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DESCARTES

COGITO
Pontos Principais Meditações Metafísicas:
 Questão que se levanta: possibilidade de termos que duvidar e rejeitar totalmente as
ilusões sensíveis que se encontrem em nós; estas agem sem nos apercebermos de que
seja preciso duvidar delas, ou estão sempre ultrapassadas pela consciência.
 Papel do sonho e da loucura na experiência da dúvida;
 Cogito afirma-se a partir de uma experiência da dúvida esta afirmação de sujeito é
marca da crise do sujeito, como sujeito e eu cartesiano;
 Para chegar ao cogito começo por duvidar – colocar hipóteses  colocar uma
alternativa face ao que eu sei;
 Isto demonstra uma fragilidade – a de que não tenho certezas;
 Saber que é necessário duvidar, é já saber que se pensa e que se é uma substância
pensante;
 Eu quero procurar uma certeza inevitável  eu desdobra-se em dúvidas;
 Cogito  na experiência de lá chegar revela os limites e as suas fragilidade – a de
dúvida, a de que temos que duvida;
 Experiência da dúvida  experiência do erro  primeira experiência do pensamento
marca da contigência da própria natureza  é pensar em alternativa, pensar de outra
forma; afirmar que duvido é afirmar que penso;
 Própria dúvida  o pensamento que se quer afirmar por logicidade afirma a diferença:
o Paixão;
o Sensibilidade;
o Corpo;
o Matéria.
 tudo o que está para além da res cogitans;
 só ultrapassando a marca de contingência do homem posso chegar à necessidade;
 Ao pensar duvidando  afirma-se uma consciência de reflexão  o que distingue a
verdade da falsidade é a verdade que eu sinto eu quero, eu sinto = eu penso têm o
mesmo valor que é afirmar-se como consciência de si.
 Descartes não afirma o cogito afetivo  tem que abandonar tudo que se associe a
uma consciência sensível;
 Contingência  sem o qual não existimos, mas com o qual é dificil viver  dificulta
caminho para verdade absoluta e transparente;
 Descartes deixa tudo para trás  economia das razões

1) Da experiência. A dúvida, o sonho e a loucura;


