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Aula 05

Atualidades p/ PC-BA (Investigador) -


2021 - Pré-Edital

Autores:
Matheus Signori (Equipe Leandro
Signori), Leandro Signori
Aula 05
8 de Março de 2021

85936051501 - Marcus Vinicius Badaró pinto


Matheus Signori (Equipe Leandro Signori), Leandro Signori
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Sumário

Política e Sociedade Brasileira II ................................................................................................................... 2

1 – Doenças infecciosas no Brasil ............................................................................................................. 2

1.1 O sarampo.......................................................................................................................................... 2

1.2 Dengue, Chikungunya, Zica Vírus, Microcefalia e Guillain-Barré .............................................. 4

1.3 A febre Amarela ................................................................................................................................ 6

2 – A globalização das doenças ................................................................................................................ 7


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3 – Violência e segurança pública ............................................................................................................ 8

3.1 Violência policial e morte de policiais ......................................................................................... 15

3.2 Situação do sistema prisional brasileiro ...................................................................................... 17

3.3 Violência contra a mulher .............................................................................................................. 24

3.4 Facilitação da posse e do porte de armas .................................................................................. 32

Questões Comentadas ................................................................................................................................. 39

Lista de Questões.......................................................................................................................................... 63

Gabarito .......................................................................................................................................................... 74

Resumo ........................................................................................................................................................... 75

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POLÍTICA E SOCIEDADE BRASILEIRA II

1 – Doenças infecciosas no Brasil

O Brasil ainda convive com doenças infecciosas transmitidas por microrganismos patogênicos, como vírus,
bactérias, fungos e parasitas. Essas doenças podem ser contagiosas, transmitidas diretamente de uma
pessoa para outra (como a gripe, a tuberculose e a aids) ou transmitidas por vetores, como mosquitos
(dengue e febre amarela, por exemplo).

Essas doenças transmissíveis são potencialmente perigosas de tornarem-se epidêmicas (quando um surto
acontece em várias regiões) em um mundo com centros urbanos cada vez mais densamente povoados, como
é o caso do nosso país.
==126307==

Nos últimos anos, convivemos ora com a dengue, no outro ano é a Chikungunya, depois o zica vírus, a
microcefalia, a febre amarela e o sarampo é o mais recente grande surto de uma doença infecciosa no Brasil.

Vejamos agora, um pouco mais de cada uma delas.

1.1 O sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa e que pode ser contraída
por pessoas de qualquer idade. Sua transmissão se dá de forma direta, de pessoa a pessoa, por meio das
secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, respirar e falar. O sarampo é tão contagioso que uma
pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

Os primeiros sintomas da doença são febre alta, acima de 38,5°, com duração de quatro a sete dias, e
manchas avermelhadas na pele, que começam no rosto e atrás das orelhas, e, depois, espalham-se pelo
corpo. Geralmente, aparecem entre 10 e 12 dias após o contato com o vírus e podem vir acompanhados de
tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal. Pequenas manchas brancas dentro das
bochechas também são comuns de se desenvolver no estágio inicial da doença.

As complicações, entretanto, são muito mais temidas. O sarampo pode causar pneumonia grave (principal
causa de morte), cegueira – principalmente nos que tem deficiência de vitamina A - e problemas neurológicos
graves como encefalite, que pode deixar sequelas para o resto da vida.

Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o
desconforto ocasionado pelos sintomas da doença.

A única maneira de evitar o sarampo é por meio da vacinação, que ocorre em duas doses. A primeira dose
é feita em crianças que completarem 12 meses de vida (1 ano). A segunda dose, aos 15 meses de idade,
sendo essa a última dose por toda a vida. Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, o
Ministério da Saúde está aplicando uma terceira dose: todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano
devem ser vacinadas. A vacina é altamente eficaz: garante 97% de proteção.

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Até o final da década de 80, o sarampo era uma doença endêmica no território nacional, com epidemias a
cada dois ou três anos. Em 1990 houve a última grande epidemia de sarampo no Brasil, com mais de 45 mil
casos registrados da doença. Em 1992 deu-se o início ao Plano de Controle e Eliminação do Sarampo que,
entre outras estratégias, teve a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, alcançando uma taxa
de 96% de adesão da população alvo, uma marca nunca alcançada em territórios tão grandes quanto o
brasileiro. Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de erradicação do sarampo pela Organização
Panamericana de Saúde (OPAS). Dois anos depois, entretanto, os casos de sarampo dispararam no país.

A doença reapareceu em 2018, na região Norte, nos estados do Amazonas, Roraima e Pará, trazida pelos
venezuelanos que fugiam da crise no seu país. O Amazonas, onde os últimos casos da doença haviam sido
registrados em 2000, foi o Estado mais afetado na ocasião, seguido de Roraima. Entre o começo de janeiro
e 28 de junho de 2019, o Brasil havia confirmado 142 casos de sarampo.

Os surtos de sarampo fizeram o Brasil perder a certificação dada pela OPAS, após a confirmação de mais um
caso endêmico, ou seja, dentro do território brasileiro em 23 de fevereiro, no Pará.

Um novo surto ocorreu em 2019, com 18.203 casos confirmados e 15 mortes, sendo 14 no estado de São
Paulo e uma em Pernambuco. Os casos foram registrados em 526 municípios brasileiros, 9% do total. São
Paulo registrou o maior número de casos, 16.090, 88,4% do total, em 259 municípios, seguido dos estados
do Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará.

No estado paulista, foi também confirmada a primeira morte por sarampo no país desde 1997. Um homem
de 42 anos que não tinha sido imunizado chegou a ser internado, mas morreu no dia 17 de agosto.

O vírus deste surto, entretanto, é distinto: entrou no Brasil por meio de viajantes infectados que vieram de
Israel, Malta e Noruega. Um rapaz que foi a um casamento em Israel e voltou ao Brasil incubando a doença
foi considerado o caso número um em São Paulo.

A principal causa para a volta do sarampo está relacionada à baixa cobertura vacinal. Segundo dados do
Ministério da Saúde divulgados em um boletim epidemiológico em janeiro de 2019, no Estado de São Paulo,
dentre as crianças de um ano de idade, apenas 78,15% haviam tomado a primeira dose da vacina e 65,71%
a segunda. Dentre a população geral, em 2016 o Estado de São Paulo possuía 92,96% da população com a
primeira dose da vacina. Esse número, em 2018, caiu para 90,34%.

Nos últimos anos, as pessoas deixaram de se vacinar como seria o ideal. Segundo especialistas, a redução na
cobertura vacinal pode ter diferentes causas. O sucesso do programa nacional de imunizações no país e a
eliminação de algumas doenças no país pode ter levado a uma falsa sensação de que não há mais
necessidade de se vacinar; e, também, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde.

Também há de se considerar o crescente movimento antivacina, que cresce no Brasil e no mundo todo. São
grupos de pessoas que deliberadamente escolhem não vacinar seus filhos, baseados na falsa crença de que
elas são capazes de deixar sequelas, como o autismo. Apesar dos números inegáveis que demonstram a
eficácia e importância da vacina, o movimento tem se difundido nos últimos anos graças à internet e às redes
sociais, que permitem a ampla disseminação de conteúdos para a grande massa, incluindo, dentre esses
conteúdos, a difusão de notícias falsas, as fake news. O movimento antivacinação foi, inclusive, incluído pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global em 2019.

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A volta do sarampo não é exclusiva do Brasil, é um fenômeno global, que tem atingido vários países. Segundo
dados da OMS, no primeiro semestre de 2019 foram registrados mais casos de sarampo que em qualquer
ano desde 2006.

O Brasil registra atualmente o segundo maior número de casos de sarampo das Américas. A doença foi
identificada em 14 países da região no primeiro semestre de 2019, e o maior número de episódios da
infecção foi registrado nos Estados Unidos seguido pelo Brasil e Venezuela.

O aumento mais drástico de casos se deu na África, onde o número de pacientes se multiplicou por 10 desde
o ano passado. A situação também piorou muito rapidamente na região europeia da OMS (que inclui países
não membros da UE, como Israel, Ucrânia e Rússia): Até agosto de 2019, foram registrados quase 90.000,
mais que aqueles contabilizados ao longo de todo 2018 (84.462). Os países mais afetados são a República
Democrática do Congo, Ucrânia e Madagascar, assolados por epidemias há meses.

1.2 Dengue, Chikungunya, Zica Vírus, Microcefalia e Guillain-Barré

A dengue é uma velha conhecida dos brasileiros. Em 2015, o Brasil bateu o recorde histórico no número de
notificações da doença. Foram 1,6 milhões de casos. A Região Sudeste foi a campeã no número de casos de
dengue notificados: 64% do total do país. Um dos Estados mais afetados pela epidemia, São Paulo,
concentrou cerca de metade dos registros do país. Além do maior número de casos, naquele ano, o Brasil
também teve recorde no número de mortes em decorrência da doença.

No ano de 2016, o número diminuiu um pouco, mas continuou muito alto, sendo o segundo ano com o maior
número de casos. Em 2017 e 2018, o número diminuiu consideravelmente. Em 2019, entretanto, os casos
de dengue voltaram a crescer no país, com 1.544.987 casos, um aumento de 488% em relação a 2018,
segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.

O estado de São Paulo foi responsável por mais de 33% dos casos de dengue seguidos de morte no país, com
400.184 casos registrados, seguidos por 263 óbitos. Os dados são da Secretaria da Saúde estadual.

Para o Ministério da Saúde, o aumento nos casos é explicado pelo alto volume de chuvas e altas
temperaturas (que contribuem para a reprodução do mosquito); a redução de casos nos últimos dois anos,
fazendo com que aumente o número de pessoas suscetíveis à doença e se diminuam os cuidados à serem
tomados para evitar a reprodução do mosquito; e a maior ocorrência de dengue em toda a região das
Américas.

A dengue é uma infecção viral, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, e mais raramente pelo
Aedes albopictus. O mosquito macho não pica seres humanos. A fêmea de ambas as espécies torna-se o
vetor do vírus ao picar uma pessoa contaminada e passa o vírus ao picar outras pessoas. Os sintomas clássicos
da doença são erupções na pele, dores musculares e de cabeça, comprometimento das vias respiratórias
superiores, febre e inchaço dos gânglios linfáticos. Mas pode se manifestar também como febre
hemorrágica, com sangramentos gastrointestinais, na pele, nas gengivas e pelo nariz. Se não for tratada
adequadamente, a doença leva à morte em 20% dos casos.

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O mosquito Aedes aegypti é originário da Ásia e da África e acredita-se que chegou ao Brasil nas caravelas
dos colonizadores. Os primeiros relatos sobre a doença no Brasil aparecem no século XIX, mas acreditou-se
que ela estava erradicada em nosso território nos anos de 1940.

Já há uma vacina contra a dengue, a dengvaxia. Primeira vacina contra a dengue disponível no Brasil,
produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, é uma imunização recombinante tetravalente, para os
quatro sorotipos existentes da doença.

Ela poderá ser aplicada em pacientes de 9 anos a 45 anos, que deverão tomar três doses subcutâneas com
intervalo de seis meses entre elas. Fora desta faixa etária, os estudos demonstram que sua eficácia é baixa
e, portanto, não está indicada. Está contraindicada em gestantes e em pessoas com a imunidade
comprometida.

A vacina não tem 100% de eficácia. Os testes apontaram uma redução de 81% das internações e 93% dos
casos graves. Em média, 66% dos pacientes com os quatro sorotipos ficaram imunizados - 2 em cada 3
pessoas, segundo a Sanofi.

O Aedes aegypti tem sido pródigo em trazer infecções para o brasileiro. Em 2014, o mosquito começou a
espalhar outra doença, já em ritmo de epidemia – a febre chikungunya. Essa febre é também uma doença
infecciosa, com sintomas semelhantes aos da dengue, associados a fortes dores nas articulações. Daí vem o
nome: a palavra chikungunya tem origem numa língua falada no sudeste da Tanzânia e norte de
Moçambique, na África, e significa “aquele que se dobra” de dor. O vírus do chikungunya (CHIKV) foi isolado
pela primeira vez nos anos 1950, na Tanzânia. A doença também é transmitida pelo Aedes albopictus.

Hoje se conhecem quatro cepas, cada uma delas batizada conforme sua região de origem ou maior
ocorrência: Sudeste Africano, Oeste Africano, Centro-Africano e Asiática, essa última é a que circula pelo
Brasil.

Junto com a dengue, no ano de 2019, aumentaram os casos chikungunya. Foram 132.205 casos, com 92
mortes, um aumento de 30% em relação ao número de casos em 2018.

Não há vacina para a chikungunya.

O mosquito Aedes é também responsável pela febre do Zika vírus. A febre do Zika ainda é pouco conhecida
e seus sintomas também lembram os da dengue. O vírus foi detectado pela primeira vez em 1947, em
macacos na Floresta Zika, em Uganda, África. Não há vacina ou medicamento para o zika.

O zika vírus está ligado à microcefalia, uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho
menor do que o normal. Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pela
mãe, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado.

Em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou
motor. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso, e em alguns casos a inteligência da
criança não é afetada. Déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem
aparecer nas crianças com microcefalia.

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Cientistas e organismos de saúde têm afirmado que já é possível comprovar a relação da microcefalia com o
zika vírus. Ou seja, mulheres que foram picadas pelo mosquito, contraíram o zika vírus e pouco tempo depois
engravidaram, deram à luz a bebês que nasceram com microcefalia.

Por fim, cientistas e organismos de saúde tem afirmado que o zika vírus pode ser transmitido por relações
sexuais. Para alguns já há comprovação científica; várias pesquisas estão em andamento neste sentido.

Em 2019, houve aumento de 52% nos casos de zika, com 10.708 ocorrências e 3 mortes. Juntando todos os
casos de dengue, zika e chikungunya, houve um aumento de 248% no registro das doenças transmitidas pelo
mosquito do Aedes aegypti em 2019.

Outra doença que causa preocupação no Brasil é a síndrome de Guillain-Barré. Especialistas veem uma
“forte evidência” de que o aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré em algumas regiões tem relação
com a chegada do zika vírus ao Brasil. A síndrome afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular
e paralisia dos membros. Até o momento, porém, o Ministério da Saúde não confirma a correlação.

1.3 A febre Amarela

Em 2017, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela silvestre. Foi o maior surto, desde que começaram
os registros da doença, pelo Ministério da Saúde, em 1940. De dezembro de 2016 a junho de 2017, foram
confirmados 777 casos e 261 mortes da doença no país. Em setembro, o governo federal deu o surto como
encerrado.

O estado mais atingido pelo surto foi Minas Gerais, seguido pelo Espírito Santo. Outros estados atingidos
pelo surto foram São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.

No final de 2017 e nos primeiros meses de 2018, a doença voltou a se espalhar, atingindo todo o Sudeste,
o Distrito Federal, a Bahia e outros estados. No entanto, o Ministério da Saúde tem divulgado dados globais
a partir de julho de 2017, mês considerado no pós-surto. De julho de 2017 a junho de 2018, foram expressivos
1.376 casos da doença, com 483 mortes, sendo 203 em São Paulo, 181 em Minas Gerais, 97 no Rio de Janeiro,
1 no Espírito Santo e 1 no Distrito Federal.

Visando conter o novo surto e atuar na prevenção, o Ministério da Saúde realizou, em 2018, uma campanha
de vacinação em estados afetados pelo surto, com a aplicação de doses fracionadas da vacina, com o objetivo
de atingir um número maior de pessoas.

A prevenção à febre amarela é feita com uma dose da vacina injetável, que deve ser aplicada dez dias antes
de visitar locais de possível incidência da doença. A imunidade passa a ser para a vida inteira, mas no Brasil
a recomendação do Ministério da Saúde é receber duas doses da vacina para maior garantia, e a vacinação
é recomendada para praticamente todo o território interior. As exceções são o litoral e grande parte do
Nordeste.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por
artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.

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Os casos de febre amarela no Brasil são classificados como febre amarela silvestre ou febre amarela urbana,
sendo que o vírus é o mesmo, assim como a doença, que se manifesta nos dois casos. A diferença entre elas
é o mosquito vetor envolvido na transmissão. Na febre amarela silvestre, os mosquitos dos gêneros
Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Nessa situação, os
casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada adentra uma área silvestre e é picada por
mosquito contaminado.

Na febre amarela urbana, o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti ao homem, mas esta não é
registrada no Brasil desde 1942.

A incidência dos surtos ocorridos foi de febre amarela silvestre. A doença não é contagiosa, ou seja, não há
transmissão de pessoa para pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus
da febre amarela.

A febre amarela tem esse nome porque ao atacar o fígado provoca icterícia, deixando amarelados os olhos
e a pele do enfermo. O período de incubação pode ser de três até 15 dias. Os sintomas são bastante variados,
o que prejudica o diagnóstico. Nos primeiros três dias de sintomas, ela pode provocar de simples prostração,
febre, calafrios, dor de cabeça e muscular, até náusea e vômito. Passado esse período, o enfermo costuma
ter súbita melhora, que pode se estender por algumas horas ou até dois dias inteiros, deixando a impressão
de que a doença se foi. Mas, se ela retorna, voltam a febre e o vômito, pode haver hemorragias, insuficiência
hepática e renal graves, e a morte.

2 – A globalização das doenças

Os fluxos migratórios e o aumento das locomoções intercontinentais, favorecido pela globalização e as


mudanças ambientais são fatores que contribuem para que as doenças infecciosas espalhem-se cada vez
mais rapidamente pelo mundo. Doenças infecciosas são aquelas transmitidas por microrganismos como
vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Essas doenças podem ser contagiosas – passadas de um ser humano
para outro, como a gripe, a tuberculose e a aids – ou transmitidas por vetores, como o mosquito aedes
aegypti.

