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TEATRO OFICINA

UZYNA UZONA
DEDICATÓRIA

A criação deste trabalho é dedicada a todo poder de Desmassacre da Arte do Teatro


e da atuação do Poder Transhumano da Multidão, seu público, para não somente
conter a ameaça do Teatro Oficina ser Massacrado por um Shopping Center mas
principalmente para Criar em seu entorno tombado a Orgya, o prazer do Teatro de
Estádio, abraçado por Oficinas de Florestas, estudando a Multiversidade de Cultura
Popular Brazyleira Antropofágica respirando na Praça da Cultura transfiguradora
do Minhocão.
Um lugar de encontro de todos os povos de todos os guetos de São Pã no cultivo
vivo da cultura, da educação deseducada, da saúde desconhecida de forças que
o duplo do Teat(r)o cria, da fraternidade sensual da inclusão, da possibilidade
que a revolução virtual criou no atual.
O Grupo Silvio Santos anuncia este semestre o início das obras do Shopping.
Esta ameaça de 26 anos inspirou o trabalho das 5 peças de “Os Sertões”, no
sentido de impedir este Massacre Anunciado.
As 5 peças vividas até o fim de 2006 vão estimular vencer a questão que se coloca
para a terra arrasada em torno do Oficina aonde se construa Não o Carandiru de
luxo de um Shopping mas Sim um poderoroso Lugar de Prazer Público de Cultura.
A geração viva deste início de milênio pode atuar com eficácia nesta necessária
“perestroika” no capitalismo financeiro como Multidão. Por isso cada peça tem sua
dedicatória, mas a viagem de todas é dedicada a todos e a todas – sem exceção –
que desejam trabalhar a criação dessa possibilidade do impossível, muito além
de trabalhar para o Oficina, que atuará somente como link de todo um movimento
fora dos guetos para tomar esse espaço de formação de coros protagonistas
de criadores, além das ideologias, das mídias, dos sexos, classes, culturas,
catequeses, compartimentações.
As 24 horas de “Os Sertões” são dedicadas ao viver cada dia, cada noite, como a
primeira, apaixonado pela recriação da vida concreta, vida carne-alma, fora das
esferas de cristal, rompendo-as como Galileus, e libertando o Corpo Doente quase
A todos os movimentos sociais,
moribundo da Terra para a viagem sem amarras com o deus desconhecido Solar,
ao MST, Estrelar, Vegetal, Animal, em Transe para o Trans.
ao movimento dos Sem Teto, Ao Bexiga.
e a todos que estão nesse momento Aos seus cultivadores e freqüentadores de todo o mundo.
no mundo criando movimentos Aos lutadores de seu florescimento, seu amor, sua ordem, seu progresso. Daquilo
na cultura que é impossível dizer sem o phoder político da Arte como poder condutor da ORGYA
de tudo com tudo. Todo com Todas. São Pã.

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O RA Ç A O P R O
T RA N S - H O M E M
R E - V O LTA R Ó
“O anel que tu me destes era vidro e se quebrou,
o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.”

Assim rodamos milênios roteiro na bela poeta Lupe Cotrim


na crença amarga dessa ciranda. Garreaud. A garantia que “só a paixão
As algemas de cristal nos dá o fôlego de um rumo.”
quebram-se todas, Como na Argentina há uns anos atrás, e
nesses dias lá talvez não seja mais assim, os
parece que mais que nunca. brasileiros que já são muito exilados,
E queremos acreditar agora, querem exilar-se parece cada vez mais,
no absurdo, para ainda em tempo hábil de vida
que o nosso amor, evitarem a condenação a seu próprio
por isso mesmo, fracasso pelas condições assassinas
aumentou. que o regime de castas e celebridades,
“O anel que tu me destes por inércia, impõe.
era vidro e se quebrou, Mas a Busca das nossas possibilidades
o amor que tu me tinhas, de ser humano brasileiro hoje, dentro de
era pouco e AUMENTOU !” um livro de possessão que supera o
No desespero de fazer uma viagem fracasso humano no Brasil, mesmo com
regressiva em busca de nós mesmos, no o massacre das forças trans-humanas
que nós chamamos “homens”, mais dos sertanejos em Canudos e do esforço
especificamente “seres humanos”, mais trans-poético de desmassacre de
detalhadamente ainda “brasileiro(a)s”, Euclides da Cunha, foi o que nos levou
num momento de baixa estima absoluta a realizar este trabalho de seis anos.
desse lugar de ser-estar, encontramos o A paixão do nosso encontro para >>

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“vermos o invisível e querermos o clima idêntico ao dos sertões antes de


impossível.” aparecer o movimento de mutirão de
Uma busca do humano no limite do Canudos, como revela a “Canção do
nosso corpo aberto em respiração para Grande Crime Organizado” impressa
o cosmos todo. Uma busca de Teat(r)o. nas páginas deste programa.
Do corpo-alma Teat(r)al. Quanto mais Essa canção resume a ação de todas as
sondamos nestes seis anos nosso lutas do pré-Homem, prepara o
abismo, mais luz achamos. desaparecimento do Homem e a
Mas ao mesmo tempo, com a obra chegada da anticlinal extraordinária:
concluída no seu primeiro tratamento, Antônio Conselheiro trazendo a ReVolta
sentimos por momentos, rondando e o Trans-Homem.
novamente, a aliança de vidro quebrada Depois de toda história das lutas entre
e o amor diminuindo porque talvez no os humanos de dois Brazis, a Sociedade
fundo acreditássemos em alguma Pró Imperial da Alta Classe Média para
recompensa, reconhecimento absoluto, Cima, que tem o Capital hoje, recebe os
prêmio de formatura, medalha de fim golpes da violência provindos da
de curso, ou na crença de que “o politização da maioria dos sertões do
barbante tem um fim”, pois topamos século 19 e das favelas sociais e cultu-
não somente com a necessidade do rais do século 21, enriquecidos por suas
retorno da busca e da luta continuar histórias de lutas seculares e dos
mas, mais tragicamente ainda, com o imprevistos sempre surpreendentes da
Brasil num estado de Guerra. história.
Guerra de Teatros, de Mídias e Guerra Não importa se foi o Jabor ou não que
social de classes com os revelou este fato, com seu poder de ator
desclassificados. incorporando por psicografia, um dos
Quando terminamos “A Luta II – O documentos decisivos destes tempos,
Desmassacre”, começamos a abrir, tão tipo antes e depois, a famosa
somente, as possibilidades de não “Entrevista de Marcola para O Globo”.
sermos massacrados. Hoje, como em l897, existimos, o que
A situação de financeirização criminosa não significa continuarmos existindo
do poder e da vida determinou uma amanhã, divorciados, numa só nação
decadência e desistência da política de alvorotados, endividados,
nas classes médias sem precedentes na individuados, destroçados, solitários, no
nossa história. Este fato nos situa num inferno de Dante Marcola Jabor. >>

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Há células humanas que contagiam o como as velhas interpretações


organismo do país apodrecido positivistas anti-carisma. Lula deve
aprontando-o para regeneração e estar fisicamente consciente deste amor
crescimento. Neste espetáculo de um povo e ponho fé que depois de
procuramos seguir o fio da história descobrir-se líder operário dos
brazyleira das lutas humanas por sindicatos das multinacionais, assumir-
transformações trans-humanas. se como pernambucano, conscientize-se
As sementes de Canudos agora, nesta profundamente que é de Caetês,
crise, mais que nunca encontram portanto, descendente dos homens
terreno fértil, pegam, contagiam. Da índios que comeram Sardinha
nossa parte, com a experiência concreta inaugurando a história do Brasil. Num
do viveiro que estamos criando desde segundo governo há a possibilidade de
antes da posse de Lula, com todas as que por lapso estupendo se encontre
dificuldades dantescas, o trabalho tem com seu Antropófago e nos una todos
crescido além do que esperávamos. Por na Antropofagia pra uma mordida
isso não temos a mesma perspectiva definitiva no colonialismo brasileiro e
niilista “Jabor-Marcola”. Cacá Diegues, mundial.
numa bela etrevista no “Aliás” do De nossa parte, com a arma da Arte, da
Estadão constata o que todos nós Vertigem, do humor, bradamos aqui no que, mesmo assim, somente poderia espontânea de todas as forças desvai-
estamos vendo: Lula é amado pelo povo Oficina: acontecer no Brasil de agora. radas presentes no desvairio dos
brasieiro como foi Getúlio. A categoria Toda obra do Oficina Uzyna Uzona, hoje sertões”, das favelas, dos rapers e dos
política: afetividade, passei a História de má sina, de exportação universal, somente poderia trepers, dos que acreditam e produzem
compreender muito fazendo Antônio Heróis da indisciplina, ser fabricada aqui, nesta monstruosa paz na guerra, na força motriz da cultura
Conselheiro. Se foi eleito para mudar e Viveiro dificuldade de fazer, tão exigente de brazyleira antropófaga, mesmo como
não mudou tanto a máquina do poder dos mais sombrios nosso heroísmo e do nosso público. Bodes orgulhosamente fora do Ibope.
de 500 anos montada a favor dos ricos, e iluminados Esta busca do ser-estar sertanejo em A excessiva paixão pelo Brasil que
agora o mesmo povo que votou porque atores brasileiros. nós, se não desistirmos da continuidade contêm este livro, esta peça, este
queria mudanças, e que votou assim Congregados pelas leis do banditismo de seu destino, e tivermos a coragem de trabalho, pode parecer defasada com a
porque está mudando, precisando disciplinado, ser o que nós atores de teatro somos, situação real, tanto que é preciso de
mudar, educar-se, comer bem, renascer para lutar por essa terra, ignota, Bodes, Cristos de ponta cabeça que não nossa parte, a todo instante, botar
como ser cultivado, culto, hoje que me adota. se deixam crucificar e que cantam, muita fé na própria força do que
repotencializa-se pela política poderosa Bodes Cantores com muitos bodes entre criamos, e reascender continuamente
do amor. Não se pode ler esses A montagem desta obra, como diretor, nós, teremos o poder de despontar como da profundidade dos nossos mares
fenômenos como “caudilhismo”, ou ator, dramaturgo, compositor, afirmo força de Canudos, como “convergência extintos, dos nossos desesperos >>

