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28/03/2012 08h00
- Atualizado em
28/03/2012 08h13

Pesquisa do Inpa usa semente para purificar água de rio da Amazônia


Uso da moringa evita aplicação de sulfato de alumínio, tóxico para natureza.

Técnica também elimina bactérias e torna água própria para uso.


Do Globo Natureza, em São Paulo
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Método usa sementes da moringa para tratar a água


(Foto: Divulgação / Edilene Sargentini)

As águas escuras do Rio Negro, no Amazonas, precisam ser clarificadas e purificadas antes de serem consumidas. Um dos produtos usados neste processo é o
sulfato de alumínio, tóxico para a natureza. Para evitar a contaminação e melhorar a saúde de comunidades que dependem da água do rio, o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estudou o uso da semente de uma planta, a moringa, para tornar potável a água do Rio Negro e conseguiu resultados
inesperados.

A moringa é uma planta originária da Índia. Para purificar a água, a semente é extraída e masserada, formando um pó, aplicado no líquido. No Brasil, a planta
já é usada para tirar o barro e eliminar bactérias de rios da região Nordeste. Como a quantidade de pó de varia de acordo com as características dos rios e
também com o período do ano, “a pesquisa do Inpa foi pioneira”, diz a farmacêutica Edilene Sargentini, que participou dos estudos.

“A grande diferença do Rio Negro é que a água é colorida devido à presença de substância húmica, decorrente da decomposição de animais e plantas da
floresta, transportados para o rio por meio de lixiviação”, explica Edilene.

Além de conseguir limpar a água e eliminar 99% das bactérias, o estudo do Inpa desenvolveu uma nova metodologia de aplicação da semente de moringa que
consegue purificar a água mais rapidamente. Ao aplicar o pó na água, não é preciso esperar cerca de 2 horas, como ocorre em processos já conhecidos. Nos
laboratórios do Inpa, a purificação ocorreu em apenas alguns minutos.

Além disso, com o novo método, os pesquisadores conseguiram deixar a água potável por até três dias – contra um dia com o método convencional. “Após usar
o pó da semente de moringa, você tem um tempo para usar a água. Depois disso, ela ‘apodrece’. Descobrimos uma nova metodologia para usar esta semente de
modo em que a água não ‘apodrece’ tão rápido”, conta Edilene. Os pesquisadores pretendem patentear a nova metodologia.
Amostras de água do Rio Negro antes e depois da aplicação
do pó da semente da moringa (Foto: Divulgação / Edilene Sargentini)

Sachês


Agora, a pesquisa está entrando em uma nova fase, fora do Inpa. O objetivo da equipe é desenvolver sachês de moringa, que poderiam ser distribuídos para as
comunidades à beira do Rio Negro com um passo a passo do uso. Para Edilene, o sachê facilitaria o uso da moringa, porque já viria com a dose certa. Bastaria
colocá-lo na água, sem ser necessário ter a planta no quintal e preparar o pó.

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Mas, antes mesmo da criação dos sachês, os resultados da pesquisa podem ser aplicados através do ensino da preparação do pó e aplicação na água. Uma das
metas da equipe de pesquisa é criar uma cartilha que explique os procedimentos.

Apesar de não ser nativa do Brasil, a moringa se adaptou bem às condições amazônicas, afirma Edilene. “[No Inpa] nós plantamos 90 sementes de moringa e 87
germinaram. Com um ano a planta já está dando fruto. E, se a poda é feita corretamente, a moringa dá semente até três vezes por ano”. Depois, é só preparar o
pó. Uma solução simples para melhorar o Rio Negro e a saúde de populações que vivem em torno dele, conclui Edilene.

Pesquisadora prepara o pó da semente de moringa em


laboratório do Inpa. (Foto: Divulgação / Edilene Sargentini)
tópicos:

Saúde

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