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Neste artigo inicio falando da Consolação de Boécio e como através dela o ser humano
entender que é possível ser consolado a partir do momento que tem uma profunda e intensa
experiencia consigo próprio. Olhar para dentro e usufruir dos conhecimentos que adquiriu ao
longo da vida. E em seguida a importância da Esquizoanalise para a partir dela criar novas
experiencias de vida usando os métodos de territorialização e desterritorialização, bem como a
Cartografia.
Boecio Seneca
O olhar para si, olhar para dentro Olhar para dentro, focar naquilo que pode
controlar.
Afastar os pensamentos negativos; aceitar Na consolação ele usa o ponto de vista da
a vida da forma que ela é. A felicidade problemática vivida – Ad Helviam (A
não se encontra nas riquezas, bens Hélvia) e Ad Polybium (A Políbio)
materiais.
Platonismo Cristão Naturalismo estoico e dualismo platônico
Felicidade – Metafisica e Teológica - Felicidade – Agir de acordo a razão –
Abster dos prazeres do mundo - Sumo ética e virtude moral - Viver conforme a
Bem (Deus) natureza -
Boecio e Seneca falaram sobre a “felicidade” tema discutido quase no mesmo ponto de vista
em alguns aspectos. Os bens exteriores, bens materiais não traz felicidade, mas somente o
Sumo Bem – Deus, pois felicidade consistem em se apropriar de bens espirituais em contraste
com os materiais. Boécio foi influenciado pelo platonismo cristão, principalmente no
pensamento patrístico de sua época no século IV e V d.c. concluindo que a felicidade está em
Deus. No pensamento de Sêneca a felicidade estava em agir de acordo com a razão, pois ela
deve direcionar a vida do homem, sua concepção de pensamento era o naturalismo estoico e o
dualismo platônico.
O fim do viver é a busca da felicidade; e a ética, por sua vez, deve indicar
justamente quais são os meios apropriados para alcançá-la. Desta maneira,
tanto os estoicos como os epicuristas, a procura e a solução dos problemas
éticos da vida pessoal e social são buscados fora dos esquemas metafísicos
tradicionais, enquanto “viver conforme a natureza” (Ciclo IV )
Mais do que um do que um cálculo racional, a consciência é compreendida por Sêneca como
força espiritual e moral de si mesmo: “Farei tudo o que minha consciência mandar, sem me
submeter ao que os outros pensam. Mesmo que apenas eu saiba o que estou fazendo, agirei
como se todos estivessem me vendo” (SÊNECA, 2013, p. 61).
Para cada situação Seneca usa um método, pois para consolar sua mãe ele fala de sua vida de
uma forma que servia de consolo, pois em nenhum momento ele se mostra abalado, mas
mostra que o sábio se adequa com a situação vivida e não importa o lugar onde vive, já para
consolar Polibio ele fala de sua vida e a forma angustiante que está vivendo, dizendo ele a
verdade da situação e ao mesmo tempo usando meios para sair daquela situação.
Vale ressaltar que Sêneca escreve as três Consolações dentro de uma
perspectiva bastante peculiar: procura não só expor sua filosofia, mas também
entender a dor que abala a pessoa a ser consolada e, ainda, captar a visão de
mundo desta, para assim melhor chegar ao seu espírito. Em Sêneca, a dor,
embora seja apresentada como um mal universal, presença certa na vida do
homem, não foi trabalhada do modo estritamente convencionado pela Escola,
mas, sim, conforme os impulsos de cada situação. (A Filosofia da dor nas
consolações de Seneca)
O Filósofo procura entender a dor do individuo e ao mesmo tempo expor sua filosofia,
procurando entender o contexto da vida da pessoa consolada.
Já Boécio usou a filosofia de uma forma interessante como um dialogo consigo mesmo, tendo
um personagem fictício (A Filosofia), relembra do passado e também de tudo que tinha
aprendido e ensinado.
"De que forma a Esquizoanálise nos possibilita criar outras formas de existência?"
A esquizoanalise tem um modelo diferenciado das filosofias modernas, sendo elas uma
modelo pautada na imagem da árvore, caule central de onde parte as ramificações, mas um
modelo rizomático possibilitando novas formas de vida, não tendo um centro ou uma
identidade, mas tendo várias opções ou pontos de conexões em fluxo. Não seguindo modelos
pré-estabelecidos, parte do contato das pessoas e sua singularidade, suas diferenças a ponto de
estimular novos padrões de vida.
Tal modelo arborescente de pensamento limita-se à busca pela essência das
coisas, isto é, pela reposta para a pergunta: o que é? Deleuze e Guattari, por
conseguinte, pautam o pensamento na ideia de construção, afastando-se dos
conceitos enquanto essências (o que é) e aproximando-se das circunstâncias
que os envolvem. Nesse sentido, as respostas almejadas seriam: em quais
casos? Onde e como? Quando? Como explicita Souza (2012, p. 245), “[...] era
preciso sair do modelo arborescente, remissivo e essencial, para um modelo
que proporcionasse uma representação mais próxima da superfície, do
pensamento que se propaga em vastidão, para isso eles produziram o modelo
rizoma”.
