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Babalon – Binah – é dita ser a vitória sobre Choronzon, no sentido de dizer que o Adepto

venceu, ao cruzar o Abismo, Daath, a Sephira do Conhecimento.

Este conhecimento de Daath é o conhecimento desprovido do real Entendimento que é


fornecido mais acima por Binah.

Daath representa o conhecimento intelectual que o iniciado coletou em todas as suas


experiências passadas, originadas do seu intercurso com a vida, o mundo, Malkuth.

É a tendência que todo ser humano apresenta em interpretar todos os fenômenos sob a
perspectiva do conhecimento adquirido em suas experiências pessoais.

Como Daath se encontra no Abismo, trecho de passagem do humano para o divino, o


conhecimento adquirido das experiências humanas do iniciado não o auxiliam a compreender o
divino acima, do qual, ele já começa a sofrer influência.

Quanto mais o iniciado se apega as suas próprias experiências passadas, tentando interpretar
o novo, o divino, através delas, mais a mente do mesmo se torna confusa e mais ele se debate
na angústia daquilo que seu intelecto não consegue compreender.

Este estado de confusão mental, angústia e total desespero diante do incognoscível é o que se
conhece como experiência de Choronzon. E, a menos que o iniciado se dispa da sua antiga
roupagem, tornando-se um bebê nu e puro, engendrado num ovo, vencendo seu medo do
incógnito amanhã e do desconhecido porvir, ele jamais conseguirá alcançar o portal do Divino.

Uma vez tendo vencido Choronzon, o iniciado supera a ilusão fenomênica provocada pelo
intelecto, uma das ferramentas do Ego, e alcança Babalon, o Entendimento – Binah. Babalon é
a virgem qual o adepto se une após ter vencido o demônio da confusão e dispersão. É a pérola
sagrada que deve ser resgatada da boca do Dragão que habita o Abismo: Choronzon.

Na Qabalah, Binah é a sephirah que logo segue a Daath, na escala ascendente.

Fy em julho 14, 2009 às 12:26 pm


Agora Crowleyando, ainda, e tentando entender Choronzon, pra te alcançar:

Chama-lo de demônio não significa que ele seja um ser propriamente dito, Choronzon carece
de significado ou existência em si mesmo. Choronzon não tem um corpo próprio, sequer uma
individualidade.

Ele é a ausência total de forma e, ao mesmo tempo, é toda possibilidade de forma,


impulsionado pela mente que lhe propicia a manifestação a partir das coisas que se encontram
reprimida em nossa sombra e que, em geral, desconhecemos.

O Conhece-te a ti mesmo é essencial na vitória sobre Choronzon.


Crowley nos diz que Choronzon cria as formas em voz alta: Zazas, Zazas, Nasatanada Zasas.
Mas ele é muito mais um estado mental do que um ser constituído e individual. Ele provém da
dispersão mental do iniciado, esta é a razão pela qual Choronzon não pode persistir, por muito
tempo, em qualquer das formas que adota.

Não existe continuidade ou estabilidade em Choronzon, assim como, não existem continuidade
e estabilidade no estado de ausência de concentração mental ou confusão.

Não há existência no Abismo, ou seja, existem formas, mas nenhuma forma é distinta (No-thing
= nenhuma coisa: nenhuma coisa distinta da outra).
Choronzon é o demônio que enfrentamos em todos os estados em que a confusão mental nos
toma e onde percebemos que o raciocínio analítico não nos é de muita ajuda, pois o
surgimento de uma idéia, ou ponto de vista, imediatamente faz surgir o seu oposto e não se
chega a conclusão nenhuma, pois tudo carece de real significado.

Choronzon é ilusão, Maya e todas as suas conseqüências levadas a extremo no interior do


iniciado.

Muitos consideram que o encontro com este demônio da dispersão só se dá em um lugar pré-
determinado e dentro dos limites de um momento específico, buscado através do efeito de
algum rito mágico realizado com esta intenção. Porém, sendo a mente uma manifestação
natural de todo àquele que vive o encontro com Choronzon pode se dar a qualquer momento
sob o influxo de qualquer fator que afete a nossa psique.

Tanto o iniciado, quanto o não-iniciado, têm que, vez por outra, enfrentar e obter a vitória sobre
Choronzon.

A diferença é que o iniciado sabe o que busca e está ciente, em menor ou maior grau, dos
obstáculos que podem se erguer no caminho da sua auto-realização, enquanto o não-iniciado,
a mais das vezes, sofre o processo de modo inconsciente.

A árvore é a árvore da Vida, portanto, todo aquele que vive, está sob a influência dos estados
mentais ali delimitados, seja sob o nome Sephiroth, Abismo ou qualquer outro.

A presença de Choronzon se faz sentir, de modo freqüente, nas chamadas Noites Negras da
Alma e representa o último grito da “carne”, do ego individual, que está prestes a perder o seu
significado em favor da Consciência Divina.

É uma espécie de “pane mental”, um processo de passagem de um estado mental ou espiritual


a outro. O intelecto humano em feroz luta contra a Consciência do Deus que em nós habita.

Ele sempre surge quando o sofrimento assombra o iniciado. Por vezes o sofrimento se
prolonga durante anos até que o iniciado consiga “abdicar” do seu ego e prosseguir em seu
caminho ate Binah, “depositando” seu sangue na Taça de Babalon, e seus ossos na Cidade
das Pirâmides.

É dito que, na Cidade das Pirâmides, o nome do iniciado já não é mais, ou seja, o iniciado se
liberta do jugo do ego, da personalidade individual.

Ele se torna o mais completo vazio de onde surge a verdade divina, ele se torna um Mestre de
Templo e pode, por opção, retornar ao mundo para ajudar a humanidade a se libertar do jugo
de Maya.

Isto não significa que o iniciado, literalmente, mate o ego ou que este já não exista mais, jamais
devemos esquecer que o ego é essencial ao processo de individuação e de manifestação no
mundo de Malkuth.

A morte coroada pela entrada na Gloriosa Cidade em que Babalon é Senhora e Rainha,
significa apenas que, uma vez liberto do poder do ego e de seus mecanismos, o iniciado está
apto a avaliar o seu eu e personalidade humanos anteriores de forma impessoal.

Ele se torna apto a perceber a ilusão provocada por um instrumento – ego – que funciona
centrado basicamente na auto-afirmação e auto-defesa, gerando uma série de conflitos
desnecessários.

Tendo dominado dentro de si mesmo, até o ponto crítico – Choronzon -, os últimos resquícios
do Desejo, da Hostilidade e da Ilusão – forças motrizes do universo manifesto -, o Mestre de
Templo contemplou, refletidas como num espelho, as últimas fantasias projetadas de sua
vontade física e primitiva – Choronzon.

Superou a vontade de viver de acordo com os motivos comuns do desejo e da hostilidade, num
ambiente ilusório de causas, fins e meios fenomênicos.

Tendo o Mestre de Templo ultrapassado os delírios ou enganos – Choronzon – de seu próprio


ego auto-afirmativo, auto-defensivo e voltado para si mesmo, ele conhece dentro e fora o mais
pleno entendimento que lhe proporciona paz, tranqüilidade e equilíbrio.

Ele observa a imagem do magnífico e mais perfeito vazio que transcende o pensamento.
Pensamento, no qual, se encontram suas próprias experiências do ego em relação à forma,
percepções, palavra, concepções e ao próprio conhecimento intelectual.

Ele se eleva, retorna ao seu meio, e habita entre nós como um centro “desprovido de ego” de
onde não emana mais o raciocínio intelectual e analítico, mas sim, o princípio do vazio de onde
tudo provém, manifesto em toda a sua simplicidade através da palavra do Mestre de Templo.

Em razão disso, é que se diz que é difícil entender a palavra do Mestre de Templo, pois ela
provém da simplicidade máxima, do vazio primordial de onde absolutamente tudo que
conhecemos é emanado, ele manifesta o segredo germinal do Pai, incompreensível ao
intelecto humano.

Retornar ao meio em que habitou, após se elevar, é o verdadeiro “ato compassivo” do Mestre
de Templo, pois, por meio dele é revelada a verdade do Pai, e uma profusão de dádivas
espirituais fluem deste ser para a libertação de toda a raça humana.

———————————————

adi em julho 14, 2009 às 1:35 pm


Fy,

De fato eh um assunto muito complexo, e mais dificil achar material que fale de forma clara
sobre isso, porque no fundo as experiencias misticas vai ter sempre um componente
“arquetipico” se misturando com a visao de mundo do iniciado, alem de pessoal os detalhes
ainda se coloca em simbolos.

Por exemplo, eu acho que para o Crowley, Chorozon tinha um aspecto terrivel justo porque o
ego dele era enorme, quer dizer, Daath eh proporcional aos seus proprios medos, a propria
visao de mundo, a propria prisao mental, eh exatamente isso que o iniciado vai ter que vencer;
a si-mesmo.

Bom, ao que voce falou Fy, e pelo que entendi durante essa pesquisa, eh tudo isso que voce
citou sim, soh que mais complicado. Tem haver com conhecimento intelectual, mas alem disso,
tem haver com a nocao de um “eu”. Porque, na minha opiniao particular, baseada um pouco na
psicologia; depois da conversacao com o Anjo que eh o Self no coracao, ou o mestre interior, a
pessoa comeca a ter sonhos com a sombra pessoal, ao mesmo tempo com “um certo aspecto”
coletivo da sombra, a cada contato com o Self, praticamente ha um confronto posterior com a
sombra. Depois de assimilada a sombra pessoal, que jah eh um aspecto de “desnudar” a alma
humana, de conhecer os proprios aspectos sombrios, retirada das projecoes, etc., porque essa
parte eh uma preparacao para o “abismo”, e para o confronto com “o nucleo arquetipico”
sombrio, porque eh o aspecto “da ilusao” do mundo que provem de Binah, a grande mae
geradora. Porque Binah doa toda a substancia que manifesta a vida e proporciona a
manifestacao material; mesmo que essa substancia tenha origem divina, ela nao ultrapassa o
abismo na ascendencia, e essa substancia alem de ser tudo o que se pode tocar, sentir,
experimentar, cheirar, ver, etc; eh de uma certa forma, a que dah a nocao de um “eu” em
separado, a que molda nossas percepcoes de si-mesmo e do mundo que nos cerca, equivale
ao karma pessoal e coletivo que nos cerca, equivale a sistase, equivale aos nossos mais
profundos valores, equivale a todas as nossas crencas boas ou mas, enfim, equivale a tudo
aquilo em que acreditamos ser, porque tudo aquilo esta baseado numa nocao de um “eu” em
sepado. E essa substancia tem um poder altamente sedutor, magnetico, real, pois ateh entao
era toda a realidade que se possuia.
A travessia do abismo, significa transcender totalmente a percepcao baseado num “eu”,
perceber que a substancia Divina animica eh o verdadeiro Ser, que sempre esteve presente
mas encoberto, que o Verdadeiro Ser eh impessoal, portanto estah em tudo e em todos, estah
nele e no mundo, estah na Psique e no corpo, que eh Espirito e Materia simultaneamente.
Dessa forma se extingue a dualidade da percepcao, e recupera a realidade ultima da existencia
manifesta, onde todas as coisas sao Unas em essencia na diversidade da manifestacao…
Bom, foi dessa forma que entendi Daath.
Fy, o post estah incompleto ateh, porque Daath eh realmente muito complexa; mas eu sei
tambem,que eh aqui nos comentarios que se enriquece o post e se coplementa bastante.
Tem mais coisa que eu gostaria de falar sobre Binah, depois coloco, tah.

adi em julho 14, 2009 às 5:37 pm


Oi again Fy,

Acho que nao tem material melhor sobre esse assunto “Daath” que o que Crowley deixou, de
fato nao sabemos se ele realmente chegou lah do outro lado, mas que chegou muito perto,
muito proximo dessa realizacao, isso com certeza.

=”Ele é a ausência total de forma e, ao mesmo tempo, é toda possibilidade de forma,


impulsionado pela mente que lhe propicia a manifestação a partir das coisas que se encontram
reprimida em nossa sombra e que, em geral, desconhecemos.”=

Exato Fy, por isso eh imprescindivel antes deste confronto ter integrado a sombra pessoal;
Porque Choronzon representa alem da sombra pessoal; eh o nivel “arquetipico” que organiza a
sombra pessoal mas que tem suas raizes profundas no “coletivo”, equivale a sistase ou sistema
que aprisiona a sociedade/cultura como um todo.
E transcender toda essa massaroca que envolve nossas percepcoes nao eh nada simples; por
isso a loucura eh um risco muito proximo daqueles que ousam atravessar o abismo.
E o perigo estah em: Perceber que o “eu” eh irreal mas nao perceber a irrealidade do mundo
isso leva a loucura, ou perceber que o mundo eh irreal mas nao perceber a irrealidade do “eu”,
nesse caso o eu se sente um Deus e acha que o mundo existe para ele.

Alem do que a consciencia, por mais que ela se expanda, eh muito perigoso incorporar a
“Totalidade” do Self, mesmo que essa Totalidade do Ser numa consciencia esteja dividida nas
varias monadas/centelhas, ainda eh uma potencia Impessoal, Cosmica, alem de nossa
capacidade humana de compreensao, por isso mesmo o perigo.

Segundo o Budismo Tibetano, esse padrao que limita o ser, estah se desfazendo e se
refazendo a todo instante, porque como vimos choronzon carece de forma, ao mesmo tempo
que eh todas as formas pensamentos que estao na mente a pertubar….

