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Comissão Examinadora
INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como objetivo identificar possível incidência de conflitos
intragrupais na organização Radiolar a partir da Escala de Conflitos Intragrupais (ECI)
proposta por Martins, Guimarães e Oliveira (2006), na visão de funcionários e gestor. Busca-
se também descrever os diversos tipos de conflitos existentes nas organizações e também
identificar os conflitos interpessoais, pretendendo mostrar quais são as causas desses
conflitos, quais os tipos, como surgem e como estes refletem na produtividade da empresa.
Portanto, foi realizada uma pesquisa quantitativa, qualitativa, e aplicada, sendo que o
instrumento utilizado foi o questionário ECI, validado pelos autores, que os funcionários e
diretores da empresa Radiolar responderam. Chegando a conclusão de que os conflitos
interpessoais são fatores inevitáveis a toda organização, ficando a dever do gerente e
responsável, analisar, identificar e administrar os conflitos a fim de amenizar seus malefícios
e transformá-los de negativos para positivos. Este trabalho expõe os resultados obtidos com a
pesquisa e apresenta os resultados que os conflitos trazem para a organização estudada e quais
os impactos desses conflitos para a organização e para os envolvidos.
METODOLOGIA
Na metodologia deste trabalho a pesquisa foram utilizadas citações dos autores
Burbridge (2012) e Siqueira (2014), Chiavenato (2000 e 2004), Robbins (2002), Motta
(1991), Cohen e Fink (2003), Guimarães (2007).
O presente estudo tem como natureza uma pesquisa aplicada, pois traz a necessidade
de descobrir e entender quais os conflitos existentes na organização e quais as estratégias para
amenizá-los. Quanto à abordagem desse estudo, se classifica como quantitativa e qualitativa.
Quantitativa, pois os dados coletados foram transformados em gráficos, para poder classificá-
los e analisá-los, podendo assim traduzir as opiniões em números. E qualitativa, pois alguns
dados coletados através de questões abertas/descritivas e fechadas/subjetivas, tendo que ser
interpretadas as respostas para análise. Quanto aos objetivos, pode ser classificadas como
descritiva, pois são identificadas as estratégias utilizadas pelos gestores da empresa para
amenizar ou transformar os conflitos em positivos. Quanto aos procedimentos técnicos, esta
pesquisa pode ser classificada como pesquisa bibliográfica, pois há citação de autores e ideias
para dar embasamento ao estudo. Como pesquisa de campo, pois foram aplicados
questionários com os gestores e funcionários da empresa, dessa forma tendo que ir até o local
estudado para a coleta dos dados.
O universo da pesquisa é os dois gestores da empresa e seus 14 funcionários da
organização em estudo. Os dados foram coletados através de questionários aplicados
validados por Mirlene Maria Matias Siqueira (2014), os questionários dos gestores foram
adaptados podendo-se fazer uma comparação e analisar entre as respostas dos funcionários
com os gestores. Para análise do material obtido com os questionários dos funcionários foi
utilizada a ferramenta de Excel, onde foram tabulados os gráficos, e para a análise do
questionário dos gestores, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo.
RESULTADOS
Após a aplicação dos questionário e apuração dos dados, foi possível entender a
situação atual da organização estudada e realizar várias interpretações. Quanto ao conflito
emocional, 65% dos colaboradores acreditam que existe pouco, 30% acreditam que existe
muito e 5% responderam que não que não existe. Quanto à raiva, 50% dos entrevistados
acreditam que não existe raiva e os outros 50% responderam que existe pouca raiva. Quanto
ao atrito pessoal, a maioria acredita que existe pouco atrito, totalizando 65% dos
entrevistados, 21% responderam que existe muito e 14% que não existe nenhum atrito
pessoal. No quesito choque de personalidade, segundo os entrevistados, 15% responderam
que não existe nenhum, 29% acreditam que existe muito e 56% percebem que existe pouco.
Quanto à tensão, o grupo demonstra que 71% dos entrevistados acredita que existe pouca
tensão, 29% responderam que existe muito. Quanto à discordância de opinião, 79% dos
respondentes acreditam que existe pouca, 15% responderam que existe muito e 6% que
nenhuma. Já na diferença de ideias nas tarefas, 79% acreditam que existe pouca diferença de
ideias, 15% que existe muito e 6% que não existe nenhuma diferença de ideias. Quanto à
diferença de ideias, 70% responderam que existe pouca, 22% responderam que existe muito e
8% nenhuma. Em relação à diferença de opinião às tarefas e atividades, 79% disseram que
existe pouco e 21% responderam que existe muito.
CONCLUSÃO
Após ter sido realizada a análise dos dados coletados, foram feitas propostas de
melhorias para a empresa em estudo, objetivando o conhecimento e possibilitando a sugestão
de alternativas para a mesma, possibilitando ambiente agradável e harmônico entre os
colaboradores. Indica-se para os gestores ações e ferramentas apropriadas para lidar com
situações conflituosas. Os conflitos estão presentes em todas as organizações, com os dados
levantados aqui foram observados que a maioria das pessoas tem ou já tiveram um conflito no
ambiente de trabalho, a maior parte do conflito foi identificada que é por relacionamento ou
tarefa. Contudo, essas causas de conflitos são de causa esperada e inevitável, justificadas pela
união de diferentes personalidades, referências, interesses e valores de cada pessoa. Os
entrevistados também acham que o conflito é ruim, natural e muitas vezes necessário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Novas medidas do comportamento organizacional:
ferramentas de diagnósticos e de gestão. Porto Alegre : Artmed, 2014.
BURBRIDGE, R. Marc; BURBRIDGE, Anna. Gestão de conflitos: desafios do mundo
corporativo. São Paulo: Saraiva, 2012.
MOTTA, Paulo Roberto. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente. Rio de
Janeiro. Record, 1991.
LISTA DE GRÁFICOS
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 12
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................................... 12
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................... 13
1.3 QUESTÃO DE ESTUDO .................................................................................................. 14
1.4 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 15
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 16
1.6 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18
2.1 ORGANIZAÇÃO E TEORIAS ADMINISTRATIVAS .................................................... 18
2.1.1 O Papel do Gerente........................................................................................................ 24
2.2 O QUE É CONFLITO: UM POUCO DA HISTÓRIA ...................................................... 27
2.2.1 Conflito no Ambiente Organizacional ......................................................................... 31
2.2.2 Tipos de Conflito e suas Causas ................................................................................... 38
2.2.3 Administração de Conflitos .......................................................................................... 43
2.2.4 Conflito Organizacional: Positivo ou Negativo? ......................................................... 52
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 57
3.1 PESQUISA QUANTO À NATUREZA ............................................................................. 57
3.2 PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM ........................................................................ 58
3.3 PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ........................................................................ 58
3.4 PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS ....................................... 59
3.5 SUJEITOS DA PESQUISA ............................................................................................... 59
3.6 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 59
3.7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 61
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 63
4.1 ANÁLISE DO CONFLITO DE RELACIONAMENTO ................................................... 63
4.2 ANÁLISE DO CONFLITO DE TAREFA ......................................................................... 68
4.3 PERCEPÇÕES GERAIS SOBRE CONFLITO NA ORGANIZAÇÃO ............................ 72
4.4 SUGESTÃO DE ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OU TRANSFORMAR O
CONFLITO POSITIVO NA ORGANIZAÇÃO ...................................................................... 73
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 78
APÊNDICES ........................................................................................................................... 81
APÊNDICE A- Questionário será aplicado aos colaboradores da empresa ............................. 81
APÊNDICE B- Questionário será aplicado aos gestores da empresa ...................................... 83
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INTRODUÇÃO
empresas de tal forma que venha transformar o conflito inerente do dia a dia em algo
construtivo e positivo. Assim, foram comparados os resultados obtidos e propostas melhorias
para amenizar os conflitos existentes. O trabalho de conclusão está dividido em quatro
capítulos.
O primeiro capítulo traz a contextualização, onde é apresentado o tema, a
caracterização da organização, a questão de estudo, os objetivos gerais e específicos, e a
justificativa.
O segundo capítulo apresenta o referencial teórico, trazendo assuntos como
organização e teorias administrativas, o papel do gerente, o que é conflito: um pouco da
história, o conflito no ambiente organizacional, tipos de conflitos e suas causas,
administração de conflitos, conflito organizacional: positivo ou negativo?, para embasamento
do tema abordado.
O terceiro capítulo traz a metodologia deste estudo, no caso, a pesquisa quanto à
natureza, a pesquisa quanto à abordagem, a pesquisa quanto aos objetivos, pesquisa quanto
aos procedimentos técnicos, sujeitos da pesquisa, coleta de dados, análise e interpretação de
dados.
Finalizando, o quarto capítulo mostra os resultados da pesquisa com a análise dos
dados, e por fim a conclusão, as referências bibliográficas e os apêndices.
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
O termo conflito tem sua raiz etimológica no latim, conflitos, que significa desacordo,
choque. O vocábulo, na língua portuguesa, expressa “profunda falta de entendimento entre
duas ou mais partes...” (HOUAISS, 2001, p. 797). A palavra conflito está ligada ao
desacordo, divergência e/ou antagonismo.
A vida de uma pessoa ou de um grupo está em constante afrontamento com conflitos,
muitos destes podem ser tratados como conflitos saudáveis que não atrapalham suas vidas
profissionais, porém por outro lado, se não forem controlados devidamente acabam gerando
desgastes.
A definição detalhada de conflito é um processo de oposição e confronto que ocorre
entre indivíduos ou grupos nas organizações, quando as partes envolvidas exercem poder na
busca de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou várias metas. Isso
é de fácil visualização nas organizações sejam elas com ou sem fins lucrativos (DUBRIN,
2003).
Para Moscovici (2000) não existe uma “receita” apropriada para a resolução de
conflitos. Ainda segundo o autor, antes de pensar numa forma de lidar com o conflito, é
importante e conveniente procurar compreender a dinâmica do conflito e suas variáveis, para
alcançar um diagnóstico com um equilíbrio da situação, o qual servirá de base para qualquer
plano e tipo de ação.
O conflito pode ser considerado um processo de oposição e confronto entre indivíduos
ou grupos, apresentando-se como um fenômeno cotidiano que atinge as atividades dos
gestores organizacionais. O conflito pode ter consequências tanto de caráter positivo, quanto
negativo. Cabe ao gestor, o desafio de descobrir como lidar com ele construtivamente.
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como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Treinamentos e cursos com
participação de seus colaboradores e direção para qualificação dos seus serviços prestados, o
bem estar do público interno e externo e a renovação das tendências do ramo moveleiro são os
principais objetivos na participação desses eventos.
Nas feiras comerciais da região, a empresa se faz presente, expondo seus produtos e
participando ativamente em eventos como a Expo Ijuí/Fenadi em Ijuí e Feicat de Catuípe,
entre outros.
