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CONTABILIDADE E

ANÁLISE DE CUSTOS I

Profª. Msc Nirlene Aparecida Carneiro Fernandes


Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete
1

2016
PARTE I:

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS

1. Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial;

2. Terminologia Contábil Básica.

2
1 Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial

1.1 Da Contabilidade Financeira à de Custos;

1.2 Da Contabilidade de Custos à Gerencial;

1.3 Exercício.

3
Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial

Até a Revolução Industrial (século XVIII): Levantamento de


estoques, cálculo por diferença, valorização das mercadorias,
confronto com a receita, apuração da DRE.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DA EMPRESA


COMERCIAL
Receita Líquida
(-) CMV
Estoques Iniciais
(+) Compras
(-) Estoques Finais
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas
Comerciais (vendas)
Administrativas
Financeiras
4
(=) Resultado antes do IR
Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial

 Advento das Indústrias:

Necessidade de avaliar estoques;

O valor de estoque dos produtos existentes na empresa, fabricados


por ela, deveria corresponder ao montante que seria o equivalente ao
valor de “Compras” na empresa comercial;

Adaptação da Contabilidade Financeira à de Custos.

5
Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial

 Crescimento das Indústrias:

Aumento da distância entre administrador, ativos e pessoas


administradas;

A Contabilidade de Custos passa a ter 2 funções relevantes:

1 - Auxílio ao Controle - fornecendo dados para o orçamento e


acompanhando o previsto; e
2 - Ajuda às tomadas de decisões - fornecendo informações sobre
valores relevantes que auxiliam nas decisões gerenciais – ex.
administração de preços de venda, opção de compra ou produção.

A Contabilidade de Custos torna-se importante arma de controle e


decisões gerenciais. 6
EXERCÍCIO

Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V):

( ) A Contabilidade de Custos é mais ampla do que a Contabilidade


Gerencial;
( ) O conhecimento do custo é vital para se saber, dado o preço, se
um produto é lucrativo ou não, e quanto;
( ) A Controladoria e a Tecnologia de Informação vêm criando
sistemas de informação que permitem um melhor e mais ágil
gerenciamento de custos;
( ) O papel da Contabilidade de Custos, no que tange a decisões, é
fazer a alimentação do sistema sobre valores relevantes apenas no
curto prazo;
( ) O papel da Contabilidade de Custos, no que tange a decisões, é
fazer a alimentação do sistema sobre valores relevantes tanto no curto
quanto no longo prazo. 7
2 Terminologia Contábil Básica

2.1 Terminologia em custos industriais;

2.2 Terminologia em entidades não industriais;

2.3 Exercício.

8
Terminologia Contábil Básica

Gasto;

 Desembolso;

 Investimento;

 Custo;

 Despesa;

 Perda.
9
Terminologia Contábil Básica
Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício
financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado
por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro);

Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço;

Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios


atribuíveis a futuro (s) período (s);

Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros


bens ou serviços;

Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a


obtenção de receitas;

Perda: bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. 10


Terminologia Contábil Básica

OBS:

 Todos as despesas são ou foram gastos;

 Todos os custos se transformam em despesas;

 Uso incorreto da expressão “Perdas de Material” na produção.

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EXERCÍCIO
Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo
(C), Despesa (D) ou Perda (P):

( ) Compra de matéria-prima;
( ) Consumo de energia elétrica;
( ) Utilização de mão de obra;
( ) Consumo de combustível;
( ) Gastos com pessoal do faturamento (salário);
( ) Aquisição de máquinas;
( ) Depreciação das máquinas;
( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário);
( ) Pagamento de honorários da administração;
( ) Depreciação do prédio da empresa;
( ) Utilização de matéria-prima (transformação); 12
EXERCÍCIO (continuação)
Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo
(C), Despesa (D) ou Perda (P):

( ) Aquisição de embalagens;
( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente;
( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve;
( ) Geração de sucata no processo produtivo;
( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material;
( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos;
( ) Comissões proporcionais às vendas.

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PARTE II:

PRINCÍPIOS PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

3. Princípios Contábeis Aplicados a Custos;


4. Classificações e Nomenclaturas de Custos;
5. Custeio por Absorção;
6. Alocação dos Custos Indiretos de Produção;
7. Custeio Baseado em Atividades (ABC);
8. Aplicação dos Custos Indiretos de Produção;
9. Materiais Diretos;
10. Mão de Obra Direta;
11. Custeio por Ordem de Produção e por Processo;
12. Produção Conjunta. 14
3 Princípios Contábeis Aplicados a Custos

3.1 Alguns princípios contábeis aplicados à contabilidade de


custos;

3.2 Exercício.

15
Princípios Contábeis Aplicados a Custos

 Princípio da Realização da Receita;

 Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e


Receitas;

 Princípio do Custo Histórico como Base de Valor;

 Consistência ou Uniformidade;

 Conservadorismo ou Prudência;

 Materialidade ou Relevância.
16
Princípios Contábeis Aplicados a Custos

Princípio da Realização da Receita = determina o reconhecimento


contábil do resultado apenas quando da realização da receita;

Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e


Receitas = após o reconhecimento da receita, deduzem-se dela todos os
valores representativos dos esforços para sua consecução;

Princípio do Custo Histórico como Base de Valor = os ativos são


registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja,
valor histórico;

17
Princípios Contábeis Aplicados a Custos

Consistência ou Uniformidade = quando existem diversas alternativas


para o registro contábil de um mesmo evento deve a empresa adotar
uma delas de forma consistente;

Conservadorismo ou Prudência = obriga a adoção de um espírito de


precaução por parte do Contador;

Materialidade ou Relevância = desobriga de um tratamento mais


rigoroso aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos
gastos totais.

18
EXERCÍCIO
Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V), à luz dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade:

( ) Normalmente, as indústrias só reconhecem o resultado obtido na


venda no momento em que há transferência do bem ou serviço ao
adquirente;
( ) O Princípio da Realização da Receita aproxima os conceitos de
lucro em Economia e em Contabilidade;
( ) Após o reconhecimento da receita, deduzem-se dela todos os
custos representativos dos esforços realizados para sua consecução;
( ) Os ativos, contabilmente, devem ser registrados sempre por seu
valor corrente de mercado;
( ) O uso de custos históricos, quando a taxa de inflação é alta, deixa
muito a desejar, em termos de acurácia das informações contábeis. 19
4 Classificações e Nomenclaturas de Custos

4.1 Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos;

4.2 Outra classificação dos Custos: Fixos e Variáveis;

4.3 Outras nomenclaturas de Custos;

4.4 Exercício.

20
Classificações e Nomenclaturas de Custos

 Custos Diretos e Custos Indiretos – em relação ao produto;

 Custos Fixos e Custos Variáveis – em relação ao volume de


produção;

 Custo de Produção do Período (CPP);

 Custo da Produção Acabada no Período (CPA);

 Custo dos Produtos Vendidos (CPV).

