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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações

Português da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Por:

Paulo Manuel da Costa Maia

Tese de Dissertação de Mestrado em Contabilidade

pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto

Orientada por:

Professor Doutor

JÚLIO FERNANDO SEARA SEQUEIRA DA MOTA LOBÃO

setembro de 2014
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Notas Biográficas1

Paulo Manuel da Costa Maia, nasceu na Freguesia de São Nicolau, Concelho e


Distrito do Porto, em 30 de junho de 1965. Concluiu a Licenciatura em Economia, em
fevereiro de 2006, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Como atividade profissional destaca-se o trading de valores mobiliários (ações,


predominantemente) desde o ano 2000, a título pessoal, no mercado de ações português,
no PSI-20, mantida até à atualidade.

No ano letivo de 2008/2009, frequentou o Programa Avançado de Fiscalidade: Uma


Abordagem Jurídico-Financeira, 4.ª Edição, na Universidade Católica Portuguesa
(Lisboa).

Até setembro de 2014, obteve 3 prémios atribuídos pela Delegação Regional do Norte
da Ordem dos Economistas: em julho de 2008, no âmbito do IV Ciclo de Temas de
Economia, no Tema de Contabilidade, o artigo “As NIC e a Contabilização de
Ativos Financeiros”; em julho de 2011, no âmbito do VII Ciclo de Temas de
Economia, no Tema de Finanças, o artigo “O Impacto de Basileia III sobre a
Economia”; em outubro de 2012, no âmbito do VIII Ciclo de Temas de Economia, no
Tema de Economia Portuguesa, o artigo “O Programa de Assistência Financeira e
a Economia Portuguesa: Descrição, Consequências e Perspetivas Futuras”.

No ano letivo 2008/2009, frequentou a parte escolar do Mestrado, na Área de


Especialização em Contabilidade, na Faculdade de Economia da Universidade do
Porto. Concluiu, em julho de 2011, após o que, iniciou a elaboração da Tese de
Dissertação de Mestrado para obter o Grau Académico de Mestre em Contabilidade,
pela mesma Faculdade. Em 2009 (até junho), esteve internado no Hospital de São João,
no Porto, 44 dias em coma induzido, com uma pneumonia. Esta, afetou o rim levando a
realizar, 3 vezes por semana (maio de 2009 a fim de abril de 2014), hemodiálise. Em 2
de maio de 2014, efetuou um transplante renal dispensando este tratamento (até à data).

1
Possui o endereço de correio eletrónico (email) – paulomaia20@iol.pt

I
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Agradecimentos

Em primeiro lugar, quero agradecer ao MAGNÍFICO PROFESSOR DOUTOR


JÚLIO FERNANDO SEARA SEQUEIRA DA MOTA LOBÃO, pela fineza em ter
aceite ser meu Orientador de Mestrado na Área de Especialização em Contabilidade.
Sem esta fineza não teria sido possível elaborar e entregar esta Tese de Dissertação de
Mestrado e, por conseguinte, não conseguiria a obtenção do Grau Académico de Mestre
pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. As sugestões, correções e
contribuições revelaram-se altamente profícuas para o resultado final plasmado nesta
Tese.

Em segundo lugar, também gostaria de agradecer ao meu sobrinho, JOÃO FARIA,


por me ter auxiliado na introdução das cotações em Excel das ações do BCP, BES e BPI
no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) e o seu respetivo carregamento (uploading) sem
o qual não poderia efetuar a elaboração do Estudo Empírico.

Em terceiro e último lugar, agradeço ao meu amigo PAULO CUBAL por ter lido esta
Tese e me ter dado a sua opinião pessoal para o seu enriquecimento bem como ao meu
ILUSTRÍSSIMO COLEGA DE MESTRADO, DOUTOR ADRIANO TORRES
DA SILVA, pela gentileza de também me ter dado as suas sugestões para melhoria da
Tese.

II
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Resumo

Nesta Tese de Dissertação de Mestrado, cumpre mencionar as ideias principais. O


objetivo é o de conhecer qual a utilidade para o investidor no mercado de ações
português (PSI-20), de se aplicar a Teoria das Ondas de Elliott. A motivação subjacente
surge devido à utilização por traders de valores mobiliários da análise técnica e,
simultaneamente, existirem poucos estudos sobre ela e sobre a Teoria das Ondas de
Elliott. A amostra abrange as cotações das ações do BCP, BES e BPI de 2009 e 2010.
Os resultados revelaram a utilidade do Software Elliott Wave (Versão 9.5.), como
ferramenta previsional de cotações, no contexto de um movimento descendente do
mercado, em cada uma das três ações (se nenhuma for possuída). As melhores
estratégias são: não comprar nenhuma, Estratégia 2 (Wait and See) e/ou abrir posições
curtas, Estratégia 4 (Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro
Alavancado (CFD´s)), sobre a cotação de cada uma das três ações.

Esta Estratégia 4, de 2 de janeiro até 30 de junho de 2011, no caso de 16949 CFD´s


sobre a cotação da ação do BCP, permitiria obter uma rendibilidade de + 288% com
um risco de 0,09. No caso de 3378 CFD´s sobre a cotação da ação do BES, uma
rendibilidade de + 113% para um risco de 0,46 e, por último, no caso de 7092 CFD´s
sobre a cotação da ação do BPI, uma rendibilidade de + 266% e um risco de 0,2.

A rendibilidade foi construída pela taxa de variação discreta e o risco pelo desvio-
padrão, não refletindo a ideia de alavancagem associada a um CFD. Não foram
encontrados estudos empíricos em Portugal, aplicados a ações individuais do PSI-20,
para comparação.

Palavras-Chave: Análise Técnica, Números da Sequência de Fibonacci, Teoria das


Ondas de Elliott, Software Elliott Wave (Versão 9.5.)

III
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Abstract

In this Master Thesis, it is worth mentioning the main ideas. The goal is to know what is
the usefulness to the investor in the Portuguese Stock Index (PSI-20), applying the
Elliott Wave Theory. The underlying motivation arises from the use by traders in
stocks of technical analysis and, simultaneously, there are few studies on it and on the
Elliott Wave Theory. The sample covers the quotes of the stocks of the BCP, BES and
BPI, 2009 and 2010. The results revealed the usefulness of Elliott Wave Software
(Version 9.5.), as forecast stocks tool in the context of a downward movement of the
market in each one of the three stocks (if none is possessed). The best strategies are: do
not buy any stock, Strategy 2 (Wait and See) and/or open short positions, Strategy 4
(Position (Long or Short) In a Leveraged Financial Instrument (CFD's)), on the
quote of each of the three stocks.

This Strategy 4, from January 2 to June 30, 2011, in the case of 16949 CFD's on the
stock quote of the BCP, would get a return of + 288%+ with a risk of 0.09. In the case
of 3378 CFD's on the stock quote of the BES, a return of + 113% for a risk of 0.46
and, finally, in the case of 7092 CFD's on the stock quote of the BPI, a return of +
266% and a risk of 0.2.

The return has been built by discrete rate variation and risk by the standard deviation,
not reflecting the idea of leverage associated with CFD. No empirical studies were
found in Portugal, applied to individual stocks of the PSI-20 for comparison.

Key-Words: Technical Analysis, Fibonacci Sequence Numbers, Elliott Wave Theory,


Elliott Wave Software (Version 9.5.)

IV
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Resumé

Dans cette Thèse de Master, il convient de mentionner les principales idées. L´objective
est de savoir quel est l´utilité pour l'investisseur dans le marché de actions portugais
(PSI-20), de l'application de l´Elliott Wave Theorie. La motivation sous-jacente se pose
en raison de l'utilisation par les traders des titres, de l'analyse technique et, en même
temps, il existe peu d'études sur elle et sur la Théorie des Vagues d'Elliott. L'échantillon
couvre les cours des actions du BCP, BES et BPI, 2009 et 2010. Les résultats ont
révélé l'utilité de Elliott Wave Software (Version 9.5.), comme outil de prévision de les
cour des actions dans le cadre d'un mouvement à la baisse du marché dans chaque
l'une des trois actions (s'il n'y est possédé). Les meilleures stratégies sont: n'achetez pas
aucune action, la Stratégie 2 (Wait and See) et/ou l´ouverture des positions courtes
Stratégie 4 (Position (Long ou Court) dans un Instrument Financier à Effet de
Levier (CFD´s)), sur le cour de chacune des trois actions.

Cette Stratégie 4, de 2 Janvier to 30 Juin 2011, dans le cas de 16949 CFD´s sur le cours
de l'action de la BCP, obtiendrait une rentabilité de + 288% avec un risque de 0,09.
Dans le cas de 3378 CFD´s sur le cours de l'action de la BES, une rentabilité de +
113% pour un risque de 0,46 et, enfin, dans le cas de 7092 CFD´s sur le cour de
l´action de la BPI, une rentabilité de + 266% et un risque de 0,2.

La rentabilité a été construit par la variation de le taux discréte et risque par l'écart-
type, et ne reflète pas l'idée de levier associé à CFD´s. Aucune des études empiriques
ont été observées au Portugal, appliqué à des actions individuelles du PSI-20 pour la
comparaison.

Mots-Clés: Analyse Technique, Nombres de Fibonacci, Elliott Wave Theory, Elliott


Wave Software (Version 9.5.)

V
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Zusammenfassung

In dieser Abschlussarbeit des Mestrado-Studiengangs gilt es, die wichtigsten Gedanken


aufzuführen. Das Ziel ist es, herauszufinden, welchen Nutzen die Anwendung der
Wellen-Theorie von Elliott für die Investoren auf dem portugiesischen Aktienmarkt
(PSI-20) hat. Der Grund für diese Untersuchung bilden der Einsatz dieser Technischen
Analyse durch Wertpapierhändler (Traders) und der Umstand, dass nur wenige
Untersuchungen über diese Analyse und die Wellen-Theorie von Elliott vorliegen. Die
Darstellung umfasst die Notierung der Aktien der Banken BCP, BES und BPI in den
Jahren 2009 und 2010. Die Ergebnisse zeigen den Nutzen des Einsatzes der Software
Elliott Wave (Version 9.5) als Mittel zur Vorhersage der Notierungen im Kontext eines
fallenden Marktes für jede der drei Aktien (ohne dass eine dieser gehalten wurde). Die
besten Strategien sind: keine Aktien zu erwerben, Strategie 2 (Wait and See) und/oder
kurze positionen zu eröffnen, Strategie 4 (Position (kurz oder lang) kein
fortschrittliches Finanzinstrument (CFDs)), in Bezug auf die Notierung aller drei
Aktien.

Strategie 4, mit Bezug auf einen Zeitraum vom 2. Januar bis zum 30. Juni 2011 für
16949 CFDs auf die BCP-Aktien, erlaubt eine Rentabilität von + 288 % mit einem
Risiko von 0,09. Für die 3378 CFDs der BES-Aktien, eine Rentabilität von + 113 %
mit einem Risiko von 0,46 und, abschließend, für die 7092 CFDs der BPI-Aktien, eine
Rentabilität von + 266 % und ein Risko von 0,2.

Die Rentabilität ergibt sich aus der diskreten Änderungsrate und dem Risiko der
Normabweichung, wobei die Annahme des mit einem CFD verbundenen Leverage-
Effekts nicht berücksichtigt wird. In Portugal liegen keine empirischen Studien vor, die
sich auf die einzelnen Aktien des PSI-20 beziehen, und die für einen Vergleich
herangezogen werden könnten.

Schlagwörter: Technische Analyse, Zahlen der Fibonacci-Folge, Wellen-Theorie von


Elliott, Software Elliott Wave (Version 9.5.)

VI
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Resumen

En esta Tesis, cabe destacar las ideas principales. El objetivo es saber cuál es el
beneficio para el inversor en el mercado de acciones portugués (PSI-20), de aplicación
de la Teoría de Ondas de Elliott. La motivación subyacente surge debido a la
utilización por los traders en valores de análisis técnico y, al mismo tiempo, existen
pocos estudios sobre el mismo y sobre la Teoría de Ondas de Elliott. La muestra cubre
las cotizaciones de las acciones BCP, BES y BPI 2009 y 2010. Los resultados
revelaron la utilidad de Elliott Wave Software (Versión 9.5.), como herramienta de
pronóstico en el contexto de un movimiento a la baja del mercado en cada una de las
tres acciones (si no se posee). Las mejores estrategias son: no compre ninguna,
Estrategia 2 (Wait and See) y/o e apertura posiciones corta, Estrategia 4 (Posición
(largo o corto) en un Leveraged Instrumento Financiero (CFD)), al respecto las
cotizaciones de cada una de las tres acciones.

Esta Estrategia 4, del 2 enero a 30 junio, 2011, en el caso de 16.949 CFDs al respecto
la cotizacion de la acción BCP, obtendría una rentabilidad del 288% + con un riesgo
de 0,09. En el caso de 3378 CFD´s al respecto la cotizacion de la acción BES, obtendría
una rentabilidad del + 113% para un riesgo de 0,46 y, por último, en el caso de 7092
CFDs al respecto la cotizacion de la acción BPI, obtendría una rentabilidad del + 266%
y un riesgo de 0,2.

La rentabilidad ha sido construida por la variación del tipo discreto y el riesgo por la
desviación estándar, que no refleja la idea de apalancamiento asociado con CFD. No se
encontraron estudios empíricos en Portugal, aplicados a las acciones individuales del
PSI-20 para la comparación.

Palabras-Clave: Análisis Técnico, Los Números de Fibonacci, Teoría de Ondas de


Elliott, Wave Software Elliott (Versión 9.5.)

VII
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Riassunto

In questa Tesi, vale la pena ricordare le idee principali. L'obiettivo è quello di


conoscere che è utilitá per l'investitore in el Mercato de aziones portoghese (PSI-20),
applicando la Teoria del Elliott Wave. La motivazione di fondo si pone a causa dell'uso
da parte degli traders in titoli, di analisi tecnica e, contemporaneamente, ci sono pochi
studi su di esso e sulla Elliott Wave Theory. Il campione comprende il prezzo delle
azioni di BCP, BES e BPI 2009 e 2010. I risultati hanno rivelato l'utilità di Elliott
Wave Software (Versione 9.5.), come strumento di previsione di prezzo nel contesto di
un movimento verso il basso del mercato in ogni una delle tre azioni (se non è
posseduto). Le migliori strategie sono: non comprare qualsiasi, Strategia 2 (Wait and
See) e/o posizioni corte aperte, Strategia 4 (Position (Long o Short) In uno Strumento
Finanziario Leveraged (CFD)), sul prezzo di ogni tre azioni.

Questa strategia 4, dal 2 gennaio al 30 giugno 2011, nel caso di 16949 CFD sul prezzo
delle azioni di BCP, otterrebbe un ritorno di + 288% con un rischio di 0,09. Nel caso
di 3378 CFD sul prezzo delle azioni di BES, un ritorno di + 113% con un rischio di
0,46 e, infine, nel caso di 7092 CFD sul prezzo delle azioni di BPI, com un ritorno di +
266% e un rischio di 0,2.

Il ritorno è stato costruito da variazione del tasso discreta e il rischio per la deviazione
standard, non riflette l'idea della leveraged associati con CFD. Non esistono studi
empirici sono stati trovati in Portogallo, applicato a singoli azioni di PSI-20 per il
confronto.

Parole chiave: Analisi Tecnica, Numeri di Sequenza di Fibonacci, Elliott Wave Theory,
Elliott Wave Software (Versione 9.5)

VIII
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

摘要

在这篇论文论文,值得一提的主要思路。 们的目标是要知道什么样的利润在葡

萄牙股市 PSI-20 的投资者,运用艾略特波浪市场的理论。 基本动机的产生


是由于交易者在技术分析的证券,并同时使用,很少有研究,并在艾略特波浪理

论。样品覆盖BCP,BES和BPI的股票价格2009年和2010年的结果显示,在市场

的每一个向 运动的背景 艾略特波浪软 的实用性 9.5版 ,据估计报 工

这 个动作之一 如果没有被附体 。最好的策略是: 买任何策略2 观望

和/或开淡仓,战略4 位置 多头或空头 在杠杆金融工 差 合约 ,每


个的 格 个动作。

这种策略4,从1 2日至2011年6 30日,在16949差价合约的BCP的股价的情况下

,会得到0.09风险回报288%+。在3378差价合约的BES,A的0.46风险,并最终回

报+113%的股价,在7092差价合约对股票 格的BPI,回报的情况 的情况下+的

266%和0.2风险。

产量已建 的离散率的变化和风险的标准差, 能反映 CFD相关的杠杆作用的

想法。没 经验研究,发现在葡萄牙,施加到PSI-20的个股进行比较。

关键词:技术分析,斐波那契数,艾略特波浪理论,艾略特波浪软 版本9.5

IX
‫‪Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português‬‬
‫‪da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott‬‬

‫م لخص‬

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‫‪X‬‬
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Índice Geral

Introdução ____________________________________________________________ 1
Capítulo I. - Análise Técnica: Alguns Apontamentos Iniciais ____________________ 6
Capítulo II. - Números da Sequência de Fibonacci ____________________________ 14
II.1. - Breve Enquadramento Teórico ____________________________________ 15
II.2. - Retracements, Golden Ratio e Inverso de Golden Ratio_________________ 17
II.3. - Fibonacci Maps: Fibonacci Fans e Fibonacci Arcs ____________________ 24
II.4. - Revisão da Literatura ___________________________________________ 29
Capítulo III. - Teoria das Ondas de Elliott___________________________________ 35
III.1. - Breve Enquadramento Teórico ___________________________________ 36
III.2. - As Ondas de Impulso (Impulse Waves) ____________________________ 43
III.3. - As Ondas de Correção (Corrective Waves) __________________________ 46
III.4. - Algumas Regras para a Deteção e Contagem das Ondas de Elliott________ 48
III.5. - O Golden Ratio _______________________________________________ 50
III.6. - Revisão da Literatura ___________________________________________ 51
Capítulo IV. - Estudo Empírico ___________________________________________ 62
IV.1. - Cotações Observadas do BCP, BES e BPI (2009 e 2010): Análise Introdutória
_____________________________________________________________ 63
IV.2. - Principais Tendências Evidenciadas _______________________________ 67
IV.2.1. - Tendências na Cotação da Ação do BCP________________________ 69
IV.2.2. - Tendências na Cotação da Ação do BES ________________________ 74
IV.2.3. - Tendências na Cotação da Ação do BPI ________________________ 79
IV.3. - Resultados Obtidos ____________________________________________ 83
IV.3.1. - Significado Teórico do Sumário de Inspeção (Summary Inspector) ___ 83
IV.3.2. - Resultados na Cotação da Ação do BCP ________________________ 86
IV.3.3. - Resultados na Cotação da Ação do BES ________________________ 88
IV.3.4. - Resultados na Cotação da Ação do BPI_________________________ 90

XI
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

IV.4. - Previsões, Estratégias Alternativas e Comparações de Resultados ________ 92


IV.4.1. - Na Cotação da Ação do BCP _________________________________ 95
IV.4.2. - Na Cotação da Ação do BES _________________________________ 98
IV.4.3. - Na Cotação da Ação do BPI ________________________________ 101
Conclusões e Sugestões de Investigações Futuras ____________________________ 104
Referências Bibliográficas ______________________________________________ 111
Anexos. ____________________________________________________________ 122
Anexo I. - Notas Descritivas do Software Elliott Wave (Versão 9.5.) ____________ 122
Anexo II. - Cálculos Auxiliares da Seção IV.4. do Capítulo IV. _________________ 125
Anexo II.1. - Na Cotação da Ação do BCP_______________________________ 125
Anexo II.2. - Na Cotação da Ação do BES _______________________________ 126
Anexo II.3. - Na Cotação da Ação do BPI _______________________________ 127

XII
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Índice de Figuras

Figura 1. - Números da Sequência de Fibonacci ........................................................................ 16


Figura 2. - Exemplo de Definição dos Níveis de Retracement num Período de Bull
Market.............................................................................................................................................. 21
Figura 3. - Exemplo de Definição dos Níveis de Retracement num Período de Bear
Market.............................................................................................................................................. 22
Figura 4. - Exemplo de uma Extensão num Período de Bear Market .................................. 23
Figura 5. - Exemplo de uma Extensão num Período de Bull Market .................................... 24
Figura 6. - Desenhos de Fibonacci Fans Baseados nos Retracements ................................. 25
Figura 7. - Desenhos de Fibonacci Arcs Baseados nos Retracements – No Caso de uma
Tendência Ascendente do Mercado ........................................................................................ 27
Figura 8. - Desenhos de Fibonacci Arcs Baseados nos Retracements – No Caso de uma
Tendência Descendente do Mercado ...................................................................................... 28
Figura 9. - Ondas de Impulso e Ondas de Correção e o seu Desdobramento em Três
Amplitudes Temporais Diferentes .......................................................................................... 39
Figura 10. - Relação entre Tendências de Evolução do Mercado, Ondas de Impulso e
Ondas de Correção e os Números da Sequência de Fibonacci ....................................... 40
Figura 11. - Exemplo Ilustrativo do Desdobramento de uma Onda de Maior Amplitude
Temporal numa de Menor (de Impulso e de Correção) e sua Relação com os
Números da Sequência de Fibonacci ...................................................................................... 41
Figura 12. - Ilustração das Cinco Ondas de Impulso, de uma Amplitude Temporal Maior
(Lado Esquerdo) para uma Menor (Lado Direito) .............................................................. 44
Figura 13. - Ilustração das Três Ondas de Correção, de uma Amplitude Temporal Maior
(Lado Esquerdo) para uma Menor (Lado Direito) .............................................................. 47
Figura 14. - Índice de Cotações de Ações FTSE MIB, de dezembro de 2009 a janeiro de
2012 .................................................................................................................................................. 56
Figura 15. - Evolução da Performance do Índice de Cotações de Ações S&P 500 de
agosto de 2009 a junho de 2011 ............................................................................................... 58
Figura 16. - Menu Principal do Software Elliott Wave (Versão 9.5.) ................................. 122

XIII
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Índice de Gráficos

Gráfico 1. - Comportamento das Cotações da Ação do BCP de 2009 a 2010 num


Gráfico de Linhas ......................................................................................................................... 64
Gráfico 2. - Comportamento das Cotações da Ação do BES de 2009 a 2010 num
Gráfico de Linhas ......................................................................................................................... 65
Gráfico 3. - Comportamento das Cotações da Ação do BPI de 2009 a 2010 num Gráfico
de Linhas ......................................................................................................................................... 66
Gráfico 4. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da
Cotação da Ação do BCP (2009 a 2010) ............................................................................... 70
Gráfico 5. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da
Cotação da Ação do BES (2009 a 2010) ............................................................................... 75
Gráfico 6. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da
Cotação da Ação do BPI (2009 a 2010) ................................................................................ 80

XIV
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Índice de Quadros

Quadro 1. - Números da Sequência de Fibonacci, Golden Ratio e Inverso do Golden


Ratio ................................................................................................................................................. 17
Quadro 2. - Cálculo dos Retracements e dos Níveis de Extensão (Extensions) ................ 19
Quadro 3. - Ordenação de Acordo com a Amplitude Temporal, por Ordem Descendente,
dos Nove Tipos de Ondas Identificados por Elliott ........................................................... 37
Quadro 4. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BCP
(2009 e 2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.) .............................. 86
Quadro 5. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BES
(2009 e 2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.) .............................. 88
Quadro 6. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BPI
(2009 e 2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.) .............................. 90
Quadro 7. - Cotação da Ação do BCP: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro
Alavancado (Primeiro Semestre de 2011) ............................................................................ 96
Quadro 8. - Cotação da Ação do BES: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro
Alavancado (Primeiro Semestre de 2011) ............................................................................ 99
Quadro 9. - Cotação da Ação do BPI: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro
Alavancado (Primeiro Semestre de 2011) .......................................................................... 101

XV
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Abreviaturas e Glossário

Bear Market – Quando um movimento do mercado conhece uma tendência de descida;


Bull Market – Quando um movimento do mercado conhece uma tendência de subida;
Crash – Queda abruta das cotações de uma Bolsa de Valores Mobiliários;
CFD´S – Contracts for Difference;
Máximo (HIGH) – Ponto em que uma cotação de um valor mobiliário conhece uma
cotação máxima;
Mínimo (LOW) – Ponto em que uma cotação de um valor mobiliário conhece uma
cotação mínima;
Moving Average Convergence-Divergence (MACD) – trata-se de um oscilador das
cotações de um valor mobiliário que este conhece num determinado momento;
Nível de Suporte – Coincide com a cotação anterior de mínimo de um valor mobiliário;
Nível de Resistência – Coincide com a cotação anterior de máximo de um valor
mobiliário;
Swing – Ponto de inversão de tendência – de descida para subida ou vice-versa;
Relative Strength Index (RSI) – Indicador da cotação de um valor mobiliário num
determinado momento. Compara a cotação de um instrumento financeiro ou índice com
outro instrumento financeiro ou índice;
Valores Mobiliários – Ativos que, de um modo geral, estão admitidos à negociação num
Mercado Regulamentado (Bolsa de Valores Mobiliários);

XVI
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Introdução

Esta Tese de Dissertação de Mestrado, na Área de Especialização em Contabilidade, da


Faculdade de Economia da Universidade do Porto, encontra-se subordinada ao título
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português da Aplicação
da Teoria das Ondas de Elliott.

A motivação e razão para esta escolha prende-se com o facto de, desde sensivelmente,
o ano 2000, a título pessoal, os mercados de valores mobiliários, em particular, e os
financeiros, em geral, terem merecido uma atenção e despertado algum fascínio. A
compra e a venda de valores mobiliários e a sua concomitante possibilidade de obter
lucros como não há igual em mais nenhuma outra atividade legal, ainda hoje constitui o
nosso modus vivendi. Leituras atinentes à problemática aguçaram o apetite e
acalentaram mesmo o sonho de um dia trilhar os mesmos caminhos que traders bem
sucedidos na área de trading de valores mobiliários.

Por outro lado, subsiste até aos dias de hoje uma evidente contradição entre a utilização
da análise técnica na comunidade dos traders de valores mobiliários, coexistente com
escassos estudos alargados sobre a mesma (o que constitui um fator de motivação muito
importante para a realização de um estudo neste âmbito).

Em consonância com este enquadramento, e porque embora não fosse uma área
diretamente ligada à Contabilidade mas incluída no Programa de uma das disciplinas
(Finanças Empresariais) do Plano de Estudos, resolvemos levar a efeito um estudo que
possibilitasse compreender teorias de traders de valores mobiliários conhecidos, que
outrora foram bem sucedidos e que, pode-se dizer, enriqueceram com a atividade de
trading de valores mobiliários. Nesta sequência, para a demonstração da utilidade das
mesmas, encetamos uma aplicação prática ao mercado de ações português.

Mas, o aspeto principal da motivação reside no facto de nele assentar o nosso problema
de investigação científica. De forma resumida, é nosso objetivo central saber quais os
resultados a que se chega da aplicação do Software Elliott Wave (Versão 9.5.)2,

2
Trata-se do aproveitamento de uma versão trial.
1
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

aplicando a Teoria das Ondas de Elliott a um Estudo Empírico, a saber, as cotações das
ações do BCP, BES e BPI referentes aos anos de 2009 e 2010.

A relevância deste tema assenta em várias aspetos. Antes de mais, trata-se de uma
temática de análise dos mercados de valores mobiliários (em Portugal) que permite
abordar numa perspetiva, integrada e complementar e, ao mesmo tempo, é uma temática
cuja produção científica publicada, sobretudo, em língua portuguesa mas, igualmente,
em língua inglesa, decorrente da pesquisa científica efetuada, não se revela muito
abundante, diríamos mesmo que ela é quase inexistente, especialmente se completada
com estudos práticos de índole empírica3. Se, por um lado, é revelador da pouca
literatura científica existente, por outro, constitui um alfobre, de interesse científico
acrescido, no âmbito de uma Tese de Dissertação de Mestrado nesta temática
constituindo um motivo para a sua elaboração.

A análise técnica, constitui o ponto de partida inicial no âmbito do qual se enquadra o


tema do nosso estudo. Pode-se dizer que ela se reveste de toda a importância porque a
Teoria das Ondas de Elliott, constitui uma Teoria para a tomada de decisões de trading
de valores mobiliários, alternativa, à análise técnica, para além de se inserir e decorrer
desta. Tal é assim, porque, na Teoria das Ondas de Elliott, assim como na análise
técnica, o objetivo é o de, a partir das regularidades observadas em padrões gráficos,
repetidas ao longo do tempo, utilizá-las ex-ante, para prever antecipadamente, as
cotações que, ex-post, se verificarão qualquer que seja o mercado e o valor mobiliário
em causa de forma a tirar partido lucrativo. Neste aspeto, reside a importância tanto da
análise técnica como da Teoria das Ondas de Elliott para os investidores. Aquela, prima
por preocupações mais incidentes em identificar padrões gráficos repetitivos e
aproveitá-los ao passo que, esta, assenta mais na identificação dos movimentos
ascendentes e descendentes das cotações dos valores mobiliários, sendo essencial o
conhecimento da estrutura preconizada por Ralph Nelson Elliott (1871 – 1948), autor da
Teoria das Ondas de Elliott.

3
À exceção do estudo de Ribeiro (2014), no âmbito de uma Tese de Doutoramento, na Universidade
Autónoma de Lisboa (UAL), também incidente sobre uma aplicação prática da Teoria das Ondas de
Elliott à Bolsa portuguesa, PSI-20, pesquisada já depois de concluída a elaboração desta Tese de
Dissertação de Mestrado.
2
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

A Tese de Dissertação de Mestrado começa com uma breve exposição da literatura


sobre as ideias principais de autores que opinam sobre a valia e as críticas que podem
ser direcionadas à análise técnica na atualidade. Apesar de ainda hoje as suas vantagens
e desvantagens serem questionadas, continuam a existir autores que se colocam em sua
defesa sublinhando o facto de a identificação dos padrões gráficos ser possível,
repetindo-se no tempo, o que deverá ser completado com uma plêiade de indicadores de
análise técnica. Outros autores, por outro lado, são de opinião contrária, não
reconhecendo a existência de padrões gráficos, o mesmo é dizer que a mesma é inútil.

De entre as revistas científicas onde autores publicaram artigos científicos sobre a


análise técnica, podem-se enunciar os seguintes: W. Brock, J. Lakonishok e B.
LeBaron, no Journal of Finance, em 1992, onde se estudaram regras de trading de
valores mobiliários e as rendibilidades obtidas com utilização das mesmas; A.
Chatterjee, O. Ayadi e B. Maniam, no Journal of Commercial Banking and Finance, em
2002, que se debruçaram sobre as aplicações dos números da sequência de Fibonacci e
da Teoria das Ondas de Elliott às cotações de ações; F. Gehm, no Financial Analysts
Journal, no ano de 1983, que basicamente estudou quem é Ralph Nelson Elliott (1871 -
1948) e porque razão ele faz ondas; P. Hsu, Y. Hsu e C. Kuan, no Journal of Empirical
Finance, em 2010, que se debruçaram sobre a aptidão da análise técnica para prever
cotações de valores mobiliários ex-ante recorrendo à Estatística e, por fim, C.
Magazzino, M. Mele e G. Prisco no Journal of Money, Investment and Banking, em
2012, que testaram a adequação da Teoria das Ondas de Elliott a períodos de crise.

