Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
'10.37885/230111630
RESUMO
DESENVOLVIMENTO
As plantas dispõem de mecanismos que auxiliam a evitar ou reduzir o ataque dos inse-
tos: como a fuga no tempo com um ciclo vegetal curto ou prolongado; a fuga individual, com
a dispersão de progênie ou propágulos; a associação com outras espécies; e a tolerância
ou a confrontação com o herbívoro (HARRIS, 1980). As interações entre as plantas e os
herbívoros podem induzir mudanças no fenótipo da planta (AGRAWAL, 2001), essas podem
ser principalmente morfológicas, químicas e na alocação de recursos para o crescimento e/
ou defesa das plantas (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
A interação planta inseto é um sistema dinâmico, sujeito a contínuas variações e mu-
danças. As plantas desenvolveram diferentes mecanismos de defesa, com o objetivo de
reduzir o ataque de insetos, incluindo além das barreiras químicas, as barreiras físicas e
morfológicas (GALLO et al., 2002; MELLO & SILVA-FILHO, 2002).
As barreiras físicas são representadas basicamente pela cor do substrato vegetal,
que em muitos casos não influência apenas a seleção hospedeira para alimentação e ovi-
posição, mas também a biologia do inseto. Contudo, são raros os casos de resistência em
função da coloração, a relatos de repelência de Pieris rapae (Lepidoptera: Pieridae) em
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
91
repolho (Brassica oleracea) e Anthonomus grandis (Coleoptera: Curculionidae) em algodão
(Gossypium hirsutum), inibindo a oviposição desses insetos (GALLO et al., 2002).
Barreias morfológicas são características da planta classificados como fatores estrutu-
rais e da epiderme que podem afetar a locomoção, acasalamento, seleção hospedeira para
alimentação e oviposição, ingestão e digestão do alimento pelos insetos. Os estruturais estão
relacionados à dimensão e à disposição das estruturas vegetais, verificados em cultivares de
milho (Zea mays) com palhas mais comprida dificultando a penetração larval de Helicoverpa
zea (Lepidoptera: Noctuidae) nas espigas. Já os fatores relacionados a epiderme são espes-
sura, dureza, textura, cerosidade e pilosidade, a qual influencia principalmente a oviposição
e locomoção dos insetos. De maior importância as barreiras químicas são representadas
por substâncias químicas que atuam no comportamento ou metabolismo do inseto e por
impropriedades nutricionais das plantas (GALLO et al., 2002).
As plantas também podem compensar as perdas causadas pelos insetos com um
crescimento rápido, aumentando as taxas de reprodução, e alterações bioquímicas com a
produção de compostos secundários em resposta a herbivoria (GILES et al., 2005). Estudos
de evolução demonstram que a produção de compostos secundário são inicialmente uma
resposta das plantas à herbivoria, e de forma acidental foram liberadas ao meio ambiente
iniciando as interações entre as plantas (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
As interações químicas entre as plantas, as alelopatias, foram registradas pela primei-
ra vez em 1832. As primeiras pesquisas tentaram explicar a presença de substâncias nos
processos metabólicos primários das plantas, demonstrando a função de proteção entre
as plantas, a patógenos e insetos (RHOADES, 1985; PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
Os compostos secundários podem apresentar funções nas defesas das plantas, isso
quando os compostos estão presentes em altas concentrações, podendo impedir a capaci-
dade dos insetos se desenvolverem (SIMPSON & RAUBENHEIMER, 2001; PIZZAMIGLIO-
GUTIERREZ, 2009). Os aleloquímicos regulam as relações entre os organismos, esses
são definidos como substâncias não nutritivas produzidas por uma espécie e que afetam
o crescimento, a sanidade, o comportamento e a biologia da população de outra espécie
(VENDRAMIM & CASTIGLIONI, 2000). Esses são produzidos por diferentes tecidos das
plantas, incluindo folhas, caules, raízes e sementes, em quantidades variáveis de um órgão
para outro (WESTON & DUKE, 2003; PARVEZ et al., 2003; HONG et al., 2004).
