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo - Mateus 28.19-20.

28. Que nomes são dados à Segunda Ordenança deixada por Jesus às Suas Igrejas?
Ceia, Santa Ceia e Ceia do Senhor.

29. Qual é o nome correto da Segunda Ordenança deixada por Jesus às Suas Igrejas? Por quê?
O nome correto da Segunda Ordenança deixada por Jesus às Suas Igrejas é Ceia do Senhor, porque
assim Jesus denominou a Sua Segunda Ordenança - 1Coríntios 11.20.
Notas: 1a. Não é certo o nome Ceia, porque Ceia é “refeição da noite, a última em cada dia” -
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa - Enciclopédia Britânica do Brasil.
2a. Também é incorreto o nome Santa Ceia, porque é um termo que não é encontrado em nenhum
versículo da Bíblia.
3a. Observe que, em algumas versões da Bíblia é dado erradamente como título de assuntos, a
expressão Santa Ceia. Note, entretanto, que essa expressão não está escrita nos versículos, estes
sim, Inspirados por Deus.
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30. Quantos e quais são os elementos da Ceia Do Senhor?
Dois. O Pão e o Vinho.

31. O que simboliza o pão?


O Corpo de Cristo crucificado na cruz para nos salvar.

32. O que simboliza o vinho?


O Sangue de Cristo derramado na cruz para nos salvar.

33. Quais são as três principais interpretações dadas à Ceia do Senhor?


PRIMEIRA INTERPRETACÃO - Transubstanciação (transformação das substâncias). Os
defensores desta interpretação afirmam que o pão e o vinho, após serem abençoados pelo sacerdote
católico romano, transformam-se literalmente no Corpo e no Sangue de Jesus.
SEGUNDA INTERPRETACÃO - Consubstanciação (presença real nas substâncias) - Os
defensores desta interpretação afirmam que Cristo, no momento em que a Ceia do Senhor está
sendo ministrada, está presente de uma forma misteriosa e milagrosa, no pão e no vinho,
concedendo graça, benefícios, bênçãos para quem participa da Ceia do Senhor - Assim creem os
presbiterianos.
TERCEIRA INTERPRETACÃO – Memorial (traz a memória a lembrança de Jesus) – “Fazei
isto em memória de mim” Esta é a correta interpretação Bíblica e por isso adotada pelos Batistas
filiados á Convenção Batista Brasileira. A Ceia do Senhor é um Memorial, para nos lembrar,
primeiro, que Jesus morreu na cruz para nos salvar (1Coríntios 11.26); segundo, que Cristo voltará
uma segunda e última vez para buscar quem a Ele entregou a direção de sua vida (1Coríntios
11.26); terceiro, que devemos santificar a nossa a vida todos os momentos, até que Ele volte.

34. Quais são os modos da Ceia Do Senhor ser ministrada?


Há pelo menos quatro modos de ser ministrada a Ceia do Senhor:
PRIMEIRO MODO: Ceia Ultra Restrita. Servida somente aos membros da Igreja que está
realizando a Ceia do Senhor.
SEGUNDO MODO: Ceia Restrita. Servida a todos os membros das Igrejas da mesma
Denominação.
TERCEIRO MODO: Ceia Livre. Servida a quem for membro de qualquer Igreja evangélica.
QUARTO MODO: Ceia Ultra Livre. Servida a qualquer pessoa, membro ou não de uma Igreja
evangélica.
Nota: Antigamente todas as Igrejas Batistas adotavam a Ceia Restrita, fato que, infelizmente não
ocorre hoje em dia. Contudo, creio que a Ceia Restrita é o modo correto de ministrar a Ceia do
Senhor.

35. Quais são os modos de tornar-se membro de uma Igreja Batista?


Batismo, Carta de Transferência (de outra Igreja Batista da mesma Fé e Ordem; Igreja filiada à
Convenção Batista Brasileira), Reconciliação (de pessoas excluídas de alguma Igreja Batista da
mesma Fé e Ordem) e em casos excepcionais por Aclamação.
Nota: A Carta de Transferência é pedida na Igreja para a qual a pessoa deseja transferir-se.

36. Quando é que alguém pode ser recebido por Aclamação?


Por exemplo: 1o. Quando a Igreja da qual O irmão (ou a irmã) é membro, fechou, impossibilitando
assim o pedido de Carta de Transferência; e em 2o. Quando a Igreja não envia a Carta de
Transferência, mesmo após inúmeros envios de pedidos de Carta, telefonemas e outras tentativas
de entrar em contato com a Igreja. A Aclamação é um expediente raramente usado.

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37. Quais são os modos de deixar de ser membro de uma Igreja Batista?
Carta de Transferência (para outra Igreja Batista da mesma Fé e Ordem), Exclusão (do Rol de
Membros da Igreja) e Morte.

38. Como é exercido o Governo nas Igrejas Batistas?


1. O Governo exercido nas igrejas Batistas é O Governo Democrático - Democracia. É uma
Democracia executiva, onde todos governam e todos são governados; é denominado também de
Governo Congregacional - cada igreja local é administrada pelos seus membros, mediante O voto;
é autônoma; é soberana (não está subordinada a qualquer organismo criado pelos homens).
2. Cristo é cabeça da Igreja e por isso a Igreja tem que estar submissa à Sua Direção: é uma
Cristocracia.
3. A Igreja também está sujeita a Deus: é uma Teocracia.

39. Que tipos de governo há em outras Igrejas Evangélicas?


Há outros 3 tipos principais de governos eclesiásticos:
1o - Governo Monárquico (é centralizado em apenas uma pessoa, que depois de eleita ou
proclamada líder, governará até à sua morte - é o governo da igreja católica, apostólica romana);
2o - Governo Episcopal (há bispos para dirigir determinado país ou regiões, tendo autoridade sobre
a área que dirige; e há um bispo ou arcebispo que exerce autoridade sobre os bispos regionais - é o
governo das igrejas luteranas, episcopais e luteranas);
3o - Governo Presbiterial ou Sinodal (há um presbitério - colegiado eleito pela igreja local - que
administra a igreja local; esse presbitério elege os seus representantes para um sínodo que
administra a denominação - é o governo da igreja presbiteriana).

40. Como são administradas as Igrejas Batistas?


1: A Assembleia da Igreja local, formada pelos seus membros, é o poder máximo da Igreja e é
também, o lugar onde são tomadas as decisões da Igreja.
2: As Igrejas Batistas têm Estatuto e Regimento próprios.
3: Os membros de uma Igreja local reúnem-se, em Assembleias regulares e extraordinárias, para
tomar as suas próprias decisões. A todos é concedido o direito de pronunciarem-se sobre todas as
matérias que estiverem em discussão, nos termos do Estatuto e do Regimento Interno da Igreja.

41. Quais são os três grandes grupos em que pode ser dividida a disciplina nas igrejas?
Disciplina Normativa, Disciplina Corretiva e Disciplina Cirúrgica.

42. Quando ocorre a Disciplina Normativa?


Quando são pregados sermões e quando são feitos estudos e palestras.

43. Quando ocorre a Disciplina Corretiva?


Quando o (a) membro da igreja é aconselhado e deixar de fazer aquilo que contraria a vontade de
Deus.

44. Quando ocorre a Disciplina Cirúrgica?


Quando o (a) membro da igreja que recebeu a disciplina normativa e a disciplina corretiva continua
agindo contrariamente à vontade de Deus e é excluído (a) da igreja.

45. Quais são os Tipos de Disciplinas em uma Igreja Batista?


Primeiro Tipo de Disciplina: Repreensão com amor, exortação com amor (1Co 2.5-8). “Ora, se
alguém tem causado tristeza, não me tem contristado a mim, mas em parte (para não ser por demais
severo) a todos vós. Basta a esse tal esta repreensão feita pela maioria. De maneira que, pelo
contrário, deveis antes perdoar-lhe e consola-lo, para que ele não seja devorado por excessiva
37
tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor”.
Segundo Tipo de Disciplina: Exclusão – Mateus 18.15-17 – “Considera-o como gentio e
publicano”. 1Corintios 5.13 – “Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo”.
Nota: em Mateus 18.15-17, Jesus ensinou quais são os cinco passos da Disciplina nas Suas Igrejas.
PRIMEIRO PASSO: - Ir ao membro que precisa ser disciplinado e repreende-lo. Se ele (a)
reconhecer o erro, arrependendo-se e se confessando a Deus, o problema está resolvido (v.15).
“Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganhado teu irmão”.
(veja também – Lucas 17.3-4: “Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e
se ele se arrepender, perdoa-lhe”).
SEGUNDO PASSO - Se a pessoa não aceitar a repreensão, levar consigo dois ou três membros da
mesma Igreja e repreendê-la novamente. Se ele (ela) reconhecer o erro, arrependendo-se e se
confessando a Deus, o problema está resolvido. “Mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou
dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada”.
TERCEIRO PASSO - Se a pessoa não aceitar a repreensão desses irmãos, levar o problema à
Igreja. “Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja...” v.17.
QUARTO PASSO - A Igreja então elege uma comissão dentre os seus membros que, em nome da
Igreja (representando a Igreja) é enviada para repreender o membro faltoso (ou a membro faltosa)
“ouvir a igreja...”. Se ele (ela) reconhecer o erro, arrependendo-se e confessando-o a Deus, o
problemas está resolvido.
QUINTO PASSO - Se a pessoa não aceitar a repreensão da Igreja, representada por essa Comissão,
não reconhecer o erro, arrependendo-se e confessando-o a Deus, então é desligado (desligada) do
rol de membros da Igreja v.17. “E, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e
publicano”. A exclusão é o último passo a ser tomado e só pode ser efetuada após os passos
anteriores serem percorridos.

46. Quem tem de ser desligado?


1o Quem promove dissensões (desacordos, discórdias. divergências, divisões) ensinando algo
contrário às Doutrinas Bíblicas - Romanos 16.17, 18: “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que
promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os
tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com palavras suaves e lisonjas
enganam os corações dos inocentes”.
2o - Quem blasfema da Fé - 1 Timóteo 1.18-20.
3o - Quem pratica imoralidades - Leia 1Coríntios 5.
4o - Quem desvia-se da Verdade (Bíblica) - 2Timóteo 2.16-18.
5o - Quem tem conduta desordenada - 2Tessalonicenses 3.6-14.

47. Como temos de agir quando repreendermos e excluirmos alguém?


1o - Perdoar quem se arrepender, independentemente da quantidade de vezes que ele (ela) pecar -
Lucas 17.3,4: “Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se
arrepender, perdoa-lhe. Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes vier ter contigo,
dizendo: Arrependo-me; tu lhe perdoarás".
2o - Com amor - 2Coríntios 2.5-8: “Ora, se alguém tem causado tristeza, não me tem contristado a
mim, mas em parte (para não ser por demais severo) a todos vós. Basta a esse tal esta repreensão
feita pela maioria. De maneira que, pelo contrário, deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que
ele não seja devorado por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o
vosso amor”.
3o - Encaminhar (guiar, levar de volta ao caminho) com espírito de mansidão, tendo cuidado para
não cometer o mesmo pecado, sabendo que estamos sujeitos a cometer pecado idêntico - Gálatas
6.1: “Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais
corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas
tentado”.
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4o - Olhar por si mesmo (ou por si mesma) para não ser também tentado (tentada); tendo cuidado
para não cometer o mesmo pecado; sabendo que estamos sujeitos a cometer pecado semelhante -
Gálatas 6.1: “Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois
espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não
sejas tentado”.
5o - Não considerar inimigo (ou inimiga) quem for repreendido (ou repreendida) - 2
Tessalonicenses 3.14,15: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai-o e
não tenhais relações com ele, para que se envergonhe; todavia não o considereis como inimigo mas
admoestai-o como irmão”.
6o - Admoestar como a um (uma) irmão (irmã) quem for repreendido (ou repreendida) – 2
Tessalonicenses 3.15: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai-o e não
tenhais relações com ele, para que se envergonhe; todavia não o considereis como inimigo, mas
admoestai-o como irmão”.

48. Quais são as Formas do Sustento Financeiro das Igrejas de Jesus Cristo?
Os dízimos e as ofertas.
1. Dízimos - Gênesis 28.20-22; Levitico 27.28-34; Lucas 18.9-14.
2. Ofertas - 1Coríntios 16.1-4; 2Corintios 9.6-15.
3. Dízimos e Ofertas - 2Crônicas 31.2-8; Ml 3.7-12; Mt 5.17-20; Mt 23.16-24.

49. O que é o Dízimo?


O Dízimo é a décima parte do salário que recebemos, de todos os nossos rendimentos financeiros,
os quais entregamos à Igreja da qual somos membros.

50. Quem foi a primeira pessoa mencionada na Bíblia, como tendo entregado o Dizimo?
Abraão -Gênesis 14.20 – “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas
mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”.

51. A Doutrina Bíblica do Dízimo é válida somente para a Antiga Dispensação (Antigo
Testamento) ou está em vigor também para os crentes da Dispensação da Graça (Novo
Testamento)?
É válida também para os crentes, salvos por Jesus Cristo. Jesus afirmou: “se a vossa justiça não
exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” - Mateus 5.20.
Mais adiante, em Mateus 23.23, Jesus ensinou: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque
dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido O que há de mais importante na
lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas (o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho)”.
Nós crentes em Jesus, temos que fazer mais do que os fariseus (Mateus 5.20). Os fariseus
entregavam os dízimos (Mateus 23.23). Nós também temos que entregar os dízimos.

52. O que são as Ofertas Alçadas (levantadas)?


Ofertas Alçadas são as ofertas levantadas pelas Igrejas para fins específicos, tais como: oferta para
Missões Mundiais, oferta para Missões Estaduais, oferta para Missões Regionais, oferta para a
Construção do Templo, oferta para a Aquisição de Propriedade, etc.

53. Quem instituiu o Dízimo e as Ofertas?


Deus - Malaquias 3.8-10.

54. Qual é o verbo correto: entregar, dar ou pagar o Dízimo?


Entregar é devolver o que pertence a alguém; dar é presentear alguém com algo; é saldar um
compromisso assumido com alguém. O Dízimo é a parte que pertence a Deus, portanto não
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podemos dar o dízimo; não podemos dar o que não pertence a nós; não podemos dar o que já é de
Deus.
O Dízimo é a parte que pertence a Deus, logo temos que entregar o dízimo; temos que entregar o
que não nos pertence, o que não é nosso; temos que entregar o que é de Deus. O Dízimo é a parte
que pertence a Deus, por conseguinte não podemos pagar o dízimo; não podemos pagar o que não
pertence a nós; não podemos pagar o que é de Deus.