Por isso tambem eh importante nessa longa jornada de auto-conhecimento o dominio da mente
e dos pensamentos que levam a mente de um lado a outro…
Por esse motivo eu nao diria que o problema eh tao somente a mente racional, mas os
pensamentos desconexos que nao param e que querem atencao pra si, desviando da real
percepao…

Fy, esse assunto eh muito louco, e quando comecamos a pensar sobre, muita coisas vao
fazendo sentido, vao se ligando… por isso que as energias que emanam de Binah eh a chave
pra entender essas mesmas energias no retorno, e como estah ligado com Malkuth/A Noiva
“Virgem”, e sobre magia sexual, porque este tambem eh o segredo da uniao com Babalon…
Mas este tambem eh assunto muito complexo e pra outro post.

adi em julho 14, 2009 às 11:06 pm


Carissimo Mob,

Sem em julho 19, 2009 às 2:16 pm


Adi,

Tou fazendo a seguinte leitura da Árvore da Vida: abaixo de Daath está o mundo sensível que
nossa consciência pode apreender, ou tudo o que o ego-self pode um dia conhecer, mesmo
que no presente desconheça ou que nunca venha a conhecer, é o mundo apreensível; acima
de Daath é, estará sempre, o inconsciente inapreensível…

Daath é realmente abismo, pois é mergulho no desconhecido, no que não faz sentido algum e
no que nunca fará: morada dos mistérios divinos, além humanos, quem sabe para Deus em
toda sua magnitude… Mas para haver real mergulho em Daath e não sermos aniquilados pelos
não-sentidos do inconsciente (o que equivaleria para o ego ser tomado pela loucura alienante
ou para o sentido religioso do místico ser fulminado pela totalidade, virar pó ou pedra), para
emergir do outro lado, incólumes, embora transformados (de uma miríade de fragmentos em
uma unidade composta), temos de nos preparar antes… Não vejo tanto como uma questão de
coragem, pois a vida nos encaminha, por bem ou por mal, para esse caminho, é tão natural
quanto a vida nos escorrendo entre os dedos… Mas, ao mesmo tempo, e como tudo o que
envolve o inconsciente/totalidade, envolve paradoxos, é perigoso, ou como diz o Jung é
processo “contra naturam”, por isso tb doloroso. Para mergulhar “bem” em Daath, digamos,
acho que mais que coragem, embora coragem nunca possa faltar, envolve sofisticação de
preparo, quero com isso dizer algo mais que puro e simples “treino”, algo que envolva técnica
sim, mas tb sensibilidade, fluxo. Como eu vejo, primeiro temos de descobrir quem somos (do
oráculo de Delfos é o decantado “conhece-te a ti mesmo”, que em linguagem junguiana quer
dizer > ter um ego > perder esse ego > ser ego-self > humano “integrado” > “individuado” – o
emprego das aspas é porque não entendo essas categorias de ser como absolutas) para
depois esquecer quem somos, pois só se despindo de toda lógica e dos valores adquiridos do
“lado de cá” é que podemos realmente entrar no “mundo de lá”. De outra forma seria mera
continuação da vida consciente e não haveria a real transmutação. Que é o que se espera e o
que efetivamente acontece na “Grande Jornada”. Será que existe algo mais perigoso,
fascinante, paradoxal, transformador, fonte de vida e de morte, divino, que o inconsciente? não
há. A jornada da alma parece simples, e é, mas somente para os sábios, o problema é que
parece que leva milênios ser sábio.

E Daath é o portal…

Então é isso, minha amiga, o instrumento de que me valho para “compreender” a Cabala é a
psicologia profunda. Ao mesmo tempo a astrologia é a linguagem simbólica mais valiosa…
quer dizer, é o que tenho estudado. Veja: os sete planetas da astrologia medieval ou antiga
(Sol e lua, mais os cinco planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno)
são os véus de Ísis, o mundo sensível que atravessamos e, um a um, ao passar por eles,
vamos nos descobrindo (com o duplo sentido de autoconhecimento e nudez) para poder
finalmente chegar ao intangível – para o homem antigo eram os planetas conhecidos quando
eles desapareciam de suas vistas e, além do horizonte, iam para o que o homem então
concebia como o submundo, o inimaginável, o misterioso reino da morte. Hoje, que temos a
ciência para nos dizer que os planetas não vão para o Hades quando desaparecem de nossas
vistas, simplesmente eles desaparecem do nosso campo de visão, quem cumpre esse papel de
representar o além são os planetas que a astrologia moderna chama de transpessoais – os
praticamente recém-descobertos, se levarmos em conta o tempo relativo de nossa civilização,
os, enfim, apenas visíveis através dos telescópios, os planetas Urano e Netuno e o planetóide
Plutão.

Acho que essa realocação dos planetas pelas sephirots, levando em conta a astronomia e
astrologia atuais, pode ser considerada um sacrilégio do ponto de vista de quem estuda ou vê
apenas o valor da tradição na cabala, mas é uma leitura perfeitamente possível… Afinal, a
gente está sempre adaptando o antigo ao novo, às novas descobertas. E assim como a
psicologia, notadamente em Jung, se deixou permear por mitos e símbolos religiosos
obscurecidos pelo tempo, quero crer que a tradição esotérica também se deixe permear pelas
recentes descobertas da ciência, pensando em toda a psicologia profunda, a astronomia, a
física quântica, entre outras… Uma ciência ou uma religião, enfim, qualquer conhecimento que
pare no tempo, é algo que deixa de existir para o presente, e mais serve aos arcontes mortos
da reprodução do que aos arquétipos vivos. Não sou contra a tradição, sou contra a tradição
isolada no passado.

………………………………

Estou lendo e trago alguns fragmentos de um livro que é exemplar no sentido de misturar
ciência e mito, astronomia e astrologia, presente e passado, imaginação e realidade:

“Vênus recebeu uma infinidade de nomes. Era chamada de Ishtar na Caldéia, Nabu na
Babilônia, Anahita pelos persas, Benu pelos sumérios, Astarte e, depois, Afrodite pelos gregos
– todas denominações femininas. Os gregos também reconheciam o aspecto dual de Vênus,
referindo-se a ela como Phosphoros na manhã e Hesperos à noite, embora não distinguissem
dois corpos celestes diferentes. Mais tarde, os romanos nomearam esses aspectos como
Lúcifer e Vésper. Na antiga Mesoamérica, Vênus era um homem, Quetzalcoatl (serpente
emplumada); para os maias, ele era Kukulcán. Nossos ancestrais havaianos chamaram o
planeta de Hoku-loa, e os taitianos de Ta’urua.

Estrela Vespa, Estrela Vermelha, Grande estrela, Estrela Solitária, Senhor do Amanhecer, Lar
da Deusa do Amor, Proclamador, Companheiro do Ébrio Real, Portador da Luz, Satã – todos
esses títulos foram dados a essa única fonte de luz por pessoas imaginativas de todas as
épocas e cantos do mundo. Mas o que esses nomes significavam? De onde vieram? Portador
de Luz e Senhor do Amanhecer são compreensíveis pois Vênus frequentemente precede o Sol
nascente. Mas por que Vênus foi ligada aos mais altos ideais de beleza feminina, amor,
sexualidade, morte, ressurreição, engano e guerra? Que propriedades tangíveis do planeta
Vênus poderiam ter provocado as histórias nas quais ela recebeu o status de estrela?

Pelo menos parte da nomenclatura de Vênus pelo mundo vem de uma curiosidade natural
sobre como é a vida após a morte. Para onde o Sol, a Lua e as estrelas vão quando somem no
horizonte ocidental? Que jornada eles executam entre seu desaparecimento a oeste e seu
reaparecimento a leste? O mundo invisível, com frequência imaginado como o lugar das almas
que partiram, o lado oculto da natureza humana para sempre oculto de nossos olhos,
desempenhava um papel muito importante nas antigas cosmologias.

(…)

“As sugestões da descida de Vênus para o mundo inferior são uma parte tão integrante e
duradoura da mística da estrela no antigo Oriente Médio que vale a pena elaborar um pouco
mais tanto a imagem quanto o significado. Desses povos, os gregos e os romanos (e nós,
atualmente) adquiriram posteriormente a imagem popular de Vênus como a deusa do amor.

(…)

“No total, havia sete objetos em movimento no céu (o Sol, a Lua e cinco planetas visíveis),
cada um em sua própria concha esférica entre as estrelas. Isto explica por que se precisaria
passar por sete portões para entrar no mundo sob a terra. Se voc~e se sentasse ao lado de
uma fogueira antiga, contando história do crepúsculo e observando Vênus passear pelo céu,
poderia de fato ter visto a deidade tornar-se cada vez mais pálida, despindo-se de seu brilho
conforme ia descendo em direção a seu confronto subterrâneo. Vênus na história tinha
exatamente a mesma aparência que Vênus no céu quando esta se põe.”

CONVERSANDO COM OS PLANETAS: ao quieto. 🙂 🙂

Sem,
Eh isso mesmo, utilizamos a psicologia pra interpretar a Cabala, bem como os mitos. E nisso
Jung nos deixou um grande legado, uma maneira mais acessivel, talvez essa seja a linguagem
dos arquetipos em nossa epoca.
Eh bem por ai que entendo tambem a Daath, talvez um pouco mais pro lado mistico, jah que
minha visao de mundo tem por base o espiritual;
Pra mim tambem o simbolismo da astrologia eh fundamental pra entender essas forcas da
criacao, em todos os sentidos, pois mesmo fisicamente somos poeira de estrelas, que dirah no
sentido “iluminador” ou de radiancia e emanacao.

Sem, Venus eh riquissimo em simbologia, e por algum tempo fiquei como que fascinada pelo
simbolismo a Ele ligado, principalmente no sentido de Lucifer-O Portador da Luz e Satan-O
Opositor. Segundo os esoteristas Venus estah ligado tambem a “mente”, aquela que eh a
portadora da consciencia, mas que nao eh ela mesma quem ilumina, mas eh a mente que eh
iluminada pela intuicao. No esoterismo se diz por iluminacao, nao o estritamente racional,
argumentativo, que vem do intelecto, mas algo superior ao intelecto; eh a “Intuicao” na mente,
onde o conhecimento eh diretamente da Fonte derramado na mente, sem intermedio do
intelecto ou racional. Esse conhecimento soh pode ser conhecido na mente e atraves da
consciencia que o relaciona e o mistura com os aspectos da propria vivencia. Essa deveria ser
a transformacao interior, a tal da sabedoria de vida.
Ainda, no esoterismo se diz que Venus estah tao proximo do Sol que se confunde com ele, ou
seja, ele eh confundido como sendo o que emana luz e nao como o que porta luz, e nesse
sentido ele se transforma em Satan o opositor, aquele que se acha como sendo a propria luz e
razao da existencia, nao reconhecendo a fonte, o Sol que eh de fato o Emanador/Self. Em
outras palavras, Venus/Lucifer e Satan eh o simbolo do proprio ego, aquele que eh o meio pelo
qual o Self pode ser conhecido e expressado no mundo, mas que tambem pode se tornar
opositor no sentido do esquecimento da Verdadeira Fonte de onde eh emanada a Luz.

Eu gosto muito desse assunto, pois dai vem toda a ideia de bem e de mal, das polaridades
consciencia/inconsciencia, luz/trevas…

Gerig em agosto 16, 2009 às 2:21 am


Olá Adi e todos,

muito interessante esse debate, foi o melhor que encontrei na internet sobre essa questão tão
misteriosa para quem estuda a árvore da vida.
existem alguns pontos que creio não terem sido ainda abordados e poderiam enriquecer a
discussão:
começo pelo fato – ou inferência pelo conhecimento de outros mais avançados – de que é no
Abismo que se faz ou não a ‘virada’ para o ‘outro lado’. p.ex. se um indivíduo nasce do lado ‘de
luz’ de acordo com seu karma, em daath ele tem a possibilidade de mudar seu processo
totalmente, indo para o ‘lado de sombra’ chamado por alguns de ‘irmãos negros’ em
contraposição – e fazendo o equilibrio necessario ao Universo – aos irmãos brancos ou
adeptos brancos.
o que eu não entendo bem, é se o indivíduo que muda seu processo indo para algum dos lados
contrarios a seu desenvolvimento anterior, continua em Daath ou faz um mergulho que não o
leva para a tríade superna e sim para a Árvore Inversa a sua própria Árvore.
o que também não entendo é que Crowley disse que não é possivel permanecer em Daath
muito tempo, o indivíduo é impelido para cruzar o Abismo ou permanecer em Daath e ser
aniquilado, Crowley não fala da ‘virada’ por assim dizer para o lado negro ou do negro para o
lado dito ‘de luz’.
É um tópico interessante.

adi em agosto 16, 2009 às 7:09 pm


Olá Gerig,

Seja bem vindo aqui no Anoitan.

” muito interessante esse debate, foi o melhor que encontrei na internet sobre essa questão tão
misteriosa para quem estuda a árvore da vida.”

Obrigado. Eu também acho um assunto fascinante e misterioso. Sim, ficou faltando muitos
assuntos pra serem abordados e melhor compreendidos, e o melhor é que sempre se pode
enriquecer o post com os comentários.

“…de que é no Abismo que se faz ou não a ‘virada’ para o ‘outro lado’. p.ex. se um indivíduo
nasce do lado ‘de luz’ de acordo com seu karma, em daath ele tem a possibilidade de mudar
seu processo totalmente, indo para o ‘lado de sombra’ chamado por alguns de ‘irmãos negros’
em contraposição – e fazendo o equilibrio necessario ao Universo – aos irmãos brancos ou
adeptos brancos.”

Quando estava escrevendo o post li bastante a respeito dos Qliphot, e a respeito da Árvore da
Vida inversa. É dito que os qliphot são como “cascas ou cascões”, são desprovidos de
substância da própria vida, ou seja, são desprovidos de essência ou de Alma. Regardie ainda
diz que os qliphot são como o “lixo”, o descarte de substância ou um tipo de matéria sem
consciência. Na minha opinião, todo indivíduo nasce com partes de luz e sombras em si-
mesmo, não nasce do lado da luz, ou do lado das sombras. Vendo dessa maneira está em nós
a Árvore da Vida (energias evolutivas) bem como a Árvore da Morte (energias involutivas).
Quando da travessia do abismo, o indivíduo confronta em termo de “potência” proporcional ao
Self, ou a Deus, só que de uma substância que exerce extrema atração, sedução, parece ser
real mas é pura ilusão, tem relação com o ser em separado, com “eu”, ego. O perigo está em
que essas energias, arquetípicas que são, têm enorme força podendo desestruturar totalmente
o ego e a consciência, resultando em loucura, e nesse caso o indivíduo se perde nas
profundezas do seu próprio abismo. No caso de se tornar um mago negro, é quando o ego é
estruturado demais, e ao invés do ego se esvaziar, ele se identifica com Deus fortalecendo
ainda mais a noção de um “eu” em separado, um “eu divino” totalmente em separado, crendo
que o mundo existe para satisfaze-lo, onde ele se utilizará dos “poderes” totalmente de forma
egoísta… se utilizar dos poderes pra satisfazer o “ego” é o que se pode chamar de magia
negra, ou de mago negro.
Isso significa o sujeito se deslocar totalmente para o lado negro da força, ou para a Árvore da
Vida inversa nele mesmo.
Na tríade superior a consciência se desvencilha totalmente do ego, de um “eu” em separado…
a consciência é lá alguma “coisa” que se percebe como todos ao mesmo tempo que continua
sendo “algo” que percebe essa totalidade.