Em seguida, apresentam-se os principais aspetos caraterizadores dos números da


sequência de Fibonacci. Conquanto que, na sua génese, não tenha surgido associada a
uma explicação dos comportamentos das cotações de valores mobiliários, o que é facto
é que conceitos como níveis de suporte e níveis de resistência (conhecidos por
retracements) se mostram de suprema utilidade para a tomada de decisões de trading de
valores mobiliários, conceitos estes que também se inserem no âmbito da análise técnica
e daí a inclusão num Capítulo que exponha os princípios teóricos fundamentais dos
números da sequência de Fibonacci de onde dimana a formação daqueles conceitos,
nomeadamente.

3
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

De modo mais circunstanciado, esta Tese de Dissertação de Mestrado, obedece à


seguinte estrutura sequencial:

No Capítulo I., intitulado Análise Técnica: Alguns Apontamentos Iniciais, efetua-se


uma breve abordagem, ao tema da análise técnica apresentando as perspetivas de alguns
autores que se debruçaram sobre este domínio. A abordagem metodológica adotada é do
tipo dicotómica em que, de um lado, apresentam-se as ideias dos autores que se
posicionam a favor da análise técnica (em primeiro lugar) e, de outro, apresentam-se
as ideias de outros autores que se posicionam contra a análise técnica (em segundo
lugar).

No Capítulo II., subordinado ao título Números da Sequência de Fibonacci, começa-


se por expôr as suas caraterísticas principais. A partir de relações no sentido, ascendente
e descendente, destes números, definem-se indicadores como o Golden ratio e o seu
inverso bem como os níveis de suporte e os níveis de resistência (retracements) que se
revelam particularmente úteis para a tomada de decisões de trading de valores
mobiliários. Subsequentemente, também se definem os níveis de extensão.

Por seu lado, no Capítulo III., com o título Teoria das Ondas de Elliott, definem-se os
principais traços desta Teoria. Procede-se à descrição de uma perspetiva alternativa à
análise técnica, de explicar os comportamentos das cotações de quaisquer valores
mobiliários. Esta, parte do princípio de que o funcionamento de um mercado de
qualquer valor mobiliário, obedece não a padrões gráficos repetitivos no tempo mas,
antes, a Ondas que também se repetem no tempo.

No Capítulo IV., intitulado de Estudo Empírico, efetua-se, como o próprio título


indica, uma aplicação prática do Software Elliott Wave (Versão 9.5.), no sentido de
aquilatar a que resultados se chegariam com a aplicação do mesmo às cotações de três
ações em concreto: BCP, BES e BPI. O período a que se refere esta aplicação prática
são os anos de 2009 e 2010.

Por último, temos as Conclusões onde se apresenta uma súmula das ilações extraídas e
possíveis desenvolvimentos futuros na mesma senda desta Tese de Dissertação de

4
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Mestrado. Nas Referências Bibliográficas, exibe-se o acervo de obras consultadas


(livros, artigos, ‫)ر‬.

De referir que, a ortografia desta Tese de Dissertação de Mestrado, encontra-se escrita


de acordo com o preceituado no Novo Acordo Ortográfico (NAO) vigente
oficialmente em 2014 em Portugal.

5
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Capítulo I. - Análise Técnica: Alguns Apontamentos Iniciais

Genericamente, a análise técnica constitui uma técnica de análise, de cotações de


valores mobiliários (ações, etc.), que estuda o comportamento, graficamente, destas
mesmas cotações. Daí que, também seja conhecida por análise gráfica. Possui a
particularidade implícita de supor que existem regularidades nos comportamentos das
cotações dos valores mobiliários o que permite, com a ajuda de indicadores apropriados
(quantidade transacionada, médias móveis simples e ponderadas, RSI, MACD, etc.),
supostamente, conhecer, ex-ante, a evolução, ex-post, das mesmas cotações. Uma vez
verificado este desiderato, existirá, supostamente, a possibilidade de qualquer trader de
valores mobiliários, tomar decisões de compra e de venda de quaisquer valores
mobiliários, independentemente do mercado considerado, de modo a tirar partido
lucrativo com a compra e a venda dos mesmos valores mobiliários. As regularidades
nos comportamentos assentam numa base, pretensamente, estatística mas, também, e
sobretudo, de observação analítico-empírica.

Em concreto e, de um modo geral, as regularidades nos comportamentos das cotações


dos valores mobiliários apenas, em parte, são corroboradas pela realidade, qualquer que
seja o valor mobiliário e o mercado. Esta verificação parcial explica-se devido à
existência de outros fatores que influenciam os comportamentos esperados das cotações
e não apenas a regularidade estatística de que a análise gráfica nos dá conta.

Um comportamento, mecanicista e determinístico, não é corroborado pela análise das


cotações de índole (apenas) técnica, na perfeição. Caso contrário, em última instância,
os mercados de valores mobiliários seriam lugares de só se ganhar dinheiro e de
valorização (em movimentos ascendentes e descendentes) de ativos, uma vez
conhecidos e dominados os seus aspetos comportamentais (o que manifestamente está
longe de se verificar na realidade). Porventura, é esta particularidade que exprime a
principal crítica que é apresentada à (virtualidade da) análise técnica. Por outro lado, a
análise técnica não assume que os mercados sejam eficientes o que também constitui
um contributo para que o citado comportamento, mecanicista e determinístico, não se
verifique na realidade.

6
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

De um modo geral, a análise técnica socorre-se de indicadores de variada natureza como


sejam, as médias móveis, quantidades transacionadas, MACD, nomeadamente,
possibilitando aos traders de valores mobiliários a tomada de decisões, de compra e de
venda, nos mercados de valores mobiliários. Em virtude dos resultados que tem
proporcionado, ainda não conheceu o seu toque de finados, e daí que tenha subsistido a
sua validade até à data, não obstante assumir que os mercados não são eficientes e não
existir o comportamento aludido, mecanicista e determinístico, dos mercados de valores
mobiliários.

É no fornecimento de um conjunto de metodologias, com base em indicadores, estáticos


e dinâmicos, que reside uma das principais utilidades e virtualidades. Para serem
aproveitadas proficuamente, carecem de o trader de valores mobiliários possuir
experiência e perícia na utilização conjugada dos mesmos, uns com os outros, na
prossecução do objetivo último: obter rendibilidades superiores às do mercado para o
mesmo nível de risco.

Uma das principais críticas apresentadas à análise técnica identifica-se com o facto de
ser visto de soslaio o citado comportamento, mecanicista e determinístico, que surge
associado à mesma. Isto é, as cotações teriam um comportamento repetitivo cíclico no
tempo que poderia ser considerado perfeito. Assim sendo, bastaria identificar os
momentos certos de compra e de venda de valores mobiliários para o seu
aproveitamento lucrativo. Mas, no limite, este partido lucrativo, seria inconsistente com
a realidade uma vez que todos os investidores comprariam e venderiam, ao mesmo
tempo, provocando a destruição da validade deste princípio extinguindo a oportunidade
de aproveitamento lucrativo. Paradoxalmente, é porque este não se verifica na realidade
que a análise técnica, ainda, é detentora de alguma validade e valia intrínsecas.

As abordagens apresentadas no Capítulo II. (Números da Sequência de Fibonacci) e no


Capítulo III. (Teoria das Ondas de Elliott), constituem outras abordagens com a
pretensão de conhecer as ideias principais e superar as insuficiências imputadas à
análise técnica e que, no seu conjunto, constituem como que alternativas (pouco
conhecidas e, portanto, pouco exploradas e pouco utilizadas) à análise técnica.

7
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

O fio condutor deste Capítulo I., estrutura-se segundo uma ótica dicotómica em dois
grupos antagónicos: um aglutina os autores que, de uma forma ou de outra, se
posicionam em favor da análise técnica sendo seus defensores mas, contudo,
evidenciando interrogações e algumas relutâncias a seu respeito, referindo que são
necessários estudos com mais desenvolvimentos; outro, engloba outros autores, que se
posicionam numa ótica em desfavor da análise técnica sendo seus críticos e
detratores.

Do lado dos autores defensores da análise técnica, de acordo com a definição de


Brock et al. (1992), a análise técnica e os seus analistas (técnicos)

“ … constitui uma designação geral de uma miríade de técnicas de trading. Os analistas técnicos visam
prever as cotações através do estudo das cotações passadas e de mais alguns indicadores referentes ao
trading de valores mobiliários. Eles acreditam que as deslocações na oferta e na procura podem ser
detetadas nos gráficos dos comportamentos dos mercados. A análise técnica é considerada por muitos a
forma original de análise de investimento, que remonta ao ano de 1800” (p. 1731).

Para outros autores, Hsu et al. (2010), uma das suas origens mais longínquas, remontam
ao estudo de Hamilton sobre o índice de ações Dow Jones Industrial Average (DJIA)
numa série de artigos publicados no The Wall Street Journal, em 1902. Este autor
desenvolveu esforços no sentido de aquilatar a valia desta técnica.

Por outro lado, para Malkiel (1981) apud Brock et al. (1992), a atitude em relação à
análise técnica resume-se à seguinte passagem textual

“Obviamente, eu encontro-me enviesado contra (a análise técnica). Isto é não apenas uma postura
pessoal, mas também profissional. A análise técnica é um anátema em relação ao Mundo académico. Nós
gostamos de pegar nele. As nossas táticas de intimidação assentam em duas ordens de considerações: (1)
o método é evidentemente falso; (2) é fácil contestá-lo” (p. 1732).

Brock et al. (1992), apresentam outro testemunho que conduz à validade da análise
técnica. Estes resultados referem-se a dois indicadores (de análise técnica): as médias
móveis e a quebra de zonas de trading (trading ranges).

De facto, sinais de compra consistentes, desencadeiam maiores rendibilidades do que


os sinais de venda e as rendibilidades proporcionadas por aqueles exibem menor

8
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

volatilidade do que os proporcionados por estes. Por outro lado, as rendibilidades dos
sinais de venda são negativos o que, todavia, não é cabalmente explicado pelos atuais
modelos atinentes à área da análise técnica. Estes mesmos autores, referem que “Ainda
que muitos estudos recentes tenham concluído que a análise técnica é inútil, outros
estudos relativos à previsibilidade das rendibilidades de ações a partir das
rendibilidades passadas sugerem que esta conclusão pode ser prematura” (p. 1733).

De uma forma global, Brock et al. (1992) referem que os resultados traduzem um
reconhecimento do poder previsional dos dois indicadores de análise técnica (médias
móveis e zonas de trading). Todavia, a introdução dos custos de transação implica que a
adoção destas estratégias tenham, obrigatoriamente, de ser ponderadas mercê desta
componente. Estes custos, se não forem muito pequenos poderão reverter o sentido dos
resultados: de positivo para menos positivo ou até mesmo negativo. À exceção dos
mercados de contratos de futuros onde, de acordo com estes mesmos Brock et al.
(1992), os custos de transação são ínfimos.

À guisa de conclusão, Brock et al. (1992) concluem que, “ … os processos de geração


de rendibilidades de ações são provavelmente mais complicados do que sugerem os
estudos que utilizam modelos lineares” (p. 1758). Os indicadores de análise técnica e as
regras deles decorrentes tornam possível a definição e desenho de padrões gráficos do
comportamento das cotações que se encontram ocultos. Contudo, os autores sublinham
o facto de os seus resultados se confinarem a dois dos mais simples indicadores de
análise técnica e que outros, mais complexos, poderão gerar outros resultados. Fica,
todavia, a questão (a estudar futuramente) de saber porque razão estas regras (as simples
e as complexas) funcionam (ou não funcionam) na obtenção de rendibilidades.

Sullivan et al. (1999), por seu lado, afirmam que os resultados que obtiveram, antes de
mais nada, permitem reavaliar a performance dos indicadores de análise técnica. Com
efeito, o modelo intitulado de BLL4, muito embora Sullivan et al. (1999) reconheçam
que os seus resultados possuem virtualidades, contudo, existem outros indicadores, que
geram melhores resultados. É o que sucede se aplicados os indicadores ao período de

4
Resultante dos autores de um artigo coincidente com as suas primeiras letras, Brock, Lakonishok e
LeBaron (1992) – BLL, in Sullivan et al. (1999, p. 1647).
9
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

1987 a 1996 ao índice de ações DJIA. Com a particularidade de Sullivan et al. (1999)
acentuarem que, se os mesmos indicadores cobrirem um período fora deste, os melhores
resultados já poderão não se verificar.

Resumidamente, Sullivan et al. (1999) salientam três ideias gerais: primeira, os


resultados a que chegaram fora do período amostral considerado, podem carecer de
representatividade devido a um comportamento, atípico, verificado em 16 de outubro de
1987; segunda, o número de indicadores escolhidos para análise foi muito elevado o
que pode ter conduzido, obrigatoriamente, a uma representatividade distorcida dos
mesmos no período amostral, de um ponto de vista estatístico; terceira, Sullivan et al.
(1999) aludem ao facto de, como os mercados se tornaram nos últimos tempos (período
ulterior ao amostral) mais eficientes, tal poderá ter originado uma maior eficiência dos
mesmos o que pode explicar a não verificação de resultados iguais aos obtidos dentro
do período amostral. Fatores como sejam, Softwares informáticos mais desenvolvidos,
menores custos de transação e maior liquidez, poderão estar, segundo Sullivan et al.
(1999), na base da explicação deste facto o que se traduziu na eliminação de
determinados padrões gráficos de comportamento, no curto prazo.

Lo et al. (2000), constituem outros autores que apresentam um ponto de vista relativo à
validade da análise técnica. O objetivo é o de “… identificar regularidades nas séries
cronológicas de cotações extraindo padrões (gráficos) não lineares a partir de dados
com ruído” (p. 1753). E acrescentam

“ … certos padrões técnicos, quando aplicados a muitas ações sobre um longo período de tempo,
propiciam informação acrescida, especialmente para ações do índice Nasdaq. Ainda que tal não
signifique, necessariamente, que a análise técnica possa ser utilizada para originar «excesso» de lucros
resultantes da atividade de trading, todavia, aumenta a possibilidade de que a análise técnica possa
acrescentar valor ao processo de investimento” (p. 1753).

Em acréscimo, os procedimentos metodológicos utilizados por Lo et al. (2000),


apontam para o facto de a utilização de algoritmos em Softwares informáticos (que os
autores utilizaram) bem como os padrões gráficos tradicionais como sejam, as figuras já
conhecidas no jargão técnico da especialidade como head-and-shoulders e retângulos
mesmo que se mostrem eficazes em determinadas circunstâncias, podem revelar-se não

10
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

ótimos. O que significa então que, é necessário averiguar quais os padrões gráficos
ótimos. Até porque, os procedimentos podem ser ótimos do ponto de vista da deteção de
anomalias estatísticas mas já o mesmo não ocorrer do ponto de vista da obtenção de
lucros decorrentes da atividade de trading de valores mobiliários e vice-versa. Estes
aspetos, só por si, configuram e abrem um novo horizonte em termos de área de
investigação científica relativa à análise técnica – reconhecimento e especificação de
algoritmos com o fito específico de otimizar funções-objetivo (obter um lucro da
atividade de trading de valores mobiliários, v. g.).

Por último, cumpre mencionar Hsu et al. (2010), autores que, embora defensores da
análise técnica, colocam questões que merecem desenvolvimento e comprovação
científica com estudos científicos apropriados. De facto, para os mesmos, o poder
previsional da análise técnica continua, ainda, a ser um tema objeto de debate e
controvérsia no seio dos traders de valores mobiliários e nos meios académicos. A
defender a validade da análise técnica com poder previsional, Hsu et al. (2010), referem
numerosos autores como sejam Sweeny (1988), Blume et al. (1994), Brown et al.
(1998) Gencay (1998), Lo et al. (2000) e Savin et al. (2007). Em concreto, Hsu et al.
(2010), afirmam que a eficiência dos mercados de valores mobiliários com a introdução
de transações sobre ETF5 provoca aumento da liquidez observada e aumento da sua
eficiência. São estas duas particularidades que poderão estar na base de efeitos sobre o
poder previsional dos indicadores da análise técnica. Estes autores colocam duas
questões, pertinentemente:

Primeira Questão: “Porque motivo os indicadores de análise técnica conseguem


(presumivelmente) prever os comportamentos futuros das cotações dos mercados de
valores mobiliários?” (p. 481). Algumas explicações Hsu et al. (2010), avançam:
existência de correlação entre as observações em séries cronológicas. Trata-se de uma
explicação associada a Fama e Blume (1966). De acordo com a evidência obtida por
Hsu et al. (2010), os indicadores de análise técnica apenas captam alguma informação
incluída nas cotações dos valores mobiliários, nos volumes transacionados e na ordem
dos fluxos. Por outro lado, as próprias maturidades dos mercados ao criarem mais

5
Sigla que significa Exchange Traded Funds – ETF.
11
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

oportunidades de arbitragem em mercados menos maduros comparativamente com os


mercados mais maduros, constituem, igualmente, um fator explicativo para a existência
desta particularidade. Estas explorações de oportunidades de arbitragem lucrativas são,
claramente, estimuladas pela existência dos instrumentos financeiros ETF, o que
permite aos arbitragistas explorar a lucratividade destes mercados recorrendo aos
indicadores de análise técnica conduzindo, no limite, à sua eliminação total. A este
fenómeno, Hsu et al. (2010), designam pela expressão auto-destruição das
possibilidades lucrativas dos indicadores de análise técnica.

Segunda Questão: “Poderão os analistas técnicos transformar o poder previsional dos


indicadores de análise técnica em lucros?” (p. 481). A resposta a esta questão é dada
pelo recurso a duas perspetivas: a primeira perspetiva, é sobre a disponibilidade das
cotações de fecho para efeitos de transação nos ETF´s. De facto, nada pode garantir que
os ETF´s possam ser transacionados às cotações de fecho nos mercados à vista: apenas
na vizinhança destas mesmas cotações de fecho; a segunda perspetiva, refere-se à
adoção do indicador de performance, a estatística X (da autoria de Hsu et al. (2010)),
como indicador de mensuração desta performance. Com efeito, sugerem que, com
custos de transação baixos e boas execuções6 é possível obter, a partir dos indicadores
de análise técnica, lucros superiores aos prémios de risco.

Em jeito de conclusão final, os autores referem o seguinte, textualmente

“ … os nossos resultados empíricos são praticamente informativos porque se baseiam não apenas nos
índices de mercado mas também nos ETF´s que deverão ser convenientemente transacionados a baixos
custos de transação (baixas comissões)” (p. 481).

Do lado dos autores em desfavor da análise técnica, citam-se Pavlov e Hurn (2009),
que referem outras críticas passíveis de dirigir à análise técnica. Aludem às dificuldades
de avaliação dos lucros resultantes do recurso à mesma: “ … as regras de trading são
frequentemente especificadas de forma vaga pelos seus defensores e dependem de uma
judiciosa escolha de parâmetros” (p. 1). Neste contexto, os resultados obtidos por
Pavlov e Hurn (2009), no que se refere às médias móveis, conduziram a prejuízos. De

6
Good executions, na expressão original de Hsu et al. (2010, p. 481).
12
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

facto, os portfolios construídos com base nos sinais de compra e de venda gerados pelas
médias móveis, na expressão original dos autores “ … parecem gerar substanciais
lucros contrários” (p. 23). No entanto, há ainda um aspecto (intrigante) a salientar: “a
performance (…) não é explicada pela exposição a fatores sistemáticos nas
rendibilidades mas é fortemente correlacionada com taxas de juro, nominais e de
inflação” (p. 23).

13
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Capítulo II. - Números da Sequência de Fibonacci

Os números da sequência de Fibonacci não constituem, por si só, uma Teoria de trading
de valores mobiliários mas, tão só, a expressão de uma regularidade matemática
identificada pelo seu autor, Leonardo Fibonacci di Pisa (doravante Leonardo Fibonacci)
(1170 ou 1180 – 1250). Um conjunto de aspetos caraterizadores e que contribuem para
a base de desenvolvimentos posteriores na Teoria das Ondas de Elliott, mostram-se
indispensáveis para, posteriormente, servir de base de apresentação desta Teoria no
Capítulo III.. Não obstante não se tratar de uma Teoria de trading de valores
mobiliários, existem autores que emergem os seus princípios associados sugerindo e
apresentando-a como se ela fosse e daí este aspeto adicional que atesta toda a
pertinência da sua abordagem. De entre estes autores encontra-se Ralph Nelson Elliott
(1871 - 1948).

Na realidade, os números da sequência de Fibonacci, constituem a base original da


definição de percentagens concretas de níveis de suporte e níveis de resistência, de
que são exemplos, 23,6%, 38,2%, 50% e 61,8%, nomeadamente.

Todavia, algumas críticas podem ser apresentadas aos números da sequência de


Fibonacci. Com efeito, originalmente, no caso dos valores mobiliários e dos mercados
onde os mesmos são transacionados, estes números não visavam ser aplicados a este
domínio até porque nos séculos XII e XIII não existiam Bolsas de valores mobiliários.
Assim, a sua aplicação resulta da recuperação da sua utilidade efetuada pelo
conhecimento científico da área.

Por outro lado, a sua aplicação profícua exige um conjunto de competências,


conhecimentos e experiências que não se coadunam com o mero conhecimento (mesmo
aplicado diretamente) dos números da sequência de Fibonacci.

Por outro lado, ainda se aponta o facto de se tratar de uma técnica, entre outras, de
tomada de decisões de trading de valores mobiliários que tem subjacente uma conceção
mecanicista da evolução dos mercados de valores mobiliários em geral o que, amiúde,
embora não totalmente, não é corroborado pela realidade. Para além do mais, olvida

14
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

fatores como sejam os volumes transacionados de cada valor mobiliário, entre outros,
também importantes para as decisões de trading de valores mobiliários.

Como principais respostas, e na sequência dos óbices que os números da sequência de


Fibonacci possuem de per se, surgiram, entre outras, de forma estruturada, a Teoria das
Ondas de Elliott (ver Capítulo III.). Esta abordagem metodológica constitui, por
excelência, um dos desenvolvimentos profundos que, explícita e implícitamente, bebem
raízes e influências nos números da sequência de Fibonacci (e daí a sua inclusão neste
estudo, para além da sua utilidade e pertinência).

II.1. - Breve Enquadramento Teórico

Trata-se de uma sequência de números inteiros em que apenas interessam os elementos


subjacentes à mesma e daí que a designação adotada seja números da sequência de
Fibonacci.

É esta regularidade matemática evidenciada nos números da sequência de Fibonacci que


serve de base à definição de indicadores e relações incidentes sobre cotações de valores
mobiliários para a tomada de decisões de trading sobre (e mercados de) valores
mobiliários. São as regularidades matemáticas que servem de background de base,
ainda que parcial, para a construção de indicadores, de relações entre indicadores e
demais princípios que estão na base das decisões de compra e de venda de valores
mobiliários.

Estes indicadores, suas relações e princípios teóricos subjacentes, dão origem a


diferentes desenvolvimentos e utilizações nas decisões de trading de valores mobiliários
com os números da sequência de Fibonacci.

Até ao presente, os números da sequência de Fibonacci são úteis para a definição das
cotações correspondentes aos níveis de suporte e níveis de resistência (mais
conhecidos por níveis de retracement) de quaisquer valores mobiliários, especialmente
ações. Mas, por outro lado, permitem definir, igualmente, cotações-alvo a atingir e
sobre elas tomarem-se decisões de compra ou de venda (de valores mobiliários).

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Boroden (2008) define nível de suporte como sendo a área ou o nível de cotação
abaixo da qual se pensa ter terminado um possível movimento descendente da cotação
do valor mobiliário e, simultaneamente, se considera constituir um momento de compra.
A mesma autora define nível de resistência como sendo a área ou o nível de cotação
acima da qual se pensa ter terminado um possível movimento ascendente da cotação
do valor mobiliário e, de igual modo, se pode considerar constituir um momento de
venda do mesmo.

Na Figura 1., podemos observar, a geração dos números da sequência de Fibonacci.

Figura 1. - Números da Sequência de Fibonacci

Fonte: <http://www.archimedes-lab.org/nombredormachine.html>, retirado no dia 7 de setembro de 2013.

A mesma pode ser apresentada, em termos matemáticos, pela fórmula Fn seguinte:

F0 = 0 ; F1 = F2 = 1 ; Fn = Fn-1 + Fn-2

A ideia subjacente é a de que, pela sequência da Figura 1., o termo de ordem n, é igual
ao termo de ordem n - 1 adicionado do de ordem n - 2, ou seja, Fn = Fn-1 + Fn-2, até ao
infinito, pelo que, os números da sequência de Fibonacci podem ser sintetizados na
seguinte fórmula genérica:

É esta fórmula genérica que exprime o âmago dos números da sequência de Fibonacci a
que surge associado o nome do seu autor, Leonardo Fibonacci. De sublinhar que, muito
embora o primeiro número da sequência na Figura 1., seja o um, em rigor, ele começa

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

no zero. Tal deve-se ao facto de se ter que verificar a ideia de que cada número é igual à
soma dos dois anteriores o que só acorre se o primeiro for o zero (ver Quadro 1.).

II.2. - Retracements, Golden Ratio e Inverso de Golden Ratio

Os números da sequência de Fibonacci, possuem outras particularidades notáveis e que


se revestem de extrema utilidade para a definição de indicadores incidentes sobre o
comportamento das cotações de valores mobiliários, nomeadamente.

No Quadro 1., podemos observar a evidência destas particularidades.

Quadro 1. - Números da Sequência de Fibonacci, Golden Ratio e Inverso do Golden


Ratio
Números da Sequência de Fibonacci (Nt) Golden Ratio Inverso do Golden Ratio
(Nt + 1 / Nt) (Nt / Nt + 1)
0 - -
1 - -
1 1,000000 1,000000
2 2,000000 0,500000
3 1,500000 0,666667
5 1,666667 0,600000
8 1,600000 0,625000
13 1,625000 0,615385
21 1,615385 0,619048
34 1,619048 0,617647
55 1,617647 0,618182
89 1,618182 0,617978
144 1,617978 0,618056
233 1,618056 0,618026
377 1,618026 0,618037
610 1,618037 0,618033
987 1,618032 0,618034
1597 1,618034 0,625079
2584 1,624295 0,611068
4181 1,618034 0,618033
6765 1,618033 0,618033
Fonte: Chatterjee et al. (2002, p. 67).

Uma das particularidades que os números da sequência de Fibonacci exibem, reside


numa relação que é possível extrair da mesma e que foi apresentada pelo próprio
Leonardo Fibonacci. Trata-se do denominado Golden ratio (também conhecido por
Golden Mean). Com efeito, pela observação do Quadro 2., dividindo os números da

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

primeira coluna, por ordem ascendente, (1 / 1), (2 / 1), (3 / 2), (5 / 3), (8 / 5), ‫ر‬, ou seja,
do maior para o menor, (Nt+1 / Nt), de acordo com a relação estabelecida pela fórmula
da segunda coluna, citando Bhattacharya e Kuldeep (2006, p. 67), Fn = (Fn-1 / Fn-2) e se,
dividirmos ambos os membros por Fn-1, temos a expressão (Fn / Fn-1) = 1 + (Fn-2 / Fn-1)
e, quando n tende para +∞, (Fn / Fn-1) ≈ (Fn-1 / Fn-2) e, se fizermos (Fn / Fn-1) igual a α,
fica a expressão limite quando n tende para +∞, igual a 1 + (1 / α) o que, resolvendo em
ordem a α, permite obter o número α ≈ 1,618 (valor para que tende o ratio [Fn / Fn-1]
quando n tende para +∞). É este o valor, observando a segunda coluna do Quadro 2.,
para que tende a divisão sucessiva de acordo com esta fórmula de cada valor
consecutivo da primeira coluna do mesmo Quadro, por ordem ascendente.

Por outro lado, e ainda no âmbito do mesmo Quadro 2., pela observação da terceira
coluna, constata-se que o inverso da mesma fórmula, isto é, [Fn-1 / Fn] quando n tende
para +∞, o seu limite tende para 0,618 – inverso do Golden ratio (conforme se pode
observar na referida coluna). Este valor também se obtém fazendo, ([√5 - 1]) / 2) =
0,618.

Em acréscimo, refira-se ainda que, em dois números alternados, por ordem ascendente,
isto é, (Fn-2 / Fn), (não consecutivos), quando n tende para +∞, o limite é 0,382. Se se
tratar de dois números alternados mas, dispostos segundo uma ordem descendente, ou
seja, (Fn / Fn-2), (também não consecutivos), quando n tende para +∞, o limite assim
gerado é de 2,618. Outros agrupamentos também se obtêm com valores gerados dos
quais emergem outros limites.

Ambos os números, Golden ratio e inverso do Golden ratio, constituem indicadores


importantes para a tomada de (certas) decisões sobre cotações dos (mercados de)
valores mobiliários. De facto, em Bhattacharya e Kuldeep (2006), afirma-se que, é
muito frequente na observação dos gráficos que as cotações de valores mobiliários,
tendam a situar-se nos denominados níveis de suporte e níveis de resistência e, a
probabilidade de se situarem nestes níveis, é mais acentuada em percentagens
específicas tais como 0,0%, 23,6%, 38,2%, 61,8%, 100%, 161,8%, 261,8% e 423,6% e
assim por diante.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

No Quadro 2., estão evidenciados os procedimentos de cálculo que, dão origem a cada
um dos referidos níveis, definidos a partir das relações entre números da sequência de
Fibonacci.

Quadro 2. - Cálculo dos Retracements e dos Níveis de Extensão (Extensions)


Números da Sequência de Níveis de Retracement Níveis de Extensão (Extensions)
Fibonacci
N (N1 / N2) (N1 / N3) (N1 / N4) (N2 / N1) (N3 / N1) (N4 / N1)
0 - - - - - -
1 0,00000 - - - - -
1 1,00000 0,000000 - 1,000000 - -
2 0,50000 0,500000 0,000000 2,000000 2,000000 -
3 0,66667 0,333333 0,333333 1,500000 3,000000 3,000000
5 0,60000 0,400000 0,200000 1,666667 2,500000 5,000000
8 0,625000 0,375000 0,250000 1,600000 2,666667 4,000000
13 0,615385 0,384615 0,230769 1,625000 2,600000 4,333333
21 0,619048 0,380952 0,238095 1,615385 2,625000 4,200000
34 0,617647 0,382353 0,235294 1,619048 2,615385 4,250000
55 0,618182 0,318818 0,236364 1,617647 2,619048 4,230769
89 0,617978 0,382022 0,235955 1,618182 2,617647 4,238095
144 0,618056 0,381944 0,236111 1,617978 2,618182 4,235294
233 0,618026 0,381974 0,236052 1,618056 2,617978 4,236364
377 0,618037 0,381962 0,236074 1,618037 2,618055 4,235955
610 0,618032 0,381967 0,236065 1,618032 2,618025 4,236111
987 0,618034 0,381965 0,236068 1,618034 2,618037 4,236051
1597 0,618033 0,381966 0,236067 1,618033 2,618032 4,236074
2584 0,618034 0,381965 0,236068 1,618033 2,618034 4,236065
4181 0,618033 0,381966 0,236067 1,618033 2,618033 4,236068
6765 0,618033 0,381966 0,236067 1,618033 2,618034 4,236067
Fonte: Adaptado de Bucher (2002, p. 10).