Temos o método cartográfico nos ajuda a manter o contato com os mapas de trajetos e
conexões que o individuo situa com diferentes lugares, pessoas ou coisas, bem como o uso
que faz de suas forças ativas e reativas. Sendo a vida um constante movimento e que este
acontece numa constante construção e desconstrução de formas de vida, acontecendo a partir
de movimentos e encontros.
Devemos, portanto, sempre compor mapas, seguir as linhas, os desejos,
os afetos, as forças que estão a fluir em um corpo, ou quais são os
estratos ou as segmentarizações que impedem com que o fluxo corra,
quais são as identidades que organizam os corpos, dando-lhes uma
função, uma teleologia e, assim, poder desbloquear o "Corpo sem
Órgãos". Pois, em sentido oposto ao de Aristóteles, não existe
um ato em Potência, na realidade de um corpo, o que existe é uma
infinidade de potências não realizadas. Dessa forma, quando se produz
um Corpo sem Órgão, possibilita-se que outras potências se realizem,
isto é, que se produza para si outras formas de existência.
O interessante da cartografia é tomar contato com as experiencias vivenciada pela pessoa
averiguando movimentos que dificultam o fluxo da vida.
A cartografia traça os afetos e as forças em relação, nunca com o intuito de
interpretar uma pessoa, mas para tomar contato com as experiências
vivenciadas pelo corpo, constatando os movimentos que dificultam ou
bloqueiam fluxos de vida, bem como aqueles que possibilitam seu fluxo,
buscando encontrar meios para se movimentar livremente, experimentando
outras formas de afetar e ser afetado, novos modos de existência.
Fonte:https://www.ex-isto.com/2021/07/esquizoanalise-criacao.html
"Para Deleuze não há sentido algum pensar em um sujeito identitário. Não importa o meio ou
o modo como uma pessoa se apresenta: é apenas uma das infinidades de modos de existência
possíveis. Pois, para Deleuze, um corpo é um domínio no qual coexistem duas grandezas
díspares: o virtual e o atual, sendo que cada um deles já possui realidade em si mesma, sua
realidade virtual e sua realidade atual." (Barros, Munari & Abramowicz, 2017)
A esquizoanalise não procura saber em que mundo devemos viver nem como o mundo
deveria ser, entendemos que o ser humano é um ser em constante mudanças e que através do
método de desterritorialização e territorialização, construção e desconstrução podemos nos
moldar. Existem tarefas que regula a esquizoanalise, sendo uma negativa positivas:
Destruição do “Eu normal”; esta tarefa consiste em desorganizar as máquinas
desejantes que foram organizadas pelo socius. A intenção desta tarefa é
desneurotizar o indivíduo, pois este se encontra afastado do que pode. Sua
vida está entorpecida, ele apega-se à identidade, procura conforto. É aqui onde
o desejo ainda é sentido como falta porque o indivíduo não consegue
apropriar-se dele, não consegue criar, apenas reproduzir, seguir modelos;
Descobrir suas máquinas desejantes; esta tarefa consiste em fazer o desejo
retomar o que é dele. Através da reorganização das máquinas desejantes, o
indivíduo torna-se capaz de criar territorialidades novas para ele, torna-se
nômade, preocupado em sentir ao invés de interpretar. Está diretamente
relacionado com a capacidade de produzir a si mesmo, aumentar a própria
potência, criar para si um corpo sem órgãos;
Reorganizar o campo social pelas máquinas desejantes. Esta tarefa consiste em
inserir o corpo individual reorganizado como peça da máquina social, fazendo
cair o que deve cair e mantendo o que deve manter-se. É o revolucionário que
remaneja o social, uma prática de micropolítica que sujeita as máquinas
molares (grandes máquinas sociais) ao desejo molecular (revolucionário).
(https://razaoinadequada.com/filosofos/deleuze/esquizoanalise/)
Com a territorialização e a desterritorialização o indivíduo procura mudar estando em um
constante devir, mudando seus costumes, seus meios e envolvimentos sociais. Faz necessário
a desconstrução como a desterritorialização para que haja uma mudança na vida do indivíduo.
O território pode se desterritorializar, isto é, abrir-se, engajar-se em
linhas de fuga e até sair do seu curso e se destruir. A espécie humana
está mergulhada num imenso movimento de desterritorialização, no
sentido de que seus territórios “originais” se desfazem
ininterruptamente com a divisão social do trabalho, com a ação dos
deuses universais que ultrapassam os quadros da tribo e da etnia, com
os sistemas maquínicos que a levam a atravessar, cada vez mais
rapidamente, as estratificações materiais e mentais (GUATTARI;
RONILK, 2010, p.388).
Com os métodos da esquizoanalise, rizomático, territorialização e desterritorialização e a
cartografia podemos envolver o indivíduo nestes movimentos reorganizando sua vida
tornando -se capaz de criar territorialidade novas, tornando-se nômade, preocupado em sentir
ao invés de interpretar.
REFERENCIAS:
ESQUIZOANALISE - https://razaoinadequada.com/filosofos/deleuze/esquizoanalise
Esquizoanálise e outros modos de vida - Fonte:
https://www.existo.com/2021/07/esquizoanalise-criacao