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inconformados, das nossas camadas excluir de nada. “Somos Tudo o que


profundas, dos nossos instintos, este dizem de Tudo.”
Vulcão desta Re-volta. É um acordo que Somente aqui, no Órgão Teatro, tudo
fizemos com nossa própria pessoa está escancarado e vivido em Guerra
individual, o de aceitarmos, cada um, aberta e em busca de um Parto de
realizar esta obra com mais 99 pessoas Criação Permanente.
e o povo brasileiro inteiro. Uma Obra prima como “Os Sertões”,
Os homens e mulheres que fazem parte quando focaliza o homem
deste livro e desta montagem vêm de demasiadamente humano, antes de
todas as classes, épocas históricas, e começar a conhecer as possiblidades do
se estão em cena ou não, não importa. trans-homem, confronta-se com a
O eixo da luta Oficina X Corporação guerra de teatros para a produção de
Vídeo-Financeira que deseja aqui uma paz sem pieguismo, uma paz de
construir um Shopping não difere da criação por devoração antropofágica e
relação Canudos X Exército Brasileiro. de vitória do mais forte, não em poder
Os que estão em cena e os que vêm de estrutura, dinheiro ou armas, mas
participar deste rito estão fazendo um em poder de presença trans-humana.
trabalho de Vodú. Nada do que é Aqui se luta pelo apaixonamento da
humano aqui é estranho. Cada ator, condição contraditória humana, através
músico, técnico, cada pessoa do público do re-apaixonamento pelos homens de presente nesta encenação, aliás de todo reencenação do “Homem” mais me fez
está aqui como corpo humano, referindo seu planeta quase inviável, em sua “Os Sertões”, é Silvio Santos. Um pólo perceber o duplo destes caminhos e a
em todos os gestos, atos, efeitos Terra. Em seu aqui agora tão humano de contracenação de opostos vital para proximidade das “possibilidades
teatrais, quer queira ou não, a todos os quanto o sertão entre a extrema secura a compreensão da revivescência deste impossíveis” foi a “Oração Patricia”,
corpos humanos envolvidos na história e a extrema fertilidade, entre vida e Canudos. Pena que até agora ele não se como chamou Tommy Pietra o texto que
do Brasil e do mundo hoje, e trabalham morte permanente. Euclides liga o tocou, e tenha aparecido apenas para a filha mais jovem de Silvio Santos
energicamente esta feitiçaria. homem à terra e à natureza se ver, apesar de termos dedicado as rezou quando recebeu numa cena
Somos as forças e fraquezas do PCC, da contraditória e humana demais do duas Lutas, I e II, a ele. Shakespereana a herança do reino do
Polícia, do Governo e da Oposição. Dos sertão. “Hamlet” de Shakespeare é Agora, quando “O Homem I” inicia-se já pai no banquete dos 25 anos da SBT.
mensaleiros, sanguessugas, das peruas mais sentido se notamos a presença do na “Terra”, 5 mulheres estão presentes ”Me dá a mão. Eu só vou abençoar,
da Daslu, dos banqueiros, dos doleiros, filho morto Amet, de Shakespeare, e a na cena final de tentativa de diante de tudo o que ele falou.
dos heróis, dos santos, dos sertanejos, morte por decapitação de seu melhor assassinato de Lulu, o espírito da terra Senhor, Eu quero em primeiro lugar te
dos urbanos, dos ricos, dos pobres, das amigo e protetor do Globe, pela Rainha do Bexiga. São o duplo das filhas deste agradecer Senhor por tudo o que o
mídias submetidas à ditadura do da Inglaterra. Rei Lear, nosso vizinho. Uma das cenas Senhor tem feito em nossas vidas,
marketing. No teat(r)o não podemos nos Um dos homens que esteve sempre míticas que no momento desta tudo o que o Senhor tem agido através >>

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da vida do meu pai, Pra mim este senhor deus dos deuses é
e na minha casa Senhor e nos nossos Dionísios. A encarnação de todas as
corações, porque por mais que se possa Máscaras, de todos os deuses,
ter senhor dinheiro, fama, elogios, demônios, e principalmente de todos os
riqueza Senhor Bodes que nos dão no Teat(r)o essa
nada Senhor capacidade de também ver o invisível,
pode substituir o vaziozinho que só o crer no impossível como Silvio Santos e
Senhor, Patrícia crêem e por isso vão continuar
deus dos deuses, Senhor dos Senhores avançando em nome de Jesus. Jesus
pôde nos proporcionar como Família. sinto, como a Dra. Nise da Silveira,
E hoje quando a gente está aqui como a sublimação de Dionísios.
reunido Senhor Nos subterrâneos de Jesus está
como família SBT eu quero aqui senhor Dionísios, no da Eucaristia a
clamar tua benção e liberar a tua Antropofagia, o vinho sangue e o corpo
benção do deus para ser comungado, comido.
sobre cada funcionário aqui. Essa crença no impossível e ver o
Obrigada Senhor por tudo o que o invisível é o que, como trans-homem, me
senhor fez através e tem feito através move também todas as noites que entro
da vida do meu pai Senhor, em cena, vindo da Rua Jaceguai, em “A
eu quero abençoá-lo Terra”, contemplando todos os prédios do
eu quero clamar Grupo SS e sonho com um encontro de
para que ele possa mais e mais Sílvio Santos e suas 5 filhas conosco,
nos ensinar a sermos perseverantes para transformarmos com os Homens
a ver o invisível trans-humanizados dos sertões de São
a crer no impossível Pã aquele Quarteirão do Bixiga em
porque essa é a história dele Senhor alguma coisa tão grandiosa como o
Ele foi Aterro do Rio de Burler Marx, vindo da fé
e nós também vamos e do amor do impossível, da Paixão de Homem ao TransHomem até a ReVolta. José Celso Martinez Corrêa
Ele vai continuar avançando em nome dois seres humanos trans-humanizados: Senti em cena com o público aplaudindo 24 de agosto de 2006
de Jesus Elisabeth Bishop e Lotta Macedo Soares. emocionado o Retorno do fôlego do rumo
Ámem.“ Domingo entrei em cena depois de da Paixão. Agora entramos em cena, de O diabo está solto, ou você muda,
Me identifiquei muito com a beleza de contemplar toda a imensidão das novo, para a viagem do reencontro do ou vira encosto.
sua oração. É uma questão de darmos possibilidades daquele Quarteirão e re- roteiro que o fôlego da Paixão Viva vai
nomes diferentes às mesmas coisas. comecei com fé cênica esta viagem do revelar. MERDA

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ROTEIRO

1 ATO
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18 . Discurso oficial do momento histórico


19 . Amplexo feroz
1º MOVIMENTO - COMPLEXIDADE DO PROBLEMA ETNOLÓGICO NO BRAZYL 20 . Molde único
21 . Fundações jesuíticas na bahia
1 . Ciranda - evolução regressiva 22 . Uma raça forte
2 . Prólogo: a alvorada do trans-homem
3 . Viagens - danças dos acasalamentos fundadores
cenas sacro-profanas dos cruzamentos apaixonados das raças: 3º MOVIMENTO - O SERTANEJO
primeira viagem – primeiro cruzamento
segunda viagem – segundo cruzamento
terceira viagem – terceiro cruzamento 23 . Taí tá
quarto cruzamento 24 . Duelo – desafio
4 . Complexidade do problema etnológico no brasil 25 . Servidão inconsciente
5 . Variabilidade no meio físico e sua reflexão na história 26 . Doença
6 . Invasão de pernambuco pelos holandeses 27 . Cura. Omulu
7 . Primeiro coro de corpos índios queimados, assassinados 28 . A arribada – delírio da luta
8 . Restauração da coroa portuguesa e reflexos na colônia 29 . Dityrambo preguiçoso do ócio
9 . Quilombo de palmares
10 . Segundo coro de corpos, agora africanos enfileirados:
massacre de palmares 2 ATO
0

11 . Ação do meio na formação inicial das raças


12 . Primeiros povoadores CONTINUAÇÃO DO 3º MOVIMENTO
13 . Nascimento do povo sem raça
14 . As orfãs 30 . Momice. Encamisados. Cateretê. Samba. Baião. Terreiro. Xaxado. Cordas
15 . Catequese hendrixaxadas dançando côco mergulhão. Serenada. Revoluteio. Argolinha. Desafios.
31 . A Seca
32 . Religião mestiça: dityrambo da gira do planeta. A pedra bonita. Monte Santo
2º MOVIMENTO - GÊNESE DO JAGUNÇO 33 . Grande canção do crime organizado

16 . Função histórica e poética do rio são francisco 4º MOVIMENTO


17 . O centro do brasil encontrado abençoado pelo rio
da unidade nacional 34 . Antônio conselheiro, documento vivo de atavismo

16 17
1 ATO
0

Prólogo 00

1º MOVIMENTO: Complexidade do
problema etnológico no Brazyl

CIRANDA - EVOLUÇÃO Tapui - ah! Tupy ah


REGRESSIVA Tapu- ui! Tupy Po
Tapuia! Poli Poli
CORO E PÚBLICO Jaceguá Péros
Ciranda, cirandinha Jaceguai Mongolá
vamos todos cirandar. Popopo Mongolia
Vamos dar a meia volta Polipéros Lilili
volta e meia vamos dar. Polipéros
O anel que tu me destes era TODOS
vidro e se quebrou, Tupy Tapuyo!
o amor que tu me tinhas era
pouco e aumentou… SEGUNDA VIAGEM -
SEGUNDO CRUZAMENTO
Ciranda, cirandinha ÍNDIOS BRASILEIROS
vamos todos cirandar. Caititi caititi
Vamos dar a meia volta Notiá Imará
volta e meia vamos dar. Notiá Imará Ipeju
O anel que tu me destes era Mayra
vidro e se quebrou, TODOS
o amor que tu me tinhas era Curiboca!
pouco e aumentou…
COMPLEXIDADE DO PROBLEMA
PRIMEIRA VIAGEM - ETNOLÓGICO NO BRASIL
PRIMEIRO CRUZAMENTO TIPO BRASILEIRO?
TAPUIOS JACEGUAY TUPYS MONGOIS CORO
Tapi (buceta) Puio E o Homem?
Tapiá (saco - pau) Tapiá O Homem Brasileiro
Tapi Poli busco,
Tapi-á! Péros Desça, suba,
Ta-pi. Taitá Nu na suruba
Tapi ah Piota Mestiçagem embaralhada >>