21
Classificações e Nomenclaturas de Custos

Custos Diretos: são os custos que podem ser diretamente apropriados


aos produtos, bastando haver uma medida de consumo;

Custos Indiretos: são os custos que não oferecem condição de uma


medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de
maneira estimada e muitas vezes arbitrária;

Custos Variáveis: são aqueles que, dentro de uma unidade de tempo,


o valor do custo varia de acordo com o volume de produção;

Custos Fixos: são aqueles que, dentro de uma unidade de tempo, o


valor do custo não varia de acordo com o volume de produção.
22
Classificações e Nomenclaturas de Custos

OBS:

 Alguns custos diretos são tratados como indiretos (ex. depreciação


e energia elétrica);

 Alguns custos podem ser diretos e indiretos (ex. mão-de-obra);

 Não confundir custo fixo com custo repetitivo;

 Os custos variáveis são sempre diretos por natureza;

 Existem custos com parte fixa e parte variável e podem ser


chamados de semifixos ou semivariáveis. 23
Classificações e Nomenclaturas de Custos

Custo de Produção do Período: soma dos custos incorridos no


período dentro da fábrica (CPP = CD + CI);

Custo da Produção Acabada no Período: soma dos custos contidos na


produção acabada no período. Pode conter Custos de Produção
também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram
completadas no presente período (CPA = EIPE + CPP – EFPE);

Custo dos Produtos Vendidos: soma dos custos incorridos na


produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos.
Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens
vendidos tenham sido produzidos em períodos diferentes
(CPV = EIPA + CPA – EFPA). 24
Classificações e Nomenclaturas de Custos
Exemplo 1:
A empresa Máxima atua no mercado de produção de móveis e em
determinado mês, incorreu nos seguintes gastos:

 Compra de MP = R$500.000,00;
 Devolução de 20% das compras de MP acima;
 Mão de Obra Direta (MOD) = R$600.000,00;
 Custos Indiretos de Produção (CIP) = R$400.000,00;

Outros dados:
 Estoque Inicial de MP (EIMP) = R$120.000,00;
 Estoque Inicial de Produtos em Elaboração (EIPE) = R$180.000,00;
 Estoque Final de Produtos Acabados (EFPA) = R$200.000,00;
 Não havia outros estoques.

Calcular: CPP; CPA; CPV. 25


Empresa Máxima

EIMP 120.000
(+) Compras de MP 500.000
(-) Devolução de MP (100.000)
(=) MP disponível 520.000
(-) EFMP (0.000)
(=) MP consumida 520.000
(+) MOD 600.000
(+) CIP 400.000
(=) Custo de Produção do Período (CPP) 1.520.000
(+) EIPE 180.000
(-) EFPE (0.000)
(=) Custo da Produção Acabada (CPA) 1.700.000
(+) EIPA 0.000
(=) Produtos Acabados disponíveis 1.700.000
(-) EFPA (200.000)
(=) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 1.500.000 26
Classificações e Nomenclaturas de Custos
Exemplo 2:
Suponhamos uma indústria que produza um único produto, de forma
continuada, e que tenha os seguintes movimentos:

1º mês:
Custos incorridos no período = R$15.000
Unidades produzidas no mês = 15 un.
Unidades vendidas no mês = 12 un.
Preço unitário de venda = R$1.200/un.

Custo de Produção do Período = ?


Custo da Produção Acabada no período = ?
Custo dos Produtos Vendidos = ?
Lucro Bruto = ? 27
Classificações e Nomenclaturas de Custos

1º mês:

Custo de Produção do Período = R$15.000.

Custo da Produção Acabada no período = R$15.000.

Custo dos Produtos Vendidos = $15.000 - $3.000 = R$12.000.

Lucro Bruto = R$14.400 - R$12.000 = R$2.400.

EFPA = R$3.000.

28
Classificações e Nomenclaturas de Custos
2º mês:
Custos incorridos no período = R$18.250
Unidades trabalhadas no mês = 18 un. + ¼ un.
Unidades acabadas no mês = 18 un.
Unidades vendidas = 17 un.
Preço unitário de venda = R$1.200/un.
Estoque final: unidades acabadas = 4 un.
unidades em elaboração = ¼ un.
OBS: dos custos incorridos no período, R$250 referem-se à
unidade parcialmente elaborada.

Custo de Produção do Período = ?


Custo da Produção Acabada no período = ?
Custo dos Produtos Vendidos = ? 29
Lucro Bruto = ?
Classificações e Nomenclaturas de Custos

2º mês:

Custo de Produção do Período = R$18.250.

Custo da Produção Acabada no período = R$18.250 - R$250 =


R$18.000.

Custo dos Produtos Vendidos = R$3.000 + R$18.000 - R$4.000 =


R$17.000.

Lucro Bruto = R$20.400 - R$17.000 = R$3.400.

EFPA = R$4.000.
30
EFPE = R$250.
Classificações e Nomenclaturas de Custos

3º mês:
Custos incorridos no período = R$17.250
Unidades do período anterior terminadas neste mês = ¾ un.
Unidades iniciadas e acabadas no mês = 16 un.
Unidades iniciadas e não acabadas no mês = ½ un.
Unidades vendidas = 18 un.
Preço unitário de venda = R$1.200/un.

Custo de Produção do Período = ?


Custo da Produção Acabada no período = ?
Custo dos Produtos Vendidos = ?
Lucro Bruto = ?
31
Classificações e Nomenclaturas de Custos

3º mês:

Custo de Produção do Período = R$17.250.

Custo da Produção Acabada no período = R$250 + R$17.250 - R$500


= R$17.000.

Custo dos Produtos Vendidos = R$4.000 + R$17.000 - R$3.000 =


R$18.000.

Lucro Bruto = R$21.600 - R$18.000 = R$3.600.

EFPA = R$3.000.
32
EFPE = R$500.
EXERCÍCIO
Considere os seguintes dados da empresa industrial Sunny, relativos
a determinado período (em R$):

EIMP = 300
EFMP = 420
Despesas Administrativas = 120
EIPE = 240
EFPE = 300
MOD = 600
CIP = 480
Compras de MP = 720
EIPA = 360
Venda de 90% do total disponível de produtos acabados por 2400.
Frete pago para entregar produtos acabados vendidos = 150
Juros apropriados sobre empréstimos bancários obtidos = 70 33
EXERCÍCIO (continuação)

Calcular:

a) O custo dos produtos vendidos (CPV);

b) O lucro bruto (LB);

c) O lucro (ou prejuízo) antes do Imposto de Renda (LAIR).