55. Os pastores: tem que entregar dízimos e ofertas?


Claro que sim. Todos os crentes têm que entregar dízimos e ofertas.

56. O que é o Plano Cooperativo?


1ª. O Plano Cooperativo tem as seguintes características: 1a surgiu em 1957, foi aprovado em 1958
e entrou em vigor no ano de 1959;
2a Foi resultado de uma sugestão apresentada por alguns secretários executivos nacionais e
estaduais que desejavam que houvesse uma Receita Regular Mensal para a execução dos
programas das organizações que lideravam;
3a O princípio básico do Plano Cooperativo é semelhante ao do dizimo; assim como cada membro
da Igreja Local contribui com 10% (dez por cento) dos seus rendimentos, cada Igreja envia a
décima parte dos dízimos de seus membros à Convenção Batista Estadual ou Regional e esta envia
parte do que recebe à Convenção Batista Brasileira que faz a distribuição conforme deliberação das
Assembleia Convencionais.

57. Qual é a base Bíblica para a separação entre as Igrejas e o Estado?


O Princípio Bíblico foi ensinado por Jesus em Mateus 22.15b – “... Dai pois a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus”. Este princípio é norma das Igrejas Batistas.
Nota: Estado é tanto o país quanto o estado, propriamente dito. Por exemplo: país (Estado) - Brasil;
estado - Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, etc.

58. Cite algumas características da separação entre as Igrejas e o Estado?


1a – O Estado não pode interferir nas Doutrinas e nos Cultos da Igreja;
2a - as Igrejas não recebem qualquer subvenção do Estado (Subvenção “Auxílio pecuniário -
relativo ao dinheiro - Ou subsídio concedido pelos poderes públicos” - Dicionário Brasileiro da
Língua Portuguesa - Encyclopaedia Britannica Do Brasil);
3a - as Igrejas obedecem às autoridades;
4a - as Igrejas recebem proteção nos termos das leis;
5a – As igreja tem o seu Estatuto devidamente registrado nos órgãos Competentes.

59. Como é feita a cooperação entre as Igrejas Batistas filiadas à Convenção Batista
Brasileira?
R: A Igreja local relaciona-se para fins cooperativos com cada uma das Igrejas Batistas da mesma
Fé e Ordem (filiadas à Convenção Batista Brasileira), com a Associação Regional, com a
Convenção Batista Estadual ou Regional, com a Convenção Batista Brasileira e, por intermédio
desta, com a União Batista Latino Americana e com a Aliança Batista Mundial.

60. Por que é importante haver este tipo de cooperação denominacional?


O adágio popular “A união faz a força” aplica-se também à Igreja local, pois o que uma Igreja não
pode realizar sozinha, várias Igrejas juntas são capazes de realizar

61. Cite algumas maneiras de ser exercida a cooperação denominacional das Igrejas Batistas
com outras Igrejas da mesma fé e ordem.
A realização de intercâmbios, acampamentos, piqueniques, palestras, simpósios, congressos, etc.
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62. Enumere alguns modos de ser feita a cooperação com a denominação Batista à qual as
Igrejas Batistas estão filiadas.
1o - A Igreja credencia e envia mensageiros e mensageiras às Assembleias e encontros promovidos
pelas Associações e Convenções.
2o - A Igreja envia regularmente Ofertas Missionárias.
3o - A Igreja envia regularmente o Plano Cooperativo.
4o - Os membros das Igrejas participam das atividades das Associações Regionais, das Convenções
Estaduais, da Convenção Batista Brasileira, dos eventos denominocionais, etc.

63. E a cooperação com as outras denominações Evangélicas?


Deve haver um relacionamento fraterno, ainda que não seja conveniente por exemplo, pastores de
outras denominações fazerem palestras e pregarem nos púlpitos de Igrejas Batistas, e a realização
de eventos conjuntos com outras denominações, etc.

64. Qual é a posição das Igrejas Batistas, quanto à declaração doutrinária da Convenção
Batista Brasileira?
As Igrejas Batistas aceitam como fiel interpretação da Bíblia Sagrada o documento intitulado
Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.
Este documento foi aprovado com os votos dos mensageiros enviados pelas Igrejas cooperantes às
Assembleias Convencionais.

65. Quais são as partes de um Culto?


Um Culto a Deus tem que ter as seguintes partes: Leitura da Bíblia Sagrada e pregação da Palavra
de Deus, a Bíblia (Efésios 6.19), oração (Atos 12.5 - veja também Atos 22.17), cânticos espirituais
(Efésios 5.19 - Veja também Colossenses 3.16) e testemunhos pessoais (Atos 14.27).
Nota: Um “culto” onde somente há cânticos, não é um Culto. Um “culto” onde apenas são feitas
orações, não é um Culto. Um “culto” onde haja somente leitura da Bíblia Sagrada e pregação da
Palavra de Deus, não é um Culto. Um “culto” onde só sejam dados testemunhos pessoais, não é um
Culto. Em todos os Cultos, é necessário que haja: leitura da Bíblia Sagrada e pregação da Palavra
de Deus, a Bíblia; oração; cânticos espirituais; e testemunhos pessoais.

66. Cite outras características dos Cultos.


1. As pessoas que participam de um Culto, tem que estar reunidas em Nome de Jesus - Mateus
18.20: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome (em Nome de Jesus - veja o
contexto), aí estou eu no meio deles”.
2. O Culto tem que ser em Espírito e em verdade - João 4.23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em
que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais
que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade”.

67. Quando devemos estar presentes aos Cultos e participar deles?


Sempre que for possível. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para estar presentes
em todos os Cultos realizados pela Igreja local- Lucas 24.53:
“E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus”; Hebreus 10.25:
“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns
aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

68. Por que o irmão é Batista?


Esta resposta é individual.

41
ÉTICA PASTORAL
1. O irmão já teve problemas com algum pastor?
Nota: No caso da resposta ser afirmativa, é necessário perguntar o nome do(s) pastor(es), o(s)
problema(s) havido(s) e se o(s) problema(s) já foi(foram) resolvido(s).

2. Em relação às dívidas como está atualmente a vida financeira do irmão?


Nota: As demais perguntas devem ser formuladas tomando como base o Código de Ética da Ordem
dos Pastores Batista do Brasil.

3. O irmão crê em tudo o que respondeu neste Concílio?


Resposta aberta.

SEGUNDA PARTE
“É necessário ensinar nossa história e princípios. Enfatizá-los em assembleias, ensiná-los em
nossos seminários, divulgá-los em nossas publicações. Fazer deles a espinha dorsal de nossa
vivência como denominação.” Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho OJB, 18/10/09.

“O batista precisa saber de onde veio e para onde vai.” Pr. Zaqueu Moreira de Oliveira OJB,
18/10/09.
O ser batista é algo extremamente relevante para nossas vidas. É algo bíblico, teológico e de
princípios. Visto que, essas qualidades são vistas desde a origem dos batistas. Desde os
primórdios os batistas se destacam por essas características, como também, pela cooperação e o
fervor missionário. A Bíblia e a teologia sadia geram princípios que tem acompanhado os
batistas no decorrer de toda a sua história; norteando a sua vida, práticas cristãs e sua
eclesiologia.
Se faz necessário como batistas conhecermos a nossa origem, história, doutrina e princípios. Para
resgatarmos todo esse legado do passado para o nosso presente e perpetuá-lo para as futuras
gerações de batistas.

Quem somos como Batistas (extraído do por-


tal da CBB):
Somos um povo que vem de longe, com muitos nomes, de muitas perseguições, de muitas lutas,
mas construindo uma bela história de fé, de doutrina e de princípios.
Somos o povo da Bíblia, a Palavra Infalível e Eterna de Deus. Cremos em Deus Pai, santo, justo,
criador, e sustentador de todas as coisas. Cremos no Deus Filho Jesus Cristo, Salvador e Senhor
de nossas vidas e almas e no Deus Espírito Santo, o Consolador que nos guia em tudo quanto
Jesus ensinou.
42
Nossas igrejas adotam a forma de governo Congregacional Democrático. São Igrejas autônomas
e locais. Relacionam-se umas com as outras pela mesma fé e ordem, de forma cooperativa e por
laços fraternais. Creem na conversão pessoal de cada crente a Jesus Cristo, no exercício de sua
responsabilidade individual e que é aceito pela Igreja por batismo por imersão e mediante
confissão da sua fé em Jesus Cristo como salvador pessoal. Portanto. Não aceitam e nem
praticam o batismo infantil. Realizam seus objetivos comuns pela cooperação voluntária, na
forma de associação de Igrejas ou de convenções, como é o caso da ASSIBAP (Associação das
Igrejas Batistas do Pantanal) e da CBB (Convenção Batista Brasileira).

Definição de Teologia Sistemática


Definições de Teologia Sistemática, Teologia Bíblica, Teologia Histórica, Doutrina e Religião. Para
não ser muito prolixo apenas colocaremos breves resumos de cada item.

Teologia Sistemática
É o estudo metodológico da Bíblia que analisa a Escritura Sagrada como uma completa revelação,
em distinção das disciplinas de Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento e
Teologia Bíblica, as quais se aproximam das Escrituras como uma revelação progressiva. Deste
modo, o teólogo sistemático analisa as Escrituras como uma revelação completa, buscando
entender holisticamente o plano, propósito e a intenção didática da mente divina revelada na
Sagrada Escritura, e organizar este plano, propósito e intenção didática de modo ordenado e
apresentação coerente como artigos da fé cristã.

“Teologia é a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo”. (Strong)

“Teologia é o estudo de Deus e de todas as suas obras”. (Gruden)

“Teologia não é somente "a ciência de Deus" nem mesmo " a ciência de Deus e do homem". Ela
também dá conta das relações entre Deus e o universo”. ( Hodge)

A teologia trata, não só de Deus, mas das relações entre Deus e o universo, motivo por que fala-se
da Criação, da Providência e da Redenção.

Deus é conhecido através das suas obras e das suas atividades. Por isso a teologia dá conta destas
atividades na medida que elas acompanham o nosso conhecimento. Todas as outras ciências
exigem a teologia para sua explicação completa.

O estudo da doutrina é conhecido como teologia. A palavra doutrina significa ensino ou instrução.
A doutrina Cristã pode definir-se assim: as verdades fundamentais da Bíblia dispostas em forma
sistemática.

Este estudo chama-se comumente: teologia, ou seja, "um tratado ou discurso racional acerca de
Deus”.

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A teologia ou a doutrina assim se descreve: a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e
das suas revelações para com o homem.
A teologia é chamada de ciência porque consiste em fatos relacionados com Deus e com as coisas
de ordem divina, apresentadas de maneira lógica e ordenada.

Fazendo uma conexão entre teologia e religião teremos: Religião vem da palavra latina "ligare" que
significa "ligar"; religião representa as atividades que "ligam" o homem a Deus numa determinada
relação. Assim a religião é a prática, enquanto a teologia é o conhecimento. A religião e a teologia
devem coexistir na verdadeira experiência cristã, porém, na prática, às vezes, se acham
distanciadas, de tal maneira que é possível ser teólogo sem ser verdadeiramente religioso, e por
outro lado, a pessoa pode ser verdadeiramente religiosa sem possuir um conhecimento sistemático
doutrinário.

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade” - é a mensagem de Deus ao homem espiritual.

O alvo da teologia é a certificação dos fatos que dizem respeito a Deus e às relações entre Deus e o
universo, e a apresentação de tais fatos em sua unidade racional como partes conexas de um
formulado e orgânico sistema de verdade.
A teologia Sistemática toma o material fornecido pelas teologias Bíblicas e Históricas e, com esse
material, busca edificar um todo orgânico e consistente do nosso conhecimento de Deus e de suas
relações com o universo, quer este conhecimento seja originariamente derivado da natureza, quer
das Escrituras.

“Teologia sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta “O que a totalidade da Bíblia
nos diz hoje?” a respeito de um tópico específico”. (J. Frame).

Teologia Bíblica, Histórica e Prática


Comumente a teologia se divide em Bíblica, Histórica, Prática e Sistemática.

A teologia Bíblica tem como alvo ordenar e classificar os fatos da revelação limitando-se às
Escrituras quanto ao seu material e tratando a doutrina só na medida em que ela se desenvolveu até
o fim da era apostólica.

A teologia Histórica traça o desenvolvimento das doutrinas bíblicas desde o tempo dos apóstolos
até os nossos dias e dá conta dos resultados deste desenvolvimento na vida da Igreja.

Teologia Prática - Trata da aplicação da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica na vida dos seres
humanos, tendo como alvo a sua regeneração, santificação e edificação (Evangelismo, Missões,
Ação Social e Homilética, são algumas áreas abrangidas pela Teologia Prática).

Resumo e Aplicação da Teologia Sistemática


Essa definição indica que a teologia sistemática envolve a coleta e o entendimento de todas as
passagens relevantes da Escritura sobre vários tópicos, assim como o resumo de seus ensinos, de
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forma que saibamos em que crer sobre cada tópico. Não examina cada livro da Bíblia
separadamente, mas procura juntar em um todo coerente o que a Escritura afirma sobre dado tópico,
tal como o pecado do homem.

A ênfase da Teologia sistemática é sobre o que Deus quer que creiamos e saibamos.

A Teologia Sistemática concentra-se no resumo de cada doutrina como ela deve ser entendida pelos
cristãos do tempo presente. Às vezes isso envolve o uso de termos e até de conceitos que não foram
em si mesmos usados pelos autores individuais da Bíblia, mas que são resultados apropriados da
combinação de ensinos de dois ou mais autores bíblicos sobre um assunto específico. Os termos
Trindade, encarnação e divindade de Cristo, por exemplo, não são encontrados na Bíblia, mas eles
sumarizam de maneira útil os conceitos bíblicos.

AS TRÊS TEORIAS HISTÓRICAS DA


ORIGEM BATISTA:
Atualmente, encontramos três teorias da origem batista, que de forma resumida colocamos
abaixo.