O eu cartesiano duvidou. Em exp.de dúvida revelou-se em fragilidade e procurou
‘segurança’ na ideia de um ser perfeito
Cogito não é apenas uma certeza absoluta e a transparência total, mas revela na experiência
de se pensar, de se conhecer de se sentirva sua radical fragilidade e os limites/paradoxos de todo
um pensamento que, para se instaurar, se autoquestiona;
A dúvida afirma-se como experiência de pensamento, é a atividade que conduz à afirmação
do cogito;
Imaginar, sentir, sonhar  verbos da experiência, do exercício do eu, do existir;
Duvidar não é apenas uma interrogação, mas sim a experiência do ‘eu duvido’ – ‘Duvidar é
então não só pensar mas saber e pensar o que se pensa.’ – é também reflexão;
A dúvida permite afirmar que penso que estou a pensar e enquanto duvido e que, mesmo
duvidando do que sinto, contudo sei o que sinto  duvido do que penso e do que sinto mas não
que penso e que sinto.
A dúvida do mesmo modo que afirma o pensar, perturba-o e é marca – em paixão
(sensibilidade) – do que escapa, do que não se pode limitar e explicar;
Paixão é sensibilidade  porque é a marca de contigência do homem  ‘de tudo
aquilo que ele quer dominar’  como pathos e logos distancia-se da sensibilidade, assim como
dos afetos; de igual modo levanta problemas com o logos, na medida em que a paixão é o
ponto de convergência da consciência sensível, irrefletida e da consciência reflexiva 
aproxima-se da sensibilidade já que é a marca da nossa singularidade e, também, da nossa
identidade: «somos aquilo que experimentamos e sentimos»
Como paradoxo, como pecado, como doença, as paixões configuram a condição humana.
Mas é na medida em que são submetidas ou absorvidas pela consciência de si que se esbate a
diferença entre «pensamento e sentimento, entre necessário e contingente».
O saber e o sentir, em Descartes unem-se na consciência de si permitindo a
contingência  o sensível se introduza na consciência e seja o seu paradoxo, perturbando a
consciência e levando ao dualismo;
O cartesianismo é  a diferença que a reflexão exigiu a Descartes face à experiência
vivida  assim, a reflexão emerge como alternativa à experiência vivenciada dadúvida, como
vivência dubitável;
Primeira certeza emerge:
o De uma exigência lógica/discursiva
o de uma experiência vivida
 o cogito é afirmado em alternativa, é a confiança do
pensamento face à ilusão e incerteza do ‘mundo’;
SEGUNDA MEDITAÇÃO
 uma coisa pensante  duvida, quer/não quer, imagina, sente  compreende, não
apenas o entendimento, mas também a vontade, a imaginação e o sentir;
o continuará a duvidar até chegar a algo certo, ou até chegar à conclusão de que
não existe nada certo;
 primeiro ponto cartesiano  tudo é falso, nada é certo
 por um lado memória representativa e por outro memória imaginativa;
 o pensamento compreende, não o simples entendimento, mas também a vontade, e até a
imaginação e o sentimento;
 espírito eu pensante nunca pode deixar de atender à exterioridade que está sempre com
ele  não deixa de comportar o eu sensível do qual partiu para se afirmar  cogito não
pode deixar de estabelecer relação com essa finitude e com essa experiência de
contigência, afinal, necessárias à sua afirmação;
 cogito está condenado a levar consigo, e em si, o desígnio das paixões, a marca da
diferença, sendo todo o seu esforço colocado no labor de governá-las  governá-las é a
unica saída possível, pois que elas são a marca e vestígio dessa necessidade de
experiência que o espírito não consegue abandonar;
 marca da diferença  quer superá-la, mas nunca deixa de a ter  diferença é tudo
aquilo que NÃO é PENSANTE;
 temos aqui o coração de uma nova antropologia com o pensamento cartesiano  que
assenta nesta experiênciada entidade de como experiência do eu e experiência da
dúvida;
 inscreve em diálogo com a sensibilidade  a própria sensibilidade é experiência de um
sujeito que se quer afirmar  deambula-se entre um eu puro e um eu sensível;
 Antropologia cartesiana vive de uma ambivalência, de uma indecisão, que é a
construção do próprio eu que ao descobrir-se só e desamparado procura na dúvida o que
é ....
 Tensão do pensamento cartesiano: a dúvida como experiência pessoal é vivida como
experiência da crise que o “saber” implica na sua construção.  o que está em questão
é a experiência do eu como experiência do pensamento;
 A experiência da dúvida é, pois e também, esse lugar [vida] do eu que ‘sabendo-se’
cindido se busca na palavra, no discurso e na razão;
 A experiência do eu precede, em sentir, a palavra do discurso, a razão ‘moderna’; 
essa experiência é o anúncio da ‘indecisão’ que contraria o ‘desejo’ de plenitude do eu
penso e marca toda a história do cogito;
 É a experiência da dúvida que faz do cogito um drama teórico;
 Drama teórico: não tem o mesmo alcance que o pensar dramático; o drama teórico
cartesiano é uma indecisão/tensão presentida mas governada; se a dramaticidade do
pensar é configurada pela suportabilidade da unidade, o drama do cogito dá a
unidade como indecisão do pensamento, como falha e como falta;
 Unidade dramática é o que lhe parece ser insuportável, face à opção do método e
das ideias claras e distintas;
A LOUCURA É O QUE DEVE SER EXCLUÍDO E DESQUALIFICADO PARA QUE A
RAZÃO AFIRME O SEU DOMÍNIO:
 Loucura deve-se evitar porque é o que coloca a razão em perigo;
 O sonho deixa-nos uma certa incerteza e indecisão que permanece quanto ao
funcionamento do pensamento  a loucura pelo contrário não se trata de colocar o
funcionamento bom ou mau, mas de causar a sua impossibilidade;
 O sonho ao contrário da loucura  comporta uma unviersalidade da qual ninguém se
pode preservar  a razão mesmo pela exclusão pode fechar-se à loucura  mas não
pode escapar ao sonho
 Dificuldade de estabelecer uma fronteira entre sonho e vigília  pensamento cartesiano
como um pensamento inquieto em tensão;
 É assim que se percebe, no percurso da dúvida, a exasperação hipérbólica 
ultrapassa a dúvida natural e transforma-se numa dúvida ampliada de tal modo que
recorre à hipótese de génio maligno  de modo a : «introduzir a subversão no
pensamento puro, mas sem objetos puramente inteligíveis, no campo das ideias claras e
distintas, no domínio das verdades matemáticas que escapam à dúvida natural.»
 É a possibilidade da loucura total  a prova de que a loucura se torna possível
conaminando a racionalidade;
 A hiperbolização em vez de exluir a loucura, compromete a razão;
Ou seja, podemos dizer que percebemos a exasperação hiperbólica, a dúvida hiperbolica,
pois só esta ultrapassa a dúvida natural, de modo a introduzir-se a ela mesma numa submerssão,
numa hipótese de loucura total.
Posso enganar-me, mas enquanto me engano penso  esta hipótese da loucura da
