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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
GEOLOGIA GERAL

EDUARDO THEODORO OTTONI SOARES


MATRÍCULA: 18/0026780
RAFAEL REZENDE SILVA
MATRÍCULA: 18/0052527
TIAGO PEDROSA LYRA
MATRÍCULA: 18/0028413

BIG BANG E ESTRUTURA INTERNA DO PLANETA TERRA

BRASÍLIA
2018
SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO______________________________________________03
2. TEORIA DO BIG BANG_______________________________________04
3. ESTRUTURAS INTERNAS DA TERRA___________________________10
4. A CAMADA EXTERNA DA TERRA______________________________17
5. CONCLUSÃO_______________________________________________22
REFERÊNCIAS________________________________________________23

Entender o planeta em que vivemos é fundamental para que possamos tirar o


3

maior proveito dele e causar o menor prejuízo possível. Para tal, precisamos voltar
não só ao início do processo de formação da Terra, mas sim para onde tudo que
conhecemos hoje começou. O universo intriga a mente humana a séculos e sua
formação já gerou muita discussão no meio acadêmico, atualmente a teoria mais
aceita e que possui o maior embasamento matemático é a Teoria do Big Bang,
proposta em 1948 por Georges Lemaître (1894-1966), a teoria se apoia na Teoria da
Relatividade Geral de Albert Einstein (1879-1955) e nos estudos de Edwin Hubble
(1889-1953).
Assim como é importante procurar respostas sobre como o Universo e,
principalmente a Terra, se formaram, é necessário entender como esse planeta
funciona, para isso foram necessários muitos anos de pesquisas que resultaram em
muitas respostas e teorias.
A estrutura interna do planeta Terra tem total influência no que acontece na parte
externa, chamada de crosta, e vice-versa. A paisagem e o clima são exemplos do
que pode mudar devido às alterações internas terrestres e, consequentemente, os
seres vivos integrantes da biosfera também podem sofrer, ou ser a causa de certas
alterações.

A Teoria do Big Bang presume que o nosso universo surgiu de um ponto singular
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de densidade e temperatura infinitas, nesse momento tempo e espaço não existiam,


ouve então uma espécie de explosão que deu início ao processo de formação do
universo como hoje o conhecemos. O universo ainda hoje está em um processo de
expansão, porém ainda não se sabe se esse processo irá parar e se reverter ou se
continuará se expandir para sempre, apesar de estudos recentes levarem a crer que
as galáxias estão se distanciando com maior velocidade (o que nos levaria a uma
expansão “eterna”). Não temos conhecimento suficiente para dizer o que havia antes
dessa fase de singularidade, porém pouco após o Big Bang as leis da física que hoje
conhecemos passaram a valer.
Após a explosão, podemos dividir esse processo de expansão em dois
estágios, a Era da Radiação e a Era da Matéria. O primeiro segundo após o início da
formação foi marcado por inúmeros acontecimentos de grande relevância mas que
ocorreram com extrema velocidade. Imediatamente após o Big Bang não existia
matéria, apenas energia, a temperatura era extremamente elevada -em torno de
10⁴⁰ K- e existia uma força chamada de Superforça (gravidade, força nuclear forte e
fraca, força eletromagnética). Alguns instates depois (10⁻⁴³ segundos
aproximadamente) a gravidade se separa da Superforça, o universo começa a
resfriar (temperatura cai para 10³³ K). O resfriamento continua, Força nuclear forte
também se separa, sobrando a Electroweak Force. O universo passa então por uma
fase inflacionária (de 10⁻³³ a 10⁻³² segundos), onde acredita-se que sua velocidade
de expansão foi maior até mesmo que a velocidade da luz. Por volta de 10⁻³²
segundos as partículas elementares começam a formar uma espécie de “sopa” de
gás ionizado. Aos 10⁻¹² segundos ocorre a total distinção entre as 4 grandes forças
da natureza e com o universo menos denso e mais frio, foi possível a formação de
prótons e nêutrons, dando início a Era da Matéria.
Após esse período de intensas mudanças, o universo fica relativamente mais
estável, porém o universo ainda era muito quente para a formação de átomos,
assumindo uma forma opaca. Entre 300 e 800 mil anos após o Big Bang, a
temperatura já era propícia para a formação dos primeiros átomos, de -3000 K
aproximadamente, surgiram então Hidrogênio (H) e Hélio (He), o universo torna-se
transparente para a luz, e sua composição é basicamente 75% de H e 25% de He. A
radiação emitida na formação desses átomos seguiu pelo espaço, atualmente é
possível encontrar traços dessa radiação, conhecidos como cosmic microwave
background ratdiation (CMB). Com o tempo foram surgindo regiões de maior
densidade que outras, onde átomos iam se aglomerando e reagindo, esse processo
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deu início a formação de aglomerados, galáxias, estrelas.