34
5 Custeio por Absorção

5.1 Esquema Básico sem Departamentalização;

5.2 Esquema Básico com Departamentalização;

5.3 Exercício.

35
Sistema de Custeio
Custeio: Apropriação de Custos.

O objetivo principal de qualquer sistema de custeio é determinar o


custo incorrido no processo de produção de bens ou de prestação de
serviços;

São exemplos de sistemas de custeio: Custeio por Absorção,


Custeio Baseado em Atividades (ABC), Custeio Direto ou Variável,
Custeio Padrão;

O sistema de custeio que atende aos princípios contábeis


geralmente aceitos é o Custeio por Absorção e, portanto, para
atender a legislação comercial, a empresa deve adotar tal sistema.
36
Custeio por Absorção sem Departamentalização
O Custeio por Absorção consiste na apropriação de todos os custos de
produção (fixos e variáveis, diretos e indiretos) aos bens elaborados, e
só os de produção;

Os custos diretos são alocados diretamente aos produtos e os custos


indiretos são alocados aos produtos através de critérios subjetivos de
rateio;

Como os custos indiretos, em sua maioria, são formados pelos custos


fixos, e esses, por sua vez, não mantém nenhuma relação com os
produtos fabricados, qualquer que seja o critério adotado para seu
rateio, trará sempre uma margem de dúvida quanto aos resultados
apresentados. 37
Esquema Básico da Contabilidade de Custos

I – Custeio por Absorção sem Departamentalização

1º Passo: separação entre custos e despesas;

2º Passo: apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos


ou serviços; e

3º Passo: rateio dos custos indiretos.

38
EXEMPLO: Custeio por Absorção sem Departamentalização

A empresa Rubi produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção


e de vendas é de cerca de 12.000 unidades do Produto A e 4.000
unidades do Produto B, por período, e os Custos Indiretos de Produção
(CIP) totalizam R$500.000.

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos


por unidade (em R$):

Produto A Produto B
Material direto 20 25
Mão de obra direta 10 6

Pede-se calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada


produto, utilizando o custo de Mão de Obra Direta como base de rateio.
EXERCÍCIO

A indústria Aniel produz sabão em pó e sabão líquido. Em


determinado período, produziu 20.000 caixas do sabão em pó e
16.000 frascos do líquido, incorrendo nos custos abaixo:

Matéria-prima (R$2/Kg) = 12.000Kg (em pó) e 8.000Kg (líquido);


Mão de Obra Direta (R$5/h) = 6.000h (em pó) e 3.000h (líquido);

CIP (em R$):


Supervisão da produção = 3.600
Depreciação de equipamentos de produção = 12.000
Aluguel do galpão industrial = 4.500
Seguro dos equipamentos da produção = 1.500
Energia elétrica consumida na produção = 2.400
40
Dados:

 Os custos de matéria-prima, mão de obra direta e os custos indiretos


de produção são comuns aos dois produtos;
A Aniel possui contrato de demanda de energia elétrica com a
concessionária, pela qual paga apenas uma quantia fixa por mês, e não
mede o consumo por tipo de produto;
Os CIP são apropriados aos produtos de acordo com o tempo de
MOD empregado na produção de um ou outro, sabendo-se que são
necessários 18 minutos para produzir uma caixa de sabão em pó e
11,25 minutos para produzir um frasco de sabão líquido;
 A indústria adquiriu uma máquina no valor de R$ 320.000 e que tem
a vida útil estimada em 400.000 kg de processamento de Matéria
Prima.

41
Pede-se: Calcular o custo total e o custo unitário de cada produto.
Custeio por Absorção com Departamentalização
Para amenizar o problema do rateio subjetivo, surge o conceito de
departamentalização: divisão da empresa em áreas distintas, de
acordo com as atividades desenvolvidas em cada uma dessas áreas,
ou seja, divisão da empresa em departamentos;

Departamento é uma unidade operacional representada por um


conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes,
desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área.
Podem ser: produtivos ou auxiliares;

Departamentos produtivos são os que atuam diretamente na


confecção do produto ou na prestação de serviços; são os que
promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto. Ex:
Estamparia, Usinagem, Pintura, Montagem, etc.; 42
Custeio por Absorção com Departamentalização
Departamentos auxiliares ou não produtivos são os que existem
basicamente para prestar serviços aos demais departamentos; não
ocorre nenhuma ação direta sobre os produtos. Ex: Manutenção,
Almoxarifado, Administração Geral, etc.;

O Custeio por Absorção permite à empresa uma distribuição


racional dos custos indiretos aos departamentos, identificando-os
por responsabilidade. Posteriormente, os custos dos departamentos
auxiliares são transferidos aos departamentos produtivos e só então,
os custos indiretos são transferidos aos produtos;

A distribuição dos custos indiretos nos departamentos reduz a


probabilidade de erros e a transferência indevida de custos indiretos
de um produto para outro.
43
Esquema Básico da Contabilidade de Custos
II – Custeio por Absorção com Departamentalização

1º Passo: separação entre custos e despesas;

2º Passo: apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos ou


serviços;

3º Passo: apropriação dos Custos Indiretos que pertencem,


visivelmente, aos deptos, agrupando, à parte, os comuns;

4º Passo: rateio dos Custos Indiretos comuns aos diversos deptos


(produção e serviços);
44
Esquema Básico da Contabilidade de Custos
II – Custeio por Absorção com Departamentalização

5º Passo: escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos


deptos de serviços e sua distribuição aos demais deptos; e

6º Passo: atribuição dos Custos Indiretos que agora só estão nos deptos
de produção aos produtos, segundo critérios fixados.

45
EXEMPLO:
Custeio por Absorção com Departamentalização

A Cia. Pasteurizadora G produz leite tipos C e B. O ambiente de


produção é composto por quatro departamentos: Pasteurização,
Embalagem, Manutenção e Administração da Produção. O volume de
leite processado em determinado período foi o seguinte, em litros:

Tipo C: 489.786 litros e Tipo B: 163.262 litros.

Sua estrutura de custos foi a seguinte (em R$):


Custos diretos: Tipo C = 87.800
Tipo B = 50.400
Total = 138.200
46
Esquema Básico da Contabilidade de Custos
Custos Indiretos (R$): aluguel (8.500); material (5.200); depreciação
(4.720); energia elétrica (7.300); e outros (6.600).