Observando o Quadro 2., temos demonstrado como, a partir dos números da sequência
de Fibonacci, exibidos na primeira coluna, se calculam os níveis de retracement,
respetivamente, 0,618 (61,8%), 0,382 (38,2%) e 0,236 (23,6%) consistindo nas relações
referidas que se estabelecem entre eles. No caso de 0,236 também se pode constatar que
ele resulta de 0,6183 ou (0,618 × 0,382). No caso de 0,786 (78,6%) é igual à √0,618.

Outra particularidade destes números é a de que, por exemplo, partindo do nível 23,6%,
aproximadamente, o número seguinte é 1,618 vezes superior, ou seja, multiplicando
23,6% por 1,618 perfaz 38,2% o mesmo acontecendo com todos os outros,
considerando as percentagens de forma consecutiva.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Por outro lado, partindo de um nível qualquer de retracement escolhido aleatoriamente


o antecedente (Nt) é 0,618 vezes o consequente (Nt+1). Assim, 38,2% é,
aproximadamente, 0,618 × 61,8%.

De sublinhar que, a observação do Quadro 2., (N1 / N2), (N1 / N3) e (N1 / N4), diz
respeito a uma relação que se estabelece entre os números da sequência de Fibonacci
seja qual for o ponto em que tem início N1: o que é relevante é a ordem do número na
sequência de Fibonacci onde quer que ele tenha o seu início. Para além destas três
relações também se poderiam definir (N1 / N5), (N1 / N6) e outras.

Posto isto, podemos apresentar a seguinte conclusão: os níveis de retracement, isto é, os


níveis de suporte ou níveis de resistência, são definidos por relações notáveis obtidas
nos números da sequência de Fibonacci. Estas relações notáveis, resultam da divisão de
cada um dos referidos números em obediência ao preceituado pela fórmula do Golden
ratio. A partir desta fórmula e considerando, por exemplo, o nível situado em 23,6%,
todos os outros níveis calculam-se multiplicando a percentagem antecedente pelo
Golden ratio permitindo definir todos os outros níveis consequentes. Por outro lado, se
quisermos passar do nível de um retracement para outro anterior basta multiplicar pelo
inverso do Golden ratio.

Na Figura 2., podemos observar a representação gráfica destes retracements reportados


a um movimento ascendente do mercado (Bull Market). Trata-se de uma Figura cujas
cotações dizem respeito às cotações de um contrato de futuros sobre o ouro respeitantes
a fevereiro de 2007, apresentados em Boroden (2008, p. 11).

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 2. - Exemplo de Definição dos Níveis de Retracement num Período de Bull


Market

Fonte: Boroden (2008, p. 11).

Com efeito, pela Figura 2., podemos observar que os níveis de retracement têm por
correspondência outros correspondentes níveis das cotações de um contrato de futuros
sobre o ouro em causa. Neste caso, observa-se que se escolheu um período de baixa
para outro de alta unindo-se os dois por intermédio de uma reta. Este período é
denominado de swing sendo de notar que no retracement de 0,618 se situa o nível de
suporte.

Por outro lado, pela observação da Figura 3., analogamente, podemos constatar o
mesmo que na Figura anterior mas, referente a um movimento descendente do
mercado (Bear Market).

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 3. - Exemplo de Definição dos Níveis de Retracement num Período de Bear


Market

Fonte: Boroden (2008, p. 13).

Como se pode verificar, na Figura 3., o processo é em tudo análogo àquele que se
verificou no movimento ascendente começando num período de alta para outro de
baixa fazendo a união por intermédio também de uma reta. É também designado de
swing e, curiosamente, neste exemplo, o nível de resistência, também é fixado em
0,618 como é assinalado pela seta.

Mas, os mesmos números da sequência de Fibonacci, estão na base da construção de


uma outra relação importante que advém da análise dos mesmos números. Com efeito,
trata-se de construções ou, se preferirmos, de relações que nos dão uma espécie de
previsão recorrendo às relações entre os números da sequência de Fibonacci. São as
extensões (extensions), parafraseando Boroden (2008, p. 29).

Estas, definem-se como sendo em tudo semelhantes aos retracements com o acréscimo
de serem definidas para além do retracement definido a mais de 100% (os retracements
ficavam aquém dos 100%). Daí que sejam apelidados de extensions porque são como
que extensões. Possuem, de acordo com Boroden (2008, p. 29), o condão de estarem

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

aptas a dar conta de quando é que um movimento ocorre dentro ou para além de um
swing que serve de base ao desenho de um retracement. Se observamos o Quadro 2., as
três últimas colunas mostram como se procede ao seu cálculo. Constata-se que, a seguir
a 100%, temos as extensões de 161,8%, 261,8% e 423,6% e assim sucessivamente.
Mas, ainda se podem definir outras extensões como sejam 138,2% e 150% calculados a
partir de outros ratios definidos.

Na observação da Figura 4., podemos verificar um exemplo concludente.

Figura 4. - Exemplo de uma Extensão num Período de Bear Market

Fonte: Boroden (2008, p. 26).

Pela Figura 4., observa-se que a extensão, é desenhada no âmbito de um movimento


descendente do mercado, definindo um nível de suporte. Igualmente, os retracements
foram desenhados, abaixo do nível de 1 (100%), de 1,272 (127,2%) e de 1,618
(161,8%), respetivamente.

Pela Figura 5., por seu turno, podemos observar um exemplo de uma extensão, mutatis
mutantis num movimento ascendente do mercado.

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Figura 5. - Exemplo de uma Extensão num Período de Bull Market

Fonte: Boroden (2008, p. 26).

Na Figura 5., podemos detetar que, neste caso, surge na definição de um nível de
resistência no âmbito de um movimento ascendente do mercado. Os retracements são
desenhados acima do nível de 1 (100%) de 1,272 (127,2%) e de 1,618 (161,8%),
respetivamente.

II.3. - Fibonacci Maps: Fibonacci Fans e Fibonacci Arcs

De acordo com Bhattacharya e Kuldeep (2006), em concreto, existem dois tipos de


padrões gráficos com base nos números da sequência de Fibonacci que se constroem a
partir deles e das relações estabelecidas entre eles: os Fibonacci Arcs e os Fibonacci
Fans. São conhecidos os dois tipos por Fibonacci Maps.

O fito principal de qualquer um dos dois tipos de Fibonacci Maps, é o de, a partir de
pontos mínimos (máximos) unir a pontos máximos (mínimos) e recorrendo aos
retracements utilizar estes, como ferramenta adicional, na construção de níveis de
suporte e níveis de resistência de cotações a atingir quaisquer que sejam os valores
mobiliários considerados. Após estas cotações alcançadas, é suposto dar-se um swing
ou, dito de outro modo, ocorrer um movimento de inversão de tendência: se se alcançar

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

um nível de resistência, a cotação atingiu, supostamente, um máximo e depois irá


conhecer, em maior ou menor grau, um movimento descendente. Por outro lado, se se
alcançar um nível de suporte, a cotação atingiu, também supostamente, um mínimo e
também, em maior ou menor grau, conhecerá um movimento ascendente.

No que se refere aos Fibonacci Fans eles, na sua construção visual, podem ser
observados na Figura 6..

Figura 6. - Desenhos de Fibonacci Fans Baseados nos Retracements

Fonte: Douglas (2001, p. 10).

A construção e desenho a que obedece o traçado das Fibonacci Fans, pela Figura 6.,
conhece os seguintes passos genéricos:
 Verificação da tendência de mercado – ascendente ou descendente;
 União do ponto mínimo ao ponto máximo (caso de uma tendência
ascendente) ou de um ponto máximo a um ponto mínimo (caso de uma tendência
descendente);
 Definição dos níveis de retracement e unir várias linhas. No caso de uma
tendência ascendente, de um ponto mínimo para outros superiores coincidentes com os
níveis 23,6%, 38,2%, 50% e 61,8%, (que são de resistência). Para o retracement de
23,6% temos a primeira Fibonacci Fan. Para os retracements de 38,2%, 50% e 61,8%,
teremos as segundas, terceira e quartas Fibonacci Fans, respetivamente. No caso de
uma tendência descendente, de um ponto máximo para outros inferiores coincidentes,

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

também, com os níveis 61,8%, 50%, 38,2% e de 23,6% (que são de suporte). Para o
retracement de 61,8% temos a primeira Fibonacci Fan. Para os retracements de 50%,
38,2% e de 23,6%, temos as segundas, terceiras e quartas Fibonacci Fans,
respetivamente;

Assim, pela observação da Figura 6., neste caso no âmbito de um movimento


ascendente do mercado, a partir de um ponto de mínimo une-se a, neste caso, mais do
que um ponto de máximos possíveis. O primeiro ponto de máximo possível é o
coincidente com a cotação de nível mais elevado. Os restantes coincidem com os pontos
dos níveis de retracement de 61,8%, 50% e 38,2%. A partir do ponto de mínimo, de
uma forma prospetiva, os níveis assinalados pelas setas tanto podem ser, ex-ante, níveis
de suporte (e as cotações ainda descerem mais) como níveis de resistência (se as
cotações passarem a subir). De salientar que, outros níveis de retracement podem e
deverão ser considerados de forma a traçar outras Fibonacci Fans e que, por
conseguinte, propiciem decisões de trading de valores mobiliários mais apuradas e
fundamentadas.

Por seu lado, no que se refere aos Fibonacci Arcs, eles mais não são do que uma outra
forma alternativa, de evidenciar quer os níveis de suporte quer os níveis de resistência
para a tomada de decisões de trading de valores mobiliários. A construção e o seu
desenho, tal como ocorria com as Fibonacci Fans, obedece aos seguintes passos gerais:
 Verificação da tendência do mercado – ascendente ou descendente (tal
como já acontecia com os Fibonacci Fans);
 Unir a cotação de mínimo à de máximo (caso de uma tendência
ascendente) ou uma cotação de máximo a uma de mínimo (caso de uma tendência
descendente);
 Definição dos níveis de retracement e, com um compasso, com o centro na
cotação de mínimo (caso de tendência ascendente) ou o centro numa cotação de
máximo (caso de uma tendência descendente) traçar vários arcos que passam pela
interseção dos níveis de retracement já conhecidos: 61,8%, 50%, 38,2% e 23,6% (entre
outros);
 No caso de uma tendência ascendente, estes níveis serão de resistência
mas no caso de uma tendência descendente estes mesmos níveis serão de suporte;
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Uma visualização dos Fibonacci Arcs pode ser observada nas Figuras 7. e 8..

Figura 7. - Desenhos de Fibonacci Arcs Baseados nos Retracements – No Caso de uma


Tendência Ascendente do Mercado

Fonte: Douglas (2001, p. 10).

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 8. - Desenhos de Fibonacci Arcs Baseados nos Retracements – No Caso de uma


Tendência Descendente do Mercado

Fonte: retirado do site <http://www.readtheticker.com/Pages/VideoTutorials.aspx?id=ARCS>, em 5 de


julho de 2012 e Best (2010, p. 62) em 19 de Agosto de 2013.

Basicamente, também decorrem dos retracements. O objetivo é o de extrapolar para o


futuro, a partir dos níveis de suporte e dos níveis de resistência, as cotações a atingir e
com base nelas tomar decisões de trading de valores mobiliários.

De acordo com Bhattacharya e Kuldeep (2006), acredita-se que, os níveis de suporte e


os níveis de resistência localizam-se na vizinhança destes Fibonacci Arcs. De sublinhar
que a escala de medida das cotações não afeta o sentido da interpretação a efetuar pelo
trader de valores mobiliários. O mesmo se aplica aos Fibonacci Fans.

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II.4. - Revisão da Literatura

Bhattacharya e Kuldeep (2006), dissertaram sobre a eficácia dos números da sequência


de Fibonacci para a análise técnica e o trading de valores mobiliários em geral,
recorrendo a uma técnica disponível em Software informático. O objetivo último é o de
aquilatar se existe alguma evidência estatística que, eventualmente, possa ser encontrada
de forma consistente aplicada às cotações históricas das ações com a definição de níveis
de retracement (de suporte e de resistência) recorrendo aos números da sequência de
Fibonacci. Segundo os autores, a pretensão é ir para além de uma abordagem
meramente em consonância com a Teoria Financeira e, ao invés, entrar nos domínios da
análise técnica pura. A este propósito, os mesmos Bhattacharya e Kuldeep (2006, p.
221) referem que

“Ainda que os (analistas técnicos) advoguem que alguns dos padrões das cotações observados se
repetem ao longo do tempo, não há plausível explicação científica que justifique o porquê destes padrões,
de facto, deverem ser esperados repetir-se”.

Citando Narasimhan (2000) apud Bhattacharya e Kuldeep (2006, p. 221), estes autores
são da opinião de que a informação contida nos padrões gráficos refere-se apenas a
acontecimentos passados e a sua utilidade só existe se puderem ser úteis para a previsão
de cotações futuras. Mais especificamente, Bhattacharya e Kuldeep (2006) afirmam que

“… se a evolução contínua da cotação de um determinado ativo não segue um específico processo


estocástico dependente do tempo, então deverá existir a evidência de que as discussões em torno de tal
deverão ser feitas num plano fora das sequências de Fibonacci” (p. 222).

Contudo, estes mesmos autores opinam que, no âmbito da análise técnica, existe uma
plêiade de analistas para os quais os retracements podem ser traçados7 de acordo com os
números da sequência de Fibonacci. O que é corroborado pelos pontos de vista de
outros autores como Fischer (1993), Hartle (1997) e Krausz (1998) apud Chatterjee et
al. (2002) em que a sequência dos números de Fibonacci deverá ser utilizada como
indicador de análise técnica, se servir de ferramenta suplementar a outras metodologias
de análise. Neste contexto

7
Na expressão original “… can be effectively predicted by the Fibonacci sequence” (p. 223).
29
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

“a melhor utilização dos números da sequência de Fibonacci é o de prever movimentos cíclicos futuros
irregulares baseados em movimentos passados. Os números da sequência de Fibonacci podem ser
aplicados a progressões das cotações de suporte e de resistência com base numa cotação inicial no
primeiro número da sequência após o que se prevê outra cotação de suporte ou de resistência” (p. 65).

Por outro lado, para os mesmos Chatterjee et al. (2002), citando Eng (1997) e Plummer
(1989, 1997), a utilização dos números da sequência de Fibonacci, de forma bem
sucedida, passa por conhecer o que se pretende prever num determinado mercado:
cotações de máximo, cotações de mínimo, níveis de suporte, níveis de resistência. E
acrescentam

“… posteriormente, num gráfico de cotações estas são analisadas até à identificação do primeiro
intervalo de cotações. Constitui o primeiro termo dos números da sequência de Fibonacci. Posto isto, os
traders podem desenhar uma nova linha de previsão de comprimento igual ao primeiro intervalo
identificado para identificação do próximo intervalo dos números da mesma sequência. Este processo
pode ser continuado com tantas interações quantas as que se desejarem. Uma vez definidas as linhas (de
Fibonacci), o trader profissional deverá socorrer-se de outras técnicas para proceder à confirmação das
suas previsões antes de tomar uma decisão sobre a próxima posição a constituir no mercado” (p. 66).

Eng (1997) apud Chatterjee et al. (2002), sublinha ainda que, a utilidade dos números
da sequência de Fibonacci e os Ciclos definidos com o auxílio dos mesmos são úteis na
presença de mercados com comportamentos irregulares encontrando-se estes Ciclos
ocultos na atividade da economia. Nesta circunstância, o melhor procedimento é o de “
… não forçar um ajustamento à atividade da economia mas antes recuar atrás no
tempo para averiguar quando o mercado foi mais previsível e utilizar esse momento do
tempo como ponto de partida” (p. 66).

Revela-se crucial este procedimento para aplicar os números da sequência de Fibonacci


de forma benéfica e estável ajudando nas interações ulteriores para a previsão futura das
cotações. “… o fito é o de encontrar os pontos mais óbvios desde que eles tenham a
melhor hipótese de fornecer uma base precisa de previsão” (p. 66).

De acordo ainda, com Bhattacharya e Kuldeep (2006), um dos conceitos que tem por
base os números da sequência de Fibonacci é o que é apelidado pelos mesmos de
Harmonic Trading. Trata-se de uma metodologia cuja finalidade é identificar ou
reconhecer padrões de cotações e números da sequência de Fibonacci de modo a
30
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

determinar pontos de alta probabilidade de inversão de tendência da evolução das


cotações num mercado. Trata-se de uma metodologia que adota o pressuposto de que
estes padrões possuem um caráter repetitivo no tempo. Por conseguinte, o busílis da
questão a eles associada, encontra-se em os reconhecer e decidir os momentos de
compra e de venda de qualquer valor mobiliário no pressuposto de que, no tempo, estes
padrões evidenciam repetição nos seus respetivos mercados. Estes padrões detêm
combinações de “consecutivos retracements e projeções de Fibonacci” (p. 223) que, ao
serem calculados, possibilitam determinar os pontos, aproximadamente, onde se farão
as reversões de tendência (seja inversão de uma tendência de subida para de descida ou
de descida para de subida). Os retracements incluídos dentro destes padrões, tendem a
repetir-se no tempo mercê do facto de os mercados de valores mobiliários constituírem
“o último espelho da psicologia de massas” (p. 224).

Cumpre referir que, o conceito de Harmonic Trading, tem as suas raízes nos trabalhos
de Hurst (1973), apud Bhattacharya e Kuldeep (2006), de acordo com o qual “Os
períodos de ondas vizinhas nas cotações tendem a encontrarem-se relacionadas com
um pequeno número inteiro” (p. 223) o que, de acordo com Bhattacharya e Kuldeep
(2006), é o que se passa entre os padrões identificados e os números da sequência de
Fibonacci e que fornecem este número inteiro útil na determinação dos pontos de
inversão da tendência já aludida. A validação dos padrões referidos passa pelos ratios
entre números da sequência de Fibonacci para a validação dos mesmos (para além da
sua identificação).

As conclusões a que Bhattacharya e Kuldeep (2006) chegaram podem ser resumidas na


seguinte transcrição

“… um sistema de trading automático sofisticado e que se baseie num algoritmo de aprendizagem padrão
como, por exemplo, uma rede neural, pode ser concebido de acordo com os números da sequência de
Fibonacci, em que os vetores são os indicadores de análise técnica como os cruzamentos das médias
móveis exponenciais, rede neural essa que permite captar padrões repetitivos das cotações com utilidade
na previsão futura das mesmas. Todavia, são necessários mais testes para averiguar esta utilidade, na
prática” (p. 228).

Por outro lado, os mesmos autores referem o seguinte:

31
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

“Os resultados obtidos parecem corroborar o objetivo da análise técnica de acordo com o qual existe
alguma habilidade previsional associada aos números da sequência de Fibonacci utilizados como filtros
em sistemas de trading automáticos” (p. 229).

No entanto, tal não significa que, neste artigo, estes mesmos autores, tenham obtido
evidência empírica inequívoca. Sublinham que, estudos mais aprofundados e
abrangentes de outras áreas de investigação e do conhecimento científico são
necessários antes de ser apresentada qualquer conclusão eivada de maior certeza no
research referente à problemática da validade dos números da sequência de Fibonacci
como ferramenta útil na previsão das cotações (futuras) de valores mobiliários. Os
domínios deste research são definidos pelos autores como sendo as interrelações
topológicas e estatísticas dos números da sequência de Fibonacci.

Neste mesmo ponto de vista sobre a validade dos números da sequência de Fibonacci,
Chatterjee et al. (2002) opinam que, genericamente, a sua utilização e, portanto, a sua
utilidade, baseia-se na ideia de que “… o comportamento do mercado deve basear-se no
seu comportamento passado” (p. 66) o que vai no sentido contrário ao propalado por
outros autores com obras publicadas na mesma área.

Chen et al. (2007), por outro lado, apresentam uma investigação também ela
interessante que se insere na temática dos números da sequência de Fibonacci como
metodologia de previsão de cotações futuras de ações (ou de quaisquer outros valores
mobiliários). Em particular, aplicam estes números a fuzzy times series como método de
previsão mais apurada. Os autores concluem, a partir dos resultados das investigações
apresentadas, que esta metodologia permite prever melhor as cotações futuras. Contudo,
subsistem alguns desenvolvimentos que ainda se encontram por fazer, nomeadamente, o
de aplicar a mais valores mobiliários diferentes e, por conseguinte, a outros mercados, o
de simular o modelo apresentado por Chen et al. (2007) a outros mercados e averiguar
qual o resultado (lucros, supostamente) assim gerados pelas transações efetuadas e, por
último, o de considerar outros fatores que (segundo Chen et al. (2007)) determinam os
comportamentos das cotações dos valores mobiliários ___ os volumes transaccionados, a
informação financeira e outra, designadamente ___ .

32
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Ainda no âmbito dos comportamentos das cotações dos valores mobiliários, Fischer e
Fischer (2003), elencam uma série de estratégias de trading de valores mobiliários que
têm por base os números da sequência de Fibonacci. São elas as figuras de:

 duplo top (double top) e duplo fundo (double bottom);


 as correções e as extensões de Fibonacci;
 os padrões gráficos de velas (Candlestick Chart Patterns);
 os gráficos de ponto e figura (para identificar os momentos de reversão
de tendência);
 e o canal PHI (PHI channel).

Todas estas poderão ser consideradas como sendo, um conjunto de ferramentas


adicionais que, no seio da análise técnica, auxiliam na tomada de decisões de trading de
valores mobiliários.

No que se refere às figuras de duplo topo e duplo fundo, porventura, o principal aspeto
a salientar prende-se com o facto de os sinais de trading de valores mobiliários
dependerem da dimensão do swing: se for pequena, as transações com perda são em
maior número. Pelo contrário, se for grande, ocorre precisamente o contrário. Associada
a esta evidência, de acordo com Fischer e Fischer (2003), existe o fator custos de
transação (vulgo comissões). Por outro lado, quanto maiores (menores) forem as
dimensões dos swings e maior (menor) também forem as volatilidades das cotações,
maiores (menores) também serão os lucros assim obtidos.

Relativamente às correções e extensões de Fibonacci, desde logo são reconhecidas por


Fischer e Fischer (2003), como instrumentos importantes de trading de valores
mobiliários condicionados pela habilidade no seu manuseamento. Nas correções, alguns
aspetos são de salientar como sejam o reconhecimento de que os pontos de inversão de
tendência possuem dimensões e volatilidades diferentes de mercado para mercado; a
importância da magnitude da primeira Onda de Impulso a partir da qual se efetua a
medição da correção; para além de averiguar qual o comprimento da tendência de
mercado e do período de tempo a que se reportam as cotações – se diárias, semanais,
etc.. As extensões, por seu lado, para estes mesmos autores, revestem-se de importância
porque se evidenciam na presença de movimentos bruscos de mercado (especialmente
33
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

nas commodities) e indicam mudanças de tendência particularmente úteis para


instrumentos financeiros como os derivados.

Em conclusão, Fischer e Fischer (2003) sublinham que as suas conclusões reforçam a


ideia segundo a qual

“… o mercado comporta-se não de uma forma aleatória, mas simétrica. Tal como já se tinha apercebido
Elliott, os movimentos das cotações dos mercados são como as marés, evoluem suavemente para a frente
e regressando para trás novamente” (p. 113).

34
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Capítulo III. - Teoria das Ondas de Elliott

A Teoria das Ondas de Elliott, serve para designar um conjunto de padrões


identificáveis e identificados nos mercados de valores mobiliários (ações, commodities,
etc.), por Ralph Nelson Elliott (1871 - 1948), na década de 30 do século XX (1930),
descrevendo de que forma as cotações destes mesmos mercados se comportam. Os
fundamentos básicos desta Teoria, foram apresentados numa série de artigos publicados
na revista The Financial World, mais precisamente, no ano de 1939, nos meses de
junho, julho e agosto. Os principais alicerces assentam nas Ondas de Impulso e nas
Ondas de Correção acompanhado de algumas regras para as detetar e proceder à sua
contagem.

Na realidade, em concreto, a constatação da sua aplicação aos mercados de valores


mobiliários, em geral, depara com uma série de obstáculos relacionados com a sua
identificação e contagem e daí que ela não seja de aplicação imediata mas, sobretudo,
não é sobejamente conhecida o que constitui a principal dificuldade de aplicação à
realidade.

Como principais críticas que se podem apresentar apontam-se as dificuldades em


identificar, quer a natureza das Ondas (se Ondas de Impulso ou Ondas de Correção),
quer a sua forma bem como o sentido e o comprimento das mesmas o que se afigura
como sendo uma necessidade conjunta para a aplicação e obtenção de proveito lucrativo
sob quaisquer valores mobiliários e qualquer que seja o mercado. As respostas a estes
óbices (identificação das Ondas, forma e seu comprimento), até ao conhecimento
associado ao estado da arte não são únicas e objetivas. Com efeito, e como veremos
mais adiante, requere-se que o trader de valores mobiliários possua experiência em
análise de gráficos de cotações de valores mobiliários e, eventualmente, se socorra de
indicadores de análise técnica que complementem a sua análise e, especialmente, que
possua as qualificações pessoais bem como o Software específico para o efeito que lhe
permita descortinar as referidas formas, sentidos e os comprimentos dos dois tipos de
Ondas aludidas.

35
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

III.1. - Breve Enquadramento Teórico

Com efeito, de acordo com os princípios subjacentes à Teoria das Ondas de Elliott, os
padrões das Ondas de Impulso e das Ondas de Correção, constituídos a partir das
cotações dos valores mobiliários, repetem-se na forma, no tempo e no comprimento,
sendo, por conseguinte, denominados de Ondas e daí a designação. Possuem ligações
entre si evoluindo de forma progressiva no tempo decorrendo deste facto a designação
The Wave Principle, pelo seu próprio autor, em 1938, disponibilizando uma espécie de
contexto no seio do qual se possibilita a análise e o estudo das cotações dos mercados
de valores mobiliários.

O seu objetivo último é o de constituir uma ferramenta de descrição dos


comportamentos dos mercados (movimentos) a partir das cotações e de prever, em que
sentido estas Ondas, no presente (ex-ante) vão evoluir no futuro (ex-post), sejam as
cotações referentes a ações ou commodities (os dois ativos estudados por Elliott
inicialmente), sejam quaisquer outros valores mobiliários.

Fundamentalmente, as Ondas diferem, quanto à sua amplitude temporal8, em nove tipos,


de acordo com o Quadro 3.:

8
Em inglês time frame.
36
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Quadro 3. - Ordenação de Acordo com a Amplitude Temporal, por Ordem Descendente,


dos Nove Tipos de Ondas Identificados por Elliott

Graus das Ondas Cinco Ondas Com a Três Ondas Contra a


Tendência Tendência
Grande Superciclo
Superciclo (I) (II) (III) (IV) (V) (a) (b) (c)
Ciclo I II III IV V a b c
Primária ᬅ ᬆ ᬇ ᬈ ᬉ

Intermédia (1) (2) (3) (4) (5) (A) (B) (C)


Minor 1 2 3 4 5 A B C
Minuto
Minuette (i) (ii) (iii) (iv) (v) (a) (b) (c)
Subminuette i ii Iii iv v a b c
Fonte: Adaptado de Frost e Prechter (2003, p. 27).

Com efeito, da observação do Quadro 3., verificamos qual a amplitude temporal, numa
ordenação da maior para a menor, assumida por cada uma destas nove Ondas.
Verificamos, por conseguinte, que a Onda com a maior amplitude temporal é a Grande
Superciclo correspondendo a períodos de vários séculos, de acordo com Karthikeyan e
Chendrayan (2011, p. 3). De seguida, surge a Onda Superciclo a que, de acordo com
estes mesmos autores, correspondem períodos de várias décadas (de entre quarenta a
setenta anos). Por sua vez, surge a Ciclo variando a sua amplitude temporal entre o
mínimo de um ano e vários anos (sem número determinado) como aludem os mesmos
Karthikeyan e Chendrayan (2011). A Onda seguinte, é a Primária, de amplitude
temporal que varia entre alguns meses e dois anos, para os mesmos autores. Segue-se a
Onda Intermédia com a amplitude temporal desde, algumas semanas até a alguns
meses (também de número indeterminado). A Onda Minor, apenas é constituída por
alguns meses (igualmente sem número determinado), a Minuto por alguns dias na
mesma (sem se conhecer o seu número determinado), a Minuette por algumas horas
(sem número determinado) e, por fim, a Subminuette por vários minutos (também sem
número determinado), sendo que esta é a amplitude temporal mínima identificada por
Elliott.

37
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Por sua vez, como se pode constatar neste mesmo Quadro 3., cada um dos nove tipos de
Ondas, é decomposto em cinco Ondas de Impulso (Impulse Waves, denominadas pelos
números 1, 2, 3, 4 e 5) ou sub-Ondas e em três Ondas de Correção (Corrective Waves,
denominadas pelas letras minúsculas a, b e c) ou sub-Ondas. Se a tendência do mercado
do valor mobiliário for ascendente, as cinco Ondas de Impulso são ascendentes e as três
de Ondas de Correção são descendentes. Ao invés, se a tendência do mercado do valor
mobiliário for descendente, as cinco Ondas de Impulso são descendentes e as três Ondas
de Correção são ascendentes. Portanto, as Ondas de Impulso movem-se, sempre de
acordo com a tendência principal de evolução do mercado ao passo que as Ondas de
Correção movem-se sempre contra esta tendência principal (e daí que tenham a
designação de corretivas).

De uma forma visual, qualquer que seja a amplitude temporal das nove Ondas
consideradas, a Figura 9., mostra o aspeto integrado das Ondas de Impulso e das Ondas
de Correção em três amplitudes temporais diferentes.

38
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 9. - Ondas de Impulso e Ondas de Correção e o seu Desdobramento em Três


Amplitudes Temporais Diferentes

Fonte: Gehm (1983, p. 52).

Outro aspeto crucial a ter em conta é o de que as Ondas mencionadas no Quadro 3.,
podem ser subdivididas de acordo com a ideia subjacente e visualizada na Figura 9.. De
facto, à medida que se desce de amplitude temporal considerada (por exemplo, passando
de uma amplitude temporal de um ano para outra de um mês) é sempre possível
subdividir cada Onda e desdobrar em outras menores obedecendo à mesma forma
estrutural. Este desdobramento possui duas caraterísticas notáveis:

 A primeira caraterística notável é a de que o desdobramento das Ondas de


maior amplitude temporal em Ondas de menor, segue os números da sequência de
Fibonacci. Recorde-se que estes números são, 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, ‫ر‬,
ou seja, significa que o desdobramento, de uma Onda de Impulso de maior amplitude
temporal para outra de menor, obedece aos números desta sequência. O mesmo se
constata nas Ondas de Correção, em que a mesma caraterística é observável. Esta
constatação é evidenciada na Figura 10., de forma mais precisa.

39
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 10. - Relação entre Tendências de Evolução do Mercado, Ondas de Impulso e


Ondas de Correção e os Números da Sequência de Fibonacci

Fonte: Frost e Prechter (2003, p. 115).