1.1Modelo descritivo do processo de expansão do universo

As estrelas se formam a partir de nebulosas (nuvens de gás e poeira), pontos


onde a densidade é um pouco mais
alta começam a se contrair e aquecer, formando uma protoestrela. Quando estrelas
atingem aproximadamente 10⁷ K, inicia-se o processo de queima de Hidrogênio,
onde quatro núcleos de H se fundem para a formação de ⁴He. Essa reação libera
uma quantidade absurda de energia, evitando que a estrela colapse devido a
contração gravitacional.

1.2
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Cronologia do Big Bang

As estrelas se formam a partir de nebulosas (nuvens de gás e poeira), pontos


onde a densidade é um pouco mais
alta começam a se contrair e aquecer, formando uma protoestrela. Quando estrelas
atingem aproximadamente 10⁷ K, inicia-se o processo de queima de Hidrogênio,
onde quatro núcleos de H se fundem para a formação de ⁴He. Essa reação libera
uma quantidade absurda de energia, evitando que a estrela colapse devido a
contração gravitacional.
Ao longo do universo existem diversos tipos de estrelas em estágios
diferentes de evolução, com variadas massas, temperaturas, luminosidades.
Tomando o Sol como referência foi criado o diagrama de Hertzsprung-Russel, onde
as estrelas são classificadas por tipo espectral (dependente da cor e temperatura de
superfície), luminosidade (Sol=1) e Magnitude Visual Absoluta.

1.3 Diagrama
de
Hertzsprung-Russel

O calor gerado pela formação de He é transferido para as camadas mais


externas por meio de radiação. O He vai se acumulando no núcleo, que
consequentemente vai crescendo, gerando um crescimento generalizado da estrela
e resfriando a superfície externa, o que faz com que ela fique com uma coloração
avermelhada, tornando-se uma gigante vermelha. Devido a gravidade, o núcleo se
contrai novamente e a gravidade aumenta, dando início ao processo de queima do
He e a formação de carbono. Quando a temperatura não é alta o suficiente para a
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síntese de carbono, a produção de energia cessa e o núcleo se contrai, a estrela