exasperação hiperbolica da dúvida, prova a nossa racionalização  hiperbolização ela
mesma mostra a fragilidade do eu que pensa, mas ela mesma é a prova de que o eu pensa, de
facto  uma razão que se vai, sistematicamente, pondo à prova.
Por outro lado, a hiperbolização inclui a razão e a não-razão [desrazão], inclui o sentido e o
não-sentido; loucura fala para lá da razão, afirma a própria razão;
Se por um lado, a primeira evidência é afirmada independentemente do corpo e dos
sentidos; por outro a certeza de que nada é certo coloca o próprio corpo e os sentidos em pé
de igualdade com as outras realidade  exemplo: a geometria, que podem ser falsas se existe
um génio maligno que se diverte a enganar-me.
Loucura e a sensibilidade  não são excluídas  são integradas num universo onde nada
dá certo
a dúvida hiperbólica não divide a razão, mas dá o pensar, e com ele a razão, numa tensão
que não deixa de se desenhar ou esboçar numa totalidade;
caminho da dúvida: testemunho do perigo de se encontrar conjugada com a louvura que se
encontra no dominio do sujeito; ato do cogito e a certeza de existir escapam pela primeira vez à
loucura mas de outra forma não se trata de um conhecimento representativo ou objetivo, não
podemos dizer que o cogito escapa à loucura; eu que pensa não pode ser louco?  pode!
‘duvidar é um fingimento necessário’ ao drama intelectual  fingimento exigido pelo
sujeito dubitante, colocado face À diferença essencial entre o eu, Deus e o mundo;
Ou seja, já do mesmo modo, a experiência da dúvida, exaspaeração a propósito da loucura,
se descartes esquecesse a dúvida, ou seja, saisse da exasperação, não podia de alguma forma
afirmar a res cogitans; por outro lado, a hiperbolização para afirmar a dúvida, e a única certeza
que dá é o penso logo existo, ele tem que saltar da dúvida ou superar a dúvida  daí a
dúvida hiperbolica para afirmar a essência lógica do cogito  caso contrario seria a-logica,
seria continuar na dúvida , prolongar na sombra.
Descartes afasta a memória da dúvida, ficando impossibilitada a afirmação de um cogito
afetivo  sujeito como sujeito de pensamento ainda que o cogito cartesiano será algo com o
qual posso contrar histórias de outros cogitos;
O ‘sentido teatral« da experiência do pensar (da experiência da dúvida) na enunciação da
cisão entre sonho e vigília, entre loucura e razão, denuncia, afinal, a unidade dramática entre o
saber e a sensibilidade. Descartes sabia que pensava, que existia e que vivia, mas não podia
saber se o que pensava, o que desejava e o que imaginava era real ou não;
SEXTA MEDITAÇÃO
 Já foi provada, a este ponto, a existência de Deus  de algo para lá do eu penso.
 Nesta são distinguidas a inteleção da imaginação  descrevendo-se os sinais distintivos
de uma e de outra;
 Prova-se que a mente realmente se distingue do corpo;
 São apresentadas as razões pelas quais podemos concluir a existência de coisas
materiais;
 Existência daquilo que não possui matéria  comprovada pela existência de Deus;
 Intelecto do espírito funciona como imaginação;
 Natureza do homem como ser pensante  natureza que existe fora do homem  uma
natureza que se descobre ser, também, compórea;
 Nesta meditação ele provar a existência de corpos;
 Eu imagino  diferente de dizer eu penso;
 Sou um ser de pensamento  modos de pensar são:
 Intelecto;
 Imaginação;
 Sentir e vontade;
 Não é dizer quais os seus conteúdos pois enquanto a eles engano-me;
 O corpo existe  tenho uma ideia em mim, uma ideia inata, tal como a figura de
geometria  ‘parece que foi pelo sentido e por obra da memória que chegaram à
imaginação’ para chegar a um argumento que seja a favor da existência das coisas
corporais terá que examinar o sentir;  ideias que recebe no espíriro pelo modo de
pensar ‘sentir’, dão me a prova de existência das coisas corpóreas  sendo assim,
Descartes evocará ‘as coisas que anteriormente reputei verdadeiras, por tê-las percebido
pelo sentido e as causas porque assim pensei. Em seguida, exporei as razões pelas quais
as pus em dúvida, por fim, considerarei o que devo crer presentemente a respeito delas;
 Corpo afetado pelas paixões  subsiste que há algo que nos impele a duvidar  há
algo fora do pensamento que nos afeta  mediante esta matéria corpórea, posso afetar-
me pelos sentidos o que permite que conheça e compreenda melhor;
PROVA DA DISTINÇÃO REAL DA ALMA E DO CORPO
 Já sabemos que somos distintos do corpo e que podemos pensar sem ele. Mas essa
distinção só tem sentido se a existência das coisas reais e materias for provada.
 Res cogitans e extensa que o autor tem dificuldade em conciliar;
 Dicotomia da qual não consigo sair – questão de pensamento e da vida, que descartes a
pouco e pouco vai tentando resolver – devemos acreditar no que recebo pelos
sentidos, divisão entre alma e corpo.  está a um passo de eprceber o que são
subs.distintas, que subsistem por si, que não precisam da união uma da outra, temos a
dificuldade em encontrar a conciliação entre essas duas substâncias;
 Tudo depende da substância pensante;
 Sensibilidaede – recetiva e passiva;
 Sensações de dor e fome  são pensamentos confusos resultantes da união do meu
espírito com o corpo – sensações internas são a prova dessa união – substância
corpórea afetada;
 Ao homem  coisa pensante não é suficiente na sexta meditação ao desenhar-se o
corpo sujeito que é precisamente o corpo da paixão, o corpo afetado;
 Sensações  dado pelos sentidos  as perceções que tenho  materiais que me dão
possibilidade de perceber dor, prazer, ainda que confusas, passam a ser de alguma
forma consideradas condição de um conhecimento
 Reconhece-se a faculdade de sentir, ainda que seja similar À faculdade de pensar
 implica refazer o pensamento em unidade com o próprio sentido  À consciência de
si junta-se a diferença que é a consciência de si é a autoridade  tudo que está além
da consciência de si;
 Fragilidade, finitude, humanidade do homem  fica fora da representação 
sustentada na possibilidade de errar
 Paixão inaugura À experiência sensível, experiência da diferença, experiência da
autoridade que vai substituir o seu pensamento  esta marca da diferença da
autoridade mostra-se como humanidade do próprio homem;
 A experiência sensível , faculdade de sentir marca a antropologia para além daquilo
que se conhecem, daquilo que se pode descrever  revela a problematicidade, o objeto
da antropologia como homem sendo problemático para si mesmo;
O objeto da antropologia filosóficaestá também marcada de uma maneira muito importante
na antropologia cartesiana  para além do que se conhece e do que se sabe, homem
definido como ser de liberdade e de ação
Descartes fica preso na teia daquilo que posso conhecer!