Migrantes contaminados carregam consigo vírus de doenças infecciosas, nos seus deslocamentos pelo
mundo. Na atualidade, há um número recorde de migrantes pelo mundo, seja de migrantes econômicos ou
de refugiados.

Quanto ao aumento das locomoções intercontinentais, em 2015, mais de 3,5 bilhões de pessoas viajaram de
avião, muitas delas trazendo em seu corpo doenças infecciosas. Dessa forma, os vírus podem dar a volta ao
mundo em questão de horas e se disseminar com uma velocidade impressionante sem serem inicialmente
detectados. Em alguns casos, a simples viagem de uma pessoa infectada a outro país é suficiente para iniciar
um ciclo que pode dar origem a uma pandemia mundial.

Os grandes navios, que abastecem o intenso comércio internacional, também levam microrganismos
patogênicos (transmissores de doenças) no casco, nos tanques de água de lastro, na própria carga
transportada ou tripulação. Por tudo isso, as autoridades médicas consideram inevitável o surgimento de
novas pandemias.

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As doenças infecciosas são muito comuns em regiões tropicais e equatoriais, nas quais o clima úmido e
quente favorece a proliferação de vetores. O frio é uma barreira natural para a disseminação de muitas
doenças. Ao elevar a temperatura média de determinadas regiões do planeta, o aquecimento global poderá
propiciar o espalhamento de doenças como a malária e a dengue para áreas que antes estavam "protegidas"
dessas epidemias pelo frio e outras condições climáticas.

3 – Violência e segurança pública

Dentre as várias formas, tipologias e classificações da violência, uma que chama a atenção, e que é
comumente utilizada como um indicador de violência, é a violência que culmina em mortes violentas
intencionais (MVI) ou homicídios ou mortes violentas por causas intencionais (MVCI). Nesse quesito, o Brasil
é considerado um país onde a violência é muito alta.

Nosso país é o que possui o maior número de mortes violentas intencionais do mundo, de acordo com a
ONU. Um relatório publicado pela organização, em 2015, informa que 1 em cada 7 dos homicídios mundiais
ocorrem no Brasil. Veja, a partir disso, que somos o sexto país mais populoso do mundo, mas, em MVI, somos
o primeiro.

Dois são os estudos mais conhecido sobre o tema no Brasil, com publicações periódicas: o Anuário Brasileiro
de Segurança Pública (ABSP), do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e o Atlas da Violência, do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e FBSP. Os dois estudos trazem pequenas variações nos
números, mas, em geral, chegam as mesmas conclusões sobre a radiografia e soluções para a violência e a
segurança pública em nosso país.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o Brasil registrou 47.773 assassinatos em
2019, o menor número em nove anos e o menor da década quando se analisa proporcionalmente à
população. A redução foi de 17,7% em relação ao ano de 2018, quando foram registrados 57.574
assassinatos. Mesmo assim, o número é muito elevado, como já dissemos, o maior do mundo, em números
absolutos. Os dados consideram os homicídios dolosos, os latrocínios, as lesões corporais seguidas de mortes
e as mortes decorrentes de intervenção policial.

Um indicador muito utilizado para verificar o nível de violência é a taxa de homicídios (mortes violentas
intencionais) por 100 mil habitantes. Em 2019, a taxa foi de 22,7 assassinatos por 100 mil habitantes. Em
2018, foi de 27,6 assassinatos por 100 mil habitantes e, em 2017, foi de 30,9 assassinatos por 100 mil
habitantes.

Para a OMS, qualquer taxa acima de dez homicídios por 100 mil habitantes ao ano já é considerada uma
situação de violência epidêmica e, portanto, inaceitável. Ou seja, vive-se em uma epidemia de violência no
Brasil.

No entanto, o número de assassinatos, que estava em queda em queda desde 2018, voltou a crescer no
primeiro semestre de 2020, quando 25.712 pessoas foram mortas no Brasil, o equivalente uma pessoa a
cada 10 minutos. Esse total é 7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando
24.012 pessoas foram assassinadas no país.

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A média nacional, porém, esconde desigualdades regionais. Os estados mais violentos estão no Norte e
Nordeste, com exceção do Rio de Janeiro, onde organizações criminosas disputam mercados e rotas de
tráfico de drogas.

A taxa de homicídios mais alta é a do Amapá, com 49,7 casos por 100 mil habitantes (contra 58,3 no ano
anterior). Roraima, estado recordista de homicídios proporcionalmente à sua população em 2018, conseguiu
baixar a taxa de 66,6 casos por 100 mil naquele ano para 35 em 2019.

Redução maior que essa teve apenas o Ceará, que baixou as mortes pela metade, de 52,8 casos por 100 mil
em 2018 para 26,2 em 2019. Mas essa queda deve ser revertida neste ano porque, na comparação do
primeiro semestre de 2020 com o mesmo período de 2019, já houve um aumento de 97% dos assassinatos.

Foi o aumento no Ceará que ajudou a puxar o número no primeiro semestre de 2020. Foram 1.050 mortes a
mais no estado, 68% das 1.700 mortes a mais que houve em todo o país. O estado viveu uma crise de
segurança e enfrentou greve da Polícia Militar em fevereiro de 2020, quando o número de assassinatos bateu
recordes. Foi durante essa greve que o senador Cid Gomes foi baleado, em Sobral, ao tentar furar um
bloqueio de policiais amotinados usando uma retroescavadeira.

Para Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “a greve funcionou como
uma catalisadora do que não deve ser feito. O debate de segurança ficou resumido a uma pauta
corporativista, e as facções se readequaram e se reorganizaram, com novas lideranças nas ruas”.

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Conforme outro estudo, o Mapa da Violência, em 1982, a taxa de homicídios foi de 12,6 por 100 mil/hab. e
o número de assassinatos de 15.550. De lá para cá, com algumas pequenas quedas no meio do caminho, os
números só pioravam, até as quedas recentes de 2018 e 2019. Mesmo nos anos em que a pobreza e a
desigualdade social diminuíram no Brasil, os números da violência seguiram aumentando.

No quadro abaixo, podemos verificar, os estados com as maiores e as menores taxas de homicídios por 100
mil habitantes:

MAIORES TAXAS MENORES TAXAS

AP – 49,1 SP – 8,9

SE – 42,7 SC – 11,4

RN – 40,7 MG – 13,4

PA – 40,5 DF – 15,0

BA – 39,2 RS – 16,8

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ano-base: 2019)

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Ao longo dos anos, os dados vêm mostrando que a maior parte dos homicídios são cometidos por armas de
fogo. Em 2019, responderam por em torno de 72,5% dos assassinatos cometidos.

Mais da metade de todos os assassinatos no Brasil é de jovens (brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos),
dos quais em torno de 90% são do sexo masculino e 74% são negros (inclui pretos e pardos).

Outro dado que vem sendo objeto de análise ao longo dos anos é o aumento da taxa de homicídios de
negros e a queda da taxa de homicídios entre não negros. Conforme o Atlas da Violência 2020, entre 2008
e 2018, a taxa de homicídios entre os negros, cresceu 11,5%, enquanto a taxa para não negros (inclui brancos,
amarelos e índios) teve uma redução de 12,9%.

Esse padrão de homicídios se repete entre os homens e as mulheres. Ou seja, a taxa de homicídios de
mulheres negras é bem maior do que a taxa de homicídios de mulheres não negras.

Conforme o IBGE, os negros correspondem a 53% da população brasileira (PNAD/2015). Porém, como vimos,
mais de 70% dos homicídios no Brasil são de negros, taxa que cresceu ao longo dos últimos anos, enquanto
a taxa de homicídios de não negros teve redução. Esses dados fazem com que pesquisadores e entidades de
direitos humanos afirmem que há um componente de exclusão na questão da violência no Brasil. Para eles,
os negros são historicamente discriminados, o que faz com que estejam mais vulneráveis a serem vítimas da
violência e caírem na criminalidade.

O fato de os negros serem as maiores vítimas da violência e os que mais são encarcerados levaria os governos
a não adotarem medidas efetivas em relação à violência contra o conjunto da população negra.

Taxa de homicídios de negros e de não negros a cada 100 mil habitantes, nestes grupos populacionais – Brasil (2008-2018)

Fonte: Atlas da Violência 2020

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Os dados divulgados por diferentes estudos e instituições ligadas ao tema, como os do


ABSP/FBSP, do IPEA e do Mapa da Violência, traçam o seguinte perfil majoritário dos que
são vítimas de homicídios, dos que cometem os homicídios e dos criminosos no Brasil:

Faixa etária: jovem (15 a 29 anos)

Gênero: masculino

Classe social: pobre

Meio social: periferia das cidades

Cor da pele: negra (preta ou parda)

Escolaridade: até o ensino fundamental incompleto

Mudança de perfil

Os estudos demonstram há vários anos mudanças territoriais em relação à violência no Brasil: interiorização
e espalhamento, maior concentração e alterações regionais.

Verificou-se uma interiorização dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas e conglomerados
urbanos para capitais menores e, destas, para cidades do interior. O crescimento econômico de cidades do
interior sem o adequado investimento em segurança pública e infraestrutura é tido como uma das causas
para isso. Outro motivo é o fato de que muitos pequenos municípios são controlados pelo crime organizado
por estarem em rota de tráfico de drogas e de contrabando.

Houve também uma mudança nos índices de violência entre as regiões brasileiras. A violência explodiu no
Norte e no Nordeste, de modo que essas são as regiões com as maiores taxas de homicídios. Depois, seguem
o Centro-Oeste, Sudeste e Sul, essa última é a região que apresenta as menores taxas do país.

Nota-se, ainda, que a violência passou a ser mais concentrada em alguns municípios brasileiros. Apenas
111 municípios, o correspondente a 2% do total, respondem por mais da metade dos homicídios no país.
Nas capitais, ocorreram 27,5% das mortes violentas intencionais em 2018.

Armas de fogo

O total de armas registradas no sistema da Polícia Federal, onde são incluídas aquelas compradas por
cidadãos comuns, cresceu: de 2017 para 2019 houve um crescimento de 65,6% nos registros ativos. Além
disso, o número de registros de armas de fogo em poder de colecionadores, atiradores e caçadores no Brasil
mais do que dobrou em 2020. Na comparação com o ano anterior, houve um aumento de 120%.

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Apesar disso, as apreensões de armas de fogo caíram: a queda foi de 1,9% nas operações da Polícia
Rodoviária Federal e de 0,3% nas apreensões feitas pelas polícias estaduais em 2019, na comparação com
2018. Os dados são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Facilitar o acesso a esse tipo de armamento foi uma das principais bandeiras do governo Bolsonaro durante
a campanha. A posse (direito de ter uma arma) foi flexibilizada assim que o novo presidente assumiu, em
janeiro deste ano.

Para liberar o porte (direito de carregar uma arma), porém, o presidente teve dificuldades com o Congresso
e o Supremo Tribunal Federal. A base aliada do presidente na Câmara, agora, articula a aprovação de uma
PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para incluir esses direitos na Constituição.

Os custos da violência

Segundo o economista Daniel Cerqueira, do IPEA, o Brasil perde algo em torno de 6% do PIB a cada ano em
face do crime e da violência letal. São custos que estão relacionados às despesas de manutenção do aparato
de segurança pública, do sistema prisional e de cumprimento de medidas socioeducativas, em serviços de
segurança particular e privada, em seguros contra furtos e roubos e no sistema de saúde, com o atendimento
de vítimas da violência.

A violência afeta também as atividades econômicas, a exemplo de atividades comerciais suspensas ou


seriamente prejudicadas pela redução do consumo e pela diminuição da venda de produtos de maior valor,
devido ao medo dos consumidores de serem roubados. Outro setor que sofre as consequências dos elevados
índices de violência é o turismo. Algumas cidades brasileiras deixam de arrecadar milhões em função da
criminalidade.

Sem dúvida, para além dos custos econômicos, a maior de todas as perdas é a de vidas humanas. Mas,
mesmo nesse aspecto, há um custo econômico, uma vez que o Estado e as famílias investiram recursos
nessas vidas em saúde, educação, lazer, alimentação etc.

Como a maior parte das vítimas de homicídios é de pessoas jovens, há, ainda, uma grandiosa perda futura
de geração de riqueza para o Estado e a sociedade. São pessoas que poderiam viver por muitas décadas,
produzindo, consumindo e pagando impostos que reverteriam em benefício da sociedade.

Causas da violência

De acordo com vários estudos e publicações, podemos sintetizar como causas da violência e da
criminalidade:

- Urbanização acelerada e inchaço das periferias - Até a metade da década de 1950, o Brasil era um país
majoritariamente rural. A partir dessa data passou por um processo de urbanização acelerada, que teve
como causas um rápido processo de industrialização e o êxodo rural.

A mecanização do campo liberou grandes contingentes de trabalhadores das suas atividades rurais. Esse
fator, somado à histórica concentração de terras, às péssimas condições de vida no meio rural e a maior
oferta de emprego nas cidades, levou milhões de trabalhadores a se deslocarem do campo para a cidade em
um período de poucas décadas.

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As cidades não tiveram tempo, nem condições, de se adaptarem, o que ocasionou o surgimento de grandes
problemas urbanos. Os migrantes do campo foram residir na periferia e na periferia da periferia das cidades.
Nesses lugares faltava quase tudo, infraestrutura, saneamento, áreas verdes e de lazer, saúde, educação,
transporte de qualidade e moradia. Soma-se a isso tudo a carência de emprego e temos um ambiente
propício para a explosão da violência e da criminalidade.

- Deficiência do Estado (poder público) no provimento de direitos – A população de menor renda é a que
mais necessita de serviços públicos de qualidade, como forma de garantia de direitos constitucionais sociais,
individuais e coletivos. O atendimento efetivo a esses direitos possibilitaria uma educação pública de
qualidade, saúde de qualidade, lazer, segurança, moradia etc. proporcionando um melhor desenvolvimento
socioeconômico e reduzindo, dessa forma, a vulnerabilidade de pessoas de caírem na criminalidade ou de
serem vitimadas por ela.

Exclusão social e desigualdade social – As altas aspirações de consumo de bens e serviços (de tênis de grife
a eletrônicos, por exemplo) somam-se à frustração com base na relativa falta de mobilidade social (avanço
em qualidade de vida econômica e social), gerando assaltos, roubos e furtos.

- Ação dos traficantes de drogas ilícitas – O narcotráfico contribui significativamente para o aumento da
violência e da sensação de insegurança nas cidades brasileiras.

- Juventude em risco social - Situações como deixar a casa antes dos 15 anos de idade, não ir à escola, ou ter
um lar desestruturado sem pai ou mãe afetam diretamente na iniciação do jovem no crime. Segundo o
Ministério Público de São Paulo, dois a cada três jovens da Fundação Casa vieram de lares sem pai, e outra
grande parcela deles não têm qualquer contato com o pai.

- Armamentos - A facilidade de acesso a armas mortíferas, principalmente às armas de fogo. Segundo estudo
do IPEA, cada 1% a mais de armas de fogo nas cidades gera um aumento de homicídios em torno de 2%.

Propostas de soluções para a redução da violência e da criminalidade

Várias são as propostas nesse campo. No entanto, estudiosos do tema, instituições acadêmicas,
governamentais e da sociedade afirmam amplamente que o caminho mais efetivo para a redução da
violência é o investimento em políticas públicas preventivas de cidadania e de segurança pública. É o
investimento em educação universal de qualidade, em saúde, em moradia, em geração de trabalho e renda,
em lazer, em cultura, em transporte de qualidade, em infraestrutura urbana, entre outras.

Outras propostas são: a redução das desigualdades sociais e a disseminação de uma cultura de paz, por meio
do diálogo, da solidariedade, da tolerância e do respeito às diferenças.

No campo das proposições ainda temos a reforma do sistema policial e prisional brasileiro, uma melhor
estrutura, aparelhamento, treinamento e remuneração dos policiais, a diminuição da impunidade (a alta
impunidade é um estímulo para as práticas criminosas), a melhoria substancial da atividade de inteligência
policial, um maior controle de fronteiras (por onde entram armas, drogas, contrabando, etc.) e de armas e
uma maior coordenação dos entes federados na área da segurança pública.

Como o tráfico de drogas é um fator significativo na geração de violência no Brasil e considerando que a
política de “guerra às drogas” não diminuiu o consumo e a crescente violência associada a ela, alguns
segmentos defendem a liberação do consumo de drogas. Esses segmentos argumentam que isso

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enfraqueceria o poder econômico do tráfico de drogas, diminuiria a violência e liberaria mais recursos para
a aplicação em outras áreas da segurança pública e da cidadania.

3.1 Violência policial e morte de policiais

A letalidade da polícia brasileira é alvo constante de críticas de entidades de defesa de direitos humanos. Em
2019 o país atingiu o maior número de mortes em decorrência de intervenções policiais desde que o
indicador passou a ser monitorado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2013. Foram 6.375
mortes, o que equivale a 13,3% do total dos assassinatos naquele ano e a uma média de 17,5 casos por dia.

Os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo responderam por 42% de toda a letalidade policial registrada no
país em 2019. Porém, em vários estados o uso da força letal pelas polícias é fenômeno raro, com taxas
baixíssimas de mortalidade por 100 mil habitantes, como as verificadas no Distrito Federal (0,3), Minas
Gerais (0,5), Paraíba (0,6), Pernambuco e Espírito Santo (0,8), todas abaixo da média nacional, que é de 3
para cada 100 mil habitantes.

