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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Centro de Ciências Exatas e Naturais


Departamento de Ciências Naturais, Matemática e Estatística
Laboratório de Eletricidade e Magnetismo | prof. Lázaro Lima

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Um capacitor é um sistema constituído por dois condutores


separados por um isolante. Eles são dispositivos que têm a capacidade Figura 1: Ilustração do capacitor
de acumular carga elétrica. Existem características que são essenciais
nesta análise. A Figura 1 mostra um capacitor de placas paralelas ligado
a uma fonte de alimentação que fornece uma ddp igual a 𝑉. Cada placa
tem uma área 𝐴 e estão separadas por uma distância 𝑑.
Um parâmetro é usado para identificar os diferentes tipos de
capacitor com suas especificidades. É a capacitância. Ela é definida pela 𝑄
𝐶= Equação 1
razão entre a carga armazenada 𝑄 em uma placa dividida pela diferença 𝑉
de potencial 𝑉 entre as placas, como mostra a Equação 1, e tem unidade de farad, representado pela letra 𝐹, que
é dado pela razão entre a unidade de carga, o coulomb (𝐶), e a ddp em volts (𝑉), ou seja, [𝐹]=[𝐶]/[𝑉].
Entre as placas do capacitor da Figura 1 existe um material isolante que, pela influência do campo elétrico é
capaz de tornar-se condutor, se o campo elétrico 𝐸⃗𝑄 gerado entre as placas carregadas com +Q e –Q é capaz de
romper a rigidez dielétrica deste material. Este material é caracterizado pela sua constante elétrica 𝜀𝑟 , que é a razão
entre as capacitâncias 𝐶 (medida com o dielétrico entre as placas) e a capacitância de referência 𝐶0 (sendo vácuo
entre as placas, no qual tem permissividade dada por 𝜀0 ), ou seja, 𝜀𝑟 = 𝐶/𝐶0 .
As moléculas do dielétrico tornam-se polarizadas na presença do campo gerado pelas placas. Esta
polarização produz um campo 𝐸⃗𝑝 no sentido contrário ao 𝐸⃗𝑄 . Assim, o campo entre as placas equivale a 𝐸⃗ =
(𝐸⃗𝑄 − 𝐸⃗𝑝 ). A Figura 2 mostra uma ilustração de um capacitor com um dielétrico caracterizado por 𝜀𝑟 ligado a uma
bateria 𝑉, no qual acumula uma carga de módulo Q em cada placa, produzindo os campos devido a carga Q
acumulada 𝐸⃗𝑄 e o campo de polarização 𝐸⃗𝑝.
Existem diferentes tipos de Figura 2: Campos elétricos produzidos dentro do capacitor
geometrias para os capacitores, e
para cada uma delas é possível que
a capacitância seja ajustável para
cada situação. Para um capacitor
com placas paralelas, sendo 𝐴 o valor da área da placa e 𝑑 a separação entre elas, com um dielétrico caracterizado
por 𝜀𝑟 , a capacitância 𝐶 é dada pela Equação 2. Note que este resultado independe da carga, ou da fonte de
alimentação, porém, é fortemente dependente das características de forma do capacitor. E só é aplicada para
capacitores com placas paralelas.
A energia acumulada 𝑈 por um capacitor está associada
diretamente a carga acumulada 𝑄 e a diferença de potencial 𝑉 𝐴
𝐶 = 𝜀0 𝜀𝑟 Equação 2
entre os objetos carregados, e, associada a Equação 1, pode 𝑑
assumir dependência com a capacitância 𝐶, como mostra a
1 1 1 𝑄²
Equação 3. É possível encontrar diferentes tipos de capacitores à 𝑈 = 𝑄𝑉 = 𝐶𝑉² = ( ) Equação 3
2 2 2 𝐶
venda, de diferentes formas e tamanhos, com grande variedade
de capacitâncias. A Figura 3 mostra um tipo de capacitor bem comum no mercado, onde o fabricante deste objeto
pôde empregar uma tecnologia que permitisse enrolar de forma cilíndrica camadas intercaladas de um dielétrico e

