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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE

MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA

[RELATÓRIO]

CAPACITORES

PROF. FERNANDO ROGÉRIO DE PAULA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DISCENTES:

GABRIEL DOS SANTOS ARANDA 181053241

HENRIQUE CORDEIRO NOVAIS 181051354

ILHA SOLTEIRA

2019
SUMÁRIO

1. OBJETIVOS ........................................................................................................ 3
2. RESUMO............................................................................................................. 4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 5
3.1 Capacitância ..................................................................................................... 5
3.1.1 Cálculo da Capacitância ............................................................................. 6
3.1.2 Capacitores em paralelo e em série............................................................ 6
3.2 Capacitor com dielétrico.................................................................................... 8
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 9
4.1 Materiais utilizados no experimento .................................................................. 9
4.2 Procedimento Experimental ............................................................................ 12
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 14
6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 23
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 24
3

1. OBJETIVOS

Realizar medidas de capacitância de capacitores formados por placas paralelas


(com e sem dielétricos) e de um cilíndrico, além da associação destes em série e em
paralelo.
4

2. RESUMO

A proposta do experimento descrito neste relatório foi de se determinar


experimentalmente a constante de permissividade do vácuo, mantendo-se uma
distância entre as placas, obtendo-se 𝜀0 = (6,7 ∗ 10−12 ) 𝐶 2𝑁 −1 𝑚 −2, e se utilizando
uma área constante , obtendo-se 𝜀0 = (6,8 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2. Além disso,
realizaram-se experimentos com dielétricos presentes entre as placas (papelão, vidro
e acrílico), obtendo-se constantes dielétricas de (3,6 ± 0,7) , (7,0 ± 0,5) e (3,3 ±
0,6), respectivamente. Calculou-se também a capacitância de um capacitor cilíndrico,
resultando em (855 ± 3) 𝑝𝐹. Por fim, obteve-se valores da capacitância equivalente,
associando capacitores em série e em paralelo, obtendo-se valores iguais a
(78,8 ± 0,3) µF e (562 ± 1) µF, respectivamente.
5

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta seção será apresentado de maneira detalhada todas as informações


necessárias para que haja um claro entendimento sobre quaisquer assuntos
abordados no relatório e experimentos.

De maneira geral, o principal tópico relacionado aos procedimentos empíricos


é o capacitor e sua capacitância. Este dispositivo tem como função o armazenamento
de energia elétrica e possui em destaque a possibilidade de fornecer a energia
acumulada com muita rapidez. De maneira relacionada, em um capacitor é necessário
que se determine a quantidade de carga que um capacitor é capaz de armazenar.
Essa quantidade é definida por uma grandeza chamada capacitância. [1] [2]

3.1 Capacitância

Em geral, tem-se a ideia de que um capacitor possui dois elementos básicos,


dois condutores isolados entre si. O tipo de capacitor mais comum é aquele composto
por duas placas condutoras paralelas de área “A” e com uma distância entre si de “d”,
de maneira convencional, quando um capacitor está carregado, suas placas possuem
uma carga oposta +q e -q e como estas são condutoras, considera-se estas
superfícies equipotenciais. Visto essas informações chega-se na equação 1, a qual
mostra que em um capacitor a carga q é proporcional a diferença de potencial V, essa
proporcionalidade é obtida a partir de uma constante C, chamada capacitância. [1]

𝑞 = 𝐶𝑉 (1)

A partir da equação 1, chega-se na relação entre as equações, obtendo-se a


unidade de C, C/V ou F (Faraday). [1]
6

3.1.1 Cálculo da Capacitância

De maneira mais direta, o cálculo da capacitância de um capacitor pode ser


feito a partir da lei de Gauss, obtendo-se, para placas paralelas, o campo relacionado
𝑞
(𝐸 = 𝐴𝜖 ) e assim, conseguindo-se assim realizar o cálculo do potencial elétrico (𝑉 =
0