Outros dados coletados no período:

Pasteurização Embalagem Manutenção Administração Total


da Produção
Área (m²) 1.100 955 170 275 2.500
Consumo 17.000 14.280 1.700 1.020 34.000
energia
(kWh)
Horas de 24.000 12.000 2.000 2.000 40.000
MO
Nº de 12 12 6 - 30
funcionário
Esquema Básico da Contabilidade de Custos
As bases de rateio são as seguintes:
-Aluguel = área;
-Material, depreciação e outros CI = horas de mão de obra;
-Depto de Administração de produção = nº de funcionários;
-Depto de Manutenção = 1/5 para o depto de Embalagem;
-Deptos de Produção aos produtos = volume de leite processado.
As quantidades obtidas (em litros) de produtos acabados foram: Tipo C
448.160 litros e Tipo B 146.935,80 litros. Calcular:

a) O custo total de cada produto;


b) O custo unitário de cada produto;
c) O custo que seria apropriado a cada produto se o rateio fosse feito à
base dos respectivos custos diretos.
48
Custos Pasteurização Embalagem Manutenção Administração Total
Indiretos da Produção

Aluguel 3740 3247 578 935 8500

Material 3120 1560 260 260 5200

Energia elétrica 3650 3066 365 219 7300

Depreciação 2832 1416 236 236 4720

Outros 3960 1980 330 330 6600

Total 17302 11269 1769 1980 32320

Rateio 792 792 396 (1980) -


Administração

Soma 18094 12061 2165 - 32320

Rateio 1732 433 (2165) - -


Manutenção

Total 19826 12494 - - 32320

Tipo C 14869,5 9370,5 - - 24240

Tipo B 4956,5 3123,5 - - 8080

TOTAL 19826 12494 - - 32320


Esquema Básico da Contabilidade de Custos
a) O custo total de cada produto;
Tipo C = 112.040
Tipo B = 58.480

b) O custo unitário de cada produto;


Tipo C = 0,250
Tipo B = 0,398

c) O custo total que seria apropriado a cada produto se o rateio fosse


feito à base dos respectivos custos diretos.
Tipo C = 108.333,26
Tipo B = 62.186,74
50
EXERCÍCIO
A Metalúrgica Dobra e Fecha produz dobradiças e fechaduras. O
ambiente de produção é formado por seis departamentos: Estamparia,
Furação, Montagem, Almoxarifado, Manutenção e Administração Geral
da Produção.

A produção de dobradiças é totalmente realizada apenas nos


departamentos de Estamparia e de Furação; as fechaduras passam pelos
três departamentos de produção.

Em determinado período, foram produzidas 12.000 dobradiças e 4.000


fechaduras, e os custos diretos foram os seguintes (em R$):

Custos Diretos Dobradiças Fechaduras Total


Material 8.352 5.568 13.920
Mão de obra 6.048 4.032 10.080 51

Total 14.400 9.600 24.000


EXERCÍCIO (continuação)
As bases de rateio são as seguintes:
 O custo de Aluguel é atribuído inicialmente apenas à Administração
Geral da Produção;
 Os custos da Administração Geral da Produção são distribuídos aos
demais departamento à base do número de funcionários:

Departamentos Nº de funcionários
Estamparia 35
Montagem 15
Furação 30
Almoxarifado 10
Manutenção 10
Total 100

 A manutenção presta serviços somente aos departamentos de


produção, e o rateio é feito à base do tempo de uso de máquinas: 52
EXERCÍCIO (continuação)
Departamentos Quantidade de horas-máquina
Estamparia 4.800
Montagem 3.000
Furação 4.200
Total 12.000

 O almoxarifado distribui seus custos à base do número de


requisições:
Departamentos Nº de requisições
Estamparia 600
Montagem 300
Furação 300
Total 1.200

 A distribuição dos custos dos departamentos de produção aos


produtos é feita na mesma proporção que o custo do material direto; 53
 Os volumes de produção, em unidades, foram: 12.000 dobradiças e
4.000 fechaduras.
Mapa de Apropriação de Custos:
CIP Estamparia Furação Montagem Almoxa Manuten Adm. Total
rifado ção Geral
Mat.Indireto 159 57 46 90 112 336 800
Energia Elétrica 2.400 432 1.340 240 240 148 4.800
MOI 532 672 390 140 170 896 2.800
Aluguel - - - - - 3.200 3.200
Total 3.091 1.161 1.776 470 522 4.580 11.600
Rateio da Adm.
Soma
Rateio da Manut
Soma
Rateio do Almox
Soma
Fechaduras
Dobradiças 54
Total
EXERCÍCIO (continuação)

 Pede-se para completar o mapa de apropriação de custos e calcular:

a) o custo indireto total de cada departamento de produção;


b) o custo total de cada produto; e
c) o custo unitário de cada produto.

55
6 Alocação dos Custos Indiretos de Produção

6.1 Análise dos critérios de rateio – custos comuns;

6.2 Rateio dos custos dos departamentos;

6.3 Influência dos custos fixos e dos custos variáveis;

6.4 Exercício.

56
Alocação dos Custos Indiretos de Produção

 Análise dos critérios de rateio – custos comuns:


- Separação entre Custos e Despesas – Ex. Aluguel (m²).

 Rateio dos custos dos departamentos:


- Qual o melhor critério? O mais importante ou de maior valor?
- É necessário que o profissional que decide normalmente sobre a
forma de apropriação de custos conheça detalhadamente o sistema
de produção.

57
Alocação dos Custos Indiretos de Produção

 Influência dos custos fixos e dos custos variáveis:


- Deptos cujos custos sejam predominantemente fixos devem ser
rateados à base de potencial de uso, e deptos cujos custos sejam
predominantemente variáveis devem ser rateados à base do
serviço realmente prestado.

OBS:
 Importância da Consistência nos Critérios: Avaliação de
Estoques;
 Conciliação entre Custos e Contabilidade Financeira: É
fundamental a comunicação. 58
EXERCÍCIO

O departamento de Caldeiraria da Empresa Caldecida produz e


transfere vapor para os Departamentos de Forjaria, Tratamento
Térmico e Zincagem, com a seguinte alocação de cavalos-vapor:

Cavalos-vapor Departamentos
Forjaria Tratamento Térmico Zincagem
Necessários à plena capacidade 60.000 30.000 10.000
Consumidos em determinado mês 55.000 25.000 -0-

Sua estrutura de custos naquele mês foi a seguinte (em R$):


15.000 Fixos e 45.000 Variáveis.

59
EXERCÍCIO (continuação)

Considerando que os Custos Variáveis oscilam de maneira


diretamente proporcional aos cavalos-vapor consumidos, pede-se
que seja calculado o custo da caldeiraria a ser rateado para cada
um dos três departamentos, preenchendo o quadro a seguir:

Custos Departamentos Total


Forjaria Térmico Zincagem
Fixos (em R$)
Variáveis (em R$)
Total

60
7 Custeio Baseado em Atividades (ABC)

7.1 Importância do Custeio Baseado em Atividades;

7.2 Atribuição dos CIP diretamente aos produtos – sem


departamentalização;

7.3 Solução com departamentalização;

7.4 Aplicação do ABC à solução do problema;

7.5 Exercício.

61
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Método de custeio que procura reduzir sensivelmente as


distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos;

Estas distorções são resultado do aumento dos custos indiretos


(CIP) nas indústrias e também pela grande diversidade de
produtos e modelos fabricados na mesma planta industrial;

Portanto, torna-se necessário um tratamento adequado na


alocação dos CIP aos produtos, pois os mesmos graus de
arbitrariedade e de subjetividade tolerados no passado podem
provocar hoje enormes distorções. Estas dependerão dos dois
fatores citados: proporção dos CIP no total e diversificação das
linhas de produtos. 62
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

A utilidade do Custeio ABC não se limita ao custeio de produtos,


pois ele é, acima de tudo, uma poderosa ferramenta a ser utilizada
na gestão de custos.

1º Passo: Identificação das atividades relevantes


Uma atividade é uma ação que utiliza recursos humanos,
materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou
serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao
seu desempenho.

63
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Exemplos:
Depto de Compras: comprar materiais e desenvolver fornecedores;
Almoxarifado: receber materiais e movimentar materiais;
Adm. Produção: programar produção e controlar produção;
Corte e Costura: Cortar e Costurar;
Acabamento: Acabar e Despachar Produtos.

64
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

2º Passo: Atribuição de custos às atividades


O custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios de
recursos necessários para desempenhá-la. Deve incluir salários,
materiais, depreciação, energia, uso de instalações, dentre outros;
A atribuição de custos às atividades deve ser feita da forma mais
criteriosa possível, de acordo com a seguinte ordem de
prioridade: 1- alocação direta; 2 – rastreamento; e 3 – rateio;
A alocação direta se faz quando existe uma identificação clara,
direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades.
Pode ocorrer com salários, depreciação, material de consumo,
etc.; 65
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

O rastreamento é uma alocação com base na identificação da


relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a
geração dos custos. Essa relação é expressa através de
direcionadores de custos de recursos (de recursos para as
atividades).
Exemplos de direcionadores:
- nº de empregados;
- área ocupada;
- tempo de mão de obra (hora-máquina);
- tempo de máquina (hora-máquina);
- quantidade de kwh; dentre outros.
66
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Rateio é a alocação dos custos de forma altamente arbitrária e


subjetiva, como, por exemplo, o “rateio” dos custos dos
departamentos de produção para os produtos através de hora-
máquina, inclusive os custos que não se relacionam diretamente
com as máquinas, tal como o aluguel;

Os critérios de rateio não necessariamente indicam a verdadeira


relação dos custos com o produto ou atividade, o que acaba por
gerar grandes distorções;

Já o rastreamento procura identificar o que efetivamente gerou o


custo de maneira racional de forma a diminuir as possíveis
distorções.
67
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

O rateio é realizado apenas quando não há a possibilidade de


utilizar nem a alocação direta nem o rastreamento. No entanto,
para fins gerenciais, os rateios arbitrários não devem ser feitos.

3º Passo: Identificação e seleção dos direcionadores de custos

Direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma


atividade. Para efeito de custeio de produtos o direcionador deve
ser o fator que determina ou influencia a maneira como os
produtos “consomem” (utilizam) as atividades. Assim, o
direcionador de custos será a base utilizada para atribuir os custos
das atividades aos produtos.
68
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Existem dois tipos de direcionadores de custos:


I – Direcionadores de custos de recursos = identifica a maneira
como as atividades consomem recursos e serve para custear as
atividades, ou seja, demonstra a relação entre os recursos gastos e
as atividades.

Ex: “Como a atividade Comprar Materiais consome materiais de


escritório? A maneira como esta atividade se utiliza deste recurso
pode ser mensurada pelas requisições feitas ao almoxarifado;
assim, as requisições de material feitas ao almoxarifado
identificam as quantidades utilizadas deste recurso para realizar
essa atividade. 69
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

II – Direcionadores de custos de atividades = identifica a maneira


como os produtos “consomem” atividades e serve para custear
produtos, ou seja, indica a relação entre as atividades e os produtos.

Ex: o nº de inspeções feitas nas diferentes linhas de produto define


a proporção em que a atividade Inspecionar Produção foi
consumida pelos produtos.

Destaca-se que a diferença entre os critérios de rateio e os


direcionadores de recursos é que o segundo indica uma relação
mais verdadeira e não são resultados de mera arbitrariedade e
subjetivismo.
70
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

4º Passo: Atribuição dos custos das atividades aos produtos

Após identificadas as atividades relevantes, seus direcionadores


de recursos e respectivos custos, a próxima etapa é custear os
produtos; sendo os direcionadores escolhidos para levar o custo
das atividades para os produtos aqueles que demonstrem a
melhor relação entre atividade e produto.

71
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

A sequência de cálculos é:

 Custo Unitário do Direcionador = Custo da Atividade / nº total


de direcionadores;

 Custo da atividade atribuído ao produto = custo unitário do


direcionador x nº de direcionadores do produto;

 Custo da atividade por unidade de produto = custo da atividade


atribuído ao produto / quantidade produzida.

72
EXEMPLO:

A empresa Tiquita produz dois produtos, A e B, cujos preços de venda


líquidos de tributos são, em média, R$80 e R$95, respectivamente. O
volume de produção e de vendas é de 12.000 unidades do Produto “A”
e 4.490 unidades do “B”, por período. Em determinado período, foram
registrados os seguintes custos diretos por unidade (em R$):

 Material Direto = 20 para “A” e 27,95 para “B”;


 Mão de Obra Direta = 10 para “A” e 5 para “B”.

Os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizaram R$500.000.

Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc.,


verificou-se que esses custos indiretos referem-se às seguintes
atividades mais relevantes: 73
EXEMPLO:

Atividade:
 Inspecionar material = R$ 60.000;
 Armazenar material = R$ 50.000;
 Controlar estoques = R$ 40.000;
 Processar produtos (máquinas) = R$ 150.000;
 Controlar processos (engenharia) = R$ 200.000
TOTAL = R$ 500.000

Uma análise de regressão e correlação identificou os direcionadores


de custos dessas e de outras atividades, e sua distribuição entre os
produtos, a saber:
 Nº de lotes inspecionados e armazenados = 3 (A) e 7 (B);
 Nº de horas-máquina de processamento de produtos = 4.000 (A) e
6.000 (B);
 Dedicação do tempo dos engenheiros = 25% (A) e 75% (B). 74
EXEMPLO:

Pede-se para calcular:

a) O valor dos CIP de cada produto, utilizando o custo de Mão de Obra


Direta como base de rateio;

b) Idem, rateando com base no custo de material direto;

c) Idem, pelo Custeio ABC; e

d) O lucro bruto de cada produto, segundo cada uma das três


abordagens.

