Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais – FCBA
Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Mestranda: Amanda Buzanari Barbosa
Prof.: Eduardo Neves Costa
Relatório - Antixenose
Antixenose - do grego xeno, hóspede - é um tipo de mecanismo de resistência de plantas, na
qual a planta utiliza barreiras químicas ou físicas para deter ou prevenir herbívoros de se alimentarem delas. O termo foi desenvolvido pelos pesquisadores Marcos Kogan e Eldon Ortmam, em 1978; e é similar à não preferência, descrita por Painter (1951) como “grupo de caracteres da planta e respostas do artrópode que tornam uma planta menos danificada que outra”. É uma estratégia de defesa importante para minimizar os danos causados por insetos herbívoros. A antixenose pode ser alcançada através de diversos mecanismos, como: barreiras físicas; barreiras químicas; traços morfológicos. Barreiras físicas incluem espinhos, acúleos e folhas rígidas, que dificultam a alimentação dos insetos. Substâncias químicas podem ser produzidas pelas plantas, sendo tóxicas aos herbívoros ou terem apenas efeito repelente. Traços morfológicos como formato da folhas, cor e textura também podem influenciar na antixenose, dificultando a alimentação e a localização da planta pelos insetos herbívoros. A antixenose provê diversos benefícios às plantas, incluindo a redução da frequência e a taxa de dano dos ataques sofridos, diminuindo a necessidade de uso de pesticidas químicos e aumentando a saúde da planta. Ao deterrer os insetos de se alimentarem, as plantas são capazes de reduzir os danos geralmente causados, o que pode levar a maiores produções e melhor saúde da planta, visto que a planta é consegue destinar mais recursos para o crescimento e reprodução, ao invés de sua defesa. Além disso, o diminuição da necessidade de uso de pesticidas torna o cultivo mais seguro e, potencialmente, mais lucrativo para o produtor. Dentre as limitações da antixenose temos o fato de que alguns insetos são capazes de triunfar as barreiras físicas, ou até ocorrer a seleção de insetos resistentes às substâncias químicas excretadas. Ainda, a antixenose pode ser custosa às plantas em termos de energia e recursos, o que pode impactar seu crescimento e sucesso reprodutivo. Outro detalhe a levar em conta é a preferência de alguns insetos mais resistentes às plantas que apresentam mecanismos de antixenose, que pode causar a pressão de seleção desses insetos.