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09/06/2019 SBFa - Anais - Congresso Internacional de Fonoaudiologia

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EFEITOS DA VELOCIDADE LENTA NA FLUÊNCIA DE FALA DE ADULTOS COM GAGUEIRA
 
Autor(es): , RAYSSA BEATRIZ ONUKI DE MOURA, CRISTIANE MOÇO CANHETTI DE OLIVEIRA

 
"Introdução: O tempo é uma variável crucial para a fluência da fala. Portanto, a velocidade de fala pode ter um
importante papel na variabilidade da gagueira. Sabe­se que a redução da velocidade de fala é um objetivo
amplamente utilizado na terapia de pessoas com gagueira de todas as idades. Acredita­se que o aumento do
tempo que a pessoa com gagueira tem para planejar e executar a fala propicia a promoção da fluência. No
entanto, não há evidências científicas dos efeitos da fala lenta na fluência de pessoas que gaguejam. Objetivo:
Verificar os efeitos da fala lenta na fluência de adultos com gagueira. Métodos: Projeto aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa (CAAE: 72947617.9.0000.5406). Trata­se de um estudo transversal observacional
prospectivo. Foi realizado com 10 adultos com gagueira. Os critérios de inclusão foram: assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido; ser falante nativo do Português Brasileiro; ter idade cronológica entre 18 e
59 anos e 11 meses; ter diagnóstico de gagueira por profissional especialista da área; ter mínimo de 3 de
disfluências gagas; e apresentar pontuação de, pelo menos, 18 pontos no Instrumento de Gravidade da
Gagueira – SSI­4, o que equivale a uma gagueira de grau leve; e não estar participando de nenhum programa
de terapia para gagueira. Os procedimentos da pesquisa foram: avaliação da fluência; avaliação da fala
espontânea com velocidade habitual; avaliação da fala espontânea com velocidade lenta; e análise acústica do
tempo das amostras de fala. Foi realizada análise estatística, por meio do software STATISTICA (versão 7.0)
utilizando o teste t de student pareado, com nível de significância igual ou menor a 5. Para cada velocidade de
fala foi proposto um tema­estímulo a ser discorrido pelo adulto, e um intervalo de 5 minutos entre as duas
amostras de fala. Para propiciar as amostras de fala com diferentes velocidades, o adulto visualizou um vídeo
com uma filmagem da fala da pesquisadora principal como exemplo, inicialmente com velocidade de fala
habitual e depois com velocidade de fala lenta. Foi utilizado o software praat para medir o tempo gasto de cada
amostra de fala coletada. Resultados: A avaliação da fala lenta mostrou uma redução significante do total das
disfluências gagas (p=0,007*) e aumento do total das disfluências comuns (p=0,014*). A velocidade de fala
reduzida ocasionou redução significante dos bloqueios (p0,001*) e prolongamentos (p=0,029*). Nas
disfluências comuns, houve aumento significante das hesitações (p0,001*). Apesar da diminuição dos fluxos de
sílabas (de 178,63 para 164,43 na fala lenta) e de palavras por minuto (de 100,62 para 89,72) as diferenças
não foram estatisticamente significantes. Conclusão: A fala mais lenta nos adultos com gagueira provocou um
efeito imediato positivo, uma vez que houve redução das disfluências gagas, especialmente dos bloqueios e
prolongamentos. O aumento das hesitações pode ter ocorrido como uma forma compensatória para falar mais
devagar. Acredita­se que, a velocidade mais lenta pode melhorar a fluência da fala de pessoas com gagueira,
possivelmente devido ao melhor controle do planejamento e execução do complexo processo da fala."
 
Dados de publicação
Página(s) : p.10241  
 
URL (endereço digital) : http://sbfa.org.br/portal/anais2018/trabalhos_select.php?id_artigo=10241&tt=Busca
ISBN 978­85­89902­06­9  

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