Dois tipos de aleloquímicos são de interesse particular para as relações inseto/planta,
são os alomônios que favorecem o emissor (planta hospedeira) e os cairomônios que favo-
recem o receptor (inseto). Dependendo das circunstâncias, alomônios e cairomônios podem
repelir o ataque de alguns insetos e estimular outros a se alimentarem de determinada planta
(GALLO et al., 2002).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
92
As plantas geralmente apresentam dois tipos de defesas aos herbívoros, sendo essas
constitutivas ou induzidas. As constitutivas estão sempre presentes na planta, não depen-
dendo do ataque do herbívoro, incluindo inibidores de alimentação, toxinas e defesas me-
cânicas. Já as defesas induzidas são desencadeadas em resposta ao ataque dos insetos,
incluindo a modificação e o acúmulo dos metabólitos normais da planta (LEVIN, 1976; MELLO
& SILVA-FILHO, 2002; PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
As defesas induzidas são consideradas uma forma de plasticidade fenotípica adap-
tativa por meio da qual as plantas economizam custos metabólicos ao acionar as defesas
diretas somente quando necessário para aumentar a defesa indireta aos inimigos naturais,
somando-se ao mesmo tempo as defesas constitutivas (CIPOLLINI et al., 2003).
Insetos mastigadores causam com suas mandíbulas grandes danos aos tecidos ve-
getais, liberando vários sinais que podem ser percebidos pela planta para mobilizar as de-
fesas (ACEVEDO et al., 2015). A indução dos compostos também pode variar em função
dos genótipos, idade e tecido da planta, mecanismos de indução e espécie de herbívoro
(TURLINGS & BENREY, 1998; FERRY et al., 2004). A idade da planta pode influenciar a
qualidade ao inseto hospedeiro ou a capacidade do herbívoro em responder aos parasitoides
(QUINTERO et al., 2014).
Os processos bioquímicos que desencadeiam a indução de compostos são variáveis em
função dos insetos herbívoros (BENTO & NARDI, 2009). Essas variações estão relacionadas
a substâncias presentes na secreção salivar dos herbívoros, que ativam rotas bioquímicas
quando em contato com o tecido vegetal (ALBORN et al., 2000). Estudos comprovam que
insetos mastigadores, como lagartas, induzem mais voláteis do que os sugadores de floema,
como pulgões e moscas brancas, e que herbívoros especialistas induzem mais voláteis do
que generalistas (DICKE, 2016).
A forma mais estudada de defesa induzida envolve a liberação de substâncias voláteis
por plantas danificadas, que atraem inimigos naturais, podendo interferir na alimentação
e desenvolvimento dos insetos (WALLING, 2000; BENTO & NARDI, 2009; GOLS, 2014;
SIGNORETTI et al., 2012). Além disso, os insetos preferem plantas não atacadas na esco-
lha para alimentação e oviposição (BERNASCONI et al., 1998; DE MORAES et al., 2001;
STAM et al., 2014).
Estudos demonstram que as defesas são produzidas e distribuídas nos tecidos das
plantas de forma heterogênea, com isso, os tecidos com menor probabilidade de ataque
possuem níveis reduzidos de defesas constitutivas e níveis elevados de defesas induzidas,
já os tecidos vegetais com maior probabilidade de ataque contêm defesas constitutivas
elevadas e menos defesas induzidas (ZANGERL & RUTLEDGE, 1996).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
93
A indução de defesas pela produção de compostos secundários interfere de forma
negativa a fisiologia, crescimento e desenvolvimento dos insetos. Atribuída à redução da
qualidade nutricional e a toxicidade de proteínas inibidoras de proteases (BHONWONG
et al., 2009; BARBEHENN et al., 2010; WAR & SCHARMA, 2014).
Os principais compostos secundários produzidos em resposta a herbivoria são os alca-
loides, flavonoides, terpenoides e esteróis (KUBO & HANKE, 1986; SILVA, 2015). Além dos
fenóis que são comuns e generalizadas como compostos de defesa (SHARMA et al. 2009;
USHA RANI & JYOTHSNA, 2010; BALLHORN et al., 2011), e taninos condensados que são
relatados por reduzir o crescimento e sobrevivência de insetos pragas (SHARMA et al., 2009).
Alguns fatores ambientais como temperatura, radiação solar, fertilidade do solo, de-
ficiência hídrica e pesticidas, podem influenciar a resistência ou suscetibilidade da planta
ao inseto, influenciando nas interações entre os organismos (KOGAN & PAXTON, 1983).