Verifica-se que, na terceira coluna, o desdobramento das Ondas, no sentido de uma


Onda de comprimento mais longo para outras de comprimentos mais curtos, evoluem
respeitando os números da sequência de Fibonacci. Por conseguinte, quer numa Onda
de Impulso quer numa Onda de Correção, à medida que passamos de uma amplitude
temporal maior para outra menor, em ambos os tipos de Ondas, respetivamente, cada
um deles sub-divide-se em várias sub-Ondas, em número cada vez maior, segundo uma
lógica de desdobramento que segue, nem mais nem menos, os números da sequência de
Fibonacci. Assim, passa-se, de acordo com a Figura 10., na primeira linha, dos números
desta sequência 1, 1 e 2 para, na segunda linha, os números 3, 5 e 8 e, na terceira linha,
para 13, 21 e 34, decrescendo de amplitude temporal.

40
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 11. - Exemplo Ilustrativo do Desdobramento de uma Onda de Maior Amplitude


Temporal numa de Menor (de Impulso e de Correção) e sua Relação com os Números
da Sequência de Fibonacci

Fonte: Frost e Prechter (2003, p. 25).

Assim, repara-se que, nesta Figura 11., a parte esquerda refere-se a um movimento do
mercado ascendente e a parte direita a um movimento descendente. No movimento
ascendente, na parte esquerda, temos uma Onda de Impulso assinalada com os números
de 1 a 5 dentro de um círculo, desdobrando-se em três sub-Ondas de Impulso entre
parênteses, de menor amplitude temporal, assinalados pelos números também de 1 a 5
correspondendo a outros tantos três sub-movimentos ascendentes. Por seu lado, as
Ondas de Correção, na mesma parte, desdobram-se em duas sub-Ondas assinaladas
entre parênteses pelas letras maiúsculas A, B e C a que correspondem dois sub-
movimentos descendentes. No movimento descendente, na parte direita, temos uma
Onda de Correção assinalada pelas letras A, B e C dentro de um círculo desdobrando-se
em duas Ondas de Impulso que também estão assinaladas pelos números de 1 a 5 entre
parênteses e numa Onda de Correção assinalada pelas letras A, B e C entre parênteses.

41
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

De assinalar que, num movimento ascendente as Ondas de Impulso possuem uma


evolução ascendente e as Ondas de Correção uma evolução descendente. Num
movimento descendente, as Ondas de Impulso possuem uma evolução descendente e
as Ondas de Correção uma evolução ascendente.

 A segunda caraterística notável é a de o desdobramento das Ondas de


amplitude temporal maior em menor obedecer a um processo do tipo fractal9. É a
presença deste processo que explica que a passagem de um nível de maior amplitude
temporal para um de menor, fundamente a indiferença de saber qual a amplitde
temporal em que se está em presença: se cotações reportadas ao ano, ao mês, ao dia ou
outra qualquer amplitude temporal. No fundo, a estrutura das Ondas é sempre a mesma
qualquer que seja a amplitude temporal considerada.

De uma forma geral, os mercados, isto é, as cotações dos valores mobiliários, possuem
um comportamento em Ciclos ou Ondas, de acordo com Elliott. Estas, basicamente, são
de dois tipos: Ondas de Impulso e Ondas de Correção. A soma destes dois, perfaz um
Ciclo ou Onda completa.

A estrutura básica de uma Onda completa é do tipo “5-3” o que coincide, saliente-se,
precisamente, com dois números da sequência de Fibonacci! Este facto advém, de
acordo com Frost e Prechter (2003, p. 26), de

“ser o mínimo requisito para e portanto o mais eficiente método de alcançar quer a flutuação quer o
progresso num movimento linear. Uma Onda só, não permite flutuação. As mais pequenas subdivisões
para criar flutuação são três ondas. Três ondas (de dimensão não definida) em ambas as direções não
permitem progresso. Para progredir numa direção não obstante os períodos de regresso, movimentos na
direção da tendência principal deverão ser, no mínimo, cinco Ondas, para cobrir simplesmente mais
âmbito do que as três Ondas e continuar ainda em flutuação. Ainda que possam existir mais do que estas,
a forma mais eficiente de assinalar o progresso é «5-3»…”.

9
Consiste num objecto geométrico cuja estrutura pode ser dividida em partes (sub-objectos) que
reproduzem o objecto original.
42
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

III.2. - AS Ondas de Impulso (Impulse Waves)10

As Ondas de Impulso, na sua estrutura básica, designadas pelos números 1, 2, 3, 4 e 5,


são aquelas que se movem na mesma direção que a tendência de evolução do mercado.
Tomam a designação de Ondas de Impulso no entendimento de Frost e Prechter (2003,
p. 26), por impelir o mercado11.

Tanto se podem interpretar como o conjunto das cinco constituir uma só formada por
cinco sub-Ondas (ou fases) dentro da mesma Onda como considerar sendo cinco sub-
Ondas que apenas têm sentido no conjunto das cinco agregadas e não individualmente
desligadas umas das outras.

Se a tendência de evolução do mercado for ascendente, estas Ondas exibem uma


direção no sentido de baixo para cima. Pelo contrário, se a tendência de evolução do
mercado for descendente, estas mesmas Ondas exibirão uma direção no sentido de
cima para baixo. Por conseguinte, aquilo que determina, em última instância, a sua
direção é a tendência que o mercado apresenta (ascendente ou descendente). Em ambas
as tendências a sua estrutura é designada, sempre, por números.

De uma forma geral, pode-se dizer que, os números de 1 a 5 constituem como que uma
só Onda constituída por cinco sub-Ondas. Pela Figura 12., observa-se a configuração
típica de uma Onda de Impulso.

10
De realçar que, Chatterjee et al. (2002, p. 69), as expressões anglo-saxónicas Impulse Waves e a
expressão Impulsive Waves, são empregues com o mesmo significado de Ondas de Impulso. Por outro
lado, Frost e Prechter (2003, p. 30), utilizam a expressão Motive Waves no sentido de Ondas de Impulso e
Impulse Wave, na mesma página 30, noutra aceção. Aquela que será utilizada por nós é a referida no
título desta Seção e que origina este esclarecimento em nota de rodapé.
11
Mas, registe-se que, estes dois autores apelidam e utilizam a expressão Motive Waves e nós Ondas de
Impulso.
43
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 12. - Ilustração das Cinco Ondas de Impulso, de uma Amplitude Temporal Maior
(Lado Esquerdo) para uma Menor (Lado Direito)

Fonte: Kotick (sem data, p. 13).

No lado esquerdo da Figura 12., verifica-se que estão presentes os cinco números (de 1
a 5) das outras tantas cinco sub-Ondas que a caraterizam. Por conseguinte, desde o
início até ao número 1, temos a primeira sub-Onda. De 1 a 2, temos a segunda sub-
Onda. De 2 a 3 observa-se a terceira sub-Onda e, de 3 para 4, a quarta sub-Onda e, por
fim, de 4 para 5, a quinta sub-Onda.

Destaca-se um pormenor importante: nestas cinco sub-Ondas, duas (da sub-Onda 1 para
a 2 e da sub-Onda 3 para a 4) são sub-Ondas de Correção dentro das sub-Ondas de
Impulso.

Por seu turno, do lado direito da mesma Figura 12., temos a mesma Onda do lado
esquerdo mas, com uma amplitude temporal de cada sub-Onda menor12 o que se traduz
no facto de, cada uma das cinco sub-Ondas, se desagregar em outras de menor
amplitude temporal. Deste modo, desde o início até (1) temos outras tantas cinco sub-
Ondas de Impulso. De (1) até (2) temos três sub-Ondas de Correção. De (2) para (3),
temos outras tantas cinco sub-Ondas de Impulso, para, de (3) para (4), voltarmos a ter
outras três sub-Ondas de Correção e, finalmente, esta desagregação conclui-se de (4)
para (5) com as últimas cinco sub-Ondas de Impulso.

12
Significa que cada sub-Onda tem uma unidade de tempo, referencial temporal, mais pequeno e daí que
seja menor para cada uma das sub-Ondas resultantes.
44
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Qualquer que seja a amplitude temporal considerada, pode-se evidenciar algumas


caraterísticas notáveis detidas pelas sub-Ondas (na aceção de uma só considerada). De
acordo com Chatterjee et al. (2002, p. 70), na presença de uma tendência ascendente de
um mercado de qualquer valor mobiliário, a sub-Onda 3 é maior do que a sub-Onda 1.
Por seu lado, a sub-Onda 5 é maior do que a 3 e, a sub-Onda 4 não conhece qualquer
correção que a faça situar abaixo do pico da sub-Onda 1.

Igualmente, na presença de qualquer amplitude temporal e perante uma tendência


descendente do mercado de qualquer valor mobiliário, a sub-Onda 3 é sempre menor
que a sub-Onda 1, a sub-Onda 5 é menor do que a sub-Onda 3 e a sub-Onda 4 não
conhece uma correção acima do ponto mais baixo da sub-Onda 1.

Saliente-se que, originalmente, Elliott, não definiu o sentido de evolução destas sub-
Ondas e qual o seu comprimento, residindo neste aspeto, porventura, a principal
dificuldade na sua utilização com fins previsionais da evolução das cotações de valores
mobiliários.

No contexto das Ondas de Impulso, foram introduzidas por Elliott, três tipos de formas
típicas de acordo com Chatterjee et al. (2002, p. 70):

 Onda Estendida (Extended Wave) - a partir da sub-Onda 1, 3 ou 5,


apenas, desdobra-se numa Onda Estendida traduzindo-se na sub-divisão em cinco sub-
Ondas mais pequenas. Como o próprio nome indica, a extensão mais não é do que uma
sub-Onda que se estende no seu comprimento (previsto de acordo com a Teoria das
Ondas de Elliott);
 Triângulo Diagonal na sub-Onda 5 (Diagonal Triangle at Wave 5) - na
sub-Onda 5, ocorre, por vezes, o fenómeno de, perante a formação fraca desta, as sub-
Ondas 2 e 4, sobreporem-se entre si tendendo a formar um triângulo diagonal. Constata-
se que se trata de uma sub-Onda terminal (formando como que uma cunha – na
terminologia utilizada por Chatterjee et al. (2002) – wedge), dimanada da sub-Onda 5
podendo ser subdividida numa Onda de Correção;
 Falha da Quinta sub-Onda (Fifth Wave Failure) - quando a sub-Onda 5
se apresentar de tal modo sem força que não consiga situar-se acima da sub-Onda 3,
verifica-se a formação de um duplo topo no término da tendência. Simultaneamente,
45
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

esta falha indica que se avizinha um movimento, forte ou prolongado, em sentido


contrário ao observado até ao momento considerado.

III.3. - AS Ondas de Correção (Corrective Waves)

As Ondas de Correção, designadas pelas letras maiúsculas, A, B e C, na estrutura mais


elementar, são constituídas por aquelas cuja direção é a contrária à tendência de
evolução do mercado. Denominam-se de Ondas de Correção, na opinião de Frost e
Prechter (2003, p. 22), porque cada uma delas surge como resposta em contra-tendência
a uma (ou mais) Ondas de Impulso.

Tal como já sucedia com as Ondas de Impulso, a sua interpretação tanto pode ser no
sentido de conjunto das três sub-Ondas dentro da mesma Onda (formando uma só)
como no sentido de três sub-Ondas que apenas têm significado se se considerarem as
três agregadas e não individualmente sem qualquer conexão entre as mesmas.

Ao analisar-se a tendência de evolução do mercado, se for ascendente, ao fim da


quinta sub-Onda verifica-se a correção (inversão) de cima para baixo. Ao invés, se a
tendência de evolução do mercado for descendente, ao fim da quinta sub-Onda
verifica-se a correção (inversão) de baixo para cima. Igualmente ao que já sucedia com
as Ondas de Impulso, o que é relevante para aquilatar da sua direção é a tendência que o
mercado exibir (seja ascendente seja descendente). Em ambas as tendências a sua
estrutura é designada, sempre, por letras.

Genericamente as letras A, B e C constituem uma única Onda formada por três sub-
Ondas. Da observação da Figura 13., resulta a visualização da estrutura típica assumida
por uma Onda de Correção.

46
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 13. - Ilustração das Três Ondas de Correção, de uma Amplitude Temporal Maior
(Lado Esquerdo) para uma Menor (Lado Direito)

Fonte: Kotick (sem data, p. 13).

Observando o lado esquerdo, estão patentes as três letras A, B e C das 3 sub-Ondas


constitutivas. Do fim da sub-Onda 5 de Impulso até A, temos a primeira sub-Onda. De
A a B, temos a segunda sub-Onda. Por fim, de B a C observa-se a terceira e última sub-
Onda. Tal como já ocorria com as Ondas de Impulso, uma (sub)-Onda de A para B, não
é mais do que uma Onda de Impulso no seio das sub-Ondas de Correção. As restantes
duas são típicas sub-Ondas de Correção. Do lado direito, por seu lado, replica-se a
mesma estrutura de Onda do lado esquerdo mas correspondendo a uma amplitude
temporal menor. Assim, até (a) temos uma sub-Onda de Correção. De (a) até (b) exibe-
se uma sub-Onda de Impulso e de (b) para (c) voltamos a ter outra sub-Onda de
Correção.

O sentido de evolução destas sub-Ondas de Correção bem como o seu comprimento


revela-se, tal como já sucedia com as sub-Ondas de Impulso, a principal dificuldade na
definição e aplicação da Teoria das Ondas de Elliott como metodologia de previsão das
cotações futuras de valores mobiliários.

Autores como Chatterjee et al. (2002, p. 70) constataram que, estas Ondas possuem
algumas particularidades. As Ondas (a) e (c) são sub-Ondas que se movem na direção
contrária da tendência ao passo que a (b) move-se na mesma direção. De uma forma
genérica, são seis as formas possíveis assumidas pelas sub-Ondas de Correção:

 Zigzag: de acordo com a amplitude temporal observada na Figura 13., do


lado direito, a sub-Onda (a) a (b) apenas recupera parte da sub-Onda (a) e a sub-Onda
(c) move-se para baixo do fim da sub-Onda (a). As Ondas de Impulso (a) e (c) podem
ser subdivididas em cinco sub-Ondas e a sub-Onda (b) em três Ondas de Correção que,
47
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

no seu comprimento, é apelidado de duplo Zigzag. Por vezes, diz-se que a totalidade das
sub-Ondas (a), (b) e (c) constituem um padrão 5-3-5 ou um Zigzag;
 Flat: o padrão estrutural subjacente é 3-3-5 e a sub-Onda (b) possui
dimensão igual à sub-Onda (a). A sub-Onda (b) reproduz (retraces na expressão
utilizada por Chatterjee et al. (2002, p. 70)) na totalidade, toda a sub-Onda (a) e esta
decompõe-se em três sub-Ondas de Correção. A sub-Onda (c), pode não terminar para
além do fim da (a);
 Irregular: é um padrão do tipo 3-3-5 em que a sub-Onda (b) é maior do
que a (a). A sub-Onda (b) reproduz mais do que a totalidade da sub-Onda (a), dividindo-
se em três sub-Ondas de Correção. A sub-Onda (c) conhece o seu término para além do
fim da sub-Onda (a);
 Triângulo Horizontal (Horizontal Triangle): trata-se de um padrão do
tipo 3-3-3-3-3 ou (a)-(b)-(c)-(d)-(e). Desenvolve-se frequentemente após um acentuado
movimento no mercado, isto é, após cinco sub-Ondas de Correção segue-se a sub-
divisão em outras três sub-Ondas de Correção;
 Três Duplos (Double Three): é um padrão duplo do tipo (a)-(b)-(c) que é
ligado por uma sub-Onda de Correção. Trata-se de uma forma de Onda Corretiva,
prolongada, que se move na direção da tendência principal e pode ser subdividida em
três sub-Ondas de Correção;
 Três Triplos (Triple Three): é um padrão triplo do tipo (a)-(b)-(c),
composto por três formas que se ligam por duas sub-Ondas de Correção. É o padrão
mais lato que é possível formar composto por três sub-Ondas de Correção separadas.

III.4. - Algumas Regras para a Deteção e Contagem das Ondas de


Elliott

Em consonância com o que afirmam Chatterjee et al. (2002, p. 69), podem ser
elencados um conjunto de regras a que deve obedecer a deteção e contagem (definição e
desenho) das Ondas de Elliott. Estes autores, identificam quatro regras:
 Dentro das Ondas de Impulso e no âmbito de uma tendência ascendente do
mercado, a sub-Onda 2 não deve quebrar abaixo do início da sub-Onda 1;

48
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

 A Onda 3, ainda dentro das Ondas de Impulso, não deverá, comparando as


sub-Ondas 1, 3 e 5, ser a sub-Onda mais pequena de entre estas três;
 A sub-Onda 4, não se deverá sobrepor à sub-Onda 1, à exceção das sub-
Ondas 1 e 5 e (a) ou (c) de um grau maior;
 Existe uma regra de alteração de modificação de uma sub-Onda: a sub-
Onda 2 e sub-Onda 4, deverão desdobrar-se em duas formas distintas de sub-Ondas;

Outro autor, Calaça (2008), introduz mais alguns aspetos a ter em conta na deteção e
contagem destas Ondas de Elliott. Com efeito, as extensões das sub-Ondas 3 e 5 são,
sempre, maiores ou iguais, à da sub-Onda 1. Por outro lado, verificando-se aquelas
(uma ou outra) a extensão encontrada é um número da sequência de Fibonacci. No caso
da extensão da sub-Onda 3 ser superior à da sub-Onda 1, a sub-Onda 5 possui extensão
idêntica à da 1. O mesmo sucede se a sub-Onda 5 for maior do que a sub-Onda 1: a da 3
é igual à da 1.

Este mesmo autor, refere algumas particularidades importantes neste propósito de


deteção e contagem das Ondas de Elliott. Assim, Calaça (2008, p. 30), no contexto
típico de cinco sub-Ondas de Impulso e das três sub-Ondas de Correção, afirma que a
primeira e a segunda Ondas (de Impulso) são detetadas em conjunto porque, segundo
ele “as regras de validação comparam duas Ondas”.

Para a deteção da segunda sub-Onda, tem que se definir o ponto de início (dentro de um
dos possíveis) e considerar as percentagens associadas aos números da sequência de
Fibonacci. Uma das percentagens é marcada ao nível do possível ponto de início e a
outra ao nível do possível ponto de fim. A sub-Onda 2 não pode ter um comprimento,
para Calaça (2008), inferior ao da sub-Onda 1 pelo que se conclui que esta não pode
descer para um nível inferior ao daquela, embora possua Zigzags. Na sub-Onda que
evidencia um movimento contrário (de descida ou de subida) ao da primeira sub-Onda
(de subida ou de descida, respetivamente), é necessário conhecer se esta inversão de
tendência, da segunda para a primeira sub-Onda, se observa nos níveis de Fibonacci
(nos retracement) 78,6%, 68,2%, 50%, 38,2%, 23,6%. Neste caso, as duas sub-Ondas,
provavelmente, serão a 1 e a 2 de Elliott. É nos níveis 38,2%, 50% e 68,2% que se dá a
inversão de tendência para Calaça (2008) sendo muito raro uma percentagem superior.

49
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Caso seja, e maior do que 100%, então, as duas sub-Ondas são de Correção e o ponto de
início da sub-Onda 1 está errado.

Na terceira sub-Onda, que se baseia no comprimento da primeira, ela é igual ou superior


ao desta. Assim sendo, o trader de valores mobiliários, deverá averiguar se a expansão
se situa acima dos níveis de Fibonacci já referidos atrás13. Caso se averigue tal, então
poderá a sub-Onda ser a terceira.

Por seu lado, para a quarta sub-Onda, utiliza-se o procedimento análogo para detetar a
sub-Onda 2 mas, com base na sub-Onda 3: verifica-se se a sub-Onda com movimento
contrário ao da sub-Onda 3, possui o ponto de inflexão nos níveis de Fibonacci
apresentados. De modo geral, a sub-Onda 4 possui um movimento descendente
constante sem zigzags e, se a sub-Onda 2 não possuir, a 4 possui, geralmente.

Por fim, para determinar a quinta sub-Onda, procede-se de forma equiparada à da sub-
Onda 3, tomando como referência a sub-Onda 3. O comprimento da quinta sub-Onda,
deverá ser igual ou superior ao da sub-Onda 1. Se assim for, recorrendo aos números da
sequência de Fibonacci e se coincidir com um deles, é identificada como sendo a quinta
sub-Onda.

III.5. - O Golden Ratio

Ainda neste mesmo contexto dos números da sequência de Fibonacci, cumpre


evidenciar ainda uma outra particularidade importante que é seguida pelas Ondas
identificadas por Elliott: trata-se do conceito de Golden ratio. Este conceito reproduz as
ideias que foram expostas no Capítulo II., na Seção II.2.. Quando temos os números a
tender para mais infinito, o número para que tende o ratio entre dois números
consecutivos (Nt+1 / Nt) por ordem descendente, é 1,618. O seu inverso, isto é, o ratio
entre dois números consecutivos (Nt / Nt+1) por ordem ascendente, tende para 0,618.

Entre dois números consecutivos mas, alternados, o limite para que tende o mesmo ratio
é de 2,618 e o inverso deste é de 0,382. Podem-se calcular outros ratios dos números da

50
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

mesma sequência de Fibonacci, isto é, na ordem descendente14 considerando (Nt+2 / Nt),


(Nt+3 / Nt) e (Nt+4 / Nt) e, na ordem ascendente15, (Nt / Nt+2), (Nt / Nt+3) e (Nt / Nt+4).

A utilidade destes números reside no facto de, ser a partir deles, que se definem os
pontos de inversão da tendência do mercado, de subida ou de descida da cotação de um
valor mobiliário, ou seja, da definição de um nível de suporte ou nível de resistência
de uma cotação, útil para determinar o sentido de evolução de uma Onda de Elliott, seja
ela no âmbito de Ondas de Impulso seja no âmbito de Ondas de Correção. Estes pontos
calculados a partir do Golden ratio, permitem calcular as percentagens (de inversão de
tendência, supostamente): ao ponto 0,236 (23,6%), a 0,382 (38,2%), a 0,5 (50%), a
0,618 (61,8%), a 0,786 (78,6%), a 1,272 (127,6%), a 1,618 (161,8%), a 2,618 (261,8%)
e assim sucessivamente.

III.6. - Revisão da Literatura

Magazzino et al. (2012) apresentam uma abordagem da Teoria das Ondas de Elliott
assaz pertinente: procuram indagar da pertinência da mesma e da sua aplicabilidade no
contexto da (atual) crise financeira internacional (em particular da dívida soberana) que,
desde 2008, se tem feito sentir no Mundo em geral e se prolonga até aos anos de 2012 e
2013.

No confronto entre as ideias subjacentes à análise técnica e à Teoria das Ondas de


Elliott, a primeira permite a avaliação de valores mobiliários via estatísticas geradas
pela atividade dos mercados de valores mobiliários (cotações e quantidades
transacionadas passadas) ao passo que a segunda assenta na psicologia coletiva das
multidões. De acordo com a Teoria das Ondas de Elliott, as cotações movem-se
caoticamente sem fornecer indicações sobre as tendências das mesmas (baseam-se
apenas na psicologia coletiva referida). Segundo Magazzino et al. (2012), Elliott
defende que, mesmo considerando uma evolução das cotações no caos, as mesmas
seguem padrões definidos. Outro autor, Casti (2002), sintetiza a Teoria das Ondas de

13
Que são, recorde-se, por ordem crescente, 23,6%, 38,2%, 50%, 68,2%, 78,6% ou 100%, e assim
sucessivamente (ver Seção II.5.), do Capítulo II..
14
O denominador do ratio a diminuir.
51
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Elliott em torno de quatro princípios essenciais: uma ação é seguida de uma reação; as
Ondas de Impulso (Impulse Waves) subdividem-se em cinco Ondas de menor grau e as
Ondas de Correção (Corrective Waves), por seu lado, subdividem-se em três Ondas
menores; um Ciclo completo é formado por oito Ondas (cinco de subida e três de
descida); a amplitude temporal a que se referem os padrões gráficos de comportamento,
não é relevante.

Também Elliott é da opinião, de acordo com Magazzino et al. (2012) que, muito
embora, as cotações sejam influenciadas por uma psicologia coletiva, as cotações dos
valores mobiliários são transacionadas em Ciclos repetitivos baseados nas regras da
Física – uma ação (na aceção de movimento num determinado sentido) é seguida de
uma reação (aceção de movimento em sentido oposto). Este aspeto, implicitamente,
evidencia que os indicadores de análise técnica de valores mobiliários baseiam-se nestes
Ciclos. Numa fase de euforia nos mercados de valores mobiliários, aumenta a procura,
desce a oferta e sobem as cotações, o que constitui a ação. Por seu lado, quando a oferta
aumenta, a procura desce e as cotações também descem, o que constitui a reação. De
uma forma combinada, ambas formam como que uma Onda, constituindo um padrão
que, se for interpretado corretamente, tem o condão de poder prever a evolução futura
da cotação, no limite, de um qualquer valor mobiliário e, em particular, de uma ação.
Casti (2002) comunga desta ideia ao defender que os mercados de valores mobiliários
refletem as crenças colectivas dos seus intervenientes (em especial relativamente ao
devir). A ação, na terminologia de Casti (2002), corresponde a momentos de otimismo
e a reação a momentos de pessimismo. Karthikeyan e Chendrayan (2011) corroboram o
mesmo ponto de vista de acordo com o qual, os mercados comportam-se como se
comportam os seus intervenientes de forma coletiva, oscilando entre um extremo de
disposição pessimista (bed mood) e outro extremo de disposição otimista (good mood).
São estas disposições que estão na base dos movimentos do mercado, variando na
amplitude temporal.

O mesmo Casti (2002) defende a existência de padrões repetitivos nos mercados de


valores mobiliários observados nos comportamentos dos índices de ações (como o

15
Com o denominador do ratio a aumentar.
52
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

DJIA16) e, a compreensão destes padrões habilita um investidor a prever tanto


movimentos de subida do mercado (Bull Markets) como de descida (Bear Markets).
Para este autor, a ideia central reside no conhecimento no tipo de padrão que o mercado
segue (um índice de ações, entenda-se). Citando Casti (2002): “… é apenas este tipo de
informação que a Teoria das Ondas de Elliott pretende providenciar” (p. 12). Este
padrão veicula que o mercado, reflete as emoções humanas de uma forma rítmica.
Assim, os mercados movem-se em Ondas com uma direção e um número definido, nas
palavras do mesmo Casti (2002). Neste contexto e sequência, outros autores como
Chatterjee et al. (2002) afirmam, a propósito desta Teoria, que estas mesmas emoções
humanas estão na base da formação de dois tipos básicos de Ondas: Ondas de Impulso e
Ondas de Correção. Casti (2002), acrescenta a particularidade de os padrões
identificados pela Teoria das Ondas de Elliott, recuperar as relações estabelecidas com
os números da sequência de Fibonacci17.

De acordo com os autores, Magazzino et al. (2012), Elliott olhava para o mercado como
um local onde a mentalidade coletiva, incluindo os traders de valores mobiliários,
seguiam Ciclos de otimismo e de pessimismo o que tornava os movimentos do mercado
uma sequência de subidas e descidas, previsíveis. Segundo os mesmos, os padrões
gráficos, para Elliott, tinham a caraterística batizada posteriormente por fractal18 que
materializa o desdobramento das Ondas referidas anteriormente. Este desdobramento é
feito de acordo com a ideia associada às figuras fractais e, coincide com a subdivisão
em amplitudes temporais menores respeitando, sempre, o mesmo padrão de
comportamento da cotação em questão (de subida ou de descida).

Elliott aplicou a Teoria dos fractais à sua Teoria das Ondas de Elliott para efetuar
previsões de movimentos do mercado. Chatterjee et al. (2002), a este propósito,
explicitam de forma mais circunstanciada este aspeto de superior importância para a
compreensão desta Teoria. Com efeito, o caráter fractal associado às referidas Ondas,
observável em gráficos de cotações, exprime-se no facto de cada Onda se subdividir
noutras Ondas iguais à que lhe deu origem mas de menor amplitude temporal. O já

16
Esta sigla significa Dow Jones Industrial Average.
17
Que são, recorde-se, 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89 e assim por diante até ao infinito.
18
Ver definição na nota de rodapé número 9.
53
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

citado Casti (2002) a este propósito afirma que existem nove tipos de Ondas: desde as
referidas às amplitudes temporais medidas em séculos, até às amplitudes temporais
medidas em minutos, passando por anos, meses, semanas, dias e horas. Estas Ondas são
independentes da amplitude temporal considerada, quanto aos seus tipos básicos
referidos. O mesmo Casti (2002, p. 15) refere que

“o tipo de independência-escala dá origem ao que se denomina de padrões auto-similares – aqueles que


parecem ser os mesmos em quaisquer escalas do tempo. Observando um índice como o Dow Jones numa
escala hora a hora, dia a dia, mês a mês, ano a ano e década a década, as séries temporais resultantes
do trading são, grosso modo, as mesmas (…)”.

e, por outro lado,

“ … se os comportamentos/ações sociais se desdobram em períodos de tempo de dez minutos, de dez


dias, de dez semanas, de dez meses, de dez anos e de dez décadas, porque não dez séculos ou dez
milénios? (…) a Teoria das Ondas de Elliott pode ser utilizada para demonstrar acontecimentos sociais
no passado longínquo” (p. 17). E conclui “ … a Teoria das Ondas de Elliott pode ser interpretada
como uma espécie de «máquina do tempo» para se ir onde nenhuma Teoria de mudança social logrou ir
antes” (p. 17).

Por outro lado, Chatterjee et al. (2002), referem, na mesma senda que

“o mais longo Ciclo da Teoria das Ondas de Elliott denomina-se de Grande Superciclo. Por sua vez,
cada Grande Superciclo pode subdividir-se em oito Superciclos (cinco de Impulso e três de Correção) e,
por seu lado, cada um destes, em oito Ciclos ou Ondas. Este processo desenvolve-se de forma sucessiva
formando Ondas denominadas de Primárias, Intermédias, de hora em hora, de minuto em minuto e de
sub-minuto em sub-minuto” (p. 68).

Genericamente, as cotações de ações (ou de quaisquer outros valores mobiliários),


seguem uma sequência em Ondas num sentido de subida e de descida (e vice-versa). De
acordo com o sentimento do mercado, há como que um movimento dominante,
composto por cinco Ondas (que Casti (2002) afirma que são assinaladas pelo recurso a
números, 1, 2, 3, 4 e 5) e outro movimento corretivo, composto por três Ondas (que o
mesmo Casti (2002)) refere serem identificadas pelas letras maiúsculas, A, B e C). O
movimento dominante pode ser de subida e o movimento corretivo de descida ou o
movimento dominante de descida e o movimento corretivo de subida. Elliott, de
acordo com Magazzino et al. (2012, p. 101) afirmou que a soma das Ondas constitui um
54
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Ciclo completo de Ondas em que as Ondas do movimento dominante são iguais às


ondas do movimento corretivo. A diferença entre um movimento do mercado de
subida e de descida reside no comprimento das Ondas e na sua direção. Os Ciclos que
as cotações de valores mobiliários seguem dependem, para Elliott, de fatores de
natureza diversa e da amplitude temporal o que possibilita identificar oito Ondas que,
por sua vez, cada uma delas, se subdivide em outras tantas oito Ondas intermédias que,
por seu lado, também podem ser subdividas em outras Ondas menores que, no seu
conjunto, perfazem a Teoria completa de Elliott. Casti (2002), neste contexto, alude a
um aspeto que se revela importante: a frequência com que estes Ciclos se repetem. De
facto, esta frequência varia em sentido inverso à sua amplitude. Portanto, quanto maior
(menor) for a sua frequência menor (maior) será a sua amplitude. Esta variação em
sentido inverso entre, frequência e amplitude, alude a uma lei apelidada de Lei da
Potência (Power Law) oriunda da Física.