transforma-se então em uma anã branca.
Se a temperatura possibilitar a formação de Carbono e a estrela se expandir
até se tornar uma supergigante vermelha, a temperatura chegará a um ponto que
será possível a formação de O, Ne e Mg. A formação de elementos mais pesados
vai liberando cada vez menos energia, isso faz com que após a fase de estabilidade
da estrela (que dura bilhões de anos), os próximos estágios sejam mais rápidos, até
o momento da explosão, onde é liberada uma quantidade imensa de energia e a
maioria do material estrelar é lançado para o espaço, essa fase é chamada de
supernova. É nessa fase que ocorre a formação de novos elementos, por meio do
nucleossíntese.
É possível perceber que os elementos que constituem o universo foram
formados no Big Bang (H e He, composição majoritária do universo), formados pelo
processo de nucleossíntese na fase de Supernova ou durante os processos de
evolução estrelar, ou seja, momentos em que as partículas foram submetidas a altas
condições de temperatura e pressão, o que permitiu a formação de novas
substâncias. Esses processos aumentam a concentração de elementos mais
pesados no universo e corpos com formação mais recente já possuem uma maior
quantidade dessas substâncias em sua composição.
Nosso sistema solar foi formado a aproximadamente 4,6 bilhões de anos, algo
relativamente recente na história do universo. Seu processo de formação foi
relativamente rápido, algo em torno de 100 milhões de anos. Acredita-se que o
sistema solar tenha sido formado devido ao colapso de uma nuvem de gases e
poeira cósmica (nebulosa), esse colapso gerou fragmentos que se espalharam pelo
espaço, um desses fragmentos veio a se tornar o que hoje é o sistema solar. Devido
a ação da gravidade a matéria começou a se acumular no centro do que se conhece
como nebulosa pre-solar, gerando um proto-Sol. Com o tempo esse núcleo começou
a esquentar até que se tornou possível a fusão nuclear de átomos de hidrogênio, a
maior parte da massa dessa nebulosa se concentrou no proto-Sol, o resto ficou
disperso em uma espécie de disco de poeira e gás, denominado nebulosa solar. Os
materiais que circundavam esse núcleo estavam em colisão e por consequência,
quando não se destruíam, iam se juntando, formando planetésimos. Esses corpos
iam aumentando de tamanho devido a sua atração gravitacional, que puxava corpos
menores, formando corpos de tamanhos aproximadamente iguais ao da lua, até que
por fim foram formados os planetas.
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A temperatura dos planetas mais próximos do Sol (Mercúrio, Vênus, Terra e


Marte) era muito alta para que moléculas mais voláteis se condensassem, isso fez
com que a composição majoritária deles fosse de silicatos e elementos mais
pesados (ferro, níquel), com maior temperatura de fusão. Essa região foi classificada
como região interna do sistema solar e esses planetas como terrestres. Como tais
elementos são encontrados em menor quantidade no universo, esses planetas não
cresceram muito, sendo bem menores do que os planetas externos (Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno). Também conhecidos como Jovianos, esses planetas
externos estavam além da linha de congelamento, região a partir da qual compostos
mais voláteis como água ou metano assumem forma sólida, como as substâncias
que os formavam se encontram em maior abundância no universo, tais planetas
conseguiram atingir massas bem maiores que os internos, atingindo força
gravitacional suficiente para capturar moléculas de H e He, devido a isso,
apresentam núcleo sólido e superfície gasosa.

1.4 Cronologia do Sistema Solar


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Ao longo desses 4,6 bilhões de anos os planetas sofreram inúmeras mudanças.


A Terra passou de um corpo incandescente à um corpo rochoso e o único planeta
capaz de abrigar vida no sistema solar. Milhares de espécies surgiram e foram
extintas ao longo desse período, mas a Terra continuou. Sendo assim, cabe aos
geólogos estudarem as estruturas que compõem este planeta repleto de quesitos a
serem descobertos.