Em outros estados, no entanto, os números se mostram alarmantes. No Amapá, a taxa de mortalidade


provocada em intervenções policiais chegou a 14,3 por 100 mil habitantes, consideravelmente maior até
mesmo que a taxa registrada no Rio de Janeiro (10,5). Na sequência vem os estados de Goiás (7,6), Sergipe
(7,2) e Pará (7,1).

Mortes decorrentes de intervenções policiais no Brasil, 2013 a 2019

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública

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O número de pessoas mortas pela violência policial é considerado altíssimo nas comparações
internacionais, evidenciando o uso abusivo da força letal como resposta pública ao crime e à violência. Para
efeito de comparação, a média da polícia norte-americana é de pouco mais de 1 pessoa morta por dia.

Estudo produzido por Cano (Monitor del uso de la fuerza letal en América Latina. Centro de Investigación y
Docencia Económicas. México, 2019) em diferentes países indicou que as mortes causadas por policiais
correspondem, em geral, a 5% do total de homicídios. Quando esta porcentagem excedia 10% havia sérios
indícios de execuções e uso abusivo da força.

Bueno, Marques, Pacheco e Nascimento, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, observam que não existe
uma coincidência entre os estados com maior proporção de letalidade policial e as maiores reduções nas
mortes violentas intencionais, sugerindo que os discursos que associam letalidade policial à redução da
violência não possuem correspondência na realidade.

Órgãos de segurança pública, argumentam que o aumento de mortes por intervenção de agentes ocorre
devido ao maior enfrentamento à ação policial. Destacam a redução no número geral de homicídios e dizem
que a alta da letalidade se dá em razão do aumento de ações policiais contra as facções. Para críticos da
violência policial, as polícias brasileiras mantêm um padrão absolutamente abusivo do uso da força letal
como resposta pública ao crime e à violência.

Dados do 13° Anuário de Segurança Pública demonstram o perfil dos mortos pela polícia: homem (99,3%),
jovem (77,9%), e negro (75,4%). Estudo divulgado, em 2014, pela Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), mostra que a proporção de negros mortos por ações da Polícia Militar de São Paulo, entre 2010 e
2011, foi três vezes maior que a de brancos. A pesquisa também constatou que a própria vigilância policial é
operada de modo diferente. A taxa de flagrantes de negros é mais do que o dobro da verificada para brancos.
Segundo os pesquisadores, os dados demonstram que a vigilância policial reconhece os negros como
suspeitos criminais em potencial, flagrando em maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os
brancos gozam de menor vigilância da polícia.

De modo geral, os assassinatos de civis por policiais aparecem nos boletins de ocorrência como “auto de
resistência” ou “homicídios decorrentes de intervenção policial”, o que, em tese, caracterizaria mortes lícitas
no entender da Justiça, decorrentes de confrontos. Ou seja, parte-se do pressuposto de que o policial agiu
em legítima defesa. Mas isso nem sempre condiz com a realidade, já que a coleta dos dados é feita sem o
rigor e a transparência necessários. Em muitos casos, essas situações acabam camuflando mortes de civis
inocentes.

Também representam graves casos de violações policiais as chamadas execuções extrajudiciais.

A truculência da Polícia Militar em diversos episódios acaba expondo a figura do agente policial, que, na
verdade, responde a uma cadeia de comando liderada pelos governadores dos estados, que são os
responsáveis diretos por garantir a segurança da população e combater a criminalidade. Para muitos
especialistas, os governantes e as autoridades de segurança comportam-se de forma passiva, tolerando os
abusos e não punindo devidamente os responsáveis. Em última instância, são os governadores que
direcionam a atuação dos agentes e impõe – ou não – os limites à repressão.

O que se discute é o padrão operacional das polícias dentro de um modelo de segurança pautado pela “lógica
do enfrentamento e da garantia da ordem acima de direitos”, de acordo com o Atlas da Violência.
Especialistas apontam que a separação das funções das polícias Civil e Militar, adotada durante a ditadura

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militar (1964-1985) é uma das causas da violência policial. Além disso, como resquício da ditadura, foi
mantida pela Polícia Militar uma postura repressora e abusiva de ataque ao “inimigo”, reproduzida até hoje
na sua atuação e na formação e treinamento dos jovens policiais.

Além disso, os policiais estão inseridos em um sistema de segurança que não valoriza o trabalho do agente
e não garante as condições básicas para a atividade. Os baixos salários, a falta de treinamento e
equipamentos adequados, serviços de inteligência precários e o despreparo psicológico da polícia para lidar
com situações de extrema tensão acabam potencializando os erros e as consequentes mortes nas ações
policiais.

Se, por um lado, o grau de letalidade da polícia brasileira é alto, por outro, os policiais também são vítimas
desse mesmo sistema. Morrem muitos policiais no Brasil vitimados por assassinatos, em serviço, e fora de
serviço. Na verdade, morrem mais policiais fora de serviço, do que em serviço.

Contudo, esse número apresentou significativa redução nos anos recentes. Em 2019, 172 policiais foram
assassinados, número bem menor do que no ano anterior. Em 2018, 313 policiais foram assassinados. Nos
países desenvolvidos, como o Reino Unido, dificilmente mais do que uma dezena de policiais perdem a vida
por ano em decorrência de sua profissão.

Em serviço, as mortes de policiais ocorrem quando são vítimas de crime, tendo ou não reagido, ou ao intervir
em uma ocorrência em andamento, sem apoio ou aparato de proteção. Fora de serviço, “não obstante
estarem armados, se encontram sozinhos e distraídos. É importante destacar também que, conforme alguns
estudos apontam, o fato de serem policiais e estarem armados faz destes profissionais vítimas em potencial
de delinquentes que, seja na busca por vingança, seja no pagamento de dívidas com o crime organizado ou
mesmo na busca pela sua arma, ataca estes profissionais, o que ocorre exatamente no momento em que
este se encontra de folga, portanto, sem a suposta proteção da farda, da viatura ou de seus colegas.” (Souza
e Oliveira, 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública).

Devido à baixa remuneração, muitos policiais prestam serviço por conta própria, fazendo “bicos” para
aumentar a renda. Essa é uma das situações em que muitos deles perdem a vida, quando estão sem o apoio
de colegas.

3.2 Situação do sistema prisional brasileiro

O sistema carcerário brasileiro enfrenta, há muito tempo, uma grave crise estrutural, social e econômica.
Embora seja um problema reconhecido e reiteradamente noticiado pela mídia, segmentos relevantes da
sociedade brasileira e dos governos não dão a devida importância que a problemática deveria merecer.

O sistema prisional tem uma dupla função: punir e ressocializar. A punição se dá pela privação de liberdade,
em função do crime cometido pelo preso. Mas, o castigo da prisão, também, é uma forma de o preso
compreender que o crime não compensa e que ao final de sua pena se reintegre a sociedade.

A legislação brasileira garante ao preso que ele seja tratado com dignidade no sistema prisional. A legislação
também não prevê penas de maus tratos e de morte para os que cometeram crimes.

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Dessa forma, de nada adianta termos um sistema prisional em péssimas condições, dominado por facções
criminosas e com violações dos direitos dos presos. Pois, um dia o preso sairá da cadeia, e, se sair igual ou
pior do que entrou, voltará a delinquir e gerar medo e insegurança na sociedade.

A superlotação dos presídios

Por lei, a grande responsabilidade pela manutenção dos presos no país está a cargo dos estados. Conforme
o relatório mais recente do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), de 2019, do
Ministério da Justiça, com dados de junho de 2019, a população prisional brasileira chegou a 773.151
detentos. É a terceira maior população carcerária do mundo, atrás dos Estados Unidos (2,14 milhões) e
China (1,6 milhões).

O problema é que o total de vagas disponível no sistema penitenciário é de 461.026 (junho 2019). Em outras
palavras, há 1,67 presos para cada vaga. Os presídios estão superlotados. De 1990 a 2016, a população
brasileira cresceu 39%. Nesse mesmo período, a população carcerária cresceu 707%. Ou seja, a população
prisional cresceu comparativamente em percentuais muito maiores do que a população do país.

Evolução das pessoas privadas de liberdade entre 1990 e 2019

Fonte: Infopen 2019

Há, ainda, mais de 300 mil mandados de prisão não cumpridos. Se todos fossem cumpridos, teríamos mais
de um milhão de presos no Brasil, quase o triplo da capacidade atual do sistema prisional.

O perfil dos presos no Brasil

Cinquenta e quatro por cento dos presos brasileiros são jovens, na faixa etária de 18 a 29 anos.

Do ponto de vista racial, historicamente, pretos e pardos são mais encarcerados do que os demais no Brasil.
Em 2019, 66,7 % da população carcerária eram negros (pretos e pardos) e 33,3%, não negros. E esse é um
dado que apresentou tendência de crescimento nos últimos anos. Em 15 anos, a proporção de negros no

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sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos diminuiu 19%, como mostra o 14° Anuário de
Segurança Pública.

Em termos de escolaridade, cinco em cada dez presos são analfabetos ou alfabetizados com ensino
fundamental incompleto. Se incluídos os que concluíram o ensino fundamental, mas não chegaram a fazer
o ensino médio, o percentual chega a 65,2%.

Perfil dos presos no Brasil:

Faixa etária: jovem (15 a 29 anos)

Gênero: masculino

Classe social de origem: pobre

Meio social de origem: periferia das cidades

Cor da pele: negra (preta ou parda)

Escolaridade: analfabetos ou escolarizados com o ensino fundamental incompleto

A Unidade da Federação que possui o maior número de presos é São Paulo. Veja no gráfico abaixo:

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Educação, trabalho e saúde

A legislação brasileira garante ao preso o direito de trabalhar e estudar no sistema prisional. É um dos meios
apontados para a ressocialização do presidiário. Ocorre que somente 10,58% dos presos estão envolvidos
em atividades educacionais e apenas 15,74% em algum tipo de atividade laboral. Outro direito não provido
adequadamente ao preso é o da saúde. Muitos são acometidos de graves enfermidades ou vêm a falecer
devido às condições insalubres de presídios e do acesso inadequado à saúde.

Segurança e pessoal

Os sistemas de segurança nos presídios são falhos. Armas, drogas e telefones celulares entram com
frequência no interior dos presídios.

O número de agentes penitenciários é insuficiente para exercer o controle interno das prisões. Relatório do
Infopen aponta que a proporção de agentes de custódia é de 1 para cada 9,3 presos, o que viola resolução
do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que indica a proporção de 1 agente para
cada 5 pessoas privadas de liberdade. Esse é o número indicado para a garantia da segurança física e
patrimonial nas unidades prisionais.

O excesso de prisões provisórias

Segundo o Ministério da Justiça, 34,72% dos detentos são presos em situação provisória (sem julgamento).
É um número considerado elevado, acima da média de vários países do mundo.

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O alto percentual indica a falta de acesso adequado à justiça no Brasil. Boa parte dos presos provisórios, nos
termos da lei, poderiam estar respondendo ao processo em liberdade. São presos que não têm condições de
pagar e manter um advogado particular, por isso dependem da Defensoria Pública, que não têm defensores
suficientes para atuarem nas suas causas e requererem perante o juízo a possibilidade de responderem ao
processo em liberdade.

A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em flagrante levam a prisões
provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Infopen revela que 25%
desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de pessoas que viram o juiz pela primeira
vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.

Posse ou tráfico de drogas

Conforme o Infopen, 48,12% dos presos estão recolhidos ao sistema prisional por terem cometidos crimes
contra o patrimônio, como roubos e furtos. É o gênero de crime que mais leva à prisão. O segundo gênero
de crime que mais leva à prisão é o tráfico de drogas (39,42%) e o terceiro são os crimes contra a pessoa,
fundamentalmente os homicídios.

Em 2006, o país tinha 47 mil presos por tráfico de entorpecentes. Em 2017, a cifra chegou a 157 mil, ou seja,
cresceu mais de 300% em onze anos.

De acordo com estudiosos do tema, um dos motivos para esse aumento pode ser encontrado na chamada
nova Lei de Drogas, de 2006. Foi também a partir da nova Lei de Drogas que cresceu o número de mulheres
presas, já que a população prisional feminina é historicamente associada a condenações por crimes como
tráfico de drogas e associação com o tráfico. O percentual de mulheres presas por esse tipo de crime é de
60%.

A lei de 2006 trouxe a distinção entre usuário e traficante. O usuário de drogas – que apenas utiliza
substâncias ilícitas para seu próprio consumo, sem comercializar – passou a ser condenado a penas leves,
como advertência, prestação de serviços comunitários ou medidas educativas. Já o traficante teve a sua pena
mínima aumentada para evitar que a sua prisão fosse convertida em medidas alternativas (o que só ocorre
quando a pena é inferior a 4 anos de prisão).

Se a nova lei reconhece que prender o usuário não é a melhor solução – o que teoricamente diminuiria a
pressão no sistema carcerário – então como ela se relaciona com a piora da situação nas prisões?
Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal, a grande questão é a subjetividade da lei. A diferença de
usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito critérios diferentes, incluindo a “natureza” e
a “quantidade da substância” que o suspeito carrega, bem como do contexto em que ele foi pego e seus
antecedentes. Pequenas quantidades não necessariamente são interpretadas como sinal de que se trata de
um usuário, porque isso poderia ser uma brecha na lei; os traficantes passariam a andar com pequenas
quantidades de drogas por vez, e assim se livrariam da prisão.

Ocorre que muitas pessoas têm sido presas com pequena quantidade de drogas, baseadas apenas no relato
do policial e sem contar com advogado no momento da prisão, situação bastante desfavorável ao acusado.
Jovens de baixa escolaridade e socialmente vulneráveis são os mais aprisionados dessa forma. Isso aumenta
a suspeita de que muitos dos traficantes que lotam as cadeias brasileiras seriam, na verdade, apenas usuários
de drogas.

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“Escolas do crime”

Uma das consequências da superlotação carcerária é colocar réus primários convivendo com condenados e
detentos de alta periculosidade e também em contato com facções criminosas. A separação entre presos
provisórios e condenados (e entre estes a divisão por gravidade do crime) está prevista na Lei de Execução
Penal e em tratados de direito internacionais. No entanto, tal orientação não é cumprida em quase todas as
prisões brasileiras. Especialistas apontam que o risco é criar as chamadas “escolas do crime”.

As condições precárias e desumanas das cadeias brasileiras, a ausência de agentes penitenciários


qualificados e de uma política efetiva de ressocialização criam um ambiente fértil para o surgimento das
facções criminosas – grupos de presidiários que agem dentro das prisões e arregimentam novos detentos,
oferecendo vantagens, mas impondo suas regras e controlando o cotidiano desses espaços.

Como o Estado falha em prover aos presos proteção e condições minimamente dignas de sobrevivência, as
facções entram em ação para oferecer segurança para sobreviver no presídio, coibindo a violência entre os
presos e até abusos de agentes penitenciários. Em troca, uma vez reinseridos à liberdade, esses ex-detentos
devem continuar prestando serviços à organização criminosa, ou seja, cometendo crimes, para levar dinheiro
à facção. Ex-detentos, já em liberdade, e outros criminosos articulam-se no crime organizado, principalmente
no tráfico de drogas.

A guerra das facções

Segundo autoridades que investigam o assunto, mais de 70 facções criminosas lutam pelo controle do crime
organizado em todo o país, sobretudo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Uma complexa e dinâmica rede de aliados e opositores rege as relações entre diferentes grupos, que
costumam se enfrentar nos presídios na luta pela hegemonia do local.

Principal organização criminosa do país, o PCC surgiu nos anos 1990, no presídio de segurança máxima de
Taubaté, no interior de São Paulo. Atualmente, a facção já se encontra espalhada por todos os estados
brasileiros – mais de 60% dos “filiados” seriam detentos de fora do estado de São Paulo.

Um dos motivos que levam a essa expansão dos “filiados” seriam as transferências de detentos,
principalmente dos líderes dessas facções, para presídios em outros estados. Foi isso que ocorreu em 1998.
Numa tentativa de desarticular o movimento, o governo paulista transferiu alguns dos expoentes da facção
para o Paraná. Nesse estado, surgiu então o Primeiro Comando do Paraná, um dos braços do PCC. Mas a
“exportação” de presos não gera apenas ramificações, como também grupos dissidentes – caso do Sindicato
do Crime, no Rio Grande do Norte, que surgiu a partir do PCC.

O Comando Vermelho (CV), nascido no Rio de Janeiro, já foi aliado do PCC, mas hoje é seu principal rival.
Alinhado ao CV está o grupo Família do Norte, responsável por parte dos assassinatos em presídios no norte
do país.

O controle das rotas de tráfico, sobretudo de cocaína, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, seria
o principal motivo da disputa que já ocorria entre a Família do Norte e o PCC. Especialistas apontam que a
ruptura que aconteceu entre PCC e CV, em 2016, impactou também as relações entre as facções e seus
subordinados, o que agravou as disputas nos presídios.

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Realidade do sistema prisional brasileiro

- Presídios estão superlotados.

- Alto percentual de presos provisórios.

- Péssimas condições dos presídios, com a violação dos direitos dos presos.

- Sistema de segurança são falhos.

- Poder público não tem o efetivo controle dos presídios.

- Facções criminosas exercem grande poder no interior dos presídios e sobre detentos.

- Presídios se transformaram em “escolas do crime”.

- Índice de reincidência é elevado.

- Sistema não cumpre adequadamente com a função de ressocialização do preso.