A idade da planta, as folhas, e os diferentes órgãos da planta quando infestados por
herbívoros influenciam na capacidade de defesa. Folhas velhas podem apresentar subs-
tâncias deletérias, como os taninos, ou apresentar maior espessura e dureza, mas faltam
evidências para comprovar se esses são efeitos de substâncias secundários ou simplesmente
do valor nutritivo reduzido (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
Os níveis de resistência e as habilidades das plantas em reduzir a infestação e danos
provocados por um inseto, podem ser o resultado de um ou mais mecanismos, sendo que
se houver herbivoria essa pode estar atuando como indutor de resistência pelo acúmulo
de defesas (KOGAN & PAXTON, 1983). Considerando a resistência de plantas a insetos-
-praga essa pode se manifestar de três formas: não-preferência, antibiose e tolerância.
Não-preferência refere-se ao comportamento do inseto em não escolher a planta para ali-
mentação oviposição ou abrigo; antibiose diz respeito ao efeito negativo da planta, como
alimento sobre a biologia do inseto, e tolerância refere-se a capacidade da planta em tolerar
o ataque da praga (PAINTER, 1951).
As habilidades das plantas na defesa à herbivoria apresentam gastos de energia devido
a alocação de recursos metabólicos destinados as defesas físicas ou químicas (CREW &
RODMAN, 1979). Tanto a quantidade como o tipo de defesa desenvolvidos pelas plantas
e seus tecidos ou órgãos, estão relacionados com os riscos que a planta enfrenta quando
sofre ataque de um inseto, a importância dos órgãos a proteger e os custos envolvidos
(RHOADES, 1983). Alguns estudos concluem que os órgãos de reprodução, que são a base
da existência da planta, parecem estar mais protegidos do que partes vegetativas, capazes
de compensar os danos (PRICE, 1984; KOGAN, 1986).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
94
Habilidades dos insetos
Inúmeras espécies de insetos evitam as defesas das plantas, como por exemplo o be-
souro Epilachna tredecimnotata (Coleoptera: Coccinellidae), que causa danos em aboboreira
(Cucurbita spp.), essa planta mobiliza substâncias tóxicas para a região afetada e o besouro
corta uma trincheira circular na folha, isolando a área onde se alimentará, impedindo que as
substâncias interfiram na sua alimentação (CARROL & HOFFMAN, 1980).
Folhas, raízes e órgãos de reprodução apresentam variações morfológicas, como pe-
los, tricomas, espinhos, camada cerosa das folhas, tecidos rígidos e essas características
evoluíram como meio de defesa contra insetos e outros herbívoros. Além dessas, o hábito
gregário de alimentação de muitas espécies pode trazer vantagens para o inseto superar as
defesas das plantas, contribuindo na defesa contra predadores e parasitoides (PIZZAMIGLIO-
GUTIERREZ, 2009).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
95
Metabolização de substâncias tóxicas
As substâncias tóxicas de muitas plantas são usadas por muitos insetos como benefício
próprio por meio de mecanismos de desintoxicação que permitem converter as substâncias
em produtos menos tóxicos. E em alguns casos os insetos armazenam essas substâncias em
parte do seu corpo e usam contra seus predadores e parasitoides. Herbívoros adaptados a se
alimentar de uma planta específica, frequentemente possuem um sistema enzimático capaz
de metabolizar substâncias tóxicas e utilizadar como nutrientes (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ,
2009). O aminoácido L-canavanina é tóxico para alguns insetos e, portanto, funciona como
aleloquímico, no entanto, para outros insetos é fonte de nitrogênio (ROSENTHAL, 1983).
Esse raciocínio é válido para muitos fenóis e é evidente que essas são relações dependentes
da quantidade desses aleloquímicos presentes no alimento e da sua persistência ao longo
da sua utilização.