Sensibilidade cartesiana tem dois pontos essenciais:


1. O conhecimento que, ao assentar nas ideias claras e distintas, no âmbito do
entendimento, não requer a sensibilidade;
2. A sensibilidade, ainda que irredutivel ao entendimento, introduz uma perturbação,
pois a existência das coisas corporais é afirmada pelo inatismo, o que levanta
problemas e dificuldades ao cartesianismo;
Contudo, a paixão obriga a uma reflexão sobre a sensibilidade, pois esta escapa à
clareza e distinção do entendimento, marcando a sensibilidade, a finitude do meu ser. Ou seja, a
consciência da finitude não parece colocar em causa os poderes da razão e os limites do
conhecimento.
A sensibilidade não era requerida pela elaboração do conhecimento que processa pelas
ideias claras e distintas; era o que o pensamento devia, em esforço, superar: ultrapassar a
obscuridade das sensações para aceder à clareza dos conceitos  o que fica por resolver é a
irredutibilidade do sensível ao inteligivel, é a autonomia do sensível  o que implicaria a
necessidade de repensar a pretensão de aceder a uma saber absoluto e analisar os limites do
conhecimento;  Kant irá introduzir algo a respeito desta questão.
KANT
Sujeito/objeto – kant diz que há limites de conhecimento, daquilo que eu posso
conhecer, mas a filosofia e o homem tb cai no ambito do que posso ser , do que posso pensar.
O que estravaza a filosofia e a antropologia filosofica, o ambito daquilo q possa
conhecer, para o ambito daquilo q posso pensar.
Exp sensivel consiste essencialmente no encontro entre alma e corpo , pensar o sujeito é
diferente de pensar como sujeito. Pensar como sujeito afetado por aquilo q acontece.