Soluções para a crise do sistema prisional

A solução para a crise penitenciária está relacionada à redução da violência e da criminalidade no Brasil.
Uma sociedade menos violenta e a diminuição dos crimes contribuiria para a redução do número de presos.

Outras propostas apresentadas pelos estudiosos do tema para enfrentar a superlotação do sistema prisional
são:

Maior adoção de penas alternativas ao encarceramento, nos termos da legislação brasileira, como a
prestação pecuniária e a prestação de serviços à comunidade. O aumento da aplicação teria o efeito de evitar
que muitos criminosos de baixa periculosidade entrassem em contato com facções criminosas nos presídios.

O fornecimento do acesso adequado à justiça contribuiria agilizar a situação dos presos provisórios,
diminuindo o seu número. Muitos poderiam, nos termos da lei, responderem ao processo em liberdade ou
terem a sua prisão extinta.

A promoção de ajustes na Lei de Drogas (principal fator que contribuiu para aumentar o volume de prisões)
com uma definição clara entre usuário e traficante. Outros vão além e defendem a descriminalização das
drogas como uma solução para reduzir a superlotação do sistema. "Simplesmente descriminalizando o uso
e o consumo você tira 30% das pessoas das cadeias do país", afirma o assessor jurídico da Pastoral Carcerária,
Paulo Cesar Malvezzi Filho.

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Nesse quesito, é fundamental um sistema que, de fato, ressocialize o preso, com políticas humanizadoras e
que possibilite a reinserção do ex-detento à vida em sociedade. Uma medida nesse sentido seria o aumento
das opções de trabalho e estudo nos presídios, de modo a possibilitar ao preso uma perspectiva de futuro
fora da criminalidade.

3.3 Violência contra a mulher

No ano de 2019, foram assassinadas 3.739 mulheres no país, uma redução de 14% em relação ao ano de
2018, quando foram assassinadas 4.353 mulheres. Contudo, o cenário brasileiro ainda é um dos piores do
mundo. Segundo dados da ONU, de 2015, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial de proporção de
assassinatos de mulheres.

Fonte: Monitor da Violência – G1

Nem todos os assassinatos de mulheres são feminicídios. Enquanto o primeiro teve queda em 2019, o
segundo aumentou. Foram 1.314 casos de feminicídio em 2019, ao passo que, em 2018 foram 1.225 mortes,
um aumento de 7%.

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O feminicídio é o homicídio praticado contra vítima mulher por motivações baseadas em violência
doméstica e/ou intrafamiliar, ou em caso de menosprezo ou discriminação pela condição de mulher. A Lei
nº 13.104/2015, também conhecida como Lei do Feminicídio, o classifica como um crime hediondo. Os
condenados por esse tipo de crime merecem a pena máxima de reclusão (30 anos), não têm direito a indulto
(perdão) ou anistia, e nem a responder a processo em liberdade mediante o pagamento de fiança.

Fonte: Monitor da Violência – G1.

Fica a pergunta: por que os homicídios caem, mas os feminicídios sobem?

Desde 2015, quando a Lei do Feminicídio passou a valer, os números de feminicídios têm crescido a cada ano
no Brasil. Assim, duas hipóteses são apresentadas pelos estudiosos do tema:

Hipótese 1: O crime está, de fato, crescendo no Brasil.

Hipótese 2: Apenas o número de registros está aumentando – ou seja, que as polícias passaram a se adequar
e a se familiarizar com a lei, registrando corretamente o crime.

Conforme o Atlas da Violência, o feminicídio é observado em todas as faixas etárias, mas significativamente
maior entre mulheres em idade reprodutiva: 28,2% das vítimas tinham entre 20 e 29 anos, 29,8% tinham
entre 30 e 39 anos e 18,5% tinham entre 40 e 49 anos quando foram mortas. O ápice da mortalidade por
feminicídio no Brasil se dá aos 30 anos.

A relação entre a vulnerabilidade social e a violência também pode ser percebida a partir da escolaridade:
70,7% das vítimas cursaram até o ensino fundamental, enquanto 7,3% tem ensino superior.

O perfil de raça/cor das vítimas revela a maior vulnerabilidade das mulheres negras: elas são 61% das
vítimas, contra 38,5% de brancas, 0,3% indígenas e 0,2% amarelas. Esse número tem, inclusive, aumentado.
No período de 2006 a 2016, verificou-se que mortalidade de mulheres não negras teve redução de 8%,

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enquanto número de mortes de negras aumentou 15,4%. Mulheres negras são as vítimas prioritárias da
violência.

Observa-se que 88,8% das vítimas foram assassinadas pelos próprios companheiros ou ex-companheiros
e 65,6% aconteceram na residência.

De acordo com Matias (2016), “os assassinatos de mulheres têm duas características que o distinguem dos
homicídios masculinos: os meios utilizados e o local onde acontecem. O uso de força física e de objetos
cortantes e penetrantes indica motivos passionais. E o fato de boa parte dos crimes ocorrerem na residência
mostra o caráter doméstico desses homicídios”.

Pereira, Bueno, Bohnenberger e Sobral, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destacam que diversos
estudos apontam a relação próxima com o algoz como característica marcante da violência de gênero. Este
aspecto relaciona-se com a amplitude característica da violência contra a mulher, que incide nas relações
íntimas conjugais através da dependência patrimonial e violência psicológica, por exemplo.

São traços desafiadores das políticas de prevenção e proteção, pois ocorrem no seio de relações das quais
se espera segurança e confiança, e que comumente estão investidas de tabus por dizerem respeito à esfera
doméstica e familiar. Não à toa, muitos dos casos de feminicídios registrados nos últimos anos e registrados
pela imprensa tratavam de mulheres que buscavam a separação do agressor.

Segundo as Diretrizes Nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes
violentas de mulheres, são condições estruturais das mortes violentas de mulheres por razões de gênero: o
sentimento de posse, o controle sobre o corpo e autonomia da mulher, a limitação da emancipação
profissional, econômica, social e intelectual da mulher, seu tratamento como objeto sexual e a manifestação
de desprezo e ódio pela mulher.

Violência doméstica

Uma análise mais contextual sobre os indicadores de violência baseada em gênero indica que a violência
doméstica está em crescimento. Em 2018, o Brasil atingiu o recorde de registros de lesões corporais dolosas
em decorrência de violência doméstica, com 263 mil casos. Isso significa que, a cada 2 minutos, uma mulher
se deslocou até uma delegacia de polícia para denunciar que tinha sido agredida pelo companheiro.

Contudo, a subnotificação é muito grande e os números reais são bem maiores. O número de mulheres que
fazem o registro das ocorrências nos órgãos policiais é muito menor do que os crimes efetivamente
ocorridos. Muitas vítimas não denunciam a agressão sofrida porque conhecem o autor da violência e tem
medo de retaliação e porque se sentem envergonhadas, achando que são culpadas pela violência sofrida, e
até mesmo para proteger o agressor, que é alguém do seu convívio.

Violência sexual

A violência sexual pode ser definida como qualquer ato sexual ou tentativa de obter ato sexual, sem o
consentimento da vítima. A violência pode ser exercida com uso da força ou ameaça, mas também com
chantagem, suborno ou manipulação.

O estupro é uma modalidade da violência sexual e um dos mais brutais atos de violência, humilhação e
controle sobre o corpo de outro indivíduo, em sua maioria mulheres. O trauma vivenciado pelas vítimas deixa

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muitas sequelas na vida e na saúde dos atingidos, resultando em sérios efeitos nas esferas física e/ou mental,
no curto e longo prazo.

Em 2018, o Brasil atingiu o recorde de registros de estupros. Foram 66.041 vítimas, segundo dados do 13º
Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O crime é um dos poucos que tiveram aumento no ano em questão,
quando as mortes violentas caíram 10,8%. A taxa brasileira de estupros é de 31,7 por 100 mil habitantes,
acima da taxa de mortes violentas, que ficou em 27,5 em 2018.

No início da série histórica, em 2011, o país teve 43.869 casos de estupro. De lá para cá, houve um aumento
de 50,5% nos registros. De 2017 para 2018, a variação foi de 4,1%. Quando só vítimas mulheres são
consideradas, o aumento vai a 5,4%.

De acordo com os registros de estupro e estupro de vulnerável dos anos de 2017 e 2018, 81,8% das vítimas
eram do sexo feminino, o que evidencia a desigualdade de gênero como uma das raízes da violência sexual,
diz o estudo feito pelas pesquisadoras do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo o estudo, a maior parte dos estupros que ocorre no Brasil é o de vulnerável (contra crianças
menores de 14 anos ou pessoas com doenças ou deficiência mental que não têm discernimento para a
prática do ato e que não podem oferecer resistência): 63,8%.

A maioria dos crimes é praticado contra meninas de 10 a 13 anos (28,6%). O autor do estupro é homem
(96,3%) e é quase sempre conhecido da vítima (75,9%).

Sobre a baixa idade das vítimas, as pesquisadoras do Fórum Samira Bueno, Carolina Pereira e Cristina Neme
lembram que, de acordo com a Unicef, meninas de até 16 anos, em especial em classes mais baixas,
“associam o casamento à possibilidade de mudança de status social, de alguma forma de emancipação e de
serem mais valorizadas". "A gravidez autoriza o casamento infantil no Brasil, inclusive com meninas com
menos de 14 anos, sendo que, a princípio, pelas definições do Código Penal Brasileiro, qualquer relação
sexual com menina dessa idade pode ser criminalizada como um estupro de vulnerável.”

O Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de estupros por 100 mil habitantes do Brasil (70,4), seguido pelo
Paraná, com 60,8 – dois estados que não figuram entre os primeiros do ranking de mortes violentas.

Como lembram as pesquisadoras do Fórum, os números são ainda mais alarmantes quando se leva em conta
que os crimes sexuais estão entre aqueles com menores taxas de notificação à polícia.

“O que indica que os números aqui analisados são apenas a face mais visível de um enorme problema que
vitima milhares de pessoas anualmente. No caso brasileiro, a última pesquisa nacional de vitimização
estimou que cerca de 7,5% das vítimas de violência sexual notificam a polícia. Nos Estados Unidos, a taxa
varia entre 16% e 32%, a depender do estudo. O mais recente foi publicado em dezembro de 2018 pelo
Departamento de Justiça Americano e revelou que apenas 23% das vítimas reportou o crime à polícia.”

Entre os motivos para a baixa notificação estão o medo de retaliação por parte do agressor, que é geralmente
conhecido da vítima, receio de julgamento e descrédito nas instituições policiais e de Justiça.

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Cultura do estupro

O termo “cultura do estupro” expressa o modo como a sociedade naturaliza o comportamento sexual
violento dos homens e culpa as vítimas de assédio. Culturalmente culpa-se a vítima da violência por ter usado
uma roupa curta, por não ter reagido ou simplesmente por ser atraente demais. Pesquisa produzida pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2016 mostrou que 43% dos brasileiros do sexo masculino com 16
anos ou mais acreditavam que “mulheres que não se dão ao respeito são estupradas”. Esse pensamento
arraigado estimula a impunidade de estupradores, como também inibe que mulheres denunciem as
violências sofridas. Por outro lado, muitas mulheres ainda não têm consciência do ato que sofreram,
vivenciando a agressão como algo natural.

Formas de violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha define como violência contra a mulher qualquer conduta de discriminação, agressão
ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher. Ela pode assumir diferentes formas, como:

Violência física: atos que afetem sua integridade ou saúde corporal, como empurrões, beliscões, socos, tapas
e chutes.

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Violência psicológica: aquela que causa dano emocional ou visa controlar ações, comportamentos, crenças
e decisões, tais como ofensas disfarçadas de brincadeiras, humilhações, controle sobre a forma de se vestir,
se comportar ou se expressar.

Violência sexual: qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual
não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que force o matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição; ou que limite ou
anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.

Violência moral: quando a mulher é humilhada publicamente ou é vítima de ofensas, calúnias, xingamentos
e injúrias.

Lei Maria da Penha

A Lei nº 11.340/2006 é popularmente conhecida por Lei Maria da Penha, em homenagem à mulher que
sofreu violência doméstica por anos e lutou para a aprovação de alguma medida que coibisse essa atitude.
Maria da Penha Maia Fernandes ficou paraplégica devido a um tiro que levou do marido, que tentou matá-
la novamente após esse crime.

Após anos de batalha judicial contra seu agressor, a Lei Maria da Penha foi criada em 2006 no Congresso
Nacional, por unanimidade, sendo considerada pela ONU como a terceira melhor lei contra a violência
doméstica no mundo. Apesar de ainda existirem obstáculos para as denúncias contra agressões, entre os
anos de 2006 e 2013 o número de denúncias aumentou em 600%.

Os principais pontos positivos da criação da Lei Maria da Penha foram:

• A possibilidade de o agressor ser preso em flagrante ou ficar em prisão preventiva, logo após a
denúncia da mulher;

• A violência contra a mulher ser um agravante de pena, ou seja, aumenta a possibilidade de uma pena
maior ao agressor;

• A mulher poderia, antes da lei, desistir de denunciar seu agressor já na delegacia – por medo de fazê-
lo, por ameaça ou humilhação. Porém, agora só pode fazer isso perante o juiz; e

• Medidas de urgência que tiram a vítima do convívio com o agressor – antes da lei, as mulheres ficavam
à mercê de novas ameaças e agressões, que poderiam resultar em ela desistir de ir em frente com o processo,
por exemplo.

Lei da Importunação Sexual - Lei nº 13.718/2018

Esta lei que entrou em vigor em 2018, define importunação sexual como a "realização de ato libidinoso na
presença de alguém de forma não consensual", com o objetivo de “satisfazer a própria lascívia ou a de
terceiro”.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, mas também
enquadra ações como beijos forçados e passar a mão no corpo alheio sem permissão. Porém, a

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importunação sexual difere do assédio sexual, que se baseia em uma relação de hierarquia e subordinação
entre a vítima e o agressor.

Antes da norma, a conduta era considerada apenas uma contravenção penal, punida com multa, e quando
se tratava de estupro, era prisão em flagrante ou preventiva. A importunação sexual é considerada crime
comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, seja do mesmo gênero ou não. O infrator pode ser
punido com prisão de um a cinco anos.

A Lei também tornou crime a divulgação de cena de estupro, sexo, nudez ou pornografia, sem permissão da
vítima, por qualquer meio, inclusive de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática, quer
por fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual. A pena vai de um a cinco anos de reclusão, podendo ser
agravada se o agressor tiver relação afetiva com a vítima. Podem responder pelo crime, quem produz o
material divulgado, como qualquer pessoa que compartilhar o conteúdo, até mesmo em redes sociais.

Machismo e sociedade patriarcal

Uma das raízes da tolerância a violência contra a mulher está no ordenamento patriarcal da sociedade – a
organização da família em torno da figura do homem e da autoridade masculina. O homem é considerado o
chefe da família e à esposa cabe “se dar ao respeito” e se comportar segundo o papel que foi determinado
a ela – o de dona de casa, esposa e mãe. Para validar essa autoridade e corrigir comportamentos femininos
que transgridem o esperado, o uso da violência – física ou psicológica – é uma possibilidade sempre sugerida
ou exercida por esse chefe patriarcal. Essa visão da superioridade do homem sobre a mulher, por sua vez,
constitui a ideia central do pensamento machista, persistente em nossa sociedade.

A impunidade é outro fator que explica a persistência da violência de gênero no Brasil. De acordo com o
Mapa da Violência 2015 – Homicídios de Mulheres no Brasil, o índice de elucidação dos crimes de homicídio
seria apenas de 5% a 8%.

Enfrentamento da violência contra a mulher

O estudo Raio X do feminicídio preconiza ser possível evitar a morte se a mulher romper o silêncio e se o
Estado intervier a tempo. Segundo esse estudo, no estado de São Paulo, entre as mulheres que foram
atacadas, apenas 3% tinham medidas protetivas e das 124 mulheres que foram mortas, só cinco haviam
registrado boletim de ocorrência. Dessa forma, percebe-se que, quando a vítima e o Estado agem, é possível
evitar a morte.

Assim, é fundamental haja o encorajamento para que aquelas que já tenham sido vítimas de violência ou
estejam na iminência de sê-lo denunciem o agressor, de modo que o Estado possa tomar medidas
destinadas a evitar que a violência e as ameaças, permanentes ou eventuais, redundem em morte. Isso pode
acontecer por meio das Defensorias Públicas (algumas possuem núcleos próprios para isso), os Ministérios
Públicos estaduais, as Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, os Disque-Denúncia e até mesmo
pela polícia militar.

Por seu lado, o Estado pode auxiliar utilizando-se das medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da Penha,
que incluem, por exemplo, o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima, a fixação
de limite mínimo de distância de que o agressor fica proibido de ultrapassar em relação à vítima, etc.

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Outra ação é a manutenção, a ampliação e o aprimoramento das redes de apoio à mulher, previstos na Lei
Maria da Penha (Lei 11.340/2006), notadamente, provendo abrigamento em situação de violência,
propiciando segurança, alimentação e repouso para as mulheres e seus filhos, bem como assistência jurídica
e psicológica. Por vezes, a mulher não tem para onde ir e, nessa hora, ter um acolhimento é muito
importante. Em outros casos, as mulheres não estão preparadas naquele momento para registrar um
boletim de ocorrência. Então a existência da rede como um todo é fundamental para que ela seja acolhida e
orientada, se fortaleça e, principalmente, não fique só.

Assim, é fundamental que a mulher conte com esse suporte do Estado, especialmente no momento do
rompimento do relacionamento, principal motivo de morte de mulheres no contexto do feminicídio.

