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Cacao

O surgimento dos frutos foi uma inovação marcante na história evolutiva das plantas, que
contribuiu enormemente para o aumento da eficiência da dispersão de sementes (Van der Pijl
1969, Lorts et al. 2008, Fleming & Kress 2011).

Interações planta-animal têm tido papel central na evolução e diversificação da morfologia


dos frutos e dispersão de sementes na história das angiospermas (Jordano 1995, Fleming &
Kress 2013).

Ainda, o modo de dispersão associado ao estrato da vegetação e o tipo de ambiente


influenciam diretamente na capacidade dispersiva e na distribuição geográfica das espécies
de plantas (Fenner 1985, Lorts et al. 2008).

Comunidades são construídas a partir de grupos de espécies que compartilham certas


similaridades, tanto ecológicas como filogenéticas (Darwin 1859, Blondel 2003, Howe &
Westley 2009). O agrupamento dos organismos com estratégias similares de sobrevivência
permite relacionar processos que têm atuado na história evolutiva desses grupos (May &
Seger 1986, Metzger 2000). Agrupar as plantas de uma comunidade em grupos funcionais, de
acordo com suas síndromes de dispersão, por exemplo, pode ajudar a entender alguns desses
processos,

há uma relação positiva já bastante aceita na literatura para a combinação entre frutos
carnosos X zoocoria X ambientes florestais X plantas lenhosas, e entre frutos secos X
anemocoria/autocoria X ambientes abertos X plantas herbáceas (Willson et al. 1990, Tiffney
& Mazer 1995, Fleming et al. 1987, Bolmgren & Eriksson 2005, Moles & Westoby 2006).
Primeiramente, frutos carnosos atraíam animais frugívoros que se alimentavam da polpa e
contribuíam para a dispersão de sementes e também essa polpa poderia conter substâncias
capazes de diminuir o tempo de retenção no intestino dos animais, reduzindo os efeitos
prejudiciais da frugivoria (Herrera 1989, Cipollini & Levey 1997, Mack 2000).

Primeiramente, frutos carnosos atraíam animais frugívoros que se alimentavam da polpa e


contribuíam para a dispersão de sementes e também essa polpa poderia conter substâncias
capazes de diminuir o tempo de retenção no intestino dos animais, reduzindo os efeitos
prejudiciais da frugivoria (Herrera 1989, Cipollini & Levey 1997, Mack 2000). A evolução de
frutos carnosos também esteve associada de forma consistente com o aumento da massa da
semente (Leishman et al. 2000) e pressões seletivas teriam favorecido sementes maiores e
com tecidos de proteção mais grossos, pois seriam mais resistentes à abrasão mecânica e
química do trato digestivo dos animais (Bolmgren & Eriksson 2010). Somado a isso,
sementes maiores também possuem maiores reservas de nutrientes que as permitem se
estabelecer melhor em ambientes de vegetação mais fechada e de pouca luz, onde habitam a
maioria dos frugívoros (Leishman et al. 2000, Tiffney 2004). Assim, o surgimento de frutos
carnosos teria favorecido a dispersão de sementes maiores, que necessitam de meios bióticos
para serem transportadas a distâncias seguras para estabelecimento fora das intermediações
da planta mãe, onde há maiores taxas de competição e predação (Janzen 1969, Eriksson et al.
2000, Eriksson 2008).

A evolução de sementes menores e mais leves também teria favorecido a seleção das plantas
anemocóricas ao proporcionar maior produtividade

espécies próximas geneticamente tendem a serem ecologicamente similares (Darwin 1859,


Derrickson & Ricklefs 1988),

a destruição dos ecossistemas naturais tem sido considerada como a maior ameaça à
biodiversidade (Dirzo & Raven 2003, Holt & Gomulkiewicz 2004).

Animais que se alimentam de frutos e sementes e realizam dispersão sustentam os ciclos de


regeneração natural de mais de 60% de todas as espécies de angiospermas (Wang & Smith
2002), sendo que poucos tipos de vegetação natural poderiam persistir hoje na ausência de
animais dispersores (Jordano et al. 2011). Em florestas tropicais estima-se que por volta de
90% das espécies de plantas produza frutos que são consumidos e dispersos pela fauna e
também há elevada proporção de animais que se alimentam de frutos, principalmente aves e
mamíferos (Jordano 2000, Kissling et al. 2009

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