Kant – para se conhecer é preciso relacionar sensiblidade e entendimento. Sensi é


passiva mas fornece dados ao entendimento.
A sensi é constitutiva na consciencia – temos tb em kant este problema – em D temos
uma ambivalencia – em K temos a simultaneadade da sensibilidade e do entendimento (liga o
que a sensiblidade recebe) sensi recebe o multiplo, o diverso, odisperso... a sensi recebe pelos
sentidos, ligando em modo de representação, submentendo às suas leis o homem e a natureza
Paradoxo – consciencia é sensivel e intelectual simultaneamente
Em D encontramos a paixao submetida e secundarizada, na ordem da passividade e do singular
Em K – sensibilidade é integrada, o conhecimento começa pela sensibilidade nós temos
a integraçao da sensibilidade numa subsjetividade pura, daí o paradoxo eu sou um ser da
natureza e simultaneamente fora da natureza.

Irredutibilidade do sensivel ao inteligivel – a autonomia do sensivel – questao q fica por


resolver em Descartes que Kant tenta resolver
Kant pergunta pelos limites do conhecimento fazendo uma prova previa á ordem da razão.
Pelo entendimento sublinha-se que a sensibilidade é a condição necessária – sem ele o
entendi não tem dados - ao conhecimento MAS NÃO SUFICIENTE.
Autonomia da sensibilidade fica por resolver em Kant. Espaço e o tempo em K sao
formas a priori da sensiblidade (faculdade que oferece ao entendimento material para ele
construir os conceitos).