Um aspecto fundamental para o combate desse problema é o combate à impunidade, pois quando o Estado
não responsabiliza os autores de atos de violência e a sociedade tolera, expressa ou tacitamente, tal
violência, a impunidade não só estimula novos abusos, como também transmite a mensagem de que a
violência masculina contra a mulher é aceitável, ou normal.

3.4 Facilitação da posse e do porte de armas

Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República foi a facilitação da posse e
do porte de armas no Brasil. Para isso, editou três decretos no ano de 2019.

O direito à posse diz respeito a ter a arma em casa (ou no trabalho, no caso de proprietários). O direito ao
porte é a autorização para transportar a arma fora de casa.

A promessa do presidente está em sintonia com a chamada bancada da bala (parlamentares ligados a
questões de segurança pública), que o apoiou na disputa presidencial. O grupo é formado por ex-policiais,
delegados e deputados, muitos financiados por empresas de armas e munições.

Segundo estimativas da organização Small Arms Survey, existem hoje cerca de 17.510.000 armas nas mãos
de civis no território brasileiro, das quais mais de 9 milhões não possuem registro.

Posse e porte de arma

O porte pode ser entendido como um passo além do direito de posse. Desta forma, não há como tratar de
um conceito sem conhecer brevemente o outro.

• Posse de arma: possibilita comprar e registrar um armamento, que pode ser mantido em residência
ou local de trabalho do proprietário da arma (apenas se ele for responsável legal pelo estabelecimento). A
posse segue a lógica do direito de legítima defesa: a ideia é que o cidadão possa optar por ter uma arma em
casa para proteção.

• Porte de arma: o direito de porte oferece uma garantia a mais — ele dá aos seus proprietários
a possibilidade de andar armado nas ruas. Ou seja, com ele é possível transitar com a arma em ambientes
para além da residência ou local de trabalho do dono do armamento.

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No Brasil, a posse de arma é entendida como um direito adquirido por meio do recebimento do Certificado
de Registro de Arma de Fogo, emitido pela Polícia Federal. Segundo o Estatuto do Desarmamento, em seu
artigo 5º:

“O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,


autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependências dessas, ou, ainda, em local de trabalho, desde
que seja ele o titular ou responsável legal pelo estabelecimento ou empresa”

Na prática isso quer dizer que, uma vez com o certificado, a pessoa que o recebeu pode comprar uma arma
de fogo de uso permitido, mas só pode estar sob posse dela em casa ou em um local de trabalho do qual seja
o dono ou responsável legal. Ou seja, a arma deve permanecer o tempo todo dentro do estabelecimento.

É importante ressaltar que mesmo que alguém tenha conseguido o direito à posse de uma arma, essa
pessoa não pode sair de casa com ela, seja junto ao corpo, em veículo de transporte ou de qualquer outra
forma, sob pena de prisão de 2 a 4 anos. Para que possa fazer é necessária uma autorização de porte de
arma.

Decreto da posse de armas

Conforme o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) e o Decreto nº 5.123/2004, para possuir uma
arma de fogo, a pessoa interessada deve cumprir os seguintes requisitos:

• Ter, no mínimo, 25 anos;


• Não ter antecedentes criminais e não estar respondendo a processo criminal ou inquérito policial;
• Possuir ocupação lícita e residência certa;
• Comprovar preparo técnico e psicológico para o uso da arma;
• Declarar a “efetiva necessidade”, ou seja, explicar em documento as razões pelas quais necessitaria
da posse de arma de fogo, para que o Delegado da Polícia Federal pudesse analisá-las e decidir se são ou
não válidas.

No dia 15 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto nº 9.685, que alterou partes do Decreto
nº 5.123/2004, que regula o Estatuto do Desarmamento e integra a Política Nacional de Controle de Armas
de Fogo e Munições.

O principal ponto alterado é o detalhamento das hipóteses da “efetiva necessidade” de possuir arma em
casa, que são as que seguem:

• Ser agente público (ativo ou inativo) de categorias como: agentes de segurança, funcionário da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin), agentes penitenciários, funcionários do sistema socioeducativo e
trabalhadores de polícia administrativa;

• Ser militar (ativo ou inativo);

• Residir em área rural;

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• Residir em área urbana de estados com índices anuais de mais de dez homicídios por cem mil
habitantes, segundo dados de 2016 apresentados no Atlas da Violência 2018 (todos os estados e o Distrito
Federal se encaixam nesse critério);

• Ser dono ou responsável legal de estabelecimentos comerciais ou industriais;

• Ser colecionador, atirador e caçador, devidamente registrados no Comando do Exército.

Segundo essa definição, praticamente todo cidadão brasileiro – desde que cumpra com os demais requisitos
apresentados legais – fica apto a possuir uma arma. Cumpridos os requisitos, o cidadão poderá ter até quatro
armas, limite que pode ser ultrapassado em casos específicos.

Destaca-se que não tem direito à posse quem tiver vínculo comprovado com organizações criminosas; quem
mentir na declaração de efetiva necessidade e quem agir como 'pessoa interposta' de alguém que não
preenche os requisitos para ter posse.

O papel do Delegado da Polícia Federal no processo foi diminuído pois serão presumidas como verdadeiras
as informações da declaração de efetiva necessidade. Cumpridos os requisitos ele deverá conceder a posse
de arma de fogo.

Além disso, as pessoas que quiserem ter arma em casa precisarão comprovar a existência de cofre ou local
seguro para armazenamento, em casas nas quais morem crianças, adolescentes ou pessoa com deficiência
mental.

Por fim, o tempo de validade do Certificado Registro de Arma de Fogo também foi alterado, passando de 5
para 10 anos. O presidente ainda renovou automaticamente os registros emitidos antes do decreto. Isso
quer dizer que se alguém conseguiu um registro 5 anos atrás e teria que renová-lo em 2019, agora só
precisará renová-lo no ano de 2029.

Decretos de facilitação do porte de armas

O Decreto nº 9.785 de 08 de maio de 2019, facilitou o porte de armas no Brasil. Esse decreto teve vários dos
seus pontos criticados e a sua legalidade questionada. Com o objetivo de corrigir pontos que foram
questionados pela Justiça e por segmentos da sociedade, o governo federal editou, no dia 21 de maio de
2019, o Decreto nº 9.797.

Assim como a posse de armas, o porte de armas no Brasil é regulado pelo Estatuto do Desarmamento,
estabelecendo que para obter o direito de porte é preciso demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física, comprovar ser uma pessoa idônea,
ter 25 anos, comprovar capacidade técnica e psicológica para o uso de arma de fogo, não ter antecedentes
criminais nem estar respondendo a inquérito ou a processo criminal e ter residência certa e ocupação lícita.

O decreto de Bolsonaro descreveu quais seriam as atividades profissionais de risco que cumprem o
requisito da efetiva necessidade, conforme segue:

• Instrutor de tiro ou armeiro credenciado pela Polícia Federal;


• Colecionador ou caçador com Certificado de Registro de Arma de Fogo expedido pelo Comando do
Exército;

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• Agente público, "inclusive inativo", da área de segurança pública, da Agência Brasileira de Inteligência,
da administração penitenciária, do sistema socioeducativo, desde que lotado nas unidades de internação,
que exerça atividade com poder de polícia administrativa ou de correição em caráter permanente, ou que
pertença aos órgãos policiais das assembleias legislativas dos Estados e da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
• Detentor de mandato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, quando no exercício do mandato;
• Advogado;
• Oficial de justiça;
• Dono de estabelecimento que comercialize armas de fogo ou de escolas de tiro ou dirigente de clubes
de tiro;
• empregado de estabelecimentos que comercializem armas de fogo, de escolas de tiro e de clubes de
tiro que sejam responsáveis pela guarda do arsenal armazenado nesses locais;
• Residente em área rural;
• Profissional da imprensa que atue na cobertura policial;
• Conselheiro tutelar;
• Agente de trânsito;
• Motoristas de empresas e transportadores autônomos de cargas;
• Proprietários ou empregado de empresas de segurança privada e de transporte de valores.
• Guarda portuário;
• Integrante de órgão do Poder Judiciário que esteja efetivamente no exercício de funções de segurança;
e
• Integrante de órgão dos Ministérios Públicos da União, dos Estados ou do Distrito Federal e Territórios
que esteja efetivamente no exercício de funções de segurança.

Revogação dos decretos

Os decretos sobre a posse e o porte de armas de fogo geraram enorme polêmica e muitas contestações na
política e na sociedade. Em junho de 2019, o Plenário da Comissão de Constituição e Justiça do Senado
chegou a aprovar parecer que pedia a suspensão dos decretos.

Além disso, estava previsto a análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de um pedido para anular os
decretos.

Diante da concreta possibilidade de anulação dos decretos pelo legislativo e STF, o presidente Jair Bolsonaro
revogou-os. No lugar, o presidente editou três novos decretos restituindo a regulamentação anterior e
enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre o mesmo tema.

Pessoal, agora é aguardar a decisão do Poder Legislativo. Contamos todos os fatos, por que pode vir alguma
questão sobre o tema com maior detalhamento.

Críticas aos decretos

Alguns dos principais argumentos contrários são:

• É função do Estado e suas forças policiais, e não do cidadão comum, lidar com a segurança e a
criminalidade. A presença de armas de fogo em casa não elimina o fator surpresa de um crime e pode

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contribuir para torná-lo mais violento, não sendo a melhor solução. Cabe ao Estado melhorar sua eficiência
em segurança ao invés de “terceirizá-la” ao cidadão.

• O período em que a posse de arma foi liberada no Brasil, sobretudo após o aumento dos déficits em
segurança pública na década de 1980, foi marcado por crescentes índices de homicídio. Segundo estudo do
Ipea, o aumento de 1% em armas de fogo eleva em até 2% a taxa de homicídio.

• O Referendo de 2005 (no qual a maior parte da população foi favorável) diz respeito ao comércio, e
não à posse de arma. O comércio se manteve em funcionamento, atendendo ao referendo.

• O critério do direito a posse para os residentes em área urbana de estados com índices anuais de mais
de dez homicídios por cem mil habitantes tendo por base o ano de 2016 é preenchido por todos os estados
e o DF. Um critério estabelecido para abranger todos, deixa de ser um critério.

• O aumento no número de armas em circulação resultará em aumento de violência tanto por conta do
estímulo a soluções violentas quanto pelo mercado informal de armas, que incentivará ao roubo.

• Quem se defende também morre. Estudo do Instituto Sou da Paz mostra que 70% das pessoas que são
assaltadas quando estão armadas tomam tiro.

• Temor de que o cidadão possa perder a cabeça em situações banais como brigas entre vizinhos,
familiares, no bar ou no trânsito. Receio de aumento de crimes por ódio e intolerância.

• A facilitação da posse de armas pode levar ao aumento dos casos de feminicídios no Brasil. Isso porque
existe uma estreita relação entre a presença de armas em residências e mortes de mulheres no Brasil. A
maioria destes crimes ocorre dentro de casa. Em 2016, 60% das violências contra mulheres praticadas com
armas de fogo terminaram em morte.

• O Estatuto de Desarmamento reduziu o ritmo de crescimento do número de homicídios que, de outra


forma, poderiam estar em volume muito superior. De um crescimento médio de 2,22% ao ano anterior ao
Estatuto, passou a 0,29% ao ano depois de 2004.

• O Brasil lidera o ranking de mortes por armas de fogo no mundo.

• A extensão do prazo para renovação poderá favorecer pessoas que tenham algum tipo de
impedimento em uma eventual renovação mais próxima. Na prática, a mudança favorece os proprietários
de armas que poderiam ter a renovação do registro negada porque, no momento do pedido, respondem a
inquérito ou processo criminal ou têm condenação na Justiça.

Quais os argumentos de quem defende liberar as armas?

Alguns dos principais argumentos dos apoiadores são:

• Essa é uma proposta que foi legitimada via eleição democrática, uma vez que era clara pauta de
campanha do presidente eleito.

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• A posse de arma corresponde ao exercício do direito de legítima defesa do cidadão, que deve ter os
meios adequados de exercê-lo e proteger a si e a seu patrimônio.

• O problema da violência não é a arma de fogo, mas a pessoa que a empunha. Só receberão arma
aqueles que comprovarem aptidão técnica e psicológica e o descumprimento de regulamentações levará às
devidas punições legais.

• A medida vai ao encontro do referendo realizado em 2005, no qual 63% da população votou pelo
comércio de armas.

• O Decreto nº 9.685/2019 estabeleceu critérios objetivos para o elemento da “efetiva necessidade”,


antes subjetivo demais e dependente do Delegado da Polícia Federal, o que estimulava casos de corrupção
e troca de favores, favorecendo o cidadão em sua escolha.

• O acesso mais facilitado ao armamento servirá de desestímulo aos criminosos, que “pensarão duas
vezes” antes de cometer um crime, equiparando em força o “cidadão de bem” e, assim, diminuindo os
índices de violência.

• O Estatuto do Desarmamento não cumpriu sua função, não reduzindo significativamente os índices
de homicídio. Apenas um dos lados entregou as armas. O Brasil tem batido recordes de homicídio ano a ano.
Só em 2017 foram mais de 63 mil.

• Os acidentes com armas de fogo envolvendo crianças são baixos, equiparáveis a acidentes
domésticos.

A população quer mais armas?

A maior parte da população não defende o direito a se armar. Na mais recente pesquisa Datafolha sobre o
assunto, feita em dezembro, 61% dos entrevistados disseram que a posse deve "ser proibida, pois representa
ameaça à vida de outras pessoas".

Há diferenças nas opiniões de acordo com o sexo, renda e escolaridade da pessoa entrevistada. Mulheres
são mais contrárias à liberação do que os homens. Quanto mais alta a renda, maior é a proporção de pessoas
que defendem a posse. Além disso, pessoas com ensino superior são mais favoráveis do que aquelas com
ensino fundamental.

Também há diferenças regionais. A região Sul é a mais favorável e a Nordeste, a menos. Há mais pessoas no
interior que concordam com a frase "possuir uma arma deveria ser um direito" do que em capitais.

A proporção da população que se diz contra a liberação de armas já foi maior - de 68% em 2013, quando a
questão foi aplicada pela primeira vez pelo Datafolha -, mas também já foi menor - 55% em outubro passado.

O que dizem as pesquisas sobre armas

Iniciativas que facilitam o acesso a armas com o pressuposto de que poderiam diminuir a violência são, em
sua maioria, criticadas por pesquisadores do campo da segurança pública, internacionalmente. A maioria das

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pesquisas indicam que a flexibilização no porte de armas aumenta o número de homicídios e apresentam
maior risco às crianças.

No geral, a maior parte dos estudos recentes sobre o tema vai contra a afirmação de que uma maior
quantidade de armas em circulação ajuda a conter a criminalidade. Em 2017, o doutorando em economia
Thomas Conti revisou a literatura publicada sobre o tema em um período de cinco anos e traduziu os resumos
de 61 pesquisas publicadas entre 2013 e outubro de 2017.

Segundo o levantamento, 90% das revisões de literatura são contrárias à tese “mais armas, menos crimes”.
Das 10 revisões ou meta-análises publicadas em periódicos com revisão por pares entre 2012 e 2017, nove
concluíram que a literatura empírica disponível é amplamente favorável à conclusão de que a quantidade de
armas gera efeitos sobre os homicídios, a violência letal e alguns outros tipos de crime. Inclusive, segundo
ele, o melhor estudo internacional, "mais metodologicamente rigoroso", é 100% contrário à tese.

Quando se trata do Brasil, as pesquisas nacionais corroboram amplamente a hipótese de que o crescimento
do número de armas está associado com aumento de crimes e/ou de violência.

Especificamente sobre o caso brasileiro e o Estatuto do Desarmamento, em 2007, um estudo do Ministério


da Saúde mostrou que, de 2003 a 2006, depois da sanção da lei, a cada semestre foi observada uma redução
significativa no número de mortos por arma de fogo.

Houve uma queda de 4.677 óbitos entre 2003 e 2006, ou seja, 12%, considerando números absolutos. O
risco de mortalidade por arma de fogo era de 22 por 100 mil habitantes em 2003, e caiu para 18% em 2006,
passando para uma proporção de 18/100 mil.

O economista e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Daniel Cerqueira é o autor
dos principais estudos que avaliam o impacto das restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento nas
mortes por arma de fogo no Brasil. Em 2015, ele afirmou que o estatuto rompeu com a escalada dos
homicídios desde 1980 — de 1995 a 2003, a taxa de homicídio cresceu 21,4%, enquanto de 2003 a 2012
evoluiu 0,3%.

Segundo sua análise, nos três estados com maior diminuição dos homicídios nos anos 2000 (SP, RJ e PE),
houve também maior redução na difusão de armas de fogo. Já nos três estados com maior elevação das
taxas de homicídios (PA, MA e BA), não houve diminuição da difusão de armas de fogo.

Apesar da baixa quantidade de pesquisas que afirmam que a flexibilização no porte de armas diminuiu a
violência, existem argumentos favoráveis a esse ponto. Por exemplo, existem países onde a violência é
baixíssima, e a população possui um número elevado de armas. Alemanha, Suécia e Áustria têm mais 30
armas de fogo por cem habitantes – e taxas baixíssimas de homicídio. Honduras, o país mais violento do
mundo, tem proporcionalmente muito menos armas (seis a cada cem habitantes). O Japão, por outro lado,
baniu armas de fogo, e também possui uma taxa de homicídios baixíssima.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (IBADE/IDAF-AC/2020 – ENGENHEIRO AGRÔNOMO) O Brasil confirmou 3.339 novos casos de


sarampo no país desde junho, quando um novo surto da doença teve início. De acordo com o boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado nesta sexta-feira (13 de setembro), dezesseis estados
registram surto ativo da doença.