Com uma história marcada pela credibilidade e constante busca por renovação, o
Grupo Radiolar tem 41 anos de atuação no mercado mobiliário, em Setembro deste ano
completará 42 anos. O Grupo é integrado pelas lojas Radiolar e Finger, localizadas em
Ijuí/RS, e também pela Tok Lar, com sede em Ijuí/RS e Catuípe/RS. Sua trajetória é marcada
pela busca constante por excelência e adaptação às necessidades do mercado.
A loja Radiolar, empresa pela qual este trabalho foi realizado, trabalha com diversas
opções de móveis para transformar o lar ou local de trabalho em um espaço acolhedor, afinal,
a empresa busca oferecer qualidade de vida refletida em cada ambiente. São peças que
exploram a mistura de materiais, o uso das cores, a rusticidade da madeira e revestimentos
diversos, tudo para compor ambientes modernos, elegantes, com praticidade, conforto e
beleza.
A empresa conta com 14 funcionários e a administração é exercida pelo diretor
Antônio Luís Quatrin, com a supervisão de Felipe Quatrin.
1.6 JUSTIFICATIVA
O que instigou a realização deste trabalho, além de ser um assunto novo, um desafio
maior ainda, é também conhecer o conflito dentro da empresa Radiolar, se afeta ou auxilia no
engajamento dos colaboradores na execução das suas tarefas, apresentando conceitos,
definições e ferramentas necessárias para melhor compreender com base nos princípios de
alguns autores.
Ao estudar os conflitos é necessário reconhecer a importância de diversas forças
atuando simultaneamente, pode-se perceber que entre os principais papeis do gestor está o de
buscar por melhores resultados para a organização que esta inserida, os quais devem ser
norteados por propósitos em função das quais suas decisões e atividades deverão ser dirigidas
(SIMON, 1979). Com a convivência diária na empresa ocorrem naturalmente discordâncias
de ideias, pois cada pessoa pensa de uma forma diferente tem uma cultura diferente. Neste
sentido, ROBBINS (2002, p. 372) “conflito é um processo que tem início quando uma das
partes percebe que a outra parte afeta ou pode afetar negativamente, alguma coisa que a
primeira considera importante”. Tendo em vista que é primordial que todos os
administradores tenham o conhecimento de como agir diante dos conflitos encontrados nas
empresas, por este motivo é que foi escolhido o tema referente a conflitos, pois é o impasse
que a empresa em estudo está passando no momento, de uma forma geral, com os
colaboradores, e desta forma irá auxiliar a empresa na resolução dos mesmos, contribuindo
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também para meu conhecimento como acadêmica e administradora, podendo ter uma visão
interna e externa da empresa.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com a economia cada vez mais globalizada e competitiva, as organizações cada vez
mais dependem de uma boa harmonia em seus ambientes de trabalho. Estudos demonstram,
de acordo com Thomas (1992), que o conflito toma em torno 20% de seu dia de trabalho, ou
seja, o conflito faz parte de qualquer organização e qualquer ambiente de trabalho. Portanto
deve ser monitorado e resolvido.
Atualmente, as organizações assumem comportamentos direcionados para a realização
de metas e objetivos; no entanto para que estas metas e objetivos sejam atingidos é preciso
que as pessoas se relacionem no dia a dia comparativo e neste ambiente corporativo repleto de
ambiguidade e interpretações pessoais e que surge a maior probabilidade da geração de
conflitos.
Conforme Burbridge (2012) uma organização operará sem conflito se for composta
por um indivíduo que tome todas as decisões e as implemente sozinho. Mas nesse caso, não
haverá organização nenhuma. Uma organização composta por “pesos mortos” também pode
operar sem conflito, pois ninguém se queixa, mas também ninguém se preocupa.
No início do século XX, entendia-se que o conflito era visto como algo deficiente
dentro das organizações, sendo considerado algo destrutivo e era evitada de todas as maneiras
a geração de conflitos dentro da empresa.
Quando ocorria qualquer tipo de conflito, este era ignorado, negado e até mesmo
administrado de maneira rude e ríspida. Neste período se acreditava que os conflitos eram
evitados se os funcionários fossem uma única maneira correta de fazer as coisas e, ainda, se
qualquer insatisfação por parte dos funcionários fosse externada seria imediatamente
reprovada pelos gerentes e diretores. (MARQUIS; HUSTON, 1999).
Nessa época, devido às consequências geradas pela Revolução Industrial, ou seja, o
crescimento acelerado das empresas e a necessidade de aumentar a eficiência e competência
das empresas surgiram várias teorias no qual se estudou o método da ciência aos problemas da
administração, identificando com este estudo o objetivo da administração dentro da empresa,
bem como a relação dos funcionários e superiores.
Chiavenato (2000), afirma que neste período Taylor fez algumas considerações acerca
da visão administrativa. E que o objetivo da administração era pagar os salários melhores e
reduzir custos de produção, tendo a administração a função de padronizar e estabelecer
controles onde os funcionários deveriam ser selecionados e colocados em locais e condições
adequadas para que as normas fossem cumpridas e que deveriam ser treinados para aprimorar
suas aptidões e executar as tarefas para cumprir uma produção normal.
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Nesse sentido, já que não havia clima organizacional para a configuração formal de
conflitos a fim de se protegerem contra a ameaça da administração, os funcionários
manifestavam-se através da produção controlada por padrões (CHIAVENATO, 2000).
Uma das críticas que o Movimento das Relações Humanas recebe é sobre a negação
do conflito, pois sua aceitação implica na diferenciação de metas dos trabalhadores e da
empresa. Quanto a esse aspecto, esse movimento tentou resolvê-lo negando sua existência,
fato este que exclui qualquer possibilidade de resolução do conflito (FERREIRA; REIS;
PEREIRA, 2002).
De acordo com Chiavenato (2000 p.99), a Escola das Relações Humanas concentrou-
se naquilo que chama de pseudo-solução do problema de integração do homem no trabalho já
que, ao invés de atuar sobre as causas da alienação e do conflito (controles formais,
subutilização das aptidões dos operários, etc.), procurou tornar mais agradável e
compensadora para o trabalhador atividades extras funcionais como intervalos de trabalho,
refeições no restaurante da fábrica, associações de empregados, torneio de esportes,
excursões, folhetos ou boletins de empregados, salões de jogos, colônias de férias, etc).
Assim, o trabalho tornou-se um sacrifício compensado pela felicidade a ser gozada fora dele.
Outras teorias surgiram a fim de se estudar a relação funcionário e empresa. Para a
teoria neoclássica, a administração era uma atividade essencial a todo esforço humano
coletivo, seja na empresa industrial, na empresa de serviços, no exército, nos hospitais, na
igreja. O ser humano necessita cooperar com outras pessoas para atingir seus objetivos, assim,
a administração realiza basicamente a coordenação de atividades grupais. (MARQUIS;
HUSTON, 1999).
Esta teoria, conforme o autor acima, considera a organização como um conjunto de
posições funcionais e hierárquicas orientadas para o objetivo de produzir bens ou serviços
onde o grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabilidade assumida pela pessoa.
A delegação era estimulada. O pressuposto colocado é o de que ao existir integração entre os
objetivos organizacionais e dos empregados isto favorecia a redução de conflitos.
A teoria burocrática surgiu por volta de 1940, o desempenho do trabalhador e da
organização segue preceitos rígidos. Caracterizou-se por limitar a liberdade do funcionário, o
qual, tornando-se incapaz de visualizar a organização como um todo, tinha uma visão
fragmentada, o que impossibilitava a sua auto realização. As normas eram mais importantes
que os objetivos da organização e sua inflexibilidade levavam ao aparecimento de conflitos
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tanto com os clientes quanto com os funcionários, no entanto, nesse tipo de organização o
conflito não era valorizado (FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2002).
Posterior à teoria da burocracia desenvolve-se a teoria estruturalista da administração,
que teve um caráter mais filosófico na tentativa de obter a interdisciplinaridade das ciências.
Esta teoria preocupou-se com o todo e com o relacionamento das partes na constituição do
todo. Suas características básicas são a totalidade e a interdependência das partes, ressaltando-
se o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes. Etzioni (1976) diz que nesta
teoria existiu a preocupação com os fenômenos que ocorriam externamente, pois se
considerava que os mesmos interferiam na organização.
Essa teoria estudou as organizações mais amplamente do que a teoria clássica, a escola
das relações humanas e a teoria burocrática, analisando-as segundo abordagens múltiplas que
implicam em integrar tanto o relacionamento formal, como informal, dentro e fora das
organizações, consideram-se também importante na vida das organizações as recompensas
salariais, sociais e materiais (CHIAVENATO, 2000). Identifica-se que ao contrário da teoria
clássica e da teoria das relações humanas, a teoria estruturalista partiu do princípio de que os
conflitos, apesar de nem sempre serem desejáveis, eram geradores de mudanças e de
desenvolvimento organizacional.
Segundo Etzione (1976, p. 73), “[...] as soluções dos conflitos constituirão a base de
novos conflitos que gerarão novas mudanças, as quais provocarão outras inovações, e assim
por diante”.
Para que se possa continuar a entender o desenvolvimento do conflito dentro de
organização se faz necessário analisarmos também a teoria comportamental onde partiu de
seus estudos abandonando as posições normativas e prescritivas das teorias anteriores e
adotando a posição explicativa e descritiva. Sua ênfase foi nas pessoas dentro da organização.
(CHIAVENATO, 2000).
A teoria comportamental fundamentou-se no comportamento das pessoas e na
qualidade de vida das mesmas. Nesta teoria destacou-se a teoria da motivação e nos fatores
motivacionais humanos.
Mais uma teoria se desenvolveu posterior à teoria comportamental que foi a teoria do
desenvolvimento organizacional surgida na década de 60 sendo caracterizada pelas mudanças
organizacionais e ambientais. Esta teoria, reconhecida inicialmente como uma estratégia ou
programa de ação voltada para gerenciar o processo de mudança organizacional através das
pessoas, teve como objetivos melhorar sensivelmente o desempenho de toda a organização e
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atingir níveis mais elevados de eficiência por meio da utilização dos recursos disponíveis. O
modelo adotado para o processo de desenvolvimento era planejado e executado de acordo
com as etapas: diagnóstico da situação, plano de ação, intervenção e avaliação e controle. As
estratégias de intervenção deviam considerar as relações interpessoais e o clima
organizacional (FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2002).
Nesta teoria evidenciou-se o valor dos processos grupais. A principal técnica para
trabalhar as relações intergrupais foi considerada a reunião de confrontação que se constituiu
em um método de alteração comportamental realizado a partir da atuação de um consultor
interno ou externo. Assim sendo, quando dois grupos antagônicos estão em conflito podem
ser tratados através de reuniões de confrontação, na qual o grupo, além de se auto avaliar,
avalia o comportamento do outro e a solução dos conflitos é realizada por meio da negociação
ou solução de problemas (CHIAVENATO, 2000).