𝐸𝑑). Desta forma, ao se relacionar a equação 1 e as variáveis E e V, chega-se na


equação 2, que dará o valor da capacitância para um capacitor de placas paralelas.
[1]

𝜖0 𝐴
𝐶= (2)
𝑑

Onde C é a capacitância, ϵ0 é a constante de permissividade do vácuo, A é a


área da placa e d a distância entre as placas. [1]

Seguindo o mesmo princípio dos cálculos para a capacitância de duas placas


paralelas, chega-se na equação 3, com o intuito de se obter a capacitância de um
capacitor cilíndrico. [1]

𝐿
𝐶 = 2𝜋𝜀0 𝑏 𝑘 (3)
ln( )
𝑎

Onde L é a altura do cilindro formado com o condutor, b é o raio do cilindro


maior e a é o raio do cilindro menor. [1]

3.1.2 Capacitores em paralelo e em série

De maneira geral, para capacitores ligados em paralelo, estes estão sujeitos a


uma mesma diferença de potencial V e a carga total q armazenada nos capacitores é
a soma das cargas acumuladas individualmente nos capacitores. Seguindo essa ideia,
para calcular o valor de um capacitor equivalente em um circuito com capacitores em
paralelo, basta somar estes, como pode ser visto na equação 4. [1]

𝑞
𝐶𝑒𝑞 = 𝑉 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 (4)

Onde Cep é um capacitor equivalente e C1, C2, C3, são capacitores ligados em
paralelo.
7

Seguindo um resultado mais generalizado para um número de n capacitores


ligados em paralelo, chega-se na equação 5. [1]

𝐶𝑒𝑞 = ∑𝑛𝑗=1 𝐶𝑗 (5)

Onde n é um número de capacitores.

Analisando agora capacitores ligados em série, tem-se a ideia de que estes,


diferentemente dos ligados em paralelo, não estão sujeitos a uma mesma diferença
de potencial, porém, em uma relação de cargas, capacitores ligados em série
armazenam uma mesma carga q, no caso, ao relacionar matematicamente esse fato,
chega-se na equação 6. [1]

1 1 1
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 = 𝑞(𝐶 + 𝐶 + 𝐶 ) (6)
1 2 3

Seguindo com as relações matemáticas, a partir da equação 6, chega-se na


equação 7, a qual demonstra como pode-se calcular um valor para um capacitor
equivalente em uma organização de três capacitores em série. [1]

1 1 1 1
=𝐶 +𝐶 +𝐶 (7)
𝐶𝑒𝑝 1 2 3

Assim, generalizando a equação para se obter a capacitância equivalente,


chega-se na equação 8 a qual demonstra como pode-se calcular um valor para um
capacitor equivalente em uma organização em série n capacitores. [1]

1 1
= ∑𝑛𝑗=1 𝐶 (8)
𝐶𝑒𝑝 𝑗
8

3.2 Capacitor com dielétrico

De maneira geral, ao se adicionar um material isolante entre duas placas de


um capacitor, este material pode ser chamado de dielétrico. Ao realizar experimentos
e estudos, descobriu que ao adicionar um dielétrico a um capacitor, a capacitância
passava a ser multiplicada por uma constante k, chamada de constante dielétrica do
material isolante. Duas principais funções de um dielétrico, são a capacidade
aumentar a capacitância de um capacitor e sua funcionalidade na limitação de
diferença de potencial no próprio capacitor, relacionado a sua rigidez dielétrica de um
material, que corresponde ao máximo valor do campo elétrico que o material pode
tolerar em que ocorra o processo de ruptura do material, que no caso seria a
passagem de corrente elétrica entre as placas, danificando o material. A capacitância
com um dielétrico pode ser calculada pela equação 9, apresentada a seguir.