18 19
Cafuza fundem,
Curiboca entrelaçam,
Mulata EUCLIDES
Branquelos três raças
Pretos no capricho
Amarelos do momento.
Polipéros CORO MULHERES
Polipéros Metaquímica
Polipéros CORO HOMENS
TODOS precipitados fictícios.
Pardo! ANTROPÓLOGO DITYRAMBO BRANCO
O pardo é o tipo brasileiro? Função do meio físico?
O tipo brasileiro é o pardo? Secundária.
Pardo… tipo pardo… O Índio?
Assim, tipo… será extinto.
EUCLIDES O africano?
Tipo brasileiro? Sua influência diminui a cada ano.
TODOS Há gráficos
Assim, depois da abolição do tráfico, CORO ÍNDIO Sou o brasileiro de fato.
tipo tipo… tendem pro mulato, do índio vencerá láicá EUCLIDES
EUCLIDES diluição do negro nato, Emerso dos versos Tipo étnico único?
O Brasileiro, O caboclo? reversos. O Homem Brasileiro típico.
tipo abstrato que se procura, Se apagam os traços dos silvícolas, MC RACIONAL Não tem tipo.
e não se acha, pouco a pouco. Só os quatro pês, CORO
loucura. Mais numeroso, poder político ao povo preto Não temos unidade de raça.
Aqui mais poderoso, mano, Não teremos
Aí a vitória final, africano, talvez
Aqui tem o homem brasileiro típico? BRANCOS reage superior nunca.
Tipo brasileiro tem tipo? sou franco, absorve no horror EUCLIDES
O tipo brasileiro não tem tipo. ANTROPÓLOGO DITYRAMBO BRANCO a raça superior inferior. Não temos identidade,
Tipo brasileiro é um tipico sem tipo. é do Branco! MULATO nem personalidade.
E a Imigra-ação? ANTROPÓLOGO DITYRAMBO I-JUCA PIRAMA Sou mulato nato Pra quê?
Judeus, Arquiteto devaneios No sentido lato Não precisa!
Árabes, metrificados Mulato do litoral Predestinamo-nos à formação de uma
Antropólogos invadindo a ciência Da América do Sul raça histórica em futuro próximo, se
CORO na cadência Brasileiro o permitir dilatado tempo de vida
jogam, da vibração democrático nacional autônoma. >>

20 21
A nossa evolução biológica reclama E ais SCARLET
a nossa da evolução social. Temperamerentais Oxente,
Estamos condenados a inventar uma LINHA DE TORDESILHAS sou pernambucana.
civilização, Tordesilhas CLARK
com o plasma sanguíneo Linhas invisíveis Da Bahia pra cima tudo baiano.
desse nosso grande organismo da imaginação… E no sul…
coletivo. SCARLET A RARA DE PERNAMBUCO BANDEIRANTES
Ou inventamos, PARDA NOBRE NORDESTINA …paulista.
ou desaparecemos. Aqui, no Norte, Bandeirantes,
CORO a história é mais teatral atuantes!
Quando iremos porém menos eloqüente. PADRE MANOEL DA NOBREGA
Quando iremos Presos entre o sertão inabordável Piores qua na terra que peste…
Além das praias e os mares, CLARK
E dos montes tendemos a atravessar séculos O homem aqui é
Saudar o nascimento do trabalho imutáveis, BANDEIRANTES
novo emperrados por uma centralização “o homem”.
a sabedoria nova estúpida, CLARK
A fuga dos tiranos realizando a anómalia Rompemos o mar imoto,
Fuga dos demônios de deslocar para uma terra nova diretos pro sertão,
O fim o ambiente moral de uma sociedade escravos capturamos
Da superstição Ventos velha. nos périplos africanos.
Adorar os primeiros Ventos SULISTA PAULISTA BANDEIRANTE MAMELUCO Da travessia do mar
Os primeiros Nordeste CRUZADO CLARK no continente penetramos
O natal na Terra Sudoeste Bateu-te, Saltamos do Mar à Serra
O canto dos céus Noroeste felizmente, Protegidos da Coroa
A marcha dos povos Leste a onda impetuosa do Sul. E dos estrangeiros que nos invadem
Escravos, não amaldiçoemos Norte largo movimento a terra.
A vida! Sul CORO Mapa da Mina, Coro
Escravos, não amaldiçoemos haustos possantes progressista Roteiros, roteiros, roteiros
A vida! incessantes. SULISTA PAULISTA BANDEIRANTE MAMELUCO Rios de Ouro
EUCLIDES CRUZADO CLARK Minas de Prata
VARIABILIDADE NO MEIO FÍSICO E Um clima é como que… mamalucos audazes, À Cata
SUA REFLEXÃO NA HISTÓRIA a tradução fisiológica de uma CORO Serras de Esmeraldas
CORO condição geográfica. paulistas. Bandeiras,
Somos a mesma gente, CORO SULISTA PAULISTA BANDEIRANTE MAMELUCO desfraldas.
Em muitas gentes Tocam pelo ar nas gentes. CRUZADO CLARK CORO DOS BANDEIRANTES
Rolam climas diferentes Íntimos ares E aí Baiana? Preciosas pedras escondidas >>

22 23
em remotos recantos perdidas, O sertão
terras douradas, transponho Desvendemos desmedidas paragens,
em busca da fortuna, não povoemos,
dos sonhos nem deixemos abertas
Mas acordado sonho, que fiquem ainda mais desertas,
tudo desencontrado. malocas e catas.
BANDEIRANTES PAULISTAS História, obscura sem ata
O Tietê me leva, Nos roteiros sem datas…
sem uma remada, Únicos conchavos:
barca mameluqueira ouro e escravos!
escravidão ao ar livre
semanas a fio INVASÃO DE PERNAMBUCO
desço o gentio PELOS HOLANDESES
Está bom não tem choro COROA ESPANHOLA
mas “quiero oro”. Los holandeses
CORO DE BANDEIRANTES Invaden el norte de Brasil
Erigimo-nos De tierra ahora nuestra
autônomos, Hipocritas Calvinistas
aventurosos, Traficantes
rebeldes, De Azucar
libérrimos, De esclavos
na atração das entradas. Bandidos piratas farsistas.
Penetrar em disparada NASSAU
pro desconhecido De Binnen-Landen?
desconhecido GENERAL VAN SCKOPPE
descobrir, De Binnen-Landen.
Terra virgem, AZUCAR
inexplorada, do sertão Amsterdam
descobrindo depois do Dam, Dam, Dam, Dam, Dam
descobrimento Amsterdam
pra dentro, Dam, Dam
delineando inédita epopéia CORO
das bandeiras centopéías Damned
atravessando linhas invisíveis AZUCAR
na Imaginação, Amsterdam
Tordesilhas Dam, Dam, Dam, Dam, Dam
Pacífico, Amsterdam >>

24 25
Dam, Dam CORO Paulistas, empreiteiros,
CORO Marijuana Capatazes
Damned Tequilla O Progresso vai chegar.
AZUCAR Azucar Catecismo de Guaíra
Recife Holandesa Café… Não pode continuar!
CORO A História do mundo A chacina mais ensina.
Tiene su Grandeza joga joga joga Escravizar dos Andes à China.
AZUCAR com a droga.
Recife Holandesa A História do mundo Massacrar
CORO roda roda roda Massacrar
Tiene su Grandeza com a droga. Massacrar
AZUCAR (As três raças saem do Cavalo de
Bueno és comer y dar el cú Tróia disfarçadas de coro de rum- QUILOMBO DE PALMARES
CORO beiros, juntam-se apontando armas O POVO DE HERNRIQUE DIAS
Todo es libre para combater os Holandeses.) Adeus mundo colonial
AZUCAR HENRIQUE DIAS, CAMARÃO E VIEIRA Zumbi em Palmares estréia
Bueno és comer y dar el cú Pode tratar de dar no pé, Grosseira Odisséia
CORO Calvino aqui ninguem quer. Estrondos nos Quilombos
Todo es libre (A luta com os holandeses congela, 30 mil mocambeiros,
AZUCAR o foco da ação muda para o Sul.) Escravos Livres, os primeiros!
Pesos Escudos Lybras O POVO DE CAMARÃO, O POVO DE HENRIQUE
Sexo, drogas y maracatú PRIMEIRO CORO DE DIAS E POVO DE ZUMBI
Pesos Escudos Lybras CORPOS ÍNDIOS QUEIMADOS, (Formam o Quilombo de Palmares.
Sexo, drogas y maracatú ASSASSINADOS. Tambores pra Trazer Zumbi, Orixá da
La historia de la humanidad BANDEIRANTES Revolução)
Historia de necessidad Jesuítas ZUMBI!
Feticios Inimigos ZUMBI!
Vicios Catequisam O SOL DA LIBERDADE
Derrotas Nossos índios NO SOLO TUPY!
Vitórias Que queremos MENSAGEIRO DO NORTE
Biblias. Pra brigar Correrias de Palmares ameaçam a
Azucar Azucar Azucar Pra lutar Bahia,
Tabaco Tabacobaco escravizar Paraíba, Pernambuco,
CORO E pra cruzar o bárbaro contagia
Marijuana pra Cruzar Quilombos explodem a colônia na
AZUCAR E produzir anarquia
Tabaco tabacobaco Novos Mamalucos Audazes Paulista receba esta missão, >>

