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ESTABELECIMENTO: CEEBJA SANTA CLARA

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA TURMA: FUNDAMENTAL 1


PROFESSOR(A): FLAVIA CHRISTINA DOS SANTOS
ALUNO(A):
7ª SEMANA

Leia o texto abaixo e responda as questões:


João Victor
Odeio ortografia. Coisa mais escorregadia. Dois mais dois é sempre quatro. O Rio Amazonas
está sempre no mesmo lugar. Há 500 anos que todo mundo sabe que quem descobriu o Brasil foi
Pedro Alvares Cabral.
Agora, veja o raio da ortografia! Alguém pode me explicar por que havia tem H e aviação não
tem? Por que hora tem H e oral não? E, pior, por que o chá que a gente bebe é com H e o xá da Pérsia
não é?
Por culpa do H, tirei cinco na prova
Minha mãe vai me matar.
Zé Luiz e Lucas também entraram pelo cano. Saímos os três pela calçada, xingando o H e
olhando as vitrines.
De repente, uma aparição. O tênis mais deslumbrante do mundo reluz na vitrine da sapataria.
Parece até que tem ímã. Eu, Zé Luiz e Lucas grudamos o nariz no vidro.
— Caramba! — suspiramos os três ao mesmo tempo.
— Se eu tivesse tirado dez, talvez minha mãe me desse um tênis desses no Natal — murmura
Zé Luiz.
Olho o preço. Custa uma fortuna. Mais caro do que uma bicicleta nova. Minha mãe jamais compraria
um tênis desses, nem se eu tirasse
vinte em tudo. Ela acha que é desperdício gastar tanto dinheiro num tênis.
Lembrar da minha mãe me dá um frio na barriga. Cinco na prova!
Achato o nariz com mais força no vidro.
De nós três, Lucas é o único que não precisa esperar pelo futuro. Ele já nasceu glorioso. Os pais
dele têm muito, mas muito dinheiro. Lucas tem bicicleta, computador, quarto com uma cama-beliche
em cima
do armário, milhares de tênis e videogames deslumbrantes.
Com tudo isso, Lucas é um cara azedo. Por qualquer coisinha ele estoura. Quando é com a
gente, ele depois se arrepende e vem pedir desculpas.
— Não sei o que me dá, não consigo me controlar, é mais forte que eu, entende?
A gente não entende.
— Sei lá. Minha psicóloga diz que...
É sempre assim. Quando a gente dá uma dura nele, lá vem o papo da psicóloga, que é uma
mulher que ganha uma nota preta para inventar desculpas científicas para o azedume do Lucas. Como
ela sozinha não dá conta do recado, ele ainda tem uma psicopedagoga, que se encarrega de explicar
para os pais dele e para a escola por que ele nunca aprende nada.
Seus pais bem que podiam pagar uma grana pra gente também, só pra aturar você — costuma
dizer o Zé ao fim de cada briga.
O Zé é meu melhor amigo. Nós padecemos do mesmo mal, que é ter mãe viciada em boletins
reluzentes. Só a gente sabe o peso de chegar em casa depois de ter entrado bem numa prova e ter
que encarar uma mãe de futuro glorioso em punho. O Zé também não tem pai. Quer dizer, tem, mas é
igual ao meu: pai sumido.
A diferença da mãe dele para a minha é que a dele ganha bem. Os maravilhosos boletins do Zé
são recompensados a peso de tênis novos, aparelhos de som, etc. Os meus têm que esperar pelo
futuro.

1.O texto está narrado em:


( ) 1ª pessoa:( o narrador conta e participa da história).
( ) 3ª pessoa.( o narrador conta a história, mas não participa dela)
Retire um trecho do texto que justifique sua resposta.

2. João Victor estava irritado, reclamava da ortografia. Qual era o real motivo da irritação do garoto?

3. Dê o significado das expressões abaixo:


a) Minha mãe “vai me matar”
b) “Entrar pelo cano”
c)“Custa uma fortuna”
d) “Um frio na barriga”
e) “Um cara azedo”
f)“Ter entrado bem”

4. Por que o tênis na vitrine parecia ter um imã?

5. Para o garoto, seu amigo Lucas não precisa esperar pelo futuro. Por quê?

6 . Para a mãe do protagonista, o que era “o futuro glorioso” e o que ele representava?

7. Parece haver um acordo entre Zé Luiz e sua mãe. Que acordo é esse?

8. Por que os “boletins maravilhosos” de João Victor teriam de esperar o futuro?

Leia o texto abaixo e responda as questões:

O Homem Trocado
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma
enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
– Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.
– Eu estava com medo desta operação…
– Por quê? Não havia risco nenhum.
– Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos…
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário
e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um
filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com
sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o
nascimento de um bebê chinês.
– E o meu nome? Outro engano.
– Seu nome não é Lírio?
– Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e…
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o
vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu
nome não apareceu na lista.
– Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que
pagar mais de R$ 3 mil.
– O senhor não faz chamadas interurbanas?
– Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
– Por quê?
– Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até
tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
– O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
– Se você diz que a operação foi bem…
A enfermeira parou de sorrir.
– Apendicite? – perguntou, hesitante.
– É. A operação era para tirar o apêndice.
– Não era para trocar de sexo? Luís Fernando Veríssimo.

01 – Que elementos o cronista utilizou para gerar humor no texto?

02 – Justifique o título do texto.

03 – Indique que consequências os seguintes fatos têm na narrativa:


a) Troca na maternidade.

b) A ida de outro bebê para sua mãe.

c) Engano do cartório.

d) Engano do computador.

e) Engano da companhia telefônica.

f) Engano do médico.

04 – Observe a fala do médico: “— O senhor está desenganado”. Qual o sentido da palavra


“desenganado”?

05 – Por que o narrador não fica apreensivo com este diagnóstico?

06 – Por que, no contexto, o uso da palavra “desenganado” gera humor?

07 – Comente o final da crônica. Como se produziu o humor nessa passagem?


07 – Leia o texto abaixo e responda:

O objetivo do texto é:
a) Mostrar a importância dos livros.
b) Divulgar uma feira de livros
c) Explicar como são feitos os livros.
d) Indicar locais onde se vendem livros.

Leia o texto abaixo.


A integração de imagens e palavras contribui para a formação de novos sentidos do texto.
Observe:

A atitude de Romeu em relação a Dalila revela:


a) Compaixão.
b) Companheirismo.
c) Insensibilidade.
d) Revolta.

Leia o texto abaixo:

No último quadrinho, o que a Mônica não entendeu?


a) Onde foi que seu pedaço de pizza caiu.
b) O que aconteceu com seu pedaço de pizza.
c) Como a Magali consegue ser tão magrinha.
d) Por que a Magali come muito e não engorda.

De acordo com o poema abaixo:


QUADRAS POPULARES

Você me mandou cantar


Pensando que eu não sabia
Pois eu sou que nem cigarra
Canto sempre todo dia.
****
Já fui galo, já cantei
Já fui dono do terreiro
Não me importo que outras cantem
Onde eu já cantei primeiro. Azevedo, Ricardo. Bazar do Folclore. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Os dois poemas falam:


a) Da arte de cantar.
b) De quem canta desolado.
c) De quem não sabia cantar.
d) Do galo cantor dono do terreiro.

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