Após a teoria comportamental, surgiu a teoria dos sistemas e a partir dela surgiu o
conceito de homem funcional e o conflito que ocorria era de papéis. Tendo em vista que, nas
organizações, os homens se relacionam por meio dos papéis que ocupam, cada papel
estabelece um tipo de comportamento e imagem, estabelecendo o tipo de conduta certa e
errada. Este fato cria expectativas nas pessoas que trabalham na organização, e, portanto,
quando as expectativas são frustradas podem ocorrer conflitos (MARQUIS; HUSTON, 1999).
Para finalizar esta analise histórica do conflito na teoria administrativa se faz
importante abordar a teoria da contingência, onde se apresentou modelos mais flexíveis e
orgânicos, como a estrutura matricial, a estrutura em rede e a estrutura em equipes. Acreditou-
se na existência da variabilidade humana dentro das organizações e na diferença de
personalidades. Diante disto a ao invés de padronizar o comportamento humano as diferenças
individuais devem ser realçadas e respeitadas, assim como as habilidades e capacidades
aproveitadas e canalizadas. Esta teoria concebeu o conceito do homem complexo como um
sistema com diferentes valores, percepções, características pessoais e necessidades.
(FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2002).
Chiavenato (2000) salienta que esta teoria procurou explicar que não há nada de
absoluto nos princípios da organização e devido às constantes mutações ambientais, ela deve
reagir prontamente aos novos desafios, assim como as possibilidades que aparecem. E para
defrontar-se com o ambiente, a organização utiliza tecnologias que condicionaram a sua
estrutura organizacional e funcional. O conflito nessa teoria é que a organização pode
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estabelecer regras e procedimentos para evitar choques de opiniões diferentes como também
pode incentivar diferentes pontos de vista e administrar os conflitos por meio de confrontação.
No próximo capitulo será explanado sobre o papel do gerente na empresa perante os
conflitos que surgem, e também a sua responsabilidade no que diz respeito à administração de
conflitos interpessoais que surgem na organização.
Esse tópico busca estruturar um breve referencial teórico sobre a função gerencial,
com o propósito de introduzir o tema e relacioná-lo à grande responsabilidade que o gerente
possui no que diz respeito à administração de conflitos interpessoais.
A importância do tema conflito relacionado ao ambiente de trabalho, reside no fato
deste ser um dos maiores desafios atuais dos gestores na busca de estratégias alternativas para
administrar conflitos, de modo que seus efeitos gerem resultados positivos tanto para as
relações interpessoais como para o bom funcionamento das organizações.
O responsável por fazer com que todos os subsistemas organizacionais trabalhem
integrados, é o gerente, e ele o faz, contribuindo para que os subsistemas individuais façam
sua parte no todo (COHEN; FINK, 2003). A estrutura, o pessoal, o estilo operacional, o
sistema de recompensas e a liderança precisam estar trabalhando em suas respectivas
responsabilidades de forma integrada, cada um contribuindo de uma forma para garantir a
eficiência da organização.
"A definição da função gerencial, apesar de muitas pesquisas e estudos diversos,
permaneça ainda um tanto, e até mesmo misteriosa para muitos dos que tentam se aproximar
de seu conteúdo" (MOTTA, 1991, p. 19).
Foi Fayol (1990) quem delineou pela primeira vez as funções do administrador,
relacionando como atribuições da gestão: prever, organizar, coordenar, comandar e controlar.
Ele definiu a atividade de comando como sendo responsável por fazer funcionar o corpo
social de uma empresa. Ele descreve os oito deveres do gerente para atingir este objetivo,
sendo que dois deles demonstram a preocupação com as questões relacionadas à gestão das
relações interpessoais na organização. São eles: ter reconhecimento profundo de seu pessoal e
reunir seus principais colaboradores em conferências em que se preparam a unidade de
direção e a convergência dos esforços.
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para o fato de que, muitas vezes, essa pressão descontrolada exercida sobre o gestor pode
prejudicar sua atuação em outras funções. O gestor também é visto como regulador de
conflitos: entre o capital e o trabalho.
Perante todas as funções apontadas, que o gerente precisa desempenhar, gerir conflitos
é uma das atividades que é citada por Reed (1997), Mintzberg (1973, 1986), Motta (1991) e
Mello (1991, 1994 e 1997), Rossi (2001) coloca como sendo uma das principais. Mello
(1991) conclui que uma das principais funções dos gerentes é a gestão dos recursos humanos
da empresa, mantendo-os em alinhamento com os objetivos da mesma e gerenciando o
conflito.
Um ponto essencial na ação do gestor em relação ao conflito é a sua capacidade de
percebê-lo a tempo suficiente para agir no sentido de geri-lo. A presença de conflito pode ser
detectada com a observação de alguns fatores na organização. São eles:
- Comunicações deficientes, lateral ou verticalmente - falta de conhecimento
proposital de uma parte da organização do que a outra está fazendo, querem pelo seu
desinteresse, quer pela ocultação das informações;
- Hostilidade e inveja intergrupal - ocorre quando uma área deseja ser melhor que as
outras ou quando uma área é sempre reconhecida como melhor e as outras áreas sabem que a
mesma não reconhece seu trabalho da empresa;
- Fricção interpessoal - a antipatia entre indivíduos de grupos diferentes claramente
manifestados em público;
- Escalada de arbitragem - a intervenção constante do alto escalão em conflitos
menores, provocando confronto entre os gestores das áreas que tem o problema;
- Proliferação de regras e regulamentos, normas, mitos - tal fator provoca ou uma
quebra consciente das regras ou uma paralisia na empresa;
- Moral baixo por causa da frustação oriunda da ineficiência - a sensação existente de
impotência diante do trabalho a ser realizado. (HANDY, 1978).
O importante é que o gestor tenha uma visão ampla e sistêmica do problema, para
poder escolher o melhor caminho, caso contrário, ele poderá perder tempo e dinheiro tratando
o sintoma, em vez de tratar a causa do problema, porém esse melhor caminho dependerá dos
objetivos do gestor e da realidade da situação. O uso de diálogo e negociação são, em quase
todos os casos, a forma mais sensata de resolver qualquer conflito. A negociação dos
interesses com base em uma boa comunicação pode preservar os relacionamentos, e às vezes,
abrir oportunidades para que todas as partes ganhem mais (BURBRIDGE, 2012).
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Como se pode observar neste tópico, a importância de o gestor estar preparado para
atuar diante dos conflitos que existirão na sua equipe, uma vez que facilitar a conciliação
entre os membros de seus liderados, minimizando as consequências negativas do conflito e
otimizando suas consequências positivas, sendo decisivo na consecução de seus objetivos. No
próximo tópico, dá-se início à análise do conflito, suas definições, principais características e
tipologia, buscando esclarecer seu significado diante das relações entre as pessoas no trabalho
e de que forma esse fenômeno se realiza.
O objetivo do gestor é o de realizar uma boa condução das diferenças, sendo que
quando desempenhada da forma adequada, geram consequências positivas na produtividade.
Existe, portanto, a necessidade de se gerir bem o conflito, pois assim torna-se possível usar as
diferenças de habilidades, conhecimento e interesses de forma proveitosa para a organização.
Neste tópico, abordaram-se as diversas formas como um conflito pode ser resolvido
pelas partes, mesmo assim o gerente tem por obrigação interceder. Avaliaram-se os perfis
individuais existentes de administração de conflitos que se revelam quando na ocasião de um
conflito e identificaram-se as melhores maneiras de cuidar para que o conflito resulte em uma
situação melhor do que a existente anteriormente. O Gerente, como administrador de
conflitos, tem a necessidade de conhecer todos os mecanismos à sua disposição. Entre as
responsabilidades mais importantes a ser cumprido se destaca (HANDY,1978).
O conflito adota uma definição denotativa de natureza pejorativa, pois, de acordo com
o dicionário Priberam (2008) da língua portuguesa, está ligado à altercação, desordem,
pendência, choque, embate, luta oposição e disputa, ou seja, ligado subjetivamente e
intimamente ao ser humano.
Dessa maneira encontram-se várias definições de conflito apesar dos diferentes
sentidos que o termo adquiriu. Para Chanlat (1996) o conflito é gerado a partir do momento da
interação social e, que após a primeira frustração o conflito desencadeado, assim tomando
corpo. Logo, são inevitáveis o desacordo e o conflito em uma sociedade na qual as pessoas
têm diferentes pontos de vista e os expressam prontamente (BLAKE; MOUTON, 1981).
Também Dubrin (2003), traz uma definição detalhada do que significa conflito ao
afirmar que é um processo de oposição e confronto que ocorre entre indivíduos ou grupos nas
28
“Podemos definir conflito, portanto, como um processo que tem início quando uma
das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, de modo negativo, alguma
coisa que ela considera importante”. Ou ainda, entende-se o conflito como um
processo no qual o esforço é propositadamente feito por “A” para destruir o esforço
de “B”, com recurso a qualquer forma de bloqueio que resulte na frustração de “B”
no que concerne à prossecução das suas metas e ao seu desenvolvimento dos seus
interesses. Robbins (2010, p. 190).
Segundo Rahim (2001), teorias de gestão clássicas abordadas por autores como
Taylor, Fayol e Weber, seus estudos relatam a eliminação das fontes que pudessem gerar
conflito. Portanto, os fatores de origem emocional e elementos considerados “irracionais”. A
organização precisa aumentar a sua produtividade e também desenvolver as estruturas
organizacionais, tais como: regras ou procedimentos específicos, criar hierarquias, cadeias de
comando, tendo objetivos claros e bem definidos. Na organização, ter pouca ou a total falta de
compatibilidade dos princípios e valores, somada as dificuldades pessoais em entender as
diferenças alheias em seus diversos aspectos podem gerar situações conflituosas (RAHIM,
2001).
Nestas últimas décadas, muitas mudanças foram verificadas, gerando a procura de
novos e inovadores modelos que auxiliem na gestão organizacional, tendo como objetivo
aperfeiçoar o desempenho, conquistar vantagens competitivas, atingir a missão institucional e,
em especial maximizar os resultados. Atualmente, as empresas que não souberem gerenciar
conflitos junto aos funcionários poderão passar por muitas adversidades frente a um cenário
tão competitivo e com inúmeras transformações sociais, culturais e políticas, temos como
exemplo: a redução da participação de mercado; as dificuldades em desenvolver novos
produtos; apresentar o clima organizacional prejudicado; queda de produtividade; gerar uma
percepção ou imagem negativa para determinado público-alvo. (BURBRIDGE, 2012).
Para Faria (2006), nas organizações existem atmosferas psicológicas próprias, o clima
organizacional deve estar relacionado em tentar satisfazer as necessidades humanas dos seus
integrantes, por isso, quando ocorre algum fator que desencadeie o descontentamento ou
frustração no público interno, pode causar reações no funcionamento da empresa. Após o
surgimento das motivações de caráter econômico, se iniciou novas motivações que interferem
direto no desenvolvimento individual realizado através do trabalho, assim sendo, muitos
conflitos íntimos e sociais tiveram visibilidade nas famílias e grupos. Entretanto, a percepção
para identificar potenciais conflitos pode se constatar nos grupos envolvidos.
