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Mônica Bergamo
Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
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As falas do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, ironizando áudios de sessões
do Superior Tribunal Militar (STM) que apontam denúncias de tortura durante a ditadura militar Míriam Leitão recebe
apoio da Comissão
(1964-1985) chegaram à presidência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Arns após ser atacada
por Eduardo
A denúncia foi feita pela bancada do PSOL na Câmara dos Deputados. O partido pede que as Bolsonaro
declarações do general sejam incluídas em ação que acusa o governo Jair Bolsonaro de não
cumprir sentença que condenou o país por violações de direitos no caso da Guerrilha do Comissão Arns visita centro de
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, participa de cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Jair
Bolsonaro, em Brasília - Adriano Machado - 11.fev.2022/Reuters
Nas conversas, os ministros comentam casos como o de uma mulher que sofreu um aborto depois
de torturas no DOI-Codi, criticam a atuação de "policiais sádicos" e também duvidam da
veracidade de alguns depoimentos. Não há relatos de que o STM tenha feito algo para impedir os
atos de violência contra opositores do regime.
Questionado por jornalistas sobre o teor das gravações, Mourão afirmou na segunda-feira (18)
não haver o que apurar sobre as violações cometidas durante o regime militar. "Apurar o quê? Os
caras já morreram tudo, pô", afirmou, rindo em seguida. "Vai trazer os caras do túmulo de volta
lá?".
O conteúdo das gravações, fruto do trabalho do professor de história do Brasil Carlos Fico, da
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi divulgado pela jornalista Míriam Leitão, do
jornal O Globo, e confirmado pela Folha.
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Líder da bancada do PSOL na Câmara, a deputada Sâmia Bomfim afirma que as falas do vice-
presidente da República são "de embrulhar o estômago" e minimizam a importância dos áudios.
"Esses negacionistas podem ladrar, mas está mais uma vez provado que houve muita violência no
período cruel da ditadura no Brasil. Não podemos aceitar que zombem da triste história de
pessoas torturadas e mortas", diz Bomfim.
A primeira denúncia à Corte Interamericana de Direitos Humanos foi feita em 2020 pelo PSOL em
parceria com o Instituto Vladimir Herzog e o Núcleo de Preservação da Memória Política. A ação
foi admitida na condição de amicus curiae (amigo da corte).
Em outubro do ano passado, Mourão foi incluído na denúncia após falar, em entrevista à DW, que
o torturador e coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra era "um homem que respeitava os direitos
humanos de seus subordinados".
O regime enaltecido por Mourão teve uma estrutura dedicada a tortura, mortes e
desaparecimento.
Os números da repressão são pouco precisos, uma vez que a ditadura nunca reconheceu esses
episódios. Auditorias da Justiça Militar receberam 6.016 denúncias de tortura. Estimativas feitas
depois apontam para 20 mil casos.
A Máquina da Repressão
Presos relataram terem sido pendurados em paus de arara, submetidos a choques elétricos,
estrangulamento, tentativas de afogamento, golpes com palmatória, socos, pontapés e outras
agressões. Em alguns casos, a sessão de tortura levava à morte.
Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) listou 191 mortos e o desaparecimento de 210
pessoas. Outros 33 desaparecidos tiveram seus corpos localizados posteriormente, num total de
434 pessoas.
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