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A Coroa paga em ouro Calor, dores no peito…
sua contratação. Luz, MADRE DEUS
DOMINGOS JORGE VELHO Climas, O Brasil é Terra do exílio;
É meu teu ouro Oh, Coroa essa força catalítica misteriosa que a vasto presídio,
Portuguesa! natureza difunde, para nós,
Roubastes de meus negros tua funde relapsos heréticos,
riqueza desfunde morféticos
Mas escravo fujão ofende meu confunde ameaçados nos relhos
Evangelho nossas camadas étnicas. do morra per ello…
Aceito, eu Domingos QUADRILHA DE POVOADORES
Jorge Velho. PRIMEIROS POVOADORES Número reduzido de povoadores
DOMINGOS JORGE VELHO E CORO DE QUADRILHA DE PRIMEIROS POVOADORES vastidão da terra
EMPREITEIROS PREDILETOS DAS GRANDES DEGREDADOS enormidade da população indígena.
HECATOMBES. É tudo muito, E ainda trouxemos trágica infor-
Somos paulistas. Atacadistas. muito vagaroso. mação.
Debeladores clássicos de terroristas. Viva Palmares! CONCEIÇÃO Perdemos o senhor doutor santíssimo
Empreiteiros prediletos de EUCLIDES Nós rei D. Sebastião!
Hecatombes, Se os Filhos do Norte Malditas gentes portuguesas JOAQUIM
até nas tocas onde o fugido se como os sulistas não estamos a abordar o portugal Ai Ai Jesus!
esconde. atravessasssem o sertão meridional Nestas terras de além mar
CORO todos os indígenas seriam robustecidas pela porra da força viva Não há portugueses
Grandes caravanas guerreiras, exterminados. das migrações compactas, Para chorar
vagas humanas desencadeadas em grandes massas invasoras CAPITÃO FRAGOSO ALBUQUERQUE
todos os quadrantes erra, AÇÃO DO MEIO NA FORMAÇÃO ainda que destacadas do torrão nati- Mais de 3 mil portugueses.
invadindo a própria terra, INICIAL DAS RAÇAS vo, Daqui poc’horas estarão a chorare,
batendo-a em todos os pontos, CORO MISCIGENADO capazes de conservar, salgando
desvendando-lhe o seio (jongo morna cabo-verdeana) c’ralho, estas terras e mares.
rutilante das minas Transfusão íntima de tendências, ao menos pelo número, DEGREDADO HERMAFRODITA
vão agora sangrar o longa fase de transformação, nossas qualidades adquiridas em Chore quem quiser, eu não.
escravo rebelde às disciplinas, raças que se cruzam. longo tirocínio histórico Me perdoa querido reizinho
assassina Período de fraquezas. falho! Sebastião,
assassina. E incertezas. MANOEL acabo de chegar nesta terra
O meio estampa, Viemos gentes com muitos Homens de guerra,
SEGUNDO CORO DE CORPOS, então, pequininas, sem lares, aos ares
AGORA AFRICANOS ENFILEIRADOS no nosso corpo em fusão, esparsas, bruxas, detentos
MASSACRE DE PALMARES os seus traços, em pequenas levas atentos à vida solta dos
ZUMBI sua impressão. colonos contrafeitos, acampamentos, >>

28 29
degredados, aventureiros Nem o clero escapa da santa jusante de Juazeiro,
corrompidos, degradação pendores torcem para o mar,
só tenho ouvido, só rezo esta avi PADRE NÓBREGA escapando a caatingueira,
PADRE MANOEL DA NOBREGA O interior do país cheio de filhos de dentro das secas regiões,
Ultra equinotialem non peccavi! cristãos sacrílegos Teatro das Missões
DEGREDADO HERMAFRODITA multiplicam-se, Padre e Pajé,
De bajo del ecuardor nos hábitos gentílicos. modelamos a terra
No hay pecado mi amor. São muitos brancos naturais que pras grandes batalhas
OS NATIVOS E DEGREDADO HERMAFRODITA sina, silenciosas da fé.
De bajo del ecuardor com casta, imagina… DESENHISTA FRANCISCANA
No hay pecado mi amor. CORO DE NATIVOS E HERMAFRODITA Duas entradas únicas,
DEGREDADO HERMAFRODITA …tupiniquina!!! à nascente
O que é que a Bahia tem? De bajo del ecuardor e à foz,
OS NATIVOS No hay pecado mi amor. levam à nova sorte
Tem Mancebia tem! PADRE MANOEL DA NÓBREGA Homens do Sul
DEGREDADO HERMAFRODITA Envie órfãs, encalhadas, encontrando os homens do Norte
O que é que a Bahia tem? ou mesmo mulheres erradas, traço de união,
OS NATIVOS todas acharão maridos, CORO DE ESCRAVOS E CAPATAZES + GENTE no espaço e nas idades,
Tem Sodomia tem! por que a terra é larga e grossa DA COROA entre duas sociedades,
BRANCOS e os crucifixos compridos. Agitação mineira, de todo desconhecidas.
2.OOO brancos CORO DE NATIVOS E HERMAFRODITA amplas cabeceiras, Gado,
NEGROS De bajo del ecuardor dilatada bacia, alumia! dos dois lados,
4.000 negros No hay pecado mi amor. Rede de afluentes, empapuçados na saleira,
ÍNDIOS colhendo montanhas de Minas promovem grande encontro,
6.000 índios 2º MOVIMENTO - Gênese do reluzentes. caminho da civilização brasileira.
(O VIRA vira toque OLODUM Jagunço CORO DE ÍNDIOS E VAQUEIROS
de tambores.) Paragem formosíssima dos gerais O CENTRO DO BRASIL ENCONTRA-
BRANCOS NEGROS E ÍNDIOS FUNÇÃO HISTÓRICA E POÉTICA De Minas Gerais DO ABENÇOADO PELO RIO DA
Descambamos todos pra franca DO RIO SÃO FRANCISCO Médio Rio, UNIDADE NACIONAL
devassidão (O Rio São Francisco vai sendo traça- regímen pastoril… CORO PAULISTA
Nem o clero escapa da santa do na pista por desenhista francis- CRIANÇAS Baianos.
degradação can(o)a – Música de Água Doce). ovo, do povo novo. CORO BAIANO
MANOEL E CORO SEBASTIANISTA DESENHISTA FRANCISCANA CORO DE ÍNDIOS E VAQUEIROS Paulistas.
Perdeu-se Dom Sebastião! Bordo ondas, história em diagrama Ovo, do povo novo. BAIANOS E PAULISTAS
BRANCOS NEGROS E ÍNDIOS São Francisco balanceia o Drama, PADRE E PAJÉ Gado no Sal Abençoado,
Descambamos todos pra franca Do Tietê poluindo rio (ao norte na jusante, science) nos ligam no espaço e no tempo,
devassidão por descimento do gentio. Curso inferior, passatempo! >>

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DISCURSO OFICIAL DO MOMENTO Mas levo vantagem, onde passam todos os atores, tornan-
HISTÓRICO não vivo a tiracolo do-se vaqueiros.)
DOMINGOS SERTÃO sou fixo ao meu solo, DOMINGOS SERTÃO
Vastos latifúndios, AS MULHERES (Pegando sua velha arma de ban-
terras do sem fim, O “Mimoso” das planuras desafo- deirante e a sua bandeira)
DOMINGOS SERTÃO E CORO gadas, Dentro do teu arcabouço titânico
Encerro a vida aventureira, OS HOMENS vaqueiro,
esse negócio está bom pra mim. o “agreste” das chapadas, chama o guerreiro!
Lucros estão TODO O CORO Vem, nesse instante
nas fazendas de criação, rios, vibratilidade incomparável ban-
DOMINGOS SERTÃO afluentes deirante.
Tiro Jorge Velho do meu Domingos pro ocidente Bagunço!
me rebatizo… e pro oriente, (Entrega a arma ao vaqueiro.)
DOMINGOS SERTÃO E CORO simétricos a dentro Nasce Jagunço.
…Sertão. ligados à costa, Tua veste de couro incorruptível,
A Terra exuberante eleita, e ao centro, é agora
compensa a miragem desfeita povos esparsos em fusão, tua armadura flexível.
das minas cobiçadas. no caroço da Terra Grande, Faz tua rude escola de força imperar
DOMINGOS SERTÃO no coração. CORO
Neste solo alumiado, meus descendentes, de 452 anos EUCLIDES onde ruge impune o jaguar…
fundo meu principado: declaro aqui na pista No próprio território de São Paulo, JAGUNÇOS
Feudalismo achamboado. colônia exclusiva nossa, paulista! donde seu nome é advindo, História de má sina,
Foreiros humildes vos declaro: Vem índia, estou comovido Paulistas em degeneração vem Heróis da indisciplina,
meus vassalos. prá este amplexo feroz, decaindo viveiro
Mansos tapuios, observo: de Vencedor e Vencido. aqui mamalucos idênticos, dos mais sombrios
sejam meus honoráveis servos. MÃE ÍNDIA renascem paulistas autênticos. e iluminados atores brasileiros.
E eu Vosso Senhor Feudal Nasce Filho de vencido CORO Congregados
achamboado com vencedor! Essa rude sociedade, pelas leis do banditismo disciplinado,
colonial. É Amor? guardada no meio do Rio, para lutar por essa terra,
CORO Seja o que for! da nossa unidade, ignota,
Nosso príncipe Domingos Sertão! VAQUEIRO E CORO incompreendida que me adota.
Nasço deste amplexo vigoroso olvidada,
AMPLEXO FEROZ bravo e destemeroso, é o cerne vigoroso da nossa nascente FUNDAÇÕES JESUÍTICAS
DOMINGOS SERTÃO como meu pai, nacionalidade! NA BAHIA
Vale do S. Francisco, Bandeirante Paulista, CORO EM LATIM
já muito povoado por mamelucos feroz e vencido como minha mãe, MOLDE ÚNICO Magnificat
progressistas índia nortista. (Tira-se o molde do vaqueiro, por Anima mea >>