1. A primeira é a teoria JJJ (Jerusalém—


Jordão - João)
Diz que os batistas vêm em linha ininterrupta desde os tempos em que João Batista efetuava seus
batismos no rio Jordão. Foi esposada por historiadores como: Thomas Crosby, que escreveu,
entre 1738 e 1740, História dos Batistas Ingleses, em quatro volumes. Outro historiador, G.H.
Orchard, escreveu em 1855, História Concisa dos Batistas Estrangeiros, defendendo a mesma
ideia.

2. A segunda é a teoria do parentesco espiritu-


al com os anabatistas do Século XVI:
Foi defendida por David Benedict, que publicou, em 1848, História Geral da Denominação
Batista na América e Em Outras Partes do Mundo.

3. A terceira é a teoria da origem dos separa-


tistas (puritanos) ingleses do Século XVII

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Afirma que os batistas se originaram dos separatistas ingleses, especialmente aqueles que eram
congregacionais na eclesiologia, e insistiam na necessidade do batismo somente de pessoas
regeneradas. Advogam essa teoria: o notável teólogo Augustus Hopkins Strong e o historiador
Henry C. Vedder, professor do Seminário Teológico Croser, na Pensylvania, de 1894 a 1927. Em
sua Breve História dos Batistas, publicada em 1907, Vedder declara que depois do 1610 temos
uma sucessão ininterrupta de igrejas batistas, estabelecidas com provas documentais indubitáveis.
Também adota essa teoria, o mais recente e respeitado dos historiadores batistas, Robert G.
Torbet, ex-presidente da Convenção Batista Americana, cujo livro História dos Batistas foi
publicado em 1950, precedido de um prefácio de outro grande historiador batista, Kenneth Scott
Latourette, professor da universidade de Yale. Torbet assim resume as razões por que aceita essa
teoria:
Primeira: Ela não violenta os princípios da exatidão histórica, como fazem, os que procuram
afirmar uma continuidade definida entre as facções primitivas e os batistas modernos.
Segunda: Os batistas não partilham com os anabatistas a aversão destes pelos juramentos, pelos
cargos públicos e nem adotaram doutrinas anabatistas, como: o pacifismo, o sono da alma e a
necessidade de sucessão apostólica para a ministração do batismo.
Terceira: Nem tudo que é antigo é verdadeiro. Credos e seitas podem jactar-se de sua venerável
antiguidade, ao mesmo tempo que são totalmente condenados pela Palavra de Deus. Qualquer
organização que não possa razoavelmente reivindicar Cristo como seu fundador e cabeça, como
também, ter a Bíblia como princípio de regra e fé tem pouco direito de receber o nome de Igreja
Cristã, não importando sua antiguidade.

PRINCÍPIOS BATISTAS (RESUMIDO)


Desde a gênese batista, o que ficou evidente e patente foi a defesa de princípios. Estes nortearam
e conduziram a vida, a eclesiologia, a história e a doutrina dos batistas no decorrer dos séculos.
Por causa destes princípios os batistas sofreram muita perseguição na Inglaterra e Estados
Unidos da América.
Abaixo, de forma resumida, colocarei os princípios batistas. Segundo Robert G. Torbet, um dos
maiores historiadores batistas, em “A History of the Baptists”, há seis princípios fundamentais
aceitos pelos batistas. São Eles:
(1) as Sagradas Escrituras como única norma de fé e prática.
(2) a Igreja neotestamentária composta somente de crentes batizados.
(3) o sacerdócio universal de todos os crentes.
(4) a autonomia da congregação local.
(5) a liberdade de culto religioso.
(6) a separação entre a Igreja e o Estado.

Na verdade, alguns desses princípios são aceitos e ensinados por outros grupos religiosos. O que,
entretanto, distingue os batistas das demais denominações cristãs é a sua consistência e
fidelidade a Bíblia. Temos a Bíblia como única regra de fé e prática. Ora, embora muitos assim
digam crer, dão eles também alto valor a credos, sínodos e concílios. Porém, para os batistas a
Bíblia tem prioridade, precedência e importância acima de qualquer tradição, sínodo ou concílio.
Há também outros dois princípios batistas que precisam ser destacados. São eles a cooperação
entre as a igrejas batistas e o fervor missionário. Um leva ao outro. Estes princípios transformam-se
em duas características marcantes nas igrejas batistas. Sendo essa cooperação intensa e ativa entre
suas igrejas. Não havendo nenhum poder que possa constranger a igreja local, a não ser a vontade
de Deus, manifestada através de seu Santo Espírito, os batistas, baseados nesse princípio da
cooperação voluntária das igrejas, realizam uma obra geral de missões, em que foram pioneiros
46
entre os evangélicos nos tempos modernos; de evangelização, de educação teológica, religiosa e
secular; de ação social e de beneficência. Para a execução desses fins, organizam associações
regionais e convenções estaduais e nacionais, não tendo estas, no entanto, autoridade sobre as
igrejas; devendo suas resoluções ser entendidas como sugestões ou apelos.

ORIGEM E HISTÓRIA DO SURGIMENTO


BATISTA NA INGLATERRA
O surgimento batista data entre os anos de 1606 a 1612. Perto do ano de 1606, John Smyth deu um
audacioso passo de iniciar uma igreja separatista (puritana) em Gainsborough, Lincolnshire.
Este grupo de pessoas, pastoreadas por John Smyth, começou a ser perseguidos pelo governo da
Inglaterra e pela igreja Anglicana, que os levou a migrarem para Amsterdam. Todos queriam
liberdade civil e religiosa, possível na Holanda e inexistente na Inglaterra.
Para Smyth, uma congregação só pode ser formada por crentes adultos, batizados segundo a
consciência. Seguro de que este era o ensino do Novo Testamento, Smyth pediu a Helwys que
batizasse a congregação, mas a proposta não foi aceita pelo mesmo. Smyth, então, o fez,
aspergindo-se primeiro a si mesmo e depois aos outros membros, inclusive Helwys, que pouco
tempo depois assinaria uma confissão de fé que considerava o batismo como uma manifestação
exterior da morte com Cristo visando a novidade de vida, razão por que não deveria ser ministrado
a crianças. Depois duvidando da legitimidade do batismo independente que conduzira, Smyth
procurou mesclar sua congregação com a Igreja Menonita. Cerca de dez membros da igreja se
opuseram a essa fusão. Eles reclamaram a respeito disso com Smyth e pediram aos menonitas que
não aceitassem esse grupo. (Os menonitas conseguiram postergar sua decisão e esperaram até 1615
para admitir os novos membros, três anos depois de Smyth morrer de tuberculose.)
Esse grupo de 10 pessoas não concordando com a possível fusão, liderado por Thomas Helwys,
voltou para sua terra natal. Ali, perto de Londres, estabeleceram a primeira Igreja Batista da
Inglaterra. Helwys, aristocrata rural e advogado, tornou-se grande defensor da liberdade religiosa,
publicando um livro intitulado Uma breve declaração do mistério da iniquidade. Ele ousou enviar
uma cópia autografada ao rei Tiago com a seguinte inscrição: "O rei é um homem mortal e não é
Deus; portanto, não tem poder sobre a alma imortal de seus súditos, de modo a fazer leis e
ordenanças para eles e estabelecer senhores espirituais sobre eles".
Helwys foi preso e jogado na prisão de Newgate. Que depois de vários anos veio a falecer. Através
da publicação deste livro ficou evidente algumas das mais caras tradições batistas: a liberdade
religiosa e a separação da igreja e do estado.
Em decorrência, dessa posição, os batistas sofreram muita perseguição. Entretanto, o movimento
batista cresceu. Essas igrejas se tornaram conhecidas por batistas gerais, devido à sua visão da
expiação. Pois, desposavam da teologia arminiana, sustentando que Cristo morreu por toda a
humanidade, e não apenas pelos eleitos.
O grupo conhecido como batistas particulares surgiu de maneira independente entre 1638 e 1640.
Eram puritanos que adotaram o batismo de crentes, mas retinham sua teologia calvinista. Eles
também praticavam o batismo por imersão, que os batistas gerais depois passaram a realizar. Até
aquele momento, as igrejas praticavam o batismo por aspersão. Em 1644, havia na Inglaterra 47
congregações de batistas gerais e sete de batistas particulares.
Desde o início, as duas principais ênfases batistas eram evidentes: o batismo de crentes conscientes
e a independência, isto é, a separação entre a igreja e o Estado. A Confissão de Fé de 1644 trazia a
imersão como a forma aceitável de batismo.

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HISTORIOGRAMA BATISTA NA INGLA-
TERRA
1606 - Fundação de uma igreja independente (congregação puritana) em Lincolnshire por John
Smith.

1608 - Fuga de John Smyth (1570-1612) e Thomas Helwys (1550-1616), juntos com outras
pessoas da congregação puritana de Lincolnshire, para Amsterdam (Holanda).

1609 - Autobatismo e batismo de toda a congregação, por aspersão, realizado por Smyth, em
Amsterdam, por entenderem que não era válido o batismo anterior à regeneração.
1611 - Publicação da primeira declaração de fé batista, escrita por Thomas Helwys, sob o título:
"Declaração de fé do povo inglês permanecendo em Amsterdam, Holanda".

1612 - Volta de alguns membros da igreja à Inglaterra, estabelecendo em Spitalfield (Londres) a


primeira igreja batista em solo inglês, com teologia geral (arminiana). Em 1624, havia 7 igrejas, em

1647, 47 igrejas batistas gerais e autônomas.

1612 - Publicação, por Helwys, do livrete "Breve declaração sobre o mistério da iniqüidade", para
defender a liberdade religiosa.

1616 - Surge a primeira igreja batista de confissão particular (calvinista, predestinista), pastoreada
por Henry Jacob (1616-1622), John Lathrop (1624-1634) e Henry Jessey (1637-1639). Desta igreja
surgiram outras quatro.

1641 - Início da prática da imersão (em função da leitura e discussão de Colossenses 2.12 e
Romanos 6.4, discussão principiada em 1610, com Henry Jacob), com Richard Blunt batizando
Samuel Blacklock e estes aos outros 53 membros da igreja.

1644 - Publicação da primeira confissão de fé dos batistas particulares "Primeira confissão de


Londres", assinada por sete igrejas formando uma Associação.

1660 - Organização da Associação dos Batistas Gerais de Londres.

1673 - Introdução de hinos nos cultos (uma iniciativa pioneira entre os evangélicos ingleses, que só
cantavam os salmos).

1678 - Publicação de "O peregrino", de John Bunyan (1628-1688), traduzido em mais de 200
idiomas.

1689 - Publicação da Confissão Batista de Fé de Londres, de orientação teológica calvinista.

1787 - Envio de pedido ao parlamento inglês para abolição da escravidão pela Assembléia Geral
dos Batistas Gerais.

1792 - Fundação entre os batistas particulares, por William Carey (1761-1834) e outros, da
Sociedade Batista para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos (depois, Sociedade Missionária
Batista).
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1793 - Nomeação de William Carey e John Thomas como missionários à Índia.

1891- Surgimento da União Batista da Grã-Bretanha, unificando os batistas particulares e gerais.

1905 - Organização da Aliança Batista Mundial em Londres.

HISTÓRIA DOS BATISTAS NOS ESTADOS


UNIDOS:
A perseguição aos batistas e a outros grupos separatistas evangélicos, os levou a várias partes do
mundo e, em especial às colônias da América do Norte, em busca da liberdade religiosa. Dois
ilustres homens são considerados fundadores das igrejas Batistas em solo americano, Roger
Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele
fundou com o nome de Rode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport,
também em Rode Island.
Os batistas se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e foram influentes na
formação da constituição americana de 1781.
Os Batistas Norte Americanos foram grandemente motivados a evangelizar o mundo. Um jovem
casal de missionários Adoniram e Ana Judson enviados em 1812 pela Igreja Congregacional, para
evangelizar a Índia, com destino a Calcutá, examinando a Bíblia, especialmente o Novo
Testamento, com relação a doutrina do batismo, já que iriam se encontrar com o missionário
Batista William Carey e seu grupo de pastores, acabou por concluir que os batistas estavam certos
com relação ao batismo por imersão. Eles foram batizados pelo Pastor William Ward companheiro
de Carey. O mesmo fato aconteceu com outro missionário Congregacional, também enviado a
Índia, Luther Rice, que igualmente foi batizado, tornando-se Batista. Eles decidiram que Adoniram
Judson permaneceria no Oriente e Luther Raice voltaria aos Estados Unidos para mobilizar os
Batistas para a obra missionária. “Seu trabalho vingou e em maio de 1814, foi fundada uma
Convenção em Filadélfia com o nome de “Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados
Unidos para Missões no Estrangeiro”.
A partir daí, a obra missionária dos batistas iniciou um gigantesco crescimento. Chegando inclusive,
através dos Batistas do Sul, no Brasil. Onde foi organizada, no dia 15 outubro de 1882, a Primeira
Igreja Batista para Brasileiros em nossa terra e, desse trabalho, é que surgiu a Convenção Batista
Brasileira.

HISTORIOGRAMA BATISTA NOS ESTA-


DOS UNIDOS
1634 - Surgimento da primeira igreja batista nos Estados Unidos, sob a liderança de Roger
Williams (1603-1684).

1707 - Organização da Associação Batista da Philadelphia, a primeira nos Estados Unidos e que
adota a confissão calvinista de 1689.

1812 - Envio dos casais Adoniram e Ana Judson e Samuel e Harriet Newell à Índia.
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1845 - Surgimento da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos.

1955 - Início do boicote de Montgomery (Alabama, EUA) por Martin Luther King Jr. (1929-1968),
símbolo da luta batista pela justiça social.

Uma vez sabendo a origem dos batistas na Inglaterra e nos Estados Unidos, somos levados a pensar
no Brasil. Daí perguntamos: e, no Brasil como tudo começou?