O processo de formação do planeta Terra e suas estruturas durou cerca de 4,5


bilhões de anos até os dias atuais. Para ela se tornar um planeta estável com
condições adequadas para suportar vida foi preciso um longo processo de evolução
que se iniciou junto com o sistema solar.
A principal teoria é de que o planeta Terra se formou a partir da colisão de
pequenos blocos de planetesimais, ou seja, corpos rochosos que foram se
acumulando. Assim, quanto maior um corpo, maior seu potencial gravitacional, e
consequentemente, a força de atração foi responsável pela formação de corpos
maiores a que chamamos de planetas. No caso, a Terra é considerada um planeta
interno, ou seja, se formou próxima ao Sol quando comparada com planetas como
Júpiter ou Saturno.
A história por trás de como planetesimais se tornaram um planeta repleto de
diversidades biologias, físicas e químicas é explicada através de variações
gravitacionais que permitiram a alteração da temperatura terrestre. Como a Terra é
classificada como um planeta interno, isso significa que grande parte dos gases e
líquidos não conseguiram se manter retidos devido ao alto fluxo de radiação do Sol,
concentrando apenas materiais mais densos, entre eles o ferro e o níquel.
Ao longo do tempo, a Terra foi bombardeada por outros planetesimais. A energia
dessas colisões era absorvida em forma de calor. Assim, o planeta se fundiu por
completo, se tornando uma verdadeira ‘’bola de fogo’’. A mistura do material
proveniente na Terra era dividida em materiais leves e pesados. O material pesado
se concentrou no centro, formando um núcleo denso, enquanto o material mais leve
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se manteve na parte exterior, chamada de manto. A crosta sólida se formou a partir


de rochas de baixa densidade e temperatura de fusão. A Terra então se de dividiu
em núcleo, manto e crosta, sendo que a única parte que não é considerada solida é
o núcleo. No entanto, pesquisas realizadas no ainda no século XX apontaram uma
divisão no núcleo terrestre, uma pesquisadora dinamarquesa descobriu a existência
de um núcleo mais denso, ou seja, no núcleo há uma divisão cujas partes possuem
densidades diferentes, em que a parte mais interna possui uma densidade maior
ainda e que é predominantemente constituída por ferro. Estudos mais recentes
explicam o porquê de o núcleo mais interno com maiores
temperaturas consegue ser solido. Isto ocorre pelas altas pressões, sendo assim,
quanto mais se aproximar do núcleo da Terra, maior será a temperatura e a pressão.
A massa da Terra é composta por centenas de elementos, porém apenas o ferro
e o oxigênio compõem quase metade de toda a massa. O ferro é um composto mais
denso, por isso está quase todo depositado no núcleo, enquanto o oxigênio, menos
denso, na crosta e atmosfera. Essa relação é possível graças à força da gravidade.

O calor interno da Terra é responsável por controlar a movimentação do manto e


do núcleo. Além da divisão do núcleo já citada, há uma divisão das camadas mais
externas que ajudam em estudos mais detalhados do assunto. O manto inferior está
situado desde o limite com o núcleo até uma outra camada mais externa, chamada
de astenosfera, na qual as placas tectônicas se apoiam para realizar seus
movimentos horizontais. A última e mais externa camada da estrutura interna da
Terra é chamada de litosfera que acomoda tais placas e é constituída de rochas
solidas de diferentes densidades que formam a crosta terrestre. O manto superior
constitui todo o espaço formado pela litosfera e astenosfera até uma profundidade
de aproximadamente 600 km, onde faz fronteira com o manto inferior.
A camada mais externa da Terra não é continua como a casca de um ovo, ela é
dividida em doze grandes blocos que flutuam sobre a astenosfera. O manto logo
abaixo da litosfera possui alta temperatura e está sempre em movimento pelo
fenômeno de convecção, em que a matéria mais quente sempre procura ascensão,
onde resfria e volta a descender, fazendo com que as placas se movimentem em
direção à superfície, causando os terremotos e as erupções vulcânicas.
A crosta da Terra é dividida entre a crosta continental e a oceânica. A densidade é
a explicação para a diferença de profundidade entre aas duas crostas. Enquanto a
crosta continental possui aproximadamente 2,8g/cm³, a oceânica tem 3,0g/cm³. São
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densidades menores que a do manto (aproximadamente 3,4g/cm³), e por isso, se


mantém flutuando na parte mais externa.