Carvalho Ferreira, Neves & Caetano (2001), pontuam não ser desconhecido alguns
conflitos identificados nas empresas, porém é um fato difícil de ser assumido. As
organizações, em determinadas situações, não têm coragem de assumir que determinados
conflitos possam estar inseridos nas suas instalações, pois enxergam este conflito como falha
da sua parte, uma ameaça na sua estabilidade ou no seu controle. Sendo assim, um indicador
que sinaliza uma má eficácia organizacional que em demasia pode conduzi-la ao caos.
Entretanto, quando se apresenta baixos níveis de conflitos organizacionais pode-se tornar
30
vulnerável a sofrer estagnação e a rapidez para tomar essas decisões é fundamental. Neste
momento, gerir os conflitos tendo como objetivo elaborar estratégias visando identificar as
soluções mais adequadas e quanto à negociação para conduzi-los desde que surgem e não
apenas eliminá-lo.
Wagner & Hollenbeck (2003, p.294), definem como ocorrem os conflitos:
Conflito é um processo de oposição e confronto que pressupõe a presença de
interdependência, indeterminismo político e divergência. Ele pode ser gerenciado mediante
barganha e negociação ou resolvido pela reestruturação das relações de interdependência
mediante o uso de vários mecanismos de desacoplagem ou de vinculação de unidades.
Todavia, tendo a compreensão que definir conflitos como ponto central significa usar
o poder de confronto e nas disputas que envolvem diversos interesses afins. Pode se
considerar como algo que leva tempo para se desenvolver e não um evento que ocorre num
determinado momento e depois desaparece. A dificuldade de se obter resultados satisfatórios
surge para ameaçar a eficácia do desempenho, implicando em ter uma elaboração clara e
definida do conflito sendo um dilema para os gerentes usarem suas habilidades para controlar
(WAGNER & HOLLENBECK, 2003).
Sendo o conflito considerado um fenômeno incontornável, é preciso gerir com
compreensão seja direcionada da forma ideal para que suas vantagens sejam percebidas e os
aspectos negativos sejam reduzidos ou anulados. Resolver conflitos é, entretanto, uma
competência que permite ao profissional fortalecer suas relações com o firme objetivo de
negociar e encontrar soluções. (CUNHA, 2004).
Conforme surgem conflitos, Montana (2005) acrescenta que, as divergências podem
existir no grupo, determinando o alcance das metas ou definindo aquelas que serão
perseguidas e quais serão ignoradas pode gerar conflito. Portanto, determinados conflitos
identificados como uma força constante e administrados para atuar de maneira construtiva,
são responsáveis por muitas ameaças à estabilidade da empresa ou podem ser percebidas
como chances de progresso, estimulando assim, os seus colaboradores.
Para Horton & Hunt, (1980 apud Bernardes, 2003), afirmam através dos conceitos da
sociologia que buscar recompensas através do enfraquecimento dos concorrentes. Ainda
segundo a sociologia o conflito consiste em representar um dos tipos de processos sociais
onde os grupos atuam entre si, classificado como processo dissociativo. O conflito
considerado mais claro, com referência até hoje, corresponde à luta de classes, onde é nítida a
busca pelo poder diante de interesses diferentes. (OLIVEIRA, 2001).
31
Bacal (2004), enfatiza uma visão positiva ou negativa dos conflitos, pois a percepção
individual deve até ser considerado útil para as empresas. Portanto, podem causar crescimento
ou destruição dependendo de como forem administrados.
Isso porque, quando o conflito se torna conhecido pelas pessoas envolvidas, pode ser
destrutivo e violento, conciliatório ou amistoso. Não importa qual a origem do conflito ou a
postura adotada para geri-lo, as pessoas envolvidas terão sempre a intenção de expor suas
razões e ter suas necessidades atendidas (FARIAS 2006 apud FERREIRA JUNIOR, 2007).
Para isso, torna-se essencial numa organização uma gestão que tenha a capacidade de
perceber o conflito a tempo suficiente para agir (HANDY, 1978).
A presença do conflito pode ser detectada com a observação de alguns fatores na
organização, são eles: comunicações deficientes (lateral ou vertical); hostilidade e inveja
intergrupal; fricção interpessoal - antipatia entre indivíduos de grupos diferentes; intervenção
constante do alto escalão em conflitos menores; proliferação de regras, regulamentos, normas
e mitos; e, moral baixo, por causa da frustação originada da ineficiência (HANDY, 1978).
Observou-se neste tópico a evolução dos pensamentos sobre o conflito dentro das
organizações. Na visão clássica o conflito era visto como um evento que prejudica que
deveria ser evitado a todo o custo pelos administradores, até chegar à visão mais
contemporânea que aí passa a considerá-lo como uma fonte de inovação necessária às
organizações modernas. Embora seja tão difícil definir conflito, alguns aspectos ficam bem
esclarecidos após a reflexão realizada até aqui: a) primeiro pode-se destacar a questão da
necessidade de no mínimo duas partes para que haja o conflito; b) segundo, a existência do
conflito depende da percepção das partes da situação conflitiva, e c) terceiro, existem diversos
tipos de conflitos, porém, em sua essência, estão relacionados ao posicionamento das partes
de acordo com a situação apresentada. Os conflitos são, portanto, um fenômeno relacional
(ADLER & TOWNE, 2002).
Falando sobre as diferentes escolas e suas abordagens, "tem havido conflitos em
relação ao papel do conflito nos grupos e organizações" (ROBBINS, 2002, p. 374). Segundo
este autor, há três visões distintas de conflito - a da Escola Tradicional, a da Escola de
Relações Humanas e a da Escola de Abordagem Interacionista.
Ao falar da Escola Tradicional apresenta-se a abordagem mais antiga de conflito,
resumindo que todo conflito é ruim. Assumindo, por sua definição, que todo conflito é danoso
e deve ser evitado, e usado como sinônimos de palavras como destruição, violência e
irracionalidade. Essa visão tradicional de conflito prevaleceu, sobretudo, durante as décadas
de 1930 e 1940. O conflito era visto como uma disfunção que resultava das falhas de
comunicação, da falta de abertura e confiança entre as pessoas e do fracasso dos
administradores em atender as necessidades de seus funcionários. Considerava-se que todo
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conflito era uma indicação de que alguma coisa não estava funcionando bem no grupo e que
portando, seria necessário verificar o comportamento das pessoas para entender o que estava
gerando o conflito, para poder evitá-lo. Assim, para melhorar o funcionamento do grupo era
necessário apenas descobrir as causas do conflito e corrigir o mau funcionamento (ROBBINS,
2002).
No final dos anos 1940 até a metade dos anos de 1970, a Escola de Relações Humanas
assume que o conflito é uma consequência natural nos grupos e organizações e que, por ser
natural é inevitável e deve ser aceito. Desta forma, com esta abordagem, o conflito não é
necessariamente ruim, sendo que sua existência pode ser racionalizada - o conflito tem o
potencial de ser uma força positiva para o desempenho do grupo, havendo ocasiões em que
ele pode ser benéfico (ROBBINS, 2002).
Na abordagem Interacionista, sendo a perspectiva mais recente sobre o conflito,
assume-se que este é indispensável para o desempenho eficaz do grupo, enquanto a
abordagem de relações humanas considera que o conflito pode ter um aspecto positivo. Os
seguidores da Escola da Abordagem Interacionista afirmam que um grupo muito harmonioso
e tranquilo está na iminência de se tornar estático e apático, correndo o risco de não
corresponder às necessidades de mudança e inovação. Os líderes de grupo devem ser
encorajados a manter um nível mínimo e constante de conflito, permitindo que o grupo se
mantenha viável e auto criativo (ROBBINS, 2002). Essa visão confirma o que foi dito
anteriormente: o conflito, em si, não pode ser considerado bom ou ruim; a sua natureza e a
forma de administrá-lo é que farão com que suas consequências sejam positivas ou negativas
para o grupo e para a organização como um todo (LIKERT e LIKERT, 1979); (UMSTOT,
1984); (BARON 1986).
Conforme o desenvolvimento do tema, percebemos que o conflito é inelutável e
constante nas organizações, porém existem ambientes e situações que potencializam a
ocorrência do mesmo, uma boa forma de compreender e trabalhar um assunto é estudando
suas causas. Por isso segue alguns fatores causadores de conflitos nas organizações.
As principais causas de conflito organizacional, para Berg (2012), são: as mudanças,
elas ocorrem principalmente por pressão do mercado, forçando a organização a adaptar-se às
novas realidades. Essas alterações são geralmente de caráter tecnológico, estrutural ou
comportamental, buscando com isso melhorar a eficácia na busca por resultados, neste caso
aumentar ou manter lucros, enxugar custos, sempre levando em conta que as empresas
querem crescer e manter-se no mercado.
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De acordo com Daft (2002, p. 409), o conflito pode ser intergrupal, trata-se do
comportamento que ocorre entre grupos organizacionais quando os participantes se
identificam com um grupo e percebem que outros grupos podem bloquear a realização da
meta ou expectativas de seu grupo. Outra definição de conflito apropriada para o presente
estudo é a de Robbins (2002) tratando-o como um processo que tem início quando uma das
partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente, alguma coisa que a
primeira considera importante. O autor também apresenta uma caracterização da maneira
como os conflitos dentro das organizações eram e são abordados, para tanto é feita uma
apresentação sob três visões:
a) Visão Racional: uma das visões mais antigas, na qual os seus princípios defendem
que o conflito é algo lesivo à organização, sendo assim necessário evitá-lo;
b) Visão de Relações Humanas: esta abordagem argumenta que o conflito é uma
consequência natural e inevitável em qualquer grupo, não sendo necessariamente ruim,
podendo ter o potencial de ser uma força positiva na determinação do desempenho do grupo;
c) Visão Interacionista: trata o conflito como uma forma de contribuir positivamente
para a mudança e inovação, ou seja, existe a necessidade que os líderes mantenham o nível de
conflito gerenciável, mantendo também o grupo de trabalho viável, autocrítico e criativo, não
necessitando evitá-los.
Na organização abordando o conflito e sua teoria Administrativa verifica-se que no
início do século XX, entendia-se o conflito como algo deficiente dentro das organizações,
sendo considerado algo destrutivo e era evitada de todas as maneiras a geração de conflitos
dentro da empresa.
Quando ocorria qualquer tipo de conflito este era ignorado, negado e até mesmo
administrado de maneira rude e ríspida. Neste período se acreditava que os conflitos eram
evitados se os funcionários tivessem uma única maneira correta de fazer as coisas e, ainda, se
qualquer insatisfação por parte dos funcionários fosse externada seria imediatamente
reprovada pelos gerentes e diretores. (MARQUIS; HUSTON, 1999).