HISTÓRIA DOS BATISTAS NO BRASIL:


O pastor Bowen foi o primeiro missionário enviado ao Brasil pela Junta de Richmond, associação
de igrejas batistas do Sul dos Estados Unidos. Sua missão era organizar uma igreja de língua
inglesa para os imigrantes americanos. O referido missionário também tinha intenção de trabalhar
entre os escravos, já que vinha de um longo período como missionário na África, onde inclusive
aprendera o dialeto iorubá, corrente entre os negros traficados para o Brasil. Seu sonho missionário,
entretanto, virou pesadelo.
Além de sofrer sérios problemas de saúde, o pastor foi impedido pelas autoridades de propagar
uma mensagem cristã que se caracterizava pela distância com os ensinos católicos, até então a
religião oficial do país. Bowen acabou ficando no Brasil por apenas nove meses, período em que se
comunicava com frequência, através de relatórios, com seus superiores da Junta. Nestas cartas, o
missionário se queixava do alto custo de vida, do clima quente da cidade do Rio de Janeiro e
principalmente da ameaça da febre amarela, problema crônico de saúde naqueles idos do século 19.
A Junta de Richmond ficou tão decepcionada com as dificuldades enfrentadas por Bowen que não
quis mais arriscar e cancelou todos os planos missionários para a América do Sul.
Com a Guerra de Secessão (1859-1865), entre os estados do Norte e do Sul dos EUA, milhares de
imigrantes americanos vieram para o Brasil a partir da segunda metade do século passado, em
busca do sonho da paz e prosperidade. Em sua maioria, os colonos eram de formação protestante.
Curiosamente, essa segunda onda evangelística tinha um caráter bem mais informal – ao contrário
da missão de Bowen, planejada e patrocinada pela Junta de Missões Estrangeiras, essa leva de
protestantes emigrou em busca da sua própria sobrevivência.
Devido a essa guerra civil Americana, muitos Norte-Americanos do Sul deixaram suas terras e
alguns imigraram para o Brasil. Dentre eles, encontravam-se Presbiterianos, Metodistas e
Batistas. Dentre as colônias formadas pelos Norte-Americanos, destaca-se a de Santa Barbara, em
São Paulo, onde um grupo de Batistas Americanos organizou a Primeira Igreja Batista em solo
brasileiro, em 10 de setembro de 1871. E em 1879 outra igreja foi organizada em São Paulo,
chamada Igreja Batista da Estação (atual cidade de Americana).
A igreja de Santa Barbara, desde o seu início, sonhou com um trabalho Batista mais amplo entre os
brasileiros e apelou para a Convenção Batista do Sul dos EUA, através da Junta de Richmond. Um
dos pastores de Santa Barbara, EH. Quillin, chegou a ser nomeado em 1879, missionário no Brasil
com sustento próprio. No entanto, o resultado mais efetivo do apelo só foi concretizado com a
vinda do casal William Buck Bagby e Ana Bagby, em 1881, que se dirigiu para Santa Bárbara.
Bagby pastoreou a igreja ali, onde encontrou um brasileiro devidamente batizado, o ex-padre
Antonio Teixeira de Albuquerque. Sendo esse o primeiro pastor batista brasileiro.
Posteriormente, em março de 1882, Zacarias C. Taylor e Kate Taylor chegaram ao Brasil.
Bagby e Taylor preocupavam-se em descobrir qual o lugar que Deus lhes indicaria para iniciarem o
trabalho propriamente missionário. Ao lado dos missionários estava também o agora Antonio
Teixeira de Albuquerque.

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Salvador foi a cidade escolhida para ser o berço do trabalho batista do Brasil, surgindo assim em 15
de outubro de 1882, a Igreja Batista na Bahia, hoje chamada a Primeira Igreja Batista do Brasil. Ela
foi organizada com 05 membros.
Como o trabalho ia se fortificando e como Taylor já tinha condições de assumir sozinho o trabalho
na Bahia, Bagby decidiu ir para o Rio de Janeiro, a fim de estabelecer ali trabalho
batista. Inicialmente, os trabalhos eram realizados numa pensão mantida por uma senhora, membro
de uma Igreja Batista de Londres, Elizabeth Williams. Ali foi fundada a Primeira Igreja Batista do
Rio de Janeiro, em 24 de Agosto de 1884, com quatro membros.

Depois surgiram as seguintes igrejas:


Em 17 de maio de 1885, a Primeira Igreja Batista de Maceió, fundada pelo Pr (ex-padre) Antônio
Teixeira de Albuquerque, com 10 membros.
Em 04 de abril de 1886, a Primeira Igreja Batista de Recife, fundada pelo Missionário
Charles D. Daniel, com 06 membros.
Em 1907 já havia 83 igrejas e 4.200 membros. E daí em diante, o trabalho batista no Brasil
só tem crescido.
Nos primeiros vinte e cinco (25) anos de trabalho, Bagby e Taylor auxiliados por outros
missionários e, por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham
organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
A preocupação dos primeiros missionários batistas dos Estados Unidos da América com a
evangelização e a organização de novas igrejas batistas nos mais diversos Estados do Brasil
motivou o pioneirismo e alavancou o crescimento da denominação em solo brasileiro.

HISTORIOGRAMA BATISTA NO BRASIL:


1871 - Organização de uma igreja batista no Brasil, de língua inglesa, em 10 de setembro, na
cidade de Santa Bárbara (SP).

1880 - Batismo e ordenação ao ministério do ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque (1840-


1887), o primeiro pastor batista brasileiro.
1882 - Fundação da primeira igreja batista, em 15 de outubro, em Salvador (BA).
1884 - Fundação da primeira igreja batista, em 24 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).

1891- Aparecimento do Cantor Cristão, com 16 hinos, editada por Salomão Luiz Ginsburg (1867-
1927), "o judeu errante", nomeado neste ano como missionário no Brasil.

1901 - Fundação de O Jornal Batista.

1902 - Fundação do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife.


1907 - Organização da Convenção Batista Brasileira, em Salvador (BA).

1908 - Fundação do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro.

1908 - Recomendação de Crispiano Dario da Silva como o primeiro missionário ao interior do país
(Acre).

1911 - Envio do primeiro missionário brasileiro ao estrangeiro (João Jorge de Oliveira, para
Portugal).

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1916 - Tradução e adaptação da Confissão de Fé de New Hampshire como a declaração doutrinária
dos batistas brasileiros, que só seria substituída em 1986.

1940 - Publicação da primeira edição da tradução de Almeida da Bíblia, pela Imprensa Bíblica
Brasileira.

1960 - Realização de conferência evangelizadora no estádio do Maracanã (Rio de Janeiro), com a


presença de perto de 200 mil pessoas, tendo Billy Graham como pregador.

1965 - Realização da Campanha Nacional de Evangelização (com o seguinte alvo: 1 +1 = 500 mil),
sob a liderança de Rubens Lopes.

1974 - Publicação da primeira declaração doutrinaria elaborada no Brasil por iniciativa e execução
do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

1986 - Publicação da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, preparada no Brasil.

1991 - Publicação do Hinário para o Culto Cristão.

2008 - Publicação do Novo Testamento em Xerente, preparada por Guenther Carlos Krieger.

Princípios Batistas (Extraído do portal batis-


ta)
A AUTORIDADE
1- Cristo como Senhor
A fonte suprema da autoridade cristã é o Senhor Jesus Cristo. Sua soberania emana da eterna
divindade e poder – como o unigênito filho do Deus Supremo – de sua redenção vicária e
ressurreição vitoriosa. Sua autoridade é a expressão de amor justo, sabedoria infinita e santidade
divina, e se aplica à totalidade da vida. Dela procede a integridade do propósito cristão, o poder da
dedicação cristã, a motivação da lealdade cristã. Ela exige a obediência aos mandamentos de Cristo,
dedicação ao seu serviço, fidelidade ao seu reino e a máxima devoção à sua pessoa, como o Senhor
vivo.
A suprema fonte de autoridade é o Senhor Jesus Cristo, e toda a esfera da vida está sujeita à sua
soberania.
2- As Escrituras
A Bíblia fala com autoridade porque é a palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque
é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelação de si
mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de
Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu domínio. Na
sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que
atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as
questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a
Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem
através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução.

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A Bíblia como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos
ensinamentos de Jesus Cristo é a nossa regra autorizada de fé e prática.

3- O Espírito Santo
O Espírito Santo é a presença ativa de Deus no mundo e, particularmente, na experiência humana.
É Deus revelando sua pessoa e vontade ao homem. O Espírito, portanto, é a voz da autoridade
divina. É o Espírito de Cristo, e sua autoridade é a vontade de Cristo. Visto que as Escrituras são
produto de homens que, inspirados pelo Espírito, falaram por Deus, a verdade da Bíblia expressa a
vontade do Espírito, compreendida pela iluminação do mesmo. Ele convence os homens do pecado,
da justiça e do juízo, tornando, assim, efetiva a salvação individual, através da obra salvadora de
Cristo. Ele habita no coração do crente, como advogado perante Deus e intérprete para o homem.
Ele atrai o fiel para a fé e a obediência e, assim, produz na sua vida os frutos da santidade e do
amor.
O Espírito procura alcançar vontade e propósito divinos entre os homens. Ele dá aos cristãos poder
e autoridade para o trabalho do reino e santifica e preserva os redimidos, para o louvor de Cristo;
exige uma submissão livre e dinâmica à autoridade de Cristo, e uma obediência criativa e fiel à
palavra de Deus.
O Espírito Santo é o próprio Deus revelando sua pessoa e vontade aos homens. Ele, portanto,
interpreta e confirma a voz da autoridade divina.

O INDIVÍDUO
1- Seu valor
A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus; é único, precioso e insubstituível.
Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo. O homem,
como indivíduo, é distinto de todas as outras pessoas. Como pessoa, ele é
unido aos outros no fluxo da vida, pois ninguém vive nem morre por si mesmo.
A Bíblia revela que Cristo morreu por todos os homens. O fato de ser o homem criado à imagem de
Deus, e de Jesus Cristo morrer para salvá-lo, é a fonte da dignidade e do valor humano. Ele tem
direitos, outorgados por Deus, de ser reconhecido e aceito como indivíduo sem distinção de raça,
cor, credo, ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade
de alcançar o seu potencial.
Cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideração como uma
pessoa de valor e dignidade infinita.

2- Sua competência
O indivíduo, porque criado à imagem de Deus, torna-se responsável por suas decisões morais e
religiosas. Ele é competente, sob a orientação do Espírito Santo, para formular a própria resposta à
chamada divina ao evangelho de Cristo, para a comunhão com Deus, para crescer na graça e no
conhecimento de nosso Senhor. Estreitamente ligada a essa competência está a responsabilidade de
procurar a verdade e, encontrando-a, agir conforme essa descoberta, e partilhar a verdade com
outros. Embora não se admita coação no terreno religioso, o cristão não tem a liberdade de ser
neutro em questões de consciência e convicção.
Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e
religiosas.

3- Sua liberdade
Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião
de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua
crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando direitos e convicções
alheios; cultuar a Deus tanto a sós quanto publicamente; convidar outras pessoas a participarem nos
cultos e outras atividades de sua religião; possuir propriedade e quaisquer outros bens necessários à
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propagação de sua fé. Tal liberdade não é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente
tolerado – nem pelo Estado, nem por qualquer outro grupo religioso – é um direito outorgado por
Deus.
Cada pessoa é livre perante Deus em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou
rejeitar a religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros.

A VIDA CRISTÃ

1- A salvação pela graça


A graça é a provisão misericordiosa de Deus para a condição do homem perdido. O homem no seu
estado natural é egoísta e orgulhoso; ele está na escravidão de Satanás e espiritualmente morto em
transgressões e pecados. Devido à sua natureza pecaminosa, o homem não pode salvar-se a si
mesmo. Mas Deus tem uma atitude benevolente em relação a todos, apesar da corrupção moral e da
rebelião. A salvação não é o resultado dos méritos humanos, antes
emana de propósito e iniciativa divinos. Não vem através de mediação sacramental, nem de
treinamento moral, mas como resultado da misericórdia e poder divinos. A salvação do pecado é a
dádiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pelo arrependimento em relação a
Deus, pela fé em Jesus Cristo, e pela entrega incondicional a Ele como Senhor.
A Salvação, que vem através da graça, pela fé, coloca o indivíduo em união vital e transformadora
com Cristo, e se caracteriza por uma vida de santidade e boas obras. A mesma graça, por meio da
qual a pessoa alcança a salvação, dá certeza e a segurança do perdão contínuo de Deus e de seu
auxílio na vida cristã.
A salvação é dádiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pela fé em Cristo e
rendição à soberania divina.

2- As exigências do discipulado
O aprendizado cristão inicia-se com a entrega a Cristo, como Senhor. Desenvolve-se à proporção
que a pessoa tem comunhão com Cristo e obedece aos seus mandamentos. O discípulo aprende a
verdade em Cristo, somente por obedecê-la. Essa obediência exige a entrega das ambições e dos
propósitos pessoais e a obediência à vontade do Pai. A obediência levou Cristo à cruz e exige de
cada discípulo que tome a própria cruz e siga a Cristo.
O levar a cruz, ou negar-se a si mesmo, expressa-se de muitas maneiras na vida do discípulo.
Este procurará, primeiro, o reino de Deus. Sua lealdade suprema será a Cristo. Ele será fiel em
cumprir o mandamento cristão. Sua vida pessoal manifestará autodisciplina, pureza, integridade e
amor cristão, em todas as relações que tem com os outros. O discipulado é completo.
As exigências do discipulado cristão estão baseadas no reconhecimento da soberania de Cristo,
relacionam-se com a vida em um todo e exigem obediência e devoção completas.

3- O sacerdócio do crente
Cada homem pode ir diretamente a Deus em busca de perdão, através do arrependimento e da fé.
Ele não necessita para isso de nenhum outro indivíduo, nem mesmo da igreja. Há um só mediador
entre Deus e os homens, Jesus. Depois de tornar-se crente, a pessoa tem acesso direto a Deus,
através de Jesus Cristo. Ela entra no sacerdócio real que lhe outorga o privilégio de servir a
humanidade em nome de Cristo. Deverá partilhar com os homens a fé que acalenta e servi-los em
nome e no espírito de Cristo. O sacerdócio do crente, portanto, significa que todos os cristãos são
iguais perante Deus e na fraternidade da igreja local.
Cada cristão, tendo acesso direto a Deus através de Jesus Cristo, é seu próprio sacerdote e tem a
obrigação de servir de sacerdote de Jesus Cristo em benefício de outras pessoas.