2.1 Ilustração da estrutura interna da Terra

Outro fenômeno já conhecido denomina-se geodinamismo, capaz de estudar o


campo magnético que é formado no núcleo externo da Terra. De acordo com o
fenômeno físico, a força magnética naturalmente segue a direção norte para o sul.
Sabe-se que a bussola funciona como uma barra metálica e que sua agulha sempre
aponta para o norte. Isso ocorre porque o movimento de convecção no manto
terrestre é capaz de gerar campo magnético devido à liga liquida entre ferro e níquel
(bons condutores elétricos). Duas barras imantadas paralelas entre si sempre irão se
repelir de forma que o lado norte de uma se vire para o lado sul da outra. É isso que
ocorre com a bussola e o manto da Terra. Sendo assim, o que é chamado de norte
é, na verdade, o sul do planeta. Após a descoberta, foi criada uma nomenclatura
para diferencia-los em polos magnéticos e geográficos para facilitar o entendimento.
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2.2 Estrutura magnética da Terra

Um dos materiais mais estudados pelos geólogos e que compõe grande parte da
estrutura interna da Terra é chamado de rocha. Estudando as rochas é possível
compreender melhor o planeta, desde a origem do planeta até sua importância
econômica para os humanos. Existem algumas classificações para diferenciar tipos
de rochas, mas antes é preciso saber com mais detalhes o que e como elas se
formam.
As rochas constituem de um aglomerado de diferentes minerais que se unem,
mas cada um deles mantém suas características individuais. Existem inúmeros tipos
de minerais e por causa desse detalhe é possível encontrar diferentes tipos de
rocha, com diferentes cores, texturas e densidades em uma única região. O estudo
da mineralogia e a textura podem dizer como e em que era geológica certa rocha foi
formada.
As rochas são divididas em três grupos com diferentes processos de formação. O
grupo das rochas ígneas denomina-se pelas rochas formadas a partir do esfriamento
do magma. No entanto existem duas maneiras para a formação de rochas ígneas,
as quais os geólogos denominam intrusivas e extrusivas. Aquelas que são formadas
no interior de rochas solidas e que produzem rochas com grãos maiores são as
intrusivas. Já as extrusivas, como o nome deixa evidente, são formadas na
superfície pelo rápido esfriamento do magma em erupções e possuem seus grãos
menores.
Outro grupo de rochas são as rochas sedimentares, que se formam a partir de
partículas que são soterradas e ao longo do tempo se incorporam em fragmentos
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maiores. Processos químicos e físicos ocorrem durante a decomposição e erosão


dos sedimentos. Esses sedimentos ainda não são as rochas denominadas
sedimentares, para isso, ocorre o processo de litificação que torna esses sedimentos
em blocos sólidos. Existem duas formas para isso ocorres: por compactação,
quando a pressão exercida pela sobreposição de sedimentos compacta as
partículas, e por cimentação, quando outras partículas se juntam às depositadas
pelos sedimentos.
As rochas metamórficas recebem esse nome por serem rochas que sofrem
alterações em sua composição. Isso é possível quando entram em contato com as
altas temperaturas e pressões no interior terrestre. Elas podem se formar a partir de
outros tipos de rocha (ígnea e sedimentar) ou de rochas do mesmo segmento.
Qualquer um dos três tipos de rocha pode se transformar em outro. Estudos
tentam explicar esse fenômeno denominado ciclo das rochas. Pode ser
exemplificado com a formação de rochas ígneas a partir da elevação do magma
entre duas placas tectônicas em movimento. No decorrer do movimento das placas,
essas rochas recém-formadas podem ser soterradas juntamente com sedimentos
para o interior terrestre. Com isso, a mudança da temperatura e pressão pode
transformar rochas ígneas em rochas metamórficas. Em novos movimentos das
placas tectônicas essas rochas podem ser lançadas à superfície terrestre, onde ao
longo de vários anos, com a ajuda do clima e do intemperismo vão liberando
sedimentos que, mais tarde formarão rochas do tipo sedimentares. Lembrando que
esse processo descrito em algumas palavras é infinito e que ocorre durante milhões,
ou bilhões de anos para acontecer.
Além da função estrutural para o planeta, as rochas também têm sua importância
econômica para os humanos. Todo material utilizado para a fabricação da maioria
dos objetos utilizados no dia a dia é proveniente de minerais formados a partir do
ciclo das rochas no interior terrestre.
As rochas também são de extrema importância para a formação do petróleo,
principal fonte de energia para a humanidade, e base econômica para a maioria dos
países desenvolvidos. É, sem dúvidas, o material mais consumido indiretamente
pela população mundial.
O petróleo é um composto formado a partir da decomposição de microrganismos
e outras matérias ricas em carbono. No entanto para se tornarem o liquido escuro
que é conhecido, ocorre um processo que demanda milhões de anos. Essas
matérias orgânicas são compactadas juntamente com sedimentos, como a areia e
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argila, em altas temperaturas e pressões. Com o tempo, novas camadas de