𝑘𝜖0 𝐴
𝐶= (9)
𝑑
9

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais utilizados no experimento

Para a realização dos experimentos contidos neste relatório, utilizou-se os


seguintes materiais e instrumentos: placas metálicas (com diâmetros iguais a 6 cm, 9
cm, 12 cm, 15 cm e 18 cm, já fornecidos pelo laboratório), um capacitor variável de
placas paralelas, dois capacitores com diferentes valores de capacitância, placas de
vidro, acrílico e papelão, um capacitor cilíndrico, uma placa de bornes, cabos de
conexão banana e jacaré, um paquímetro com precisão de 0,05 mm e um
capacímetro. A Figura 1 apresenta as placas utilizadas, a Figura 2 o capacitor variável
de placas paralelas utilizado, a Figura 3 os capacitores utilizados, a Figura 4 as placas
de vidro, acrílico e papelão utilizadas, a Figura 5 o capacitor cilíndrico utilizado, a
Figura 6 o modelo do protoboard utilizado e a Figura 7 o modelo do capacímetro
utilizado.

Figura 1 – Placas metálicas utilizadas no experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.


10

Figura 2 – Modelo do capacitor variável de placas paralelas utilizado no


experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.

Figura 3– Capacitores utilizados no experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.

Figura 4 – Placas de vidro, acrílico e papelão utilizadas.

Fonte: Foto retirada pelos autores.


11

Figura 5 – Capacitor cilíndrico utilizado no experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.

Figura 6 – Modelo da placa de bornes utilizada no experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.

Figura 7 – Modelo do capacímetro utilizado no experimento.

Fonte: Foto retirada pelos autores.


12

4.2 Procedimento Experimental

Para a realização do primeiro experimento, que tinha como objetivo a medição


dos valores de capacitância de cada placa mantendo-se uma distância fixa,
inicialmente, por meio do capacitor variável de placas paralelas, fixou-se as placas
com diâmetros iguais a 6 cm com o ímã contido no equipamento. Em seguida,
utilizando um paquímetro, distanciou-se as placas em uma distância igual a
(1,00 ± 0,05) 𝑚𝑚. Assim, realizando-se previamente o ajuste no capacímetro, mediu-
se o valor de capacitância. Esse procedimento foi realizado 5 vezes (um para cada
diâmetro das placas), ou seja, manteve-se a distância e se variou a área das placas.
Por fim, com os dados obtidos, construiu-se um gráfico de dos valores de capacitância
encontrados em função da área de cada placa, permitindo que se alcançasse o valor
da constante de permissividade do vácuo, assim como mostra a equação 2 da Revisão
Bibliográfica.

Na segunda etapa da experimentação, que tinha o objetivo de medir os valores


de capacitância de uma área fixa em função da variação da distância, inicialmente,
fixou-se as placas com diâmetro igual a 15 cm no capacitor variável de placas
paralelas. Em seguida, utilizando-se a régua contida no equipamento, variou-se a
distância entre elas de (1,00 ± 0,5) 𝑚𝑚 em (1,00 ± 0,5) 𝑚𝑚, anotando-se os valores
de capacitância medidos. Em seguida, com os valores obtidos, construiu-se um
gráfico para a determinação do valor da constante de permissividade do vácuo.

Na terceira etapa da experimentação, que tinha o objetivo de medir os valores


de capacitância para os diferentes dielétricos utilizados (vidro, acrílico e papelão),
inicialmente, fixou-se as placas com diâmetros iguais a 9 cm no capacitor variável de
placas paralelas. Em seguida, os três dielétricos foram presos entre as placas
metálicas, anotando-se os valores de capacitância por meio do capacímetro. No final,
por meio da equação 9, calculou-se teoricamente a capacitância e se comparou com
os resultados obtidos experimentalmente.