75
EXERCÍCIO

A empresa Parma, produtora de laticínios da cidade de Mococa,


dedica-se à produção de dois produtos: Requeijão Cremoso
(unidade) e Queijo Parmesão (unidade).

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos


diretos por unidade (em R$):
Custos Diretos Requeijão Queijo
Matéria-prima 12 18
Mão de Obra 6 3

Os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizaram R$54.000 no


referido período. 76
EXERCÍCIO (continuação)

Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc.,


verificou-se que esses custos referiam-se às seguintes atividades
mais relevantes:
Atividade R$
Inspecionar matéria-prima 8.000
Armazenar matéria-prima 6.000
Controlar estoques 5.000
Processar produtos (máquinas) 15.000
Controlar processos (engenharia) 20.000

Uma análise de regressão e de correlação identificou os


direcionadores de custos dessas e de outras atividades e sua
77
distribuição entre os produtos, a saber:
EXERCÍCIO (continuação)
Direcionadores Requeijão Queijo
Nº de lotes inspecionados e armazenados 15 60
Nº de pedidos de entrega de produtos aos clientes 120 140
Nº de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000
Nº de horas de transporte 210 295
Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas) 50 150

Os dados relativos à produção e vendas do período são:

Requeijão Queijo
Quantidade produzida e vendida (unidades) 6.000 3.000
Preço médio de venda unitário (líquido) R$30 R$41
78
EXERCÍCIO (continuação)

Pede-se calcular:

a) O valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada


produto, utilizando o custo de mão de obra direta como base
de rateio;
b) Idem, rateando com base no custo de matéria-prima;
c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC);
d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, em
relação à receita, segundo cada uma das três abordagens.

79
8 Aplicação de Custos Indiretos de Produção

8.1 Previsão da taxa de aplicação de CIP;

8.2 Variação entre CIP aplicados e reais;

8.3 Análise das variações entre CIP aplicados e reais;

8.4 Exercício.

80
Aplicação de Custos Indiretos de Produção

Através de estimativas de custos é possível calcular o custo de cada


produto durante o mês.

Para fazer a apropriação correta dos CIP é preciso conhecer os valores


totais do mês e a quantidade de produtos elaborados.

São necessários, portanto:

 Estimativa do volume normal de produção;

 Estimativa do valor dos CIP; e

 Fixação do critério de apropriação dos CIP aos departamentos e aos


81
produtos.
Aplicação de Custos Indiretos de Produção
Os Custos Diretos serão apropriados em função de seu real consumo
aos produtos.

Já os Custos Indiretos serão apropriados por meio de uma Taxa de


Aplicação dos CIP (ou Taxa Predeterminada de CIP).

A Taxa de Aplicação dos CIP é uma forma de pré-calcular os Custos


Indiretos para cada departamento e deverá seguir a seguinte sequencia:
1 - Estimativa dos volumes de atividade em cada departamento;
2 – Estimativa dos Custos Fixos de cada departamento;
3 – Estimativa dos Custos Variáveis de cada departamento;
4 – Definição da forma de distribuição e rateio dos CIP dos diferentes
departamentos de serviços;
5 – Definição do critério de apropriação dos CIP dos departamentos de
produção aos produtos.
Aplicação de Custos Indiretos de Produção

O uso dessa Taxa Estimada produzirá consequências por causa dos


erros de previsão de duas espécies: no volume de produção e no valor
monetário;

Portanto, os CIP aplicados serão, na maioria das vezes, diferente dos


CIP reais. Essa variação deverá ser analisada pela Contabilidade;

A diferença existente no fim de cada período deve ser eliminada da


Contabilidade mediante distribuição aos produtos (aumentando ou
reduzindo seu custo) vendidos ou ainda estocados, levando-os a seus
valores reais.

83
Aplicação de Custos Indiretos de Produção
Exemplo:

A Usina de Açúcar Bellezza decidiu fazer uma estimativa de todos os


seus CIP e trabalhar com uma Taxa de Aplicação durante o período,
ajustando-a à realidade quando terminar a produção.

Os dados referentes ao volume de produção e aos custos indiretos são


os seguintes:

Orçado Real

Custos Indiretos de Produção (R$) 8.220.000 8.427.770

Volume de Produção (toneladas) 3.288.000 3.133.000

84
Aplicação de Custos Indiretos de Produção

Pede-se para calcular:

a) A Taxa Predeterminada de CIP, por tonelada;


b) A Taxa Real de CIP, por tonelada produzida;

Orçado Real

Custos Indiretos de Produção (R$) 8.220.000 8.427.770

Volume de Produção (toneladas) 3.288.000 3.133.000

Taxa Predeterminada de CIP R$2,50/tonelada

Taxa Real de CIP R$2,69/tonelada


85
Aplicação de Custos Indiretos de Produção

c) A Variação total de CIP em valor absoluto e em percentual.

Valor Volume Total


Monetário
CIP Real R$2,69/t 3.133.000 t R$8.427.770

CIP Aplicados R$2,50/t 3.133.000 t R$7.832.500

Variação Total dos CIP R$595.270

Variação Percentual 7,06%

86
EXERCÍCIO
A Empresa de Auditoria Treidy foi contratada pela Manufatureira
Dover para prestar serviços de revisão em suas demonstrações
contábeis. Foram estimadas 8.000 horas de trabalho, ao custo total de
R$1.032.000.

Devido à não contabilização de determinado item de estoque no


balanço da Dover, os auditores precisaram fazer inspeção e contagem
física na empresa, demandando mais 2.000 horas de auditoria do que
as previstas. Os custos também foram superiores, totalizando
R$1.150.000.

Pede-se calcular:
a) a taxa horária de custo utilizada pela Treidy;
b) o valor dos custos aplicados ao projeto;
c) a variação total de custo, em valor absoluto, indicando se foi
favorável (F) ou desfavorável (D).
9 Materiais Diretos

9.1 Critérios de avaliação dos materiais: Preço Médio;

9.2 Critérios de avaliação dos materiais: PEPS;

9.3 Critérios de avaliação dos materiais: UEPS;

9.4 Exercício.

88
Materiais Diretos
Os Materiais Diretos são avaliados pelo custo histórico e todos os
gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso ou de
venda incorporam o valor desse mesmo ativo.