sedimentos são sobrepostas à essas matérias, que ficam cada vez mais internas. Ao
longo do processo, a matéria passa por inúmeras reações químicas para se tornar o
petróleo, uma mistura de hidrocarbonetos. As rochas têm a função de manter o óleo
estocado, sendo necessário perfurá-las para sua extração.
Outro composto muito importante para todos os seres vivos que fazem parte da
biosfera e que também tem uma função estrutural na Terra é a água. Este que é um
recurso finito e o um dos mais importantes para a manutenção da vida. A água pode
ser encontra de diversas formas, tanto liquida como gasosa, ou até mesmo no
estado solido. Assim como há o ciclo das rochas, também ocorre o ciclo hidrológico,
que pode influencia tanto no clima como na topografia de uma região. Em poucas
palavras, o ciclo da agua se baseia em evaporação da água do mar, precipitação no
continente e retorno dessa água aos oceanos. No entanto, a quantidade com que
isso acontece pode alterar a umidade de certa região e, consequentemente, sua
paisagem, incluindo solo e vegetação.

2.3 Ilustração do ciclo hidrológico

Cerca de 95% de toda a água do planeta está nos oceanos, que durante milhões
de anos ocupou toda a superfície terrestre. Já a segunda maior parcela, é ocupada
pela agua doce, que corresponde cerca de 4% de toda a água do mundo. Embora
seja uma pequena parcela comparada à quantidade de água nos oceanos, o ciclo
hidrológico garante uma boa distribuição desses 4% pela superfície. Não somente o
ciclo, mas também a rede de lençóis freáticos é extremamente importante para essa
distribuição. A agua armazenada no interior corresponde cerca de um terço dos 4%
de agua doce no mundo. Novamente as rochas tem sua importância, nesse caso
são em determinados tipos rochosos que a água subterrânea consegue se
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locomover no interior terrestre. Isso ocorre através de poros rochosos, por isso o tipo
de rocha que tem maior capacidade para ser infiltrada são as rochas sedimentares,
as rochas ígneas e metamórficas têm pouco espaço poroso. Quando essa interação
entre a água e a rocha é frequente, pode haver uma diluição parcial da rocha,
podendo formar espaços que traçam o caminho aquático, assim são formados as
cavernas e os grandes reservatórios de água subterrânea. Sabe-se que esses
reservatórios são mis facilmente encontrados em regiões com o clima temperado e
com grandes camadas de arenito ou área próximos à superfície. Os fatores que
influenciam o fluxo aquático, além da porosidade das rochas, é a permeabilidade
delas. Quando a permeabilidade é baixa a velocidade do fluxo de água é baixo,
dificultando sua retirada, independentemente da quantidade gerada pela porosidade.