Ainda a propósito da Teoria das Ondas de Elliott, Magazzino et al. (2012) realçam a sua
principal virtualidade: o seu poder de previsão futura da evolução das cotações nos
mercados de valores mobiliários. Para que este poder de previsão se torne uma
realidade, é condição necessária e suficiente o simples conhecimento das cinco mais três
Ondas de Elliott. Uma vez conhecidas estas, estão reunidas as condições para identificar
o início de um Ciclo, seja de subida seja de descida, do mercado. É justamente aqui que
reside o busílis da questão: como identificar e contar as referidas cinco mais três Ondas?
De facto, constata-se que existem muitas Ondas cujas formas não se compaginam com
as Ondas de Elliott típicas o que exige a um investidor uma considerável experiência
(para além de qualificações) para a sua identificação. Contudo, os mesmos Magazzino
et al. (2012, p. 103) advogam que o domínio dos princípios subjacentes à Teoria das
Ondas de Elliott é, só por si, o suficiente para garantir a eficácia na identificação aludida
revelando-se superior à análise técnica tradicional.

No sentido de identificar as cinco Ondas de forma correta, de acordo com Magazzino et


al. (2012), existem alguns aspetos que os mesmos salientam como principais

55
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

caraterísticas das mesmas. Estes dizem respeito ao FTSE MIB19, referente ao período de
dezembro de 2009 a janeiro de 2012 e que está patente na Figura 14..

Figura 14. - Índice de Cotações de Ações FTSE MIB, de dezembro de 2009 a janeiro de
2012

Fonte: Magazzino et al. (2012, p. 103).

Pela observação da Figura 14., a Onda 1, a menos importante, evidencia um padrão de


acumulação com volumes transacionados que são constantes (regulares). Por outro lado,
configura uma situação de ricochete (rebound na expressão anglo-saxónica original) do
Bear Market antecedente sendo, amiúde, aproveitado por especuladores para abertura de
posições curtas nos vários mercados de valores mobiliários (de ações, especialmente).
É por este motivo que a Onda 2 se retrai dando origem ao surgimento de uma figura da
análise técnica conhecida como duplo fundo (double bottom). Mas é a Onda 3 a mais
forte, seja em termos de amplitude temporal seja em termos de rendimento que pode
propiciar a um investidor e, consequentemente, é devido a este facto que ela se
subdivide em cinco Ondas mais pequenas. Os autores Magazzino et al. (2012)
apresentam uma explicação para tal: na Onda 3 dá-se a quebra do ponto máximo a partir
da Onda 1, o que constitui um sinal de compra de valores mobiliários.

19
A sigla MIB, significa Milano Italia Borsa e FTSE, refere-se ao facto de esta estar integrada no FTSE
Group.
56
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

No que é atinente à Onda 4, ela constitui uma Onda de Correção de um movimento e,


com muita frequência, fornece falsos sinais de análise técnica o que se deve ao excesso
de tendência de subida constatado na Onda 3. A Onda 5, por seu lado, constitui o mais
forte movimento de Impulso, se estivermos na presença do fim de um Ciclo de subida
que, como que antevê, a euforia típica de um movimento de subida num grande Ciclo
temporal.

A Onda A, de curta duração, constitui uma correção num movimento do mercado de


subida. São compras de valores mobiliários em grande número que asseguram que a
Onda B como que redesenha grande parte da Onda A (descendente), o que origina
falsos sinais de análise técnica. De sublinhar que a Onda B, subdivide-se em três Ondas,
uma vez que se trata de uma Onda de Correção. Por fim, a Onda C, mais complexa de
desenhar, pode configurar uma situação de correção normal dos mercados. A contagem
das Ondas de Impulso e das Ondas de Correção, coincide com os números da sequência
de Fibonacci uma vez que a partição da Onda em sub-ondas (re)produz, até ao infinito,
os números desta sequência de Fibonacci úteis igualmente para a previsão de
movimentos de inversão do mercado (swings), oscilações e preços-alvo a atingir das
cotações dos valores mobiliários. A utilização isolada dos números da sequência de
Fibonacci, é contestada, no dizer de Magazzino et al. (2012), por diversos autores. Entre
estes contam-se aqueles que entendem que, ainda que esta sequência, constitua e seja
utilizada como um indicador de análise técnica, é de utilização mais eficaz como
indicador complementar de outras técnicas e metodologias do que o seu uso
isoladamente de per se.

De acordo com a análise efetuada por Magazzino et al. (2012) da aplicação da Teoria
das Ondas de Elliott a um índice de ações, concretamente, o S&P 500, chega-se a um
conjunto de factos relevantes. De acordo com o exibido na Figura 15., temos a evolução
deste índice no período de agosto de 2009 a junho de 2011 objeto da referida análise.

57
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Figura 15. - Evolução da Performance do Índice de Cotações de Ações S&P 500 de


agosto de 2009 a junho de 2011

Fonte: Magazzino et al. (2012, p. 104).

No que se refere à contagem das Ondas são realçados três aspetos fundamentais:
___
 Observa-se um ponto máximo, em 26 de abril de 2010 em 1219 pontos
de índice ___ que mais não é do que o máximo da Onda A (Top of the Wave A);
 De igual modo, também se observa um ponto mínimo em 1 de julho de
___
2010 nos 1010 pontos de índice ___ sendo a Onda B, dividida em três sub-Ondas;
___ ___
 O máximo atingido em maio de 2011 nos 1371 pontos de índice ,
pode ser visto como a Onda C (dividida em cinco sub-Ondas). Esta, marca o termo do
Ciclo de Bull Market, de 2009 a 2011.

Neste enquadramento de aplicação teórica da Teoria das Ondas de Elliott, Chatterjee et


al. (2002) referem, a propósito da análise do mercado de ações norte-americano, de
1916 a 1976, que a Onda denominada de Grande Superciclo, historicamente, exibe
momentos de alta e de baixa, ao décimo-primeiro número dos números da sequência de
Fibonacci (cinquenta e cinco anos).

Outra abordagem da adequabilidade da Teoria das Ondas de Elliott, é aquela que é


efetuada por Dash e Patil (2009). Com efeito, estes autores, encontraram evidência
empírica da mesma para períodos de tempos de cinco, vinte e um e de cinquenta e cinco
dias (para curto e médio prazos, portanto) ao contrário do que sucedeu para longo prazo

58
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

(duzentos dias). Concluem, mais do que pela sua adequabilidade, pelo seu suporte na e
com a realidade (de forma consistente). Este suporte, baseou-se no facto de estes autores
terem logrado obter evidência empírica de predominância dos padrões constitutivos da
Teoria superior àquilo que era esperado pelos mesmos.

Karthikeyan e Chendrayan (2011), também efetuaram uma análise da aplicação da


Teoria das Ondas de Elliott mas, a cinco setores industriais indianos: setor de produção
automóvel, setor bancário, setor energético, setor de tecnologias de informação e setor
de telecomunicações. Assim, no setor de produção automóvel, em cinco empresas,
quatro exibiram o padrão teórico subjacente e, destas, em duas, constatou-se uma
duração variada dos referidos padrões, quer global quer de cada uma das Ondas. No
setor bancário, o mesmo se verificou com diferenças entre os bancos selecionados,
nomeadamente, na duração, global e de cada Onda, dos padrões identificados. Por seu
turno, no setor energético, a mesma constatação foi obtida (na duração global e de cada
Onda). Já no que concerne ao setor das tecnologias de informação, das cinco empresas
analisadas, apenas duas exibiram evidência coincidente com os padrões caraterizadores
da Teoria, na sua duração, global e individual. Por fim, no setor das telecomunicações,
verificou-se a presença dos padrões teóricos variando a duração total das Ondas, e de
cada uma delas, individualmente. De uma forma global, Karthikeyan e Chendrayan
(2011) constataram a validade da Teoria aludida aplicada aos mercados de ações das
empresas dos cinco setores analisados. Possui virtualidades previsionais futuras embora
diferentes de empresa para empresa. No setor bancário, os Ciclos conheceram o seu
início no mesmo mês mas, em anos diferentes. O mesmo se verificou no setor
energético e das telecomunicações. No das tecnologias de informação, a cautela com o
mesmo objetivo tem de ser mais cuidada. À laia de conclusão, Karthikeyan e
Chendrayan (2011) concluem que

“… muitas das companhias estudadas exibiram os padrões das Ondas de Elliott, contudo, algumas das
mesmas não exibiram os padrões pelo que a controvérsia sobre esta Teoria não está completamente
ultrapassada no setor industrial indiano” (p. 32).

Magazzino et al. (2012) concluem que, se a Teoria das Ondas de Elliott, interpretar o
comportamento dos mercados de forma correta e, se se recorrer às estatísticas diárias
sobre o crescimento do produto e desemprego, designadamente, e analisando alguns
59
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

indicadores de tendência prospetiva20, é possível efetuar previsão de um novo período


de contração da economia a ter início no segundo trimestre de 2012, que deverá
estimular o início de uma tendência descendente do mercado durante muitos anos.
Contudo, estes autores não referem qual a economia (americana, da Zona Euro, ‫ )ر‬e
não completam com elementos mais precisos esta ideia central. Já Chatterjee et al.
(2002) possuem uma outra ótica a respeito do caráter previsional da Teoria das Ondas
de Elliott:

“Uma vez que os investidores consigam identificar que Onda se vai formar num movimento futuro do
mercado, a previsão do comportamento futuro do mercado pode ser efetuada com precisão. Contudo, o
conhecimento dos padrões de Ondas históricos que tenham ocorrido no mercado e a experiência na
contagem das Ondas são de suprema importância para o rigor desta previsão” (p. 71).

Por último, indaga-se da aplicabilidade da Teoria das Ondas de Elliott aplicada ao


índice de ações S&P 500. Num período de três anos, desde outubro de 2008 até 31 de
dezembro de 2011, efetua-se uma previsão analítica para o primeiro semestre de 2012.
As conclusões obtidas apontam para que, na presença de turbulências nos mercados
financeiros, a análise técnica e a Teoria das Ondas de Elliott reflitam, de forma
adequada, os comportamentos em termos de evolução dos mercados financeiros. Isto
assim é, devido à versatilidade da Teoria das Ondas de Elliott (e de todos os indicadores
da análise técnica tradicional) para captar oportunidades lucrativas mesmo em fases de
turbulência nos mercados de ações. Casti (2002) a este propósito opina que a eficácia
desta Teoria, conquanto que se revele útil em momentos de subida, revela-se mais
promissora e valiosa em momentos de descida (em tempos de crise). Refere este autor
que, Elliott se socorreu da sua Teoria para, a meio da Segunda Guerra Mundial,
vaticinar uma subida dos mercados de valores mobiliários a partir desta. Chatterjee et
al. (2002, p. 71) referem que a eficácia se prende mais com a “interpretação e a
rotulagem correta bem como a contagem das Ondas”. E acrescenta: “… a importância
atribuída às interpretações (da Teoria das Ondas) de Elliott, encontra-se limitada pela
experiência detida pelo investidor na análise dos gráficos dos mercados com as Ondas
de Elliott”.

20
Na terminologia anglo-saxónica Leading Indicators.
60
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Na análise dos autores, Magazzino et al. (2012), a evolução dos primeiros cinco meses
de 2012, será mais turbulenta mesmo que se registe uma fase de tendência ligeira de
subida do mercado até maio de 2012. O que se prevê é um crash dos mercados
financeiros (sem especificar mais nada), a que um cenário de bancarrota da Grécia,
conduzirá a uma tendência descendente do mercado mais acentuada. E à guisa de
conclusão, Chatterjee et al. (2002, p. 71) referem que a Teoria das Ondas de Elliott
“reitera o princípio do senso comum segundo o qual os mercados nunca evoluem numa
única direção”.

61
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Capítulo IV. - Estudo Empírico

A finalidade deste Capítulo, genericamente, é o de, com recurso a Software específico,


averiguar a que resultados se chegariam se se aplicassem os princípios teóricos
subjacentes à Teoria das Ondas de Elliott tal como foi caraterizado no Capítulo III.. É o
seu corolário lógico.

Por outro lado, constitui de igual modo, o nosso problema de investigação da Tese de
Dissertação de Mestrado: aquilatar a que resultados somos conduzidos se, num período
amostral definido, aplicarmos a Teoria das Ondas de Elliott, com a ajuda do Software
específico, neste caso, o Elliott Wave (Versão 9.5.). Por isso, este Capítulo é o mais
importante porque dá conta apropriada sobre o mesmo.

A escolha para esta parte prática circunscreve-se ao mercado de ações português e,


dentro deste, ao PSI-20 e, a três ações do setor bancário: BCP, BES e BPI (por esta
ordem). O período que abarca é o de, desde 1 de janeiro de 2009 até 31 de
dezembro de 2010, perfazendo, portanto, dois anos. As razões que levam a esta
escolha residem no facto de se tratar de um setor homogéneo dentro deste índice e, por
outro lado, devido a serem ações que, no período considerado e mesmo, posteriormente,
terem sido fortemente fustigadas pela crise financeira internacional de 2008 com queda
abruta das cotações das ações e dos mercados acionistas em geral, em todas as praças
financeiras, do Mundo Inteiro.

Estas razões constituem, em conjunto, uma motivação acrescida para uma análise
científica com o auxílio de Software apropriado, o Software Elliott Wave (Versão 9.5.).

Assim, a estrutura de abordagem e desenvolvimento desta parte, obedece a cinco Seções


distintas:
 Na primeira Seção, IV.1., cujo título é Cotações Observadas do BCP,
BES e BPI (2009 e 2010): Análise Introdutória, efetua-se uma análise introdutória
sobre o comportamento observado das cotações das referidas três ações no período em
apreço;
 Na segunda Seção, IV.2., denominado de Principais Tendências
Evidenciadas, são apresentadas, as tendências que, após submissão ao Software, o

62
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

mesmo dita em termos de principais notas dominantes. Trata-se de uma Seção que se
reveste de toda a importância, especificamente dentro deste Capítulo e, globalmente, no
conjunto da Tese de Dissertação de Mestrado, pois permite evidenciar o que um
programa específico permite obter na prática conhecendo a sua utilidade enquanto
ferramenta específica aplicada;
 No que se refere à terceira Seção, IV.3., subordinada ao título Resultados
Obtidos, apresentam-se os resultados em concreto acompanhados de uma análise mais
cuidada, mas individualmente;
 Por fim, na quarta Seção, IV.4., Previsões, Estratégias Alternativas e
Comparações dos Resultados, os resultados comparados e individuais em termos de
rendibilidade e risco de quatro estratégias possíveis para o primeiro semestre de 2011,
retirando a utilidade do Software ex-ante com efeitos ex-post.

IV.1. - Cotações Observadas do BCP, BES e BPI (2009 e 2010): Análise


Introdutória

Esta Seção mostra-se particularmente pertinente no sentido de analisar a evolução


observada das cotações das ações do BCP, do BES e do BPI, no período de 1 de janeiro
de 2009 a 31 de dezembro de 2010. Com efeito, até para efeitos de análise posterior,
cumpre conhecer quais foram os contornos de caraterização da trajetória das cotações
das três ações no período em apreço para se conhecer a realidade factual do período.
Mas, há um elemento adicional que fundamenta a opção por estas três ações do setor
bancário: no seio da crise internacional de 2008 que assolou o Mundo Financeiro (e não
só) internacionalmente, no PSI-20, estas foram ações das mais fustigadas pela derrocada
que se exprimiu na Bolsa portuguesa e nas estrangeiras. Daí que mereça esta opção de
abordagem analítica.

Por exemplo, no caso da cotação da ação do BCP trata-se de uma ação que chegou a
estar cotada acima dos 4 ‫ ص‬no ano de 2007 (precisamente um ano antes do eclodir da
crise de 2008) e, em 2012, atingiu um mínimo de 0,073 ‫ ص‬e, neste mesmo ano, outro

63
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

mínimo (histórico) de ‫ ر‬0,058 ‫ !ص‬Temos aqui uma desvalorização de,


aproximadamente, 98%21‫ر‬

No Gráfico 1., podemos ver a evolução registada pelas cotações da ação do BCP no
período aludido.

Gráfico 1. - Comportamento das Cotações da Ação do BCP de 2009 a 2010 num


Gráfico de Linhas

i….

Fonte: Construção nossa retirada de <www.inversis.com> em 27 de junho de 2013.

Pela observação do Gráfico 1., podemos, grosso modo, constatar que existem seis fases
na evolução comportamental da cotação da ação do BCP. Uma primeira fase
descendente até março de 2009. Depois encontramos uma segunda fase ascendente,
desde esta data até final de maio de 2009 após o que a ação anda de lado durante um a
dois meses. Numa terceira fase, com início em junho de 2009 e que se prolonga até
outubro (novembro) de 2009, as cotações da ação voltam a subir atingindo um pico em
torno de 1,06 ‫ص‬. Sucede, de seguida, uma quarta fase, que se prolonga até março de
2010 com duas descidas e duas subidas terminando em 0,81 ‫ص‬. Logo de seguida, ainda
temos uma quinta fase, até maio de 2010, de queda abruta, até 0,63 ‫ ص‬para, depois, se
situar, numa sexta fase, em oscilação dentro do intervalo 0,585 ‫ ص‬e 0,675 ‫ ص‬sem força de
subida.

21
[(0,073 € / 4 €) - 1] × 100 = - 98,175% o que significa, aproximadamente, 98%. Se considerarmos a
cotação de partida de 4 ‫ ص‬e a de chegada de 0,073 ‫ص‬.
64
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Em traços gerais, esta é a principal caraterização que se pode efetuar da realidade


observada sobre a cotação da ação do BCP no período de 1 de janeiro de 2009 até 31 de
dezembro de 2010 sofrendo uma desvalorização, aproximadamente, de 98%22 entre o
seu pico e o seu nível mais baixo.

No que se refere à cotação da ação do BES, cumpre apresentar a mesma análise por
forma a se conhecer a evolução observada no período em análise de 1 de janeiro de
2009 até 31 de dezembro de 2010. O Gráfico 2., dá-nos conta cabal desta trajetória de
forma concludente.

Gráfico 2. - Comportamento das Cotações da Ação do BES de 2009 a 2010 num


Gráfico de Linhas

Fonte: Construção nossa retirada de <www.inversis.com> em 27 de junho de 2013.

Constata-se pela observação do Gráfico 2., que igualmente também se podem perscrutar
cinco fases de evolução da cotação da ação do BES no período em causa: numa
primeira fase a cotação conhece uma descida desde os 6,65 ‫ ص‬em janeiro de 2009 até
cerca de 3,15 ‫ ص‬em março deste mesmo ano. Numa segunda fase, há uma recuperação
até aos 5,25 ‫ ص‬ocorrida em meados de outubro para, numa terceira fase, voltar a descer
até aos 3,15 ‫ ص‬já em 2010 por volta de abril. Deste então, a ação ainda conhece uma
quarta fase de ligeira recuperação até aos 3,85 ‫ ص‬para, numa quinta fase, perder força e
descer caindo até aos 2,8 ‫ص‬.

22
Ver nota de rodapé anterior.
65
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Em termos gerais, a realidade observada do comportamento da cotação da ação do BES


tem este retrato que, no período de 1 de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2010,
assinala uma desvalorização de, aproximadamente, 57%23.

Por seu lado, ainda temos, exibido no Gráfico 3., o comportamento observado da
cotação da ação do BPI, também no período já referido. Este Gráfico 3., indica
visualmente a trajetória que o valor mobiliário conheceu no período.

Gráfico 3. - Comportamento das Cotações da Ação do BPI de 2009 a 2010 num Gráfico
de Linhas

Fonte: Construção nossa retirada de <www.inversis.com> em 27 de junho de 2013.

A constatação do Gráfico 3., evidencia sete fases notórias: uma primeira fase que vai
desde janeiro de 2009 até março, sensivelmente, em que a cotação desce, desde os 1,8 ‫ص‬
até aos 1,4 ‫ص‬. Depois, observa-se uma segunda fase ascendente que vai até,
sensivelmente, meados do mês de maio em que a cotação atinge 2,1 ‫ص‬. De maio até fim
de junho de 2009, numa terceira fase, nova fase descendente até 1,8 ‫ص‬. De junho até
outubro, numa quarta fase, mais uma fase ascendente até 2,5 ‫ص‬. Numa quinta fase
descendente, a cotação desce de outubro até ao início de maio de 2010, de 2,5 ‫ ص‬até 1,5
‫ص‬. Volvidos dois a três meses, numa sexta fase, a cotação da ação do BPI sobe até 1,8 ‫ص‬,
de maio até agosto de 2010 e, por último, numa sétima fase, desce até 1,4 ‫ص‬, de agosto a
dezembro de 2010.

23
[(2,8 € / 6,65 €) - 1] × 100 = - 57,89%, aproximadamente, 57%.
66
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Globalmente considerando, a trajetória da cotação da ação do BPI conhece uma


desvalorização acentuada passando de 2,5 ‫ ص‬em novembro de 2009 para, passado um
ano, em dezembro de 2010, se situar em 1,4 ‫ ص‬o que significa uma desvalorização de
44%24.

IV.2. - Principais Tendências Evidenciadas

Nesta Seção, a pretensão é a de explicitar, separadamente, para a cotação de cada ação,


as tendências que, graficamente, mais se fazem notar, decorrentes da aplicação à
realidade no período amostral dos anos de 2009 a 2010, do Software Elliott Wave
(Versão 9.5.).

De uma forma resumida, a abordagem de análise, é a de comparar, aquilo que foi a


realidade observada e descrita na Seção IV.1. e a realidade obtida patenteada nos
Gráficos 4., 5. e 6..

De uma forma global, observa-se nos Gráficos 4., 5. e 6., os outputs mais importantes
extraídos das análises e tratamentos gerados pelo Software.

Em termos de resultados, a ideia central, que é comum aos três Gráficos, é a de saber se
a Teoria das Ondas de Elliott, exposta no Capítulo III., de algum modo, se encontra
plasmada nos mesmos. Os princípios básicos então expostos, isto é, a estrutura básica
das Ondas, em que num movimento ascendente do mercado temos cinco Ondas de
Impulso a subir e três Ondas de Correção a descer e, inversamente, num movimento
descendente do mercado, temos cinco Ondas de Impulso a descer e três Ondas de
Correção a subir, é de esperar que se obtenha esta descrição nos Gráficos gerados com a
contagem das Ondas dos dois tipos e no contexto de cada um dos movimentos –
ascendente e descendente. E nas três cotações das três ações: BCP, BES e BPI nos anos
de 2009 e de 2010 (o período amostral).

Mas, como se pode constatar pela observação dos Gráficos, o Software Elliott Wave
(Versão 9.5.), possui uma utilidade adicional não negligenciável: nos três Gráficos,

24
[(1,4 € / 2,5 €) – 1] × 100 = - 44%.
67
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

apresenta uma previsão das cotações para os seis meses seguintes ao do período
amostral, isto é, após dezembro de 2010, o que possibilita tomar decisões de comprar ou
não comprar a ação (caso não se possua) e de vender com prejuízo ou não a vender. No
fundo, permite ao trader de valores mobiliários, tomar decisões sobre abertura ou fecho
de posições longas e curtas, ex-ante com efeitos ex-post, no pressuposto de que as
previsões são credíveis. Por conseguinte, pode-se afirmar que, é neste aspeto que,
porventura, se encontra uma das maiores virtualidades do Software e que é tratado
devidamente na análise dos Resultados Obtidos, na Seção IV.3..

Por outro lado, também se pode constatar que, nesta Seção, Principais Tendências
Evidenciadas, se pode aquilatar do modo como se formam as Ondas de Elliott, a sua
eventual clareza e identificação de acordo com o preceituado na Teoria, visto ser este
aspeto um dos óbices de aplicação profícua da mesma. De realçar que, apenas foi
descrita por Elliott a estrutura básica das Ondas sem especificar o comprimento de cada
sub-Onda, seja qual for a tendência do mercado, ascendente ou descendente. Não terá
sido por mero acaso que a Teoria das Ondas de Elliott se cingiu a tal. Com efeito, o
comprimento de cada sub-Onda é variável, não apenas na amplitude temporal como
também assume um comprimento diferente de mercado para mercado e, dentro deste, de
valor mobiliário para valor mobiliário. Daí que esta particularidade assuma uma feição
eminentemente subjetiva e relativa à amplitude temporal, ao mercado e ao valor
mobiliário. É nesta complexidade que reside uma das virtualidades da Teoria,
___ ___
requerendo, experiência, habilidade e intuição pessoal na sua aplicação. O
Software de análise, constitui uma ferramenta de auxílio neste contexto.

68
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

IV.2.1. - Tendências na Cotação da Ação do BCP

Em termos operacionais este Gráfico 4., é obtido via definição numa caixa de diálogo,
das cotações de abertura, fecho, máximo, mínimo e quantidade transacionada.
Carregando em OK, após uns breves instantes (sensivelmente, 15 a 20 segundos) gera-
se o Gráfico 4. e, um quadro denominado de Sumário de Inspeção (Summary Inspector)
surgindo tudo no mesmo ecrã, simultaneamente.

O Gráfico 4., exibe o output do Software após o uploading das cotações dos anos de
2009 e 2010. Após este, o Software gera este Gráfico de linhas com os números e as
letras das Ondas, da Teoria das Ondas de Elliott, definidos pelo mesmo Software Elliott
Wave (Versão 9.5.). Adicionalmente, o Sumário de Inspeção (tratado mais adiante na
Seção IV.3.2.) é gerado no ecrã logo abaixo do eixo onde se exibem as datas.

De salientar que, no Gráfico surgem as previsões das cotações para os primeiros seis
meses seguintes a 31 de dezembro de 2010, ou seja, o primeiro semestre de 2011, o que
incute a virtualidade de o próprio Software gerar como que uma previsão ex-ante para
um período ex-post das cotações da ação do BCP.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Gráfico 4. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da Cotação da Ação do BCP (2009 a 2010)

Fonte: Construção no Software Elliott Wave (Versão 9.5.), a partir das cotações da ação do BCP, no período de 2 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2010. A extração deste output foi efetuada em 9 de julho de 2013.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Globalmente, a observação do Gráfico 4., conjugada com a do Gráfico 1., patenteia que a
evolução da cotação da ação do BCP foi no sentido de acentuada queda em 2009 e 2010,
intercalada com períodos de ligeira recuperação. Constata-se que, no Gráfico 4., visto como
um todo, a evolução da cotação da ação do BCP, tal como seria de esperar, segue quase de
forma decalcada, a evolução observada patente no Gráfico 1.. Portanto, possui as mesmas
seis fases na evolução do seu comportamento no período amostral.

Mas, adicionalmente, possui acoplado, as Ondas veiculadas pela Teoria subjacente das
Ondas de Elliott. Assim, numa primeira fase, desde janeiro até março de 2009, constata-se
uma tendência descendente da cotação da ação do BCP que coincide com uma Onda de
Impulso no âmbito desta tendência descendente do mercado. Com efeito, verificamos que
estão presentes as cinco fases típicas caraterísticas desta Onda (1-2-3-4-5). No entanto,
ainda relativamente à primeira fase, não são reproduzidas, nem se quer, aproximadamente,
as sub-Ondas, assinaladas pelos números a cor verde, nem na forma, sobretudo, nem no
comprimento. Por outro lado, das sub-Ondas 2 para a 3 e, desta para a 4, a sub-Onda 3
constitui uma quebra cuja explicação não surge de forma imediata. Seria mais lógico que, a
partir da sub-Onda 2 onde está a sub-Onda 4 se situasse a 3, o que não se verifica. Contudo,
numa análise mais detalhada, pode constatar-se que, assinaladas pelos números a cor-de-
rosa, temos os números quatro e cinco o que significa que se trata das duas últimas sub-
Ondas de Impulso, no âmbito de uma tendência descendente do mercado. Mais
precisamente, o fim da sub-Onda 4 e toda a sub-Onda 5. Assim, a interpretação a fazer é a
de que, nesta primeira fase, a cor-de-rosa, temos exibido pelo Software, as Ondas de Elliott
numa amplitude temporal, igual ou superior ao mês, ao passo que, a cor verde, uma inferior
(semanal, diária, ‫)ر‬, sem uma confirmação inequívoca.

Mas, e já numa segunda fase, desde esta data até maio de 2009, volta-se a conhecer uma
nova Onda com caraterísticas de Onda de Impulso (ao contrário do que propaga a Teoria).
Não há dúvida a este respeito pelo facto de os números de um a cinco estarem assinalados
no Gráfico 4.. Por conseguinte, em lugar de haver uma Onda de Correção com três fases,
como teoricamente seria de esperar, observa-se uma nova Onda de Impulso ou, então, uma

71
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Onda de Impulso com o perfil como se de uma de Onda de Correção se tratasse. Saliente-se
que, no que é atinente a esta segunda fase, após um ligeiro hiato de indefinição, constata-se
que, com os números a cor verde, a estrutura das sub-Ondas de Impulso, em particular, na
sua forma, estão mais de acordo com o preconizado pela Teoria subjacente. Em concreto,
no que diz respeito ao comprimento, o da sub-Onda 2 para 3 e da 4 para a 5, apresenta uma
magnitude superior às restantes. Esta particularidade, realça o pormenor da existência de
alguma heterogeneidade da estrutura típica. Por seu turno, no que é referenciado a cor-de-
rosa, é de assinalar que, desde o fim da sub-Onda da fase antecedente até ao fim da última
Onda desta fase (sub-Onda 5), temos como que a primeira fase de uma sub-Onda de
Correção, isto é, de 5 a A. Tal assim é se nos situarmos no âmbito de uma amplitude
temporal mensal, de março até maio de 2009.

De sublinhar que, tanto na primeira fase, de janeiro até março de 2009 como na segunda, de
março até maio de 2009, o padrão típico das Ondas de Impulso, propalado pela Teoria das
Ondas de Elliott, à exceção da numeração, é replicado em qualquer uma das duas fases.

Numa terceira fase, de maio/junho a outubro de 2009, analogamente ao que já sucedia no


comportamento observado da cotação da ação do BCP, de acordo com o Gráfico 4.,
constata-se que, de maio até início de junho, conhece uma evolução a andar de lado para,
após uma pontual descida, continuar mais um mês a exibir o mesmo perfil de
comportamento até, por fim, conhecer o movimento ascendente até outubro. Nas letras a
cor verde, registe-se que a primeira sub-Onda 1 da Onda de Impulso, apenas tem o seu
início por volta de julho apresentando as restantes quatro sub-Ondas constitutivas a forma,
aproximada, que é de esperar. Porém, no que se refere ao comprimento, é de mais evidente,
a particularidade de as sub-Ondas 2 a 3, possuírem um comprimento muito extenso
afastando-se daquilo que seria de esperar. Em contrapartida, todas as outras sub-Ondas são
de menor comprimento, especialmente, da 1 para a 2. Por conseguinte, está também
presente, nesta fase, uma heterogeneidade nos comprimentos de cada sub-Onda, das cinco
totais. De sublinhar ainda que, a cor-de-rosa as letras A a B e C, no seu conjunto perfazem

72
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

a estrutura típica de uma Onda de Correção mas também o comprimento de cada uma das
três aparece dissonante com a estrutura teórica esperada em especial de B para C.