Nessa época, devido às consequências geradas pela Revolução Industrial, ou seja, o
crescimento acelerado das empresas e a necessidade de aumentar a eficiência e competência
das empresas surgiram várias teorias no qual se estudou o método da ciência aos problemas da
administração, identificando com este estudo o objetivo da administração dentro da empresa
bem como a relação dos funcionários e superiores.
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Chiavenato (2000), afirma que neste período Taylor fez algumas considerações acerca
da visão administrativa. E que o objetivo da administração era pagar os salários melhores e
reduzir custos de produção, tendo a administração a função de padronizar e estabelecer
controles onde os funcionários deveriam ser selecionados e colocados em locais e condições
adequadas para que as normas fossem cumpridas e que deveriam ser para aprimorar suas
aptidões e executar as tarefas para cumprir uma produção normal.
O mesmo autor continua a enfatizar que a tentativa de Taylor era focar na
racionalização do trabalho dentro da organização. Esta se baseava em análise do trabalho por
meio de tempos e movimentos; estudos da fadiga humana; estudos das condições ambientais
de trabalho; desenho de cargos e tarefas; divisão de trabalho e especialização do operário;
incentivos salariais e prêmio de produção. Através destes estudos nota-se que o trabalhador
era influenciado pelo meio no qual estava inserido e as relações humanas eram influenciadas
pelo meio ambientes.
Vários outros teóricos e estudiosos estudaram a relação humana dentro da
organização, para Etzioni (1976) não existia conflito entre o homem e a empresa, partia do
princípio de que o que era bom para a administração era bom para os trabalhadores.
Chiavenato (2000, p. 63) relata que apesar de não ignorar os problemas humanos da
organização, esta teoria “não conseguiu dar um tratamento sistêmico a interação entre as
pessoas e grupos informais nem aos conflitos organizacionais”.
O Movimento das Relações Humanas surgiu a partir da década de 30, tendo em vista a
necessidade de corrigir a tendência à desumanização no trabalho, o que até então acontecia
devido a métodos rigorosos e precisos aos quais os trabalhadores eram submetidos
(CHIAVENATO, 2000).
Na teoria humanística, o estudioso Elton Mayo se destaca no meio científico com sua
pesquisa onde concluiu que a produção dos trabalhadores não era determinada por aspectos
físicos e fisiológicos, mas por normas sociais e expectativas grupais. O pressuposto era que a
capacidade social do trabalhador determina o seu nível de competência e eficiência e não a
sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Assim,
acreditava-se que a disposição para produzir está diretamente relacionada com a integração
social (CHIAVENATO, 2000, p.74).
Neste aspecto, Ferreira, Reis e Pereira (2002) dizem que as pesquisas de Mayo
conceberam a ideia do ‘homem social’, onde o comportamento do trabalhador está
condicionado não só por fatores biológicos, mas também por normas e padrões sociais e,
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portanto, necessita ter reconhecimento, aprovação social e participação nos grupos onde
convive para que seja motivado. A motivação econômica, diante da importância dada aos
fatores psicoemocionais, passa a ser secundaria.
As experiências de Mayo também demonstraram que nas empresas existem as
organizações formais e informais, sendo que, na última, os operários demonstravam interesses
diferentes daqueles da organização.
Nesse sentido, já que não havia clima organizacional para a configuração formal de
conflitos a fim de se protegerem contra a ameaça da administração, os funcionários
manifestavam-se através da produção controlada por padrões (CHIAVENATO, 2000).
Uma das críticas que o Movimento das Relações Humanas recebe é sobre a negação
do conflito, pois sua aceitação implica na diferenciação de metas dos trabalhadores e da
empresa. Quanto a esse aspecto, esse movimento tentou resolvê-lo negando sua existência,
fato este que exclui qualquer possibilidade de resolução do conflito (FERREIRA; REIS;
PEREIRA, 2002).
Os sintomas do conflito traduzem os sinais de que a empresa está doente, embora não
caracterizem a doença em si. Sendo assim, torna-se necessário identificar os tipos de conflitos
e quais são as principais causas de conflitos que estão por trás de cada sintoma manifesto.
Os conflitos foram classificados, conforme a literatura, em dois tipos: de tarefa
(cognitivo) e de relacionamento (afetivo emocional), ou seja, pode-se afirmar que no conflito
de tarefa e relacionamento reúnem e condensam os achados das pesquisas da área. O primeiro
refere-se a desacordos do trabalho, como: forma de execução, ideias divergentes. Já o
segundo baseia-se em inimizades entre os componentes do grupo e inclui incompatibilidade
de personalidades ou de disposições.
Para melhor conhecer e saber interpretá-los é importante que se saiba suas formas e
tipos de ocorrência, de maneira que ao se deparar com uma situação de atrito possam
identificá-la, para assim buscar a melhor alternativa antes de tomar uma decisão e até para
resolver da melhor maneira possível.
Constata-se uma grande diversidade de ideias ao analisar os tipos de conflitos
existentes. Os conflitos podem ser classificados como: a) substantivo - aquele que se relaciona
à substância da tarefa; e b) afetivo - aquele que se relaciona aos aspectos emocionais e
39
afetivos das relações interpessoais (LIKERT e LIKERT, 1079), (UMSTOT, 1984). Os autores
Schermerhorn, Hunt & Osborn (1999) mantém o mesmo significado, porém utilizam a
nomenclatura emocional ao invés de afetivo.
Os conflitos também podem ser: a) pessoal ou intrapessoal - aquele que ocorre dentro
do próprio indivíduo; b) interpessoal - aquele que ocorre entre dois ou mais indivíduos; c)
intergrupo - ocorre entre dois ou mais grupos; d) intragrupo - aquele que ocorre entre os
membros de um mesmo grupo; e) interorganizacional - aquele que ocorre entre organizações
diferentes, sejam elas parceiras ou concorrentes (SCHERMERHORN, HUNT 7 OSBORN,
1999), (MORGAN, 1996), (WHITE E BEDMAR, 1986), (UMSTOT, 1984).
Ao se falar de resultados, o conflito pode se classificar em: a) construtivo - aquele que
acarreta benefícios para as pessoas, para os grupos e para a organização; e b) destrutivo -
aquele que age prejudicando a pessoa, o grupo ou a organização (SCHERMERHORN, HUNT
& OSBORN, 1999 E FUSTIER, 1975).
Os conflitos construtivos podem ser chamados de "funcionais" e os destrutivos de
"disfuncionais". Robins (2002) tipifica os conflitos em: a) de tarefa - tem relação ao conteúdo
e objetivo do trabalho; b) de relacionamento - é aquele que diz respeito à maneira como
trabalho é realizado.
De acordo com Burbridge (2012), a natureza de um conflito pode ser vista de três
categorias: origem do comportamento humano é a parte mais complexa e integral de todo o
tipo de conflito, pois cada um tem suas particularidades composto de matriz e sentimentos,
reações e pensamentos. A origem estrutural se refere às normas políticas e procedimentos,
fluxos e informações da própria empresa, que podem ser em parte responsáveis por boa parte
dos conflitos desnecessários. E por último a origem externos, aonde muitos conflitos que vem
do mundo externo são necessários e fazem parte do negócio, como tensões de mercado e
aspectos de entidades públicas e governo.
São diversas as razões que geram um conflito dentro de uma empresa, mas é
imprescindível que o gestor faça um diagnóstico do acontecimento para entender sua causa e
a partir daí solucionar da forma mais adequada. Nem sempre o fato gerador do conflito poderá
ser extinto, mas cabe ao administrador fazer o possível para que os impactos negativos sejam
minimizados.
Conforme Walton & Dutton (1978), apresentam um modelo que descreve nove
principais tipos precedente de conflito:
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fatalmente haverá conflito e competição. Sendo esta situação sendo inversa, quando os
recursos são divididos igualmente e ninguém sai perdendo, estimula-se à cooperação.
(BARON 1986).
Quando a organização promove recompensas que estimulam o esforço individual de
seus membros, gera-se um clima de competição, e a possibilidade de haver conflito é
aumentada (KOHN, 1995). Ao contrário disso, a organização que dá maior ênfase à eficiência
total estimula a cooperação dos indivíduos e ajuda a promover o esforço total do grupo.
Desta forma percebe-se, por ser um fenômeno relacional, suas principais causas do
conflito estão diretamente ligadas às percepções de desvantagens que um indivíduo tem
quanto aos aspectos de seu trabalho que dependerão da sua convivência com os outros.
Aspectos relacionados às suas tarefas, critérios de recompensas, interdependência para
conseguir seus objetivos, suas características pessoais e qualidade da comunicação, aliados às
características pessoais e às circunstâncias em que o indivíduo se encontra são as principais
causas de conflito nas empresas.
conflitos, o importante é conhecer e servir-se das várias opções existentes para manter o
conflito, manobrá-lo e aprender a utilizar suas técnicas.
Nem todo o conflito é igual e deve ser abordado da mesma forma, desta forma o gestor
deve saber quando e como usar as ferramentas à sua disposição, como a negociação, poder,
litígio, conciliação, ouvidoria, e diversas outras ferramentas disponíveis. O maior desafio está
em saber o que aplicar em cada situação, procurando aplicar as técnicas de forma inteligente.
(BURBRIDGE, 2012).
É notório para nós que qualquer relacionamento tanto profissional quanto pessoal está
sujeito a algum tipo de conflito. O importante é saber lidar com estes conflitos de forma tal
que venha transformá-lo em um aprendizado e não apenas enxergá-lo de forma negativa,
precisando ser evitado de qualquer maneira. No decorrer deste trabalho foram relatados as
origens dos conflitos e como administrá-los. Desta forma explanaremos algumas ferramentas
que poderão auxiliar os gestores na administração de seus conflitos organizacionais.
Burbridge (2012) diz que o conflito mal gerenciado, ou não gerenciado, gera custos altos para
as organizações, as pessoas e a sociedade brasileira como um todo. O benefício decorrente do
uso de meios alternativos de resolução de conflitos é a redução e a eliminação desses custos, e
esse é um caminho viável.
As técnicas que serão apresentadas são tradicionalmente utilizadas na administração
de conflito. Mas vale salientar que qualquer técnica poderá ter efeito positivo ou negativo, ou
seja, nem sempre o gestor poderá chegar a um acordo satisfatório onde lados envolvidos pela
situação são ouvidos e respeitados.
É extremamente difícil decidir qual técnica utilizar na resolução de conflitos.
Questionamento como: Qual a melhor alternativa? Como deverei proceder em situação de
conflitos? Sempre virão às nossas mente.
Uma coisa é certa, procure ser você mesmo. Busque agir de forma natural sem mudar
o seu comportamento e o mais importante tente respeitar o seu modo de ser e dos outros.
Sendo assim para que um conflito seja bem resolvido, é necessário que alguns pontos sejam
observados, conforme propõe Chalvin (1989): Concentrar-se nos problemas, focando a
questão dos relacionamentos pessoais; administrar e avaliar as diferenças individuais; ser
flexível com relação aos pontos de vista e estilo de trabalho da outra parte; aceitar diferenças
de opinião e de enfoque, lembrando-se que há diferenças significativas nos estilos de
pensamento; evitar rótulos negativos; focalizar os resultados e não as posições.