Para entendermos como foi formado a parte superficial do nosso planeta, ou


seja, a crosta terrestre, precisamos entender alguns fenômenos que ocorreram há
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milhares de anos. Entre esses fenômenos estão: o clima, a água, o vento entre
outros fatores. A crosta terrestre é formada por blocos rochosos que são chamados
de placas tectônicas, essas placas são responsáveis por grandes mudanças no
nosso planeta por conta da sua constante movimentação. As cadeias montanhosas,
tsunamis, terremotos e os vulcões são frutos da movimentação dessas placas
tectônicas dentro do nosso globo.
As placas tectônicas podem ir se distanciando umas das outras ou se
aproximando conforme sua movimentação. Esses movimentos são classificados em
zona de divergência, que corresponde ao afastamento das placas e as zonas de
convergência que é quando as placas se aproximam.
A formação de montanhas se deu por conta da aproximação de placas tectônicas
que ao se chocarem fizeram com que a pressão sobre as rochas aumentasse e elas
acabassem se expandindo para cima formando grandes cadeias montanhosas.

Outro fator importantíssimo para entendermos todas as mudanças na Terra


foi o clima, a bilhões de anos atrás quando a Terra se formou e era apenas uma
grande esfera escaldante e não existia atmosfera, a temperatura da Terra era
elevadíssima e para que a temperatura do nosso planeta fosse diminuindo foi
preciso muito tempo. Durante este longo período de mudanças climáticas, o
resfriamento do ambiente terrestre foi sem sombra de dúvidas o processo que mais
acarretou mudanças na Terra. Este resfriamento da terra aliado aos vulcões que se
formaram na terra foram os principais veículos para que a atmosfera fosse formada.

A água foi também um dos fatores mais importantes para que as mudanças
no nosso planeta acontecessem e ganhassem a forma que ele tem nos dias atuais,
por isso, é importante entendermos também a formação dos oceanos.
Acredita-se que parte da água do planeta Terra veio de fora do sistema solar,
por meio de meteoros que se chocaram com a Terra trazendo grãos de sal, e dentro
desses grãos de sal, minúsculas partículas de água. Esses meteoros bombardearam
a Terra por milhares de anos formando grandes piscinas.
Como a Terra antigamente era muito quente, e com a grande quantidade de
vulcões que liberavam gases para a atmosfera, o vapor da água se acumulava e por
conta desse acumulo ocorriam as chuvas, formando assim o Oceano.
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Os vulcões como citados anteriormente foram elementos muito importantes


para a formação do nosso globo terrestre como um todo, surgiram a milhares de
anos atrás, a maioria deles formados em baixo do nosso oceano, eles se erguiam e
com a mudança de temperatura formavam as grandes estruturas que nós
conhecemos hoje em dia. Eles fornecem inúmeros tipos de minerais para a
humanidade além de que antigamente junto com a tectônica de placas era um dos
fatores primordiais para a formação da nossa crosta terrestre, suas rochas e
sedimentos.

3.1 Estrutura interna de um vulcão

Ao longo do tempo, enquanto esses ventos, geleiras e água passavam pelas


rochas, o ambiente terrestre foi sofrendo grandes alterações, as rochas foram se
desgastando e com esse desgaste foi mudando completamente a estrutura da Terra.
A estrutura da Terra está em constante mudança, a partir do momento em que as
placas tectônicas se movem, os ventos e as águas passam carregando materiais
diferentes para outros lugares do nosso planeta e com isso a terra vai se
modificando a cada instante.

Foi por conta das placas tectônicas que os continentes do nosso planeta
estão dispostos da forma que estão hoje em dia. Os continentes que existem no
planeta nem sempre foram do jeito que são hoje, antigamente eles já chegaram a
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ser um grande e único continente e por isso é importante sabermos como essa
mudança ocorreu durante tanto tempo.

Acredita-se que o magma derretido da parte interior do planeta Terra subiu


até a superfície, esfriando e assim se solidificando, formando a crosta rochosa. Este
processo aconteceu inúmeras vezes, fazendo assim com que os materiais mais
leves se separassem dos mais pesados e chegassem até o topo, para formar os
núcleos primitivos dos continentes.