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uma folha condutora, o capacitor eletrolítico. Geralmente, vem Figura 3: Ilustração do capacitor
especificado em sua carcaça o negativo do capacitor (o cátodo), que por
consequência o outro terminal é o positivo (o anodo).
A seguir serão discutidos os tipos de associação de capacitores, bem
como a capacitância que substitui um conjunto de capacitores, ainda
mantendo as características energéticas. Os capacitores que são fabricados
contêm certo valor padronizado de capacitância e tensão de operação. É possível obter valores desejados
combinando os capacitores em diferentes associações. As mais comuns são as associações em série, paralelo e a
mista. Em cada uma destas, há um capacitor que pode substituir todo o arranjo de capacitores, ele é chamado de
capacitor equivalente.
É possível encontrar simbologias eletrônicas diferenciadas para o capacitor, apesar de todos eles cumprirem
o mesmo objetivo. Um capacitor tem símbolo eletrônico dado pela Figura 4. Existem alguns deles que não interessa
a posição ao qual é inserida no circuito, por outro lado, existem àqueles que respeitam um sentido de ligação, são
os capacitores polarizados, onde o anodo (+) deve ser ligado no polo positivo da bateria, ou ter o potencial mais
alto.
Figura 4: Algumas simbologias eletrônicas do capacitor
Para o circuito com uma fonte de alimentação 𝜀
e 𝑁 capacitores em série entre si, como mostra a
Figura 5, cada capacitor deste circuito acumulará uma
mesma carga 𝑞 e diferentes quedas de tensão. Ao
percorrer a malha seguindo um determinado sentido,
a soma das ddp’s em cada capacitor deverá
Figura 5 – 𝑁 capacitores em série
ser igual à queda de tensão no capacitor
equivalente 𝐶𝐸𝑞 . Assim, é possível mostrar
que a capacitância equivalente para 𝑁
capacitores em série, aqui chamada de
𝐶𝐸𝑞𝑆 é dada pela Equação 4.
𝑁
Em um circuito com 𝑁 capacitores 1 1 1 1 1 1 1
= ∑ = + + + +⋯+ Equação 4
em paralelo, ou seja, todos os 𝐶𝐸𝑞𝑆 𝐶𝑖 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶4 𝐶𝑁
𝐼=0
componentes terão a mesma queda de
tensão, porém com cargas diferentes e
Figura 6: 𝑁 capacitores em paralelo
individuais, como mostra a Figura 6. A
soma de todas as cargas acumuladas
deverá ser igual à carga acumulada pelo
capacitor equivalente 𝐶𝐸𝑞 . A capacitância
equivalente para 𝑁 capacitores em
𝑁
paralelo, aqui chamada de 𝐶𝐸𝑞𝑃 é dada
𝐶𝐸𝑞𝑃 = ∑ 𝐶𝑖 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 + 𝐶4 + ⋯ + 𝐶𝑁 Equação 5
pela Equação 5.
𝐼=0
Em uma associação mista, quando
possível, o circuito de capacitores deve ser reduzido gradativamente mediante o cálculo da capacitância
equivalente em cada ramificação do circuito que for identificado um único tipo de associação.
Nesta etapa, serão introduzidos elementos de montagem de circuitos. A começar pela protoboard. A
protoboard é uma placa formada por uma cobertura plástica que contém em sua camada interior trilhos condutores
paralelos entre si na horizontal e perpendicular. Seu nome advém do inglês, com tradução direta como placa de
protótipos. Ele é usado para montagem de circuitos elétricos experimentais, ou seja, testes de circuitos que ainda
não estão concluídos. Nele, é possível a fácil inserção/retirada de componentes eletrônicos. Um dos cuidados
necessários está relacionado aos maus contatos, por isso atenção na conexão dos elementos do protoboard. A
Figura 7(a) mostra um exemplo deste objeto.

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Figura 7: Protoboard de uso comum
(a) (b)

Figura 8: Resistores na protoboard


A Figura 7(b) traz como estão conectados os trilhos abaixo
da camada plástica. Como exemplo, a linha L1 está toda conectada,
sendo assim, ela tem um único valor de potencial, ela é
verticalizada, enquanto as sequências 3 e 4 são trilhos ligados na
horizontal, cada um em seu potencial. Um pino da sequência 3 não
está conectado a qualquer pino da 4. Todas as conexões entre os
pontos do protoboard são feitas mediante o auxílio de fios
condutores, chamados de fios link. Eles são aqueles encontrados
em cabos telefônicos e sua inserção no circuito pouco contribui na
alteração dos valores medidos. Desta forma, é possível usar
livremente em atividades práticas dentro do laboratório.
O exemplo da Figura 8 mostra dois resistores em série,
conectados por um fio link (vermelho). O resistor superior está
conectado nos pinos 2I e 13I, enquanto o inferior está conectado
nos pinos 6C e 17C. Inicialmente, as trilhas 13 do lado ABCDE e 6 do lado FGHIJ não estão conectadas e, por isso,
foi necessário um fio link para isso.

Universidade Federal Rural do Semi-Árido Data de realização: ___/ ___ / 2023


Centro de Ciências Exatas e Naturais
Turma: 4T23 (T5) 4T45 (T6)
Departamento de Ciências Naturais, Matemática e Estatística
Laboratório de Eletricidade e Magnetismo | prof. Lázaro Lima 4N12 (T7) 4N34 (T8)

ROTEIRO R5: ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

AVISOS IMPORTANTES: Preencha de forma legível as informações solicitadas por este roteiro. Abaixo é indicado o espaço para
assinatura dos membros do grupo. Cada membro deve assinar com o próprio punho. Preencha, também, a data e o horário
em que foi realizada a prática laboratorial. Estas informações são obrigatórias para que seja avaliado este documento e são de
responsabilidade dos discentes-autores. Para àquelas informações que ficarão em branco, favor passar um traço, ou escrever
INEXISTENTE. Este roteiro não pode ser veiculado por mídias digitais e/ou físicas sem a autorização de seu autor!