4- O cristão e seu lar

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O lar foi constituído por Deus como unidade básica da sociedade. A formação de lares
verdadeiramente cristãos deve merecer o interesse particular de todos. Devem ser constituídos da
união de dois seres cristãos, dotados de maturidade emocional, espiritual e física e unidos
por um amor profundo e puro. O casal deve partilhar ideais e ambições semelhantes e ser dedicado
à criação dos filhos na instrução e disciplina divinas. Isso exige o estudo regular da Bíblia e a
prática do culto doméstico. Nesses lares o espírito de Cristo está presente em todas as relações da
família. As igrejas têm a obrigação de preparar jovens para o casamento, treinar e auxiliar os pais
nas suas responsabilidades, orientar pais e filhos nas provações e crises da vida, assistir àqueles que
sofrem em lares desajustados, e ajudar os enlutados e encanecidos a encontrarem sempre um
significado na vida.
O lar é básico, no propósito de Deus, para o bem-estar da humanidade, e o desenvolvimento da
família deve ser de supremo interesse para todos os cristãos.

5- O cristão como cidadão


O cristão é cidadão de dois mundos – o reino de Deus e o estado político – e deve obedecer à lei de
sua pátria terrena, tanto quanto à lei suprema. No caso de ser necessária uma escolha, o cristão
deve obedecer a Deus antes que ao homem. Deve mostrar respeito para com aqueles que
interpretam a lei e a põem em vigor, e participar ativamente na vida social, econômica e política
com o espírito e princípios cristãos. A mordomia cristã da vida inclui tais responsabilidades como o
voto, o pagamento de impostos e o apoio à legislação digna. O cristão deve orar pelas autoridades e
incentivar outros cristãos a aceitarem a responsabilidade cívica, como um serviço a Deus e à
humanidade.
O cristão é cidadão de dois mundos – o reino de Deus e o estado – e deve ser obediente à lei do seu
país tanto quanto à lei suprema de Deus.

A IGREJA

1- Sua natureza
No Novo Testamento o termo igreja é usado para designar o povo de Deus na sua totalidade, ou só
uma assembleia local. A igreja é uma comunidade fraterna das pessoas redimidas por Cristo Jesus,
divinamente chamadas, divinamente criadas, e feitas uma só debaixo do governo soberano de Deus.
A igreja como uma entidade local – um organismo presidido pelo Espírito Santo – é uma
fraternidade de crentes em Jesus Cristo, que se batizaram e voluntariamente se uniram para o culto,
estudo, a disciplina mútua, o serviço e a propagação do evangelho, no local da igreja e até os
confins da terra.
A igreja, no sentido lato, é a comunidade fraterna de pessoas redimidas por Cristo e tornadas uma
só na família de Deus. A igreja, no sentido local, é a companhia fraterna de crentes batizados,
voluntariamente unidos para o culto, desenvolvimento espiritual e serviço.

2- Seus membros
A igreja, como uma entidade, é uma companhia de crentes regenerados e batizados que se associam
num conceito de fé e fraternidade do evangelho. Propriamente, a pessoa qualifica-se
para ser membro de igreja por ser nascida de Deus e aceitar voluntariamente o batismo. Ser
membro de uma igreja local, para tais pessoas, é um privilégio santo e um dever sagrado. O
simples fato de arrolar-se na lista de membros de uma igreja não torna a pessoa membro do corpo
de Cristo. Cuidado extremo deve ser exercido a fim de que sejam aceitas como membros da igreja
somente as pessoas que dêem evidências positivas de regeneração e verdadeira submissão a Cristo.
Ser membro de igreja é um privilégio, dado exclusivamente a pessoas regeneradas que
voluntariamente aceitam o batismo e se entregam ao discipulado fiel, segundo o preceito cristão.

3- Suas ordenanças
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O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja. São símbolos, mas sua observância
envolve fé, exame de consciência, discernimento, confissão, gratidão, comunhão e culto. O batismo
é administrado pela igreja, sob a autoridade do Deus triúno, e sua forma é a imersão daquele que,
pela fé, já recebeu a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Por esse ato o crente retrata a sua morte
para o pecado e a sua ressurreição para uma vida nova.
A ceia do Senhor, observada através dos símbolos do pão e do vinho, é um profundo
esquadrinhamento do coração, uma grata lembrança de Jesus Cristo e sua morte vicária na cruz,
uma abençoada segurança de sua volta e uma jubilosa comunhão com o Cristo vivo e
seu povo.
O batismo e a ceia do Senhor, as duas ordenanças da igreja, são símbolos da redenção, mas sua
observância envolve realidades espirituais na experiência cristã.

4- Seu governo
O princípio governante para uma igreja local é a soberania de Jesus Cristo. A autonomia da igreja
tem como fundamento o fato de que Cristo está sempre presente e é a cabeça da congregação do
seu povo. A igreja, portanto, não pode sujeitar-se à autoridade de qualquer outra entidade religiosa.
Sua autonomia, então, é válida somente quando exercida sob o domínio de Cristo.
A democracia, o governo pela congregação, é forma certa somente à medida que, orientada pelo
Espírito Santo, providencia e exige a participação consciente de cada um dos membros nas
deliberações do trabalho da igreja. Nem a maioria, nem a minoria, tampouco a unanimidade, reflete
necessariamente a vontade divina.
Uma igreja é um corpo autônomo, sujeito unicamente a Cristo, sua cabeça. Seu governo
democrático, no sentido próprio, reflete a igualdade e responsabilidade de todos os crentes, sob a
autoridade de Cristo.

5- Sua relação para com o estado


Tanto a igreja como o estado são ordenados por Deus e responsáveis perante ele. Cada um é
distinto; cada um tem um propósito divino; nenhum deve transgredir os direitos do outro.
Devem permanecer separados, mas igualmente manter a devida relação entre si e para com Deus.
Cabe ao estado o exercício da autoridade civil, a manutenção da ordem e a promoção do bem-estar
público.
A igreja é uma comunhão voluntária de cristãos, unidos sob o domínio de Cristo para o culto e
serviço em seu nome. O estado não pode ignorar a soberania de Deus nem rejeitar suas leis como a
base da ordem moral e da justiça social. Os cristãos devem aceitar suas responsabilidades de
sustentar o estado e obedecer ao poder civil, de acordo com os princípios cristãos.
O estado deve à igreja a proteção da lei e a liberdade plena, no exercício do seu ministério
espiritual. A igreja deve ao estado o reforço moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como a
proclamação clara das verdades que fundamentam a justiça e a paz. A igreja tem a responsabilidade
tanto de orar pelo estado quanto de declarar o juízo divino em relação ao governo, às
responsabilidades de uma soberania autêntica e consciente, e aos direitos de todas as pessoas. A
igreja deve praticar coerentemente os princípios que sustenta e que devem governar a relação entre
ela e o estado.
A igreja e o estado são constituídos por Deus e perante Ele responsáveis. Devem permanecer
distintos, mas têm a obrigação do reconhecimento e reforço mútuos, no propósito de cumprir-se a
função divina.

6- Sua relação para com o mundo


Jesus Cristo veio ao mundo, mas não era do mundo. Ele orou não para que seu povo fosse tirado do
mundo, mas que fosse liberto do mal. Sua igreja, portanto, tem a responsabilidade de permanecer
no mundo, sem ser do mundo. A igreja e o cristão, individualmente, têm a obrigação de opor-se ao
mal e trabalhar para a eliminação de tudo que corrompa e degrade a vida humana. A igreja deve
56
tomar posição definida em relação à justiça e trabalhar fervorosamente pelo respeito mútuo, a
fraternidade, a retidão, a paz, em todas as relações
entre os homens, raças e nações. Ela trabalha confiante no cumprimento final do propósito divino
no mundo.
Esses ideais, que têm focalizado o testemunho distintivo dos batistas, choca-se com o momento
atual do mundo e em crucial significação. As forças do mundo os desafiam. Certas tendências em
nossas igrejas e denominação põem-nos em perigo. Se esses ideais servirem
para inspirar os batistas, com o senso da missão digna da hora presente, deverão ser relacionados
com a realidade dinâmica de todo o aspecto de nossa tarefa contínua.
A igreja tem uma posição de responsabilidade no mundo; sua missão é para com o mundo; mas seu
caráter e ministério são espirituais.

A NOSSA TAREFA CONTÍNUA

1- A centralidade do indivíduo
Os batistas, historicamente, têm exaltado o valor do indivíduo, dando-lhe um lugar central no
trabalho das igrejas e da denominação. Essa distinção, entretanto, está em perigo nestes dias
de automatismo e pressões para o conformismo. Alertados para esses perigos, dentro das próprias
fileiras, tanto quanto no mundo, os batistas devem preservar a integridade do indivíduo.
O alto valor do indivíduo deve refletir-se nos serviços de culto, no trabalho evangelístico, nas obras
missionárias, no ensino e treinamento da mordomia, em todo o programa de educação cristã. Os
programas são justificados pelo que fazem pelos indivíduos por eles influenciados.
Isso significa, entre outras coisas, que o indivíduo nunca deve ser usado como um meio, nunca
deve ser manobrado, nem tratado como mera estatística. Esse ideal exige, antes, que seja dada
primordial consideração ao indivíduo, na sua liberdade moral, nas suas necessidades urgentes e no
seu valor perante Cristo.
De consideração primordial na vida e no trabalho de nossas igrejas é o indivíduo, com seu valor,
suas necessidades, sua liberdade moral, seu potencial perante Cristo.

2- Culto
O culto a Deus, pessoal ou coletivo, é a expressão mais elevada da fé e devoção cristã. É supremo
tanto em privilégio quanto em dever. Os batistas enfrentam uma necessidade urgente de melhorar a
qualidade do seu culto, a fim de experimentarem coletivamente uma renovação
de fé, esperança e amor, como resultado da comunhão com o Deus supremo.
O culto deve ser coerente com a natureza de Deus, na sua santidade: uma experiência, portanto, de
adoração e confissão que se expressa com temor e humildade. O culto não é mera forma e ritual,
mas uma experiência com o Deus vivo, através da meditação e da entrega pessoal. Não é
simplesmente um serviço religioso, mas comunhão com Deus na realidade do louvor, na
sinceridade do amor e na beleza da santidade.
O culto torna-se significativo quando se combinam, com reverência e ordem, a inspiração da
presença de Deus, a proclamação do evangelho, a liberdade e a atuação do Espírito. O resultado de
tal culto será uma consciência mais profunda da santidade, majestade e graça de Deus, maior
devoção e mais completa dedicação à vontade de Deus.
O culto – que envolve uma experiência de comunhão com o Deus vivo e santo – exige uma
apreciação maior sobre a reverência e a ordem, a confissão e a humildade, a consciência da
santidade, majestade, graça e propósito de Deus.

3- O ministério cristão
A igreja e todos os seus membros estão no mundo a fim de servir. Em certo sentido, cada filho de
Deus é chamado como cristão. Há, entretanto, uma falta generalizada no sentido de negar o valor
devido à natureza singular da chamada como vocação ao serviço de Cristo. Maior atenção neste
57
ponto é especialmente necessária, em face da pressão que recebem os jovens competentes para a
escolha de algum ramo das ciências e, ainda mais devido ao número decrescente daqueles que
estão atendendo à chamada divina, para o serviço de Cristo.
Os que são chamados pelo Senhor para o ministério cristão devem reconhecer que o fim da
chamada é servir. São, no sentido especial, escravos de Cristo e seus ministros nas igrejas e junto
ao povo. Devem exaltar suas responsabilidades, em vez de privilégios especiais. Suas funções
distintas não visam à vanglória; antes, são meios de servir a Deus, à igreja e ao próximo.
As igrejas são responsáveis perante Deus por aqueles que elas consagram ao seu ministério.
Devem manter padrões elevados para aqueles que aspiram à consagração, quanto à experiência e
ao caráter cristãos. Devem incentivar os chamados a procurarem o preparo adequado ao seu
ministério.
Cada cristão tem o dever de ministrar ou servir com abnegação completa; Deus, porém, na sua
sabedoria, chama várias pessoas de um modo singular para dedicarem sua vida de tempo integral
ao ministério relacionado com a obra da igreja.

4- Evangelismo
O evangelismo é a proclamação do juízo divino sobre o pecado, e das boas novas da graça divina
em Jesus Cristo. É a resposta dos cristãos às pessoas na incidência do pecado, é a ordem de Cristo
aos seus seguidores, a fim de que sejam suas testemunhas frente a todos os
homens. O evangelismo declara que o evangelho, e unicamente o evangelho, é o poder de Deus
para a salvação. A obra de evangelismo é básica na missão da igreja e no mister de cada cristão.
O evangelismo, assim concebido, exige um fundamento teológico firme e uma ênfase perene nas
doutrinas básicas da salvação. O evangelismo neotestamentário é a salvação por meio do evangelho
e pelo poder do Espírito. Visa à salvação do homem todo; confronta os perdidos com o preço do
discipulado e as exigências da soberania de Cristo; exalta a graça divina, a fé voluntária e a
realidade da experiência de conversão.
Convites feitos a pessoas não salvas nunca devem desvalorizar essa realidade imperativa. O uso de
truques de psicologia das massas, os substitutivos da convicção e todos os esquemas vaidosos são
pecados contra Deus e contra o indivíduo. O amor cristão, o destino dos pecadores e a força do
pecado constituem uma urgência obrigatória.
A norma de evangelismo exigida pelos tempos críticos dos nossos dias é o evangelismo pessoal e
coletivo, o uso de métodos sãos e dignos, o testemunho de piedade pessoal e dum espírito
semelhante ao de Cristo, a intercessão pela misericórdia e pelo poder de Deus, e a dependência
completa do Espírito Santo.
O evangelismo, que é básico no ministério da igreja e na vocação do crente, é a proclamação do
juízo e da graça de Deus em Jesus Cristo e a chamada para aceitá-lo como Salvador e segui-lo
como Senhor.