Na quarta etapa da experimentação, que tinha o objetivo de medir o valor da


capacitância do capacitor cilíndrico utilizado, inicialmente, com a utilização de uma
régua e um paquímetro, mediu-se os valores dos raios interno e externo, a espessura
e o seu comprimento. Assim, utilizando-se a equação 3, calculou-se o valor da
capacitância, e se comparou com o encontrado pela leitura do capacímetro.
13

Na etapa final do experimento, que tinha o objetivo de medir os valores de


capacitância de capacitores associados em série e em paralelo, inicialmente, com o
capacímetro, mediu-se separadamente o valor de capacitância de cada um dos dois
utilizados. Em seguida, ambos foram ligados em série e em paralelo, anotando-se os
valores encontrados em cada associação. Assim, calculou-se teoricamente a
capacitância equivalente em cada caso (utilizando-se as equações 5 e 8), e os
resultados obtidos foram comparados.
14

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção do relatório, serão apresentados os principais resultados obtidos,


incluindo tabelas, gráficos e cálculos realizados a partir dos dados experimentais.
Além disso, os erros percentuais alcançados serão discutidos.

Inicialmente, assim como citado na seção anterior, manteve-se uma placa de


diâmetro igual a 15 cm (medida já fornecida pelo laboratório) e se variou a distância
(d) entre elas. Os resultados obtidos da capacitância (C) medida em função das
distâncias se encontram na Tabela 1.

Tabela 1- Medidas de capacitância encontradas em função da distância entre


as placas de 15 cm de diâmetro.

Distância (mm) Capacitância (pF)


(1,0 ± 0,5) (100,5 ± 0,1)
(2,0 ± 0,5) (63,5 ± 0,1)
(3,0 ± 0,5) (47,1 ± 0,1)
(4,0 ± 0,5) (37,3 ± 0,1)
(5,0 ± 0,5) (32,0 ± 0,1)
(6,0 ± 0,5) (27,5 ± 0,1)
(7,0 ± 0,5) (24,0 ± 0,1)
(8,0 ± 0,5) (21,3 ± 0,1)
(9,0 ± 0,5) (19,2 ± 0,1)
(10,0 ± 0,5) (17,6 ± 0,1)
(11,0 ± 0,5) (17,1 ± 0,1)
(12,0 ± 0,5) (16,0 ± 0,1)
(13,0 ± 0,5) (14,8 ± 0,1)
(14,0 ± 0,5) (13,6 ± 0,1)
(15,0 ± 0,5) (12,6 ± 0,1)
(16,0 ± 0,5) (12,2 ± 0,1)
(17,0 ± 0,5) 12,2 ± 0,1)
(18,0 ± 0,5) (11,1 ± 0,1)
(19,0 ± 0,5) (10,8 ± 0,1)
(20,0 ± 0,5) (10,0 ± 0,1)
Fonte: Elaborada pelos autores.
15

Dessa forma, a partir dos dados da Tabela 1, pôde-se construir um gráfico da


1
capacitância (C) em função de , obtendo-se uma reta com coeficiente angular (α)
𝑑
igual a 𝜀𝑜 ∗ A , em que A é a área da placa, ou seja, 𝜋𝑟 2, permitindo então, que o

valor da constante de permissividade do vácuo 𝜀𝑜 = (8,85 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 fosse


encontrada, assim como mostra a equação 2 da Revisão Bibliográfica. O gráfico
construído se encontra na Figura 1.

Figura 1 – Gráfico da capacitância em função da distância para as placas com


diâmetro igual a 15 cm.

Fonte: Digitalização do gráfico construído pelos autores em papel milimetrado.

Assim, escolhendo-se dois pontos quaisquer da reta obtida, A (0,48 , 64) e


B (0,24 , 36), pôde-se obter o coeficiente angular da reta α = (1,17 ∗ 10−13 )𝐹 𝑚.
16

Dessa forma, utilizando-se a equação 2, encontrou-se o valor de 𝜀0 . A Tabela


2 apresenta o valor encontrado e sua comparação com o teórico.

Tabela 2 – Valor da constante de permissividade do vácuo encontrada e sua


comparação com a teórica.