 Face à finitude do homem, manifestada pela sensibilidade  necessário perguntar


acerca dos limites do conhecimento;
 Kant opõe-se a todo o dogmatismo  pelo exame prévio da razão;
Pela Estética Transcendental:
o Modo e meios pelos quais um conhecimento se possa referir a objetos  pela
intuição ;
o Intuição  relaciona-se de imediato com os objetos  sendo o fim para o qual
todo o pensamento tende;
o Esta intuição  só se verifica  na medida em que o objeto nos for dado  se
o objeto afetar, de alguma maneira, o nosso espírito;
o Recetividade  capacidade de receber representações  denomina-se
sensibilidade;  isto acontece graças à maneira como somos afetados pelos
objetos;
o Por intermédio da sensibilidade são-nos dados objetos e só ela fornece
intuições;
o O entendimento pensa esses objetos e é dele que provêm os conceitos;
o O pensamento tem sempre que referir-se a intuições, por via da
sensibilidade, porque de outro modo nenhum objeto nos pode ser dado;
 Na ordem do conhecimento teórico, a sensibilidade é a recetividade da nossa faculdade
de conhecer;
 Sensibilidade  faculdade das intuições  coisas são nos dadas na medida em que nos
afetam;
 Kant delimita, pela crítica:
o Congnoscível
o Inteligivel
 Conhecimento  sempre em conta o objeto, o dado  por isso  crítica começa pela a
análise da sensibilidade;
 Estética transcendental  ciência de todos os príncipios da sensibilidade a priori:
1) Isola-se a sensabilidade  assim teremos apenas a intuição empírica;
2) À intuiçao empírica apartaremos tudo o que pertence à sensação para restar somente
a intuição pura e simples, forma dos fenómenos, que é a única que a sensibilidade a
priori pode fornecer;
 A priori  diz respeito à estrutura do sujeito  é nele que se procuram as condições e
faculdade que torna possivel o conhecimento;
 o que mais importa  modo de conhecer os objetos;
 transcendental: «todo o conhecimento que em geral se ocupa menos dos objetos que do
nosso modo de os conhecer, na medida em que este deve ser possível a priori;
 sensibilidade  condição necessária ao conhecimento  NÃO É UM MODO DE
CONHECIMENTO!!
 Espaço e tempo  duas formas puras da intuição sensível  príncipios do
conhecimento a priori;
o Não são condições de existência das coisas, mas são formas a priori da
sensibilidade, como tal, condições subjetivas de todas as intuições;
o Neste âmbito, a sensibilidade, é recetividade: uma faculdade entre outras, que
oferece material ao entendimento para formar os seus conceitos;
 K separa sensibilidade do entendimento  no entanto, considera-os como sendo
[ambos]necessários para a elaboração de conhecimento.
 Por um lado, a sensibilidade participa na construção do conhecimento, por outro Kant
não parece aceitar uma limitação da sensibilidade Às questões do beleo e do gosto.
Para o autor, o significado e função da sensibilidade no domínio cogniscitivo significa
reconhecer a Estética não apenas como ciência do belo e do gosto, mas, essencialmente,
como ciência da sensibilidade em geral, «na medida em que esta intervém necessariamente
na constituição e no conteúdo do conhecimento»
O conhecimento começa com a experiência, mas nem todo deriva dela;
 Há conhecimento onde há relação; sensibilidade e entendimento, intuir e trabalho de
pensar as intuições;
 Intuitivo distingue-se, claramente, do discursivo;
o O entendimento não é uma faculdade da intuição, e fora da intuição só é
possível conhecer por conceitos;
o Ou seja, o conhecimento do entendimento humano não é intuitivo, mas
discursivo;
 Mas a sensibilidade, sendo por onde começa o conhecimento, é o que afeta a razão;
 Necessidade da crítica articula-se, pois, com a descoberta da sensibilidade como
constitutiva da consciência;
 E este afetar-se, se, por um lado, leva à crítica da razão, por outro leva a limitar ou a
integrar a sensbilidade numa subjetividade pura; ~
 Consciência  sensivel e intelectual  sensibilidade e entendimento
Entendimento
o Função: ligar o diverso  o que nos vem dos sentidos  sob uma
representação;
o Todo o ato de articulação já é um ato de entendimento;
o Representação traduz essencialmente uma necessidade de conhecer que é
uma necessidade de identificar, forçando a realidade;
Sensibilidade
o Exigência da própria unidade do sujeito;
o Modo de ser e conhecer o sujeito finito que é o homem;

Importante para Kant:


o Reconhecimento da relevância da sensibilidade «no sistema das faculdades do
espírito e, em particular, o reconhecimento do papel da imaginação, não apenas
como faculdade de coordenar imagens, mas também como faculdade de
produzir e criar imagens cheias de uma significado, não só lógico, como
também estético.»
Kant claramente ultrapassa Descartes:
o «homem está fora das paixões, pois, ao pensar a natureza, pensa-se fora dela. A
razão impõe-se por si própria.»
o «é que em Kant, a consciência de sie consciência do objeto são
simultaneamente diferentes e idênticas.»
o Contudo, abre caminho para uma imaginação criadora e produtiva;

