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FRONTEIRA BRASIL-GUIANA: GEOPOLITICA AMAZÔNICA

John Mazzini 1
Osman Neto2
Camilo Pereira Carneiro3

Resumo:

Palavras-chave: Fronteira Brasil-Guiana. Pirara. Geopolítica. Amazônia.

1 INTRODUÇÃO

A fronteira entre o Brasil e a Guiana foi demarcada após um litigio que


se desenrolou ao longo do século XIX. O Brasil disputou com o Reino Unido
áreas ao norte do rio Amazonas por mais de meio século até o cessar final
desta contenda, que se deu no ano de 1904 por meio do arbitramento por parte
de Humberto II, rei da Itália (JORGE, 1999).

O presente artigo configura uma pesquisa qualitativa, básica, de cunho


exploratório, pautada em analise bibliográfica e documental, sob a ótica da
Geografia Política, enriquecido com cartografia temática elaborada pelos
autores com o software ArcGIS.

1
Discente do Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Goiás. Email:
john.mazzini@discente.ufg.com
2
Discente Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Goiás. Email:
dacosta@discente.ufg.br
3
Professor do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás. Email:
camilo.pereira@ufg.br
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA

A consolidação da fronteira entre Brasil e Guiana se deu após a solução


da questão do Pirara, em 1904. A mesma ocorreu em função dos trabalhos de
exploração do geografo alemão naturalizado britânico Robert Herman
Schomburgk. Diante de sua segunda expedição à região, prestando serviços
operacionais ao governo do Reino Unido, deparou-se com o posto militar de
Pirara inoperante. A referida região, localizada no interior amazônico, era
habitada por povos indígenas e possuía pouca influência do Forte de São
Joaquim, este fundado ao ano de 1775 no rio Branco. Na época ocorria no
Brasil a Cabanagem e o Pará passavam por período de grandes dificuldades,
favorecendo as pretensões britânicas de apropriar a região (GOES FILHO,
2013).
3 FRONTEIRA BRASIL-GUIANA NO SÉCULO XXI

A fronteira Brasil-Guiana é marcada por uma baixa densidade


demográfica e pela presença pelo par de cidades gêmeas com populações
diminutas. Bonfim, no estado brasileiro de Roraima e Lethem no território da
Guiana, cada cidade contava em 2021 com uma população de 12.701 (IBGE,
2022) e 1.702 respectivamente.
As relações comerciais entre Brasil e a Guiana, são diminutas, apesar
de sua proximidade territorial o Brasil não figura entre os principais países
parceiros comerciais da Guiana. Ambos os países, pertencem a periferia do
sistema internacional e suas pautas de exportação refletem está condição. Em
2020, a Guiana exportou um total de US$ 2,99 bilhões, tornando-se o
exportador número 130 do mundo. As exportações mais recentes são lideradas
pelo petróleo bruto (US$ 1,17 bilhão), ouro (US$ 657 milhões), arroz (US$ 270
milhões), contêineres (US$ 220 milhões) e medicamentos (US$ 103 milhões).
O destino das exportações da Guiana são Estados Unidos (US$ 781 milhões),
Canadá (US$ 387 milhões), Trinidad e Tobago (US$ 282 milhões), Jamaica
(US$ 180 milhões) e Emirados Árabes Unidos ($ 179 milhões) (OEC, 2022).
Ao ano de 2020, a Guiana importou US$ 2,61 bilhões, colocando-o na
posição 154º em importações. Durante os últimos cinco anos relatados, as
importações da Guiana passaram de US$ 1,56 bilhão em 2015 para US$ 2,61
bilhão em 2020. As importações mais recentes da Guiana são lideradas por
navios de propósito específico US$ 422 milhões, petróleo refinado US$ 239
milhões, máquinas de escavação US$ 73,4 milhões, grandes veículos de
construção US$ 62,4 milhões e cimento US$ 59,3 milhões. Os principais
parceiros de importação mais comuns para a Guiana são Estados Unidos US$
663 milhões, Portugal US$ 407 milhões, Trinidad e Tobago US$ 272 milhões,
China US$ 272 milhões e Reino Unido US$ 110 milhões (OEC, 2022).
4 RELAÇÕES CONTEMPORANÊA BRASIL-GUIANA.

As relações de cooperação entre Brasil e Guiana envolvem a


participação em organizações regionais como a Organização do Tratado de
Cooperação Amazônica (OTCA), implementada em 1995, fruto do tratado de
cooperação amazônica, de 1978.
Outra iniciativa importante que conta com a participação de Brasil e da
Guiana é a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), implementada em
2008, que contempla a iniciativa IIRSA (Iniciativa para a Integração da
Infraestrutura Regional Sul-Americana), foro técnico do Conselho de
Infraestrutura e Planejamento da UNASUL. Através da IRSA/COSEPLAN obras
de infraestrutura foram construídas na fronteira Brasil-Guiana. Um exemplo foi
a ponte sobre o rio Tacutu, inaugurada em 2009 com 230 metros de extensão,
de nome Olavo Brasil Filho (IDESF, 2022).
REFERÊNCIAS

ARAUJO JORGE, A, G. de. Rio Branco e as Fronteiras do Brasil. Uma


introdução às obras do Barão do Rio Branco. Brasília: Senado Federal, 1999.

GOES FILHO, S. S. As fronteiras do Brasil. Brasília: FUNAG, 2013.

IDESF. Pontes Internacionais em Cidades Gêmeas do Brasil. Disponivel


em: https://www.idesf.org.br/2021/11/18/as-fronteiras-do-brasil-e-as-pontes-
como-mecanismo-de-integracao/. Acesso em: 01 abr. 2022.

OEC. Observatory of Economic Complexity. Guyana Disponível em:


https://oec.world/en/profile/country/guy. Acesso em: 01 abr. 2022.

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