5- Missões
Missões, como usamos o termo, é a extensão do propósito redentor de Deus através do
evangelismo, da educação e do serviço cristão além das fronteiras da igreja local. As massas
perdidas do mundo constituem um desafio comovedor para as igrejas cristãs.
Uma vez que os batistas acreditam na liberdade e competência de cada um para as próprias
decisões, nas questões religiosas, temos a responsabilidade perante Deus de assegurar a cada
indivíduo o conhecimento e a oportunidade de fazer a decisão certa. Estamos sob a determinação
divina, no sentido de proclamar o evangelho a toda a criatura. A urgência da situação atual do
mundo, o apelo agressivo de crenças e ideologias exóticas, e nosso interesse pelos transviados
exigem de nós dedicação máxima em pessoal e dinheiro, a fim de proclamar-se a redenção em
Cristo, para o mundo todo.
A cooperação nas missões mundiais é imperativa. Devemos utilizar os meios à nossa disposição,
inclusive os de comunicação em massa, para dar o Evangelho de Cristo ao mundo.
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Não devemos depender exclusivamente de um grupo pequeno de missionários especialmente
treinados e dedicados. Cada batista é um missionário, não importa o local onde mora ou posição
que ocupa. Os atos pessoais ou de grupos, as atitudes em relação a outras nações,
raças e religiões fazem parte do nosso testemunho favorável ou contrário a Cristo, o qual, em cada
esfera e relação da vida, deve fortalecer nossa proclamação de que Jesus é o Senhor de todos.
As missões procuram a extensão do propósito redentor de Deus em toda parte, através do
evangelismo, da educação, e do serviço cristão e exige de nós dedicação máxima.

6- Mordomia
A mordomia cristã é o uso, sob a orientação divina, da vida, dos talentos, do tempo e dos bens
materiais, na proclamação do Evangelho e na prática respectiva. No partilhar o Evangelho, a
mordomia encontra seu significado mais elevado: ela é baseada no reconhecimento de que tudo o
que temos e somos vem de Deus, como uma responsabilidade sagrada.
Os bens materiais em si não são maus, nem bons. O amor ao dinheiro, e não o dinheiro em si, é a
raiz de todas as espécies de males. Na mordomia cristã o dinheiro torna-se o meio para alcançar
bens espirituais, tanto para a pessoa que dá, quanto para quem recebe. Aceito como encargo
sagrado, o dinheiro torna-se não uma ameaça e sim uma oportunidade. Jesus preocupou-se em que
o homem fosse liberto da tirania dos bens materiais e os empregasse para suprir tanto às
necessidades próprias como as alheias.
A responsabilidade da mordomia aplica-se não somente ao cristão como indivíduo, mas, também, a
cada igreja local, cada convenção, cada agência da denominação. Aquilo que é confiado ao
indivíduo ou à instituição não deve ser guardado nem gasto egoisticamente, mas
empregado no serviço da humanidade e para a glória de Deus.
A mordomia cristã concebe toda a vida como um encargo sagrado, confiado por Deus, e exige o
emprego responsável de vida, tempo, talentos e bens – pessoal ou coletivamente – no serviço de
Cristo.

7- O ensino e treinamento
O ensino e treinamento são básicos na comissão de Cristo para os seus seguidores, constituindo um
imperativo divino pela natureza da fé e experiência cristãs. Eles são necessários ao
desenvolvimento de atitudes cristãs, à demonstração de virtudes cristãs, ao gozo de privilégios
cristãos, ao cumprimento de responsabilidades cristãs, à realização da certeza cristã. Devem
começar com o nascimento do homem e continuar através de sua vida toda. São funções do lar e da
igreja, divinamente ordenadas. E constituem o caminho da maturidade cristã.
Desde que a fé há de ser pessoal, e voluntária cada resposta à soberania de Cristo, o ensino e
treinamento são necessários antecipadamente ao Discipulado Cristão, e a um testemunho vital.
Este fato significa que a tarefa educacional da igreja deve ser o centro do programa. A prova do
ministério do ensino e treinamento está no caráter semelhante ao de Cristo e na capacidade
de enfrentar e resolver eficientemente os problemas sociais, morais e espirituais do mundo
hodierno. Devemos treinar os indivíduos a fim de que possam conhecer a verdade que os liberta,
experimentar o amor que os transforma em servos da humanidade, e alcançar a fé que lhes concede
a esperança no reino de Deus.
A natureza da fé e experiência cristãs e a natureza e necessidades das pessoas fazem do ensino e
treinamento um imperativo.

8- Educação cristã
A fé e a razão aliam-se no conhecimento verdadeiro. A fé genuína procura compreensão e
expressão inteligente. As escolas cristãs devem conservar a fé e a razão no equilíbrio próprio.
Isto significa que não ficarão satisfeitas senão com os padrões acadêmicos elevados. Ao mesmo
tempo, devem proporcionar um tipo distinto de educação – a educação infundida pelo espírito
cristão, com a perspectiva cristã e dedicada aos valores cristãos.
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Nossas escolas cristãs têm a responsabilidade de treinar e inspirar homens e mulheres para a
liderança eficiente, leiga e vocacional, em nossas igrejas e no mundo. As igrejas, por sua vez, têm a
responsabilidade de sustentar condignamente todas as suas instituições educacionais.
Os membros de igrejas devem ter interesse naqueles que ensinam em suas instituições, bem como
naquilo que estes transmitem. Há limites para a liberdade acadêmica; deve ser admitido, entretanto,
que os professores das nossas instituições tenham liberdade para erudição criadora, com o
equilíbrio de um senso profundo de responsabilidade pessoal para com Deus, a verdade, a
denominação, e as pessoas a quem servem.
A educação cristã emerge da relação da fé e da razão e exige excelência e liberdade acadêmicas que
são tanto reais quanto responsáveis.

9- A autocrítica
Tanto a igreja local quanto a denominação, a fim de permanecerem sadias e florescentes, têm que
aceitar a responsabilidade da autocrítica. Seria prejudicial às igrejas e à denominação se fosse
negado ao indivíduo o direito de discordar, ou se fossem considerados nossos métodos ou técnicas
como finais ou perfeitos. O trabalho de nossas igrejas e de nossa denominação precisa de freqüente
avaliação, a fim de evitar a esterilidade do tradicionalíssimo. Isso especialmente se torna necessário
na área dos métodos, mas também se aplica aos princípios e práticas históricas em sua relação à
vida contemporânea. Isso significa que nossas igrejas, instituições e agências devem defender e
proteger o direito de o povo perguntar e criticar construtivamente.
A autocrítica construtiva deve ser centralizada em problemas básicos e assim evitar os efeitos
desintegrantes de acusações e recriminações. Criticar não significa deslealdade; a crítica pode
resultar de um interesse profundo do bem-estar da denominação. Tal crítica visará ao
desenvolvimento à maturidade cristã, tanto para o indivíduo quanto para a denominação.
Todo grupo de cristãos, para conservar sua produtividade, terá que aceitar a responsabilidade da
autocrítica construtiva.
Como batistas, revendo o progresso realizado no decorrer dos anos, temos todos inteira razão de
desvanecimento ante as evidências do favor de Deus sobre nós. Os batistas podem bem cantar com
alegria, “Glória a Deus, grandes coisas Ele fez!” Podem eles também lembrar que aqueles aos
quais foi dado o privilégio de gozar de tão alta herança, reconhecidos ao toque da graça, devem
engrandecê-la com os seus próprios sacrifícios.

Declaração Doutrinária da Convenção Batista


Brasileira
INTRODUÇÃO
Os discípulos de Jesus Cristo que vieram a ser designados pelo nome batista se caracterizavam pela
sua fidelidade às Escrituras e por isso só recebiam em suas comunidades, como membros atuantes,
pessoas convertidas pelo Espírito Santo de Deus. Somente essas pessoas eram por eles batizadas e
não reconheciam como válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois,
para eles, crianças recém-nascidas não podiam ter consciência de pecado, regeneração, fé e
salvação. Para adotarem essas posições eles estavam bem fundamentados nos Evangelhos e nos
demais livros do Novo Testamento. A mesma fundamentação tinham todas as outras doutrinas que
professavam. Mas sua exigência de batismo só de convertidos é que mais chamou a atenção do
60
povo e das autoridades, daí derivando a designação “batista” que muitos supõem ser uma forma
simplificada de “anabatista”, “aquele que batiza de novo”.
A designação surgiu no século 17, mas aqueles discípulos de Jesus Cristo estavam espiritualmente
ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram permanecer fiéis aos ensinamentos das
Escrituras, repudiando, mesmo com risco da própria vida, os acréscimos e corrupções de origem
humana.

Através dos tempos, os batistas se têm notabilizado pela defesa destes princípios:
1º) A aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta.
2º) O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de
pessoas regeneradas e biblicamente batizadas.
3º) A separação entre igreja e Estado.
4º) A absoluta liberdade de consciência.
5º) A responsabilidade individual diante de Deus.
6º) A autenticidade e apostolicidade das igrejas.
Caracterizam-se também os batistas pela intensa e ativa cooperação entre suas igrejas. Não
havendo nenhum poder que possa constranger a igreja local, a não ser a vontade de Deus,
manifestada através de seu Santo Espírito, os batistas, baseados nesse princípio da cooperação
voluntária das igrejas, realizam uma obra geral de missões, em que foram pioneiros entre os
evangélicos nos tempos modernos; de evangelização, de educação teológica, religiosa e secular; de
ação social e de beneficência. Para a execução desses fins, organizam associações regionais e
convenções estaduais e nacionais, não tendo estas, no entanto, autoridade sobre as igrejas; devendo
suas resoluções ser entendidas como sugestões ou apelos.
Para os batistas, as Escrituras Sagradas, em particular o Novo Testamento, constituem a única regra
de fé e conduta, mas, de quando em quando, as circunstâncias exigem que sejam feitas declarações
doutrinárias que esclareçam os espíritos, dissipem dúvidas e reafirmem posições.
Cremos estar vivendo um momento assim no Brasil, quando uma declaração desse tipo deve ser
formulada, com a exigência insubstituível de ser rigorosamente fundamentada na Palavra de Deus.
É o que faz agora a Convenção Batista Brasileira, nos 19 artigos que seguem:

I- Escrituras Sagradas
A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. 1 É o registro da revelação que Deus fez de si
mesmo aos homens. 2 Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e
dirigidos pelo Espírito Santo. 3 Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os
pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a glória de Deus. 4 Seu conteúdo é a verdade,
sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina. 5 Revela o destino final
do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os homens. 6 A Bíblia é a autoridade única em
matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens. 7
Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.
1 Sl 119.89; Hb 1.1; Is 40.8; Mt 24.35; Lc 24.44,45; Jo 10.35; Rm 3.2; 1Pe 1.25; 2Pe 1.21 2Is 40.8;
Mt 22.29; Hb 1.1,2; Mt 24.35; Lc 16.29; 24.44,45; Rm 16.25,26; 1Pe 1.25
3 Ex 24.4; 2Sm 23.2; At 3.21; 2Pe 1.21 4 Lc 16.29; Rm 1.16; 2Tm 3.16,17; 1Pe 2.2; Hb 4.12; Ef
6.17; Rm 15.4
5 Sl 19.7-9; 119.105; Pv 30.5; Jo 10.35; 17.17; Rm 3.4; 15.4; 2Tm 3.15-17
6 Jo 12.47,48; Rm 2.12,13
7 2Cr 24.19; Sl 19.7-9; Is 8.20; 34.16; Mt 5.17,18; At 17.11; Gl 6.16; Fp 3.16; 2Tm 1.13
8 Lc 24.44,45; Mt 5.22,28,32,34,39; 11.29,30; 17.5; Jo 5.39,40; Hb 1.1,2; Jo 1.1,2,14
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II- Deus

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O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal, eterno, infinito e imutável; é onipotente,
onisciente, e onipresente; é perfeito em santidade, justiça, verdade e amor.1 Ele é o criador,
sustentador, redentor, juiz e Senhor da história e do universo, que governa pelo seu poder, dispondo
de todas as coisas, de acordo com o seu eterno propósito e graça.2 Deus é infinito em santidade e
em todas as demais perfeições.3 Por isso, a ele devemos todo o amor, culto e obediência.4 Em sua
triunidade, o eterno Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo, pessoas distintas mas sem
divisão em sua essência.5 1 Dt 6.4; Jr 10.1; Sl 139; 1Co 8.6; 1Tm 1.17; 2.5,6; Ex 3.14; 6.2,3; Is
43.15; Mt 6.9; Jo 4.24; Ml
3.6; Tg 1.17; 1Pe 1.16,17
2 Gn 1.1; 17.1; Ex 15.11-18; Is 43.3; At 17.24-26; Ef 3.11; 1Pe 1.17
3 Ex 15.11; Is 6.1,2; 57.15; J34.10
4 Mt 22.37; Jo 4.23,24; 1Pe 1.15,16
5 Mt 28.19; Mc 1.9-11; 1Jo 5.7; Rm 15.30; 2Co 13.13; Fp 3.3

1- Deus Pai
Deus, como Criador, manifesta disposição paternal para com todos os homens.1 Historicamente ele
se revelou primeiro como pai ao povo de Israel, que escolheu consoante os propósitos de sua
graça.2 Ele é Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os
pecadores e deles fazer filhos por adoção.3 Aqueles que aceitam a Jesus Cristo e nele creem são
feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu Espírito, e, assim, passam a tê-lo como Pai celestial, dele
recebendo proteção e disciplina.4
1 Is 64.8; Mt 6.9; 7.11; At 17.26-29; 1Co 8.6; Hb 12.9
2 Ex 4.22,23; Dt 32.6-18; Is 1.2,3; 63.16; Jr 31.9
3 Sl 2.7; Mt 3.17; 17.5; Lc 1.35; Jo 1.12
4 Mt 23.9; Jo 1.12,13; Rm 8.14-17; Gl 3.26; 4.4-7; Hb 12.6-11