Testes de canatoxina, proveniente do aminoácido L-canavanina, em diferentes espécies
de insetos apontam uma relação entre as enzimas digestivas dos insetos e a ação tóxica
da proteína sobre os insetos (SALVADORI, 2006). Os insetos susceptíveis, Callosobruchus
maculatus (Coleoptera: Chrysomelidae), Rhodnius sprolixus (Hemiptera: Reduviidae), Nezara
viridula (Hemiptera: Pentatomidae) e Dysdercus peruvianus (Hemiptera: Pyrrhocoridae), o
trato digestivo é ácido e as enzimas proteolíticas são do tipo catepsina, sugerindo que a
especificidade da ação tóxica estaria diretamente relacionada com o sistema digestivo dos
insetos (CARLINI et al., 1997). Já os insetos resistentes, têm trato digestivo alcalino e enzi-
mas do tipo tripsina (TERRA & FERREIRA, 1994).
Lagartas de Uterheisa ornatrix (Lepidoptera: Arctiidae) removem e acumulam alcaloi-
des das plantas hospedeiras e os adultos transferem esses alcaloides para os ovos a fim
de protegê-los contra predadores (DUSSOURD et al., 1984). Lagartas de Dannaus plexip
(Lepidoptera: Nymphalidae) alimentam-se de plantas do gênero Asclepias que possuem
cardenolídeos, que são substâncias tóxicas e de sabor amargo que provocam vômito quando
ingeridas, podendo causar a morte em pássaros e gado. As lagartas que se alimentam des-
sas plantas adquirem essas substâncias tóxicas e as transferem para os adultos, as quais
se concentram nas asas, partes que os pássaros bicam primeiro. Após a ingestão dessas
borboletas os pássaros regurgitam e passam a evitá-las (DALY et al., 1978; PIZZAMIGLIO-
GUTIERREZ, 2009).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
96
alimentarem. Devido aos danos físicos provocados pela introdução de secreções salivares,
ocorre o aumento na produção de hormônios de crescimento na planta, causando hipertro-
fia e hiperplasia, aumento no tamanho e o número de células e, como consequência, uma
estrutura anormal a galha (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
Os insetos podem reduzir a eficiência das defesas das plantas (taninos ou substâncias
fotoativas) quando enrolam as folhas ao redor do corpo e se alimentam dentro desse tubo em
que a redução da luz provoca um decréscimo na dureza das folhas, no conteúdo de tanino e
outras substâncias fotoativas (SANDBERG & BERENBAUN, 1989; SAGERS, 1992). Os her-
bívoros também podem impedir as defesas diretas das plantas ao produzirem substâncias
que estimulam a planta a reduzir as defesas induzidas (RODA & BALDWIN, 2003).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
97
de voláteis de folhas em plantas sem danos por herbivoria, e em alguns casos podem
induzem a expressão de genes de defesa (ARIMURA et al., 2001; FARAG et al., 2005;
SCALA et al., 2013).
A evolução fez com que os insetos desenvolvem a capacidade de percepção dos si-
nais do ambiente que avisam a aproximação de mudanças sazonais, e consequentemente
respostas a essas mudanças por modificações fisiológicas, morfológicas e comportamen-
tais. Os fatores abióticos e a nutrição do solo podem influenciar o crescimento das plantas,
consequentemente esses podem influenciar os níveis tróficos terciários, regulando dessa
forma as interações entre inseto-planta (PIZZAMIGLIO-GUTIERREZ, 2009).
As interações entre insetos herbívoros e suas plantas hospedeiras são influenciados
pela qualidade da planta hospedeira que pode ser determinada por variações em fatores
abióticos (MOON et al., 2000) e bióticos (SOLER et al., 2007). Além disso, a qualidade nutri-
cional das plantas hospedeiras pode influenciar a preferência e desempenho de parasitoide
(SARFRAZ et al., 2009).
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
98
tróficas bioquimicamente diversificadas para a evolução dos insetos fitófagos, enquanto
esses não influenciam a evolução das plantas (VENDRAMIM & GUZZO, 2009).
Além da teoria da coevolução e da evolução sequencial, outras teorias e especulações
são discutidas, demonstrando que não há uma hipótese comum que consiga explicar todos
os casos de relação inseto-planta, e sim que cada caso deve ser estudado com mais deta-
lhes (VENDRAMIM & GUZZO, 2009).
Adaptação de lepidópteros
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
99
densidade energética na fase larval, e na fase adulta a energia é adquirida exclusivamente
de néctar (O’BRIEN et al., 2002).