32 33
Magnificat solidões 3º MOVIMENTO: O sertanejo desengonçado,
Anima mea abrigo dos que não torto.
Et exultavi entram nos moldes TAÍ TÁ Hércules-Quasímodo,
Spiritus meo das colonizações. CORO reflete no aspecto a fealdade típica
In Deo salutaris meo CORO CARIRI Taí Tá! dos fracos.
CORO MARACATU RURAL TAPUIO Missionarios malucos aqui falam com O sertanejo é, O andar sem firmeza,
Pambu, Patamuté, Uauá, Tupã antes de tudo, sem aprumo,
Bendegó, Cumbe, Maçacará, Carairis com IôCanaã um forte. quase gingante e sinuoso,
Cocorobó, Jeremoabo, Tragagó, CORO DOS COLIGADOS Não tem o raquitismo exaustivo dos aparenta a translação de membros
Canché, Quincuncá, Chorrochó, Atacados por nós coligados mestiços neurastênicos desarticulados.
Centocé, Açuruá, Xique-Xique, Portugueses-negros-tupis, do litoral. Agrava-o a postura normalmente
Jequié, contra vós em guerra. Taí Tá! abatida,
Sincorá, Caculé, Orobó, Catolé. CORO CARIRI A sua aparência, num manifestar de displicência
ÍNDIOS REBELDES Encontramos proteção aqui entretanto, que lhe dá um caráter de humildade
Tapuios, pagãos nesse colo duro da terra. ao primeiro lance de vista, deprimente.
mesclamos CORO CARIRI E COLIGADO revela o contrário. E se na marcha estaca
aos nossos irmãos, A Terra Falta-lhe a plástica impecável, pelo motivo mais vulgar,
mocambeiros foragidos da prisão, se modela o desempeno, para enrolar um cigarro,
canhembora para as grandes batalhas a estrutura corretíssima das organiza- bater o isqueiro,
e quilombola silenciosas ções atléticas. ou travar ligeira conversa com um
Brancos escapos à justiça, da fé… É desgracioso, amigo,
Hoje não atacamos, cai logo
mas não batizamos. — cai é o termo —
MANTRA CARIRI de cócaras,
Cariri atravessando largo tempo
Jurema Preta numa posição de equilíbrio instável,
Tupi pora-pora-ema em que todo o seu corpo fica sus-
Tapui-retama penso pelos dedos grandes dos pés,
Tróia de Taipa sentado sobre os calcanhares,
FRANCISCANO com uma simplicidade a um tempo
No Baixo São Francisco ridícula e adorável.
paragens pouco apetecidas, É o homem permanentemente fatigado.
só as secas são bem recebidas, Reflete a preguiça invencível,
eleitas aos roteiros poeirentos, lentos a atonia muscular perene,
das missões… em tudo:
Serranias na palavra remorada,
nos fecham… no gesto contrafeito, >>

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no andar desaprumado, Não é mole não! Encavala em mim,
na cadência langorosa das modinhas, Gaúcho pica dura, te quero só pra mim.
na tendência constante à imobilidade é campeão! Doença minha paixão!
e à quietude. TORCIDA DO NORTE Devora o meu coração…
Entretanto, Mato o fracote, Sai Saúde,
toda esta aparência de cansaço o sertanejo antes de tudo num quero num quero
ilude. é um fórrti! que ninguém me ajude!
Nada é mais surpreendedor do que TORCIDA DO SUL num quero num quero
vê-la desaparecer de improviso. Puta que pariu! que ninguém me acude!
Naquela organização combalida É o melhor goleiro do Brasil!
operam-se, TORCIDA DO NORTE A ARRIBADA – DELÍRIO DA LUTA
em segundos, Mato o fracote, CORO BOVINO
transmutações completas. o sertanejo antes de tudo é… Solavanco único,
Basta o aparecimento de qualquer assombroso,
incidente OMULU atirando,
exigindo-lhe o desencadear das ener- VAQUEIRO FEITICEIRO OMULÚ de pancada,
gias adormidas. Sei de específico, eu curo adiante,
O homem transfigura-se. mais eficaz que o mercúro: revoltos,
Empertiga-se, de força e agilidade reza d’entrá no esprito do boi. misturados, embolados,
estadeando novos relevos, extraordinárias. CORO vertiginosos disparos,
novas linhas na estatura e no gesto; Taí Tá! reza d’entrá no esprito do boi. nossos corpos maciços,
e a cabeça firma-se-lhe, VAQUEIRO FEITICEIRO OMULÚ normalmente tardos e roliços.
alta, sobre os ombros possantes, DUELO - DESAFIO Não precisa nem ver o animal E vamos lá,
aclarada pelo olhar desassombrado e O MIDIADOR doente. E vamos lá,
forte; Vamos pra esportiva. Mira na direção que ele está, sente, não há mais conter
e corrigem-se-lhe, Na melhor maneira brasileira, mais pega o que pesa, reza… ou alcançar.
prestes, afirmativa CORO E vamos lá,
numa descarga nervosa instantânea, guerra por… pega o que pesa, reza… E vamos lá,
todos os efeitos do relaxamento futebol! Cabala riscada co’mastro não há mais conter
habitual dos órgãos; TORCIDA DO SUL cura cura pelo rastro, ou alcançar.
e da figura vulgar do tabaréu canhe- Não é mole não! cada pata do bicho no chão, Acamando as caatingas,
stro Gaúcho pica dura, dois gravetos descruzados pra cada árvores dobradas,
reponta, é campeão! pisão. partidas,
inesperadamente, TORCIDA DO NORTE AS SERTANEJAS estalando em lascas e gravetos;
o aspecto dominador de um Titã Mato o fracote, Estrela da doença, E vamos lá,
acobreado e potente, o sertanejo antes de tudo é um fórrti! Brilha Brilha E vamos lá,
num desdobramento surpreendente TORCIDA DO SUL Me queima, não há mais conter >>

36 37
não há mais conter E vamos lá,
ou alcançar. E vamos lá,
Abatendo, apisoados, não há mais conter
os pousos ou alcançar.
que vão esvaziando dos habitantes VAQUEIROS NORBERTO,
espavoridos. BOCA TORTA e MANOEL
E vamos lá, Renovamos a lida:
E vamos lá, novos esforços,
não há mais conter novos arremessos,
ou alcançar. novas façanhas,
E vamos lá, novos riscos
E vamos lá, e novos perigos a despender,
não há mais conter a atravessar
ou alcançar. a vencer.
VAQUEIRO JOÃO ABADE OS BOIS
Vôo sobre este tumulto, E vamos lá,
arremessado E vamos lá,
impetuoso não há mais conter
na esteira de destroços dessa avalan- ou alcançar.
cha viva, E vamos lá,
ou alcançar. E vamos lá, numa disparada estupenda sobre E vamos lá,
E vamos lá, E vamos lá, barrancos, não há mais conter
E vamos lá, não há mais conter e valos, ou alcançar.
não há mais conter ou alcançar. e cerros, Milhares de corpos
ou alcançar. Destruindo em minutos e galhadas, que são um corpo único,
De repente feito montes de leivas, ferrão enristado, monstruoso,
desbordando as baixadas antigas roças penosamente culti- rédeas soltas, informe,
marulho de chifres; vadas. soltos os estribos, animal fantástico,
estrepitando Extinguindo, estirado sobre o lombilho, precipitado na carreira doida,
britando em lameiros revolvidos, preso às crinas do cavalo. rolando surdamente pelos tabuleiros
pedras esfarelando, ipueiras rasas. Já tenho companheiros em associada ruído soturno longo de trovão longín-
torrentes de cascos E vamos lá, escutaram o estouro da boiada. quo…
roçando rochedos altos. E vamos lá, CORO BOVINO E vamos lá,
E vamos lá, não há mais conter E vamos lá, E vamos lá,
E vamos lá, ou alcançar. E vamos lá, não há mais conter
não há mais conter E vamos lá, não há mais conter ou alcançar.
ou alcançar. E vamos lá, ou alcançar. E vamos lá, >>

38 39
2 ATO
0

E vamos lá, Continuação do 3º MOVIMENTO CATERETÊ


não há mais conter SOLTEIROS E SOLTEIRAS
ou alcançar. MOMICE Ô Ô Ô Cateretê Catira
ENCAMISADOS Gira
DYTYRAMBO PREGUIÇOSO (Frevo Árabe) Ô Ô Ô Cateretê Catira
DO ÓCIO MUÇULMANOS Gira
PREGUIÇA SERTANEJA E CORO Alah… Solteiro e Solteira
Cheiro, Cheiro um Cheiro Alah… Cateretê Cateretê Cateretê
Ocio, Cio, Cio, cio Alá Alá Alá Alá Alá a noite inteira.
Ocio, Cio, Cio, Cia Muçul-Manos Cateretê Cateretê Cateretê
Nada de seca! Alá Alá Cateretê Cateretê Cateretê
Quadra propícia. Cobertos com panos. Cateretê Cateretê Cateretê
Preguicia, preguicia CRISTÃOS CRUZADOS COWBOYS Cateretê Cateretê Cateretê
Preguicia, preguicia… Ave Cristãos Cruzados Cowboys AS SOLTEIRAS
viça o “panasco” Ave Ave Ave Brancos Lençóis Cê tem o quê para gastar?
viça o “mimoso”! ÁRABES MUÇULMANOS OS SOLTEIROS
viça a Preguicia Faz se noite, Perequetê.
PREGUIÇA SERTANEJA E CORO Açoite, chinelos AS SOLTEIRAS
Ocio, Cio, Cio N’arquibancadas Castelos. Cuméquefica, pica rica?
Ocio,Cio, Cio Teatro rua, OS SOLTEIROS
Cia… a guerra continua xota bóta,
SERTANEJA PREGUIÇA ENCAMISADOS CRISTÃOS AS SOLTEIRAS
Deusa Preguicia Cruzados Cristãos cê-u cú
estrela guia Defendemos os castelos OS SOLTEIROS
de todos os atores, Quem quiser servi se sirva, Contra os pagãos ocê jacú
meia lua gosto não sirvo, ENCAMISADOS MUÇUL-MANOS OS SOLTEIROS E AS SOLTEIRAS
meia nua gosto se serve… Jihad Pagãos Ô Ô Ô Cateretê Catira
rede e rua. EUCLIDES Fossados pros Castelos dos cristãos Gira
Jerimum com leite. Agora, ENCAMISADOS MUÇUL-MANOS E ENCAMISA- Ô Ô Ô Cateretê Catira
Aceite. Vamos passar as horas DOS CRISTÃOS Gira
VAQUEIRO JOÃO ABADE matando, Para todos Carnaval, Solteiro e Solteira
Gósto com gosto, na significação completa do termo: nascido em Portugal, Pra que casar?
do Gosto, o tempo. Momice, Vamo ali na pirambeira.
como gósto, PREGUIÇA SERTANEJA E CORO Grande Tolice
gósto, como… Ocio, Cio, Cio Grandississima Cretinice SAMBA
Vamos refinar a ociosidade, Ocio,Cio, Cio Tudo rápido demais SOLTEIROS E SOLTEIRAS
nos braços da Preguicia benfazeja… Cia. Tempo, Metrô, Guerras fatais… vâmo sambá, >>