INFORMAÇÕES DE RESPONSABILIDADE DOS DISCENTES

NOME DOS INTEGRANTES DO GRUPO:


1. 4.
2. 5.
3. 6.

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS

OBJETIVO: Determinar a capacitância equivalente e a energia acumulada em capacitores;

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• 1 multímetro; • 1 protoboard;
MATERIAL NECESSÁRIO: • Conectores do tipo banana; • Fios link;
• 4 capacitores; • 1 fonte de alimentação;

PARTE I: CAPACITÂNCIA NOMINAL, MEDIÇÃO DA CAPACITÂNCIA E INFORMAÇÕES ADICIONAIS

P1: Existem quatro capacitores na bancada. Realize a nomeação de cada um Figura 9 – Medida da capacitância
deles por 𝐶1 , 𝐶2 , 𝐶3 e 𝐶4 , e não deve ser modificada durante a prática. A
capacitância nominal será àquela dada pela leitura direta da capacitância em
sua carcaça, porém, existem outras informações adicionais. A capacitância
nominal 𝐶𝑁 será àquela dada pela leitura direta da capacitância em sua
carcaça. A capacitância medida 𝐶𝑀 deve ser aquela lida pelo capacímetro e a
forma de medir é mostrada na Figura 9. Escreva essas leituras na Tabela 1.

Tabela 1: Capacitância nominal, medida pelo capacímetro e informações adicionais


# 𝐶𝑁 𝐶𝑀 Informações adicionais
𝐶1

𝐶2

𝐶3

𝐶4

P2: Como as informações adicionais podem ser relevantes às próximas ações realizadas neste roteiro prático?

PARTE II: ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE DE CAPACITORES

P3: Monte os circuitos indicados na Tabela 2, calculando o valor da capacitância equivalente em série, dado por
𝐶𝐸𝑞𝑁𝑆 , e meça o valor da capacitância equivalente do circuito, 𝐶𝐸𝑞𝑀𝑆 .
Tabela 2: Medida da capacitância equivalente para associações em série
# Circuitos em série 𝐶𝐸𝑞𝑁𝑆 𝐶𝐸𝑞𝑀𝑆

PARTE III: ASSOCIAÇÃO EM PARALELO DE CAPACITORES

P4: Monte os circuitos indicados na Tabela 3, calculando o valor da capacitância equivalente em paralelo, dado
por 𝐶𝐸𝑞𝑁𝑃 , e meça o valor da capacitância equivalente do circuito, 𝐶𝐸𝑞𝑀𝑃 .

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Tabela 3: Medida da capacitância equivalente para associações em paralelo
# Circuito 𝐶𝐸𝑞𝑁𝑃 𝐶𝐸𝑞𝑀𝑃

P5: Compare os circuitos com o mesmo número de componentes da Tabela 2 e da Tabela 3. É possível termos um
circuito qualquer com capacitância equivalente abaixo do menor valor e acima do maior valor? Justifique.

PARTE IV: ASSOCIAÇÃO MISTA DE CAPACITORES E ENERGIA ACUMULADA

P6: Monte o circuito indicado na Figura 10, que é um circuito misto de Figura 10: Circuito misto
capacitores. Calcule a capacitância equivalente entre os terminais A e B, dado
por 𝐶𝐸𝑞𝑁𝑀 . Meça com o capacímetro a capacitância equivalente entre os
terminais A e B, dado por 𝐶𝐸𝑞𝑀𝑀 . Preencha a Tabela 4.

P7: Conecte uma fonte de alimentação de 5,0 VCC nos terminais A e B. Meça
as ddp’s de todos os capacitores e complete a Tabela 4.
Tabela 4: Medida da capacitância equivalente para associação mista
Capacitância equivalente DDP’s Cargas Energias

𝑉1 = 𝑄1 = 𝑈1 =
𝐶𝐸𝑞𝑁𝑀 =
𝑉2 = 𝑄2 = 𝑈2 =

𝑉3 = 𝑄3 = 𝑈3 =
𝐶𝐸𝑞𝑀𝑀 =
𝑉4 = 𝑄4 = 𝑈4 =

P8: Qual a diferença entre a carga acumulada pela capacitância equivalente (use o valor de 𝐶𝐸𝑞𝑁𝑀 como base) e a
carga acumulada em 𝐶1 ? Justifique sua resposta.

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P9: A energia acumulada pelo capacitor equivale é a mesma que a soma de todas as energias acumuladas por cada
capacitor do circuito da Figura 10? Justifique sua resposta.

P10: Redesenhe o circuito da Figura 10 mostrando uma nova configuração de como poderiam ser associados os
capacitores e calcule a capacitância equivalente.

MAPA DE LIGAÇÃO

P11: Faça o mapa de ligação do circuito 3, da P3.

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P12: Faça o mapa de ligação do circuito 3, da P4.

P13: Faça o mapa de ligação do circuito da Figura 10.

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