Larvas de H. armigera alimentadas com folhas de espécies vegetais apresentam va-
riação quanto a sobrevivência, duração e consumo na fase larval. Não se desenvolvendo
adequadamente quando alimentadas com folhas de buva (Conysa spp.) e em espécies das
gramíneas, como azevém (Lolium multiflorum), aveia (Avena strigosa), milho e trigo (Triticum
aestivum). Em órgãos reprodutivos de azevém não foi verificado desempenho biológico
adequado (SUZANA, 2015; SUZANA et al., 2015). Isso, provavelmente, se deve à falta de
qualidade nutricional e/ou a presença de compostos secundários dessas espécies vegetais,
que não atendendo as exigências nutricionais da espécie, não permitiram que completasse a
fase larval. Esses dados corroboram os obtidos para outros lepidópteros, como no caso em
que foram verificados que folhas de milho e trigo não são bons hospedeiros para Spodoptera
eridania (Lepidoptera: Noctuidae) (PORTILLO et al., 1991; TIBOLA, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
ACEVEDO, F. E.; VEGA-RIVEIRA, L. J.; CHUNG, S. H.; RAY, S.; FELTON, G. W. Cues
from chewing insects- the intersection of DAMPs, HAMPs, MAMPs and effectors. Current
Opinion in Plant Biology, v. 26, p. 80-86, 2015.
ALBORN, H. T.; TURLINGS, T. C.; JONES, T. H.; STENHAGEN, G.; LOUGHRIN, J. H.;
TUMLINSON, J. H. An elicitor of plant volatiles from beet armyworm oral secretion. Scien-
ce, v. 276, p. 945- 949, 1997.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
100
ALBORN, H. T.; JONESM T. H.; STENHAGEN, G. S.; TUMLINSON, J. H. Identification
and synthesis of volicitin and related components from beet armyworm oral secretions.
Journal of Chemical Ecology, v. 26, p. 203-220, 2000.
ARIMURA, G.; OZAWA, R.; HORIUCHI, J.; NISHIOKA, T.; TAKABAYASHI, J. Plant–plant
interactions mediated by volatiles emitted from plants infested by spider mites. Biochemical
Systematics and Ecology, v. 29, p. 1049–1061, 2001.
BALLHORN, D. J.; KAUTZ, S.; JENSEN, M.; SCHMITT, I.; HEIL, M.; HEGEMAN, A. D.
Genetic and environmental interactions determine plant defenses against herbivores. Eco-
logy, v. 99, p. 313–326, 2011.
BARBEHENN, R., DUKATZ, C., HOLT, C.; REESE, A.; MARTISKAINEN, O.; SALMINEN,
J.-P.; YIP, L.; TRAN, L.; CONSTABEL, P. Feeding on poplar leaves by caterpillars poten-
tiates foliar peroxidase action in their guts and increase plant resistance. Oecologia, v.
164, p. 993–1004, 2010.
CREW, F. S.; RODMAN, J. Plant resources for chemical defense. In: ROSENTHAL, G. A.;
JANZEN, D. H. Herbivores: their interaction with secondary plant metabolites. New York:
Academic Press, 1979, p. 271-307.
DALY, H. V.; DOYEN, J. T.; EHRLICH, P. Introduction to insect biology and diversity.
New York: McGraw-Hill, 1978.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
101
DICKE, M.; BALDWIN, I. T. The evolutionary context for herbivore induced plant volatiles:
beyond the “cry for help”. Trends in Plant Science, v. 15, p. 167–175, 2010.
______. Induced plant volatiles: plant body odours structuring ecological networks. New
Phytologist, v. 210, p. 10–12, 2016.
DUSSOURD, D. E.; UBIK, K.; RESCH, J. F.; MEINWALD, J.; EISNER, T. Egg protection
by parental investment of plant alkaloids in Lepidoptera. In: INTERNATIONAL CONGRESS
OF ENTOMOLOGY, 17, 1984, Hamburg. Anais…, p. 840.
FARAG, M. A.; FOKAR, M.; A. B. D. H.; ZHANG, H.; ALLEN, R. D.; PARÉ, P. W. (Z)-3-He-
xenol induces defense genes and downstream metabolites in maize. Planta, v. 220, p.