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são causas de conflitos. Estes conflitos podem ser administrados por meio de planejamento.
Um plano de integração, bem implantado aumenta substancialmente a capacidade das equipes
de trabalhar e lidar com o conflito.
• Processo do Planejamento: Para se planejar como administrar conflito é necessário
primeiro criar um processo sequencial de como funcionará cada planejamento e em que fase
será implantada, portanto é importante analisar como será feito e quem participará deste
processo, pois obter o comprometimento pessoal das pessoas neste processo é de vital
importância. Esta abordagem de consenso resulta num plano unificado que resulta em
implementação com menos conflitos. Existindo níveis baixos de conflitos, pois durante o
processo de planejamento as diferenças vão sendo monitoradas e eliminadas.
Os bons administradores de conflitos preferem lidar com os conflitos em suas fases
iniciais. Fica mais fácil identificar possíveis diferenças permitindo preparar planos de ações
que seja mais adequado para lidar com problema.
Barreiras que são tangíveis são removidas eliminando boa parte dos conflitos e os que
persistirem é aplicada a ferramenta de administração de conflito mais adequada, procurando
tirar o máximo de proveito da situação conflitante em benefício dos objetivos da empresa.
Sabemos que a maior fonte de conflito é a falta de comunicação. E que tipos de
personalidades tendem a causar conflitos, ou seja, pessoas muito autoritárias ou de baixa
estima são suscetíveis a gerar conflitos.
Burbbridge (2002) nos diz que saber dialogar é vital para a gestão eficaz de conflitos,
porém poucos gestores tem esse dom naturalmente. O gestor precisa aprender, entender e se
auto gerenciar, desenvolvendo suas habilidades no uso da arte de dialogar. E ainda, seguindo
as palavras do autor, dialogar é muito mais que uma técnica, se trata de uma competência
preenchida por diversas técnicas, entre elas: saber fazer perguntas, saber ouvir ativamente, ser
assertivo de forma adequada. Tudo isso reconhecendo a sua cultura e as dos outros e, e
autoconhecimento, coragem e acessibilidade. Quanto mais se conversa mais se fortalece
confiança e se reduzem os riscos de mal- entendidos.
Robbins (2002) aplica sua técnica de resolução de conflitos pautada nas intenções das
pessoas e não no comportamento. O mesmo autor define que; “As intenções ficam entre as
percepções e emoções e o comportamento explícito das pessoas”. Já o comportamento “[...]
nem sempre reflete bem as intenções das pessoas”.
Robbins (2002) salienta que existem cinco técnicas a ser utilizada pelos gestores na
resolução de conflitos são eles:
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forma adequada cada uma das técnicas aqui descritas. Sendo assim segue algumas dicas do
momento certo de aplicar cada uma delas:
• Competir: este método deve ser utilizado quando for necessário resolver o conflito
rapidamente em momentos de emergência ou quando for preciso implementar mudanças
impopulares ou se outros métodos foram utilizados não obtendo nenhum êxito.
• Colaborar: quando os envolvidos no processo desejam resolver o problema buscando
identificar a fonte de conflito estabelecendo uma empatia. Procuram aceitar o ponto de vista
do outro, mesmo que não concordem.
• Evitar: Quando se tem a possibilidade de outros resolverem o problema de forma
mais eficaz ou, se for necessário, mais tempo para se resolver o problema, sendo que as partes
envolvidas precisam repensar sobre a situação ponderando todos os pontos positivos e
negativos. Também é comum utilizar este método quando acham o problema irrelevante.
• Acomodar-se: Utiliza-se este método quando é mais importante preservar a relação
ou até mesmo o ambiente do que discutir o problema. Outro momento é quando o assunto é
mais importante para outra pessoa não sendo relevante para você, ou até mesmo quando você
quer indicar um certo grau de bom senso. Também utilizado quando se quer que as outras
pessoas aprendam através de sua escolha.
• Conceder: Deve ser usado quando ambos tem o mesmo poder ou metas que
competem entre si. Apropriado também para obter solução temporária para questões
complexas e em circunstâncias difíceis. É útil quando se pretende preservar, o relacionamento
já existente.
Estas técnicas oferecem uma base para a administração de conflitos. Através delas é
possível definir o objetivo de cada participante. Mas vale ressaltar que toda situação é
mutável. Durante um conflito estas intenções podem mudar, devendo o gestor estar atento à
reação de cada pessoa envolvida e se adaptar rapidamente a uma nova situação.
A Colaboração se apresenta como a melhor alternativa para se administrar conflito.
Tem como função identificar o problema e solucionar da melhor maneira possível. Quando a
técnica de colaboração é utilizada, as pessoas envolvidas no processo geralmente estão
dispostas a colaborar e entender o ponto de vista de cada pessoa envolvida no conflito.
Apesar de ser um método difícil de ser aplicado, é o único que busca entender e aceitar
os sentimentos da outra pessoa. Por isto é chamado processo ganha/ganha. Ambas as partes
acabam chegando a um entendimento e abrindo mão de algum ponto em favor da outra parte
envolvida chegando assim em um acordo viável para ambos.
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Todas as técnicas aqui apresentadas são apropriadas para cada situação, mas deve-se
salientar que a utilização de apenas uma técnica de cada vez pode limitar o gestor no
momento de conflito. O ideal é utilizar o máximo das técnicas possíveis para ter garantias de
qual será mais adequada dada a situação. A habilidade de escolher e utilizar a mais variada
técnica demonstra a habilidade do administrador em lidar com conflitos de maneira mais
rápida e eficiente.
Conforme Robbins (2002) a técnica de negociação tem sido discutida em todos os
âmbitos empresariais e sociais. “Saber negociar é uma arte”. É alcançar objetivo através de
acordos em situações de divergências. A negociação é um processo que envolve objetivos,
criatividade, comunicação e a capacidade de administrar conflitos. A negociação faz parte da
vida de todos os seres humanos. Viver é saber negociar.
Mas o que é negociação e como defini-la? Robbins (2002) define “como processo pelo
qual duas ou mais partes trocam bens ou serviços e buscam um acordo sobre as vantagens
dessa troca para elas”.
A melhor forma de resolver conflitos é negociando os interesses dos dois lados , mas
para isso é necessário comunicar bem, criando relacionamento de confiança, sendo criativo,
muitas vezes, é possível chegar a uma acordo melhor do que qualquer alternativa e de forma
justa para todos. Com uma negociação bem feita, a maioria dos conflitos pode ser evitada ou
resolvida. (BURBRIDGE, 2012).
Chalvin (1989) menciona que devemos enxergar o processo de negociação de forma
estratégica sendo que este tratamento estratégico exige uma série de passos a serem seguidos,
que são eles: objetivos tangíveis; objetivos emocionais e simbólicos; resultados desejados;
impactos esperados nos relacionamento.
O autor salienta que as negociações estratégicas são infinitamente superiores do que as
convencionais, pois elas seguem regras específicas.
Sendo que a primeira regra a ser seguida é planejar e pensar nas negociações, fazendo
uma análise geral de toda a situação. Passos para um bom Planejamento da Negociação:
1° Deve-se separar as pessoas envolvidas no problema com o objetivo de se concentrar
na negociação. É comum confundir as pessoas com o problema envolvendo questões pessoais.
2° Foco no interesse básico examinando o interesse de todos os envolvidos,
determinando aqueles que são comuns e aqueles que são conflitantes.
3° Buscar alternativas que proporcionem ganhos mútuos.
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Há duas visões para avaliação do processo de conflito, segundo Bacal (2004), a boa e
a ruim. A visão negativa sugere que conflito pode provocar reações distintas no âmbito das
organizações. Ela diz respeito à noção de que as organizações são criadas para atingir
objetivos e metas, com perfeita definição sobre tarefas, responsabilidades, autoridade e outras
funções e que, nesta formação, poderão surgir processos de conflito.
A visão positiva, diz respeito ao aspecto questionador dos processos de conflito, como
forma de estímulo aos membros da organização para incrementar seus conhecimentos e
habilidades, bem como contribuir para processos inovadores dentro de suas organizações. Os
conflitos são construtivos quando melhoram a qualidade das decisões, estimulam a
criatividade e inovação e encorajam interesses e a curiosidade entre membros de equipes,
fornecem meios pelos quais os problemas podem ser manifestados, diminuindo tensões, e
fomentam um ambiente de autoavaliação e mudança (BACAL 2004).
Chiavenato (2004) destaca alguns efeitos positivos e negativos dos conflitos, conforme
a seguir: Efeitos positivos - o conflito desperta sentimentos e energia no grupo, fazendo com
que muitas vezes busquem meios mais eficazes de realizar tarefas e soluções criativas e
inovadoras. Também é estimulada a coesão intragrupal, e por vezes é chamada atenção para
problemas existentes, que sendo tratados de forma eficaz evitam problemas maiores no futuro.
Efeitos negativos - o conflito pode provocar consequências indesejáveis para o bom
funcionamento da organização, como sentimentos de frustação, hostilidade e tensão nas
pessoas, que prejudica tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das pessoas.
Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução de conflitos, o que poderia ser
direcionado para o trabalho, e podem surgir comportamentos que prejudiquem a cooperação e
relacionamentos entre as pessoas do grupo.
Outros fatores surgem nos conceitos que os definem como a oposição ou ainda a
incompatibilidade, estabelecendo assim, as circunstâncias que irão colaborar para o começo
do processo dos conflitos. Todavia, determinados conflitos possuem aspectos que não são
53
As organizações são constituídas por grupos de pessoas que interagem entre si. Estes
discutem sobre as discordâncias de ideias, interpretações distintas das ocorrências ou
de valores opostos. Sendo o conflito um fato que ocorre com frequência nas
organizações, torna-se necessário a sua gestão e a capacidade de analisar as
vantagens e combater os efeitos danosos tendo como objetivo minimizá-los ou
anulados. (Chiavenato, 2008, p. 323).
Chiavenato (2000) salienta que nem sempre o conflito deve ser visto como algo
negativo, já que através da diversidade olhares sobre uma mesma questão é possível estimular
a criatividade e consequentemente, chegar a soluções e até mesmo a inovações que podem
fazer a diferença dentro da empresa.
Cunha; Silva; Moreira (2003), afirma que apesar do conflito ser algo inerente da
empresa, há que ter em conta que o conflito pode ser positivo ou negativo nos seus efeitos. E
para poder diferenciar os conflitos destrutivos dos construtivos é importantes saber lidar com
estes conflitos inerentes do dia a dia de qualquer empresa, tratando cada um deles de forma
individualizada e diferenciada.
Se o conflito não for gerenciado e lidado de forma individualizada e diferenciada, ele
pode resultar em brigas crônicas chegando à escala de violência. Por outro lado, pode ser terra
fértil para criar boas opções. Aí surge o desafio de qualquer gestor: Como desenvolver
habilidade para transformar conflitos potencialmente destrutivos em caminhos construtivos
harmonizar, diferenças e criar soluções satisfatórias para todos. (MARTINELLI, ALMEIDA,
1998).