Daath é somente um estado de consciência, assim como todos os demais Sephiroth, só que
em Daath no confronto final com Choronzon, quando se vence a atração das forças ilusórias, o
sujeito cruza o abismo e vai direto para os braços da Essência de cada um (Babalon) ou a
divindade, ou Pai no céu, ou Deus, Paraíso, onde não há mais dualidade,e se une a essa
força… quando o sujeito não consegue transcender essa força ilusória do ego representado por
Choronzon, a consciência do ego pode ser aniquilada e o indivíduo se perder em seu próprio
inferno…

Por isso se diz que é a parte mais perigosa do caminho.


Não sei se ficou claro, pois é bem complicado esse assunto. Eu comecei escrever um post
sobre essas energias que são descritas “lunares” (involutivas) em oposicao a “solar”
(evolutivas) na Árvore da Vida, que também está relacionada com a Luz Astral (substância da
magia e criação), com formas pensamento, e que é Maya-ilusão, mas Maya também como o
príncipio criador cósmico de Bhraman… ah, e com relação a Karma também.

Fy em agosto 16, 2009 às 9:33 pm

– Passeando um pouquinho pela Dion, Crowley, MacGregor Mathers, mais interpretações:

Os Quatro Mundos da Cabala:

Atziluth- Mundo Arquetípico, dá a luz aos três mundos posteriores. Cada um dos 4 mundos
possui uma repetição da Sephirot (em cada um há uma completa Árvore da vida), mas em
escala descendente de brilho. Em aspectos gerais engloba apenas a Sephira Kether.

Briah ou mundo da Criação- Aqui as Sephirot se encontram num estado mais limitado, mas
ainda puras, sem alguma mistura adicional de matéria. Engloba Chockmah e Binah.

Yetzirah ou Mundo da Formação- e mundo dos anjos. Embora menos refinado em substância,
é ainda sem matéria. Engloba o Pequeno rosto ou: Chesed, Geburah, Tiphereth, Netzah, Hod e
Yesod.

Assiah ou Mundo da Ação- é também chamado o mundo das cascas, OVLM HQLIPVTh,
Olahm Ha-Qliphoth, que é o mundo da matéria, feito de grossos elementos de outra árvore.
Este também é a residência de maus espíritos que são chamados “as cascas” pela Qabalah,
Qliphoth, cascas materiais. Os demônios também estão divididos em dez classes, e têm
habitações apropriadas.2

MacGregor Mathers o classifica como o Mundo das Cascas ou Qlipoth, mas não é bem assim.

Na verdade Assiah é o Mundo Material, onde todas as dualidades estão afloradas. Então
dependendo das ações do homem, ele pode mergulhar tanto na Árvore da vida quanto na
Árvore da Morte, pode pender tanto para bem quanto para o mal.

Então Assiah não é o mundo de Qlipoth, mas o único dos quatro mundos onde “se tem
passagem” ao Reino das Qlipoth.

Lembrem-se que cada um dos quatro mundos tem sua própria completa Árvore da Vida, então
é a completa Árvore da vida, sob a vibração de Assiah, a única das digamos 4 árvores que
possui toda uma Árvore da Morte em oposição a si mesma.

É fácil: o mundo material implica vida material, a vida material cessa com a morte (diferente do
mundo espiritual onde há vida eterna); então havendo vida e morte, há a Árvore da vida e a
Árvore da Morte.

Em aspectos gerais engloba a Sephira Malkuth. Ou seja é no Reino, que temos todas as
nuanças de bem e mal, vida e morte.

Daath:

É o conhecimento no sentido bíblico, de Adão conhecendo Eva e de Eva conhecendo Adão. É


ao mesmo tempo o ato exterior e o ato interior do partilhar. É a união na qual cada parte é
simultaneamente ativa e passiva na busca da realização.

Daath paira sobre o Abismo, na fronteira entre os Mundos da Criação e da Formação.

Como é a esfera do Conhecimento, aqui a alma e a mente se tocam e compartilham uma


relação amistosa.

Daath representa o relacionamento íntimo entre a Sabedoria (Chockmah) criativa, ativa e


passiva da energia masculina, e a Compreensão (Binah), receptiva, ativa e passiva da energia
feminina. Nesta intimidade.

A identidade de cada parceiro jamais se perde, assim como a luz e a sombra encontram-se
sem se misturar; é uma parceria que jamais pode acontecer em isolamento. Em suma, Daath é
o berço dos relacionamentos.
O Conhecimento oculto em Daath provém do ato de partilhar sem ânsia de resultado, o
partilhar desinteressado, o conhecimento alcançado sem se dar nada em troca.

Esta característica de Daath me faz lembrar da seguinte passagem de Liber Al: Meu número é
11, como todos os números deles que são de nós.

A Estrela de Cinco pontas com um Círculo no Meio, & o círculo é Vermelho. Minha cor é negra
para o cego, mas o azul & ouro são vistos pelo que vê.

Além disso eu tenho uma secreta glória para os que me amam. (I:60) Mas amar-me é melhor
que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu presentemente queimas meu
incenso perante mim, invocando-me com um coração puro, e a chama da Serpente aí dentro,
tu deverás vir a deitar um pouco em meu seio. Por um beijo tu então estarás querendo tudo
dar, mas aquele que der uma partícula de pó deverá tudo perder nesta hora (I:61).

Neste caso Nuit é o complemento feminino do Iniciado e também a fonte de Conhecimento.

Daath é o berço do amor físico, já que a vida humana tem início no ato sexual. A partilha
voluntária, o Amor sob Vontade, é a chave para o aflorar do mais profundo mistério da criação.

O amor verdadeiro nada conhece além do próprio amor. Há três espécies de amor: o amor
físico; o amor das emoções, que faz parte do desejo e é um aspecto externo do amor; e o amor
espiritual (Ágape), que é inspirado pelo Conhecimento (Daath) alcançado através da Sabedoria
(Chockmah) e da Compreensão (Binah).

Com a união jubilosa destas três formas de amor, compreende-se Daath.

O Amor sob Vontade é a chave de Daath, pois a totalidade do Amor é a matéria-prima de que é
feito o Universo.
Luiz Muller

Cabala Desvelada- Samuel MacGregor Liddel Mathers.

adi em agosto 16, 2009 às 11:42 pm


Oi Fy,

Quem sou eu pra discordar de Dion Fortune e MacGregor, mas já discordando 🙂 :), sei lá eu
não entendo simplesmente a matéria ou corpo físico como cascas.

Tanto que se nomeia o Reino como matéria virginal, e é nesse sentido que Malkuth o reino é a
noiva preparada para para o Rei em Kether, e sim, está implicito nesse simbolismo a subida da
kundalini e união sexual com a Essência (ou divindade) através do orgasmo místico; é o
casamento da matéria e do espírito…. então nesse sentido, eu não concordo com Assiah
sendo mundo das cascas ou qliphot.
Eu gosto da visão de Regardie, ele diz que há somente uma Árvore da Vida, e que essa
mesma árvore está nos quatro mundos como estados de consciência.
Os qliphot recebem o nome de sephiroth malignas e adversas, porque não são princípios ou
fatores independentes no esquema cósmico, mas sim o aspecto desequilibrado e destrutivo.
Não existem na verdade duas árvores, nem quatro, mas apenas uma, e uma qlipah é o reverso
de uma moeda cujo o lado oposto é uma sephirah.
Por este motivo dá pra associar o mundo qliphotico com o núcleo arquetípico da sombra
(Jung), onde os conteúdos reprimidos da sombra necessitam ser assimilados pela consciencia.
Os qliphot estão associados aos demônios da Goécia e estes são os mesmos que a sombra
reprimida, que também pode ser associada a sístase ou ego; porque é deste aprisionamento
ou repressão que resulta dos anjos se tornarem demônios (em linguagem mística), ou de
Lúcifer se transformar em Satã.

“É fácil: o mundo material implica vida material, a vida material cessa com a morte (diferente do
mundo espiritual onde há vida eterna); então havendo vida e morte, há a Árvore da vida e a
Árvore da Morte”

Não é bem assim, a vida material cessa com a morte, mas a consciência identificada somente
com a matéria não reconhece o mundo espiritual e nem a vida eterna, e retorna novamente pra
uma nova construçao egóica, pra um novo nascimento; esse é o eterno retorno, porque a
consciência só pode perceber o plano espiritual aqui na matéria, e não somente isso, mas
perceber que tanto matéria como espírito são um só.

” O amor verdadeiro nada conhece além do próprio amor. Há três espécies de amor: o amor
físico; o amor das emoções, que faz parte do desejo e é um aspecto externo do amor; e o amor
espiritual (Ágape),…”

O amor verdadeiro ou espiritual é infinito, ilimitado e sem restrições, sem condições… é puro
amor incondicional que a tudo penetra… é assim que somos todos amados….

Fy, só vocês meus amigos, pra me trazer de novo pro centro, pra me fazer lembrar de coisas
boas que valem a pena lutar sempre…

bjs

Gerig em agosto 20, 2009 às 7:42 pm


Olá adi e todos.
Muito legais essas considerações todas. Ainda as estou digerindo. Gosto muito e acho que faz
muito sentido a correlação entre o Abismo e a Sombra de Jung. Um velho iniciado me disse
quando perguntei sobre Daath e o Abismo exatamente isso. Que no Abismo o iniciado precisa
lidar com sua sombra. Não sei se ele falou no sentido Jungiano do termo mas parece que sim.
Ao que parece Daath também tem um aspecto que não foi mencionado e aqui vou trazê-lo
novamente à discussão: a DISPERSÃO. É bem sabido para quem já leu bastante de Crowley
que ele identifica Choronzon como sendo a Dispersão, ou pelo menos como sendo o agente
(na própria Consciência do Adepto) que o leva para a dispersão.
Seria interessante analisarmos o que essa palavra pode significar. Em termos mentais,
DISPERSÃO pode ser relacionada a uma FALTA DE FOCO, DIFICULDADE DE
CONCENTRAÇÃO.
Um dos motivos que me fez parar desde o início de 2005 de fazer alguns rituais que envolviam
certas práticas foi o resultado que eles me trouxeram de uma dispersão mental. É como se
minha mente tivesse sido expandida, porém para expansão é necessário um igual poder de
consciência, isso é, de PRESENÇA, para que sua CONSCIÊNCIA consiga cobrir toda a nova
esfera. Me parece ser algo como aumentar uma bola de tamanho, voce pode aumentá-la em 3
vezes, digamos, mas precisará de um EQUILIBRIO muito forte para conseguir lidar com a nova
‘bola’, pois essa conterá muito mais informação. Nesse sentido, será que é por aí que Daath é
‘Conhecimento’? No sentido de INFORMAÇÃO, que pula do inconsciente para o consciente, e
se não estiver preparado o adepto pode acabar se dissolvendo por assim dizer, o que
equivaleria a dizer, em termos ‘científicos’, tornar-se esquizofrênico. O núcleo de seu Ego teria
sido dividido em vários. Isso me lembra o mito de Osíris que teve seu corpo cortado em muitas
partes por Seth. E Ísis então junta as partes de Osíris novamente. Seria Isis o Amor então?
Enfim, não quero colocar questões demais aqui pra não ficar chato. Depois quero abordar outra
questão de Daath como sendo um núcleo de Força Centrífuga ou Centrípeta. Parece-me que
Daath é força CENTRÍFUGA, concentradora, concentra energia no Ego. Vejo o Mago Negro
em Daath como alguém que concentra sua energia em seu próprio Ego de modo muito
centrífugo. Mas como pode ser CENTRÍFUGA se é aí que ocorre Dispersão? Como pode haver
Dispersão num estado de consciência em que uma força unificadora interna prevalece?
Questão legal!
Abraços a todos.

adi em agosto 20, 2009 às 9:52 pm


Oi Gerig,

Olha realmente “grandes questionamentos”, bem interessantes e profundos.

Por isso vou responder amanhã ou depois, com mais tempo disponível, pra formular melhor.

abs

adi em agosto 23, 2009 às 2:09 am


Olá Gerig,

“É bem sabido para quem já leu bastante de Crowley que ele identifica Choronzon como sendo
a Dispersão, ou pelo menos como sendo o agente (na própria Consciência do Adepto) que o
leva para a dispersão.”

Eu acho que DISPERSÃO na travessia do abismo de Daath significa como que a consciência
do “eu” se perder no mar de miragens, como que uma dissolução do “eu” mas sem conseguir
concretizar ou realizar a travessia, nesse caso, como se a consciência dispersa, sem um centro
de apoio (ego), fosse invadida por conteúdos psíquicos diversos; em linguagem mística
poderíamos dizer possessão por espíritos os mais diversos – ou loucura mesmo.