900–909, 2005.
GALLO, D.; NAKARO, O.; NETO, S. S.; CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C. DE; FILHO,
E. B.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D.; MARCHINI, L.
C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia Agrícola. 10, ed. Piracicaba: FEALQ, 2002.
GILES, C. T.; VIVANCO, J. M.; NEWINGHAM, B.; GOOD, W.; BAIS, H. P.; LANDRS, P.;
CAESAR, A.; CALOWAY, R. M. Insect herbivory stimulates allelophatic exudation by an
invasive plant and the suppression of natives. Ecology Letters, v. 8, p. 209-217, 2005.
GOLS, R. Direct and indirect chemical defences against insects in a multitrophic framework.
Plant Cell Environ, v. 37, p. 1741- 1752, 2014.
HONG, N. H.; XUAN, T. D.; EIJI, T.; KHANH, T. D. Paddy weed control by higher plants
from Southeast Asia. Crop Protection, v. 23, n. 3, p. 255-261, 2004.
KARBAN, R.; AGRAWAL, A. A. Herbivore offense. Annual Review of Ecology and Sys-
tematics, v. 33, p. 641-664, 2002.
KOGAN, M.; PAXTON, J. Natural inducers of plant resistance to insects. In: HEDIN, P. A.
(Ed.). Plant resistance to insects. American Chemical Society, p. 152-171, 1983.
______. Plant defense strategies and host-plant resistance. In: KOGAN, M. Ecological the-
ory and integrated pest management practice. New York: John Wiley, 1986, p. 83-133.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
102
KUBO, I; HANKE, F. G. Chemical methods for isolating and identifying phytochemicals
biologically active in insects. In: MILLER, J. R; MILLER, T. A. Insects-plant interactions.
New York: Springer, 1986. p. 121-153.
KUWAR, S. S.; PAUCHET, Y.; VOGEL, H.; HECKEL, D. G. Adaptive regulation of diges-
tive serine proteases in the larval midgut of Helicoverpa armigera in response to a plant
protease inhibitor. Insect Biochemistry and Molecular Biology, v. 15, p. 1-45, 2015.
LEVIN, D. A. The chemical defenses of plants to pathogens and herbivores. Annual Re-
view of Ecology and Systematics, v. 7, p. 121-159, 1976.
MATTHEWS, R. W.; MATTHEWS, J. R. Insect behaviour. New York: John Wiley, 1978.
MOON, D. C.; ROSSI, A. M.; STILING, P. The effects of abiotic ally induced changes in host
plant quality (and morphology) on a salt marsh plant hopper and its parasitoid. Ecological
Entomology, v. 25, p. 325–331, 2000.
PARVEZ, S. S.; PARVEZ, M. M.; FUJII, Y.; GEMMA, H. Allelopathic competence of Ta-
marindus indica L. root involved in plant growth regulation. Plant Growth Regulation, v.
41, p. 139-148, 2003.
PERKINS, L. E.; CRIBB, B. W.; BREWER, P. B.; HANAN, J.; GRANT, M.; TORRES, M.;
ZALUCKI, M. P. Generalist insects behave in a jasmonate-dependent manner on their host
plants, leaving induced areas quickly and staying longer on distant parts. Royal Society,
v. 290, p. 1-9, 2013.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
103
PORTILLO, H. E.; PITRE, H. N. Langosta: a lepidopterous pest complex on sorghum and
maize in Honduras. Florida Entomologist Society, v. 74, p. 287-296, 1991.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; Mc PHERSON, B. A.; THOMPSON, J. A.;
WEIS, A. E. Interation among three trophic levels: influence of plants interactions between
insect herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, v.
11, p. 41-65, 1980.
QUINTERO, C.; LAMPERT, E. C.; BOWERS, M. D: Time is of the essence: direct and
indirect effects of plant ontogenetic trajectories on higher trophic levels. Ecology, v. 95,
p. 2589-2602, 2014.
RHOADES, D. F. Herbivore population dynamics and plant chemistry. In: DENNO, R. F.;
MCCLURE, M. S. Variable plants and herbivores in natural and managed systems.
New York: Academic Press, 1983. p. 155-220.