O mesmo autor salienta que no bom conflito, reconhecem-se as diferenças entre as
partes e procura-se satisfazer as suas necessidades. Nem sempre os conflitos significam que
existe incompatibilidade de personalidade. Diferenças e discordâncias nem sempre são
sinônimos de incompatibilidade. Pelo contrário a diversidade de olhares sobre as mesmas
questões pode resultar em maior criatividade, abrindo olhares sobre as mesmas questões pode
resultar em maior criatividade abrindo caminho inovador.
Chiavenato (1999) destaca alguns efeitos positivos do conflito, são eles: através do
conflito o grupo pode buscar um meio mais eficaz para realizar uma determinada tarefa bem
54
como achar soluções mais criativas e inovadoras; uma boa resolução do conflito pode
solidificar sentimentos de coesão identidade dentro do grupo; o conflito pode servir como
mecanismo de correção dos problemas existentes evitando assim problemas mais graves;
mediante uma boa solução de conflitos as duas partes ganham, fazendo com que os grupos se
alinhem de forma coesa; através da solução dos conflitos a empresa poderá auferir maiores
ganhos de produtividade e eventualmente aumentar sua lucratividade.
O mesmo autor acima aborda que, por outro lado, os efeitos negativos do conflito
podem ser os seguintes: Quando o conflito está fora de controle pode criar um ambiente de
trabalho muito hostil, prejudicando o desempenho das pessoas; as pessoas veem os seus
esforços bloqueados ficando frustradas e podem mesmo desejar a vingança; gasta-se muita
energia para se lidar com o conflito, não investindo no trabalho; não existe a cooperação entre
as pessoas, que acaba prejudicando o desenvolvimento do trabalho.
A consequência do conflito é uma moeda de dois lados, sendo o lado negativo
composto de efeitos como bloqueio da comunicação, redução de coordenação,
potencialização dos estereótipos negativos, mudança na direção de uma liderança autocrática
e redução da habilidade de buscar outras perspectivas. E o lado positivo é composto de ideias
com mais consideração e cuidado com as novas ideias, uma maior atenção nos problemas
maiores, que possuem maior probabilidade de inovação e melhoria do acompanhamento do
desempenho. (BARON, 1986).
As características positivas correspondem na geração de diferentes opiniões, tendo
como objetivo soluções inovadoras, criativas que favoreçam a tomar decisões e a adotar
atitudes adequadas e positivas diante das adversidades; torna o clima organizacional
agradável; contribuir para as tarefas serem bem executadas; permite reconhecer problemas
ignorados e facilitar a coesão e lealdade; incentiva a inovação, geram mudanças e adaptações;
as fraquezas organizacionais são descobertas; facilita formar alianças para ganhar um conflito
específico e eliminar as tensões (BACAL, 2004).
Entretanto, a visão negativa dos conflitos, considera alguns aspectos que se
apresentam com frequência nas organizações, como por exemplo: desvio de atenção dos
objetivos; enfatizar as diferenças existentes nos grupos dificultando a comunicação e a
cooperação; pode gerar desgaste emocional e sentimentos de hostilidades, desconfianças,
comportamentos irresponsáveis; criar ambientes organizacionais ruins; afetar negativamente
os relacionamentos; causar a destruição da carreira de alguma pessoa; reduzir o desempenho
55
da organização; provoca atrasos e impasses nas decisões; reduz a motivação; consome tempo
e muita energia; causam situações específicas de disputas (MARTINELLI, 2008).
Entretanto, conforme a existência dos conflitos sendo positivo ou negativo, observa-se
que o conflito possui níveis conforme as situações do dia a dia na organização: baixo,
moderado e alto.
A consequência decorrente de uma situação conflituosa não é negativa nem positiva,
se analisada isoladamente. Para estabelecer qual é a possibilidade da consequência, faz-se
necessário analisar as partes envolvidas no processo do conflito, averiguar quanto às suas
motivações, reações aos resultados e vontade para aceitar a nova situação proposta. O
ambiente empresarial competitivo tende provocar situações conflituosas, que precisam ser
bem direcionadas para potencializar as consequências positivas, e o sentimento requerido para
que o conflito tenha consequências positivas é a cooperação.
Muito importante entender que gerir conflitos não significa acabar com eles, gerir
significa tirar proveito do conflito para resultar em algo a favor resultando em progresso.
ESTEVES (2002: p. 22), citando Follett (1982), salienta "como o conflito – diferença - está
aqui no mundo, e como não podemos evitá-lo nós devíamos, eu acho usá-lo. Em vez de
condená-lo devíamos pô-lo para trabalhar a nosso favor". (tradução do autor).
Os autores Adler e Towne (2002) classificam os comportamentos das pessoas diante
do conflito, de "estilos pessoais de conflito", como: assertivo, indireto, agressivo passivo,
agressivo direto e não assertivo. Os autores deixam claro que não existe estilo bom ou ruim e
sim o estilo mais apropriado diante das situações apresentadas. Existem sim alguns estilos que
apresentam características mais positivas do que os outros. Os fatores é que irão determinar
qual estilo deve ser utilizado, como: o relacionamento entre as partes, a situação encontradas,
quem é a outra parte e quais são seus objetivos.
Para reduzir as consequências negativas do conflito, devido à sua direção competitiva,
é necessário que se descubram objetivos sobre os quais os grupos estejam de acordo para que
recomponham a comunicação. Uma forma é os grupos focarem suas energias para um mesmo
inimigo que seja fora da organização, identificar um inimigo comum para os grupos
competidores, exemplo como um concorrente da empresa, seria uma forma de reduzir as
consequências negativas da competição. Outra forma também consiste em responsabilizar o
grupo por uma tarefa nova que exija a cooperação entre eles. (SCHEIN, 1969).
56
Então o conflito pode ser positivo ou negativo, nos tempos de hoje é inevitável e
sempre evidente, precisa-se compreendê-lo e saber lidar com ele sendo fundamental para o
sucesso pessoal e da organização.
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3 METODOLOGIA
A pesquisa pode ser classificada em dois tipos: A pesquisa básica que tem como
objetivo gerar novos conhecimentos básicos para a formulação de hipóteses, e talvez alguma
aplicação no futuro. (GIL, 2002).
A pesquisa aplicada visa gerar conhecimentos sobre um assunto específico e definido
anteriormente, é centrada em problemas e preocupações com o propósito de gerar soluções.
(GIL, 2002).
Esta pesquisa é classificada como aplicada, pois tem como objetivo, através da
aplicação prática, gerar informações para a solução da problemática deste estudo, é
fundamentalmente motivado pela necessidade de resolver problemas concretos, mais
imediatos ou não.
58
A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
Com relação à natureza das variáveis estudadas, a pesquisa teve uma abordagem
predominante qualitativa. Segundo Richardson (1985), a abordagem qualitativa é
recomendável para análise de situações complexas ou extrema particularidade. O autor afirma
que este tipo de pesquisa contribui para análise da interação de determinadas variáveis, para a
compreensão de processos vividos por grupos sociais, e para o entendimento de
particularidades do comportamento humano.
A escolha do método quantitativo e qualitativo para a análise do problema em questão
se deve fundamentalmente pela complexidade que envolve o tema conflito, e também a
abordagem do problema se relata de maneira a traduzir em números as opiniões e informações
coletadas para classificá-las e analisá-las de regressão e progressão.
A pesquisa quanto aos objetivos podem ser definidos em níveis de três tipos:
exploratória, descritiva e explicativa. A pesquisa exploratória pode proporcionar maior
familiaridade com o problema, pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas experientes no problema pesquisado, outro tipo é a pesquisa descritiva, que descreve
as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está
na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados tais como questionário e a
observação sistemática. A pesquisa descritiva tem como característica básica a exposição do
fenômeno em estudo. De acordo com Cervo e Bervian (1983) pesquisa descritiva se propõe a
descrever características, elementos, prioridades e "as relações existentes entre os elementos
componentes da situação pesquisada". E para finalizar, a pesquisa explicativa ajuda a
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É
o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade e explica a razão das coisas.
Deste ponto, a pesquisa foi classificada como objetivo descritivo, essa pesquisa tende
a identificar, expor e descrever as características da realidade em estudo, as particularidades
de um grupo, comunidade, população ou contexto social.
59
O questionário foi enviado por e-mail para cada um dos gestores que no mesmo dia
responderam e me retornaram por e-mail.
4 RESULTADOS
conflito no momento de tomadas de decisões as quais considero normal enquanto não houver
choque.” (Antônio). Já para (Felipe) “A diferença de personalidade em qualquer empresa é
muito evidente e na Radiolar não é diferente, existem pessoas que são mais racionais e outras
mais emocionais, então algumas pensam antes de entrar em conflito, já outras levam para a
emoção do momento.” Desta forma percebe-se que funcionários e gestores concordam com
esta questão.
Parte-se do pressuposto que não é possível estabelecer relações profissionais na
empresa sem conflitos, por isso conforme Burbridge (2012) uma organização operará sem
conflito se for composta por um indivíduo que tome todas as decisões e implemente-as
sozinho. Mas nesse caso, não haverá organização nenhuma. Uma organização composta por
“pesos mortos” também pode operar sem conflito, pois ninguém se queixa, mas também
ninguém se preocupa.
Quanto à raiva (gráfico 2), a pesquisa com os colaboradores mostra que 50% acredita
que não existe nenhuma raiva e 50% dos entrevistados respondeu que existe pouca raiva. Na
opinião dos gestores não existe raiva, existem disputas que muitas vezes levam a conflitos,
deixando o ambiente tenso.
65
Quanto ao atrito pessoal (gráfico 3), a pesquisa com os colaboradores mostra que a
maioria acredita que existe pouco atrito pessoal, totalizando em 65% dos entrevistados. 21%
respondeu que existe muito e os outros 14% que não existe nenhum atrito pessoal.
Conforme os gestores existem dois tipos de atritos, os bons que geram ideias novas e
novos conceitos e os ruins que são conflitos que não contribuem em nada para a empresa
66
crescer, geralmente acontece quando é necessário mudar o layout da loja, ou quando ocorre
disputa por clientes.
Sendo assim, existe pouco atrito pessoal dentro da organização, não será difícil para o
gestor resolvê-lo. Como se pode observar neste tópico a importância de o gestor estar
preparado para atuar diante dos conflitos que existirão na sua equipe, uma vez que facilitará a
conciliação entre os membros de seus liderados, minimizando as consequências negativas do
conflito e otimizando suas consequências positivas, sendo decisivo na consecução de seus
objetivos.
Quanto à tensão (gráfico 5), a pesquisa com os colaboradores mostra que a maioria
acredita que existe pouco tensão entre os membros de grupo de trabalho, totalizando em 71%
dos entrevistados. O restante (29%) respondeu que existe muito.