(G1, 13/09/2019. Disponível em: https://glo.bo/3bmFLq4. Adaptado)

Sobre o Sarampo no Brasil é correto afirmar que:

(A) a maioria dos casos confirmados foi em São Paulo (97,5%).

(B) o governo conseguiu interromper a transmissão do vírus do sarampo na região sudeste.

(C) em todo o país a vacinação contra sarampo na rede pública só ocorre até os 19 anos.

(D) apesar deste recente surto, o Brasil manteve o certificado de eliminação da doença concedido pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

(E) nas últimas duas décadas o país registrou dezenas de mortes por causa do sarampo.

COMENTÁRIOS:

a) Correto. A maioria dos casos confirmados foi em São Paulo (97,5%).

b) Incorreto. A análise dos casos ao longo dos últimos meses anteriores à notícia em questão mostrou que o
governo não conseguiu interromper a transmissão do vírus na região Sudeste, pois o número de casos seguiu
aumentando. Novos casos, importados de Israel, Malta e Noruega, iniciaram uma nova cadeia de
transmissão dentro do país. Os casos vieram a cair drasticamente em período posterior, mas não foram
totalmente interrompidos.

c) Incorreto. A vacinação contra o sarampo na rede pública ocorre até os 49 anos.

d) Incorreto. O Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença concedido pela Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) em fevereiro de 2019, após registrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto
aconteceu principalmente nos estados de Amazonas e Roraima.

e) Incorreto. Desde 1999, o país não registrava mortes pela doença, o que voltou a ocorrer em 2018.

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Gabarito: A

(QUADRIX/CRN 9/2019 – AUXILIAR OPERACIONAL) No dia 28 de agosto de 2019, o Ministério da Saúde


anunciou 2.331 casos confirmados de sarampo no País entre 2 de junho e 24 de agosto. No mesmo período,
foram notificados 14.480 casos suspeitos. Destes, 2.331 (16%) foram confirmados, 10.855 (75%) estão em
investigação e 1.294 (9%) foram descartados.

Internet: <https://veja.abril.com.br> (com adaptações).

Acerca do assunto abordado no texto acima e de temas correlatos, julgue os itens.

2. Até o momento, em 2019, não foram relatadas mortes no País devido ao sarampo.

COMENTÁRIOS:

O Brasil registrou 15 mortes por sarampo em 2019. Destas, 14 foram em São Paulo, e uma em Pernambuco.

Gabarito: Errado

3. Minas Gerais tornou‐se, em 2019, o estado com o maior número de casos confirmados de sarampo
no País.

COMENTÁRIOS:

São Paulo foi o estado com o maior número de casos confirmados de sarampo no Brasil em 2019, com 88,4%
dos 18.203 casos.

Gabarito: Errado

4. Até mesmo regiões desenvolvidas do planeta, como a Europa, têm convivido com casos de sarampo.

COMENTÁRIOS:

Vários países desenvolvidos no mundo, inclusive na Europa, têm registrado casos de sarampo. Os casos de
sarampo notificados nos primeiros seis meses de 2019 foram os mais elevados desde 2006. O principal
motivo para isso é a baixa cobertura vacinal, que ocorre devido aos indivíduos não se lembrarem de se
vacinar, ou optarem por não se vacinar.

Gabarito: Certo

5. Pessoas que já tiveram sarampo no passado precisam também se vacinar, sob o risco de contraírem
novamente a doença.

COMENTÁRIOS:

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Pessoas que já tiveram sarampo não precisam se vacinar novamente, pois já possuem os anticorpos para
combater a doença.

Gabarito: Errado

6. Tendo relação direta com as condições sanitárias em que vive a população, o sarampo é transmitido
por bactérias que contaminam água e alimentos.

COMENTÁRIOS:

O sarampo é causado por um vírus. Não é transmitido por água e alimentos contaminados. É transmitido por
via aérea por meio da tosse, espirros, contato com a saliva ou secreções nasais de uma pessoa infectada.
Não há relação do sarampo com as condições sanitárias em que vive uma população.

Gabarito: Errado

7. (VUNESP/ESEF-SP/2019 – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) Uma rebelião no Centro de


Recuperação Regional de Altamira, no Sudoeste do Pará, deixou ao menos 52 mortos na manhã desta
segunda-feira (29.07.2019).

(O Globo. Disponível em https://glo.bo/2oHlet6. Acesso em 17.10.2019. Adaptado)

Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a rebelião foi motivada por

(A) baixa qualidade da comida oferecida.

(B) maus-tratos praticados pelos agentes penitenciários.

(C) uma briga entre organizações de criminosos.

(D) impedimentos de visitas íntimas aos aprisionados.

(E) se tornar obrigatória a revista dos visitantes aos presos.

COMENTÁRIOS:

Rebeliões em presídios brasileiros não são nenhuma novidade e, geralmente, são motivadas por disputas
entre organizações criminosas. A rebelião ocorrida no presídio de Altamira, no Pará, no mês de julho de
2019, foi mais um dos capítulos da guerra entre facções criminosas.

Gabarito: C

8. (FUNDEP/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/2019 – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO) O


sarampo voltou a assombrar o Brasil no último ano. Em 2018, mais de 10 mil casos foram confirmados no
país e, neste ano, os números não param de crescer. O estado de São Paulo, por exemplo, registrou um

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aumento de 303% (de 51 para 206) nos casos da doença entre junho e julho, de acordo com boletim
divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde.

[...]

Embora o sarampo seja conhecido como uma doença infantil, segundo o boletim da Secretaria, os jovens e
adultos representam 47% dos casos atuais em São Paulo. A explicação para o novo foco da doença ser essa
faixa etária está justamente no histórico da condição no país.

Disponível em: <https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2019/07/11/por-que-agora-a-vacina-do-


sarampo-edirecionada-a-jovens-de-15-a-29-anos.htm>. Acesso em: 18 jul. 2019.

O estado de São Paulo tem intensificado o movimento de vacinação contra o sarampo de sua população,
priorizando o grupo formado por jovens e adultos entre 15 e 29 anos de idade. Essa faixa etária tem sido
priorizada porque,

A) nela, estão os maiores usuários de redes sociais, sendo, por isso, afetados pelo movimento antivacinação
e receptivos a ele, deixando de ser vacinados quando crianças.

B) no momento em que esse grupo priorizado nasceu, o Brasil foi certificado pela OPAS pela erradicação do
sarampo, o que levou os pais a não vacinarem seus filhos.

C) quando esse grupo era criança, a vacina era aplicada em apenas uma dose e a segunda, que protege contra
o sarampo, começou a ser aplicada a partir do ano 2000.

D) sendo essa doença altamente contagiosa, pessoas entre 15 e 29 anos de idade devem ser priorizadas na
vacinação, uma vez que é nessa faixa que predominam grandes eventos sociais.

COMENTÁRIOS:

A razão pela qual as pessoas entre 15 e 29 anos de idade estão sendo priorizadas na vacinação do sarampo
é devido ao fato de, quando esse grupo era criança, a vacina era aplicada em apenas uma dose. Somente a
partir do ano 2000 o Ministério da Saúde estabeleceu uma segunda dose da vacina contra o sarampo e a
tornou parte do Calendário Nacional de Vacinação.

Essa segunda dose aumenta significativamente as chances de proteção ao sarampo, chegando em torno de
97% de proteção. Muitas pessoas que hoje têm entre 15 a 29 anos deixaram de tomar a segunda dose, por
desconhecimento, ou por julgarem não ser necessário, haja vista que, na década de 2000, o Brasil registrou
poucos casos de sarampo devido à boa cobertura vacinal do país feita na década de 90.

Atualmente, a vacinação do sarampo ocorre em duas doses. A primeira dose é feita em crianças que
completarem 1 ano. A segunda dose é aplicada aos 15 meses de idade, sendo essa a última dose por toda a
vida.

Vejamos o erro das demais alternativas:

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a) Incorreto. O movimento antivacinação no Brasil e no mundo é um fenômeno bastante recente, tendo se


difundido e virado um assunto de maior amplitude por volta dos últimos dez anos. Nas décadas de 90 e 2000,
era um movimento muito pouco conhecido ainda. Sendo assim, as pessoas que hoje estão na faixa dos 15 a
29 anos, quando eram crianças, não deixariam de terem sido vacinadas por causa desse movimento. Além
disso, naquelas décadas, a internet não tinha todo o desenvolvimento e amplitude que possui atualmente,
era bem menos difundida. As redes sociais também não tinham todo o alcance que possuem na atualidade.

b) Incorreto. O Brasil foi certificado pela OPAS pela erradicação do sarampo no ano de 2016. Os recentes
surtos de sarampo no país fizeram com que o Brasil perdesse essa certificação em 2019.

d) Incorreto. O sarampo só é uma doença altamente contagiosa em pessoas que não estão vacinadas. Em
pessoas vacinadas, as chances de contágio são muito baixas.

Gabarito: C

9. (VUNESP/PREFEITURA DE GUARATINGUETÁ-SP/2019 – ESCRITURÁRIO) Um estudo de pesquisadores


da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado nesta quinta-feira (05.09.2019) na Nature
Communication – um dos principais veículos de divulgação científica do mundo – indica que o vírus da zika
é responsável por outras moléstias, além da microcefalia.

(G1. Disponível em https://glo.bo/2m2xQt7. Acesso em 06.09.2019. Adaptado)

Segundo os pesquisadores,

(A) nos adultos, ele pode causar dificuldades motoras e confusão mental.

(B) o vírus pode causar degeneração nos cérebros já formados.

(C) foram observadas deformações em cérebros de camundongos adultos.

(D) o vírus ataca principalmente os neurônios e causa danos irreversíveis à fala.

(E) nenhuma droga conhecida consegue impedir o ataque do vírus ao cérebro.

COMENTÁRIOS:

a) Correto. As descobertas da pesquisa mostraram que o zika vírus pode causar complicações neurológicas
em adultos também. Em algumas situações, o vírus gerou desde confusão mental até dificuldade motora.
Antes, acreditava-se que a doença afetava somente as células progenitoras ou neurônios ainda imaturos,
como no cérebro dos fetos.

b) Incorreto. O zika vírus não causa degeneração nos cérebros já formados. O vírus afeta o cérebro dos fetos
quando grávidas são infectadas, causando a microcefalia. A pesquisa em questão no enunciado mostrou que
o vírus afeta também cérebros já formados, atacando os neurônios e causando alterações que levam a
perdas de controle e de memória. Entretanto, não caracteriza uma degeneração, pois o cérebro já está
formado.

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c) Incorreto. Não foram observadas deformações em cérebros de camundongos adultos, assim como não
foram observadas deformações em cérebros de humanos adultos.

d) Incorreto. Em cérebros formados, o vírus ataca principalmente os neurônios, mas não foram registrados
danos irreversíveis à fala. Os danos registrados foram desde confusão mental até dificuldade motora.

e) Incorreto. Uma das descobertas do estudo é que um medicamento anti-inflamatório, hoje usado para o
tratamento da artrite reumatoide, cujo nome genérico é infliximab, pode reduzir os prejuízos neurológicos
causados pelo vírus.

Gabarito: A

(QUADRIX/CRB-6/2019 – BIBLIOTECARIO FISCAL) O sistema penitenciário brasileiro teve, no dia 29 de julho


de 2019, um dos seus dias mais assustadoramente sangrentos: 58 presos morreram durante uma rebelião
no Pará.

Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).

A respeito do evento em questão e de temas correlatos, julgue os itens.

10. O massacre ocorreu em Altamira, que, mesmo antes do ocorrido, já era considerada como uma das
cidades mais violentas do Brasil.

COMENTÁRIOS:

O enunciado retrata a rebelião ocorrida no presídio de Altamira, no Pará. Uma briga entre organizações
criminosas provocou a rebelião. Segundo o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2019), em 2018, o
Pará figurou como o quarto estado mais violento do Brasil, com uma taxa de 54,6 mortes violentas
intencionais para cada 100 mil habitantes. No ano de 2017, o município de Altamira foi classificado pelo Atlas
da Violência como a cidade mais violenta do Brasil, quando registrou a maior taxa de mortes violentas
intencionais por 100 mil habitantes

A rebelião em Altamira foi mais um capítulo da guerra entre facções, motivado sobretudo pelo controle do
lucrativo mercado de drogas, sendo a região Norte uma das principais portas de entrada de narcóticos no
Brasil.

Gabarito: Certo

11. Além dos mortos na rebelião, mais quatro detentos morreram no interior de um caminhão‐cela,
durante sua transferência para outra unidade prisional.

COMENTÁRIOS:

Além dos mortos na rebelião, quatro presos envolvidos no conflito foram mortos dentro do caminhão que
os transportava para Belém, pois estavam sendo transferidos para outra unidade prisional.

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Gabarito: Certo

12. Mais de duas dezenas de vítimas do massacre eram presos provisórios, que ainda aguardavam
julgamento.

COMENTÁRIOS:

Vinte e seis dos 62 detentos mortos neste massacre de Altamira eram presos provisórios, que ainda
aguardavam julgamento.

Gabarito: Certo

13. Situada perto da usina hidrelétrica de Belo Monte, Altamira beneficiou‐se daquela obra, não
havendo, para os especialistas, relação entre a hidrelétrica e a violência na região.

COMENTÁRIOS:

A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte possui relação com a violência da região, pois causou uma
explosão populacional no município: Altamira viu sua população saltar de pouco mais de 77 mil habitantes
no ano 2000 para 109.938 habitantes, segundo a estimativa realizada pelo IBGE em 2016.

Segundo pesquisadores, este crescimento rápido e desordenado impulsionou a violência. Outros fatores
apontados para os altos índices de violência são a desigualdade de renda e o baixo investimento em
segurança pública.

Gabarito: Errado

14. (VUNESP/OLIMPIA PREV/2019) No dia 07 de maio de 2019, o Presidente da República assinou o


Decreto no 9.785, que dispõe sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização
de armas de fogo e munição.

(bit.ly/2JB6t3L. Adaptado)

Segundo esse Decreto,

(A) o interessado em adquirir arma de fogo deverá ser submetido a avaliações físicas, de acordo com
prazos fixados pela Polícia Federal.

(B) os colecionadores poderão adquirir até trinta armas de uso permitido de cada modelo.

(C) a comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e insumos para recarga só poderá ser
feita por estabelecimento credenciado pela Secretaria da Segurança do Estado.

(D) para adquirir arma de fogo de uso permitido e para a emissão do Certificado de Registro de Arma de
Fogo, o interessado deverá ter, no mínimo, 25 anos de idade.

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(E) os militares reformados, que conservarem o porte de arma, serão submetidos a testes de avaliação
psicológica anualmente.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreto. Não há no decreto a necessidade de se submeter a avaliações físicas.

b) Incorreto. O decreto prevê que os colecionadores poderão adquirir até cinco armas de cada modelo.

c) Incorreto. A comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e de insumos para recarga só


poderá ser feita por estabelecimento credenciado no Sistema Nacional de Armas (SINARM II), no âmbito da
Policia Federal.

d) Correto. Segundo o Decreto, um dos requisitos para adquirir uma arma de fogo e ter a sua posse é de ter,
no mínimo, 25 anos de idade.

e) Incorreto. Segundo o Decreto, os militares reformados deverão ser submetidos, a cada dez anos, a um
teste de aptidão psicológica para conservar o porte da arma de fogo.

Gabarito: D

15. (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA/2019) Segundo dados publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), em março de 2019, a população ocupada de homens e mulheres entre 25 a 49
anos totalizava 56,4 milhões de pessoas no Brasil em 2018. Esse contingente era composto por 54,7% de
homens e 45,3% de mulheres.

(Agência Brasil – EBC – https://bit.ly/2EX9rvV – Acesso em 30.04.19. Adaptado)

Um dos destaques da publicação refere-se ao fato de

(A) o trabalho formal ocupar cerca de 70% da população ativa do país.

(B) as atividades do setor secundário terem se expandido no decorrer do ano de 2018.

(C) o trabalhador no setor agropecuário ter carga horária média de 36 horas.

(D) o rendimento médio das mulheres equivaler a cerca de 80% do recebido pelos homens.

(E) o trabalho no setor de serviços ter conseguido voltar ao nível anterior à crise.

COMENTÁRIOS:

A publicação a que o enunciado se refere é o estudo “Diferença do rendimento do trabalho de mulheres e


homens nos grupos ocupacionais - Pnad Contínua 2018”, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou no mês de março de 2019.

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Sabendo apenas qual era o estudo, já era possível resolver a questão. Um estudo denominado Diferença do
rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais” não estaria tratando sobre
trabalho formal, atividades do setor secundário, setor agropecuário ou setor de serviços.

Um dos destaques da publicação refere-se ao fato de o rendimento médio das mulheres equivaler a cerca
de 80% do recebido pelos homens.

Em 2018, as mulheres representavam 45,3% da força de trabalho, ganhavam 79.5% do total do salário pago
ao homem e tinham uma jornada semanal de trabalho menor em 4,8 horas, sem considerar o tempo
dedicado a afazeres domésticos e a cuidados de pessoas.

No mesmo ano, o rendimento médio total das mulheres ocupadas com idade entre 25 e 49 anos era de R$
2.050,00 enquanto o dos homens chegava a R$ 2.579,00 nesse mesmo grupo etário.