Erro
Permissividade do vácuo experimental Permissividade do vácuo teórica percentual
𝜀0 = (6,7 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 𝜀0 = (8,85 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 24,3%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando-se o erro percentual encontrado, nota-se que este é evidente. Isso


se deve, principalmente, devido a erros experimentais, entre eles: a dificuldade de se
executar com eficácia o experimento com os equipamentos fornecidos pelo
laboratório, possíveis problemas de mau contato nos cabos utilizados, inexperiência
dos alunos, efeitos de paralaxe, utilização de equipamentos de medida, entre outros.
Além disso, deve-se citar que o valor de 𝜀𝑜 teórico está relacionado à permissividade
do vácuo. Analisando-se o gráfico, nota-se também a existência de um ponto
discrepante, e que a reta não intercepta os eixos no ponto (0,0), ambos os fatos devido
a erros experimentais.

Seguindo o procedimento experimental, manteve-se uma distância entre as


placas de d = (1,0 ± 0,5) mm, variando apenas a área (A). Os resultados obtidos da
Capacitância (C) em função da área das placas (os diâmetros de cada foram
fornecidos pelo laboratório) se encontram na Tabela 3.

Tabela 3- Medidas de capacitância encontradas em função da área das placas.

Diâmetro (cm) Área (m²) Capacitância (pF)


6 cm 2,83 ∗ 10−3 (24,2 ± 0,1)
9 cm 6,36 ∗ 10−3 (44,4 ± 0,1)
12 cm 11,31 ∗ 10−3 (58,5 ± 0,1)
15 cm 17,70 ∗ 10−3 (100,3 ± 0,1)
18 cm 25,45 ∗ 10−3 (185,5 ± 0,1)

Fonte: Elaborada pelos autores.


17

Dessa forma, a partir dos dados da Tabela 3, pôde-se construir um gráfico da

capacitância (C) em função da área de cada placa , obtendo-se uma reta com
𝜀0
coeficiente angular (α) igual a , permitindo então, que o valor da constante de
𝑑
permissividade do vácuo 𝜀0 = (8,85 ∗ 10−12 ) 𝐶 2𝑁 −1 𝑚−2 fosse encontrada, assim
como mostra a equação 2 da Revisão Bibliográfica. O gráfico construído se encontra
na Figura 2

Figura 2- Gráfico da capacitância em função da área das placas mantendo-se


uma distância igual a 1 mm.

Fonte: Digitalização do gráfico construído pelos autores em papel milimetrado.


18

Assim, escolhendo-se dois pontos quaisquer da reta obtida, A (10,1 , 64) e


B (22 , 144), pôde-se obter o coeficiente angular da reta α = (6,8 ∗ 10−9 )𝐹 𝑚. Assim,
utilizando-se a equação 2, encontrou-se o valor de 𝜀𝑜 . A Tabela 4 apresenta o valor
encontrado e sua comparação com o teórico.

Tabela 4 – Valor da constante de permissividade do vácuo encontrada e sua


comparação com a teórica.

Permissividade do vácuo Permissividade do vácuo Erro


experimental teórica percentual
𝜀0 = (6,8 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 𝜀0 = (8,85 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 23,1%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando-se o erro percentual obtido, nota-se novamente que ele é evidente.


As possíveis fontes de erro que levaram a sua existência são as mesmas daquelas
citadas para o caso anterior, que, basicamente, podem ser definidas como erros
experimentais. Dessa forma, em uma análise mais geral, para que os resultados
obtidos fossem mais satisfatórios para ambos os experimentos realizados, o mesmo
poderia ser repetido outras vezes, utilizando-se outros equipamentos, para que os
resultados fossem comparados e se chegasse a uma melhor análise.
19

Seguindo o procedimento experimental, utilizando-se a placa de 9 cm de


diâmetro, as capacitâncias de diferentes dielétricos foram analisadas, com o objetivo
de se encontrar os valores da constante dielétrica de cada material.

