Você está na página 1de 3

Biodiversidade

Ver também: Biodiversidade no Brasil

Araracanga, ave natural da América tropical

Florestas tropicais úmidas são biomas muito biodiversos e as florestas tropicais


da América são consistentemente mais biodiversas do que as florestas úmidas
da África e Ásia.[54] Com a maior extensão de floresta tropical da América, as florestas
tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Uma em cada dez espécies
conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica. [55] Esta constitui a maior coleção de
plantas vivas e espécies animais no mundo.
A região é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de insetos,[56] dezenas de milhares
de plantas e cerca de 2 000 aves e mamíferos. Até o momento, pelo menos 40 000
espécies de plantas, 3 000 de peixes, 1 294 aves, 427 mamíferos, 428 anfíbios e
378 répteis foram classificadas cientificamente na região. [57] Um em cada cinco de todos os
pássaros no mundo vivem nas florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram
entre 96 660 e 128 843 espécies de invertebrados só no Brasil.[58]
A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da Terra, sendo que alguns
especialistas estimam que um quilômetro quadrado amazônico pode conter mais de mil
tipos de árvores e milhares de espécies de outras plantas superiores. De acordo com um
estudo de 2001, um quarto de quilômetro quadrado de floresta equatoriana suporta mais
de 1 100 espécies de árvores.[59]
Um quilômetro quadrado de floresta amazônica pode conter cerca de 90 790 toneladas
métricas de plantas vivas. A biomassa da planta média é estimada em 356 ± 47 toneladas
ha−1.[60] Até o momento, cerca de 438 mil espécies de plantas de interesse econômico e
social têm sido registradas na região, com muitas mais ainda a serem descobertas ou
catalogadas.[61]
O desmatamento na Amazônia ameaça muitas espécies de rãs de árvore, que são muito sensíveis
às mudanças ambientais. Na imagem, o Dendrobates leucomelas.

A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia em cerca de 25 por cento, como
resultado de mudanças sazonais. Essa área expande-se durante a estação seca quando
a luz solar é máxima, então sofre uma abscisão durante a estação úmida nublada. Estas
mudanças fornecem um balanço de carbono entre fotossíntese e respiração.[62]
A floresta contém várias espécies que podem representar perigo. Entre as maiores
criaturas predatórias estão o jacaré-açu, onça-pintada (ou jaguar), suçuarana (ou puma) e
a sucuri. No rio Amazonas, enguias elétricas podem produzir um choque elétrico que pode
atordoar ou matar, enquanto que as piranhas são conhecidas por morder e
machucar seres humanos. Em suas águas, também é possível se observar um dos
maiores peixes de água doce do mundo, o pirarucu.[63] Várias espécies de sapos
venenosos secretam toxinas lipofílicas alcalóides através de sua carne. Há também
inúmeros parasitas e vetores de doenças. Morcegos-vampiros habitam na floresta e
podem espalhar o vírus da raiva.[64] Malária, febre amarela e dengue também podem ser
contraídas na região amazônica.
A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15
volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida
à pesquisa da Amazônia, no século XIX. Todavia, a diversidade de espécies e a
dificuldade de acesso às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das
riquezas faunísticas.

Vegetação

Paisagem da Amazônia a oeste de Manaus, no Brasil

Vista aérea de uma região da Amazônia próxima a Manaus

A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hileia


amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de
uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.
Existem três tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas formam a Amazônia
brasileira: florestas montanhosas andinas, florestas de terra firme e florestas fluviais
alagadas. A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina, exceto pela
menor densidade, está localizada em planaltos pouco elevados (30-200 metros) e
apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes. Isto forçou uma adaptação
das raízes das plantas, que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos
de fungos, passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo, a
fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados. A floresta fluvial alagada
também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente, como raízes
respiratórias, que possuem poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico. As
áreas localizadas em terrenos baixos e sujeitos a inundações periódicas por águas
brancas ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são
chamadas de florestas de várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem
terras arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à
matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das
águas pode chegar a até dez metros de altura.
A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação
rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e
precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que
habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros.
A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que
grande parte da fauna ainda seja desconhecida. A fauna e flora amazônicas foram
descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius,
naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia,
no século XIX.
A Amazônia não é homogênea, ao contrário, ela é formada por um mosaico de hábitats
bastante distintos. A diversidade de hábitats inclui as florestas de transição, as matas
secas e matas semidecíduas; matas de bambu (Guadua spp.), campinaranas, enclaves de
cerrado, buritizais, florestas inundáveis (igapó e várzea), e a floresta de terra firme.

Produção de oxigênio
A alegação de que a Amazônia seria o "pulmão do mundo" é bastante usada na mídia e
em postagens de políticos[65] e celebridades[66] nas redes sociais. No entanto, quase todo
o oxigênio respirável da Terra se origina de fitoplânctons que vivem nos oceanos do
planeta e existe em quantidade suficiente para durar milhões de anos. [67]
A afirmação de que a Amazônia produz 20% de oxigênio é fisicamente impossível, visto
que simplesmente não há dióxido de carbono suficiente na atmosfera da Terra para que as
árvores fotossintetizem em um quinto do oxigênio do planeta. [68] Na realidade, cálculos
baseados em um estudo de 2010[69] estima-se que as florestas tropicais são responsáveis
por 34% da fotossíntese que ocorre em terra e a Amazônia representaria cerca de metade
disso. Isso significaria que a Amazônia gera cerca de 16% do oxigênio produzido em terra.
[70]
 Essa porcentagem cai para 9% quando se leva em consideração o oxigênio produzido
pelo fitoplâncton no oceano. O Project Drawdown, que pesquisa soluções de mudanças
climáticas, chegou a uma estimativa mais conservadora de 6%. [71] A fotossíntese das
plantas é, em última análise, responsável pelo oxigênio respirável, apenas uma fração
muito pequena do crescimento da planta realmente contribui para a reserva de oxigênio no
ar. Mesmo que toda a matéria orgânica na Amazônia fosse queimada de uma só vez,
menos de 1% do oxigênio do mundo seria consumido. [72][73]

Você também pode gostar