No que se refere à quarta fase, de outubro de 2009 a março de 2010, genericamente,


observa-se, a cor verde, a estrutura típica de uma Onda de Correção (como seria de
esperar). Contudo, à semelhança do que sucedeu nas fases anteriores, constata-se que o
comprimento das três fases constituintes, ainda que repliquem satisfatoriamente a sua
forma, afastam-se de um comprimento homogéneo especialmente na primeira sub-Onda de
Correção do final da última fase da Onda de Impulso até ao final da primeira fase (a) da
sub-Onda de Correção. De facto, é notória a particularidade de acordo com a qual, ao longo
da sub-Onda de Correção, designada pela letra (a), se observa uma descida da cotação de
outubro até meados de dezembro de 2009. Desde esta data até meados de janeiro de 2010,
observa-se a sub-Onda de Correção (b) com uma ligeira subida da cotação para, por fim,
termos a terceira sub-Onda de Correção (c) até meio de fevereiro de 2010, coincidindo com
a descida da cotação. Esta última sub-Onda exibe um comprimento de magnitude um pouco
maior do que seria de esperar para se observar alguma homogeneidade na forma destas sub-
Ondas de Correção. Já fora destas, de fevereiro a março de 2010, correspondendo às letras a
verde (w), (x) e (y), temos o esboço de uma Onda de Impulso (2) de contornos um pouco
indefinidos.

Num quinta fase, desde março até fim de abril de 2010, pode-se aquilatar uma fase de
descida sem qualquer correspondência com uma estrutura de Onda de Correção.

Numa sexta e última fase, desde o final de abril até dezembro de 2010, observa-se, de
igual modo, uma tendência indefinida no que se refere às Ondas de Elliott em que o
comportamento se traduz por um andamento do tipo a andar de lado.

Por fim, registe-se o facto de o programa, exibir umas previsões prospetivas para o
primeiro semestre de 2011, com base nas cotações da ação do BCP nos anos 2009 e 2010.
Assim, a cor verde, sugere as cotações, num movimento do mercado descendente, de entre
[0,684 ‫ ; ص‬0,73 ‫( ]ص‬numa ótica de curto prazo – de 2 de janeiro de 2011 até à terceira

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

semana de abril de 2011, sensivelmente) e, a cor-de-rosa, entre [0,6298 ‫ ; ص‬0,6461 ‫( ]ص‬numa


ótica de médio e longo prazos - de 2 de janeiro de 2011 até 15 de abril de 2011,
sensivelmente) num mesmo movimento do mercado, também descendente. Há, ainda, uma
cotação previsional de 0,5881 ‫( ص‬desde 2 de janeiro de 2011 até 10 de maio de 2011,
sensivelmente), sem ótica definida.

IV.2.2. - Tendências na Cotação da Ação do BES

Tal como, analogamente, ao que já ocorreu com a cotação da ação do BCP na Seção
antecedente, temos o correspondente Gráfico 5., para a cotação da ação do BES. É obtido
de forma em tudo semelhante, via definição numa caixa de diálogo, das cotações de
abertura, fecho, máximo, mínimo e quantidade transacionada. Após esta definição, carrega-
se em OK, e uns breves instantes após (15 a 20 segundos), é gerado o Gráfico 5.. Acrescido
de um quadro apelidado de Sumário de Inspeção (Summary Inspector) no mesmo ecrã ao
mesmo tempo.

O Gráfico 5., exibe o output do Software após o uploading das cotações dos anos de 2009 e
2010. O Gráfico que é gerado neste Software é o de linhas com os números e as letras das
Ondas, da Teoria das Ondas de Elliott, definidos pelo mesmo Software acrescendo, no
mesmo ecrã, o Sumário de Inspeção, abaixo do eixo com as datas (tratado mais adiante na
Seção IV.3.3.).

No Gráfico surgem as previsões das cotações para os primeiros seis meses após 31 de
dezembro de 2010, primeiro semestre de 2011, traduzindo a virtualidade de o Software
gerar uma previsão ex-ante para um período ex-post das cotações da ação do BES.

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Gráfico 5. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da Cotação da Ação do BES (2009 a 2010)

Fonte: Construção no Software Elliott Wave (Versão 9.5.), a partir das cotações da ação do BES, no período de 2 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2010. A extração deste output foi efetuada em 9 de julho de 2013.

75
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Por seu lado, da observação do Gráfico 5., e tendo em conta o conteúdo do Gráfico 2.,
globalmente, também se verifica que, nos anos de 2009 e 2010, a cotação da ação do BES
conheceu uma trajetória de acentuada queda. De facto, tal como se constatou na análise da
cotação da ação do BCP, da observação do Gráfico 5., também se vislumbra esta queda
com períodos de ligeira recuperação. Porém, o valor absoluto da cotação, que subjaz, é
significativamente superior (ao do seu congénere do BCP) oscilando, aproximadamente,
entre um máximo de 6 ‫ ص‬e um mínimo de, ligeiramente, abaixo dos 2 ‫ ص‬nos dois anos
considerados. Não obstante este aspeto, verifica-se que a evolução observada no Gráfico 5.,
replica a observada nos comportamentos de facto já descritos no Gráfico 2.. A identificação
de cinco fases detetadas no Gráfico 2., encontram-se igualmente presentes no Gráfico 5..

Com efeito, numa primeira fase, desde janeiro de 2009 até fim de março, observa-se uma
evolução fortemente descendente no período em que em janeiro e fevereiro conhecia uma
oscilação em torno dos 5 ‫ ص‬para, abrutamente, subir em março aos 6 ‫ص‬, descer aos 5 ‫ص‬,
voltar a subir aos 5,5 ‫ ص‬e, finalmente, descer abaixo dos 3 ‫ ص‬no fim do mesmo mês. Assim,
no âmbito da tendência descendente, verifica-se uma estrutura típica das cinco fases de uma
Onda de Impulso que se encontram assinaladas com os números a cor verde. De facto, no
Gráfico 5., verifica-se a sub-Onda de Impulso da sub-Onda 2 à 3 descendente, da sub-Onda
3 para a 4, ascendente e, da 4 para a sub-Onda 5, outra novamente descendente. Nesta fase,
não obstante pelos números a cor verde estar presente a estrutura de uma Onda de Impulso
no âmbito de uma tendência descendente, tal como já sucedia com a análise da cotação da
ação do BCP pelo Gráfico 5., não se reproduzem, seja na forma (especialmente), seja no
comprimento, as fases desta Onda de Impulso tal como preconiza a Teoria subjacente. Da
sub-Onda 2 para a 3, o movimento descendente conhece uma ligeira subida até atingir o fim
da sub-Onda 3 assinalada com o número três a cor verde. Do final da sub-Onda 3 para o
fim da 4, seria de esperar a continuação da descida e não, como se observa, uma inversão
ascendente, forte e abruta, de mais de 1 ‫ ص‬em valor absoluto. Da sub-Onda 4 para o final da
sub-Onda 5, observamos uma descida acentuada ainda superior, em valor absoluto, à
anterior de, sensivelmente, 5,5 ‫ ص‬para menos de 3 ‫ص‬.

76
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Numa segunda fase, de março de 2009 até outubro de 2009, temos, tendencialmente, uma
recuperação no âmbito de uma evolução ascendente da cotação (coincidindo com o
comportamento observado da mesma) em que a cotação da ação do BES conhece um
máximo em outubro de 2009, em torno dos 5,2 ‫ص‬, aproximadamente. Constata-se que, ao
longo de toda esta fase, deveríamos observar uma Onda de Correção (porque a seguir a uma
Onda de Impulso) e, o que se observa, pelas letras a cor verde, é uma sequência de três sub-
Ondas de Correção. A primeira vai desde o fim de março de 2009 até ao início de maio
dadas pelas letras (a), (b) e (c), a cor verde. É de sublinhar a evidência, de acordo com a
qual, no âmbito de um movimento ascendente, a forma e o comprimento desta primeira
sub-Onda de Correção também se afastarem de uma estrutura uniforme preconizada pela
Teoria. A segunda sub-Onda de Correção vai de março de 2009 até fim de junho. Temos
um movimento descendente, onde também a partir das letras a cor verde (a), (b) e (c) a
forma e o comprimento da sub-Onda de Correção não estão em consonância com a
estrutura típica preconizada pela Teoria associada. Por fim, a terceira sub-Onda de
Correção também mencionada pelas letras a cor verde, (a), (b) e (c) em que o aspeto que
mais se destaca é, para além da forma, o comprimento de cada uma das sub-Ondas no
contexto de um movimento ascendente. Portanto, no que se refere ao seu comprimento, a
estrutura típica propalada pela Teoria não é corroborada. São de acentuado comprimento,
especialmente, a (a) e a (c).

Relativamente à terceira fase, plasmada de outubro de 2009 até junho de 2010 (no
comportamento observado era só até abril de 2010) e no âmbito de uma tendência
descendente da cotação da ação do BES, temos uma nova Onda de Impulso assinalada
pelos números a cor verde. Assim, desde outubro de 2009 até dezembro, temos a sub-Onda
(1). De dezembro de 2009 a janeiro de 2010 a sub-Onda (2) e deste mês até final de abril de
2010, observa-se a sub-Onda (3) e a (4), de curtíssimo comprimento, prolongando-se até ao
início de maio começando no fim de abril de 2010. Finalmente, temos a sub-Onda (5) que
termina no início de junho de 2010. De acordo com um ponto de vista global, também nesta
fase, é notória a constatação em que são claramente dissonantes, a forma e o comprimento
de cada fase desta Onda de Impulso. Comparativamente com a primeira fase, não se

77
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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

descortinam semelhanças, nem quanto à forma nem quanto ao comprimento, de cada uma
das sub-fases.

No que concerne à quarta fase, de junho de 2010 até agosto (no observado era de fim de
abril a agosto), observa-se um movimento ascendente a que se encontra associada uma
Onda de Correção assinalada pelas letras a cor verde, de ligeira recuperação (tal como se
verifica no comportamento da cotação observada). Trata-se de uma Onda de Correção. A
primeira sub-Onda vai de meados de junho a julho e a segunda até ao final deste mesmo
mês. A terceira e última vai de fim de julho até meados de agosto. A primeira sub-Onda,
exibe claramente, um comprimento de maior magnitude e forma díspares das duas
seguintes.

No que é atinente à quinta e última fase, que vai desde meados de agosto até dezembro
de 2010, observamos uma Onda de Impulso, inserida no contexto de uma tendência
descendente. São exibidas as quatro fases mais uma parte incompleta da quinta. Na sub-
Onda (1), de meados de agosto até fim de setembro de 2010, temos uma fase descendente
com ligeira recuperação da (1) para a (2) de meados de setembro a meados de outubro. Na
sub-Onda (3), de meados de outubro a meados de dezembro, acentua-se claramente a
tendência descendente da cotação e de meados de dezembro em diante, embora de forma
menos acentuada, a tendência descendente, pelo menos, não é contrariada. Invariavelmente,
em cada uma das fases referidas, verifica-se que, tanto o comprimento como a forma de
cada sub-Onda, não exibem uma estrutura uniforme em consonância com o que seria de
esperar de acordo com os ditames da Teoria de base.

Tal como na análise da cotação da ação do BCP, o Software gera previsões para o primeiro
semestre de 2011, a partir das cotações dos anos de 2009 e de 2010. A cotação da ação do
BES, surge evidenciada, para este período, no âmbito de um movimento descendente do
mercado. Apenas possui previsões numa ótica de curto prazo a cor verde. Numa ótica de
longo prazo (que seria a cor-de-rosa) é omisso. Os intervalos de cotações são [2,7248 ‫; ص‬
2,7896 ‫ ]ص‬e [2,5769 ‫ ; ص‬2,6240 ‫( ]ص‬desde 2 de janeiro de 2011 até 22 de abril de 2011,
sensivelmente).

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

IV.2.3. - Tendências na Cotação da Ação do BPI

Pelo observado no Gráfico 6., constatam-se os resultados gerados pelo Software relativos à
cotação da ação do BPI. Após se definir numa caixa de diálogo, as cotações de abertura,
fecho, máximo, mínimo e quantidade, carregando em OK, em escassos segundos, gera-se o
Gráfico 6., mais o Sumário de Inspeção (Summary Inspector) no mesmo ecrã.

O Gráfico 6., exibe o output do Software após o uploading das cotações da ação do BPI dos
anos de 2009 e 2010. Este Software gera este Gráfico de linhas com os números e as letras
das Ondas, da Teoria das Ondas de Elliott, definidos no Software Elliott Wave (Versão
9.5.). Adicionalmente, o Sumário de Inspeção (tratado mais adiante na Seção IV.3.4.),
gera-se no ecrã logo abaixo do eixo com as datas.

De salientar que, no Gráfico surgem as previsões das cotações para os primeiros seis meses
do ano de 2011, incutindo a particularidade de o Software gerar como que uma previsão ex-
ante para um período ex-post das cotações da ação do BPI.

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Gráfico 6. - Output Após Análise Obtida no Software Elliott Wave (Versão 9.5.) da Cotação da Ação do BPI (2009 a 2010)

Fonte: Construção no Software Elliott Wave (Versão 9.5.), a partir das cotações da ação do BPI, no período de 2 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2010. A extração deste output foi efetuada em 9 de julho de 2013.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Em último lugar e, tal como se procedeu nas cotações das duas ações antecedentes, observa-se
que, pelo Gráfico 3. e pelo Gráfico 6., de uma forma global, o comportamento da cotação da ação
do BPI, conheceu uma trajetória de janeiro de 2009 até ao fim de outubro e outra trajetória desde
esta data até dezembro de 2010. É lícito, tal como se descreveu aquando da análise do
comportamento observado, dividir o Gráfico 6., nas sete fases notórias então apresentadas.

Por conseguinte, de janeiro de 2009 ao fim de outubro de 2009 temos quatro fases e, desde
outubro de 2009 a dezembro de 2010, as outras três fases.

De janeiro de 2009 a final de outubro de 2009 e, no contexto das quatro primeiras fases, temos a
seguinte descrição:
1.ª) de janeiro de 2009 até março de 2009: assinala-se, claramente, uma evolução
descendente da cotação. O Software não exibe qualquer referência ao tipo de Onda, se Onda de
Impulso se Onda de Correção. Pela estrutura, sugere ser uma Onda de Correção em que a
primeira sub-Onda vai até final de janeiro, a segunda desde este mês até meados de fevereiro e de
fevereiro até meados de março, a terceira sub-Onda;
2.ª) de março de 2009 até meados de maio de 2009: observa-se uma evolução que
concebe uma estrutura de uma Onda de Impulso. Evidenciam-se as cinco fases da mesma,
cumprindo realçar que se trata de uma Onda cuja estrutura global mais decalca a estrutura teórica
da Teoria subjacente. De forma global, há um equilíbrio nas cinco Ondas no que diz respeito à
forma. No entanto, também se verifica que na sub-Onda (1) e na (3) o comprimento revela uma
magnitude superior à das demais sub-Ondas constitutivas;
3.ª) de maio de 2009 até fim de junho de 2009: temos a observação de uma Onda de
Correção que, embora seja em sentido descendente, a forma e o comprimento, são claramente não
conformes com a estrutura teórica esperada. De facto, assinaladas a cor verde, as sub-Ondas são
(w), (x) e (y) e, é nesta última que, no que se refere ao comprimento, ela se mostra de maior
magnitude e a (w) de menor do que aquelas que seriam de esperar. Observa-se, por isso, no
comprimento, um perfil da Onda de Correção, inequivocamente, atípico;
4.ª) de junho até fim de outubro de 2009: observa-se novamente (tal como na
segunda fase) uma clara Onda de Impulso. No entanto, constata-se que, estando presentes as

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

cinco fases típicas da mesma, nas sub-Ondas (1) e (3) os seus comprimentos afastam-se daquilo
que seria de esperar com uma magnitude superior ao esperado. De referir ainda que, as sub-
Ondas (2) e (4) exibem uma estrutura, aproximadamente, oposta no seu comprimento ao
preconizado pela Teoria, sendo menor do que o que seria de esperar;

De outubro de 2009 a dezembro de 2010, temos as três últimas fases:


5.ª) de fim de outubro de 2009 ao início de maio de 2010: constata-se, no contexto
de uma tendência descendente, a existência de uma Onda de Impulso com a particularidade de ela
se prolongar por uma amplitude temporal de cerca de seis meses (o que não é frequente). Por
outro lado, ainda se salienta o facto de as sub-Ondas (1) e (3) serem de comprimento excessivo e
as (4) e (5) de comprimento curtíssimo. A forma das mesmas revela-se também um pouco não
consentânea com o perfil típico apresentado pela Teoria;
6.ª) de início de maio de 2010 a agosto de 2010: temos uma Onda de Correção
(como seria de esperar). No entanto, repara-se que a estrutura, sobretudo, na forma, mas também,
no comprimento, de cada sub-Onda, não se mostra de acordo com o esperado teoricamente. Em
pormenor, observa-se que a sub-Onda (w) de comprimento, embora irregular, na estrutura,
aproxima-se do que seria de esperar mas, na forma, apresenta alguma irregularidade um tanto ao
quanto sem um sentido definido. Na sub-Onda (x), o comprimento revela o mesmo perfil da sub-
Onda anterior mas o seu comprimento e o sentido também primam pela irregularidade. Na sub-
Onda (y) é, em particular, no comprimento (excessivo) e no sentido que se apresentam as
caraterísticas mais notórias não se coadunando com o preconizado pela Teoria subjacente.
Mesmo na forma, verifica-se igualmente uma feição de irregularidade acentuada;
7.ª) de meados de agosto a dezembro de 2010: por fim, temos, em sentido
descendente, uma Onda de Impulso incompleta até dezembro de 2010. O Software apenas exibe
as sub-Ondas (1) e (3), estando omissa a (2). No que se refere à sub-Onda (1), ela exibe um
comprimento muito superior ao que seria de esperar e a forma, ainda por cima, mostra-se
irregular. A sub-Onda (3), pelo contrário, revela-se muito curta no comprimento e na forma não
explicitamente evidenciada no Gráfico 6.. A sub-Onda (2), supostamente, entre a (1) e a (3),
implicitamente, terá um padrão cuja forma e comprimento são de contornos atípicos (não exibido
no Gráfico 6.).

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Em consonância com o tratamento efetuado às cotações das ações do BCP e do BES, também na
cotação da ação do BPI, o Software apresenta uma previsão para o primeiro semestre de 2011,
com base nas cotações dos anos de 2009 e de 2010. A cor verde, observa-se um movimento do
mercado descendente com a cotação a oscilar entre [1,25 ‫ ; ص‬1,2630 ‫ ]ص‬no contexto de uma ótica
de curto prazo (desde 2 de janeiro de 2011 até 15 de abril de 2011, sensivelmente). Numa ótica
de médio e longo prazos, a cor-de-rosa, a oscilação situa-se entre [1,2942 ‫ ; ص‬1,3831 ‫( ]ص‬desde 2
de janeiro de 2011 até 31 de março de 2011, sensivelmente).

IV.3. - Resultados Obtidos

Nesta Seção cumpre efetuar uma análise dos resultados obtidos, fornecidos pelo próprio
Software, através de um Quadro complementar aos Gráficos 4., 5. e 6., intitulado, Sumário de
Inspeção (Summary Inspector). Em boa verdade, este Quadro, constitui uma forma de aplicação
de alguns aspetos aflorados pela Teoria associada e exposta no Capítulo III..

Muito embora seja gerado em simultâneo com os Gráficos referidos correspondentes, é este
Quadro que verdadeiramente, procede à análise dos resultados, de forma quantificada, em
consonância com a Teoria subjacente. E daí que conheça este tratamento autónomo incorporado
na Seção com este título.

IV.3.1. - Significado Teórico do Sumário de Inspeção (Summary Inspector)

Adicionalmente às principais tendências evidenciadas, no caso do Software Elliott Wave (Versão


9.5.), em cada output gerado, obtém-se um Quadro de síntese denominado Sumário de Inspeção
(Summary Inspector). Este, visa quantificar de forma complementar, com informações adicionais,
os gráficos que foram gerados e funcionar de forma quantificada, de acordo com o preceituado
pela Teoria subjacente. Com efeito, neste contexto, previamente, impõe-se descrever de forma
genérica, o significado Teórico dos valores inseridos no Quadro com esta designação que surge
automaticamente com o output exibido nos Gráficos 4., 5. e 6. da Seção IV.2..

83
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Na primeira coluna, surge o indicador com o título Time Frame (horizonte temporal), em que o
significado é um pouco aquele que coincide com a periodização em amplitudes temporais das
Ondas de Elliott, insita no Quadro 3., da Seção III.1.. Assim, a amplitude temporal Ciclo,
corresponde a entre o mínimo de um ano prolongando-se por vários. A Primária entre dois meses
e dois anos e a Intermédia entre algumas semanas e alguns meses. Pode ainda ocorrer a amplitude
temporal Minor, que abrange o período de alguns meses, sem um número determinado.

Na segunda coluna, denominada de Elliott Accumulated Signal Indicator (EASI), o indicador


pode assumir valores positivos, negativos ou neutrais. Se assumir valores positivos (negativos
ou neutrais), significa que apenas foram encontrados padrões com tendências positivas
(negativas ou neutrais), respetivamente. Se se observar que o mesmo padrão abrange várias
amplitudes temporais, tal significa um forte indicador da tendência de subida, de descida ou
neutral, consoante os casos.

Na terceira coluna, intitulada Trend (Tendência), este indicador significa que, na amplitude
temporal considerada, temos uma tendência de subida, no caso de up, ou de descida, no caso de
down.

Por seu lado, na quarta coluna, temos o título Wave (Onda) noutro indicador. O número que
surge associado é um dos correspondentes às Ondas de Impulso (de 1 a 5, recorde-se). Apenas as
Ondas de Impulso estão referenciadas neste indicador pois se conjugadas com o indicador
antecedente, tendência de subida ou de descida, indicam se o movimento é no sentido ascendente
ou descendente, o mesmo ocorrendo às Ondas de Impulso. A percentagem significa em que
medida é que o número da Onda coincide, na realidade, com a Onda na amplitude temporal
referida. Esta percentagem, aparece entre parênteses. Por exemplo, se numa amplitude temporal a
Onda for 5 com, entre parênteses, 40%, significa que em 40% das Ondas possíveis, a Onda 5 é a
verdadeira Onda que na realidade se encontra nesta amplitude temporal. Deve ser visto como um
indicador de alguma confiança e não de certeza absoluta.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Na quinta coluna, Target 1 (Objetivo 1), significa a cotação que, em média, é esperada para a
próxima Onda nesta amplitude temporal, tendo em conta todas as alternativas de Ondas possíveis.
Calcula-se com base nos ratios de Fibonacci.

Na sexta coluna, o Target 2 (Objetivo 2), baseia-se nas extensões dos ratios de Fibonacci.
Considerando a mesma amplitude temporal, se a cotação observada for superior ao Target 1,
espera-se que a cotação continue a subir até este Target 2.

Na sétima coluna, Abs %, exprime-se o Prémio (dado pela diferença entre a cotação a atingir e a
cotação observada, em percentagem). Se a percentagem for positiva, a cotação observada já é
superior à cotação a atingir. Se for negativa, a cotação observada já é inferior à cotação a
atingir.

Na oitava coluna, Exit (Saída), temos referenciada a cotação que, para cada amplitude temporal,
já será tarde para vender, supondo que se detém a ação. A venda, por conseguinte, deverá ocorrer
muito mais cedo e a tomada de decisão deverá ser complementada com outros indicadores para
consumar tal facto e reduzir o risco (perda).

Na nona coluna, Reward (Prémio), assinala-se o Prémio, dado pela diferença entre, a cotação a
atingir e a cotação observada, expressa em valores absolutos.

Na décima coluna, Risk (Risco), representa-se a diferença entre a cotação observada e a cotação
de Exit, para cada amplitude temporal.

Na décima primeira coluna e última, R/R (Reward/Risk), representa-se o ratio, Prémio/Risco. É


dado pela fórmula:

[(Cotação a Atingir - Última Cotação Observada25) / (Cotação de Exit - Última Cotação


Observada)]

25
Que coincide com a cotação de compra.

85
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Pretende-se que seja maior do que um. Se a cotação de Exit se situar próxima da última cotação
observada, o valor assumido poderá ser erroneamente alto, pelo denominador desta fórmula.

IV.3.2. - Resultados na Cotação da Ação do BCP

No âmbito da análise concreta e no que se refere à cotação da ação do BCP, temos os resultados
no Sumário de Inspeção, referentes aos anos de 2009 e 2010, no Quadro 4., gerados pelo
Software.

Quadro 4. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BCP (2009 e
2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Sumário de Inspeção (Summary Inspector) – BCP
Time Frame EASI Trend Wave Target 1 Target 2 Abs. % Exit Reward Risk R/R
Primary Neutral Down 3 (100%) 0,6012 0,4949 -4 1,0800 -0,0212 0,5000 -0,04
Intermediate Negative Down 3 (55%) 0,5567 0,4780 4 0,7400 0,0233 0,1600 0,15
Minor Negative Down 3 (62%) 0,5164 0,5164 3 0,6300 0,0174 0,0500 0,35
Fonte: Sumário de Resultados Obtidos pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.), extraídos em 9 de julho de 2013.

Pela observação do Quadro 4., na amplitude temporal Primária (dois meses a dois anos), o EASI é
neutral e, nas restantes amplitudes, que são menores que a antecedente, é negativo. Portanto,
exibe uma tendência de evolução da cotação da ação do BCP, de permanência ou de descida da
cotação. O que se encontra em consonância com a tendência descrita na Seção IV.1., onde se
refere uma desvalorização em 2009 e 2010, de 98%, aproximadamente.

Esta conclusão é corroborada pelo Trend que, em todas as amplitudes, é down o que significa que
a tendência é de descida da cotação da ação do BCP, neste indicador.

A Onda de Impulso é, invariavelmente, a Onda 3 na realidade, em todas as amplitudes temporais,


em mais de 50% das Ondas possíveis.

Por seu lado, verificamos que, as cotações esperadas para a cotação da ação do BCP no Target 1,
na próxima Onda, são descendentes em todas as amplitudes temporais, começando em 0,60 ‫ص‬,

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

descendo para 0,55 ‫ ص‬e terminando em 0,51 ‫ص‬, da Primária, para a Intermédia e Minor,
respetivamente.

No Target 2, confirma-se esta tendência descendente, começando, na primeira amplitude


temporal (Primária) em 0,49 ‫ص‬, em primeiro lugar, descendo para 0,47 ‫( ص‬na Intermédia) e,
depois, sobe ligeiramente para 0,51 ‫ ص‬na Minor (a mesma cotação que o Target 1 anterior nesta
mesma amplitude temporal).

No Abs%, verifica-se que, apenas na amplitude temporal Primária, a cotação observada já é


inferior à cotação a atingir e daí o valor negativo exibido. Nas amplitudes temporais, Intermédia e
Minor, a cotação observada é superior a cotação a atingir e daí os valores positivos.

No que se refere à cotação à qual já será tarde para vender, no indicador Exit, apenas na
amplitude temporal Primária é que, nos dois anos, a cotação de 1,08 ‫ ص‬seria tarde para vender a
ação do BCP, o que se confirma com a evolução observada (ver Gráfico 1.). Nas outras duas,
0,74 ‫ ص‬e 0,63 ‫ص‬, se compararmos com as cotações observadas, há datas em que a indicação de
venda a estas cotações não é tardia.

No indicador Reward (Prémio), apenas na primeira amplitude, Primária, é que a cotação atingir é
inferior à cotação observada e daí que o Prémio seja negativo: - 0,0212. Nas duas outras
amplitudes temporais, como a cotação a atingir é superior à cotação observada (valores positivos)
os Prémios são positivos: + 0,0233 e + 0,0174, respetivamente.

No que é atinente ao Risk (Risco), referente à diferença entre a cotação observada e de Exit, na
primeira amplitude é de 0,5, na segunda desce para 0,1 e na última para 0,05. São sempre as
cotações observadas superiores às de Exit mas decrescem com a amplitude temporal
(supostamente, por força da diminuição da cotação observada da ação do BCP).

Por fim, no ratio Prémio/Risco, em todas as amplitudes temporais, é inferior a um e, na primeira,


é negativo (porque o Premio é negativo). Nas outras, é positivo e ascendente, especialmente, na
última amplitude temporal (0,35) coincidindo com Prémios positivos.

87
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

À guisa de conclusão, constata-se que a cotação da ação do BCP, exibe uma tendência
exclusivamente down, com um EASI e um Trend negativos e Targets descendentes, nos anos de
2009 e 2010.

IV.3.3. - Resultados na Cotação da Ação do BES

Por seu lado, no que se refere à cotação da ação do BES, é no Quadro 5., que se observam os
resultados do Sumário de Inspeção relativos aos anos de 2009 e 2010, gerados pelo Software.

Quadro 5. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BES (2009 e
2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Sumário de Inspeção (Summary Inspector) – BES
Time Frame EASI Trend Wave Target 1 Target 2 Abs. % Exit Reward Risk R/R
Primary Negative Down 3 (71%) 2,3598 1,8712 18 3,8500 0,5202 0,9700 0,54
Intermediate Negative Down 3 (56%) 2,5368 2,1121 12 3,0800 0,3432 0,2000 1,72
Minor No signals Triggered - - - - - - - -
Fonte: Sumário de Resultados Obtidos pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.) extraídos em 9 de julho de 2013.

Observando o Quadro 5., na amplitude temporal Primária, constata-se que, o indicador EASI é
negativo o mesmo sucedendo na amplitude temporal Intermédia. No entanto, na amplitude
temporal Minor, observa-se, tratando-se da menor amplitude produzida pelo Software, a não
existência de qualquer sinal definido neste indicador, para esta ação. De uma forma geral, apenas
foram encontradas tendências negativas. Na cotação observada referida na Seção IV.1., nos anos
de 2009 e de 2010, a cotação conheceu uma desvalorização de 57% encontrando-se, portanto, em
linha com o resultado fornecido pelo Software neste indicador.

No que é atinente ao Trend, nas duas primeiras amplitudes temporais, elas revelam-se down
corroborando a tendência de descida da cotação do BES já mencionada. No entanto, na amplitude
temporal Minor, o resultado é triggered26 (dar uma ordem de venda uma vez atingida uma
determinada cotação no âmbito de uma tendência de descida da cotação da ação do BES).