” Nesse sentido, será que é por aí que Daath é ‘Conhecimento’? No sentido de INFORMAÇÃO,
que pula do inconsciente para o consciente, e se não estiver preparado o adepto pode acabar
se dissolvendo por assim dizer, o que equivaleria a dizer, em termos ‘científicos’, tornar-se
esquizofrênico”

É mais ou menos isso, o poder do inconsciente representa a totalidade da realidade, é como


um lago querer incorporar o oceano, explodiria.
Agora, Daath é conhecimento no sentido de conhecer a realidade da existência, no sentido de
que todos os condicionamentos que limitam a existência se dissolvem, como a retirada de um
véu que encobre a realidade; conhecimento no sentido de que essa realidade é livre de
opostos – por isso se usa dizer que Deus é hermafrodita, i.e, contém em si mesmo a potência
feminina e masculina do universo. Esse é o segredo do Templo, é a união dos opostos, a divina
Sofia ou pura gnose.

“O núcleo de seu Ego teria sido dividido em vários. Isso me lembra o mito de Osíris que teve
seu corpo cortado em muitas partes por Seth. E Ísis então junta as partes de Osíris novamente.
Seria Isis o Amor então? ”

Há duas maneiras de abordar isso:


– O mito de Osíris tem um significado cósmico, onde o Deus despedaçado simboliza a
“geração”, a gênese ou criação.
-Já essa simbologia no microcosmo, representa a quebra dos padrões de condicionamentos, e
uma nova configuração que permitirá a expressão do Self.

Essa simbologia do despedaçamento do corpo é recorrente nas iniciações Xamânicas.

“Seria Isis o Amor então?”

Ísis representa a Grande Mãe, como Binah, aquela que organiza e mantém a forma.

Bom, vou botar uma lenha na fogueira, risos, a meu ver o Crowley foi um exemplo de alguém
que tentou cruzar o Abismo e não conseguiu, visto os relatos de que ele teria morrido louco. No
entanto, deixou um enorme legado riquíssimo.

Ainda sobre Daath. O conhecimento de Daath seria então a libertação da mente de todos os
condicionamentos? Eu pratico o Budismo Tibetano, vejo pela sua figura que usa aqui que você
conhece o mesmo. Seria o Abismo um nível de iluminação espiritual? A meu ver o Buddha foi
além de Daath e além de Kether mesmo, até Ein-Sof-Aur que ele designou como O Vazio.
Existe alguma correspondência no Budismo à travessia do Abismo? Eu me pergunto isso
frequentemente e ainda não a encontrei.

Saudações fraternais,

Gerig

adi em setembro 28, 2009 às 5:48 pm


Oi Gerig,

“Adi, gostaria de lhe agradecer pela discussão, e também a Fy e aos que estão participando. ”

Não precisa agradecer meu caro, é um prazer participar aqui.

“a meu ver o Crowley foi um exemplo de alguém que tentou cruzar o Abismo e não conseguiu,
visto os relatos de que ele teria morrido louco. No entanto, deixou um enorme legado
riquíssimo.”

Concordo contigo, também acho que ele não conseguiu concretizar a travessia, tanto que
morreu viciado em heroína, i.e., não conseguiu se livrar do vicio adquirido quando criança
(médicos lhe receitaram como tratamento pra asma). Mas sem sombra de dúvida, ele deixou
um grande legado, um grande conhecimento.

“O conhecimento de Daath seria então a libertação da mente de todos os condicionamentos? ”

Na minha opinião é isso que simboliza a travessia do abismo de Daath, simboliza a mente que
se libertou dos condicionamentos, condicionamentos que são o karma, bem como a sístase, e
o ego. Seria isso a pura Sofia, a gnose ou conhecimento da realidade sem condicionamentos,
sem distorções.

“Eu pratico o Budismo Tibetano, vejo pela sua figura que usa aqui que você conhece o mesmo.
Seria o Abismo um nível de iluminação espiritual? A meu ver o Buddha foi além de Daath e
além de Kether mesmo, até Ein-Sof-Aur que ele designou como O Vazio.”

Eu gosto muito do Budismo Tibetano. Na minha opinião o Budismo é uma linguagem para os
tipos de mentes introvertidas, onde a enfase é a meditação. Sim, pra mim a travessia do
abismo seria um nível de iluminação. Segundo o esoterismo é a iluminação de Visudhi chacra,
ou laríngeo, isto é, o efeito do contato com as energias divinas se dão nesse chacra. Segundo
o Crowley depois de Daath a consciência vai direto pra Babalon e se une a sua contraparte
espiritual. Já segundo outras escolas esotéricas, ainda resta as iniciações doss Chacra
Ajna/frontal e Sahashara/topo da cabeça.

“Existe alguma correspondência no Budismo à travessia do Abismo? Eu me pergunto isso


frequentemente e ainda não a encontrei. ”
Você assistiu ao filme sobre “O pequeno Buda” de Bertolucci, com o Keanu Reeves?? Tem
uma parte que mostra a iluminação de Sidhartha Gautama, onde o demônio Marah tenta a
Sidhartha com vários tipos de ilusões, este não se deixa levar, mantém a mente firme e se
ilumina. Eu acho que essas tentações são equivalentes a travessia do abismo de Daath.

Saudações
adi

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 11, 2010 às 8:03 pm


Um pormenor que é muitas vezes esquecido é que DAATH, enquanto “esfera oculta” na Árvore
da Vida depois da Queda, simboliza a perda da Visão Espiritual, sendo essa uma das razões
pelas quais Daath (o Conhecimento, a Gnose) corresponde ao 3º Olho, o Ajña Chakra. O Ajña
é tradicionalmente considerado o “Nó de Rudra”, o Olho do Destruidor da Ilusão.

Lembremo-nos que nas lendas do Graal, a famosa “pedra caída do céu” (Lapis Ex Coelis), é
por tradição uma Pedra Verde, possivelmente uma Esmeralda, que teria caído da Coroa de
Lúcifer. Isto não é uma fantasia, não é um mito: pelo contrário, é uma alegoria que esconde
significados ocultos. Se a dita pedra verde estava na Coroa de Lúcifer, isto é, ao nível da testa
de Lúcifer, então ela só pode ser um símbolo óbvio do Ajña: e precisamente ISSO é que é o
Graal, a Pedra Verde, e a Gnose (Daath) perdida aquando da Queda na Matéria.

Daath representa portanto a Dádiva de Lúcifer, o Graal que guarda a memória da Origem (isto
é, o Conhecimento além da Ilusão), e só é uma “esfera oculta” ou “buraco” porque esse
conhecimento foi perdido, e aguarda pelo seu despertar nas profundezas da Terra (Malkuth).
Importa pois voltar à Origem, e uma vez aí chegados, abrir o Olho que destrói a Ilusão (Daath),
acabando assim com a Ilusão da Matéria (Malkuth).

E o fim torna-se igual ao princípio: 10 esferas, 22 caminhos, uma árvore perfeitamente


simétrica.

o
oo
o
oo
o
oo
o

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 12, 2010 às 8:40 am


Apenas uma nota. Talvez seja interessante fazer as seguintes comparações, com base no que
escrevi previamente:

-> Lúcifer & Vénus, a Estrela da Manhã e do Anoitecer;


-> Vénus, o Pentagrama, e a Maçã Silvestre (tradicionalmente o “fruto do pecado”);

-> Vénus e o Octógono: em especial, a razão porque Ιησούς corresponde a 888 (Pleroma, etc).
E também, qual a simbologia do Círculo e da Cruz, nesse contexto?

-> Vénus, Eostre, e a Páscoa judaico-cristã;

-> Vénus, a Pedra Verde, e o Sangraal;

-> Vénus e a universalidade dos ensinamentos dos Instrutores Secretos da Humanidade


(Iêsoús, Krishna, Gautama Buddha, Óðinn, Quetzalcoatl, Viracocha, Balun Uotan, etc);

adi em janeiro 12, 2010 às 1:10 pm


Aðalsteinn,

Olá e seja bem vindo aqui neste espaço.

“Um pormenor que é muitas vezes esquecido é que DAATH, enquanto “esfera oculta” na
Árvore da Vida depois da Queda, simboliza a perda da Visão Espiritual, sendo essa uma das
razões pelas quais Daath (o Conhecimento, a Gnose) corresponde ao 3º Olho, o Ajña Chakra.
O Ajña é tradicionalmente considerado o “Nó de Rudra”, o Olho do Destruidor da Ilusão.”

Bem lembrado. Revendo todo o texto, bem como sua colocação, observei novamente que
Daath representa o abismo de separação entre o Macrocosmo (as Supernas –
Kether/Chochmah/Binah) e o microcosmo (todas as demais Sephiroth), localizando então logo
abaixo do abismo Chesed (Jupiter/Ajna) bem como seu complemento Geburah/Gedulah
(Marte/Laringeo), podemos deduzir então que ao chegar a esses chacras superiores (Laríngeo
e Ajna) localizados na cabeça, os demais abaixo destes já estão despertos, e nessa travessia
se transpõe esta dualidade entre Macrocosmo e Microcosmo, despertando assim esses dois
chacras restantes, assim tanto a verdadeira sabedoria (Sophia ou Gnose) junto com a
verdadeira Vontade (chacra criativo/realizador/laríngeo) são ativados em simultâneo, fazendo o
homem completo, ou “O que está em cima é como o que está embaixo”, ou como você disse “o
fim torna-se igual ao princípio”.

Já no mito ou alegoria de Lúcifer/Vênus, estando Vênus relacionado a Netzach (Plexo


Solar/mental) se entende então, que Vênus representa as mesmas energias superiores
(Lúcifer), num nível abaixo, ou material. Representando as mesmas forças cósmicas reduzidas
(fora do Pleroma), “caídas” alegoricamente no plano de manifestação, ou como vc disse, a
pedra esmeralda caída da coroa de Lúcifer… Nesse caso, Lúcifer é como o homem completo,
realizado e coroado, desposado com a Noiva (Malkuth/Deusa Kundalini), ou seja, podemos
compará-lo ao Cristos, o que restitui toda a Glória do Reino, unindo céu e terra… claro que só
se torna Rei, recuperando a pedra perdida, ou lápis, ou consciência….
É uma simbologia muito bonita…

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 12, 2010 às 5:19 pm


Olá Adi,

Gostei da sua resposta, embora não concorde com algumas das suas colocações. Mas
também não me considero um dono da verdade: afinal, cada pessoa escolhe a sua própria via,
e a minha via é de essência Gnóstica e Dualista, não-thelémica.

Aquilo que eu quis demonstrar, sem dizê-lo explicitamente, é que eu acredito que Malkuth *é*
Daath caída até ao plano da manifestação (Assiah), e isso é interessante por uma razão: se
você usar a Árvore da Vida ANTES da Queda, que eu tentei ilustrar no final da minha
mensagem de 11 de Janeiro, verá que nessa Árvore existe Daath (isto é, Daath é uma das 10
esferas, dispostas de forma simétrica e lógica), mas não existe Malkuth. Por outro lado, se você
usar a Árvore da Vida DEPOIS da Queda, verá que já não existe Daath (estando no seu lugar
um “buraco”, uma “não-esfera”), mas existe Malkuth, abaixo de Yesod.

Isso mostra-nos bem de que forma Daath e Malkuth estão interligadas. Malkuth é Daath caída
porque perdemos o dom da Visão Espiritual quando encarnamos no mundo físico, mas é
também aqui na terra que encontramos o germe que desperta a Memória da Origem do
Espírito (isto é, do Eu Divino e Imortal): esse germe, essa semente não é mais do que o Graal,
a “Pedra Verde” caída da nossa testa: o Olho Espiritual que perdemos.

Por essa razão, quando despertamos o Olho de Rudra (ou Shiva), o Ajña Chakra que
corresponde a Daath, só faz sentido que Malkuth deixe de existir. Por isso mesmo é que Ajña é
o Olho do Destruidor: Shiva, enquanto Destruidor, é aquele que tem a Visão Espiritual (Daath)
activada, e com ela destrói as ilusões da existência material (Malkuth). Assim seremos nós,
quando chegarmos a esse Despertar.

adi em janeiro 12, 2010 às 8:40 pm


Oi Aðalsteinn,

>Mas também não me considero um dono da verdade: afinal, cada pessoa escolhe a sua
própria via, e a minha via é de essência Gnóstica e Dualista, não-thelémica.

Eu também não me considero dona da verdade não, aqui a gente só troca idéias, e as vezes
essas idéias nos ajudam a formular melhor nossos próprios conceitos, etc. Na verdade eu não
sigo uma via única, mas uso um pouquinho de tudo daquilo que me traz respostas e que é de
utilidade. 🙂

> …é que eu acredito que Malkuth *é* Daath caída até ao plano da manifestação (Assiah), e
isso é interessante por uma razão: se você usar a Árvore da Vida ANTES da Queda, que eu
tentei ilustrar no final da minha mensagem de 11 de Janeiro, verá que nessa Árvore existe
Daath (isto é, Daath é uma das 10 esferas, dispostas de forma simétrica e lógica), mas não
existe Malkuth.

Então, na minha opinião, Malkuth é a própria Sophia/Gnose adormecida, na verdade é a


própria Essência, ou as energias da tríade superior, só que inconsciente da realidade de onde
surgiu, isto é, inconsciente do Pleroma. A cada limitação de Si-mesmo na matéria, ou a cada
chacra na descida e maior materialização, maior o esquecimento.
Eu entendo que não tem como usar a Árvore da Vida antes da queda, pois ela só surgiu como
uma forma de retratar a manifestação, pois no imanifesto, ou seja, anterior a criação, nada
pode ser descrito, nada existe, lá tudo existe em Potência de vir-a-ser, mas só em Potência.

> Isso mostra-nos bem de que forma Daath e Malkuth estão interligadas.

Na Árvore está tudo interligado, é somente uma unica energia que emanada da fonte como
num prisma se divide em 7 níveis de percepção, ou 7 arcontes, 7 chacras, 7 planetas, do mais
sutil ao mais denso Malkuth a centelha adormecida na base da coluna.

> Malkuth é Daath caída porque perdemos o dom da Visão Espiritual quando encarnamos no
mundo físico, mas é também aqui na terra que encontramos o germe que desperta a Memória
da Origem do Espírito (isto é, do Eu Divino e Imortal): esse germe, essa semente não é mais
do que o Graal, a “Pedra Verde” caída da nossa testa: o Olho Espiritual que perdemos.