Qual o montante a atribuir aos Materiais Diretos consumidos quando


vários lotes são comprados por preços diferentes?

Se a matéria-prima for adquirida para uso numa determinada produção,


não haverá dúvidas no reconhecimento do quanto lhe atribuir: será o
preço de aquisição;

Entretanto, se diversos materiais iguais forem comprados por preços


diferentes, principalmente por terem sido adquiridos em datas diversas,
algumas alternativas surgem, ou seja, tem-se mais de um critério para
89
avaliação dos materiais diretos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS DIRETOS

Os critérios de avaliação são:


Preço Médio Ponderado Móvel: é assim chamado aquele mantido por
empresa com controle constante de seus estoques e que por isso
atualiza seu preço médio após cada aquisição;
Preço Médio Ponderado Fixo: utilizado quando a empresa calcula o
preço médio após o encerramento do período ou quando decide
apropriar a todos os produtos elaborados no mês um único preço por
unidade;
PEPS (o primeiro a entrar é o primeiro a sair): o material utilizado é
custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em
estoque;
UEPS (o último a entrar é o primeiro a sair): o material utilizado é
custeado pelos preços mais recentes, permanecendo os mais antigos em
estoque.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS DIRETOS

O critério mais utilizado no Brasil para avaliação dos estoques é o


Preço Médio. Entretanto, a legislação fiscal brasileira não está mais
aceitando o preço médio ponderado fixo se for calculado com base nas
compras de um período maior que o prazo de rotação do estoque;

O uso do PEPS subavalia o custo do produto elaborado o que acaba


por apropriar um resultado contábil maior para o exercício em que for
vendido; já o UEPS superavalia o custo do produto elaborado o que
provoca normalmente a redução do lucro contábil;

No Brasil, para efeito de imposto de renda, só são aceitos o PEPS e o


preço médio ponderado móvel. O médio fixo só pode ser usado se
considerar apenas as compras do prazo da última rotação do estoque.
91
EXEMPLO

Ficha de estoque do material

Dia Compras Utilização


Quantidade Preço unit. Total Quantidade
(Kg) (R$) (Kg)
3 1.000 10,00 10.000 -
15 2.000 11,65 23.300 -
17 - - - 2.200
23 1.200 13,00 15.600 -
29 - - - 1.000

92
EXEMPLO (continuação)

Utilizando o Preço Médio Ponderado Móvel

Dia 17: Preço Médio do Estoque = R$33.300 / 3.000 Kg =


R$11,10/Kg
-Custo da MP usada = 2.200 Kg x R$11,10/Kg = R$24.420

Dia 29: Preço Médio do Estoque =


{(800 Kg x R$11,10) + (1.200 Kg x R$13,00)} / 2.000 Kg =
R$12,24/Kg
-Custo da MP usada = 1.000 Kg x R$12,24/Kg = R$12.240

MP total aplicada no mês = R$24.420 + R$12.240 = R$36.660


93
EXEMPLO (continuação)

Utilizando o Preço Médio Ponderado Fixo

Preço médio fixo do mês = R$48.900 / 4.200 Kg = R$11,64/ Kg

Dia 17: 2.200 Kg x R$11,64/ Kg = R$25.608


Dia 29: 1.000 Kg x R$11,64/ Kg = R$11.640

MP total aplicada no mês = R$25.608 + R$11.640 = R$37.248

94
EXEMPLO (continuação)

Utilizando o PEPS

Dia 17: (1.000 Kg x R$10/ Kg) + (1.200 Kg x R$11,65/ Kg) =


R$23.980
Dia 29: (800 Kg x R$11,65/ Kg) + (200 Kg x R$13/ Kg) =
R$11.920

MP total aplicada no mês = R$23.980 + R$11.920 = R$35.900

95
EXEMPLO (continuação)

Utilizando o UEPS

Dia 17: (2.000 Kg x R$11,65/ Kg) + (200 Kg x R$10/ Kg) = R$25.300


Dia 29: (1.000 Kg x R$13/ Kg) = R$13.000

MP total aplicada no mês = R$25.300 + R$13.000 = R$38.300

Ou

Para o lote do Dia 29: (1.000 Kg x R$13/ Kg) = R$13.000


Para a produção do Dia 17: (200 Kg x R$13/ Kg) + (2.000 Kg x
R$11,65) = R$25.900

MP total aplicada no mês = R$13.000 + R$25.900 = R$38.900


96
EXEMPLO (continuação)

Quadro comparativo

Produção Preço Médio PEPS UEPS


do dia (em R$) (em R$) (em R$)
Móvel Fixo (*) Durante Após

17 24.420 25.608 23.980 25.300 25.900

29 12.240 11.640 11.920 13.000 13.000

Total 36.660 37.248 35.900 38.300 38.900

(*) Pelo PEPS, os valores Durante e Após o Término são iguais.


97
EXERCÍCIO

A Doceria Formiga utiliza, para sua produção de doces finos por


encomenda, considerável quantidade de clara e gema de ovos. Em seu
primeiro mês de atividades, registrou-se a seguinte movimentação
desse item:

Dia 4: Compra de 90 dúzias pelo valor total de R$99;


Dia 11: Consumo de 20 dúzias;
Dia 14: Compra de 42 dúzias a R$1,32 a dúzia;
Dia 17: Consumo de 18 dúzias;
Dia 24: Compra de 60 dúzias por R$76,80;
Dia 29: Consumo de 54 dúzias.
EXERCÍCIO (continuação)
Considerando-se que os demais custos incorridos (mão de obra, açúcar
e outros) totalizaram R$4.135,12, e que a Receita Líquida foi de
R$8.200,00 pede-se preencher as fichas de controle de estoque e
calcular o lucro bruto do mês, utilizando os critérios:
a) PEPS;
b) Custo Médio Ponderado Móvel;
c) Custo Médio Ponderado Fixo.
Dia Entradas Saídas Saldos
Qtde. Preço/un Total Qtde. Preço/un. Total Qtde Preço/un Total
04
11
14
17
24
29
10 Mão de Obra Direta

10.1 Separação entre mão de obra direta e indireta;

10.2 Mão de obra direta: custo fixo ou variável?;

10.3 O que integra o custo de mão de obra direta;

10.4 Exercício.

100
Separação entre mão de obra direta e indireta

Mão de Obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha


diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a
mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o
trabalho, sem a necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.
Exemplo: torneiro, prensista, soldador, cortador, pintor, etc.;

Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou


divisões proporcionais, desaparece a característica de “Direta”.
Exemplo: supervisor, encarregado de setor, carregador de materiais,
pessoal da manutenção, ajudante, etc.