A água e a chuva fizeram com que as rochas se desintegrassem, esses


detritos rochosos começaram a ir para lugares de deposição mais baixo por conta do
vento, gelo e água, esses detritos foram se acumulando em camadas espessas e
este processo aconteceu várias e várias vezes durantes milhões de anos até que os
continentes fossem estruturados.

3.2 Ilustração do movimento das placas tectônicas

A separação desse imenso continente ocorreu durante bilhões de anos por


conta das placas tectônicas que até hoje continuam se movendo, por isso o tempo
foi e ainda é um dos fatores primordiais para a formação da Terra.

Esses meteoros e vulcões que já foram citados trouxeram também uma série
de gases que ajudaram a formar a atmosfera primitiva.
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Essa atmosfera era bem diferente da que nós temos hoje no nosso planeta, a
atmosfera começou a sofrer mudanças drásticas após o surgimento dos primeiros
organismos vivos que faziam fotossíntese e liberavam gás oxigênio.
O oxigênio começou a ser liberado cerca de 3,5 Bilhões de anos, por um
micróbio capaz de formar um micro fóssil que foi se formando debaixo dos oceanos
chamado Estromatólito, esse micróbio recebia o dióxido de carbono que na época
era predominante na atmosfera da terra e liberava gás oxigênio na atmosfera
terrestre. Acredita-se que esse micróbio foi o primeiro organismo a fazer a
fotossíntese.

3.3 Fosseis de estromatólitos em rochas

A atmosfera terrestre é dividida em algumas camadas de acordo com a


variação de temperatura. A troposfera, a estratosfera, a mesosfera e a termosfera
compõem o que conhecemos por atmosfera.
Com o passar dos anos a atmosfera da terra começou a ficar rica em oxigênio
assim como ela é hoje em dia. O nitrogênio e o oxigênio juntos somam cerca de
99% dos gases que compõem a atmosfera.
Os gases que compõem a atmosfera ficam retidos por conta da força da
gravidade e do campo magnético que envolve a Terra.
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3.4 Divisão da atmosfera em camadas

São bilhões de anos desde o Big Bang até a formação do Sistema Solar,
subtraídos mais alguns bilhões de anos, está o início da formação da Terra, que
passa por vários ciclos de instabilidade até formar a biosfera que é conhecida
atualmente. Isso permite concluir que tempo desde que surgiu a primeira forma de
vida no planeta é relativamente pouco tempo desde o surgimento do Universo.
Durante sua formação, a Terra sofreu inúmeras variações de temperatura,
pressão e impactos de corpos externos. Isso fez com que sua forma se tornasse o
que é chamado de Geoide, ou seja, não esférica como muitos pensam, e sim
achatada nos polos, além das marcas de colisões que sofreu ao longo de sua
formação.
Sabe-se que a Terra é um corpo repleto de estruturas e compostos ainda
desconhecidos pelo homem. Cabe aos geólogos utilizarem a ciência para testar
hipóteses e teorias cientificas que consigam explicar mais sobre do que é formado o
planeta, e futuramente, poder incluir nos objetivos de pesquisa outros planetas do
sistema solar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Formation and evolution of the Solar System, from Wikipedia. 2018. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Formation_and_evolution_of_the_Solar_System

RICHER, HARVEY. ‘’Origins of the Universe’’. 2017. Disponível em:


https://www.nationalgeographic.com/science/space/universe/origins-of-the-universe/

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https://en.wikipedia.org/wiki/Chronology_of_the_universe

PATEL NAGARAJA, MANTA. ‘’The Big Bang’’. 2017. Disponível em:


https://science.nasa.gov/astrophysics/focus-areas/what-powered-the-big-bang

GROTZINGER, JOHN P: ‘’Understanding Earth’’. 1993. W.H. Freeman & Company;


Edição: Seventh. 2014.

TAIOLI, FABIO: ‘’Decifrando a Terra’’. 2. Ed. Brasil: IBEP NACIONAL

JORDAM, TOM: ‘’ Para Entender a Terra’’. Bookman; Edição: 6. 2013


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