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Rodrigo Seabra, de Belo Horizonte – MG.

Tradutor de livros e documentos (inglês). Graduado em Jornalismo, pós-


graduado em “Comunicação, Novas Tecnologias e Hipermídia” e em “Tradução
para a Língua Inglesa”. Autor do livro “Renascença: a série de TV no século
XXI”, finalista do prêmio Jabuti.

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Quando me perguntam sobre “vivência educativa” sem que eu tenha a chance


de pesquisar a respeito, apenas procurando o que eu entendo pelo termo, acho
que consigo vislumbrar dois conceitos um pouco diferentes, cada um baseado
em uma das palavras dessa expressão.

Primeiro vem “vivência”. Acho que uma vivência educativa é uma forma de
viver que ajuda a pessoa a evoluir em diversos sentidos que estão conectados:
o conhecimento acumulado, a colocação em prática desse conhecimento, daí o
entendimento do mundo e, com tudo isso, até uma certa melhoria espiritual,
digamos. Em suma, é uma vivência que educa a pessoa, mas que acontece
somente quando ela está ciente de que seu conhecimento e entendimento de
mundo estão progredindo e abrindo portas mentais, filosóficas e
comportamentais em sua vida. Digo, se a vivência da pessoa a educa, então
pelo menos em tese a tendência é a de que ela se torne progressivamente um
ser humano melhor, mais bem educado tanto em sentido de ter mais educação
formal e mais conhecimento do mundo como também de desenvolver mais
empatia e uma melhor lida com os outros seres. Isso, claro, funciona em tese,
porque tanta gente acumula conhecimento e experiências na vida, mas não
tem ou demora a ter a habilidade necessária para colocá-lo em prática. De que
serve uma vivência rica e estudada se ela não é educativa?

Depois vem a palavra “educativa”. A ênfase aqui ficaria na vida educacional do


sujeito, como quem pergunta “Qual é a sua vivência educativa?” e recebe como
resposta um currículo: “estudei em tal lugar, tenho tais diplomas, e essa é
minha vivência educativa”. Percebo essa segunda acepção, de certa forma,
como um pedido de credenciais do sujeito, ou pelo menos uma forma de aferir
o grau de educação acumulada por ele ao longo da vida. Mas também acredito
que os meios de ganhar e reter educação não precisam ser só os formais, ou
seja, não se resumem apenas a currículos, diplomas, horas de aulas e
palestras. Acredito que seja possível dizer que certa experiência profissional,
por exemplo, tenha conferido muita vivência educativa a uma pessoa que
esteve presente naquele ambiente por alguns anos e jamais passou por uma
faculdade. Aliás, experiências pessoais podem ser extremamente educativas
em diversos sentidos. Afinal, educação não é somente o acúmulo de
informação.

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