O valor médio da hora trabalhada era de R$ 13,00 para as mulheres, correspondendo a 91,5% da hora
trabalhada para os homens, que chegava a R$ 14,20.

Gabarito: D

16. (CEBRASPE/PGE-PE/2019 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A história do território brasileiro é, a um só


tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um ponto de
vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam
sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram
explicar as diversidades regionais.

Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23
(com adaptações).

Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que se segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.

Segundo órgão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking
mundial de feminicídio, termo que foi criado para designar o assassinato de mulheres e meninas por
questões de gênero e que, embora se refira a ato individual, é encarado como uma manifestação de
desarranjo social, uma vez que se associa a menosprezo ou a discriminação à condição feminina.

COMENTÁRIOS:

A questão traz a definição correta de feminicídio. O Brasil apresenta a quinta maior taxa de mortes violentas
intencionais de mulheres do mundo: 4,8 para 100 mil mulheres, segundo dados de 2015 da Organizações
Mundial de Saúde (OMS).

Gabarito: Certo

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17. (CEBRASPE/PGE PE/2019 – ASSISTENTE DE PROCURADORIA) Dados atuais acerca da segurança


pública no Brasil mostram quantitativo de mortes violentas intencionais por ano similar à média de mortes
anuais na guerra na Síria.

COMENTÁRIOS:

No auge da guerra civil da Síria, o número de mortes de pessoas em função do conflito chegou à média de
sessenta mil pessoas por ano. É um número similar ao número de mortes violentas intencionais no Brasil, os
homicídios.

Conforme o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2018, 63.880 pessoas foram assassinadas no
Brasil em 2017.

Gabarito: Certo

18. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Considere o texto abaixo sobre a


realidade social brasileira. Há 114 anos, durante o governo de Rodrigues Alves, acontecia em nosso país a
chamada Revolta da Vacina. Na época, o sanitarista Oswaldo Cruz enviou ao Congresso nacional um
projeto que tornava obrigatória a imunização, visando a erradicar uma doença que provocava epidemias
maléficas, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Estamos vivendo hoje nas redes sociais uma
crescente resistência aos movimentos de vacinação. Isto se deve sem dúvida, principalmente ao
desconhecimento de nossa história sanitária. Nos dias atuais, a mesma doença volta a ameaçar a
população brasileira, como sinalizam as mortes de macacos em áreas silvestres, indicando um novo surto.

LONDRES, L. A revolta da vacina. O Globo, Rio de Janeiro, 27 jul. 2018, Opinião. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/ opiniao/a-revolta-da-vacina-22921985>. Acesso em: 24 set. 2018. Adaptado.

A vacinação proposta por Oswaldo Cruz visava à erradicação de uma doença que volta, efetivamente, a
ameaçar a saúde da população brasileira nos dias atuais. Qual é essa doença?

(A) Sarampo

(B) Catapora

(C) Poliomielite

(D) Tuberculose

(E) Febre amarela

COMENTÁRIOS:

Oswaldo Cruz foi um célebre médico, cientista e sanitarista brasileiro. Ele dirigiu uma campanha de
erradicação da febre amarela em Belém do Pará e as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola
no Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz convenceu o então presidente, Rodrigues Alves, a decretar a vacinação

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obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra os que consideram
uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, episódio que ficou conhecido como Revolta da Vacina.

No final de 2016, 2017 e início de 2018, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela silvestre,
posteriormente controlado.

Gabarito: E

19. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO/2018 – VÁRIOS CARGOS) Diante do risco da volta de doenças


contagiosas graves consideradas erradicadas no Brasil, o Ministério da Saúde decidiu mudar a estratégia
de imunização. Vai retomar procedimento bem-sucedido nas décadas de 1980 e 1990: as campanhas
específicas. Este ano, em vez da já tradicional campanha de multivacinação, o Brasil terá uma ação mais
focada. O investimento do ministério nas campanhas deste ano já passa dos R$ 30 milhões. “As baixas
coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de 5 anos, acenderam uma luz vermelha no
País”, informou o ministério.

(Istoé, 13 jul. 18. Adaptado)

Entre as doenças antes consideradas erradicadas e que atualmente preocupam o Ministério da Saúde, é
correto identificar

(A) a pneumonia.

(B) o sarampo.

(C) a microcefalia.

(D) a dengue.

(E) a tuberculose.

COMENTÁRIOS:

A doença, que estava considerada como erradicada no país e voltou a contagiar parte da população, é o
sarampo. Quando esta prova foi aplicada, ocorria um surto da doença nos estados de Roraima e Amazonas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o surto esteve relacionado à importação de casos, ou seja, de
refugiados venezuelanos que entraram no Brasil com o vírus e o transmitiram para brasileiros. No entanto,
apesar de o vírus ter sido trazido pelos venezuelanos, a doença poderia ser prevenida se a taxa de cobertura
vacinal estivesse acima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, já que o Brasil dispõe de imunizantes
disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

A dengue não foi considerada erradicada. A microcefalia também não foi considerada erradicada, assim
como a tuberculose. Apesar das diversas campanhas de prevenção, de vacinação e de toda a informação
disponível, essas doenças, infelizmente, ainda fazem vítimas todos os anos no país.

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A pneumonia pode ser considerada uma doença mais "comum". Não é tão grave quanto as outras, sendo a
sua ocorrência normal nos períodos mais frios.

Gabarito: B

(CEBRASPE/PM AL/2018 – SOLDADO) A falta de segurança custa mais de R$ 365 bilhões por ano ao Brasil.
O valor equivale a 5,5% do produto interno bruto (PIB), calculado com base em dados oficiais de 2012 a
2016. Se dividida pela população, a conta seria de R$ 1,8 mil para cada brasileiro ao ano. As despesas
públicas anuais com segurança e sistema prisional somaram R$ 101 bilhões, e os custos privados, R$ 264
bilhões. A violência, porém, avançou.

O Globo, 1.º/7/2018, capa (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial e considerando a amplitude do tema por
ele focalizado, julgue os itens seguintes.

20. Além de atingir física e emocionalmente as pessoas, a violência também causa graves prejuízos
materiais ao país.

COMENTÁRIOS:

Segundo o economista Daniel Cerqueira, do IPEA, o Brasil perde algo em torno de 6% do PIB a cada ano em
face do crime e da violência letal. São custos que estão relacionados às despesas de manutenção do aparato
de segurança pública, do sistema prisional e de cumprimento de medidas socioeducativas, em serviços de
segurança particular e privada, em seguros contra furtos e roubos e no sistema de saúde, com o atendimento
de vítimas da violência.

A violência afeta também as atividades econômicas, a exemplo de atividades comerciais suspensas ou


seriamente prejudicadas pela redução do consumo e pela diminuição da venda de produtos de maior valor,
devido ao medo dos consumidores de serem roubados. Outro setor que sofre as consequências dos elevados
índices de violência é o turismo. Algumas cidades brasileiras deixam de arrecadar milhões em função da
criminalidade.

Sem dúvida, para além dos custos econômicos, a maior de todas as perdas é a de vidas humanas. Mas,
mesmo nesse aspecto, há um custo econômico, uma vez que o Estado e as famílias investiram recursos
nessas vidas em saúde, educação, lazer, alimentação etc.

Como a maior parte das vítimas de homicídios é de pessoas jovens, há, ainda, uma grandiosa perda futura
de geração de riqueza para o Estado e a sociedade. São pessoas que poderiam viver por muitas décadas,
produzindo, consumindo e pagando impostos que reverteriam em benefício da sociedade.

Gabarito: Certo

21. Segundo o texto, o gasto da iniciativa privada com segurança foi mais que o dobro do gasto do Estado
com segurança e sistema prisional.

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COMENTÁRIOS:

Questão de interpretação de texto e de matemática básica em Atualidades. Rsrsrs. Gasto da iniciativa privada
com segurança: 264 bilhões. Gasto do Estado com segurança e sistema prisional: 101 bilhões. O dobro é 202
bilhões, ou seja, o gasto da iniciativa privada foi mais que o dobro do gasto do Estado com segurança e
sistema prisional.

Gabarito: Certo

22. Na atualidade, os índices elevados de violência estão restritos às capitais dos estados brasileiros e
aos grandes centros urbanos, não atingindo diretamente regiões interioranas.

COMENTÁRIOS:

Nos últimos anos, verifica-se, no Brasil, o aumento da violência em regiões interioranas. Os índices elevados
de violência não estão restritos somente às capitais dos estados brasileiros e aos grandes centros urbanos.
O crescimento econômico de cidades do interior, sem o adequado investimento em segurança pública e
infraestrutura, é considerado como uma das causas para isso. Outro motivo é o fato de que muitos pequenos
municípios são controlados pelo crime organizado por estarem em rota de tráfico de drogas e de
contrabando.

Gabarito: Errado

23. A ação de facções e grupos criminosos amplia consideravelmente os índices de violência e a sensação
de insegurança coletiva.

COMENTÁRIOS:

Parcela significativa dos crimes letais no Brasil está associada aos grupos criminosos que atuam,
principalmente, no mercado das drogas ilícitas. O elevado número de mortes, a explosão de caixas
eletrônicos de bancos, o roubo de cargas e os tiroteios decorrentes de disputa entre grupos criminosos são
exemplos de atividades criminosas que ampliam consideravelmente os índices de violência e a sensação de
insegurança coletiva.

Gabarito: Certo

24. É cada vez menor a atuação do crime organizado em escala global devido, principalmente, ao êxito
obtido pelos governos no combate ao tráfico de drogas ilícitas.

COMENTÁRIOS:

A globalização permitiu a ascensão do crime organizado em grande escala. Tornou possível a conexão e a
comunicação de organizações do crime organizado em países e continentes diferentes e muito distantes.
Dados de organizações internacionais indicam que o crime organizado global não diminuiu, vem mantendo
o seu tamanho e o valor econômico global das suas atividades criminosas. Os dados também indicam que o

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consumo de drogas não diminuiu no mundo. Ou seja, não há este êxito dos governos no combate ao tráfico
de drogas ilícitas.

Gabarito: Errado

25. (VUNESP/MP SP/2018 – ANALISTA JURÍDICO) De acordo com relatório do Ministério da Saúde, a taxa
de mortalidade infantil no Brasil subiu 4,8% entre 2015 e 2016, representando o primeiro aumento em 26
anos. A taxa estava caindo desde 1990, quando foram registradas 47,1 mortes para cada 1000 crianças
com menos de 1 ano. No entanto, em 2016 foram contabilizados 14 óbitos de crianças com até 1 ano a
cada 1000; em 2015 foram 13,3 mortes. O Ministério da Saúde explicou que o indicador foi afetado pelo(a)

(abr.ai/2JL9dXQ. Adaptado)

(A) aumento da taxa de desemprego, que reduziu a intenção da gestação diante das incertezas do
mercado laboral.

(B) redução na taxa de nascimento, ocasionada pelo adiamento da gestação diante da epidemia de zika
vírus.

(C) insucesso das campanhas de vacinação de sarampo junto às populações mais sujeitas à doença.

(D) epidemia causada pelo vírus H1N1 que afetou crianças das regiões Sul e Sudeste.

(E) fechamento de leitos de UTI neonatal em hospitais mantidos pelo poder público.

COMENTÁRIOS:

O Ministério da Saúde explicou que o indicador foi afetado pela redução de 5,3% na taxa de
nascimento ocasionada pelo adiamento da gestação diante da epidemia de zika que colocou o Brasil em uma
emergência sanitária entre novembro de 2015 e maio de 2017.

Além disso, muitos bebês morreram em decorrência de malformação causada pela infecção pelo vírus. Na
época, foram registrados 2.753 casos em todo o país. A Região Nordeste foi a mais afetada. Esses fatores
provocaram uma redução do denominador usado para o cálculo da taxa de mortalidade infantil.

Ainda segundo o relatório, o fator econômico também influenciou nos resultados: o país continua a se
recuperar da recessão que teve início em 2015. Muitas das mortes infantis foram causadas por doenças que
poderiam ter sido evitadas caso não tivesse ocorrido a perda de renda das famílias, estagnação de programas
sociais e cortes na saúde pública, que prejudicaram serviços de saúde, como a vacinação.

Gabarito: B

(QUADRIX/CFBio/2018 - AGENTE ADMINISTRATIVO) O processo de degradação do quadro sanitário


nacional é longo, lento, mas se mostra inexorável. O primeiro sintoma grave foi a volta do mosquito Aedes
aegypti, muito depois de Oswaldo Cruz, no início do século XX, ter lançado uma campanha para sua
erradicação e, por consequência, da febre amarela urbana. O mosquito trouxe de volta a dengue. Não se

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permite, impunemente, a ocupação desordenada das cidades e o falho saneamento básico. Da dengue
passou‐se para outras doenças, incluindo a zika. E agora surge uma enorme ameaça à população,
principalmente às crianças, com a redução da cobertura de vacinas em níveis perigosos.

O Globo, 26/6/2018, p. 12 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue os itens:

26. Acredita‐se que uma das razões para as centenas de casos de sarampo no Norte do Brasil, na
atualidade, deve‐se à entrada de venezuelanos sem imunização na região.

COMENTÁRIOS:

Quando esta prova foi aplicada, os estados de Roraima e Amazonas enfrentavam um surto de sarampo. De
acordo com o Ministério da Saúde, o vírus teria sido trazido por refugiados venezuelanos que entraram no
Brasil. Contudo, de acordo com especialistas e autoridades de saúde, o surto de sarampo poderia ter sido
evitado se as metas de vacinação do público alvo tivessem sido atingidas nos últimos anos. A cobertura
vacinal ficou abaixo da meta de 95% da população alvo. Se estivéssemos na meta, teríamos casos de sarampo
entre brasileiros, mas não um surto.

Gabarito: Certo

27. O texto sugere que a precariedade do saneamento básico favorece o surgimento de várias doenças
evitáveis.

COMENTÁRIOS:

O texto sugere isto, o que é uma verdade. A carência de serviços de água potável, coleta e tratamento de
esgoto, de coleta e destino final adequado de resíduos sólidos e de drenagem urbana cria um ambiente
propício ao desenvolvimento de doenças graves que poderiam ser evitadas. A maior parte das doenças
relacionadas à falta de saneamento básico se desenvolvem devido à água contaminada. Entre as doenças
frequentemente associadas à falta de saneamento básico, a diarreia é a mais registrada.

Gabarito: C

28. O Brasil não tem tradição de promover campanhas nacionais de vacinação em massa da população
para a erradicação de doenças como a paralisia infantil (poliomielite).

COMENTÁRIOS:

O Sistema Público Único de Saúde (SUS) promove regularmente diversas campanhas de vacinação em massa
da população para a prevenção e a erradicação de doenças. A vacina da paralisia infantil é uma delas, além
de muitas outras, como febre amarela, dengue e sarampo.

Gabarito: E

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29. A inexistência de um sistema público único de saúde impede que a maioria da população brasileira
possa ser atendida gratuitamente em hospitais e postos de saúde.

COMENTÁRIOS:

O Sistema Único de Saúde (SUS), público, oferece a possibilidade à população do atendimento gratuito em
hospitais e em postos de saúde.

Por meio do SUS, a população brasileira tem direito à saúde universal e gratuita, financiada com recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme rege o
artigo 195 da Constituição Federal.

Fazem parte do Sistema Único de Saúde os centros e postos de saúde, os hospitais públicos - incluindo os
universitários, os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), os serviços de Vigilância Sanitária,
Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e
científica, como a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil.

Gabarito: E

30. Segundo o texto, as cidades brasileiras geralmente nascem e se desenvolvem de forma planejada, o
que assegura boas condições sanitárias aos seus habitantes.

COMENTÁRIOS:

O texto não afirma isso. Pelo contrário, fala na ocupação desordenada das cidades. O rápido crescimento
dos centros urbanos brasileiros ocorreu sem o devido planejamento governamental, o que desencadeou
diversos problemas urbanos, como a favelização, a poluição dos recursos naturais, o déficit habitacional e a
ausência de boas condições sanitárias aos seus habitantes.

Gabarito: E

31. No Brasil, o combate ao mosquito transmissor da dengue e de outras doenças só se iniciou agora, no
século XXI.

COMENTÁRIOS:

O texto trata de responder essa questão ao fazer menção a Oswaldo Cruz. No século XX, Oswaldo Cruz,
cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro, coordenou as campanhas de
erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras.

Em 1904, convenceu o então presidente, Rodrigues Alves, a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou
a rebelião de populares e da Escola Militar contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma
vacinação forçada, episódio famoso que ficou conhecido como Revolta da Vacina.

Como vimos no texto e no que explanei acima, o combate ao mosquito transmissor da dengue e de outras
doenças é antigo, não é recente do século XXI.

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Gabarito: E

32. Sabe‐se que o adequado tratamento da água e do esgoto evita o surgimento de muitas doenças.

COMENTÁRIOS:

A carência de serviços de água potável, coleta e de tratamento de esgoto cria um ambiente propício ao
desenvolvimento de doenças graves que poderiam ser evitadas. Portanto, o adequado tratamento da água
e do esgoto evita o surgimento de muitas doenças.

Nesse sentido, investir em saneamento básico é um dos principais investimentos quando se trata a questão
da saúde pública, pois é um investimento que, além de zelar pela saúde geral e bem-estar da população,
propiciando uma vida digna, diminui os custos com tratamentos de doenças que são evitadas por meio da
prevenção.