Eu acho que Daath simboliza ou representa o ponto onde a consciencia transcende toda a
ilusão, pois a Cabala deixa claro que Daath não é bem uma sephira, sendo assim ela não está
relacionada com um chacra ou outro em especial, mas com o ponto de transcendência da
ilusão, ou de como percebemos o mundo dual, em separado. Nós não perdemos o Olho
Espiritual, ele só está inativo…

> Por essa razão, quando despertamos o Olho de Rudra (ou Shiva), o Ajña Chakra que
corresponde a Daath, só faz sentido que Malkuth deixe de existir. Por isso mesmo é que Ajña é
o Olho do Destruidor: Shiva, enquanto Destruidor, é aquele que tem a Visão Espiritual (Daath)
activada, e com ela destrói as ilusões da existência material (Malkuth). Assim seremos nós,
quando chegarmos a esse Despertar.

Mas não é que Malkuth deixa de existir, o mundo continua existindo como antes, só que agora
“vemos” diferente, vemos em Essência. Você mesmo disse que Shiva o destruidor só destrói as
ilusões que encobrem a realidade, ou verdadeira percepção. O reino é novamente preenchido
da Essência, e tudo se torna UM, sem dualidade matéria/espírito, bem/mal, etc…

É assim que entendo Daath.

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 14, 2010 às 10:57 am


Olá Adi,
A Árvore da Vida é acima de tudo uma forma de explicar, sobre a forma de símbolos, a
Realidade. Ela não deve ser considerada um sistema “rígido”, já que várias pessoas ao longo
da história usaram diferentes Árvores da Vida, não necessariamente iguais à Árvore que
conhecemos actualmente. Como tal, usar a Árvore “como ela é” sem pôr em questão o
posicionamento das esferas ou o seu significado, é na minha opinião uma forma de aderir a
automatismos vazios, perdendo-se assim a verdadeira Essência do que a Árvore realmente
representa.

Sobre a forma actual da Árvore, eu diria que não só ela é completamente desarmónica, como
está desequilibrada. Afinal, que sentido tem usar uma estrutura do tipo 1+2+0+2+1+2+1+1
(começando em Kether, em que o “zero” na sequência é Daath), quando poderíamos ter uma
estrutura harmoniosa e simétrica do tipo 1+2+1+2+1+2+1? Foi precisamente isso que eu
expliquei na minha mensagem de 11 de Janeiro.

Se nós usarmos essa tal Árvore harmoniosa, que eu me sinto tentado a chamar de “Árvore da
Vida antes da Queda” (e não sou o único a fazê-lo: veja por exemplo o livro «Qabalah, Qliphoth
and Goetic Magic» de Thomas Karlsson), veremos que nela poderemos encontrar Daath, mas
não Malkuth. Já na Árvore actual, a “Árvore da Vida depois da Queda”, fica claro que Daath já
não existe, estando um “buraco” ou “não-sephirah” no seu lugar, mas existe Malkuth. Parece-
me bastante óbvio que esta é uma prova que existe uma estreita ligação entre Daath e
Malkuth: isto é, Malkuth é Daath depois da Queda, e Daath é Malkuth antes da Queda. Ou, se
preferirmos, Daath é Malkuth depois da Restauração.

Ora se Daath é o Conhecimento ou Gnose, e Malkuth é por tradição o Reino Material, isto quer
dizer que a Gnose foi perdida quando o Reino Material foi criado. Dessa forma, se nós
levarmos Malkuth de volta ao seu lugar original (no “buraco” de Daath), parece-me também
óbvio que Malkuth deixa de existir tal como é actualmente. Precisamente por essa razão é que
Daath corresponde ao Graal, à Gnose, e ao Olho de Rudra. Rudra ou Shiva é aquele que
destrói a Ilusão Material, a responsável pelo aprisionamento da Gnose ou Pedra Perdida no
fundo do Tártaro (a Terra, Malkuth), restaurando assim a Árvore à sua forma original, com
Daath “desperta” mas sem Malkuth. Afinal, não faz sentido falarmos em Malkuth antes da
Queda do Espírito.

De qualquer forma, esta é uma interpretação que só faz sentido num contexto Gnóstico e
Dualista, que pressupõe uma oposição entre Espírito e Matéria. Fora desse contexto, podem
existir outras interpretações – e de facto existem – que podem ser igualmente válidas, embora
não sejam particularmente Gnósticas. Afinal, a Gnose é uma doutrina antinomiana que conduz
ao Zero (a Eternidade do Espírito Incriado), nunca ao Um que é o símbolo do Criador, o Uno, o
Demiurgo.

Sem em janeiro 14, 2010 às 4:59 pm


Oi Aðalsteinn,
Permita-me fazer uma pergunta bem difícil: o que é ou qual o significado do Zero na antinomia
gnóstica?

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 14, 2010 às 5:48 pm


Olá Sem, como está?

Tendo em conta que o 1 é a primeira e mais básica unidade de medida, sendo que todos os
números são unidades de medida e/ou proporção, o Zero representa precisamente tudo o que
não pode ser medido, ou classificado dentro do sistema material/anímico da criação
demiúrgica. Um pormenor sobre o número 1, é que é a partir dele que se cria o Todo (1+1=2,
2+1=3, etc), e ele simboliza dessa forma o Arquitecto, o Uno ou Demiurgo que dá origem à
Criação.

Como tal, sabendo que o Corpo e a Alma obedecem às leis da criação, e que o Espírito (Eterno
e Incriado, tendo sido aprisionado no complexo físico/anímico) não obedece a essas leis, ele
não poderá ser simbolizado por um número ou uma medida. Por essa razão é que eu disse que
a Gnose conduz ao Zero, isto é, ao Espírito, à Eternidade, ao Estado Original e Completo que
foi mais tarde pervertido pela criação dos limites do mundo material. Não era sem razão que os
antigos Gnósticos comparavam o Deus Criador a Yaldabaoth e Saturno, o Senhor do Tempo e
do Limite: e os próprios Cátaros afirmavam que ele era Satanás, o Adversário da Eternidade
(veja-se o “Livro de João o Evangelista” – não confundir com o Evangelho de João, da Bíblia).

adi em janeiro 15, 2010 às 9:39 am


Oi Aðalsteinn,

“Sobre a forma actual da Árvore, eu diria que não só ela é completamente desarmónica, como
está desequilibrada. Afinal, que sentido tem usar uma estrutura do tipo 1+2+0+2+1+2+1+1
(começando em Kether, em que o “zero” na sequência é Daath), quando poderíamos ter uma
estrutura harmoniosa e simétrica do tipo 1+2+1+2+1+2+1? Foi precisamente isso que eu
expliquei na minha mensagem de 11 de Janeiro.”

No meu entender, essa forma desarmoniosa do jeito que está, é porque representa nosso
estado de ser atual; ainda não somos “Plenos”, ainda não somos inteiramente conscientes. O
caminho da Árvore indica primeiro a criação do mundo, a queda na matéria, que pode ser
comparada sim com a queda e alienação de Sophia. E em segundo, com o despertar da
kundalini e sua ascendência no caminho e retorno a fonte, recuperando assim a “plenitude” do
Pleroma. Recuperando assim sua forma harmoniosa, inclusive na Árvore.

“Se nós usarmos essa tal Árvore harmoniosa, que eu me sinto tentado a chamar de “Árvore da
Vida antes da Queda” (e não sou o único a fazê-lo: veja por exemplo o livro «Qabalah, Qliphoth
and Goetic Magic» de Thomas Karlsson), veremos que nela poderemos encontrar Daath, mas
não Malkuth. Já na Árvore actual, a “Árvore da Vida depois da Queda”, fica claro que Daath já
não existe, estando um “buraco” ou “não-sephirah” no seu lugar, mas existe Malkuth.”
O que não encaixa nessa colocação, é justo que “antes da queda”, não há criação, não existe
nada ainda concreto ou manifesto, pois a “queda” representa isso: o mundo manifesto.
Então, se ainda não houve “a queda”, não há Árvore da Vida.
Agora, nós podemos usar sim a Árvore da Vida de forma harmoniosa, simbolizando a
recuperação do Éon perdido, no retorno à fonte, ou ao mundo arquetípico.

“Ora se Daath é o Conhecimento ou Gnose, e Malkuth é por tradição o Reino Material, isto quer
dizer que a Gnose foi perdida quando o Reino Material foi criado.”

Sim, quando da alienação de Sophia.

“Dessa forma, se nós levarmos Malkuth de volta ao seu lugar original (no “buraco” de Daath),
parece-me também óbvio que Malkuth deixa de existir tal como é actualmente.”

Aqui eu já não entenderia assim, pois, não é que Malkuth (que simboliza a kundalini, ou Noiva)
viesse a preencher o buraco, ou vazio, ou abismo de Daath, mesmo porque ela não para ali no
buraco, a energia apenas transpõe o abismo, ou seja, é ali no abismo que o indivíduo se dá
conta de toda a ilusão do mundo da forma como era visto antes em sua mente, após isso, e
abertura do 3o. olho, ou chacra Ajna, onde se “vê” a realidade como é, há o retorno pra fonte,
ou Kether. Ou seja, a energia Kundalini só recupera a plenitude, no casamento espiritual com o
Rei, unindo corpo e Espírito, e acabando de vez com a percepção de uma visão dualista em
todos os sentidos do Ser e existir.

” Precisamente por essa razão é que Daath corresponde ao Graal, à Gnose, e ao Olho de
Rudra. Rudra ou Shiva é aquele que destrói a Ilusão Material, a responsável pelo
aprisionamento da Gnose ou Pedra Perdida no fundo do Tártaro (a Terra, Malkuth),
restaurando assim a Árvore à sua forma original, com Daath “desperta” mas sem Malkuth.
Afinal, não faz sentido falarmos em Malkuth antes da Queda do Espírito.”

Na minha interpretação, a taça cheia do Graal corresponde ao retorno a Binah, bem como
Shiva o destruidor.
Eu entendo que “a queda” foi um evento de diferenciação, óbvio imanifesto/manifesto, e no
Pleroma (Kether) há como que um mundo de potências de vir-a-ser, ou de se realizar, mundo
este atemporal, esse é o maior impulso para o surgimento da vida manifesta, para a queda,
para a manifestação de Ser e existir, onde então, há a separação da plenitude, há a limitação
na existência, há a contração do arquétipo, há o colapso da função de onda (física quântica),
passa a existir o espaço/tempo, há a alienação e consequente criação… e sendo a criação
alienada, há todo um árduo trabalho de recuperação da lembrança do Pleroma, de recuperar a
plenitude, mas estando na matéria. Esse é o ponto mais importante, porque se o próprio Éon
(nós mesmos, nosso Self) não lembrar-se “quem de fato é”, vai continuar eternamente na roda
da vida e encarnações. O propósito da vida é ser pleno na existência, recuperando a
consciência do mundo arquetípico aqui na vida, recuperando a gnose perdida. Então no meu
ver, Malkuth de forma alguma deixa de existir, mas é coroada, ou recupera o Éon…
adi em janeiro 15, 2010 às 10:08 am
“Como tal, sabendo que o Corpo e a Alma obedecem às leis da criação, e que o Espírito
(Eterno e Incriado, tendo sido aprisionado no complexo físico/anímico) não obedece a essas
leis, ele não poderá ser simbolizado por um número ou uma medida. Por essa razão é que eu
disse que a Gnose conduz ao Zero, isto é, ao Espírito, à Eternidade, ao Estado Original e
Completo que foi mais tarde pervertido pela criação dos limites do mundo material. Não era
sem razão que os antigos Gnósticos comparavam o Deus Criador a Yaldabaoth e Saturno, o
Senhor do Tempo e do Limite: e os próprios Cátaros afirmavam que ele era Satanás, o
Adversário da Eternidade (veja-se o “Livro de João o Evangelista” – não confundir com o
Evangelho de João, da Bíblia).”

Olha só, no sistema Cabalístico, Yaldabaoth e Saturno ou Cronos, está associado a Binah a
Grande Mãe geradora, e a Maya, que tanto pode ser o poder gerador do Incriado, bem como
Maya a ilusão. Nota-se também que seu complemento oposto na Árvore, ou seja, Chochmah é
comparado também a Jehovah, o Deus do Velho Testamento…

Sem em janeiro 15, 2010 às 11:12 am


Aðalsteinn,

Obrigada pela resposta, e… continuando as questões difíceis: para os gnósticos quem criou o
1?

Agora, algumas de minhas especulações. Pode comentar a vontade, corrigir e criticar como
quiser.