40 41
samba turbulento, tudo vira cor de rosa
samba juntinho qu’eu t’esquento.
Ai méte méte méte mão, XAXADO
no pandeiro e no machete, SAPATEADORES
passa a mão na internet (ressucitando a festa)
e manda um e-mail Sapateadores Coletivos
prá Elisete Sapateatos muito Vivos
vâmo sambá, Sapeia Sapateador
samba turbulento, No Xaxado até a Dor
samba juntinho qu’eu t’esquento. Salta o Salto sem Sapato
Bata a Pata nesse Mato
BAIÃO Sapateato pá Pagode
OS CASADOS E OS SOLTEIROS Sapateia o nosso Bode.
Num carece nem casá,
pra ter tudo o que é de bão CORDAS HENDRIXAXADAS
vai machete, vai zabumba, DANÇANDO CÔCO MERGULHÃO
chora choro choradinho OS CABRA ARGOLINHA CANTADOR 2
chora chora o meu baião. Cabra berro Destalado ARGOLINHA Pra cantar nesta função,
OS CASADOS Deixo o Povo Perturbado Eu sou uma argolinha, Amiga, minha camarada,
Compromisso é compromisso, Ralho Malho a Viola. faço bem um Bem Casado, A “fama” deste sertão,
trago toda “obrigação”, Sola Esfola Cambriola. quem acerta minha rosquinha, Aceita a desafiada!
prá dançar a noite inteira, leva um beijo apaixonado CANTADOR 2
se perder pelo salão, SERENADA e me assume Até que um bardo se engasgueia
a Lua e as estrelas AS CABOCLAS BONITAS e me assume numa rima torta tosca feia titubeia
são a minha proteção, Pros caboclos as morenas, meu noivado. repinico o machete
se cair nessa fogueira, serenam serenas, agasalho o croquéte
acabô-se a salvação. em meneios vagarosos, DESAFIOS Valancha de riso me adota,
c’os cabelos phoderosos. CANTADORES saúda a vitoria da minha derrota.
TERREIRO Sertanejo desentope
CORO REVOLUTEIO Rap hip hip hop A SECA
O terreiro bem varrido, O SERTANEJO MOÇO Rima rima obra prima CORO
é lugar do alarido, Sertanejo muito moço, Cinco séculos de mote Teu ritmo acentua-se num
revestido de ramagens, cheiro um cheiro teu pescoço, CANTADOR 1 crescendo…
tamboretes e imagens, revoluteio, Nas horas de Deus, amém, e esperamos,
largos tragos da teimosa, agarrado Não é zombaria, não! resignados,
na noite transbordosa. corado envergonhado Desafio o mundo inteiro o dia 13 de dezembro.
vai despontar o dia mas c’o bicho alevantado. Pra cantar nesta função! (a SECA vem caminhando seu passo >>

42 43
tardo.Os sertanejos esperam. De Penitentes Renasce energia!
repente a SECA pára, os sertanejos Impacientes SECA
abrem um corredor e se abaixam, mudamos nossos santos Tudo se esgota,
por trás deles vem Santa Luzia.) duns a situação não muda,
CORO proutros cantos. é a mesma de antes…
Rainha da eterna glória CORIFÉIA DA HEMERALOPIA Assoberbado de reveses, dobra-te
Mãe de Deus, doce clemente Nasce o dia claro, afinal.
Dai-nos água que nos molha Luz crua Vejo passar a tua porta a primeira
Dai-nos pão que nos sustente… fogo ondulando sobre a terra nua. leva de retirantes.
CORO Vejo, RETIRANTES
Meu São José aventurado vejo demais! Somos muitos,
Hei de te amar É uma pletora do olhar! uns após outros,
Ó corno O Sol se esconde na chapada, desaparecemos nas clareiras
abençoado… não vejo mais nada? numa nuvem de poeira,
CORO Noite me afoga inteira, na curva do caminho…
(Ajoelhando-se diante da SECA.) Cega Cegueira, SECA
No começo rezo, revezo moléstia da agonia, É o sertão que se esvazia.
olhos postos na altura, Hemeralopia. Não resista mais.
ou na baixura. Primeiro lampejo do levante, Vá via!
Penitentes dia da minha noite, Amatula-te num daqueles bandos,
Impacientes Cante que lá se vão formando
CORO Estou vendo veredas de ossadas debruando,
Santos milagreiros, minha vista está revendo, siga no êxodo sem guarida
cruzes medalheiros, Nasce o dia claro, onde não te mate meu sol
andores erguidos, Luz crua fonte primordial da vida. secar
hino fogo ondulando sobre a terra nua. CORO DE RETIRANTES Até qualquer dia
bandeiras do Divino Vejo, Você acredita te encontro lá
Lá vamos nós agora, vejo demais! que aí vai ficar É o sertão
descampados em fora, É uma pletora do olhar! todo dia que se esvazia
famílias em desvairio, O Sol se esconde na chapada, aguentando esperar aqui não dá
não já os fortes e sadios, não vejo mais nada? por um milagre santo Até qualquer dia
velhos Noite me afoga inteira, não fico te encontro lá
combalidos, Cega Cegueira, me vou É o sertão
enfermos, moléstia da agonia, pra qualquer canto que se esvazia
claudicantes, fodidos Hemeralopia. onde possa aqui não dá
carregando à cabeça Mas vem o dia cantar CORIFEU E A PROLE QUE FICA
as pedras dos caminhos, Vai Hemeralopia! sem a garganta Novos males vos aguardam, >>

44 45
DITIRAMBO DA GIRA da evolução humana universal
CORO DE ENTIDADES E FAMILIA giramos
Cabeça gira n’outra estratosfera
cria iluminados doidos
procria viramos
recria no apelo constante
colonía pro maravilhoso
Baixou o Santo! do instante
negro amarelo branco coisas de inferioridades
cabeça decepada de pupilos estúpidos de divindades
por c’roa contaminada. morte e vida
Brancas pestes mesma irrealidade
Prestes incarnadas que vira
bruxarias que gira
heresias que pira
vindas maresias ziquizira!
emanando os corpos PROCISSÃO
cadáveres a beira dos caminhos, Ziquizira dondas d’spanto, A terra é o exílio insuportável,
vossas Hordas invadindo cidades, Ziquizira fados da c’roa o morto um bem-aventurado.
estradas bloqueadas, Cultiva nosso último pasto, fadando, MÃE
evitados como leprosos, apélo, sangrando, Hoje é um dia de festa
represas Humanas sem água fertiliza nosso próprio flagelo coloniando, entre minhas lágrimas
Prontas a irromper, imaginação brotas estranhos produtos todo canto. ressoem jubilosos machetes,
e morrer… estranhos frutos… samba referve turbulento ricochete;
DIABO GIRA DO PLANETA Anjinho você é o espelho,
RELIGIÃO MESTIÇA Diabo, CORO DE PUPILOS ESTÚPIDOS DA DIVIN- do último sorriso paralisado do fedel-
CORO FAMÍLIA trágico emissário do rancor celestial DADE ho,
Ilhados dominando a revivescência geral Cabeça gira felicidade suprema d’entrar no véu,
por todos os sertões Em comissão na terra gira pra felicidade eterna do céu!
que carregamos conosco CORO gira o globo séculos, ALMA DA CRIANÇA
onde quer que se vá Ferra! Ferra! gira o globo São pedro, São Pedro,
onde quer que se fique… CORO FAMÍLIA gira três séculos eu hei de gritar,
nossa cabeça cria São Campeiro! gira o globo abre a porta que eu vim
a cada instante Padroeiro! gira cinco séculos, com o meu tamborim.
miragens sombrias atenda nosso pedido, gira o globo, ALMA DA CRIANÇA e MULHER DE BRANCO
aterrorizantes descubra onde está Socorro! São pedro, São Pedro,
Cabeça gira nossa cabeça perdida. despeamos da gira geral eu hei de gritar, >>

46 47
abre a porta que eu vim Quem é
com o meu tamborim. Meu deus?
CORO Será
São pedro, São Pedro, Será
eu hei de gritar, Será
abre a porta que eu vim Será que é você?
com o meu tamborim. Será
MÃE Será
Abre a porta São Pedro! Será
CORO Será que sou eu?
E quando eu lá chegar Será
Vai haver carnaval sensacional Será
Porque no fundo o samba Será
É doutro mundo Será que é você?
No céu há de haver um lugar CORO
Para a gente sambar Dom Sebastião?!?!
Quando a vida chegar ao fim São Sebastião!
São pedro, São Pedro, O Gay dos gays!
eu hei de gritar, Libertado!
abre a porta que eu vim Era este o esperado?
com o meu tamborim. Ressurreição imediatamente
Até pro mais descrente!
A PEDRA BONITA Aqui está
CORO Aqui está
Onde está Aqui está
Onde está O meu rei!
Onde está Ele é moço
O meu rei? Bonito
Era moço Criança
Bonito Reapareceu
Criança De nome São Sebastião
Desapareceu Aqui está
De nome Dom Sebastião Aqui está
Onde está Aqui está
Onde está Quem é
Onde está Quem é
Quem é Meu deus? >>

48 49
Será Canta o canto,
Será Canta isso não.
Será CORO
Será que é você… Te amo Jesus
Nasce dia Canta o canto,
20 de Janeiro Canta isso não.
Em São Sebastião do Rio de Janeiro Te amo Jesus
um menino de alcunha Canta o canto,
Euclides da Cunha Não canta essa triste oração.
PicoAraçá, luz primeira do Sertão!
MONTE SANTO Jesus por nosso amor,
DIADORIM CORIFÉIA berra,
No Calvário da via sacra do Sertão canta,
CORO DOS IDIOTAS DE DEUS RESSUCITADOS bale:
COM SEBASTIÃO Não!
Muita queda, muita levantação. DITIRAMBO SERTANEJO POLIFONICO
JESUS SERÊNICO
Jesus na fixação Somos os Serenos
de chegar Deste mundo nós queremos
de chegar Nada de mais
a crucifixação Nada de menos
Caminho tão belo para chegar a céu Somos Serenos
tão machucado Somos os Serenos
CORIFÉIA Deste mundo nós queremos
Não aceita, Nada de mais
canta o bode Nada de menos
pra não ser sacrificado! Somos Serenos
CORO Uma esmola pelo amor de deus
Não aceita, Me desculpa
canta o bode Minha culpa
pra não ser sacrificado! Minha máxima culpa
JESUS Maldição!
Eu não. Quem pode fazer por nós,
Eu não. nesse certão?
Será que sou pagão? Público,
CORIFÉIA só vós!
Te amo Jesus Somos os Serenos >>

