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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIDOMBOSCO

PÓS-GRADUAÇÃO EM PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE

JULIA QUITZAU VEIGA

PROCESSOS DO CONHECER

Indaiatuba

2022
Julia Quitzau Veiga, 22 anos, eu com apenas 15 anos comecei a descobrir
o mundo da educação me voluntariando no ministério infantil de minha igreja,
onde participei de trabalhos e projetos com todas as idades. Com 18 anos,
ingressei ao curso de Pedagogia da minha cidade, e no mesmo ano comecei a
atuar em escolas. Atualmente, já formada e trabalhando em uma escola bilíngue,
tive como objetivo realizar o curso de pós-graduação em Práticas da Educação
Bilíngue, para que pudesse entender como se dá o processo de aprendizagem
bilíngue desde a educação infantil, seus benefícios, teorias, práticas e recursos,
bem como, aperfeiçoar minha prática com novos conhecimentos, para atingir um
trabalho mais significativo e excelente em minha área de atuação.

Por todo o meu processo de educação, pude identificar, que se deu


através de uma tendência pedagógica tradicional. O que impacta
consequentemente na pessoa que sou hoje. Muitas vezes insegura, em uma
atualidade que nos pede para sermos decididos e proativos. Durante o primeiro
módulo, sobre a educação no século XXI, pude ver a necessária mudança que
deve ser feita, mesmo que por muitas vezes, difícil. O termo “midset” não é
estranho, porém pude aprender e saber realmente como usá-lo através desse
estudo, e como é importante dentro das salas de aula esse conceito de mindset
de desenvolvimento, que trás um aluno protagonista, que desenvolve suas
habilidades, aprende com os erros e se esforça para atingir o alvo.

Já o módulo de aquisição bilíngue e cognição, me ajudou a identificar


como se deu o meu bilinguismo e como posso melhorá-lo. Como também, em
qual fase estão os alunos de minha supervisão, e como posso ajudá-los a atingir
o conhecimento de acordo com a idade em que estão. Foi muito significativo
entender que no processo bilíngue não é interessante a correção em todo tempo,
mas sim, que os erros fazem parte da aprendizagem. Desse modo, tornou a
minha atuação profissional mais precisa e acurada.

A avaliação está presente em nossas vidas desde pequenos, é o modo


que temos de saber os resultados de algum aprendizado. Porém, a avaliação
pode ser algo construtivo ou destrutivo, dependendo de como se é dada e como
a pessoa irá recebê-la. A avaliação por muitos anos, e durante todo o meu
processo escolar, foi motivada por notas, por pressões e nervosismo. O modo
como realizamos uma avaliação e os sentimentos durante esse processo
impactam diretamente no resultado. Para que a avaliação não seja uma
experiência ruim e traumática na vida dos alunos, devemos também trabalhar a
inteligência emocional, algo que deve ser feito todos os dias, e traz resultados
como boa memória e fixação dos estudos aprendidos. O processo emocional da
inteligência emocional, está totalmente ligado com o critério da avaliação, que é
muito mais do que uma prova, a forma como é realizada pode e deve ser feita
com outras alternativas, assim como cada um, individualmente, tem uma forma
de aprendizado mais desenvolvido, pelo conceito de aprendizagem e inteligência
múltipla. Pode ser considerado o uso de tecnologias e diversidade para
avaliações, assim como o termo gameficação tem se tornando tão presente em
nossas práticas de aprendizagem, seja com o uso de tecnologias ou construção
de brinquedos táteis.

A diferença entre alfabetização e letramento já fazia parte de meu


conhecimento, porém o termo biletramento se fez novo, por ver que na esfera do
bilinguismo os termos também se fazem presente, porém com outro foco e as
vezes com outra cultura. Ver tais diferenças no mundo bilíngue foi de muito
significado. E aproveitando para juntar o módulo de multiculturalismo e
multilinguismo, nos quais falam entre si, os conceitos de enculturação,
aculturação e deculturação, são identificáveis para analisarmos quais indivíduos
bilíngues os alunos se tornarão e em qual eu estou inserida. Para que assim, se
identifique também as relações de língua materna e segunda língua no meio que
estamos inseridos.