101
Mão de obra direta: custo fixo ou variável?

A folha de pagamento é um gasto fixo, mas o custo da MOD é um


gasto variável;

Só se caracteriza como MOD a utilizada diretamente sobre o produto.


Portanto, o seu custo varia com a produção enquanto a Folha de
Pagamento relativa ao pessoal da própria produção é fixa;

Destaca-se que a remuneração do operário é por hora trabalhada.

102
O que integra o custo de mão de obra direta

No Brasil, além do valor contratual, é incluso no custo da Mão de Obra


Direta os encargos sociais como:

 Repousos Semanais Remunerados;


 Remuneração dos Feriados;
 Faltas abonadas;
 13º salário;
 Férias;
 Adicional Constitucional de Férias;
 Contribuições Sociais (INSS, FGTS, etc).

103
EXEMPLO
O Departamento de Esfriamento da Cia. Metalúrgica Satellin possui
um funcionário horista, com salário de R$5,00/hora.

O regime de trabalho é de 44 horas por semana e entre faltas abonadas,


feriados etc. ele deixa de trabalhar 15 dias por ano, em média.

As contribuições recolhidas sobre a folha de salários são: 20% para o


INSS; 8% para o FGTS; 5,8% para entidades como SESI, SENAI, etc;
3% de seguro contra acidentes do trabalho.

Considerando o sistema de semana inglesa (cinco dias de trabalho) e


que o funcionário não costuma requerer abono pecuniário de férias,
pede-se para calcular:
104
EXEMPLO (continuação)

a) O custo total do funcionário para a empresa, por ano;

b) o número médio de horas que o funcionário fica a disposição da


empresa por ano; e

c) o custo médio de cada hora que o funcionário fica à disposição da


empresa.

105
EXEMPLO (continuação)
Calculo dos dias que o funcionário ficou a disposição da empresa
durante o ano:

Número total de dias do ano = 365 dias


(-) Sábados = (48 dias)
(-) Domingos = (48 dias)
(-) Férias = (30 dias)
(-) Faltas abonadas e feriados = (15 dias)
(=) Dias a disposição da empresa = 224 dias

Nº de horas de trabalho por dia = 44h/semana = 8,8 h/dia.


5 dias

106
EXEMPLO (continuação)
a) O custo total do funcionário para a empresa, por ano;

Salário = 224 dias x 8,8h/dia x R$5/h = R$9.856,00


(+) Repousos Semanais = 96 dias x R$7,3333h/dia x R$5/h = R$3.520,00
(+) Faltas e feriados = 15 dias x R$7,3333h/dia x R$5/h = R$550,00
(+) 13º Salário = 30 dias x R$7,3333h/dia x R$5/h = R$1.100,00
(+) Férias = 30 dias x R$7,3333h/dia x R$5/h = R$1.100,00
(+) Adicional de Férias = 1/3 de R$1.100,00 = R$366,67
R$ 16.492,67
(+) Contribuições Sociais (36,8%) = R$6.069,30
(=) Custo total do funcionário por ano = R$22.561,97

107
EXEMPLO (continuação)
b) o número médio de horas que o funcionário fica a disposição da
empresa por ano; e

Nº de horas de trabalho por ano = 8,8h/dia x 224 dias = 1.971,20 horas.

c) o custo médio de cada hora que o funcionário fica à disposição da


empresa.

Custo Médio = Custo Total = R$22.561,97 = R$11,44/h


Nº de horas de trabalho 1.971,20h

108
11 Custeio por Ordem de Produção e por Processo

11.1 Custeio por Ordem de Produção;

11.2 Custeio por Processo.

109
Custeio por Ordem de Produção e por Processo

Produção por Processo ou Contínua reside na elaboração dos mesmos


produtos ou na prestação do mesmo serviço de forma continuada por
um longo período. Ex: indústrias de cimento, química e petroquímica,
de petróleo, de álcool, de açúcar, de produtos alimentícios, etc.;

Produção por Ordem ou Intermitente consiste na produção de vários


produtos de forma não contínua. Ex: indústrias fabricantes de
equipamentos especiais, algumas indústrias de móveis, empresas de
construção civil, confecção de moda por estação climática, etc..

110
Custeio por Ordem de Produção e por Processo

Em termos de Custos, a diferença reside em se apropriar para a


Produção por Processo os custos por tempo (mês) para divisão pelo
número de unidades feitas, chegando-se assim ao custo médio de cada
unidade. Já para a Produção por Ordem se alocam os custos até o
término da produção do bem ou serviço.

111
12 Produção Conjunta

12.1 Distinção entre coprodutos, subprodutos e sucatas;

12.2 Principais critérios de apropriação dos custos conjuntos.

112
Produção Conjunta

Produção conjunta é o aparecimento de diversos produtos a partir,


normalmente, da mesma matéria-prima.

Ex:
-Soja: óleo, farelos, etc.;
-Boi: diferentes tipos de carnes, ossos, etc.;
-Petróleo: gasolina, querosene, etc.;

Decorrem de um mesmo material diversos produtos conjuntos


normalmente classificados em coprodutos e subprodutos.

113
Distinção entre coprodutos, subprodutos e sucatas

Coprodutos: são os próprios produtos principais, só que assim


chamados porque nascidos de uma mesma matéria-prima. São os que
substancialmente respondem pelo faturamento da empresa;

Subprodutos: surgem como decorrência normal do processo produtivo,


só que possuem pouquíssima relevância dentro do faturamento global
da firma. Devido ao grau de segurança existente no que diz respeito a
sua venda, à medida que são produzidos, têm seu valor líquido de
realização considerado como redução do custo de elaboração dos
produtos principais, mediante débito aos estoques e crédito aos custos
de produção;

Sucatas: podem ou não ser decorrência normal do processo de


produção, não têm valor de venda ou condições de negociabilidade
boas, não recebem atribuição de nenhum custo e quando são vendidas,
têm suas receitas registradas como rendas Eventuais em Outras
Receitas Operacionais.
Principais critérios de apropriação dos custos conjuntos

Só são atribuídos custos aos co-produtos. Os principais critérios de


apropriação são:

1. Método do valor de mercado: Os produtos de maior valor são os que


recebem ou têm condições de receber maior custo.
Fórmula: Valor de Venda do Co-Produto x Custo Conjunto
Valor de venda total

2. Método dos Volumes Produzidos: Apropria custos iguais por unidade


de volume elaborado.
Fórmula: Volume do Co-Produto x Custo Conjunto
Volume Total de Produção 115
Referência Base

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo:


Atlas, 2010.

116

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