Não penso muito diferente de suas colocações, apenas não vejo antagonismo entre o Zero e o
Um. De fato vejo que “eles” convivem no Universo sem se anular… Ou talvez não seja no “uni-
verso”, mas no “pluri”, no “trans”, no “in”, ou qq outro “verso” capaz de compor essa totalidade
(Deus) que, só podemos supor, exista… Totalidade na qual estamos completamente
mergulhados, mas sem jamais poder ser a totalidade – não podemos ser Deus, embora muitos
pensem ou imaginem que possam -, chegamos em alguns momentos até mesmo a duvidar que
“Ele” exista… Aparentemente Deus nunca está; só a fé ou uma abstração pura é capaz de nos
revelar sua existência… Por isso – seja o ateu q duvida da existência de Deus, seja o
objetivista que duvida da transcendência ou de qq outra realidade que não a sua apreensível,
seja o ignorante que desconhece a existência de outros espaços e sistemas diversos aos seus,
seja o ególatra que duvida da existência do inconsciente, seja o narcisista que duvida até
mesmo da existência de outros seres afora ele – todos têm razão em duvidar, porque, de certa
forma, a única existência possível é a realidade que se PODE viver, e a natureza da nossa
existência é parcial…

Essa é uma das razões pela qual eu acho que o zero representa mais perfeitamente o
arquétipo puro – ou Deus, Totalidade, Universo, etc. -; o Zero é a realidade da qual não se
pode falar… O inominável, o irrepresentável, a transcendência absoluta. E o Um representa
mais perfeitamente a percepção que podemos ter de Deus – em algum ponto quase até o
“tocar”, ou quem sabe com alguma temeridade conceituar. O Um, acima de tudo, representa o
sentimento de Deus, dessa rede em conexão de tudo com tudo…

Pra mim, tudo é Deus mesmo, o Um e o Zero, apenas em aspectos diferentes de sua
existência. O Ser estaria para o Zero (para o ideal), assim como a existência (matérial) estaria
para o Um…
E num outro modo de dizer a mesma coisa: o Zero representaria o incriado e os números as
criações…

Esse ponto é importante, os números são “representações”, são portanto puras ideias,
abstrações… São ideias que fazemos da Ideia, são abstrações que fazemos da Realidade, são
calculos que deduzimos do Total… E apesar de ser apenas o reflexo de uma coisa e não a
coisa em si, a ideia abstrata é a imagem mais sofisticada e perfeita que podemos ter da “coisa”.
Mas devemos estar sempre atentos a esse cuidado, de não tomar a imagem pelo objeto…
Como o Jung sempre insistiu, em não se confundir o arquétipo (a princípio imutável e
inapreensível) com a sua “representação” (invariavelmente mutável, conforme varia o tempo, a
cultura e até de indivíduo para indivíduo).
É importante ter presente que quando falamos, estamos no campo da representação…

Se puder dá uma olhada nos arquivos do blog, em maio do ano passado, num post chamado
“Não entre quem não saiba geometria”, lá eu digo com imagens – um tanto toscas – o que aqui
só posso dizer com palavras e de modo bastante tosco tb: os números, extraídos do Zero, se
deduzem e multiplicam-se por si. Os números possuem portanto capacidade de criação
independente do Criador. Mas a criação dos números (da existência/ da matéria) é de uma
natureza diferente do Zero (do ideal/ de Deus). Podemos dizer que a criação do Um é
dedutível, enquanto a do Zero é meditativa…? é uma questão em aberto pra mim…

O Zero representa mais perfeitamente Deus do que o Um. Pois o Um é a criação em relação,
enquanto o Zero é o criador original, isto é, se algum dia existiu algum…
Pois é… se existiu, existe… se existe, existiu e existirá…
Pascal apostava na existência matemática de Deus, quer dizer, apesar de nunca podermos
concluir pela certeza de Deus, propunha que mais valia uma vida pautada por sua existência
numa espécie de custo-benefício do que seria uma vida sem Deus…
Eu sou otimista, aposto que Deus existe, mas não tenho certeza, mantenho sempre presente a
possibilidade de estar enganada…

Não é o Deus de nenhuma instituição – religiosa ou não – que eu acredito…

Uma das descrições mais completas de Deus que eu já vi está no Ética do Spinoza. Ainda não
li de todo o tratado e no momento estou em pausa dessa leitura, mas do que eu li e sei, posso
afirmar que ali o filósofo, ao descrever como os números são regrados, chegasse a conclusão
da existência do Zero, quer dizer, de Deus… É uma alegoria do caminho de Spinoza, ao
contrário de como expus, mas “como o que está em cima é o que está embaixo”, é a mesma
imagem de Deus, ou pelo menos é a mais parecida com a que tenho ou faço… É um deus
existencial, se é que isso possa expressar a algo que está em tudo e ao mesmo tempo
transcende todo o concreto.

Papo confuso? Mas acho que vc me entendeu, apesar de ser complicado falar de Deus sem
criar nenhum mal-entendido.

Sem em janeiro 15, 2010 às 11:34 am


Adi,

Eu sempre entendi muito pouco de sistemas místicos. Sempre vou pela vertente da filosofia e
psicologia, conforme já te havia dito… De Cabala então, compreendo só a simbologia da árvore
da vida, e só assim acho possível acompanhar as discussões por aqui. E acho pra lá de
interessante suas considerações nesse aspecto… Assim como as do Aðalsteinn tb (leia minha
resposta a ele).

Do meu ponto de vista vcs dois falam bastante parecido, igual na verdade, mas isso é porque
estou desconsiderando os sistemas por trás dos seus argumentos. Assistindo a controvérsia
lançada por vcs até aqui, a única conclusão que chego é de que existe uma ligação oculta,
direta e profunda, entre Malkuth e Daath.

adi em janeiro 16, 2010 às 12:22 am


Oi Sem,

No meu caso, eu sempre entendi muito pouco sobre os números (rsrsrs), verdade!! eu entendo
mais o ponto, nem sei o quê (rsrs), acho que histórico, do contar a história, do lógico sem
números… eu de fato não saberia explicar, só sei que entendo sem a colocação numérica…

E até por isso mesmo, acho que eu e o Aðalsteinn estamos falando da mesma coisa, só que de
maneiras diferentes…

Na verdade, a questão é sempre essa; aquela velha história dos cegos conhecendo o elefante,
cada um vai dar a sua versão de uma porção do que conheceu… todos estão errados e todos
estão certos ao mesmo tempo…

Sem em janeiro 16, 2010 às 8:17 am


Oi Adi,

“todos estão errados e todos estão certos ao mesmo tempo…”

Totalmente. =)

“Na verdade, a questão é sempre essa; aquela velha história dos cegos conhecendo o elefante,
cada um vai dar a sua versão de uma porção do que conheceu…”
O tempo todo. =)

Só não fique com uma impressão errada a meu respeito, eu entendo muito pouco de números.
O que eu faço com eles está mais para a filosofia do que para matemática. Os números são,
espontaneamente, a linguagem mais pura da lógica e da geometria… Isso eu gosto, justo pq
tenho alguma facilidade para decodificar essa linguagem, puramente simbólica, da lógica das
formas… Mas como as melhores coisas da minha vida (junto ao desenho e a poesia), é
conhecimento intuitivo e não propriamente racional. A vantagem da intuição é que deixa o
campo sempre aberto e fresco para as novidades, a desvantagem é o campo sempre aberto e
nunca completamente cultivado.

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 16, 2010 às 12:15 pm


Olá Adi,

<<>>

Precisamente, e foi isso que eu disse. Se a Árvore actual representa o nosso estado de ser
actual, não seria possível que uma Árvore anterior (mais perfeita) representasse o nosso
estado anterior, na Plenitude do Pleroma, antes da Queda na Matéria? Se usarmos o modelo
“antes da queda” que referi nas mensagens anteriores, veremos como de facto há uma queda:
de Daath (isto é, da Gnose, da Visão Espiritual) para Malkuth (o Reino Material).

<<>>

Bom, supostamente a Árvore da Vida representa todo o Universo, não apenas a criação
material. Por tradição, o mundo material é simbolizado apenas por Malkuth, que recebe no
entanto as influências das esferas superiores. Daí ele ser associado aos 4 elementos, e a uma
mistura de 4 cores intermédias.

<<>>

No fundo nós estamos a dizer exactamente o mesmo. O único ponto em que parecemos
discordar é que você não concorda com uma oposição entre Espírito e Matéria (o que, no
contexto gnóstico, é contraditório), nem presume ter havido uma forma anterior, aperfeiçoada,
da Árvore da Vida. Mas de resto concordamos em muitos pontos.

<<>>

Como lhe disse antes, a Árvore da Vida não representa apenas a criação material, mas sim
todo o Universo. Ora, antes da queda, não havia Malkuth, mas existia todo o resto da Árvore da
Vida (incluindo Daath, que antes da Queda era uma das 10 esferas).

<<>>
Bom, nesse ponto a minha visão é diferente. Kether, para mim, não representa o Pleroma mas
sim o próprio Criador, o Um ou a Luz primordial de onde é originada toda a criação. Um
símbolo melhor do Pleroma, a meu ver, seria o Infinito antes, ou acima, de Kether (os véus de
Ain Soph Aur).

<<>>

Esse é um dos caminhos possíveis da Kundalini. Outra possibilidade, que acredito ter sido
também a dos Gnósticos, é que no fim da senda não haveria uma “fusão com deus” (isto é,
com o Demiurgo, ou Kether) mas sim uma aniquilação da “obra de deus” (o mundo material, a
Matéria) para que assim o Espírito se libertasse da roda da reencarnação e se tornasse Imortal,
completamente libertado da ilusão das formas. Essa é a via antinomiana, anti-demiúrgica, da
Gnose.

<<>>

Mas aí é que está uma contradição. Binah representa o aspecto feminino/compassivo do


Criador, Shekhinah, a Mãe afectuosa que procura o Amor pela Criação e pelo Criador. Daath,
pelo contrário, representa as energias Luciféricas e de certa forma anti-cósmicas, que
conduzem mais além do Criador e da sua Criação: à Imortalidade e desprendimento do
Espírito. Shiva representa este aspecto marcial, mas ao mesmo tempo espiritual, de Lúcifer, o
“Anjo do Graal”. Afinal, Lúcifer é Prometeu, aquele que desce às trevas da matéria para aí
deixar a Memória da Origem, que leva a Humanidade à sua liberdade espiritual. Este mito é
encontrado no Génesis, onde vemos a Serpente (um símbolo messiânico dos Gnósticos) que
origina o “pecado”, o desrespeito pelo Criador que ao mesmo tempo traz Iluminação Espiritual
e Conhecimento (Daath).

[continua]

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 16, 2010 às 12:18 pm


Adi,

Ignore a minha última mensagem. Eu tinha colado partes das suas mensagens (entre <>), mas
de certa forma elas desapareceram 😛

Aqui está o original:

«No meu entender, essa forma desarmoniosa do jeito que está, é porque representa nosso
estado de ser atual; ainda não somos “Plenos”, ainda não somos inteiramente conscientes.»

Precisamente, e foi isso que eu disse. Se a Árvore actual representa o nosso estado de ser
actual, não seria possível que uma Árvore anterior (mais perfeita) representasse o nosso
estado anterior, na Plenitude do Pleroma, antes da Queda na Matéria? Se usarmos o modelo
“antes da queda” que referi nas mensagens anteriores, veremos como de facto há uma queda:
de Daath (isto é, da Gnose, da Visão Espiritual) para Malkuth (o Reino Material).

«O caminho da Árvore indica primeiro a criação do mundo, a queda na matéria, que pode ser
comparada sim com a queda e alienação de Sophia.»

Bom, supostamente a Árvore da Vida representa todo o Universo, não apenas a criação
material. Por tradição, o mundo material é simbolizado apenas por Malkuth, que recebe no
entanto as influências das esferas superiores. Daí ele ser associado aos 4 elementos, e a uma
mistura de 4 cores intermédias.

«E em segundo, com o despertar da kundalini e sua ascendência no caminho e retorno a fonte,


recuperando assim a “plenitude” do Pleroma. Recuperando assim sua forma harmoniosa,
inclusive na Árvore.»

No fundo nós estamos a dizer exactamente o mesmo. O único ponto em que parecemos
discordar é que você não concorda com uma oposição entre Espírito e Matéria (o que, no
contexto gnóstico, é contraditório), nem presume ter havido uma forma anterior, aperfeiçoada,
da Árvore da Vida. Mas de resto concordamos em muitos pontos.

«Então, se ainda não houve “a queda”, não há Árvore da Vida.»

Como lhe disse antes, a Árvore da Vida não representa apenas a criação material, mas sim
todo o Universo. Ora, antes da queda, não havia Malkuth, mas existia todo o resto da Árvore da
Vida (incluindo Daath, que antes da Queda era uma das 10 esferas).

«(…) e abertura do 3o. olho, ou chacra Ajna, onde se “vê” a realidade como é, há o retorno pra
fonte, ou Kether.»

Bom, nesse ponto a minha visão é diferente. Kether, para mim, não representa o Pleroma mas
sim o próprio Criador, o Um ou a Luz primordial de onde é originada toda a criação. Um
símbolo melhor do Pleroma, a meu ver, seria o Infinito antes, ou acima, de Kether (os véus de
Ain Soph Aur).

«Ou seja, a energia Kundalini só recupera a plenitude, no casamento espiritual com o Rei,
unindo corpo e Espírito, e acabando de vez com a percepção de uma visão dualista em todos
os sentidos do Ser e existir.»

Esse é um dos caminhos possíveis da Kundalini. Outra possibilidade, que acredito ter sido
também a dos Gnósticos, é que no fim da senda não haveria uma “fusão com deus” (isto é,
com o Demiurgo, ou Kether) mas sim uma aniquilação da “obra de deus” (o mundo material, a
Matéria) para que assim o Espírito se libertasse da roda da reencarnação e se tornasse Imortal,
completamente libertado da ilusão das formas. Essa é a via antinomiana, anti-demiúrgica, da
Gnose.
«Na minha interpretação, a taça cheia do Graal corresponde ao retorno a Binah, bem como
Shiva o destruidor.»

Mas aí é que está uma contradição. Binah representa o aspecto feminino/compassivo do


Criador, Shekhinah, a Mãe afectuosa que procura o Amor pela Criação e pelo Criador. Daath,
pelo contrário, representa as energias Luciféricas e de certa forma anti-cósmicas, que
conduzem mais além do Criador e da sua Criação: à Imortalidade e desprendimento do
Espírito. Shiva representa este aspecto marcial, mas ao mesmo tempo espiritual, de Lúcifer, o
“Anjo do Graal”. Afinal, Lúcifer é Prometeu, aquele que desce às trevas da matéria para aí
deixar a Memória da Origem, que leva a Humanidade à sua liberdade espiritual. Este mito é
encontrado no Génesis, onde vemos a Serpente (um símbolo messiânico dos Gnósticos) que
origina o “pecado”, o desrespeito pelo Criador que ao mesmo tempo traz Iluminação Espiritual
e Conhecimento (Daath).