Em currículos e acreditações internacionais, podemos ver a globalização


atual e como é importante termos uma segunda língua no contexto que
enfrentamos de um multiculturalismo e a relevância que isso se faz nos
currículos internacionais. Nos dias de hoje, é difícil vermos indivíduos que não
possuem vontade de conhecer outros lugares e terem experiências
internacionais. Nas quais, vemos crescer o interculturalismo que nos traz a
discussão sobre o respeito e social skills dentro dessa experiência globalizada.

Os modelos de instrução bilíngue, enxergam a língua como meio de


instrução, e são vistas as diferenças de BICS e CALP, ideologias monoglóssicas
e heteroglóssicas da língua. Pelos indivíduos terem línguas diferentes devemos
integrar o repertório para formarmos seres pensantes e questionadores.
Segundo Canagarajah (2011) “The curriculum should be centered on the
construction of the linguistic repertoire rather than on the demain of each
language separately”. Trazendo significância para tais assuntos e um resumo
objetivo sobre como deve ser nossa prática.

O idioma, o dialeto e a língua têm como o mesmo ideal, possibilitar a


comunicação. Fazendo que quando há uma expansão do aprendizado, temos a
como resultado uma aprendizagem significativa, ou seja, quando um assunto
não é apenas um assunto, mas trás vivências de cada um que está aprendendo
e assim, novos assuntos surgem para nortear a aprendizagem, transformando o
aluno como protagonista. O aprendizado significativo tem como referência
Renan Sargioni, onde ele fala de três partes importantes para o aprendizado
significativo: o desenvolvimento, o monitoramento e a avaliação. Também foram
estudados durante o módulo multiletramento, os termos Code-Switching que
está relacionado a linguística de alternância de diferentes línguas; e Strategic
Foresight for Education, que ajuda os estudantes a construírem habilidades de
pensamento crítico, através de um acompanhamento do profissional da
educação que identifica oportunidades inovadoras para preparar os alunos para
mudanças futuras e garantir assim, o desenvolvimento e o sucesso saudável das
próximas gerações.

Por fim, o módulo processos do conhecer, foi de grande valia para


relembrar assuntos já estudados e pensar sobre o projeto de vida, que é tão
importante para educadores e educandos. Uma vez que o educador possui
autoconhecimento de si, ele estará capacitado para ajudar os educandos a
atingirem esse conhecimento também sobre eles. Eu como educadora, tenho
grande responsabilidade em levar essas crianças a atingirem um pensamento
crítico e a uma aprendizagem significativa. Para que isso aconteça, tenho de
repensar meus métodos e ensino e em quais formas eu posso colocar o aluno
como centro do aprendizado. De acordo com a minha roda da vida, posso
observar que os recursos financeiros são limitantes em muitas áreas, inclusive,
e principalmente em minha carreira. E contradiz, com a plenitude e felicidade
que o ensino me traz. Sempre digo que não escolhi a educação, ela me
escolheu, se fazendo parte de minha vida desde a adolescência, quando se
pensa em Julia, se pensa em ensino. E não consegui fugir da educação, pois se
tornou uma parte de quem eu sou hoje.

Em suma, gostaria de expor minha gratidão pelo curso, é evidente como


cada módulo conversa entre si e assim se constrói uma trilha de aprendizado.
Foi muito significativo cada estudo feito, alguns módulos mais que outros, mas
todos com sua importância, pude aprender mais sobre práticas e exemplos reais
que encontramos na sala de aula. Refiz meus pensamentos sobre avalição,
autoconhecimento, como se dá a aprendizagem em uma criança bilíngue e todos
os seus benefícios.

Referências:

Canagarajah (2011) – Translanguaging in the Classroom: Emerging


Issues for Research and Pedagogy.

https://www.futuresplatform.com/blog/strategic-foresight-education-
planning-guideline

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