2- Deus Filho
Jesus Cristo, um em essência com o Pai, é o eterno Filho de Deus.1 Nele, por ele e para ele foram
criadas todas as coisas.2 Na plenitude dos tempos ele se fez carne, na pessoa real e histórica de
Jesus Cristo, gerada pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, sendo, em sua pessoa,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem.3 Jesus é a imagem expressa do seu Pai, a revelação suprema
de Deus ao homem.4 Ele honrou e cumpriu plenamente a lei divina e revelou e obedeceu toda a
vontade de Deus.5 Identificou-se perfeitamente com os homens, sofrendo o castigo e expiando a
culpa de nossos pecados, conquanto ele mesmo não tivesse pecado.6 Para salvar-nos do pecado,
morreu na cruz, foi sepultado e ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e, depois de aparecer
muitas vezes a seus discípulos, ascendeu aos céus, onde, à destra do Pai, exerce o seu eterno sumo
sacerdócio.7 Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens e o único e suficiente
Salvador e Senhor.8 Pelo seu Espírito ele está presente e habita no coração de cada crente e na
igreja.9 Ele voltará visivelmente a este mundo em grande poder e glória, para julgar os homens e
consumar sua obra redentora.10 1 Sl 2.7; 110.1; Mt 1.18-23; 3.17; 8.29; 14.33; 16.16,27; 17.5; Mc
1.1; Lc 4.41; 22.70; Jo 1.1,2;
11.27; 14.7-11; 16.28
2 Jo 1.3; 1Co 8.6; Cl 1.16,17
3 Is 7.14; Lc 1.35; Jo 1.14; Gl 4.4,5
4 Jo 14.7-9; Mt 11.27; Jo 10.30,38; 12.44-50; Cl 1.15,19; 2.9; Hb 1.3
5 Is 53; Mt 5.17; Hb 5.7-10
6 Rm 8.1-3; Fp 2.1-11; Hb 4.14,15; 1Pe 2.21-25
7 At 1.6-14; Jo 19.30,35; Mt 28.1-6; Lc 24.46; Jo 20.1-20; At 2.22-24; 1Co 15.4-8
8 Jo 14.6; At 4.12; 1Tm 2.4,5; At 7.55,56; Hb 4.14-16; 10.19-23
9 Mt 28.20; Jo 14.16,17; 15.26; 16.7; 1Co 6.19
10 At 1.11; 1Co 15.24-28; 1Ts 4.14-18; Tt 2.13
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3- Deus Espírito Santo
O Espírito Santo, um em essência com o Pai e com o Filho, é pessoa divina.1 É o Espírito da
verdade. 2 Atuou na criação do mundo e inspirou os homens a escreverem as Sagradas Escrituras. 3
Ele ilumina os homens e os capacita a compreenderem a verdade divina. 4 No dia de Pentecostes,
em cumprimento final da profecia e das promessas quanto à descida do Espírito Santo, ele se
manifestou de maneira singular, quando os primeiros discípulos foram batizados no Espírito,
passando a fazer parte do Corpo de Cristo que é a Igreja. Suas outras manifestações, constantes no
livro Atos dos Apóstolos, confirmam a evidência de universalidade do dom do Espírito Santo a
todos os que creem em Cristo. 5 O recebimento do Espírito Santo sempre ocorre quando os
pecadores se convertem a Jesus Cristo, que os integra, regenerados pelo Espírito, à igreja. 6 Ele dá
testemunho de Jesus Cristo e o glorifica. 7 Convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. 8
Opera a regeneração do pecador perdido. 9 Sela o crente para o dia da redenção final. 10 Habita no
crente. 11 Guia-o em toda a
verdade. 12 Capacita-o a obedecer a vontade de Deus. 13 Distribui dons aos filhos de Deus para a
edificação do Corpo de Cristo e para o ministério da Igreja no mundo. 14 Sua plenitude e seu fruto
na vida do crente constituem condições para uma vida cristã vitoriosa e testemunhante.
1 Gn 1.2; J23.13; Sl 51.11; 139.7-12; Is 61.1-3; Lc 4.18,19 ; Jo 4.24; 14.16,17; 15.26; Hb 9.14;
1Jo 5.6,7; Mt 28.19
2 Jo 16.13; 14.17; 15.26
3 Gn 1.2; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21
4 Lc 12.12; Jo 14.16,17,26; 1Co 2.10-14; Hb 9.8
5 Jl 2.28-32; At 1.5; 2.1-4; 24.29; At 2.41; 8.14-17; 10.44-47; 19.5-7; 1Co 12.12-15
6 At 2.38,39; 1Co 12.12-15
7 Jo 14.16,17; 16.13,14
8 Jo 16.8-11
9 Jo 3.5; Rm 8.9-11
10 Ef 4.30
11 Rm 8.9-11
12 Jo 16.13
13 Ef 5.16-25
14 1Co 12.7,11; Ef 4.11-13
15 Ef 5.18-21; Gl 5.22,23; At 1.8

III- O Homem
Por um ato especial, o homem foi criado por Deus à sua imagem e conforme a sua semelhança e
disso decorrem o seu valor e dignidade.1 Seu corpo foi feito do pó da terra e para o mesmo pó há
de voltar.2 Seu espírito procede de Deus e para ele retornará.3 O criador ordenou que o homem
domine, desenvolva e guarde a obra criada.4 Criado para a glorificação de Deus.5 Seu propósito é
amar, conhecer e estar em comunhão com seu Criador, bem como cumprir sua divina vontade.6 Ser
pessoal e espiritual, o homem tem capacidade de perceber, conhecer e compreender, ainda que em
parte, intelectual e experimentalmente, a verdade revelada, e tomar suas decisões em matéria
religiosa, sem mediação, interferência ou imposição de qualquer poder humano, seja civil ou
religioso.
1 Gn 1.26-31; 18.22; 9.6; Sl 8.1-9; Mt 16.26
2 Gn 2.7; 3.19; Ec 3.20; 12.7
3 Ec 12.7; Dn 12.2,3
4 Gn 1.21; 2.1; Sl 8.3-8
5 At 17.26-29; 1Jo 1.3,6,9
6 Jr 9.23,24; Mq 6.8; Mt 6.33; Jo 14.23; Rm 8.38,39
7 Jo 1.4-13; 17.3; Ec 5.14,17; 1Tm 2.5; J19.25,26; Jr 31.3; At 5.29; Ez 18.20; Dn 12.2; Mt
63
25.32,46; Jo 5.29; 1Co 15; 1Ts 4.16,17; Ap 20.11-15

IV- O Pecado
No princípio o homem vivia em estado de inocência e mantinha perfeita comunhão com Deus.1
Mas, cedendo à tentação de Satanás, num ato livre de desobediência contra seu Criador, o homem
caiu no pecado e assim perdeu a comunhão com Deus e dele ficou separado.2 Em consequência da
queda de nossos primeiros pais, todos somos, por natureza, pecadores e inclinados à prática do
mal.3 Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa, sua vontade e sua lei.4 Mas o mal
praticado pelo homem atinge também o seu próximo.5 O pecado maior consiste em não crer na
pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, como salvador pessoal.6 Como resultado do pecado, da
incredulidade e da desobediência do homem contra Deus, ele está sujeito à morte e à condenação
eterna, além de se tornar inimigo do próximo e da própria criação de Deus.7 Separado de Deus, o
homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e assim depende da graça de Deus para
ser salvo.8
1 Gn 2.15-17; 3.8-10; Ec 7.29
2 Gn 3; Rm 5.12-19; Ef 2.12; Rm 3.23
3 Gn 3.12; Rm 5.12; Sl 51.5; Is 53.6; Jr 17.5; Rm 1.18-27; 3.10-19; 7.14-25; Gl 3.22; Ef 2.1-3
4 Sl 51.4; Mt 6.14; Rm 8.7-22
5 Mt 6.14,15; 18.21-35; 1Co 8.12; Tg 5.16
6 Jo 3.36; 16.9; 1Jo 5.10-12
7 Rm 5.12-19; 6.23; Ef 2.5; Gn 3.18; Rm 8.22
8 Rm 3.20; Gl 3.10,11; Ef 2.8,9

V- Salvação
A salvação é outorgada por Deus pela sua graça, mediante arrependimento do pecador e da sua fé
em Jesus Cristo como único Salvador e Senhor.1 O preço da redenção eterna do crente foi pago de
uma vez por Jesus Cristo, pelo derramamento do seu sangue na cruz.2 A salvação é individual e
significa a redenção do homem na inteireza do seu ser.3 É um dom gratuito que Deus oferece a
todos os homens e que compreende a regeneração, a justificação, a santificação e a glorificação.4
1 Sl 37.39; Is 55.5; Sf 3.17; Tt 2.9-11; Ef 2.8,9; At 15.11; 4.12
2 Is 53.4-6; 1Pe 1.18-25; 1Co 6.20; Ef 1.7; Ap 5.7-10
3 Mt 16.24; Rm 10.13; 1Ts 5.23,24; Rm 5.10
4 Rm 6.23; Hb 2.1-4; Jo 3.14; 1Co 1.30; At 11.18
A regeneração é o ato inicial da salvação em que Deus faz nascer de novo o pecador perdido, dele
fazendo uma nova criatura em Cristo. É obra do Espírito Santo em que o pecador recebe o perdão,
a justificação, a adoção como filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito Santo.
Nesse ato o novo crente é batizado no Espírito Santo, é por ele selado para o dia da redenção final e
é liberto do castigo eterno dos seus pecados.1 Há duas condições para o pecador ser regenerado:
arrependimento e fé. O arrependimento implica mudança radical do homem interior, por força do
que ele se afasta do pecado e se volta para Deus. A fé é a confiança e aceitação de Jesus Cristo
como Salvador e a total entrega da personalidade a ele por parte do pecador.2 Nessa experiência de
conversão o homem perdido é reconciliado com Deus, que lhe concede perdão, justiça e paz.3 1 Dt
30.6; Ez 36.26; Jo 3.3-5; 1Pe 1.3; 2Co 5.17; Ef 4.20-24 2 Tt 3.5; Rm 8.2; Jo 1.11-13; Ef 4.32; At
11.17
3 2Co 1.21,22; Ef 4.30; Rm 8.1; 6.22
A justificação, que ocorre simultaneamente com a regeneração, é o ato pelo qual Deus,
considerando os méritos do sacrifício de Cristo, absorve, no perdão, o homem de seus pecados e o
declara justo, capacitando-o para uma vida de retidão diante de Deus e de correção diante dos
homens.1 Essa graça é concedida não por causa de quaisquer obras meritóritas praticadas pelo
homem mas por meio de sua fé em Cristo.2 1 Is 53.11; Rm 8.33; 3.24 2 Rm 5.1; At 3.19; Mt 9.6;
2Co 5.21; 1Co 1.30
64
A santificação é o processo que, principiando na regeneração, leva o homem à realização dos
propósitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual
de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo que nele habita.1
Ela ocorre na medida da dedicação do crente e se manifesta através de um caráter marcado pela
presença e pelo fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e serviço consagrado
a Deus e ao próximo.2 1 Jo 17.17; 1Ts 4.3; 5.23; 4.7
2 Pv 4.18; Rm 12.1,2; Fp 2.12,13; 2Co 7.1; 3.18; Hb 12.14; Rm 6.19; Gl 5.22; Fp.1.9-11
A glorificação é o ponto culminante da obra da salvação.1 É o estado final, permanente, da
felicidade dos que são redimidos pelo sangue de Cristo.2 1 Rm 8.30; 2Pe 1.10,11; 1Jo 3.2; Fp 3.12;
Hb 6.11
2 1Co 13.12; 1Ts 2.12; Ap 21.3,4

VI- Eleição
Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não
por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça.1 Antes da criação do mundo, Deus, no
exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou,
predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom
da salvação.2 Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância
com o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens.3 A salvação do crente é eterna. Os salvos
perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus.4 Nenhuma força ou circunstância tem
poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus.5 O novo nascimento, o perdão, a
justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos
salvos a permanência na graça da salvação.6 1 Gn 12.1-3; Ex 19.5,6; Ez 36.22,23,32; 1Pe 1.2; Rm
9.22-24; 1Ts 1.4
2 Rm 8.28-30; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13,14
3 Dt 30.15-20; Jo 15.16; Rm 8.35-39; 1Pe 5.10
4 Jo 3.16,36; Jo 10.28,29; 1Jo 2.19
5 Mt 24.13; Rm 8.35-39
6 Jo 10.28; Rm 8.35-39; Jd 24

VII- Reino de Deus


O reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus e é eterno.1 É também o domínio de
Deus no coração dos homens que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando-o como
Senhor e Rei. É, assim, o reino invisível nos corações regenerados que opera no mundo e se
manifesta pelo testemunho dos seus súditos.2 A consumação do reino ocorrerá com a volta de Jesus
Cristo, em data que só Deus conhece, quando o mal será completamente vencido e surgirão o novo
céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos com Deus.3 1 Dn 2.37-44; Is 9.6,7
2 Mt 4.17; Lc 17.20; 4.43; Jo 18.36; 3.3-5
3 Mt 25.31-46; 1Co 15.24; Ap 11.15

VIII- Igreja
Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse
sentido que a palavra “igreja” é empregada no maior número de vezes nos livros do Novo
Testamento.1 Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com finalidade
de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos ensinamentos da
Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evangelho.2 As igrejas neotestamentárias
são autônomas, têm governo democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as questões
espirituais e doutrinárias exclusivamente pelas palavras de Deus, sob a orientação do Espírito
Santo.3 Há nas igrejas, segundo as Escrituras, duas espécies de oficiais: pastores e diáconos. As
igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas da mesma fé e ordem e cooperar,
voluntariamente, nas atividades do reino de Deus. O relacionamento com outras entidades, quer
65
seja de natureza eclesiástica ou outra, não deve envolver a violação da consciência ou o
comprometimento da lealdade a Cristo e sua palavra. Cada igreja é um templo do Espírito Santo.4
Há também no Novo Testamento um outro sentido da palavra “igreja”, em que ela aparece como a
reunião universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e sobre ele
edificada, constituindo-se no corpo espiritual do Senhor, do qual ele mesmo é a cabeça. Sua
unidade é de natureza espiritual e se expressa pelo amor fraternal, pela harmonia e cooperação
voluntária na realização dos propósitos comuns do reino de Deus.5 1 Mt 18.17; At 5.11; 20.17-28;
1Co 4.17
2 At 2.41,42
3 Mt 18.15-17
4 At 20.17,28; Tt 1.5-9; 1Tm 3.1-13
5 Mt 16.18; Cl 1.18; Hb 12.22-24; Ef 1.22,23