[continua]

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 16, 2010 às 12:25 pm


Adi,

«Olha só, no sistema Cabalístico, Yaldabaoth e Saturno ou Cronos, está associado a Binah a
Grande Mãe geradora, e a Maya, que tanto pode ser o poder gerador do Incriado, bem como
Maya a ilusão. Nota-se também que seu complemento oposto na Árvore, ou seja, Chochmah é
comparado também a Jehovah, o Deus do Velho Testamento…»

Eu não concordo com todas as classificações cabalísticas, uma vez que me parece óbvio que
elas tentam exaltar as “virtudes” de seguir a “Vontade de Deus” e de, no fim de se despertar a
Kundalini, “fundir-se no Todo” (o Nirvana). A meu ver, Saturno/Yaldabaoth é uma das facetas
do próprio Demiurgo, o seu aspecto de limite e restrição, e tanto o poderia comparar ao
“Guardião do Abismo” (Yaldabaoth deriva do hebraico yalda bohu, “Criança do Caos”) como ao
próprio aspecto limitador de Malkuth. Pessoalmente, embora possa parecer uma contradição,
considero que Saturno corresponde tanto ao “buraco” no abismo (isto é, a Anti-Gnose) como a
Malkuth, o Reino Material. Até na mitologia greco-romana, o deus Kronos-Saturno era o deus
das colheitas, o Senhor da Terra, mais tarde considerado que simbolizava o Tempo devorador,
e mais tarde ainda, a Morte. Não há dúvidas que essa morte é a Morte Espiritual, advinda da
fusão na “Vontade do Criador”.

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 16, 2010 às 12:38 pm


Sem,

«Não penso muito diferente de suas colocações, apenas não vejo antagonismo entre o Zero e
o Um. De fato vejo que “eles” convivem no Universo sem se anular…»
Convivem? Hehehe. Então diga-me, por favor, qual é o contrário de “nenhum”? Com certeza
será “algum”, ou “pelo menos um”, e esse é precisamente o meu ponto. Acontece que o Zero
não pertence à Criação: ele está além da Criação. O Zero não existe em termos de medidas,
de entidades, de seja o que for. Ele é o Nada antes do Um, o Caos indiferenciado antes da
Criação. Ele é o Espírito antes da Matéria, o Nada Eterno antes da Medida e do Limite.

«Essa é uma das razões pela qual eu acho que o zero representa mais perfeitamente o
arquétipo puro – ou Deus, Totalidade, Universo, etc. -; o Zero é a realidade da qual não se
pode falar… O inominável, o irrepresentável, a transcendência absoluta.»

Aí é que nós temos de ter cuidado: de “qual” deus você está a falar? É que num contexto
gnóstico, faz sentido falarmos em DOIS deuses: um deus menor (o Demiurgo) que usurpou o
poder criador do Incognoscível para criar a sua Obra Material e aprisionar o Espírito na Matéria,
e um outro deus, infinitamente maior que esse, de Puro Espírito, que não participa da Criação
porque é superior a ela.

Dessa forma, se nós falarmos do Demiurgo, o Criador material e Senhor do Limite, eu creio que
o melhor símbolo para ele seria o 1, o Uno, a primeira das unidades de medida na Criação. Por
outro lado, o Deus Oculto ou Incognoscível (o Deus Espiritual) corresponderia ao Zero já que
Ele não pode ser descrito, nem chamado por qualquer nome, uma vez que não participa da
Criação nem está, de uma forma geral, acessível ao Homem. Esse Deus é de facto o
Inominável, o Incognoscível, o “Pai Desconhecido” dos Gnósticos: o Pleroma, a Plenitude do
Espírito… o ZERO! 🙂

«Papo confuso? Mas acho que vc me entendeu, apesar de ser complicado falar de Deus sem
criar nenhum mal-entendido.»

Entendi sim. Falar de Deus ou Deuses é sempre muito complicado. 😉

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 16, 2010 às 7:49 pm


Olá! 🙂

Estive a reler algumas das mensagens, minhas e vossas, e gostaria de esclarecer um único
ponto de forma a evitar possíveis confusões: SEMPRE que eu me refiro ao “Criador”, deve-se
perceber que estou a falar sobre o Demiurgo, o “deus menor” dos Gnósticos (também chamado
Jehovah, Yahweh, Saklas, Samael, Satanás, etc). Já para me referir ao Deus Oculto, o Deus
do Puro Espírito que é inatingível através da Criação material, usarei termos como o
Incognoscível, Inominável, Pai Desconhecido, etc.

E agora, uma nota suplementar sobre uma frase da Adi:

«Na minha interpretação, a taça cheia do Graal corresponde ao retorno a Binah, bem como
Shiva o destruidor.»
Aqui você focou num ponto muito interessante. Nas doutrinas cujo objectivo é a Fusão com o
Criador, ou com a sua Criação (como por exemplo Cristianismo, Judaísmo, Thelema,
Satanismo laveyano, etc) há sempre uma grande ênfase no AMOR, em especial o Amor por
Deus –como é o caso das religiões monoteístas– ou o Amor pelo mundo e pelo materialismo, o
qual se manifesta de formas tão várias como o ateísmo, humanismo, iluminismo, a “ciência”
oficial, etc.

No sistema de Thelema em especial, o significo do símbolo do Graal foi claramente deturpado.


Em vez de uma lendária pedra verde “caída do céu”, “caída da coroa de Lúcifer”, à qual se
atribuíam poderes fabulosos, tornou-se o “cálice das abominações” da Prostituta da Babilónia
(BABALON), mencionada em Apocalipse 17:4. Procendendo-se dessa forma, Binah (isto é,
Shekhinah) passa agora a ser simbolizada pela Mater Triumphans, a Mãe Triunfante que
segura o cálice cheio do “sangue dos santos”. O sangue dos santos não simboliza mais que o
Espírito Imortal cuja força se encontra no sangue, na Memória do Sangue: e essa é uma chave
muito interessante que nos permite afirmar que um dos objectivos de Thelema não é diferente
daquele defendido em todas as formas de adoração ao Demiurgo, seja ela óbvia ou oculta:
morrer espiritualmente, abandonar a ideia de uma Imortalidade Espiritual para se fundir no
cálice da Mãe Afectuosa, o aspecto compassivo e misericordioso da Mãe Divina, a Mãe do
Amor pelo Criador. E assim, perde-se definitivamente a Memória da Origem, assim como
qualquer hipótese de vir a existir FORA dos limites da Criação.

Espero que esta explicação não tenha sido muito críptica ou extensa!

Aðalsteinn

adi em janeiro 17, 2010 às 8:40 pm


Olá Aðalsteinn,

>Bom, supostamente a Árvore da Vida representa todo o Universo, não apenas a criação
material. Por tradição, o mundo material é simbolizado apenas por Malkuth, que recebe no
entanto as influências das esferas superiores. Daí ele ser associado aos 4 elementos, e a uma
mistura de 4 cores intermédias.Bom, nesse ponto a minha visão é diferente. Kether, para mim,
não representa o Pleroma mas sim o próprio Criador, o Um ou a Luz primordial de onde é
originada toda a criação. Um símbolo melhor do Pleroma, a meu ver, seria o Infinito antes, ou
acima, de Kether (os véus de Ain Soph Aur).<

Mas Kether representa o mundo arquetípico, plano esse infinito em possibilidades de vir-a-ser,
enfim, é o atemporal, infinito, ilimitado… como o Pleroma. Kether simboliza a experiência do
Um que é todas as coisas…

adi em janeiro 17, 2010 às 9:45 pm


Aðalsteinn,
Também cortou um pedaço do meu comentário na hora de postar (rsrs), estou continuando
aqui.

“No fundo nós estamos a dizer exactamente o mesmo. O único ponto em que parecemos
discordar é que você não concorda com uma oposição entre Espírito e Matéria (o que, no
contexto gnóstico, é contraditório), nem presume ter havido uma forma anterior, aperfeiçoada,
da Árvore da Vida. Mas de resto concordamos em muitos pontos.”

Estamos sim; na verdade é só uma questão de interpretação, pois considero que já as energias
do mundo criativo (Binah/Chochmah) são um certo tipo de matéria, mesmo sendo esta de um
tipo muito sutil, como força ou energias. E você considera matéria somente o plano material e
concreto Malkuth. Então, vendo por esse lado, da pra entender quando você diz Árvore antes
da queda, apesar de que considero queda já no momento da divisão, do surgimento da
dualidade ou polaridades opostas em Chochmah e Binah.

“Mas aí é que está uma contradição. Binah representa o aspecto feminino/compassivo do


Criador, Shekhinah, a Mãe afectuosa que procura o Amor pela Criação e pelo Criador. Daath,
pelo contrário, representa as energias Luciféricas e de certa forma anti-cósmicas, que
conduzem mais além do Criador e da sua Criação: à Imortalidade e desprendimento do
Espírito. Shiva representa este aspecto marcial, mas ao mesmo tempo espiritual, de Lúcifer, o
“Anjo do Graal”. Afinal, Lúcifer é Prometeu, aquele que desce às trevas da matéria para aí
deixar a Memória da Origem, que leva a Humanidade à sua liberdade espiritual. Este mito é
encontrado no Génesis, onde vemos a Serpente (um símbolo messiânico dos Gnósticos) que
origina o “pecado”, o desrespeito pelo Criador que ao mesmo tempo traz Iluminação Espiritual
e Conhecimento (Daath)”

Binah tem um aspecto terrível também, tanto que está associada a Saturno/Cronos, é a
doadora da vida bem como a devoradora da vida. Eu entendo que Binah sim é que pode ser
comparada com o Demiurgo, ou com o arquiteto

“Eu não concordo com todas as classificações cabalísticas, uma vez que me parece óbvio que
elas tentam exaltar as “virtudes” de seguir a “Vontade de Deus” e de, no fim de se despertar a
Kundalini, “fundir-se no Todo” (o Nirvana). A meu ver, Saturno/Yaldabaoth é uma das facetas
do próprio Demiurgo, o seu aspecto de limite e restrição, e tanto o poderia comparar ao
“Guardião do Abismo” (Yaldabaoth deriva do hebraico yalda bohu, “Criança do Caos”) como ao
próprio aspecto limitador de Malkuth. Pessoalmente, embora possa parecer uma contradição,
considero que Saturno corresponde tanto ao “buraco” no abismo (isto é, a Anti-Gnose) como a
Malkuth, o Reino Material. Até na mitologia greco-romana, o deus Kronos-Saturno era o deus
das colheitas, o Senhor da Terra, mais tarde considerado que simbolizava o Tempo devorador,
e mais tarde ainda, a Morte. Não há dúvidas que essa morte é a Morte Espiritual, advinda da
fusão na “Vontade do Criador”.”

Exatamente; por isso mesmo, considero Daath como um caminho que te leva as portas do
inferno, ou seja, leva ao aspecto terrível de Binah, de onde surgiu o mundo formativo, ou Maya
como ilusão. Daath simboliza o confronto com o aspecto ilusório da forma, aspecto esse
surgido de Binah. Binah é Malkuth no plano material, Malkuth é Binah no plano espiritual. Daath
está ali em cima do abismo que separa o consciente do inconsciente, abismo que separa o que
é temporal e limitado, do que é atemporal e ilimitado. E o que temos logo mais acima de Daath
que representa o tempo; está Binah. Se o iniciado conseguir distinguir o real do ilusório,
recupera a visão da Essência de todas as coisas.
Em Daath você encontra essa força ilusório de Binah e Chochmah, ou seja seus aspecto
terrível saturnino e demiurgico da forma que prende e limita a percepção do real em Kether.
Transpondo esse caráter ilusório de Maya, percebe-se Deus em todas as coisas aqui no
mundo mesmo, em Malkuth. Na transcendência dos limites de percepção, Deus se torna
imanente… isso penso eu é o propósito da grande Vida.

Aðalsteinn Úlfsson em janeiro 19, 2010 às 9:18 am


Adi,

Agradeço por toda a troca de ideias, mas agora prefiro retirar-me da discussão agora uma vez
que não faz sentido compararmos uma doutrina Gnóstica com uma doutrina pró-demiurgo
como Thelema, da qual você parece ser defensora (sem ofensa). No fim ficou bastante claro
que apesar de partilharmos algumas opiniões, os nossos objectivos são radicalmente
diferentes. Além do mais, a mera forma como interpretamos a Árvore da Vida e as sephiroth é
completamente distinta, portanto a única coisa que eu poderia fazer na discussão seria
contrapôr as minhas opiniões às suas, sem nunca chegarmos a um consenso.

Não quero ofendê-la seja de que maneira for, mas agradeço o tempo e a atenção ao longo de
toda a discussão.

Abraço,
Aðalsteinn

adi em janeiro 19, 2010 às 10:09 am


Aðalsteinn,

“Agradeço por toda a troca de ideias…”

Não por isso; e te agraceço também.

Abraço,
adi

enoch em abril 28, 2010 às 11:25 am


O documento que estar fazendo os evangelicos – protestantes – verem que os católicos estão
certos e que eles, os protestantes, estão errados. Que nós somos os verdadeiros cristão e eles,
os evangelicos, os usurpadores do cristianismo:
DEUS É IDOLATRA?

Não! Então, porque mandou que Moisés fizesse a imagem de uma serpente de bronze?

“Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido
por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida”. (Números 21, 4-9).

“Como Moisés levantou a serpente no deserto. Assim deve ser levantado o Filho do Homem,
para que todos que nele crer tenha a vida eterna”. (João 3, 14-21).

Obs: Quem usa uma cruz vazia, sem Jesus Cristo nela, comete o erro de se negar a olhar para
aquele a quem as Sagradas Escrituras falou que seria levantado, como o foi a serpente no
deserto que todos olhavam para ser curado da mordida de cobra – picada – Olhe para Jesus
na cruz, como os hebreus olhavam para a serpente de bronze que Moisés fez e fixou-a sobre o
poste. Porque, a cruz vazia é apenas um instrumento de morte. Já a cruz com Jesus Cristo
nela: é símbolo de nossa salvação. Pois, também está escrito: “Com efeito, a linguagem da
cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que estão sendo salvos, para nós, ela é
poder de Deus. Pois, está escrito; eu destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a
inteligência dos inteligentes”. (I Coríntios 1, 18-20).

E mais tema dizer a bíblia, para maior entendimento da palavra de Deus?

“Nós, porém, pregamos um Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os
pagãos, mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, ele é Cristo, poder de
Deus e sabedoria de Deus”. (I coríntios 1, 23-24).

E para dissipar toda e, qualquer duvida a respeito da cruz de Jesus Cristo a bíblia declara?