50 51
Deste mundo nós queremos Piratas do mar extinto,
Nada de mais Disciplinando banditismo
Nada de menos distinto.
Somos Serenos… JAGUNÇOS
UM SERENO Mafiosos Banqueiros
A caridade pública BANQUEIROS
não vai Jagunços Mataderos
satisfazer a todos nós, JAGUNÇOS
Eu mereço mais que a bilheteria. Não roubamos qualquer coisa
CORO qualquer um
Passa tudo. nos governa um código
de guerra
GRANDE CANÇÃO DO CRIME disciplina incomum.
ORGANIZADO DELEGADINHO
CORO DO CRIME ORGANIZADO Positivo,
Chegamos co’as nossas bandeiras operante.
ganância garimpeira pacificantes
em busca do ouro da prata potentes
ruínando a terra co’as catas com intervenções neutras
Riqueza do solo roubando ante facções combatentes.
pobre ficou a terra Fazemos mais que os chefes das
ajagunçando guerras,
defrontamos então esta guerra Da América do norte, da Europa ou
Saqueadores da terra do Oriente.
Esgotada (olhando os chefes dos grupos com
de nossa ferocidade prepotência)
transmudamos Ação diplomática entre potências,
saqueadores de cidades justiça armadasem resistências
A terra empobrecida (grita indignado furioso)
desnudada não parlamentamos com criminosos
dá de graça bandidos terroristas, malfeitosos
salitre, mostramos como se faz
pólvora, nao ratificamos tratados de paz
chumbo e prata Mudamaram-se nossos atos
pro luxo da bala que mata. damos agora ultimatos.
Estamos em toda parte TODOS
alugamos nossa arte. Lutadores de diferentes facções

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comandos:
JAGUNÇOS
do capital
BANQUEIROS
vermelho

JAGUNÇOS E BANQUEIROS
TODOS
terceirizados
nossos bandos
rezam ações organizados
fundam
divorciados
uma só nação
alvorotados,
individados,
destroçados,
solitarios,
Sertões.
E éramos o povo mais honesto
do mundo.
EUCLIDES
Quando se tornou urgente
pacificar o sertão de Canudos,
o governo da Bahia estava a braços
com todas essas insurreições.
A campanha de Canudos desponta
da convergência espontânea
de todas estas forças desvairadas,
perdidas nos sertões.
TODOS
Um vulcão
reacendido da profundidade
dos mares extintos dos despesperos
inconformados das
camadas profundas,
presas, dos instintos.

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O H O M E M - PA RT E I
D O P R E - H O M E M A R E V O LTA

de Euclides da Cunha
TEATRO OFICINA UZYNA UZONA

Direção JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA


Dramaturgia FERNANDO COIMBRA,
JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA E TOMMY PIETRA
Conselheira CATHERINE HIRSCH
Diretora assistente CAMILA MOTA

FICHA TÉCNICA

ATUADORES índio escravizado bandeirante; povo de azú-


Adriana Capparelli celta/português; colo- car/índio do exército de felipe camarão; povo
nizador; antropóloga branca; bandeirante de zumbi; pajé caetê; pajé do baixo s. fran-
paulista; coro miscigenado; órfã portuguesa; cisco; vaqueiro joão abade; jagunço escapo à
franciscana; branco escapo à justiça; justiça; sertanejo joão abade; mouro; corifeu
sertaneja; vaca; cruzado cristão; coro nô; da seca joão abade; sereno; jagunço
coriféia da hemeralopia; mulher de branco; Camila Mota asiática mongol tupy; índia
banqueira ruralista. brasileira tupy tapuia; bandeirante paulista;
Adriano Salhab delegadinho madredeus degredada portuguesa; índia
André Santana Lagartixa sereno caetê; desenhista franciscana; vaqueiro;
Anna Guilhermina asiática mongol tupy; jagunço; n. sra. maria bonita do baixo s.
índia brasileira tupy tapuia; índia escrava francisco; diadorim; cyber sertaneja fernanda
concubina bandeirante; povo de azúcar; índia centralina montenegro do brasil; catimbozeira;
do exército de felipe camarão; índia caetê; vaca; mouro; sericóia; coro nô; coro renascido
coro de índios e vaqueiros do médio s. fran- para ditirambo de dionísio sebastião; serena
cisco; índia nortista do amplexo feroz; tapuio Céllia Nascimento homo afer; negra escra-
pagã; sertaneja; vaca buchuda; catimbozeira; vizada; antropóloga mc racional; escrava de
mouro; argolinha; yemanjára; mãe da pedra casa grande & senzala pernambucana; povo
do reino; coro renascido para ditirambo de de azúcar/ negra do exército de henrique dias
dionísio sebastião; serena; jagunça povo de zumbi; coro miscigenado; francis-
Aury Porto homo americanus tapuio cana; quilombola do baixo s. francisco;
jaceguay; índio brasileiro tupy tapuio; omolú; mouro; coro nô, retirante; mãe da
antropólogo juca pirama; donatário senhor pedra do reino; coro renascido para ditirambo
de casa grande & senzala pernambucana; de dionísio sebastião; serena; jagunça >>

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Danilo Tomic celta/português; colonizador; riobaldo; coro nô; iluminado s. joão ferreira;
sr. de engenho; bandeirante paulista; bispo sereno
sardinha; goleiro tafarel oliver kahn; cruzado Frederick Steffen celta/português; coroinha
cristão; george gardner; s. jorge; blindado do colonizador; bandeirante paulista; coroinha
banco central macro economy da catequese; coroinha de itapicuru; cruzado
Elenildo de Moura Uga mulato; gado no sal cristão; suçuarana; egun; s. sebastião; sereno
abençoado e sacrificado; garrote bravo; boi Freddy Allan asiático mongol tupy; índio
da seca; sereno; polícia; antoninho maciel brasileiro tupy tapuio; povo de azúcar/lusitano
Félix Oliveira celta/português; colonizador; de vieira; manoelzinho degredado português;
feitor/traficante de escravos; bandeirante sertanejo; vaqueiro; boi; cruzado cristão;
paulista fernão dias paes leme; noivo; mis- sertaneja caboclinha da festa; primeira leva
sionário do baixo s. francisco; coligado de retirantes; s. antônio
português; sertanejo; vaqueiro; cruzado Guilherme Calzavara celta/português;
cristão; coro nô; retirante; s. campeiro; sir colonizador; bandeirante paulista; marinheiro
lobby loteador ss da nau do bispo sardinha; noivo; missionário
Fernando Coimbra celta/português; maluco do baixo s. francisco; vaqueiro;
colonizador; rei de portugal; povo de cruzado cristão; ogã de gira
azúcar/vieira lusitano; joaquim degredado Haroldo Costa Ferrari celta/português;
português; noivo; foreiro do baixo s. francisco; pedro álvares cabral; colonizador; sulista
coro de catecumênos batizados; dilermando paulista bandeirante mameluco cruzado
de assis; cruzado cristão clark; maurício de nassau; capitão fragoso
Fioravante Almeida homo americanus tapuio albuquerque; coro de escravos e capatazes + de retirantes; mãe da pedra do reino; coro reino; coro renascido para ditirambo de
jaceguay; índio brasileiro tupy tapuio; índio gente da coroa do alto s. francisco; bárbara renascido para ditirambo de dionísio dionísio sebastião
pernambucano; índio caetê; povo de azúcar/ heliodora; sertanejo atacante camisa 10; sebastião; filha de ss Marcelo Drummond euclides da cunha
índio do exército de felipe camarão; povo de boi; cruzado cristão; coro nô; missionário Letícia Coura luzia homo americanus tapuio Mariana de Moraes asiática mongol tupy;
zumbi; tapuio pagão do baixo s. francisco; moderno; sereno; sto. expedito jaceguay; índia brasileira tupy tapuia; azúcar; índia brasileira tupy tapuia; índia escrava
canhembora; cariri; sertanejo; anjo corneteiro Ito Alves homo afer coro miscigenado; índia caetê; coro de índios concubina bandeirante; povo de azúcar/índia
anunciador/árbitro; vaqueiro desconhecido; Juliane Elting celta/português; colonizador; e vaqueiros do médio s. francisco; tapuio do exército de felipe camarão; povo de
mouro; morcego; primeira leva de retirantes; bandeirante paulista; órfã portuguesa; pagão; sertanejo; vaca; torcida sertaneja; zumbi; índia caetê; coro de índios do médio
homem bomba; corpo policial de delegadinho franciscana; coro de catecumênos batizados; deusa preguiça; moura; coro da família são francisco; tapuio pagão; vaca; mouro;
Francisco Rodrigues Rato cafuz; gado no vaca; cruzado cristão; coro nô; boi da seca; sertaneja; coriféia da hemeralopia; mãe da coro nô; mulher de branco; coro renascido
sal abençoado e sacrificado; tapuio pagão coro renascido para ditirambo de dionísio pedra do reino; coro renascido para ditirambo para ditirambo de dionísio sebastião;
do baixo s. francisco; quilombola; touro sebastião; filha de ss de dionísio sebastião; serena; jagunço banqueira filha de ss
vigoroso; boi desencarnado; corpo policial Karina Buhr celta/português; colonizador; Luciana Domschke celta/português; Mariano Mattos Martins celta/português; co-
de delegadinho donatária do norte scarlet a rara de pernambuco colonizador; sra. de engenho princesa isabel; lonizador; coroa espanhola; coro de escravos
Fransérgio Araújo celta/português; colonizador; parda nobre nordestina de casa grande & princesa holandesa de nassau; colono e capatazes + gente da coroa; boi; mouro;
bandeirante paulista domingos jorge velho; senzala; índia escrava concubina português; franciscana; coro de catecumênos coro nô; diabo; coro renascido para ditirambo
colono português; coro de escravos e capatazes bandeirante; povo de azúcar/índia do exército batizados; coligado português; sertaneja; de dionísio sebastião; banqueiro ruralista
+ gente da coroa do alto s. francisco; de felipe camarão; povo de zumbi; órfã torcida gaúcha; catimbozeira; vaca; ana Naomy Schölling celta/português; colo-
domingos jorge velho virado sertão; gaúcho portuguesa; franciscana; sertaneja da cunha; cruzado cristão; mascha; mãe nizador; tordesilhas; povo de azúcar/lusitana
arthur oscar; vaqueiro catimbozeiro; mouro; catimbozeira; vaca; coro nô; primeira leva da criança morta; mãe da pedra do de vieira; colono português; órfã portuguesa; >>