26
Significa, no jargão técnico do trading de valores mobiliários, alcançar uma cotação tal que despolete, no âmbito
das especificações dadas na ordem, por parte do trader de valores mobiliários, seja numa ordem de compra seja
88
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

No que diz respeito à Onda de Impulso, a prevalecente é também a 3, igualmente em mais de


50% dos casos possíveis. Aqui, em particular, verifica-se que, na amplitude temporal Primária, a
percentagem é só de 71%, o que leva a concluir que, a tendência é, ligeiramente, menos
acentuada do que na cotação da ação do BCP.

Relativamente, ao Target 1, as cotações esperadas para a próxima Onda, para a cotação da ação
do BES, nas duas amplitudes temporais, são ascendentes passando de 2,35 ‫ ص‬para 2,53 ‫ص‬, da
amplitude temporal Primária para a Intermédia.

No Target 2, como as cotações são descendentes, para as mesmas amplitudes temporais, espera-
se que elas diminuam, passando de 1,87 ‫ ص‬para 2,11 ‫ ص‬da amplitude temporal Primária para a
Intermédia.

No que se refere ao Abs %, havendo valores para as duas primeiras amplitudes temporais, em
ambas, nos Target 1 e 2, as cotações observadas são superiores às cotações a atingir, em
particular, na amplitude temporal Primária.

No indicador Exit, isto é, na cotação à qual será tarde para a vender, na amplitude temporal
Primária, vender à cotação de 3,85 ‫ص‬, constata-se que, pela observação do Gráfico 2., trata-se de
uma cotação em que, há muitas cotações da ação do BES superiores pelo que, esta cotação não é
tarde para a vender uma vez atingida. Resta saber a que data se reporta esta cotação (o Software é
omisso a este propósito). Na amplitude temporal subsequente, Intermédia, vender à cotação de
3,08 ‫ص‬, comparando com as cotações observadas, pelo Gráfico 2., também se constata o mesmo
que a anterior, porventura, ainda mais, pelo que não é tarde para vender a ação do BES.

Por seu lado, no Reward, a cotação a atingir é superior à cotação observada, nas duas amplitudes
temporais, sendo os Prémios positivos (maior na primeira do que na segunda amplitude temporal
___
0,5 e 0,3, respetivamente).

numa ordem de venda. Neste caso, como a tendência é descendente, será a de despoletar uma ordem de venda, uma
vez alcançada uma determinada cotação no âmbito de um movimento descendente da mesma (supostamente, uma
vez que a previsão é efetuada ex-ante).
89
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

No Risco, a cotação observada é superior à cotação de Exit sendo maior na primeira amplitude
temporal, 0,97, do que na segunda, de 0,2. As cotações observadas são sempre superiores às
cotações de Exit, mais na primeira amplitude temporal do que na segunda.

Finalmente, no ratio Prémio/Risco, este é descendente na primeira amplitude temporal e inferior


a um, 0,54 e, na segunda amplitude temporal, superior a um, sendo de 1,72. Compreende-se que
assim seja porque o valor do Prémio é maior em valor absoluto na primeira amplitude temporal
do que na segunda.

Em jeito de conclusão resumida, constata-se que a cotação da ação do BES, exibe uma tendência
down corroborada no EASI e no Trend mas, com Targets, de 1 para 2, descendentes, nos anos de
2009 e de 2010.

IV.3.4. - Resultados na Cotação da Ação do BPI

Os resultados da cotação da ação do BPI, no Quadro 6., apresentam o Sumário de Inspeção em


relação aos anos de 2009 e 2010, gerados pelo Software.

Quadro 6. - Sumário dos Principais Resultados Obtidos para a Cotação da Ação do BPI (2009 e
2010) Recorrendo ao Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Sumário de Inspeção (Summary Inspector) - BPI
Time Frame EASI Trend Wave Target 1 Target 2 Abs. % Exit Reward Risk R/R
Primary Negative Down 3 (72%) 1,1320 0,9138 18 1,7900 0,2480 0,4100 0,60
Intermediate Negative Down 3 (52%) 1,2038 1,0228 13 1,5400 0,1762 0,1600 1,10
Minor Negative Down 3 (66%) 1,3173 1,2180 5 1,5400 0,0627 0,1600 0,39
Fonte: Sumário de Resultados Obtidos pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.) extraídos em 9 de julho de 2013.

Da observação do Quadro 6., começa-se por constatar que, nas três amplitudes temporais, a
tendência é negativa. Assim, conclui-se que se trata de uma evolução descendente da cotação da
ação do BPI e que apenas foram encontrados padrões com tendências negativas, o que se
encontra em consonância com o observado nos anos de 2009 e de 2010 em que a desvalorização
foi de 44% conforme o referido na Seção IV.1..

90
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Em Trend esta mesma tendência evolutiva volta a ser corroborada nas três amplitudes temporais
em que todas conhecem down.

No domínio da Onda de Impulso, é a 3 que surge nas três amplitudes temporais e em todas em
mais de 50% dos casos possíveis.

Em relação ao Target 1, as cotações que são de esperar para a próxima Onda, na cotação da ação
do BPI, nas amplitudes temporais, Primária, Intermédia e Minor, são ascendentes nas três
amplitudes temporais passando de 1,13 ‫ ص‬para 1,2 ‫ ص‬e terminando em 1,31 ‫ص‬.

No que se refere ao Target 2, a mesma caraterística se constata também nas três amplitudes
temporais: são ascendentes, passando de 0,91 ‫ ص‬para 1,02 ‫ ص‬e depois para 1,21 ‫ص‬, na Primária, na
Intermédia e na Minor, respetivamente.

No Abs %, as cotações observadas são sempre superiores às cotações a atingir, em particular, nas
duas primeiras amplitudes temporais e daí que este indicador apresente todos os valores
positivos.

Já no indicador Exit, há a evidência inequívoca de que, qualquer uma das três amplitudes
temporais, seriam as indicadas para vender a ação do BPI, de acordo com o Gráfico 3.. Em
especial, é de realçar a cotação de 1,79 ‫ ص‬que seria a ideal (e a correspondente à primeira
amplitude temporal), porque é a mais elevada, logo seguida da cotação de 1,54 ‫( ص‬coincidente nas
duas amplitudes temporais seguintes). Constata-se que há cotações da ação do BPI, em 2009 e
2010, que se mostraram superiores a estas pelo que, nenhuma destas seria tarde para a vender
(como sugere o Software). Também urge conhecer a que datas são referidas.

No Reward ele é sempre positivo e a cotação a atingir é sempre superior à cotação observada:
passa de 0,24 para 0,17 e deste para 0,06, em cada uma das três amplitudes temporais: Primária,
Intermédia e Minor.

91
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

No que se refere ao Risco, na diferença entre a cotação observada e a cotação de Exit, o valor é
sempre positivo e descendente passando de 0,41 (primeira amplitude temporal) para 0,16 nas
outras duas.

O ratio Prémio/Risco, é inferior a um na primeira e terceira amplitudes temporais, assumindo os


valores de 0,6 e 0,39, respetivamente. Na segunda amplitude temporal, o valor assumido é maior
do que um: sendo de 1,1.

Numa conclusão sintética, observa-se que a cotação da ação do BPI, exibe notoriamente uma
tendência descendente evidenciando um EASI negativo assim como um Trend down. No entanto,
nos dois Targets, 1 e 2, eles são ascendentes nos anos de 2009 e 2010.

IV.4. - Previsões, Estratégias Alternativas e Comparações de Resultados

Nesta Seção, o objetivo é o de apresentar os resultados a que se seria conduzido se se tivesse


seguido, no período de 2 de janeiro a 30 de junho de 2011, quatro estratégias:
 a Estratégia 1 designada de Buy-and-Hold;
 a Estratégia 2, designada de Wait and See;
 a Estratégia 3, intitulada de Software Elliott Wave (Versão 9.5.);
 e a Estratégia 4 denominada de Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento
Financeiro Alavancado (CFD´s).

A Estratégia 1, Buy-and-Hold, do tipo passivo, carateriza-se por ser a que resulta de se comprar
cada uma das três ações, individualmente, no dia 2 de janeiro de 2011 à cotação deste dia e
vendê-la apenas no dia 30 de junho de 2011 sem adotar nenhuma outra atitude, fazendo jus à sua
própria designação.

A Estratégia 2, Wait and See, do tipo passivo, uma vez que a tendência dos anos de 2009 e
2010, nas três ações, foram descendentes e a previsões do Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
foram a de continuidade desta tendência para as mesmas, carateriza-se pela postura de, não
comprar nenhuma das ações, enquanto a mesma previsão se observar na realidade.

92
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

A Estratégia 3, Software Elliott Wave (Versão 9.5.), do tipo ativo, de igual modo é caraterizada
por seguir as previsões dadas pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.), em cada uma das
cotações das três ações, autonomamente, e que são definidas nos Gráficos 4. (para o BCP), 5.
(para o BES) e 6. (para o BPI), a cor verde (previsão de curto prazo) e a cor-de-rosa (previsão de
médio e longo prazos). Nesta estratégia, revela-se a verdadeira utilidade do Software Elliott Wave
(Versão 9.5.), com efeitos previsionais para o futuro.

Por fim, a Estratégia 4, Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado
(CFD´s), do tipo ativo, consiste em utilizar como instrumento financeiro, não as ações (ativo
subjacente) mas antes, um instrumento financeiro alavancado27 sobre cada uma das cotações das
três ações (caso de um CFD sobre a cotação da ação do BCP, BES e BPI, individualmente). Esta
estratégia revela-se obrigatória considerar porque se trata de um instrumento financeiro que, não
obstante ser alavancado (e, por isso, mais arriscado no sentido de aumentar lucro e prejuízo
potenciais), o resultado em valor absoluto, é muito maior do que adquirir diretamente no mercado
à vista, investindo o mesmo valor financeiro. Assim, este instrumento justifica-se plenamente
devido à sua versatilidade adveniente dos instrumentos financeiros que possibilitam tirar partido
de movimentos ascendentes (para as posições longas) e descendentes (para as posições curtas)
no mercado à vista de um ativo subjacente (pelo menos teoricamente – uma vez que o seu recurso
depende da existência no mercado do mesmo enquanto instrumento financeiro).

Estas quatro estratégias são aplicadas às cotações das três ações analisadas: BCP, BES e BPI
(segundo esta ordem). Em qualquer uma delas, os resultados são sempre avaliados pelo recurso a
dois indicadores: a rendibilidade28 das cotações e o risco (desvio-padrão = σ 29) das cotações das
ações.

27
O termo alavancagem é utilizado no sentido de multiplicar, para o mesmo valor investido, quer o lucro quer o
prejuízo, uma vez que as quantidades do ativo subjacente na posição longa (valorização com a subida da cotação do
ativo subjacente no mercado à vista e desvalorização com a descida) e na posição curta (valorização com descida da
cotação do ativo subjacente no mercado à vista e desvalorização com a subida) são muito maiores do que se
compradas diretamente no mercado à vista.
28
Também é conhecido por rentabilidade. Este indicador é conotado por nós com a noção de taxa de variação
discreta e é dado pela fórmula [[(COTt+1 - COTt) / COTt] - 1] × 100 = [[(COTt+1 / COTt)] - 1] × 100.
29
O desvio-padrão, estatisticamente, identifica-se com a noção oriunda da Estatística Descritiva e define-se, no nosso
estudo, pela raíz quadrada do somatório, dos quadrados, das diferenças entre as cotações assumidas pela ação no
93
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

A rendibilidade é definida pela taxa de variação discreta entre a cotação de chegada a uma
determinada data e a cotação de partida numa determinada data. Por sua vez, o risco define-se
como o desvio-padrão das cotações numa determinado período.

Tanto a rendibilidade como o risco, nas três ações, são exibidos nos Quadros 7. (BCP), 8. (BES)
e 9. (BPI) com dois valores correspondendo o primeiro a considerar-se o período de janeiro até
abril de 2011 (quatro meses - em primeiro lugar) e o segundo até junho de 2011 (seis meses –
em segundo lugar). Tal deve-se ao facto de, nos Gráficos 4., 5. e 6., surgirem as previsões com
nitidez até abril de 2011 mas prolongando-se com menor nitidez até junho de 2011.

De notar que, nos anos 2009 e 2010, temos as cotações observadas do BCP, BES e BPI e que são
analisadas pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.). Este exibe uma previsão para o primeiro
semestre de 2011. Verifica-se que esta, nestes dois anos, para as três ações, exibe uma tendência
descendente de evolução das mesmas na sequência dos dois anos antecedentes (2009 e 2010). É
neste contexto de um movimento descendente, presumivelmente, para o primeiro semestre de
2011, que se efetua esta análise.

Parte-se do pressuposto de que, no dia 2 de janeiro de 2011, não era possuída nenhuma
ação do BCP, BES e do BPI nem nenhuma posição aberta (longa ou curta) em nenhum
instrumento financeiro sobre a cotação de qualquer um destes três ativos subjacentes. Por
conseguinte, rejeita-se a hipótese de possuir qualquer uma das três ações e colocar a
possibilidade de a vender por ser detida em carteira.

O valor investido em qualquer uma destas quatro estratégias, individualmente, é de 10000 €


(dez mil euros). Não se pressupõe que elas sejam mutuamente exclusivas30.

último dia útil do mês, para os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho, e a cotação média (de fecho)
destes meses, dividida pelo número de meses considerados que, neste caso, são seis. Trata-se de um número abstrato.
30
Se fossem, o investimento numa inviabilizaria o investimento noutra (de acordo com o conceito de mutuamente
exclusivos da Estatística).

94
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Os resultados individuais de cada uma das quatro estratégias, aplicadas às cotações de cada uma
das três ações, podem ser observados nos Quadros 7., 8. e 9., para o BCP, BES e BPI,
respetivamente.

IV.4.1. - Na Cotação da Ação do BCP

Na cotação da ação do BCP, os resultados, em termos de, rendibilidade e risco, nas quatro
estratégias consideradas exibem-se no seguinte Quadro 7..

95
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Quadro 7. - Cotação da Ação do BCP: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do Software
Elliott Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro Alavancado (Primeiro
Semestre de 2011)
Ação do BCP
Cotações Observadas Resultados
dezembro dezembro 2011 Rendibilidade Risco
(31/12/2009) (31/12/2010) (Desvio-
Padrão = σ)
janeiro fevereiro março abril maio junho
(31/01/2011) (28/02/2011) (31/03/2011) (29/04/2011) (31/05/2011) (30/06/2011)
0,85 € 0,58 € 0,59 € 0,65 € 0,58 € 0,54 € 0,48 € 0,41 €
Estratégia 1 - Buy-and-Hold
- 0,58 € [[(0,54 € / 0,59 €31)] - 1] × 100 = - 8,47 % [[(0,41 € / 0,59 €)] - 1] × 100 -8,47% -30,5% 0,062 0,078
(se terminado em 30 de Abril) = - 30,50 %
(se terminado em 30 de
junho)
Estratégia 2 – Wait and See
- - Não comprar nenhuma ação enquanto as cotações O mesmo que o sugerido 0% 0% 0 0
observadas se mostrarem coincidentes com as previsões do até 30 de abril de 2011
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) (se terminado em 30 de
(se terminado em 30 de abril) junho))
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
- 0,58 € [0,684 € ; 0,730 €] (ótica de curto prazo – de 2 de janeiro de +6,74% +6,74% 0 0
2011 até à terceira semana de abril de 2011, sensivelmente)
Comprar à cotação de 0,59 € e Vender à Cotação de 0,6298
€ (a mais baixa) porque é superior a 0,59 €
[[(0,6298 € / 0,59 €)] - 1] × 100 = + 6,74 %
- 0,58 € [0,6298 € ; 0,6461 €] (ótica de médio e longo prazos - de 2 +6,74% +6,74% 0 0
de janeiro de 2011 até 15 de abril de 2011, sensivelmente) Comprar à cotação de 0,59
Comprar à cotação de 0,59 € e Vender à Cotação de = € e Vender à Cotação de
0,6298 € (a mais baixa) porque é superior a 0,59 € 0,6298 € (a mais baixa)
[[(0,6298 € / 0,59 €)] - 1] × 100 = + 6,74 % porque é superior a 0,59 €
[[(0,6298 € / 0,59 €)] - 1] ×
- 0,58 € 0,5881 € (ótica indefinida - desde 2 de janeiro de 2011 até 10 100 +6,74% +6,74% 0 0
de maio de 2011, sensivelmente) = + 6,74 %
Comprar à cotação de 0,59 € e Vender à Cotação de =
0,6298 € (a mais baixa) porque é superior a 0,59 €
[[(0,6298 € / 0,59 €)] - 1] × 100 = + 6,74 %
Estratégia 4 - Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BCP)
- - Posição Curta (Venda de CFD´s sobre a Cotação da Ação Posição Curta 65,6% 288,1% 0,02 0,09
do BCP) (Venda de CFD´s sobre a
16949 CFD´s × 0,59 € = 10000 € Cotação da Ação do BCP)
Posição Longa (Compra de CFD´s sobre a Cotação da Ação 16949 CFD´s × 0,59 € =
do BCP) 10000 €
16949 CFD´s × 0,54 € = 9152 € Posição Longa
(Compra de CFD´s sobre a
Cotação da Ação do BCP)
16949 € × 0,41 € = 6949 €
Fonte: Gráfico 4. e elaboração própria a partir das cotações disponíveis em <www.bolsapt.com>, em janeiro de
2014.

Da observação do Quadro 7., desde logo temos as cotações observadas da ação do BCP em 31 de
dezembro, de 2009 e 2010, bem como as cotações de fecho da última sessão dos meses de
janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho de 2011.

96
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Constata-se que, nestes meses, na sequência da tendência dos dois anos antecedentes, a cotação
conhece um movimento acentuadamente descendente, à exceção de janeiro e fevereiro de 2011.

Se um investidor adotasse a Estratégia 1, Buy-and-Hold, apenas no período de 2 de janeiro a 30


de Abril de 2011, a rendibilidade teria sido negativa de - 8%, aproximadamente, e o risco de
0,06. Considerando o período até 30 de junho, a rendibilidade teria sido ainda mais negativa de -
30% e o risco de 0,07. Por conseguinte, verifica-se que com esta estratégia a rendibilidade é
negativa agravando-se se se acrescentar mais dois meses aumentando igualmente o risco
associado.

Por outro lado, se um investidor, alternativamente, perfilhasse a Estratégia 2, Wait and See,
como o próprio nome indica, não adquiria a ação do BCP, uma vez que em 2009 e 2010 a
tendência tinha sido descendente e o Software Elliott Wave (Versão 9.5.), reiterava a mesma
tendência para o primeiro semestre de 2011. Conduzia a uma rendibilidade e um risco nulos,
contudo.

Se, por outro lado, o investidor adotasse a Estratégia 3, Software Elliott Wave (Versão 9.5.),
como este programa apresenta previsões de cotações superiores à cotação observada em 2 de
janeiro de 2011 (0,59 ‫)ص‬, a sugestão mais recomendável é a de comprar a esta cotação e vendê-la
à mais baixa das cotações previsionais apresentadas (igual a 0,6298 ‫ص‬, independentemente de se
tratar de ótica de curto, médio ou longo prazos32). Assim,
 na ótica de curto prazo – de janeiro a abril de 2011, a rendibilidade teria sido
positiva de + 7%, aproximadamente, e o risco 0. Se o período fosse estendido até junho, a
rendibilidade permanecia em + 7% e o mesmo risco nulo;
 na ótica de médio e longo prazos – em qualquer uma das alternativas, somos
conduzidos, exatamente, aos mesmos resultados em termos de rendibilidade e risco, ou seja, +
7% e risco nulo, respetivamente.

31
Esta cotação é a de fecho da primeira sessão do ano de 2011 para a ação do BCP, dia 2 de janeiro de 2011.
32
As cotações previsionais superiores à cotação observada, é um critério subjetivo (como outro qualquer) de tomada
de decisão – por nós adotada. Quando se verificar o contrário, a decisão é a de não comprar a ação (ver Estratégia 3
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) das cotações das ações do BES e do BPI).

97
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Por fim, se fosse a Estratégia 4, Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro
Alavancado (sobre a Cotação da Ação do BCP), a escolhida por um investidor, no contexto de
um presumível movimento descendente da cotação da ação do BCP é, porventura, a estratégia
mais recomendável. Com efeito, a rendibilidade e risco no período de janeiro a abril de 2011
teria sido de, respetivamente, + 65% e 0,02 e, no período até junho, de + 288% e 0,09. Comporta
riscos (não mensurados pelo desvio-padrão) uma vez que se trata de um instrumento financeiro
alavancado. Obrigaria, se fosse adotada esta estratégia, a uma monitorização diária e a um
ajustamento diário de valorizações e desvalorizações (especialmente com uma posição aberta –
curta neste caso – de 16949 CFD´s sobre a cotação da ação do BCP o que constitui uma
quantidade elevada neste instrumento financeiro).

IV.4.2. - Na Cotação da Ação do BES

Nesta Seção, no que é atinente à cotação da ação do BES, exibem-se no Quadro 8., os resultados
das quatro estratégias definidas, na rendibilidade e no risco, associados às mesmas.

98
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Quadro 8. - Cotação da Ação do BES: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do Software
Elliott Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro Alavancado (Primeiro
Semestre de 2011)
Ação do BES
Cotações Observadas Resultados
dezembro dezembro 2011 Rendibilidade Risco
(31/12/2009) (31/12/2010) (Desvio-
Padrão = σ)
janeiro fevereiro março abril maio junho
(31/01/2011) (28/02/2011) (31/03/2011) (29/04/2011) (31/05/2011) (30/06/2011)
4,57 € 2,88 € 2,96 € 3,28 € 2,89 € 2,84 € 2,72 € 2,57 €
Estratégia 1 - Buy-and-Hold
- 2,88 € [[(2,84 € / 2,96 €33)] - 1] × 100 = - 4,05 % [[(2,57 € / 2,96 €34)] - 1] × -4% - 0,21 0,219
(se terminado em 30 de Abril) 100 = - 13,17 % 13,1%
(se terminado em 30 de
junho)
Estratégia 2 – Wait and See
- - Não comprar nenhuma ação enquanto as cotações O mesmo que o sugerido 0% 0% 0 0
observadas se mostrarem coincidentes com as previsões do até 30 de abril de 2011
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) (se terminado em 30 de
(se terminado em 30 de abril) junho))
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
- 2,88 € [2,7248 € ; 2,7896 €] (ótica de curto prazo – de 2 de janeiro 0% 0% 0 0
de 2011 até 22 de abril de 2011, sensivelmente)
Como a cotação em 2 de janeiro é superior a qualquer uma
destas – não comprar Como a cotação em 2 de
- 2,88 € [2,5769 € ; 2,6240 €] (ótica de curto prazo – de 2 de janeiro janeiro é superior a 0% 0% 0 0
de 2011 até 22 de abril de 2011, sensivelmente) qualquer uma destas – não
Como a cotação em 2 de janeiro é superior a qualquer uma comprar
destas – não comprar
Estratégia 4 - Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BES)
- - Posição Curta (Venda de CFD´s sobre a Cotação da Ação Posição Curta 21% 113% 0,06 0,46
do BES) (Venda de CFD´s sobre a
3378 CFD´s × 2,96 € = 10000 € Cotação da Ação do BES)
Posição Longa (Compra de CFD´s sobre a Cotação da Ação 3378 CFD´s × 2,96 € =
do BES) 10000 €
3378 CFD´s × 2,84 € = 9593 € Posição Longa
(Compra de CFD´s sobre a
Cotação da Ação do BES)
3378 € × 2,57 € = 8681 €
Fonte: Gráfico 5. e elaboração própria a partir das cotações disponíveis em <www.bolsapt.com>, em janeiro de
2014.

A observação do Quadro 8., evidencia, desde logo, as cotações observadas da ação do BES em 31
de dezembro de 2009 e de 2010. Em acréscimo, apresentam-se as cotações observadas para o
primeiro semestre de 2011 (último dia útil de cada mês).

De 31 de dezembro de 2009 para 31 de dezembro de 2010 a tendência observada foi,


inequivocamente, descendente. Embora com uma ligeira recuperação nos primeiros três meses

33
Esta cotação é a de fecho da primeira sessão do ano de 2011 para a ação do BES, dia 2 de janeiro de 2011.
34
Idem.
99
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

(especialmente em fevereiro), globalmente, no primeiro semestre de 2011, a cotação conheceu a


mesma tendência já evidenciada.

Se a Estratégia 1, Buy-and-Hold, fosse adotada por um investidor, nos primeiros quatro meses
de 2011, tinha propiciado uma rendibilidade negativa de - 4% e um risco de 0,12. Se o período
fosse até junho de 2011, a rendibilidade seria mais negativa e o risco ainda maior (embora
ligeiramente): - 13% e 0,21, respetivamente.

Relativamente à Estratégia 2, Wait and See, se tivesse sido adotada por um investidor, no âmbito
de um movimento descendente, previsionalmente, não compraria a ação do BES, conduzindo a
uma rendibilidade nula o mesmo ocorrendo com o risco.

A adoção da Estratégia 3, Software Elliott Wave (Versão 9.5.), por um investidor e, em


consonância com o definido para a cotação da ação do BCP nesta mesma estratégia, como a
cotação em 2 de janeiro de 2011, 2,96 ‫ص‬, é superior a qualquer uma das previsões do Software,
então, o mais adequado é não adquirir a ação (dando credibilidade às referidas previsões). Assim,
uma vez que se decide não adquirir a ação do BES, a rendibilidade e o risco são nulos
(coincidentes com a Estratégia 2).

Por último, na Estratégia 4, Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado
(Sobre a Cotação da Ação do BES), se a mesma fosse adotada por um investidor, também nesta
ação, tal como já acontecia com a cotação da ação do BCP, se revela como a mais adequada no
contexto de um movimento descendente, supostamente, ex-ante, verificando-se, ex-post. Para os
primeiros quatro meses, a rendibilidade seria de + 21% e o risco de 0,06 ao passo que para os
seis meses ascendia a + 113% e a 0,46, respetivamente. É, contudo, uma estratégia de alto risco
em virtude de assentar numa posição num instrumento financeiro alavancado e, que obriga a um
ajustamento diário das valorizações e desvalorizações, tanto mais que se trata de uma posição em
3378 CFD´s sobre a cotação da ação do BES, constituindo uma quantidade elevada e, por
conseguinte, mais requerendo uma monitorização diária.

100
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

IV.4.3. - Na Cotação da Ação do BPI

Tal como nas duas ações antecedentes, é no Quadro 9., que se exibem os resultados das quatro
estratégias definidas relativamente à cotação da ação do BPI.

Quadro 9. - Cotação da Ação do BPI: Buy-and-Hold, Wait and See, Previsões do Software Elliott
Wave (Versão 9.5.) e Posições num Instrumento Financeiro Alavancado (Primeiro Semestre de
2011)
Ação do BPI
Cotações Observadas Resultados
dezembro dezembro 2011 Rendibilidade Risco
(31/12/2009) (31/12/2010) (Desvio-
Padrão =
σ)
janeiro fevereiro março abril maio junho
(31/01/2011) (28/02/2011) (31/03/2011) (29/04/2011) (31/05/2011) (30/06/2011)
2,12 € 1,38 € 1,41 € 1,43 € 1,23 € 1,21 € 1,10 € 1,01 €
Estratégia 1 - Buy-and-Hold
- 1,38 € [[(1,21 € / 1,41 €35)] - 1] × 100 = - 14,18 % [[(1,01 € / 1,41 €36)] - 1] × - - 0,13 0,15
(se terminado em 30 de abril) 100 = - 28,36 % 14,1% 28,3%
(se terminado em 30 de
junho)
Estratégia 2 – Wait and See
- - Não comprar nenhuma ação enquanto as cotações O mesmo que o sugerido 0% 0% 0 0
observadas se mostrarem coincidentes com as previsões do até 30 de abril de 2011
Software Elliott Wave (Versão 9.5.) (se terminado em 30 de
(se terminado em 30 de abril) junho))
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
- 1,38 € [1,25 € ; 1,2630 €] (ótica de curto prazo - de 2 de janeiro de 0% 0% 0 0
2011 até 15 de Abril de 2011, sensivelmente)
Como a cotação em 2 de janeiro é superior a qualquer uma
destas – não comprar Como a cotação em 2 de
- 1,38 € [1,2942 € ; 1,3831 €] (ótica de médio e longo prazos - de 2 de janeiro é superior a 0% 0% 0 0
janeiro de 2011 até 31 de março de 2011, sensivelmente) qualquer uma destas – não
Como a cotação em 2 de janeiro é superior a qualquer uma comprar
destas – não comprar
Estratégia 4 - Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BPI)
- - Posição Curta (Venda de CFD´s sobre a Cotação da Ação Posição Curta 123% 266% 0,1 0,2
do BPI) (Venda de CFD´s sobre a
7092 CFD´s × 1,41 € = 10000 € Cotação da Ação do BPI)
Posição Longa (Compra de CFD´s sobre a Cotação da Ação 7092 CFD´s × 1,41 € =
do BPI) 10000 €
7092 CFD´s × 1,21 € = 8581 € Posição Longa
(Compra de CFD´s sobre a
Cotação da Ação do BPI)
7092 € × 1,01 € = 7162 €
Fonte: Gráfico 6. e elaboração própria a partir das cotações disponíveis em <www.bolsapt.com>, em janeiro de
2014.

35
Esta cotação é a de fecho da primeira sessão do ano de 2011 para a ação do BPI, dia 2 de janeiro de 2011.
36
Idem.
101
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

O Quadro 9., em relação à cotação da ação do BPI, exibe as cotações observadas em 31 de


dezembro de 2009 e 2010. Nota-se uma tendência descendente que, embora recupere nos dois
primeiros meses de 2011, retoma esta mesma tendência de março até junho de 2011.

No que é atinente à Estratégia 1, Buy-and-Hold, se fosse escolhida por um investidor, a


rendibilidade e o risco, nos primeiros quatro meses de 2011, é negativa em - 14% e 0,13,
respetivamente. Nos seis meses, ainda acentua mais esta tendência negativa passando para - 28%
e 0,15 na rendibilidade e risco, respetivamente.

Na Estratégia 2, Wait and See, como ocorreu nas cotações das duas ações analisadas
anteriormente, a rendibilidade e risco são, ambos, nulos. Decorre de não se comprar a ação do
BPI.

No que diz respeito à Estratégia 3, Software Elliott Wave (Versão 9.5.), caso ela fosse escolhida
por um investidor, como a cotação observada em 2 de janeiro de 2011, 1,41 ‫ص‬, é superior a
qualquer cotação das previstas pelo Software, a melhor decisão, assumindo que a previsão é
credível, é não comprar a ação do BPI pelo que o seu resultado é nulo na rendibilidade e no
risco.

Finalmente, no que diz respeito à Estratégia 4, Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento
Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BPI), na hipótese de ter sido escolhida pelo
investidor, tal como nas duas antecedentes, revela-se a mais acertada, conquanto que também seja
arriscada pois recorre a um instrumento financeiro alavancado. De facto, ela conduz a uma
rendibilidade nos primeiros quatro meses de 2011 de + 123% e um risco de 0,1 e, nos seis
meses, de + 260% e de 0,2, respetivamente. Como se trata de um instrumento financeiro
alavancado, obriga a uma monitorização dos resultados diários com o ajustamento de
valorizações e desvalorizações uma vez que a posição é de 7092 CFD´s sobre a cotação da ação
do BPI.

