Você está na página 1de 2

A Khindlimuka é uma das associações pioneiras em Moçambique que trabalham na luta

contra o HIVSIDA. Criada em 1996, a Khindlimuka - que na língua portuguesa significa


despertar - tem como objetivo apoiar todas as pessoas vivendo com o HIV/SIDA,
incluindo crianças órfãs. Hoje, algumas delas tornaram-se chefes de família, ainda
menores de idade, como forma de garantirem o seu sustento e dos irmãos. Moçambique é
o quarto país mais afetado pelo HIV/SIDA no mundo, com uma taxa de prevalência de
cerca de 13%, segundo um informe do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao
HIVSIDA.

Deputados pedem mais financiamento


Esta quarta-feira (09.12), os deputados recomendaram o aumento do financiamento aos
programas de luta contra o HIV/SIDA, em particular a alocação de recursos nacionais, por
forma a tornar mais sustentável a resposta ao combate a doença, que depende em cerca de
95% de financiamento externo.

De acordo com o informe do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao


HIV/SIDA, apresentado pela presidente deste órgão, Maria Anastácia da Costa Xavier,
"em 2017, 2019 e 2020 não houve financiamento através do fundo do Orçamento do
Estado."

Assistir ao vídeo 02:32

Saúde em África: HIV/SIDA já não é sentença de morte


A redução do financiamento externo remonta a 2008, recorda a Presidente do Gabinete
Parlamentar. "Nos finais de 2008, os parceiros deixaram de apoiar o Conselho Nacional de
Combate à SIDA (CNCS), culminando com a redução do número das organizaçoes
comunitárias de base de 1600 em 2008 para 178 em 2013."

Anastácia Xavier acrescentou que com esta retirada do financiamento externo verificou-se,
igualmente, uma redução acentuada dos serviços de HIV/SIDA fornecidos pelas
organizações comunitárias de base que trabalham na luta contra esta doença.

Abandono dos tratamentos


As associações têm privilegiado, entre outros programas, o aconselhamento dos cidadãos
para fazerem a testagem.

A coordenadora da Khindlimuka explica que outra preocupação está relacionada com os


elevados índices de abandono do tratamento da doença. "Fome, estigma e discriminação é
que fazem com que as pessoas abandonem o tratamento", diz Irene Cossa.

A Khindlimuka ajuda algumas das pessoas mais carenciadas atribuindo um subsídio


mensal de 1.500 meticais, o equivalente a cerca de 16 euros. "Infelizmente não
conseguimos dar a todo o universo dos nossos beneficiários que nós temos na
Khindlimuka. Temos mais de quatro mil beneficiários, principalmente em Maputo
província", esclareceu a coordenadora da associação

A coordenadora da associação, Irene Cossa, contou à DW África que antes de diminuir o


financiamento, chegaram a ter à volta de 10 projetos. "Mas chegou uma certa altura em
que ficamos sem nenhum projeto e de momento só temos um projeto. Trabalhamos para
apoiar crianças órfãs com HIVSIDA e trabalhamos muito para apoiar a área do
aconselhamento e retenção das pessoas no tratamento", explica.

Você também pode gostar