Dessa forma, através da medida de capacitância encontrada e das distâncias


existentes, pôde-se calcular essa constante. Os resultados obtidos juntamente com
seus respectivos erros percentuais se encontram na Tabela 5.

Tabela 5- Medidas de obtenção para a constante dielétrica dos dielétricos e


seus respectivos erros percentuais.

Dielétrico d (mm) Capacitância (pf) K experimental K teórico Erro percentual

(1,00
Papelão ± 0,05) (204 ± 1) (3,6 ± 0,7) 3,5 3,4%

(4,00
Vidro ± 0,05) (98,6 ± 0,1) (7,0 ± 0,5) 7,5 6,7%

(2,45
Acrílico ± 0,05) (76,5 ± 0,1) (3,3 ± 0,6) 3,6 7,5%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando-se os erros percentuais obtidos, nota-se que o resultado foi


satisfatório, uma vez que os erros percentuais são relativamente baixos. Dessa
maneira, pode-se dizer que o experimento foi executado corretamente, e que a teoria
aplicada pode ser utilizada para o entendimento e estudo da capacitância dos
dielétricos. Além disso, deve-se citar que ao se procurar as constantes teóricoa
utilizadoa, elas sempre estavam contidas em uma faixa de valores. Assim,
dependendo do valor utilizado, os erros percentuais podem variar.

Para os cálculos da capacitância do capacitor cilíndrico (dielétrico PVC),


inicialmente, mediu-se os valores de sua altura e de seu diâmetro interno e externo.
Assim, utilizando-se a equação 3 da Revisão Bibliográfica, pôde-se calcular o valor de
sua capacitância, e essa foi comparada àquela encontrada na leitura do capacímetro.
20

Para os cálculos, utilizou-se a constante dielétrica do PVC rígido igual a 3,45.


A Tabela 6 apresenta todos esses dados.

Tabela 6- Medidas de obtenção para a capacitância do capacitor cilíndrico e


seus respectivos erros percentuais.

Capacitância
medida com
Diâmetro o
Diâmetro externo Capacitância capacímetro
interno (mm) (mm) Altura (mm) calculada (pF) (pF) Erro percentual

(96,30 (101,95
± 0,05) ± 0,05) (254,0 ± 0,5) (855 ± 3) (735 ± 1) 16,3%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando-se os resultados obtidos, juntamente com seu erro percentual,


pode-se dizer que o experimento foi corretamente efetuado, tendo em vista a
complexidade do experimento (realização de vários cálculos) e da utilização de
equipamentos de medida com pouca precisão (régua, por exemplo). Assim, é possível
de se visualizar na prática que a teoria abordada nas aulas e neste relatório pode ser
aplicada, fornecendo resultado coerentes.
21

Seguindo o procedimento experimental, selecionou-se dois capacitores


aleatórios, e estes foram associados em série e em paralelo. Utilizando-se as
equações 8 e 5 apresentadas na Revisão Bibliográfica, as capacitâncias equivalentes
foram calculadas, e estas foram comparadas com a encontrada pela leitura do
capacímetro. As Tabelas 7 e 8 apresentam todos esses dados, juntamente com os
respectivos erros percentuais.

Tabela 7- Valores de capacitância encontradas na leitura do capacímetro e


calculadas na associação dos capacitores em série.

Capacitância
Capacitância equivalente
equivalente em série na
Capacitância Capacitância em série leitura do
do capacitor do capacitor calculada capacímetro Erro
1 (µF) 2 (µF) (µf) (µF) percentual

(467 ± 1) (94,8 ± 0,1) (78,8 ± 0,3) (78,5 ± 0,1) 0,4%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Tabela 8- Valores de capacitância encontradas na leitura do capacímetro e


calculadas na associação dos capacitores em paralelo.