Um pormenor, porém, deve ser realçado nestas quatro estratégias. Estas ilações são retiradas no
contexto descendente das três cotações das três ações. Fica por conhecer que resultados se
lograriam alcançar com estas mesmas quatro estratégias caso o contexto fosse o de uma evolução
102
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

ascendente para as três cotações das três ações. Supostamente, a Estratégia 1, nas três ações,
conduziria a rendibilidades positivas, a Estratégia 2 levaria a comprar cada uma das três ações,
a Estratégia 3 fornecia previsões (do Software) com cotações superiores às observadas e, na
Estratégia 4, o comportamento a adotar mais lucrativo seria o de constitui posições longas (e
não curtas).

103
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Conclusões e Sugestões de Investigações Futuras

Esta Tese de Dissertação de Mestrado, intitula-se Um Teste à Utilidade para o Investidor no


Mercado de Ações Português da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott. Esta escolha
prende-se, fundamentalmente, com duas razões: a primeira, porque se enquadra num dos temas
da disciplina de Finanças Empresariais e, a segunda, porque coincide com uma área que constitui,
atividade pessoal nos mercados de valores mobiliários.

A justificação científica para a escolha desta temática, radica no facto de se tratar de um tema
que, em língua portuguesa, se revela raro em estudos científicos e, em particular, nos meios
académicos37. Uma das explicações possíveis para tal facto não se encontra na ausência de
interesse científico mas, devido a ser uma temática um tanto ao quanto desconhecida dos
investigadores da especialidade. Mesmo em outras línguas, designadamente, inglesa, a mesma
raridade ocorre sendo a sua aplicação a mercados de valores mobiliários desenvolvidos escassa
ou mesmo inexistente. É o elevado desconhecimento teórico dos seus principais aspetos que
explicam esta ausência científica.

A sequência desta Tese de Dissertação de Mestrado, em primeiro lugar, começa com o


Capítulo I., Análise Técnica: Alguns Apontamentos Iniciais, dedicado à análise técnica. Esta
consiste no estudo dos comportamentos das cotações de quaisquer valores mobiliários cotados
numa Bolsa de Valores, supondo um comportamento, no tempo, regular. Esta técnica, não é, na
conceção e na utilidade, consensual. Porventura, a principal razão para tal reside no facto de, se o
comportamento da cotação de um valor mobiliário fosse perfeito, no limite, qualquer trader de
valores mobiliários poderia tirar partido lucrativo o que conduziria à extinção da possibilidade de
obtenção de lucros. A não verificação, perfeita, desta regularidade comportamental, deve-se ao
facto de outros fatores presidirem à explicação do comportamento das cotações dos valores
mobiliários.

37
Exceção à Tese de Doutoramento de Ribeiro (2014) - consultar Referências Bibliográficas - tanto quanto é do
nosso conhecimento até agosto de 2014.

104
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Pessoalmente, perfilhamos a ideia de que, na análise técnica, qualquer que seja o valor mobiliário
e o mercado, o comportamento da cotação não exibe regularidade perfeita, e daí que não se possa
detetar um comportamento repetitivo. No entanto, possui validade se conjugada com uma série de
indicadores se se considerarem as diferentes amplitudes temporais de comportamento das
cotações dos valores mobiliários.

O Capítulo II. posterior, subordinado ao título Números da Sequência de Fibonacci, incide


sobre estes números, importantes para a definição de indicadores, relações e princípios teóricos
cujos seus desenvolvimentos possibilitam a sua utilização na tomada de decisão de trading de
valores mobiliários. De entre os indicadores destacam-se os níveis de suporte e os níveis de
resistência. Adicionalmente, estes também possibilitam definir cotações-alvo a atingir (seja em
movimentos descendentes do mercado – no caso dos níveis de suporte, seja em movimentos
ascendentes do mercado – caso dos níveis de resistência). Estes dois níveis são construídos
com base nos números da sequência de Fibonacci: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233,
‫ر‬. Sucintamente, cada um destes números, divididos segundo o ratio (Fn / Fn-1) dá o Golden
ratio (1,618) e de acordo com o (Fn-1 / Fn) dá o inverso do Golden ratio. Estes dois indicadores,
são importantes para a tomada de decisão de trading de valores mobiliários uma vez que estão na
base da definição de retracements: percentagens específicas onde se podem situar os níveis de
suporte ou os níveis de resistência - 0,0%, 23,6%, 38,2%, 61,8%, 100%, 161,8%, 261,8% e
423,6% até ao infinito. De sublinhar, ainda, que os seus prolongamentos (denominados de
extensões) são ainda úteis para a definição da continuidade do comportamento da cotação de um
valor mobiliário. Por último, refira-se que os números da sequência de Fibonacci, possibilitam a
construção de dois tipos de padrões gráficos: os Fibonacci Fans e os Fibonacci Arcs (os dois
denominam-se de Fibonacci Maps).

De seguida, surge o Capítulo III., com o título Teoria das Ondas de Elliott. O seu autor foi
Ralph Nelson Elliott (1871 - 1948). Para este, os mercados de valores mobiliários e as suas
cotações, evoluem em Ondas (como o próprio nome sugere). Basicamente, num movimento de
mercado ascendente, existem cinco Ondas de Impulso (referenciadas por números) e três Ondas
de Correção (referenciadas por letras) e, num movimento de mercado descendente, cinco

105
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Ondas de Impulso (referenciadas por números) e três de Correção (referenciadas por letras) sendo
que no primeiro movimento as cinco sobem e as três descem e, no segundo movimento, as cinco
descem e as três sobem. Estas Ondas, repetem-se, na forma, no tempo e no comprimento,
diferindo quanto à sua amplitude temporal. Esta, para efeitos de aplicação da Teoria das Ondas de
Elliott, apresenta-se como irrelevante conhecer qual a que lhe está associada: uma hora, um dia,
uma semana, um mês, um trimestre, etc. Tal decorre da existência de duas caraterísticas notáveis
possuídas pelas Ondas de acordo com o seu autor: o desdobramento das Ondas de maior
amplitude em menor, segue os números da sequência de Fibonacci e, este desdobramento,
obedece a uma lógica do tipo fractal, em que a passagem de um nível de maior para outro de
menor amplitude temporal obedece, sempre, à mesma estrutura básica.

O principal objetivo desta Teoria é o de prever os comportamentos das cotações de quaisquer


valores mobiliários, ex-ante com efeitos ex-post, muito embora o seu autor apenas tenha estudado
e aplicado aos mercados de ações e de commodities.

No âmbito das Ondas de Impulso, existem três tipos de formas típicas: Onda Estendida,
Triângulo Diagonal na sub-Onda 5, Falha da Quinta sub-Onda. Por seu turno, nas Ondas de
Correção, temos seis formas típicas: Zigzag, Flat, Irregular, Triângulo Horizontal, Três
Duplos e Três Triplos.

Por fim, temos o Capítulo IV., Estudo Empírico. É o Capítulo mais importante,
conjugadamente, com os Capítulos que o antecedem. Do ponto de vista da realidade observada,
das cotações das ações do BCP, BES e do BPI, respetivamente, nos anos de 2009 e 2010, as três
conheceram uma desvalorização muito acentuada nestes dois anos. O BCP, desvalorizou-se 98%,
o BES 57% e o BPI 44%.

Como principais Tendências Evidenciadas pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.), na cotação
da ação do BCP, destaca-se a coincidência com o comportamento observado em 2009 e 2010.
No que se refere à Teoria das Ondas de Elliott, cumpre mencionar que, genericamente, se
constata, apenas em parte, a confirmação do que é propalado por esta Teoria. Por conseguinte,

106
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

existem fases onde a mesma não é confirmada e, até mesmo, se observa um comportamento
contrário ao esperado (de acordo com a Teoria).

Na cotação da ação do BES, as tendências exibidas pelo Software Elliott Wave (Versão 9.5.),
também coincidem, de uma forma geral, com o comportamento observado em 2009 e 2010.
Relativamente à Teoria das Ondas de Elliott, também, apenas em parte, esta é evidenciada. Por
conseguinte, observam-se fases em que o observado no Software, não é coincidente com o
esperado.

Por último, na cotação da ação do BPI, as tendências observadas surgem, globalmente, em tudo
análogas ao comportamento observado na realidade em 2009 e 2010. A Teoria das Ondas de
Elliott, é cumprida, parcialmente, registando-se fases que contrariam esta e, portanto, o observado
afasta-se do que se esperava teoricamente.

Nos Resultados Obtidos, no que se refere à cotação da ação do BCP, nos indicadores EASI,
Trend, Target (1 e 2) e Exit, evidenciam-se os traços essenciais de uma tendência descendente
da cotação desta ação, em 2009 e 2010, em qualquer uma das três amplitudes temporais
consideradas: Primária, Intermédia e Minor. Na cotação da ação do BES, confirma-se a mesma
tendência descendente nos indicadores EASI, Trend e Exit¸ nas mesmas amplitudes temporais.
Nos indicadores Target, 1 e 2, tal não sucede: dá-se uma inversão da tendência da amplitude
temporal Primária para a Intermédia. Finalmente, na cotação da ação do BPI, invariavelmente,
constata-se que nas três amplitudes temporais, nos indicadores EASI, Trend e Exit, a tendência
descendente, é corroborada. No indicador Target, 1 e 2, observa-se uma inversão de tendência da
amplitude temporal Primária, quer para a Intermédia quer para a Minor.

Em relação às Previsões, Estratégias Alternativas e Comparações de Resultados, uma vez que


se evidenciou nos anos de 2009 e de 2010, globalmente, uma tendência descendente de qualquer
uma das cotações das três ações, e que, a mesma é sugerida, como previsão, pelo Software Elliott
Wave (Versão 9.5.), para o primeiro semestre de 2011, a principal recomendação que se faria a
um investidor, ex-ante no dia 2 de janeiro de 2011, com efeitos ex-post, até 30 de junho deste

107
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

mesmo ano, dada por este Software, admitindo que não possuía nenhuma das três ações, era o
seguinte:
 para a cotação da ação do BCP – recomendar-se-ia a Estratégia 4, de constituir
uma posição curta neste ativo, via venda de 16949 CFD´s sobre a cotação da ação do BCP em 2
de janeiro de 2011 e compra desta mesma quantidade (fechando a posição curta),
posteriormente. Se esta compra ocorresse até abril de 2011, propiciaria uma rendibilidade de +
65% e de + 288% se até junho de 2011. Pelas previsões do Software, na Estratégia 3, como elas
são superiores à cotação de 0,59 ‫ ص‬no dia 2 de janeiro de 2011 no mercado à vista, dia em que
supostamente, esta ação seria adquirida, expondo-se a esta incerteza, a recomendação seria a de
vendê-la à cotação mais baixa da prevista, caso em que a rendibilidade teria sido de + 6,74%
(tanto em abril como em junho de 2011);
 para a cotação da ação do BES – também se recomendaria a Estratégia 4, de
constituir uma posição curta neste ativo, com a venda 3378 CFD´s sobre a cotação da ação do
BES em 2 de janeiro de 2011 e comprando a mesma quantidade e fechando a posição curta
posteriormente. Caso tivesse esta compra sido até abril de 2011 a rendibilidade seria de + 21% e
de + 113% se até junho de 2011. As previsões do Software, na Estratégia 3, como elas são
inferiores à cotação de 2,96 ‫ ص‬no dia 2 de janeiro de 2011 no mercado à vista, dia em que se
compraria a ação, não se deveria expor a esta incerteza, pelo que a recomendação seria de não a
comparar;
 para a cotação da ação do BPI – recomenda-se a Estratégia 4, com uma posição
curta neste ativo, traduzida na venda de 7092 CFD´s sobre a cotação da ação do BPI e no fecho
da posição curta com a compra da mesma quantidade. Caso esta tivesse ocorrido até abril de
2011, a rendibilidade era de + 123% e de + 266% se em junho de 2011. As previsões do
Software, na Estratégia 3, são superiores à cotação de 1,41 ‫ ص‬no dia 2 de janeiro de 2011 no
mercado à vista. Assim sendo, não era recomendável adquirir esta ação expondo-se à incerteza do
ditado pelo Software.

É possível atuar sobre as cotações de quaisquer valores mobiliários, em particular, ações e índices
sobre ações, numa lógica de antecipação ex-ante sobre a evolução ex-post, tirando partido
lucrativo, constituindo posições longas ou curtas, comprando e vendendo, independentemente

108
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

dos movimentos de mercado serem, ascendentes ou descendentes. Para tal, é necessário, conhecer
o que são e como utilizar os instrumentos financeiros apropriados para tirar partido lucrativo
utilizando os mesmos.

O conhecimento do comportamento das cotações de quaisquer valores mobiliários, reside em


saber em que amplitude temporal, em que sentido e qual o comprimento desta amplitude
temporal. Em consequência, o partido lucrativo, é possível ser um resultado que não se obtém
pontualmente e em períodos curtos de tempo decorrente do mero acaso mas, pelo contrário, de
forma persistente e duradouramente no tempo. O partido lucrativo dos comportamentos das
cotações dos valores mobiliários de quaisquer mercados, requer, investimento em conhecimento
sobre uma plêiade de fatores que se revela condição sine qua non para resultados bem sucedidos
e um acompanhamento em tempo real dos mercados de valores mobiliários (idealmente).

Não é necessário um elevado montante de investimento para se chegar a lucros acumulados


apreciáveis. O busílis está em dominar os princípios básicos das Teorias e dos comportamentos
das cotações dos valores mobiliários e saber aplicá-los adequadamente, às circunstâncias
dinâmicas de cada uma, no tempo.

Esta Tese de Dissertação Mestrado permitiu refletir sobre sentidos futuros de desenvolvimento
dentro das áreas de trading de valores mobiliários. Desde logo, o conhecimento de outras Teorias
na mesma área de autores como William Delbert Gann (1878 - 1955), nomeadamente. Por outro
lado, também se mostra de inequívoco interesse científico conhecer e averiguar quais os
resultados a que se lograria chegar se se recorrer à utilização de outro Software de trading de
valores mobiliários como o Metastock (nas versões end-of-day e real-time), MTPredictor,
Track´n Trade, Fibonacci Trader Real Time, eSignal Trading, entre outros.

Mostra-se ainda de toda a conveniência a aplicação da Teoria das Ondas de Elliott ao PSI-20 a
outras ações, a amplitudes temporais, superiores e inferiores, a um e dois anos, bem como a
índices de ações, como sejam o IBEX 35, o CAC 40, o DAX 30, o AEX 25, o BEL 20, o S&P
500, o NASDAQ 100 e o DOW JONES, designadamente.

109
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

A aplicação a outros ativos como sejam commodities, ETF´s, taxas de câmbio, taxas de juro,
obrigações (dívida pública e privada), contratos de futuros, contratos de opções, CFD´s,
Warrants (de compra e de venda) sobre quaisquer ativos, etc., também se mostra útil.

Por último, uma análise circunscrita a um ano ou dois, analisando os resultados previsionais
obtidos de forma separada, revelar-se-ia, ainda, como um sentido possível de desenvolvimentos
futuros.

Por outro lado, revelar-se-ia ainda de extrema utilidade, conhecer quais os resultados obtidos se
as previsões do Software revelassem tendências de mercado ascendentes (e não descendentes
como sucedeu) nos mesmos valores mobiliários.

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Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

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da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Anexos.
Anexo I. - Notas Descritivas do Software Elliott Wave (Versão 9.5.)

De um ponto de vista da abordagem metodológica perfilhada, impõe-se como sendo útil a


caraterização dos principais aspetos do Software utilizado, de tal forma que permita fornecer uma
ideia sobre os seus principais contornos. O Software a ser descrito é o Software Elliott Wave
(Versão 9.5.).

Desde logo cumpre destacar que este Software, fundamentalmente, procede à definição e análise
das Ondas de Elliott no período (histórico) considerado, de tal modo que assinala as Ondas de
Impulso e as Ondas de Correção que são preconizadas pela Teoria subjacente exposta no
Capítulo III.. Trata-se de um Software específico de tratamento e análise do comportamento das
cotações de valores mobiliários que neste caso são ações mas, perfeitamente, ajustável a qualquer
outro tipo de valor mobiliário (índices de ações, outros instrumentos financeiros, ‫)ر‬.

Como objetivo a salientar neste Software, é de sublinhar que se trata de uma ferramenta que
fornece indicações, para a previsão, ex-ante com efeitos ex-post, de cotações de valores
mobiliários, de tal forma que poderão ser utilizadas com aproveitamento de forma profícua para o
utilizador tirar benefício lucrativo pessoalmente aplicado a qualquer ação ou outro valor
mobiliário qualquer. As cotações que servem de base de análise deverão ser fornecidas em tempo
real para que este benefício possa ser tirado dos preceitos sugeridos pelo Software com efeitos
prospetivos.

Como principais aspetos descritivos são de referir os seguintes exibidos na Figura 16..

Figura 16. - Menu Principal do Software Elliott Wave (Versão 9.5.)

Como se observa na Figura 16., o Menu Principal é constituído por 10 opções que são auxiliares
possuindo opções de melhoramento do output extraído, de forma automática pelo próprio
122
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Software. Logo após se carregar no ícon referente ao programa, surge uma janela que requer a
definição do ficheiro subjacente a ser carregado. Este ficheiro terá que estar em formato CSV,
caso contrário o programa não procede à sua leitura (carregamento) pelo que inviabiliza a sua
análise interna. Uma vez carregado este ficheiro, surge uma outra janela que obriga a definir qual
é a ordem de apresentação das cotações. Ela é a seguinte: date, open, close, low, high e, para
terminar, volume. Após esta definição o programa começa a trabalhar produzindo um gráfico
como os exibidos nos Gráficos 4., 5. e 6. ao mesmo tempo que, no canto inferior direito, surgem
uma série de iterações de análise à luz da Teoria das Ondas de Elliott, propriamente dita, exposta
nos Quadros 4., 5. e 6.. Após concluídas estas mesmas iterações, que se efetuam
automaticamente, temos as cotações concluídas e submetidas à análise do Software em questão.

Como se pode aquilatar pela Figura 16., as 10 opções do Menu Principal são:
1. Chart (Gráfico) - sucintamente, refere-se à conceção de gráficos com as cotações,
gravações, abertura de ficheiros, nomeadamente;
2. Edit (Editar) – refere-se ao grau de subida e de descida bem como a propriedades
dos ficheiros abertos;
3. View (Vista) – diz respeito às possibilidades de efetuar ampliações e reduções nos
gráficos com modificações nas escalas utilizadas;
4. Insert (Inserir) – tem a ver com a geração de indicadores complementares de
análise técnica;
5. Analyse (Análise) – serve para analisar o gráfico inteiro nas Ondas em particular;
6. Options (Opções) – a análise é feita em várias opções possíveis com definição de
zonas a atingir nas cotações;
7. Price Data (Cotações) – permite várias modificações que se podem efetuar sobre a
amostra das cotações considerada;
8. Screen (Ecrã) – permite modificar opções relativamente ao ecrã;
9. Windows (Janelas) – faculta a possibilidade de diferentes formas de visualização
das janelas;
10. e Help (Ajuda) – é a opção de ajuda com especificações sobre o Software no que
se refere ao seu funcionamento.

123
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Para além destas 10 opções, ainda se pode constatar, pela Figura 16. que, num nível
imediatamente abaixo do Menu Principal, temos visualizado um conjunto de sub-opções ao
longo de uma linha.

Assim, da esquerda para a direita, surge em primeiro lugar, um pequeno retângulo cujo objetivo
é escolher um ficheiro que já exista em formato CSV e abri-lo.

Em segundo lugar, observa-se uma sub-opção designada por Select Templates cujo intuito
possibilita a exibição de indicadores de análise técnica e tipos de gráficos de natureza diversa a
acrescentar ao gráfico gerado pelo Software. Em terceiro lugar, surge um ícon para gravar o
gráfico obtido e, em quarto lugar, outro ícon para imprimir o mesmo. Em quinto lugar, vemos
um ícon para explicar a análise dos resultados obtidos. Em sexto lugar, um ícon para visualizar
clusters-alvo alternativos Toggle ou Toogle Display Target Clusters. Em sétimo lugar, um ícon
para efetuar uma inspeção do tipo Scanner ao gráfico obtido (atualizando o mesmo havendo
modificações). Em oitavo lugar, temos um ícon importante que possibilita a definição de
amplitudes temporais (times frames) das mais longas (Grand Supercycle) até às menores
(Subminuette e até amplitudes temporais ainda inferiores). Em nono lugar, observa-se uma seta
cuja função é analisar todas as observações do gráfico carregado (loaded). Em décimo lugar,
surge um conjunto de dispositivos, cada um com o seu ícon que permitem desenhar linhas de
tendência, canais de tendências, linhas de speed (speed lines), colocação de retracements
(horizontais e verticais) nos gráficos, linhas Fan, designadamente, sem esquecer os números e as
letras correspondentes à identificação tanto das Ondas de Impulso como das Ondas de Correção,
respetivamente.

124
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Anexo II. - Cálculos Auxiliares da Seção IV.4. do Capítulo IV.

Anexo II.1. - Na Cotação da Ação do BCP

Estratégia 1 – Buy-and-Hold
Rendibilidade Desvio-Padrão
Cotação Média nos Quatro Primeiros Meses de 2011 (A Cotação Média nos Seis Primeiros Meses de 2011 (A partir das
partir das Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Causa)
Causa)
Cotação Média = (0,59 € + 0,65 € + 0,58 € + 0,59 € + 0,48 € + 0,41 €) / 6
Cotação Média = (0,59 € + 0,65 € + 0,58 € + 0,59 €) / 4 = = (3,25 €) / 6 = 0,541 €
(2,36 €) / 4 = 0,59 €
Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Diferenças das
Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Cotações para os primeiros seis meses de 2011 = (0,59 € - 0,541 €)2 +
Diferenças das Cotações para os primeiros quatro meses (0,65 € - 0,541 €)2 + (0,58 € - 0,541 €)2 + (0,54 € - 0,541 €)2 + (0,48 € -
de 2011 = (0,59 € - 0,541 €)2 + (0,65 € - 0,541 €)2 + (0,58 € - 0,541 €)2 + (0,41 € - 0,541 €)2 = 0,0781942
0,541 €)2 + (0,54 € - 0,541 €)2 = 0,06285698
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Rendibilidade Desvio-Padrão
4 Meses 6 Meses
0 0
0 0
0 0
Estratégia 4 – Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BCP)
Rendibilidade Desvio-Padrão
Operações 4 Meses 6 Meses 4 Meses 6 Meses
Posição Curta 16949 CFD´s × 0,59 € = 16949 CFD´s × 0,59 € = (0,59 € + 0,54 €) / 2 = 0,565 € (0,59 € + 0,41 €) / 2 = 0,5 €
(Venda de CFD´s 10000 € 10000 €
(Sobre a Cotação da
Ação do BCP))
(16949)
Margem (10%) 0,1 × 16949 CFD´s × 0,59 € 0,1 × 16949 CFD´s × 0,59 € [(0,59 € – 0,565 €)2 +(0,54 € – 0,565 [(0,59 € – 0,5 €)2 +(0,41 € – 0,5
= 1000 € = 1000 € €)2 ] / 2 = 0,000625 €)2 ] / 2 = 0,0081
Comissão (1%) 0,01 × 16949 CFD´s × 0,59 0,01 × 16949 CFD´s × 0,59 € Raíz Quadrada de 0,000625 = Raíz Quadrada de 0,0081 = 0,09
€ = 100 € = 100 € 0,025
Posição Longa 16949 CFD´s × 0,54 € = 16949 CFD´s × 0,41 € =
(Compra de CFD´s 9152 € 6949 €
(Sobre a Cotação da
Ação do BCP))
(16949)
Comissão (1%) 0,01 × 16949 CFD´s × 0,54 0,01 × 16949 CFD´s × 0,41 €
€ = 91 € = 69 €
Lucro Bruto (0,54 € - 0,59 €) × 16949 = (0,41 € - 0,59 €) × 16949 =
847 € 3050 €
Total de Comissões 100 € + 91 € = 191 € 100 € + 69 € = 169 €
Lucro Líquido de 847 € - 191 € = 656 € 3050 € - 169 € = 2881 €
Comissões
Rentabilidade (656 €) / 1000 € = 65,6% (2881 €) / 1000 € = 288,1%
Líquida de
Comissões

125
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Anexo II.2. - Na Cotação da Ação do BES

Estratégia 1 – Buy-and-Hold
Rendibilidade Desvio-Padrão
Cotação Média nos Quatro Primeiros Meses de 2011 (A Cotação Média nos Seis Primeiros Meses de 2011 (A partir das
partir das Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Causa)
Causa)
Cotação Média = (2,96 € + 3,28 € + 2,89 € + 2,84 € + 2,72 € + 2,57 €) / 6
Cotação Média = (2,96 € + 3,28 € + 2,89 € + 2,84 €) / 4 = = (17,26 €) / 6 = 2,87 €
(11,97 €) / 4 = 2,992 €
Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Diferenças das
Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Cotações para os primeiros seis meses de 2011 = (2,96 € - 2,87 €)2 +
Diferenças das Cotações para os primeiros quatro meses (3,28 € - 2,87 €)2 + (2,89 € - 2,87 €)2 + (2,84 € - 2,87 €)2 + (2,72 € - 2,87 €)2
de 2011 = (2,96 € - 2,87 €)2 + (3,28 € - 2,87 €)2 + (2,89 € - + (2,57 € - 2,87 €)2 = 0,21984
2,87 €)2 + (2,84 € - 2,87 €)2 = 0,210653744
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Rendibilidade Desvio-Padrão
4 Meses 6 Meses
0 0
0 0
Estratégia 4 – Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BES)
Rendibilidade Desvio-Padrão
Operações 4 Meses 6 Meses 4 Meses 6 Meses
Posição Curta 3378 CFD´s × 2,96 € = 3378 CFD´s × 2,96 € = (2,96 € + 2,84 €) / 2 = 2,9 € (2,96 € + 2,57 €) / 2 = 2,765 €
(Venda de 3378 10000 € 10000 €
CFD´s (Sobre a
Cotação da Ação do
BES))
Margem (10%) 0,1 × 3378 CFD´s × 2,96 € 0,1 × 3378 CFD´s × 2,96 € [(2,96 € – 2,9 €)2 +(2,84 € – 2,9 [(2,96 € – 2,765 €)2 +(2,57 € – 2,765
= 1000 € = 1000 € €)2 ] / 2 = 0,0036 €)2 ] / 2 = 0,2140125
Comissão (1%) 0,01 × 3378 CFD´s × 2,96 € 0,01 × 3378 CFD´s × 2,96 € Raíz Quadrada de 0,0036 = Raíz Quadrada de 0,21401254 =
= 100 € = 100 € 0,06 0,46261485
Posição Longa 3378 CFD´s × 2,84 € = 9593 3378 CFD´s × 2,57 € = 8681
(Compra de 3378 € €
CFD´s (Sobre a
Cotação da Ação do
BES))
Comissão (1%) 0,01 × 3378 CFD´s × 2,84 € 0,01 × 3378 CFD´s × 2,57 €
= 95 € = 86 €
Lucro Bruto (2,84 € - 2,96 €) × 3378 = (2,57 € - 2,96 €) × 3378 =
405 € 1317 €
Total de Comissões 100 € + 95 € = 195 € 100 € + 86 € = 186 €
Lucro Líquido de 405 € - 195 € = 210 € 1317 € - 186 € = 1131 €
Comissões
Rentabilidade (210 €) / 1000 € = 21% (1131 €) / 1000 € = 113%
Líquida de
Comissões

126
Um Teste à Utilidade para o Investidor no Mercado de Ações Português
da Aplicação da Teoria das Ondas de Elliott

Anexo II.3. - Na Cotação da Ação do BPI

Estratégia 1 – Buy-and-Hold
Rendibilidade Desvio-Padrão
Cotação Média nos Quatro Primeiros Meses de 2011 (A partir Cotação Média nos Seis Primeiros Meses de 2011 (A partir das
das Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Causa) Cotações de Fecho do Último dia do Mês em Causa)

Cotação Média = (1,41 € + 1,43 € + 1,23 € + 1,21 €) / 4 = (5,28 €) / Cotação Média = (1,41 € + 1,43 € + 1,23 € + 1,21 € + 1,10 € + 1,01
4 = 1,32 € €) / 6 = (7,39 €) / 6 = 1,231 €

Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Diferenças das Raíz Quadrada do Somatório do Quadrado das Diferenças das
Cotações para os primeiros quatro meses de 2011 = (1,41 € - Cotações para os primeiros seis meses de 2011 = (1,41 € - 1,231
1,231 €)2 + (1,43 € - 1,231 €)2 + (1,23 € - 1,231 €)2 + (1,21 € - 1,231 €)2 + (1,43 € - 1,231 €)2 + (1,23 € - 1,231 €)2 + (1,21 € - 1,231 €)2 +
€)2 = 0,134242318 (1,10 € - 1,231 €)2 + (1,01 € - 1,231 €)2 = 0,151704756
Estratégia 3 - Software Elliott Wave (Versão 9.5.)
Rendibilidade Desvio-Padrão
4 Meses 6 Meses
0 0
0 0
Estratégia 4 – Posição (Curta ou Longa) Num Instrumento Financeiro Alavancado (Sobre a Cotação da Ação do BPI)
Rendibilidade Desvio-Padrão
Operações 4 Meses 6 Meses 4 Meses 6 Meses
Posição Curta 7092 CFD´s 7092 CFD´s × 1,41 € = 10000 € (1,41 € + 1,21 €) / 2 = 1,31 € (1,41 € + 1,01 €) / 2 = 1,21 €
(Venda de 7092 × 1,41 € =
CFD´s (Sobre a 10000 €
Cotação da Ação
do BPI))
Margem (10%) 0,1 × 7092 0,1 × 7092 CFD´s × 1,41 € = 1000 € [(1,41 € – 1,31 €)2 +(1,21 € – [(1,41 € – 1,21 €)2 +(1,01 € –
CFD´s × 1,31 €)2 ] / 2 = 0,01 1,21 €)2 ] / 2 = 0,04
1,41 € =
1000 €
Comissão (1%) 0,01 × 7092 0,01 × 7092 CFD´s × 1,41 € = 100 € Raíz Quadrada de 0,01 = 0,1 Raíz Quadrada de 0,04 = 0,2
CFD´s ×
1,41 € = 100

Posição Longa 7092 CFD´s 7092 CFD´s × 1,01 € = 7162 €
(Compra de 7092 × 1,21 € =
CFD´s (Sobre a 8581 €
Cotação da Ação
do BPI))
Comissão (1%) 0,01 × 7092 0,01 × 7092 CFD´s × 1,01 € = 71 €
CFD´s ×
1,21 € = 85 €
Lucro Bruto (1,21 € - 1,41 (1,01 € -1,41 €) × 7092 = 2836 €
€) × 7092 =
1418 €
Total de 100 € + 85 € 100 € + 71 € = 171 €
Comissões = 185 €
Lucro Líquido de 1418 € - 185 2836 € - 171 € = 2665 €
Comissões € = 1233€
Rentabilidade (1233 €) / (2665 €) / 1000 € = 266,5%
Líquida de 1000 € =
Comissões 123,3%

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