Consciência cartesiana:
 Consciência ambivalente;
 Síntese ímpossivel de uma consciência de si e de uma consciência externa, mas
limitada, aos poucos, pela opacidade da exterioridade;
 Sensabilidade de Descartes  caracterizada pela confusão por oposição à clareza do
entendimento;
Consciência Kantiana:
 É sensível e intelectual;
 Reflexão kantiana amplia o reconhecimento da sensibilidade, pelas formas a priori da
intuição, colocando como questão essencial a condição humana e a consciência da
finitude;
 Sensbilidade não é um modo confuso de conhecimento mas é condição pela qual as
coisas nos são dadas, condição dos fenómenos;

DESCARTES – ENCERRA A RAZÃO-OUTRA


 o eu que pensa – é o eu que dúvida – que sente e que imagina;
 imaginar e sentir  fazem parte do pensamento;
 Sentir em sua especificidade própria;
 O sentir fica reduzido à coisa pensante ao tentar escapar à abiguidade, não apenas
própria do sentir, mas natural e essencial ao pensar;
 A separação entre o espírito e o corpo, e a contradição que levanta é a fuga à
ambiguidade (e dramaticidade) que o pensar comporta mas, contudo, sentida por
Descartes quando tenta a sua conciliação;
 Trata-se de inverter as cartografias sem desmembrar a alma na sua unidade essencial;
 Uma inversão exigida pela interpretação antropológica, na medida em
que a ‘significação humana’, integra aquele que a confrontrar-se com
os seus próprios limites provoca a reabertura ao mundo e ao outro;
 A fronteira, a margem, o mistério, o limite, mas tambem as inversões e confusões
orgânicas de uma arte pór modernidade, enquanto provocações, são condições do
pensar;
 Pelo drama tentaremos o restabelecimento do vínculo entre mundo e espírito, entre a
finitude temporal a abertura do sentir como possibilidade narrativa do sentido
antropológico radical;

Psicanálise e ciências humanas  ajudaram a repensar o homem;


Crise da modernidade:

 Possibilitou a Nietzsche a redefiniçã da racionalidade e uma


nova conceção de sensibilidade;
 a heidegger a implicar no eu penso o eu cuido; e a outros a
afirmarem o eu sinto, eu posso, eu sofro, como estórias da
angústia vivida pelo cogito como eu cindido;
o sentir não é uma questão a enclausurar no corpo subjetivo ou numa res extensa.
É em drama, é donde o querem expulsar que ele re-emerge com mais força, mas
é também, quando o remetemos para um lugar ‘mais confortável’ para o dizer que
corremos o risco de colocá-lo em ‘lugares intocáveis’, próprios de uma racionalização
da visão da cultura virtual que o transformam em já sentido
 o cogito como fundante e fundamento não pode, pois, depender da existência de coisas
fora do entendimento, fora dos olhos espírito;
 condições e paradoxos cartesianos:
 retomamos por Kant que designa a sensibilidade como «a capacidade
de receber representações, graças à maneira como somos afetados pelos
objetos.»
 Kant requer a sensibilidadepara elaboração de conhecimento;

KANT
PELA CRÍTICA TENTA CONFIGURAR O MODO DE CONHECER OS OBJETOS
 Sensibilidade: condição necessária ao âmbito do conhecimento não a limita, assim, à
questão do belo e do gosto;
 Assim, passará a reconhecer a estética como ciência da sensibilidade
em geral;
 Enquadrará a sensibilidade num subjetividade pura  daí a razõa prática ser mais pura
que a razão teórica;
 Sensibilidade resiste  elimina-se ou integra-se de um lado, par reaparecer noutro lado,
já não como conceito ou lei mas como sentimento;
 Pensar e conhecer  delimitados, pois fora da exp.sensível já não se trata de conhecer
mas de pensar;
 O sentimento expressa-se fora da exp.sensível  levanta-se um problema fundamental-
problema da articulação entre a sensibilidade e o sentir refletinte, face a uma
consciência que é, simultaneamente, sensível e inteligível;
 Razão – ao descobrir-se – abre-se ao sublime;

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