Capacitância
equivalente
Capacitância em paralelo
equivalente na leitura
Capacitância Capacitância em paralelo do
do capacitor do capacitor calculada capacímetro Erro
1 (µF) 2 (µF) (µF) (µF) percentual

(467 ± 1) (94,8 ± 0,1) (562 ± 1) (562 ± 1) 0%

Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando-se os resultados obtidos, nota-se evidentemente que o experimento


foi realizado de maneira correta, tendo em vista que os erros percentuais são
relativamente baixos, ou até mesmo igual a zero. Isso mostra que a teoria abordada
pode ser aplicada experimentalmente, fornecendo resultados satisfatórios e
auxiliando nos estudos, dando uma visão menos teórica e mais prática do que se está
22

estudando. Além disso, a existência desses erros também se deve ao fato de a


complexidade desse experimento ser praticamente inexistente, tendo em vista que se
resume à associação de dispositivos em série e em paralelo e a obtenção de
resultados a partir de um equipamento digital (capacímetro).
23

6. CONCLUSÃO

Analisando-se os resultados obtidos experimentalmente, chegou-se à


conclusão de que, primeiramente, os experimentos foram executados corretamente,
tendo em vista que os resultados alcançados não se distanciaram daqueles
esperados, obtendo-se apenas erros percentuais mais evidentes nos experimentos
em que se exigia uma maior complexidade em sua realização e em seus cálculos,
mostrando que a teoria citada nesta seção deste relatório pode ser aplicada
empiricamente e fornecer resultados satisfatórios.

Observando-se as tabelas e gráficos construídos, pode-se notar os principais


resultados obtidos: no cálculo da constante de permissividade, por meio do gráfico da
capacitância em função das distâncias entre as placas de 15 cm de diâmetro, obteve-
se 𝜀0 = (6,7 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 , e por meio da capacitância em função da área das
placas, 𝜀0 = (6,8 ∗ 10−12 ) 𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 , resultando em erros percentuais muito
próximos, iguais a 24,3% e 23,1%, respectivamente; nos cálculos para a determinação
das constantes dielétricas do papelão, vidro e acrílico, os valores de k encontrados
foram iguais a (3,6 ± 0,7), (7,0 ± 0,5) e (3,3 ± 0,6), resultando em erros percentuais de
3,4%, 6,7% e 7,5%, respectivamente; nos cálculos para a determinação da
capacitância do capacitor cilíndrico utilizado, obteve-se 𝐶 = (855 ± 3) 𝑝𝐹, resultando
em um erro percentual igual a 16,3% quando comparado à leitura do capacímetro;
nas associações dos capacitores em série e em paralelo, os valores das capacitâncias
equivalentes alcançadas e seus respectivos erros percentuais foram de 𝐶 =
(78,8 ± 0,3) µ𝐹 , 𝐶 = (562 ± 1) µ𝐹, 0,4% e 0%.

Dessa forma, analisando-se os resultados obtidos, pode-se dizer que o


experimento foi realizado corretamente, uma vez que os erros percentuais mais
evidentes alcançados nos experimentos para a determinação de 𝜀0 e do capacitor
cilíndrico já eram previstos antes das realizações dos cálculos. Além disso, pôde-se
observar empiricamente a teoria estudada a respeito das associações dos capacitores
(que apresentam capacitâncias equivalentes diferentes em função de suas ligações)
e suas relações com os dielétricos, estes fatos evidenciados pela obtenção de erros
percentuais relativamente baixos. Assim, de uma forma mais abrangente, pode-se
dizer que o experimento realizado forneceu resultados coerentes e satisfatórios.
24

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Vol 3. 9 ed. Editora


LTC, 2009.

[2] Apostila da Disciplina: Laboratório de Física III (Civil e Mecânica), Edição 1º


semestre de 2014. Ilha Solteira- SP. Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Campus de Ilha Solteira. Faculdade de Engenharia (FEIS).

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