“Eu, por mim, nunca vou querer outro titulo de gloria que não seja a cruz de Nosso Senhor
Jesus Cristo, por ela, o mundo está crucificado para mim, como eu para o mundo”. (Gálatas 6,
14).

Vemos claramente, na passagem do livro de Gálatas, que não pode haver outro titulo de gloria
para aquele que segue a Jesus, que a cruz onde ele pode ser visto, como era vista a serpente
de bronze, pelos hebreus.

Os irmãos protestantes – que no Brasil são conhecido como, evangélicos – devem também
lembrar que Deus mando que Moisés fizesse a imagem de dois anjos – querubins – para
serem postas sobre a Arca da Aliança, onde estavam guardados Dez Mandamentos da Lei de
Deus, como pode ser lido em Êxodos 25, 18. E, mais uma vez volto a perguntar? Deus é
idolatra, por ter ordenado que Moisés fizesse a imagem de uma serpente para curar os hebreus
da picada de cobras e por ter mandado que ele fizesse a imagem de dois querubins para
serem colocadas sobre a Arca da Aliança? Por certo que não! Pois, quando Deus falou para o
povo hebreu que não adorasse a ídolos e não fizesse para si, imagens deles, estava se
referindo unicamente aos falsos deuses do Egito. Tanto é verdade que ele advertiu ao povo,
avisado para que eles não construíssem para si, imagem daquilo que estava nas nuvens do
céu – uma clara referencia aos desuses do Egito, em forma de pássaros – que não fizesse
para si, imagens das coisas que caminhavam sobre a terra – os deuses do Egito em forma de
cabras, bois, gatos e outros mais – que não fizessem para si, imagens das coisas que se
moviam nas águas dos mares – os desuses do Egito em forma de crocodilo, de hipopótamo e
outras coisas mais. Os falsos deuses do Egito, que vocês poderão ver, nas fotos abaixo:

“Não farás para ti ídolos ou coisas alguma que tenha a forma de algo que se encontre no alto
do céu…”. (êxodo 20, 4):

O íbis é uma ave pernalta de bico longo e recurvado. Existe uma espécie negra e outra de
plumagem castanha com reflexos dourados, mas era o íbis branco, ou íbis sagrado, que era
considerado pelos egípcios como encarnação do deus Thoth.

O deus nacional do Egito, o maior de todos os deuses, criador do universo e fonte de toda a
vida, era o Sol, objeto de adoração em qualquer lugar. A sede de seu culto ficava em Heliópolis
(On em egípcio), o mais antigo e próspero centro comercial do Baixo Egito. O deus-Sol é
retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações. Seu nome mais comum é Rá e
podia ser representado por um falcão.

“…embaixo na terra…”. (Êxodo 20, 4):

Boi sagrado que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da
divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptá. O
culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e
Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Antiga divindade agrária
simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.

Uma gata ou uma mulher com cabeça de gata simbolizava a deusa Bastet e representava os
poderes benéficos do Sol. Seu centro de culto era Bubástis, cujo nome em egípcio – Per Bast –
significa a casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era adorada desde o
Antigo Império e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares
delas pelo mundo. Quando os reis líbios da XXII dinastia fizeram de Bubástis sua capital, por
volta de 944 a.C., o culto da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.

“…ou nas águas debaixo da terra.”. (Ê xodó 20, 4):

Um crocodilo ou um homem com cabeça de crocodilo representava o deus Sebek, uma


divindade aliada do implacável deus Seth. Seu centro de culto era Crocodilópolis, na região do
Faium, onde o animal era protegido, nutrido e domesticado. Um homem ferido ou morto por um
crocodilo era considerado privilegiado. A adoração desse animal foi, sobretudo importante
durante o Médio Império.
Tueris era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela
assegurava fertilidade e partos sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras
estátuas e estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de leão, de
mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de crocodilo. Além de
amparar as crianças, Tueris também protegia qualquer pessoa de más influências durante o
sono.

E, para que não haja mesmo qualquer dúvida de que Deus se referia aos falsos deuses do
Egito, ao pedir que o povo não praticasse idolatria, apresentamos um trecho do livro de Josué,
que foi quem substitui Moises, após a sua morte:

“Agora, pois, temei o Senhor e o servi-o com inteligência e fidelidade. Afastai os deuses aos
quais vossos pais serviram do outro lado do rio e no Egito, e servi ao Senhor”. (Josué 24, 14”.

E para termos mais certeza de que Deus realmente falava dos falsos deuses do Egito, vejamos
o que também fala, 8, 8-9-10:

“Filho do homem, disse-me ele, fura a muralha “ quando a furei, divisei uma porta. “Aproxima-
te, diz ele, e contempla as horríveis abominações a que se entregam aqui”. Fui até ali para
olhar: enxerguei aí toda espécie de imagens de répteis e animais imundos e, pinturas em volta
da parede, todos os ídolos da casa de Israel”.

Como podemos verificar, nessa passagem bíblica? Os sacerdotes estavam a adorar os falsos
deuses em forma de répteis e animais, que Deus havia proibido que fossem adorados. Tanto é,
que Deus enviou o castigo e destruiu os sacerdotes e os que praticavam aquela adoração
abominável.

Por sempre fazer livre interpretação das Sagradas Escrituras, os protestantes – evangélicos –
sempre cometem erros abomináveis, grotescos e perigosos, contra o Evangelho de Cristo.
Errais, não compreendendo as escrituras, nem o poder de Deus”. (Mateus 22, 29).

“Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idolatras – terá
herança no Reino de Cristo e de Deus.”. (Efésios 5, 5).

Obs. Dissoluto significa: devasso, corrupto e libertino.

O VINHO

Os protestantes – evangélicos – costumam afirmar que é proibido beber vinho, e correm dele,
como o diabo, da cruz. Será que eles, os protestantes, nunca leram que Jesus bebia vinho? E
que o seu primeiro milagre foi transformar água em vinho? E que na Santa Ceia, Jesus Usou
vinho? Não venham me dizer agora, os protestantes – evangélicos – que não sabia dessas
coisas. E que, não era do seu conhecimento que o vinho do tempo de Cristo embriagava, tal
qual o vinho de hoje. Pois, como eles devem saber – se realmente se deram ao trabalho de ler
a bíblia: – que Noé se embriagou, que Lot foi embriagado por suas duas filhas, que queriam
engravidar dele, para deixar descendência sobre a terra, que Davi se embriagou e o próprio
Jesus foi chamado de beberrão. Se Jesus aprovava o vinho e o bebia, porque então tem quem
o chame de PROIBIDO? Porque você está proibido de beber vinho, se Jesus o bebia e a
palavra de Deus diz que é proibido proibir?

“Se em Cristo estais mortos aos princípios deste mundo, por que ainda voz deixais impor
proibições, como se vivêsseis no mundo? Não pegues,! Não toqueis! Proibições estas que se
tornam perniciosas pelo uso que dela se faz, e que não passam de normas e doutrinas
humanas. Elas podem sem dúvida, dar a impressão de sabedoria enquanto exibem cultos
voluntários, de humildade e austeridade corporal. Mas não tem nenhum valor, e só servem
para satisfazer a carne”. (Colossenses 2, 20).

Jesus na Santa Ceia tomou vinho. ( I Coríntios 11, 23-26).

O primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho. (João 2, 1-12).

Como pudemos ver: na época de Noé e de Jesus, como até aos dias de hoje, o vinho sempre
embriagou.

“Noé, que era agricultor, plantou uma vinha. Tendo bebido vinho, embriagou-se”. (Gêneses 9,
20).

“Não continue a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa do teu
estômago e das tuas freqüentes indisposições”. (I Timóteo 5, 23).
Uma recomendação bíblica que não pode ser deixada de lado, por se achar que é proibido
beber vinho.

JESUS TEVE IRMÃOS?

É comum, entre os protestantes – evangélicos – afirmar que Jesus Cristo teve irmãos de
sangue. Porém, Em nenhuma parte da bíblia se encontra escrito que Maria e José tiveram
filhos – visto que Jesus era filho legitimo de Maria, mas, filho adotivo de José, pois fora
concebido pelo Espírito Santo, pois não nasceu de homem – Em defesa da verdade e das
Sagradas Escrituras, vamos mais uma vez usar a palavra de Deus, para mostrar que os
apóstolos e os demais que seguiam a Jesus, jamais foram seus irmãos de sangue.
Começaremos pelo apostolo Tiago, que os protestantes – evangélicos – e outros, teimam em
afirmar ser irmão de sangue de Jesus:

“Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estava numa barca, consertando as redes”.
(Marcos 1, 14-20).

Como pudemos ver, através dos textos bíblicos: Os apóstolos Tiago e João eram irmãos e
filhos de Zebedeu. Portanto, eles jamais poderiam ser filhos de Maria e de José.
“Tu és Simão, filho de João, será chamado de Cefas (que quer dizer pedra)¨. (João 1,42)”.

Se a bíblia é clara quando afirma que os apóstolos Tiago e João têm como pai, Zebedeu e o
apostolo Pedro, tem como pai, a João, se torna impossível que eles sejam irmãos de sangue
de Jesus. E quem assim acredita e prega, estará contradizendo as Sagradas Escrituras, a
bíblia. Mas então, porque Jesus falou que eles eram seus irmãos? Lendo Hebreus 2, 10-13,
podermos descobrir o porque dele ter falado isto:

“Aquele para quem e por quem todas as coisas existem, desejando conduzir à gloria
numerosos filhos, deliberou elevar à perfeição, pelo sofrimento, o autor da salvação deles, para
que santificador e santificados formem um só todo. Por isso Jesus não hesita em chamá-los de
irmãos, dizendo: anunciarei teu nome a meus irmãos no meio da assembléia cantarei os teus
louvores”. (Salmo 21,23).

E outra vez: “Quanto a mim, ponho nela a minha confiança”. (Isaias 8,17). E: “Eis-me aqui, eu e
os filhos que Deus me deu”. (Isaias 8, 18).

O ARREBATAMENTO

Os protestantes – evangélicos – costumam pregar que o arrebatamento acontecerá antes da


vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, o que é um engano, mais um ensinamento protestante,
que não consta das Sagradas Escrituras. Vejamos o que diz a bíblia, a respeito do
arrebatamento e como e, quando ele se dará:

“Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos
entristeçais como os outros que não têm esperança. Se, com efeito, nós cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também, aqueles que morreram, Deus, por causa deste Jesus,
com Jesus os reunirá. Eis o que dizemos, segundo uma palavra do Senhor: nós os vivos, que
houvermos ficado até a vinda do Senhor, não precederemos de modo nenhum os que
morreram. Porque o Senhor em pessoa, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao toque da
trombeta de Deus, descerá do céu: então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em
seguida nós, os vivos que tivermos ficado, seremos arrebatados com eles sobre as nuvens, ao
encontro do Senhor, nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, confortais-
vos uns aos outros com este ensinamento.” (I Tessalonicenses 4, 13-18).

olavo em janeiro 29, 2012 às 7:46 pm


sempre preciso que essas coisas herméticas sejam postas em termos coloquiais e com
exemplos práticos pra melhor entendimento. leio e releio o difícil ( e ela nunca disse que seria
fácil..) livro A cabala mística de Dion Fortune e, às vezes, consigo ‘pescar’ alguma coisa. como,
por exemplo, tomar a liberdade de intuir para a realidade jurídica brasileira um desequilíbrio
entre as manifestações de geburah e gedulah (a severidade e a misericórdia). será que não
está havendo um pouco de falta de rigor ( (geburah ) em favor de uma tolerância (gedulah)
nociva que causa desequilíbrio?
outra coisa: gente como Hitler ou cientistas que puseram seu conhecimento a serviço do mal,
não atravessaram demasiadamente o “véu’ e cairam no abismo (danação?) ?
por favor, alguém me corrija se eu estiver viajando muito..

adi em janeiro 30, 2012 às 9:48 am


“consigo ‘pescar’ alguma coisa. como, por exemplo, tomar a liberdade de intuir para a realidade
jurídica brasileira um desequilíbrio entre as manifestações de geburah e gedulah (a severidade
e a misericórdia). será que não está havendo um pouco de falta de rigor ( (geburah ) em favor
de uma tolerância (gedulah) nociva que causa desequilíbrio?”

Pois é, Olavo! A gente percebe a atuação dessas forças em nós e no coletivo. De um modo
geral no Brasil, as pessoas sempre foram muito tolerantes ou mal informadas com relação a
política, e claro isso a gente vê refletido no cenário atual.

” outra coisa: gente como Hitler ou cientistas que puseram seu conhecimento a serviço do mal,
não atravessaram demasiadamente o “véu’ e cairam no abismo (danação?) ? ”

Eu tenho uma opinião, não que seja diferente, mas… eu vejo uma necessidade da humanidade
arranjar um bode expiatório do que elas consideram como um grande mal feitor, o retrato da
maldade absoluta – Hitler – a gente sempre lembra dele quando pensa no mal em forma
humana; e ele de fato assumiu uma postura “radical” de exclusão e extermínio do que o povo
“alemão” de um modo geral, e mesmo o povo europeu também de um modo geral,
consideravam naquela época, causa de infortúnio e mal na sociedade: os judeus. Não
podemos esquecer, que não foi somente na Alemanha que houve a perseguição aos judeus.
Em boa parte da Europa os judeus foram perseguidos. Mas este não é o ponto que eu quero
chegar, Hitler só se tornou o que foi, por causa do apoio massivo da sociedade alemã da
época, ele se tornou o símbolo da libertação de um povo e os judeus se tornaram o símbolo do
que era degradante, projetado no diferente. O poder de Hitler vinha do povo, ele não fez tudo
sozinho. E agora considerando do lado espiritual, um megalomaníaco e louco como ele, que se
perdeu totalmente nas armadilhas do sistema e do ego, talvez nunca tenha chegado perto do
abismo, ou talvez pode ter caído na escuridão de seu próprio ser, como dito por vc.

“por favor, alguém me corrija se eu estiver viajando muito..”

Corrigir porque? aqui todo mundo viaja muito e isso é o mais interessante aqui… 🙂

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