IX- O Batismo e a Ceia do Senhor


O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja estabelecidas pelo próprio Jesus
Cristo, sendo ambas de natureza simbólica.1 O batismo consiste na imersão do crente em água,
após sua pública profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador único, suficiente e pessoal.2
Simboliza a morte e sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova vida em
identificação com a morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e também prenúncio
da ressurreição dos remidos.3 O batismo, que é condição para ser membro de uma igreja, deve ser
ministrado sob a invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.4 A ceia do Senhor é uma
cerimônia da igreja reunida, comemorativa e proclamadora da morte do Senhor Jesus Cristo,
simbolizada por meio dos elementos utilizados: O pão e o vinho.5 Nesse memorial o pão
representa seu corpo dado por nós no Calvário e o vinho simboliza o seu sangue derramado.6 A
ceia do Senhor deve ser celebrada pelas igrejas até a volta de Cristo e sua celebração pressupõe o
batismo bíblico e o cuidadoso exame íntimo dos participantes.7 1 Mt 3.5,6,13-17; Jo 3.22,23; 4.1,2;
1Co 11.20,23-30
2 At 2.41,42; 8.12,36-39; 10.47,48
3 Rm 6.3-5; Gl 3.27; Cl 2.12
4 Mt 28.19; At 2.38,41,42; 10.48
5, 6 Mt 26.26-29; 1Co 10.16,17-21; 11.23-29
7 Mt 26.29; 1Co 11.26-28; At 2.42; 20.4-8

X- O Dia do Senhor
O domingo, dia do Senhor, é o dia do descanso cristão satisfazendo plenamente a exigência divina
e a necessidade humana de um dia em sete para o repouso do corpo e do espírito.1 Com o advento
do Cristianismo, o primeiro dia da semana passou a ser o dia do Senhor, em virtude de haver Jesus
ressuscitado neste dia.2 Deve ser para os cristãos um dia de real repouso em que - pela frequência
aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado à oração, à leitura bíblica e outras atividades
religiosas - eles estarão se preparando para “aquele
descanso que resta para o povo de Deus”.3 Nesse dia os cristãos devem abster-se de todo trabalho
secular, excetuando aquele que seja imprescindível e indispensável à vida da comunidade. Devem
também abster-se de recreações que desviem a atenção das atividades espirituais.4
1 Gn 2.3; Ex 20.8-11; Is 58.13-14
2 Jo 20.1,19,26; At 20.7; Ap 1.10
3 Hb 4.9-11; Ap 14.12,13
4 Ex 20.8-11; Jr 17.21,22,27; Ez 22.8

XI- Ministério da Palavra

66
Todos os crentes foram chamados por Deus para a salvação, para o serviço cristão, para
testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos
pelo Espírito Santo.1 Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de
maneira especial para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua Palavra.2 O
pregador da Palavra é um porta-voz de Deus entre os homens.3 Cabe-lhe missão semelhante àquela
realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o
próprio Jesus como exemplo e padrão supremo.4 A obra do porta-voz de Deus tem finalidade dupla:
a de proclamar as Boas Novas aos perdidos e a de apascentar os salvos.5
Quando um homem convertido dá evidências de ter sido chamado e separado por Deus para esse
ministério, e de possuir as qualificações estipuladas nas Escrituras para o seu exercício, cabe à
igreja local a responsabilidade de separá-lo, formal e publicamente, em reconhecimento da vocação
divina já existente e verificada em sua experiência cristã.6 Esse ato solene de consagração é
consumado quando os membros de um presbitério ou concílio de pastores, convocados pela igreja,
impõe as mãos sobre o vocacionado.7 O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para
a qual foi chamado, dependendo em tudo do próprio Deus.8 O pregador do Evangelho deve viver
do Evangelho.9 Às igrejas cabe a responsabilidade de cuidar e sustentar adequada e dignamente
seus pastores.10 1 Mt 28.19,20; At 1.8; Rm 1.6,7; 8.28-30; Ef 4.1,4; 2Tm 1.9; Hb 9.15; 1Pe 1.15;
Ap 17.14
2 Mc 3.13,14; Lc 1.2; At 6.1-4; 13.2,3; 26.16-18; Rm 1.1; 1Co 12.28; 2Co 2.17; Gl 1.15-17
3 Ex 4.11,12; Is 6.5-9; Jr 1.5-10; At 20.24-28
4 At 26.19,20; Jo 13.12-15; Ef 4.11-17
5 Mt 28.19,20; Jo 21.15-17; At 20.24-28; 1Co 1.21; Ef 4.12-16
6 At 13.1-3; 1Tm 3.1-7
7 At 13.3; 1Tm 4.14
8 At 6.1-4; 1Tm 4.11-16; 2Tm 2.3,4; 4.2,5; 1Pe 5.1-3
9 Mt 10.9,10; Lc 10.7; 1Co 9.13,14; 1Tm 5.17,18
10 2Co 8.1-7; Gl 6.6; Fp 4.14-18

XII- Mordomia
Mordomia é a doutrina bíblica que reconhece Deus como Criador, Senhor e Dono de todas as
coisas.1 Todas as bênçãos temporais e espirituais procedem de Deus e por isso os homens devem a
ele o que são e possuem e, também, o sustento.2 O crente pertence a Deus porque Deus o criou e o
remiu em Jesus Cristo.3 Pertencendo a Deus, o crente é mordomo ou administrador da vida, das
aptidões, do tempo, dos bens, da influência, das oportunidades, dos recursos naturais e de tudo o
que Deus lhe confia em seu infinito amor, providência e sabedoria.4 Cabe ao crente o dever de
viver e comunicar ao mundo o Evangelho que recebeu de Deus.5 As Escrituras Sagradas ensinam
que o plano específico de Deus para o sustento financeiro de sua causa consiste na entrega pelos
crentes de dízimos e ofertas alçadas.6 Devem eles trazer à igreja sua contribuição sistemática e
proporcional com alegria e liberdade, para o sustento do ministério, das obras de evangelização,
beneficência e outras.7 1 Gn 1.1; 14.17-20; Sl 24.1; Ec 11.9; 1Co 10.26
2 Gn 14.20; Dt 8.18; 1Cr 29.14-16; Tg 1.17; 2Co 8.5
3 Gn 1.27; At 17.28; 1Co 6.19,20; Tg 1.21; 1Pe 1.18-21
4 Mt 25.14-30; 31.46
5 Rm 1.14; 1Co 9.16; Fp 2.16
6 Gn 14.20; Lv 27.30; Pv 3.9,10; Ml 3.8-12; Mt 23.23
7 At 11.27-30; 1Co 8.1-3; 2Co 8.1-15; Fp 4.10-18

XIII- Evangelização e Missões


A missão primordial do povo de Deus é a evangelização do mundo, visando à reconciliação do
homem com Deus.1 É dever de todo discípulo de Jesus Cristo e de todas as igrejas proclamar, pelo
exemplo e pelas palavras, a realidade do Evangelho, procurando fazer novos discípulos de Jesus
67
Cristo em todas as nações, cabendo às igrejas batizá-los a observar todas as coisas que Jesus
ordenou.2 A responsabilidade da evangelização estende-se até aos confins da terra e por isso as
igrejas devem promover a obra de missões, rogando sempre ao Senhor que envie obreiros para a
sua seara.3
1 Mt 28.19,20; Jo 17.20; At 1.8; 13.2,3
2 Mt 28.18-20; Lc 24.46-49; Jo 17.20
3 Mt 28.19; At 1.8; Rm 10.13-15

XIV- Educação Religiosa


O ministério docente da igreja, sob a égide do Espírito Santo, compreende o relacionamento de
Mestre e discípulo, entre Jesus Cristo e o crente.1 A palavra de Deus é o conteúdo essencial e
fundamental nesse processo e no programa de aprendizagem cristã.2 O programa de educação
religiosa nas igrejas é necessário para a instrução e desenvolvimento de seus membros, a fim de
“crescerem em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Às igrejas cabe cuidar do doutrinamento
adequado dos crentes, visando à sua formação e desenvolvimento espiritual, moral e eclesiástico,
bem como motivação e capacitação sua para o serviço cristão e o desempenho de suas tarefas no
cumprimento da missão da igreja no mundo.3
1 Mt 11.29,30; Jo 13.14-17
2 Jo 14.26; 1Co 3.1,2; 2Tm 2.15
3 Sl 119; 2Tm 3.16,17; Cl 1.28; Mt 28.19,20

XV- Liberdade Religiosa


Deus e somente Deus é o Senhor da consciência.1 A liberdade religiosa é um dos direitos
fundamentais do homem, inerente à sua natureza moral e espiritual.2 Por força dessa natureza, a
liberdade religiosa não deve sofrer ingerência de qualquer poder humano.3 Cada pessoa tem o
direito de cultuar a Deus, segundo os ditames de sua consciência, livre de coações de qualquer
espécie.4 A igreja e o Estado devem estar separados por serem diferentes em sua natureza,
objetivos e funções.5 É dever do Estado garantir o pleno gozo e exercício da liberdade religiosa,
sem favorecimento a qualquer grupo ou credo.6 O Estado deve ser leigo e a Igreja livre.
Reconhecendo que o governo do Estado é de ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a
ordem justa da sociedade, é dever dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar e
obedecer às leis e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade e à lei de
Deus.7
1 Gn 1.27; 2.7; Sl 9.7-8; Mt 10.28; 23.10; Rm 14.4-9,13; Tg 4.12
2 Js 24.15; 1Pe 2.15,16; Lc 20.25
3 Dn 3.15-18; Lc 20.25; At 4.9-20; 5.29
4 Dn 3.16-18; 6; At 19.35-41
5 Mt 22.21; Rm 13.1-7
6 At 19.34-41
7 Dn 3.16-18; 6.7-10; Mt 17.27; At 4.18-20; 5.29; Rm 13.1-7; 1Tm 2.1-3

XVI- Ordem Social


Como o sal da terra e a luz do mundo, o cristão tem o dever de participar em todo esforço que
tende ao bem comum da sociedade em que vive.1 Entretanto, o maior benefício que pode prestar é
anunciar a mensagem do Evangelho; o bem-estar social e o estabelecimento da justiça entre os
homens dependem basicamente da regeneração de cada pessoa e da prática dos princípios do
Evangelho na vida individual e coletiva.2 Todavia, como cristãos, devemos estender a mão de
ajuda aos órfãos, às viúvas, aos anciãos, aos enfermos e a outros necessitados, bem como a todos
aqueles que forem vítimas de quaisquer injustiça e opressões.3 Isso faremos no espírito de amor,
jamais apelando para quaisquer meios de violência ou discordantes das normas de vida expostas no
Novo Testamento.4
68
1 Mt 5.13-16; Jo 12.35-36; Fp 2.15
2 Mt 6.33; Mc 6.37; Lc 10.29-37
3 Ex 22.21,22; Sl 82.3,4; Ec 11.1,2
4 Is 1.16-20; Mq 6.8; Mt 5.9

XVII- Família
A família, criada por Deus para o bem do homem, é a primeira instituição da sociedade. Sua base é
o casamento monogâmico e duradouro, por toda a vida, só podendo ser desfeito pela morte ou pela
infidelidade conjugal.1 O propósito imediato da família é glorificar a Deus e prover a satisfação
das necessidades humanas de comunhão, educação, companheirismo, segurança, preservação da
espécie e bem assim o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimensões.2 Caída
em virtude do pecado, Deus provê para ela, mediante a fé em Cristo, a bênção da salvação temporal
e eterna, e quando salva poderá cumprir seus fins temporais e promover a glória de Deus.3
1 Gn 1.7; Js 24.15; 1Rs 2.1-3; Ml 2.10
2 Gn 1.28; Sl 127.1-5; Ec 4.9-13
3 At 16.31,34

XVIII- Morte
Todos os homens são marcados pela finitude, de vez que, em consequência do pecado, a morte se
estende a todos.1 A Palavra de Deus assegura a continuidade da consciência e da identidade
pessoais após a morte, bem como a necessidade de todos os homens aceitarem a graça de Deus em
Cristo enquanto estão neste mundo.2 Com a morte está definido o destino eterno de cada homem.3
Pela fé nos méritos do sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser
tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na presença de
Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras chamam “dormir no Senhor”.4 Os incrédulos e
impenitentes entram, a partir da morte, num estado de separação definitiva de Deus.5 Na Palavra
de Deus encontramos claramente expressa a proibição divina da busca de contato com os mortos,
bem como a negação da eficácia de atos religiosos com relação aos que já morreram.6
1 Rm 5.12; 1Co 15.21-26; Hb 9.27; Tg 4.14
2 Lc 16.19-31; Hb 9.27
3 Lc 16.19-31; 23.39-46; Hb 9.27
4 Rm 5.6-11; 14.7-9; 1Co 15.18-20; 2Co 5.14,15; Fp 1.21-23; 1Ts 4.13-17; 2Tm 2.11
5 Lc 16.19-31; Jo 5.28,29
6 Ex 22.18; Lv 19.31; 20.6,27; Dt 18.10; 1Cr 10.13; Is 8.19; Jo 3.18

XIX- Justos e Ímpios


Deus, no exercício de sua sabedoria, está conduzindo o mundo e a história a seu termo final.1 Em
cumprimento à sua promessa, Jesus Cristo voltará a este mundo, pessoal e visivelmente, em grande
poder e glória.2 Os mortos em Cristo serão ressuscitados, arrebatados e se unirão ao Senhor.3 Os
mortos sem Cristo também serão ressuscitados.4 Conquanto os crentes já estejam justificados pela
fé, todos os homens comparecerão perante o tribunal de Jesus Cristo para serem julgados, cada um
segundo suas obras, pois através destas é que se manifestam os frutos da fé ou os da
incredulidade.5 Os ímpios condenados e destinados ao inferno lá sofrerão o castigo eterno,
separados de Deus.6 Os justos, com os corpos glorificados, receberão seus galardões e habitarão
para sempre no céu como o Senhor.7
1 Mt 13.39,40; 28.20; At 3.21; 1Co 15.24-28; Ef 1.10
2 Mt 16.27; Mc 8.38; Lc 17.24; 21.27; At 1.11; 1Ts 4.16; 1Tm 6.14,15; 2Tm 4.1,8
3 Dn 12.2,3; Jo 5.28,29; Rm 8.23; 1Co 15.12-58; Fp 3.20; Cl 3.4
4 Dn 12.2; Jo 5.28,29; At 24.15; 1Co 15.12-24
5 Mt 13.49,50; At 10.42; 1Co 4.5; 2Co 5.10; 2Tm 4.1; Hb 9.27; 2Pe 2.9
6 Dn 12.2,3; Mt 16.27; Mc 9.43-48; Lc 16.26-31; Jo 5.28,29; Rm 6.22,23
69
7 Dn 12.2,3; Mt 16.27; 25.31-40; Lc 14.14; 16.22,23; Jo 5.28,29; 14.1-3; Rm 6.22,23; 1Co
15.42-44; Ap 22.11,12.

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