Os gestores percebem tensão quando a empresa sinaliza uma direção diferente,
percebe-se resistência a mudanças, gerando um comprometimento da equipe em relação ao
clima, que para eles é como se fossem conflitos interpessoais, conflitos não somente de ideias,
mas também de personalidades.
Então ambos percebem que existe tensão em alguns momentos dentro da organização,
como relata o gestor, geralmente acontece quando é necessário uma mudança, gerando um
desconforto para a equipe, muitas vezes abalando o clima organizacional.
Se o conflito é comum e até natural, então geralmente ele nasce apenas como uma
tensão entre as pessoas, e seus efeitos são ocultos. Vê-se o quanto é necessário maximizar os
resultados da organização, independentemente de como estes resultados são medidos, sem
68
ignorá-los, nem todos os conflitos que o gestor inevitavelmente precisa enfrentar são ruins.
Mas o conflito mal gerenciado é um dos maiores gerados de prejuízos desnecessários, tanto
para a organização como para os indivíduos que nela trabalham. (BURBRIDGE, 2012).
Quanto à discordância de opiniões (gráfico 6), 79% dos respondentes acreditam que
existe pouco, 15% responderam que existe muito e 6% que nenhuma. Mesmo sendo baixa a
porcentagem, 15 % dos respondentes, quer dizer que algo não está bem.
Na opinião dos gestores existe discordância de opiniões principalmente quando se
trata de métodos ou estratégias que será importante futuramente para o bom funcionamento da
empresa. O gestor Antônio relata que percebe que a equipe trabalha com uma visão de hoje
sem se preocupar com informações e dados que serão importantes para o futuro. Um simples
exemplo são as atualizações cadastrais do cliente como telefone ou endereço residencial.
Outro fator que é de suma importância e agora quem levanta esta questão é o gestor Felipe,
existe uma planilha para medir o fluxo de clientes na loja e o índice de conversão em vendas,
mas essa planilha não é preenchida corretamente, como deveria.
69
O conflito interpessoal é aquele que ocorre entre indivíduos, quando duas ou mais
pessoas encaram uma situação de maneira diferente. Embora boa parte dos conflitos sejam
causados por processos organizacionais conforme Berg (2012), a maioria dos atritos e
desavenças, entretanto, são de origem interpessoal, e na maioria das vezes a mais difícil de
lidar. Tem-se como indivíduo, seu sistema de crenças e valores, necessidades e interesses, e
prioriza-se os objetivos e metas da sua vida, tanto profissional quanto pessoal,
automaticamente quando seu sistema e suas prioridades são confrontadas o resultado natural é
o conflito.
Quanto à diferença de ideias na realização sobre as decisões das tarefas (gráfico 7), a
pesquisa com os colaboradores mostra que a maioria acredita que existe pouca diferença de
ideias, totalizando em 79% dos entrevistados. 15% responderam que existe muito e os outros
6% que não existe nenhuma diferença de ideias entre o grupo.
Segundos os gestores, existe diferença de ideias e geralmente são boas, a discordância
é ótima, mas sempre tendo uma certa tolerância conforme relata o gestor (Felipe), já para o
gestor (Antônio) existe diferença de ideias e muitas vezes é gerado até um certo desconforto
pelo fato de serem realizadas tarefas fora do que foi acordado, a preferência é realizar da
forma mais fácil no momento, sem levar em consideração as consequências futuras. Os
Colaboradores relataram que quando tem alguma atividade para realizar em grupo que
geralmente todos pensam da mesma forma. Porém 15% responderam que existe muita
70
diferença de ideias na realização das tarefas, a total cooperação das partes envolvidas é
essencial para o êxito da negociação e da implantação das medidas acordadas. Desta forma
percebe-se que com a convivência diária na empresa ocorrem naturalmente discordâncias de
ideias, pois cada pessoa pensa de uma forma diferente tem uma cultura diferente.
Neste sentido, ROBBINS (2002, p. 372) “conflito é um processo que tem início
quando uma das partes percebe que a outra parte afeta ou pode afetar negativamente, alguma
coisa que a primeira considera importante”. Tendo em vista que é primordial que todos os
administradores tenham o conhecimento de como agir diante dos conflitos encontrados nas
empresas.
Burbridge (20012) diz que o conflito mal gerenciado, ou não gerenciado, gera custos
altos para as organizações, as pessoas e a sociedade brasileira como um todo. O benefício
decorrente do uso de meios alternativos de resolução de conflitos é a redução e a eliminação
desses custos, e esse é um caminho viável, no que se refere à diferença de ideias sobre a
decisões de trabalho enfrentadas pela equipe questionada, o primeiro passo é perceber que o
conflito existe e depois buscar das mudanças de comportamento e o melhor método para
resolvê-las da melhor forma.
também que não ocorrem com frequência, por isso não considera prejudicial pois são
facilmente resolvidos e não atrapalham no andamento do trabalho. Segundo os gestores, sobre
a mesma questão (Antônio) coloca que “quando o conflito é com o grupo, se busca a
conciliação coletiva fazendo entender que a superação vai trazer benefícios a todos, se for
particular também de forma particular se busca a conciliação e encaminha-se a superação
mostrando que eliminar o conflito permite uma motivação maior.” Segundo o gestor (Felipe)
a melhor maneira é “a comunicação entre as pessoas envolvidas, tentando superar da melhor
maneira possível em um diálogo pacífico”. Ambas as sugestões surgiram tanto nas respostas
dos colaboradores como dos gestores ambos preocupados em melhor resolver as situações
conflituosas.
Percebe-se que existem sim alguns pontos para serem melhorados, muitos desses
conflitos são desnecessários e destroem valores, causando prejuízos para a organização e para
as pessoas que nela trabalham. Uma coisa é certa, existem organizações que não admitem a
presença de conflitos, desta forma fica mais difícil resolvê-los, desta forma todo gestor deve
preocupar-se com a gestão efetiva dos conflitos.
Nesta etapa são realizadas as sugestões para que os conflitos que possam existir
atualmente ou virem a existir sejam minimizados ou transformados em conflitos positivos
para a organização.
Havendo a percepção de um conflito, o próximo passo é a avaliação da natureza e do
grau de conflito para que se possa determinar ações e as ferramentas mais apropriadas para
lidar com a situação. Por grau pode-se considerar três níveis de conflitos: Nível A: relevantes
complexos, formais de alto valor e prioridade, que exigem o uso de recursos profissionais
advogados, árbitros, facilitadores ou mediadores. Nível B: relevantes, complexos e informais
sendo potencialmente danosos, mas que em geral, podem ser resolvidos com a utilização de
recursos internos preparados para essa finalidade. Nível C: Não relevantes, sendo de menor
valor e complexidade, do dia a dia que normalmente são resolvidos com habilidades sociais
dos participantes, sem a necessidade de envolvimento do gestor. (BURBRIDGE, 2012).
Ao perceber ocorrência de conflitos, o gestor precisa decidir em que nível está
trabalhando para saber quais os recursos que precisará alocar para resolver o problema. Para
74
CONSIDERAÇÕES FINAIS
cada um deles. Desta forma ficando mais fácil identificá-lo e transformá-lo em positivo e após
poder sugerir estratégias para minimizá-lo e transformá-lo de forma positiva.
Pode-se afirmar que as empresas são, em grande parte, fruto da atuação e influência
dos seus líderes, isso significa afirmar que é responsabilidade da liderança dar o exemplo em
relação à atitude de enfrentamento de conflitos, em vez de, adiar a decisão a ser tomada.
Cultivar a visão de interdependência, onde os membros de uma equipe são partes
fundamentais do bom ou mau êxito de um determinado projeto em questão, destacar a
importância do trabalho em equipe, a necessidade de ter respeito aos ritmos ou as formas de
aprendizados diversos, são princípios de gestão que devem ser norteadores do
comportamento. Por fim, a gestão de conflitos associadas aos modelos adotados pelas
lideranças dentro das empresas, proporcionam o enfrentamento dos fatos que ocorrem no
cotidiano através da confiança que adotam na negociação e na oposição dentro dos processos
de conflito, na tentativa de buscar um consenso. É necessário empenhar-se para obter o
comprometimento de cada indivíduo, alinhando os seus interesses, esclarecendo os objetivos e
as estratégias, tendo empenho em promover a comunicação de forma envolvente e
participativa entre as partes envolvidas.
Este trabalho atingiu o objetivo de identificar possíveis incidências de conflitos
intragrupais na organização em estudo e melhorias propostas para amenizar esses conflitos
existentes.
78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Quality & Participation. EUA. 2004.
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80
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RAHIM, M. A. Referent role and styles of handling interpersonal conflict. The Journal
Of Social Psychology, 1986.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo : Saraiva,
1985.
APÊNDICES
Questionário realizado pela acadêmica Rubia das Neves Quatrin, para a elaboração do
Trabalho de Conclusão de Curso, na Universidade Regional do Estado do Rio Grande
do Sul (UNIJUI) que tem como título Conflito Organizacional na empresa de móveis e
eletrodomésticos Radiolar.
A seguir você encontrará uma série de sentenças que procuram descrever a forma como
se dá o trabalho em grupos ou equipes. Utilize a escala abaixo para apontar a frequência
com que as situações descritas ocorrem em seu grupo de trabalho, registrando a sua
resposta na coluna especifica ao lado.
0 1 2 3
NENHUMA POUCO MUITO MUITISSIMO
11. Quais são os conflitos que existem mais percebidos por você na organização?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
13. O que você sugere para que os conflitos sejam minimizados ou passem a ser positivos
para o convívio na organização:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
14. Outras observações sobre conflitos que você pode perceber junto á sua equipe:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
83
Questionário realizado pela acadêmica Rubia das Neves Quatrin, para a elaboração do
Trabalho de Conclusão de Curso, na Universidade Regional do Estado do Rio Grande
do Sul (UNIJUI) que tem como título Conflito Organizacional na empresa de móveis e
eletrodomésticos Radiolar.
02. Existe conflito emocional entre os membros da sua equipe de trabalho? Comente.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
03. Existe raiva entre a sua equipe de trabalho, se existe em quais situações? Comente.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
04. Em relação ao atrito pessoal, ocorre em sua equipe durante as decisões? Comente.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
06. No momento de uma decisão que a equipe precisa tomar quais são os conflitos
enfrentados existe tensão?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
07. Existe discordância de opinião sobre as tarefas entre o grupo ou equipe de trabalho?
Comente.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
08. Existe diferença de ideias sobre a realização das tarefas entre membros do seu grupo ou
equipe de trabalho?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
10. Quando acontece a diferença de opinião em relação às tarefas e atividades como você se
posiciona em relação a esta questão?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
11. Quais são os conflitos que existem mais percebidos por você na organização?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
85
13. Quais são suas atitudes quando você identifica um conflito para que sejam minimizados
ou passem a ser positivos para o convívio na organização?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
14. Existem outros comentários sobre conflitos que você percebe junto á sua equipe:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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