RODA, A.; BALDWIN, I. T. Molecular technology reveals how the induced direct defenses
of plants work. Basic and Applied Ecology, v. 4, p. 15-26, 2003.
SAGERS, C. L. Manipulation of host plant quality: herbivores keep leaves in the dark.
Functional Ecology, v. 6, p. 741- 743, 1992.
SARFRAZ, M.; DOSDALL, L. M.; KEDDIE, B. A. Host plant nutritional quality affects the
performance of the parasitoid Diadegma insulare. Biological Control, v. 51, p. 34- 41, 2009.
SCALA, A.; ALLMANN, S.; MIRABELLA, R.; HARING, M. A.; SCHUURINK, R. C. Green
leaf volatiles: A plant’s multifunctional weapon against herbivores and pathogens. Inter-
national Journal of Molecular Sciences, v. 14, p. 17781- 17811, 2013.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
104
SHARMA, H. C.; SUJANA, G.; RAO, D. M. Morphological and chemical components of
resistance to pod borer, Helicoverpa armigera in wild relatives of pigeonpea. Arthropod-
-Plant Interactions, v. 3, p.151–161, 2009.
SHIOJIRI, K.; KISHIMOTO, K.; OZAWA, R.; KUGIMIYA, S.; URASHIMO, S.; ARIMURA,
G.; HORIUCHI, J.; NISHIOKA, T.; MATSUI, K.; TAKABAYASHI, J. Changing green leaf
volatile biosynthesis in plants. Proceedings of the National Academy of Sciences, v.103,
p. 16672–16676, 2006.
SOLER, R.; BEZEMER, T. M.; CORTESERO, A. M.; VAN DER PUTTEN, W. H.; VET, L. E.
M.; HARVEY, J. A. Impact of foliar herbivory on the development of a root-feeding insect
and its parasitoid. Oecologia, v. 152, p. 257–264, 2007.
STAM, J. M.; KROES, A.; LI, Y. H.; GOLS, R.; VAN LOON, J. J. A.; POELMAN, E. H.;
DICKE, M. Plant interactions with multiple insect herbivores: from community to genes.
Annual Review of Plant Biology, v. 65, p. 689–713, 2014.
TURLINGS, T.; BENREY, B. The effects to plant metabolites on the behavior and develo-
pment of parasitic wasps. Ecoscience, v. 5, p. 321-333, 1998.
USHA RANI, P.; JYOTHSNA, Y. Biochemical and enzymatic changes in rice as a mecha-
nism of defense. Acta Physiologiae Plantarum, v. 32, p. 695–701, 2010.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
105
______.; GUZZO, E. C. Resistência de plantas e a bioecologia e nutrição dos insetos. In:
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. Bioecologia e nutrição de insetos: base para o manejo
integrado. Brasília. Embrapa, 2009. p. 1055-1106.
WAISS JUNIOR, A. C.; CHAN, B. G.; ELLIGER, C. A.; BINDER, R. G. Biologically active
cotton constituents and their significance in HPR. In: BELTWIDE COTTON PRODUCTION
RESEARCH CONFERENCES, 1981. Proceedings…Menphis: National Cotton Council of
America, 1981, p. 61-62.
WALLING, L. L. The myrid plant responses to herbivores. Journal of Plant Growth Re-
gulation, v. 19, p. 195–216, 2000.
WANG, R. L.; XIA, Q. Q.; BAERSON, S. R.; REN, Y.; WANG, J.; SU, Y. J.; ZHENG, S. C.;
ZENG, R. S. A novel cytochrome P450 CYP6AB14 gene in Sposoptera litura (Lepidoptera:
Noctuidae) and its potential role in plant allelochemical detoxication. Journal of Insect
Physiology, v. 75, p. 54-62, 2015.
WAR, A. R.; SHARMA, H. Effect of jasmonic acid and saliculic acid induced resistance in
groundnut on Helicoverpa armigera. Physiological Entomology, v. 39, p. 136-142, 2014.
WESTON, L. A.; DUKE, S. O. Weed and crop allelopathy. Critical Reviews in Plant
Sciences, v. 22, n. 3-4, p. 367-389, 2003.
Biologia: contextualizando o conhecimento científico - ISBN 978-65-5360-292-2 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
106