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franciscana; branco escapo à justiça; azúcar/negro do exército de henrique dias; Ariclenes Barroso galinha; d. João III; índio
sertaneja; vaca; cruzado cristão; côro nô; fundador do quilombo de palmares; coligado massacrado da missão de guaíra; coro de
boi da seca; mãe da pedra do reino; coro português; vaqueiro; boi; mouro; mulata escravos e capatazes + gente da coroa do
renascido pra ditirambo de dionísio sapateando no caixão; jesus cristo alto s. francisco; bezerro da vaca buchuda;
sebastião; serena; banqueira filha de ss Sylvia Prado asiática mongol tupy; índia coro nô da família
Otávio Ortega asiático mongol tupy brasileira tupy tapuia; bandeirante paulista; Edílson dos Santos mulato; el niño menino
Patrícia Aguille celta/português; colonizador; conceição degredada portuguesa; índia jesus; índio massacrado da missão de
caravela; bandeirante bartolomeu bueno – caetê; coro de índios e vaqueiros do médio guaíra; tapuio do baixo s. francisco; criança
anhangüera; eckout; degredada hermafrodita; são francisco; desenhista do molde único; morta; egunzinho; corifeu sereno ajagunçado
franciscana; branco escapo à justiça do tapuio pagão; sertaneja; torcida sertaneja; Edísio do Santos pardo; euclidinho; índio
baixo são francisco; sertaneja; secretária vaca; catimbozeira; s. luzia; joana d’arc; massacrado da missão de guaíra; coro de
polilíngue da patroa; mouro; coro nô; mãe da degoladora do sangue puro da pedra do escravos e capatazes + gente da coroa do
pedra do reino; buceta de pandora; serena; reino; coro renascido para ditirambo de alto s. francisco; alma da criança morta
banqueira ruralista dionísio sebastião; serena; jagunço Edna do Santos tupy tapuio; índio massacrado
Pedro Epifânio homo afer; negro escravizado; Vera Barreto Leite coroa portuguesa; seca; da missão de guaíra; povo novo do médio s.
antropólogo mc racional; escravo de casa repórter verônica bernardes francisco; bezerro da vaca buchuda; catim-
grande & senzala pernambucana; povo de Wilson Feitosa Jr. asiático mongol tupy; bozeirinha sertaneja; anjo guia de s. luzia
azúcar/negro do exército de henrique dias; índio brasileiro tupy tapuia; povo de Isabela Santana índio massacrado da missão
fundador do quilombo de palmares; jagunço; azúcar/índio de camarão; povo de zumbi; de guaíra; bezerro da vaca buchuda
quilombola; sertanejo; torcida sertaneja; índio caetê; tapuio do baixo são francisco; Jacqueline Braga curiboca; índio massacrado
touro vigoroso; suçuarana; diabo; coro sertanejo; boi; cruzado cristão; côro nô; da missão de guaíra; povo novo do médio s.
renascido para ditirambo de dionísio banqueiro ruralista francisco; bezerro da vaca buchuda;
sebastião; corifeu sereno ajagunçado Zé Celso antônio conselheiro catimbozeirinha sertaneja; coro da família
Ricardo Bittencourt celta/português; Zé de Paiva touro; homo afer; negro e Jhonatha Ferreira índio massacrado da
colonizador; padre colonizador; padre manoel scravizado; antropólogo mc racional; escravo missão de guaíra; bezerro da vaca buchuda
da nóbrega; funcionário da coroa; jesuíta de casa grande & senzala pernambucana; Laene Santana índio massacrado da missão
da missão de guaíra; jesuíta chamado povo de azúcar/negro do exército de henrique de guaíra; bezerro da vaca buchuda
pelo martírio de sardinha; padre do baixo dias; zumbi dos palmares; coro de escravos
s. francisco; papa de itapicuru; coligado e capatazes + gente da coroa do alto s. ATUADORES DO
português; sertanejo; vaqueiro; cruzado francisco; jagunço; waldisney; coligado MOVIMENTO BIXIGÃO
cristão; coro da família sertaneja; negro; sertanejo; torcida sertaneja; vaqueiro; Beiço - Gilmário Júnior
Sálvio do Prado celta/português; colonizador; mouro; s. josé; saci; coro renascido para Carolina Almeida
bandeirante paulista; mensageiro do norte; ditirambo de dionísio sebastião; sereno Débora Santos
colono português; noivo; coro de escravos e Geni de Lira
capatazes + gente da coroa do alto s. PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS Ivan Cardoso
francisco; sertanejo; torcida gaúcha; boi; Michael Laages bispo sardinha Juliane Lira
cruzado cristão; coro nô; s. pedro; primeira Renée Gumiel patroa do litoral Luna Oliveira
leva de retirantes; banqueiro ruralista Mariana Oliveria
Samuel de Assis homo afer; negro escravizado; ATUADORES MIRINS Talita Martins
antropólogo mulato; escravo de casa grande Aneliê Schinaider evangélica filha Thiago Martinho
& senzala pernambucana; povo de caçula de ss Xandy >>

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MÚSICA E SONORIZAÇÃO ESTANISLAU AZEVEDO


Diretor musical e trilha sonora original Contra-regras HENRIQUE MARTINS, GIOVANI
MARCELO PELLEGRINI AZEVEDO
Camareira chefe CIDA MELO
MÚSICOS INSTRUMENTISTAS Camareiras CATHERINE DE LIMA (CATÊ),
Percussão ANDRÉ LAGARTIXA, DANIEL ALICE QUEIROZ, TEREZINHA
CAMILO, GUILHERME CALZAVARA, ITO ALVES,
KARINA BUHR ARTE / CENÁRIO
Piano e acordeon OTÁVIO ORTEGA Diretora de arte e cenografia CRISTIANE
Baixo, bandolim, rabeca ADRIANO SALHAB CORTÍLIO
Banjo, bandolim e cavaquinho WILSON Artistas convidados FÁBIO DELDUQUE,
FEITOSA JR CIBELE GARDIN E RICARDO COSTA
Coriféia da voz e cavaquinho LETÍCIA Diretor de Arte e Cenografia remontagem
COURA 2006 OSVALDO GABRIELI
Coordenação de objetos de cena na
COMPOSITORES remontagem 2006 ZÉ DE PAIVA
CORO 2003 ADÃO FILHO, ADRIANA CAPPARELLI, Aderecistas remontagem 2006 MÁRIO
ADRIANO SALHAB, AURY PORTO, CAMILA LOPES, EDUARDO MOREIRA, JUAN ORTIZ
MOTA, CELSO SIM, CHICO CÉSAR, LETÍCIA
COURA, MARCELO PELLEGRINI, OTÁVIO FIGURINO PRODUÇÃO PREPARAÇÃO DAS CENAS
ORTEGA, PEPÊ MATA MACHADO, RICARDO Figurinos OLINTHO MALAQUIAS Produtoras ANA RÚBIA DE MELO, BIA FONSECA DO ELENCO INFANTIL
BITTENCOURT, ZÉ CELSO Artistas convidados GRINGO CARDIA, DAVID Produtor internacional MATHIAS PEES FIORAVANTE ALMEIDA, ZÉ DE PAIVA
SCHUMAKER, CAIO DA ROCHA, SONIA Apoio de produção FIORAVANTE ALMEIDA, CAMILA MOTA
SONORIZAÇÃO USHIYAMA SOUTO, KARLLA GIROTTO MARIANO MATTOS MARTINS
Direção de sound design RODOLFO DIAS Coordenação na remontagem 2006 SYLVIA ADMINISTRAÇÃO
PAES (DIPA) PRADO DIVULGAÇÃO Diretor Administrativo AURY PORTO
Sonoplasta e operador de som RODRIGO GAVA Assistentes de figurino SANDRA MANOELINA Site TOMMY PIETRA Auxiliar administrativo SIMONE RODRIGUES
Roadie RODRIGO ANDREOLLI PEREIRA, CRISTIANO CARVALHO (Des)programação visual – projeto gráfico Bilheteira MICHELE ROLANNDI
Costureiras LECI DE ANDRADE, WAL ARTUR LESCHER, DORIEN BARRETTO
VÍDEO NOGUEIRA, ELISABETH MARIA DE BARROS Assistentes de arte AMANDA DAFOE, MANUTENÇÃO DO TEATRO
Direção original TOMMY PIETRA ANDERSON MIGUEL, EVERALDO GUIMARÃES Zelador EDSON AURELIANO
Diretor de remontagem 2006 FERNANDO ILUMINAÇÃO Produtor gráfico HORACIO SEI Conservação EMERSON PEREIRA
COIMBRA Concepção original RICARDO MORAÑEZ Assessoria de comunicação FRANCINE RAMOS
Assistente de direção de vídeo GABRIEL Diretor de Iluminação MARCELO DRUMMOND Fotos ANA ROJAS, LENISE PINHEIRO ASSESSORIA JURÍDICA
FERNANDES Operadores de luz IRENE SELKA, PEDRO TERRA Revisão FERNANDA DIAMANT MARTHA MACRUZ
Câmeras GABRIEL FERNANDES, DANIEL LARA Operadores de pimbim CAROLINA MERCALDI
VJ CHARLES LIMA DA SILVA OLIVERIA, TOM RIBEIRO PEREIRA COREOGRAFIA ASSESSORIA CONTÁBIL
Gaffer RODRIGO ANDREOLLI Técnico geral RAFAEL MSP MAURA BAIOCCHI, WOLFANG PANNEK PAULA CRISTINA ROMANO
Montagem RICARDO MORAÑEZ
PALCO PREPARAÇÃO DO CORO CONSULTORIA MÉDICA
Diretores de Cena ELISETE JEREMIAS, LETÍCIA COURA LUCIANA DOMSCHKE

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APOIO CULTURAL

Água Azul
DISTRIBUIDORA DE ÁGUA

SACOLÃO
JACEGUAI

tel. 11 3159-5106

SACOLÃO
AVANHANDAVA

Copiadora
ITAIM

CASA DE VELAS
SANTA RITA PADARIA
www.srita.com.br 14 DE JULHO

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PATROCÍNIO

SECRETARIA DE ESTADO DA
CULTURA DE SÃO PAULO

66 67
Rua Jaceguai, 520 - Bixiga
São Paulo - SP - Brasil
cep: 01315-010
tel: 55 11 3106 5300/3106 2818
www.teatroficina.com.br
teatroficina@uol.com.br

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