Gabarito: C

33. Entre as terríveis sequelas da zika, está a má‐formação cerebral de fetos.

COMENTÁRIOS:

O zika vírus está ligado à microcefalia, uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho
menor do que o normal. Mulheres que foram picadas pelo mosquito, contraíram o zika vírus e pouco tempo
depois engravidaram, deram à luz a bebês que nasceram com microcefalia.

Gabarito: C

34. (VUNESP/DAEM/2018 – AUXILIAR DE ESCRITA) Os casos da doença no estado de São Paulo já chegam
a 326 desde o ano passado, sendo que 116 levaram a óbito, segundo balanço da Secretaria Estadual de
Saúde, divulgado nesta sexta-feira (9 de março). Os dois números correspondem a um aumento de quase
14% em relação aos dados da semana passada. Ao todo, 45 cidades paulistas já registraram casos da
doença no período, sendo que apenas duas são responsáveis por quase 60% dos casos. Mairiporã lidera,
com 141 casos e 39 mortes, seguida por Atibaia, com 52 casos e 14 mortes.

(Folha, 09.03.2018. Adaptado)

A notícia trata da

(A) dengue.

(B) chikungunya.

(C) febre amarela.

(D) febre zika.

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(E) malária.

COMENTÁRIOS:

A notícia trata da febre amarela. Em 2017, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela silvestre. O
Ministério da Saúde declarou o fim do surto em julho daquele ano. Foi o maior surto, desde que começaram
os registros da doença pelo Ministério da Saúde, em 1940.

Porém, no final de 2017 e no primeiro semestre de 2018, houve um novo surto da doença em estados
brasileiros. São Paulo foi um dos estados mais afetados e, nesse estado, Mairiporã e Atibaia foram municípios
bastante afetados pela doença.

A gravidade da situação paulista levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerar o estado como
área de risco, recomendando a vacinação a todos os viajantes internacionais que passarem pelo estado.

Gabarito: C

35. (VUNESP/PC SP/2018 – PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Publicado pela imprensa no início de junho deste
ano, o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que, no Brasil,

(A) os homens brancos, na faixa etária entre 30 e 39 anos, em 2016, foi o grupo mais atingido pelos
homicídios.

(B) na década entre 2006 e 2016, na faixa etária entre 19 e 24 anos, ocorreu uma queda acentuada nos
assassinatos.

(C) a taxa de homicídios, entre 2014 e 2016, foi maior nos estados do Sudeste e do Sul do que nos estados
do Nordeste.

(D) em 2016 foram cometidos 62.517 assassinatos, o que se traduz em uma taxa recorde de 30,3 mortos
para cada 100 mil habitantes.

(E) entre 2006 e 2016, o maior crescimento no número de homicídios ocorreu no estado do Mato Grosso
do Sul.

COMENTÁRIOS:

Os estudos especializados sobre violência no Brasil, via de regra, chegam as mesmas conclusões. Esta é uma
questão que o candidato pode ser respondia pelos conhecimentos do candidato sobre a violência no Brasil.

Sabemos que quanto à cor da pele, são os homens negros, e não os brancos, os mais atingidos por
homicídios. Assim, incorreta a alternativa “A”. Também sabemos nos últimos anos, ocorreu uma elevação
do número de assassinatos e não uma queda acentuada, seja de jovens ou sobre o total geral. Assim,
incorreta a alternativa “B”.

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As menores taxas de homicídios estão nas regiões Sudeste e Sul. Assim, incorreta a alternativa “C”. Os
estados em que as taxas de homicídios mais cresceram estão no Nordeste e Norte. Assim, incorreta a
alternativa “E”.

Restou a alternativa “D”, que é o gabarito da questão.

O Atlas da Violência 2018 mostrou que, em 2016, foram assassinadas 62.517 pessoas no Brasil, o maior
número absoluto já registrado em nosso país. O grupo mais atingido pelos homicídios é o de jovens negros
do sexo masculino. A taxa de homicídios de não negros diminuiu. As regiões Norte e Nordeste são as que
possuem as maiores taxas de homicídio, seguidas por Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Na década entre 2006 e 2016, na faixa etária entre 19 e 24 anos, ocorreu uma alta acentuada nos
assassinatos.

Nos últimos dez anos, a taxa que mais cresceu foi no Rio Grande do Norte (alta de 256,9%) e a que a mais
caiu foi no estado de São Paulo (queda de 46,10%).

Gabarito: D

36. (CESPE/PC MA/2018 – ESCRIVÃO E INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Em 2017, houve uma série de
rebeliões de detentos em Roraima, em Minas Gerais, em Santa Catarina, no Amazonas, no Paraná e no Rio
Grande do Norte. Essas ocorrências demonstram a séria crise do sistema prisional brasileiro. A respeito
desse assunto, julgue os itens a seguir.

I A população carcerária brasileira é composta em sua totalidade por detentos que cumprem penas já
sentenciadas pela justiça.

II Um dos problemas dos presídios brasileiros é a superlotação, resultante de políticas de segurança


ineficazes e da falta de celeridade da justiça.

III As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema carcerário, não
guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras regiões do país.

IV Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos presídios tem sido
apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.

Estão certos apenas os itens

a) I e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

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COMENTÁRIOS:

I – Errado. A população carcerária é composta por presos sem condenação e por presos que cumprem penas
já sentenciadas pela justiça. Uma das críticas ao sistema é que o percentual de presos provisórios (sem
condenação) é expressivo.

II – Certo. O sistema prisional está superlotado. Se as políticas de segurança fossem eficazes, a prevenção ao
crime seria maior, com menos pessoas cometendo crimes, o que poderia resultar em menos prisões. Outra
causa é a morosidade da justiça. Muitos presos provisórios, quando tem a sua sentença proferida pelo juiz
já cumpriram o seu tempo de pena. Ou o juiz aplica uma pena equivalente ao tempo em que o preso está
em privação de liberdade. Ou seja, uma justiça lenta contribui para a superlotação das prisões.

III – Errado. As rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema carcerário e
devido a disputa entre grupos do crime organizado pelo controle interno de presídios e p elo controle
de atividades criminosas em regiões do país. Entre os grupos envolvidos estavam o PCC (com origem
em São Paulo), o Comando Vermelho (com origem no Rio de Janeiro) e a Família do Norte (originária
do Amazonas).

IV – Certo. A privatização ou terceirização de presídios é uma alternativa sempre lembrada e sugerida


como opção para melhorar a gestão dos presídios no país.

Gabarito: B

37. (IDECAN/IPC/2018 - PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO) Segundo dados divulgados em dezembro de


2017 pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), o total de pessoas encarceradas no Brasil, até
junho de 2016 era de 726.712. Esse número acabou colocando o Brasil na terceira colocação dentre os
países como a maior população carcerária do mundo. O país que lidera esse ranking é:

a) Rússia

b) Coréia do Norte

c) Índia

d) Estados Unidos

COMENTÁRIOS:

O Brasil possui a terceira população carcerária do mundo, atrás dos Estados Unidos (2,14 milhões) e da China
(1,6 milhões).

Gabarito: D

38. (VUNESP/PREFEITURA DE DOIS CÓRREGOS/2018 – OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO)


Ao menos 15 municípios estão recebendo ações de intensificação da vacinação contra o vírus no Estado
de São Paulo. A meta da Secretaria de Estado da Saúde é imunizar mais de 860 mil pessoas em cidades da

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região de Jundiaí, como Atibaia, Vinhedo, Bragança Paulista e Itatiba. Segundo a pasta, a intensificação da
vacinação teve início no começo do mês, após a confirmação de mortes de primatas infectados pelo vírus
em Jundiaí.

(O Estado de S. Paulo, 25 out. 17. Disponível em: <https://goo.gl/xUdW5a>. Adaptado)

A notícia trata do combate

(A) à varíola.

(B) à febre amarela.

(C) à dengue.

(D) à catapora.

(E) ao sarampo.

COMENTÁRIOS:

A notícia trata do combate à febre amarela, que é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados
com o vírus da febre amarela, ou seja, não é contagiosa (não há transmissão de pessoa a pessoa). A única
forma de evitar a febre amarela é através da vacinação.

Em 2017 e 2018 vários estados brasileiros enfrentaram surtos de febre amarela. Em 2018, o estado mais
atingido foi São Paulo e em 2017, Minas Gerais.

Gabarito: B

39. (VUNESP/TJ SP/2018 – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O Ministério da Saúde anunciou uma
campanha de emergência nos estados mais atingidos pela febre amarela: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
A ideia é combater com maior agilidade a circulação do vírus.

(G1, 10.01.2018. Disponível em: <https://goo.gl/QjKvxX>. Adaptado)

A principal medida da campanha de emergência anunciada pelo governo está relacionada

(A) a uma ampla campanha publicitária de combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela
transmissão da doença.

(B) a um mapeamento rigoroso dos casos de doença, com a finalidade de vacinar exclusivamente os
bairros mais atingidos.

(C) à aplicação de doses fracionadas da vacina, com o objetivo de ampliar o número de pessoas imunes à
doença.

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(D) à quarentena imposta às pessoas contaminadas pela doença, evitando com isso a sua transmissão nos
ambientes urbanos.

(E) à busca pela população de macacos portadores da doença, com o objetivo de isolar os animais do
convívio humano.

COMENTÁRIO:

Visando conter o aumento da incidência da febre amarela e atuar na prevenção, o Ministério da Saúde
realizou, em fevereiro e março de 2018, uma campanha emergencial de vacinação nos estados mais afetados
pelo surto. Foram aplicadas doses fracionadas da vacina, com o objetivo de atingir um número maior de
pessoas.

Gabarito: C

40. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 - PROFISSIONAL JÚNIOR CIÊNCIAS CONTÁBEIS) No texto abaixo,


aborda-se a condição da mulher na sociedade atual. Espanha, Turquia, França, Bélgica, Itália, China,
Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas, Coreia do Sul. Na América Latina: Argentina, Chile, México. Esses
foram alguns países onde o Dia Internacional da Mulher foi marcado não por rosas pálidas e inúteis, mas
por protestos clamando pela igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação e da violência contra
a mulher. No Brasil, houve protestos em 50 cidades, mas nada comparável ao que ocorreu na Espanha e
na Argentina, onde as mobilizações repercutiram ruidosamente.

BOLLE, M. E as mulheres brasileiras? Época, n. 1029, 19 mar. 2018, p. 55.

No Brasil, as manifestações sobre a condição social da mulher ocorrem, principalmente, pelo fato de o
país

(A) comandar historicamente a onda dos protestos contra o feminicídio.

(B) estar entre os três países com maior número de mortes violentas de mulheres.

(C) ser responsável pela criação e difusão mundial do Movimento Me Too.

(D) dispor da mais elevada participação de mulheres no mercado de trabalho.

(E) impedir ataques e retaliações às lideranças populares dos direitos humanos.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreto. Historicamente, os países europeus estão à frente nos protestos pelos direitos das mulheres. É
lá que surgiu o movimento feminista, que teve como uma de suas primeiras lutas o direito ao sufrágio
feminino. Por isso, no início, o movimento também era conhecido como “sufragistas”. No Brasil, o
movimento feminista e movimentos de luta pelo direito das mulheres sempre foram muito influenciados
pelo que ocorria no exterior.

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b) Correto. O Brasil é o país com maior número de mortes violentas no mundo (independente de gênero), e
também o terceiro em mortes violentas de mulheres. De acordo com um estudo da Small Arms Survey, em
2016 foram 10,7 mil mortes de mulheres na Índia, 6,4 mil na Nigéria, 5,7 mil no Brasil e 4,4 mil no Paquistão.

c) Incorreto. O Movimento Me Too não surgiu no Brasil. Surgiu nos Estados Unidos com o intuito de
denunciar assédios sofridos pelas mulheres. O movimento se popularizou após a denúncia do produtor
cinematográfico Harvey Weinstein, acusado de assediar diversas atrizes com quem trabalhou no cinema.

d) Incorreto. Nas últimas décadas, a participação de mulheres no mercado de trabalho brasileiro tem
aumentado gradativamente, mas com certeza não é uma das mais elevadas. Países desenvolvidos estão
muito à frente do Brasil nesse quesito.

e) Incorreto. As manifestações sobre a condição social da mulher no Brasil não ocorrem pelo país visando
impedir ataques e retaliações às lideranças populares dos direitos humanos. Ocorrem para lutar por
igualdade, pelos seus direitos e contra a discriminação que sofrem.

Gabarito: B

41. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 - PROFISSIONAL JÚNIOR CIÊNCIAS CONTÁBEIS) “Eu tenho o sonho de


que meus quatro pequenos filhos viverão, um dia, numa nação onde não serão julgados pela cor da sua
pele, mas pelo teor de seu caráter.” (...) Martin Luther King não solicitava o reconhecimento de identidades
étnicas ou de direitos raciais. Ele exigia que os Estados Unidos aplicassem o princípio, contido nos seus
documentos fundadores, segundo o qual “todos os seres humanos são criados iguais”.

MAGNOLI, D. E Ele não disse “África”. Disponível em:


https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/e-ele-nao-disse-africa-
cb3ab573qw631s9gw8rbafcjy. Acesso em: 22 mar. 2018. Adaptado.

No ano de 2018, o filme Pantera Negra tornou-se sucesso de bilheteria ao apresentar um elenco
predominantemente negro e desenvolver um enredo que envolve a disputa entre o rei T’Challa, guardião
do reino de Wakanda e defensor da igualdade entre indivíduos de todos os grupos étnicos no mundo, e
seu primo, Erik Killmonger, que busca derrubar o rei e liderar uma luta armada global como solução para
a opressão sofrida pelos negros ao longo da história. Em algumas críticas, T’Challa foi comparado a Martin
Luther King e Erik a Malcolm X.

Levando-se em consideração a postura do rei T’Challa e a sentença nuclear do discurso de Martin Luther
King, que postura um líder deve ter para atender às demandas reais dos diferentes grupos étnicos da
sociedade brasileira?

(A) Defender a igualdade entre indivíduos livres de todos os grupos étnicos e não um acordo político entre
coletividades raciais distintas.

(B) Ignorar completamente a barbárie ao redor do mundo, criando um reino fechado em si mesmo,
evitando a violência.

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(C) Enxergar a rebelião e a violência como via de transformação da situação de opressão vivida pelo povo
negro.

(D) Estimular o rompimento com os países opressores, promovendo o estabelecimento de centros de


assistência social para a comunidade negra.

(E) Defender a bandeira da rebelião e da ruptura radical das instituições políticas.

COMENTÁRIOS:

Uma questão que aborda o preconceito racial, mas procura como resposta uma solução ética e democrática.
As diferenças existem e existirão em qualquer sociedade, mas, numa democracia, se deve buscar a igualdade
entre todos os membros. É isso que Martin Luther King buscava na sua luta.

Uma sociedade democrática justa deve se preocupar com três itens: a) promoção das liberdades; b)
distribuição (mais ou menos igualitária) dos bens políticos, econômicos e sociais; c) atendimento dos
desafortunados (solidariedade). O famoso lema liberdade, igualdade e solidariedade (fraternidade) resume
essas preocupações.

Sendo assim, nossa alternativa é a “A”. Todas as demais alternativas trazem uma solução que contemplaria
as demandas dos grupos étnicos excluídos, mas tirando o direito de outros grupos sociais ou por meios
violentos.

Gabarito: A

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LISTA DE QUESTÕES
1. (IBADE/IDAF-AC/2020 – ENGENHEIRO AGRÔNOMO) O Brasil confirmou 3.339 novos casos de
sarampo no país desde junho, quando um novo surto da doença teve início. De acordo com o boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado nesta sexta-feira (13 de setembro), dezesseis estados
registram surto ativo da doença.

(G1, 13/09/2019. Disponível em: https://glo.bo/3bmFLq4. Adaptado)

Sobre o Sarampo no Brasil é correto afirmar que:

(A) a maioria dos casos confirmados foi em São Paulo (97,5%).

(B) o governo conseguiu interromper a transmissão do vírus do sarampo na região sudeste.

(C) em todo o país a vacinação contra sarampo na rede pública só ocorre até os 19 anos.

(D) apesar deste recente surto, o Brasil manteve o certificado de eliminação da doença concedido pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

(E) nas últimas duas décadas o país registrou dezenas de mortes por causa do sarampo.

(QUADRIX/CRN 9/2019 – AUXILIAR OPERACIONAL) No dia 28 de agosto de 2019, o Ministério da Saúde


anunciou 2.331 casos confirmados de sarampo no País entre 2 de junho e 24 de agosto. No mesmo período,
foram notificados 14.480 casos suspeitos. Destes, 2.331 (16%) foram confirmados, 10.855 (75%) estão em
investigação e 1.294 (9%) foram descartados.

Internet: <https://veja.abril.com.br> (com adaptações).

Acerca do assunto abordado no texto acima e de temas correlatos, julgue os itens.

2. Até o momento, em 2019, não foram relatadas mortes no País devido ao sarampo.

3. Minas Gerais tornou‐se, em 2019, o estado com o maior número de casos confirmados de sarampo
no País.

4. Até mesmo regiões desenvolvidas do planeta, como a Europa, têm convivido com casos de sarampo.

5. Pessoas que já tiveram sarampo no passado precisam também se vacinar, sob o risco de contraírem
novamente a doença.

6. Tendo relação direta com as condições sanitárias em que vive a população, o sarampo é transmitido
por bactérias que contaminam água e alimentos.

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7. (VUNESP/ESEF-SP/2019 – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) Uma rebelião no Centro de


Recuperação Regional de Altamira, no Sudoeste do Pará, deixou ao menos 52 mortos na manhã desta
segunda-feira (29.07.2019).

(O Globo. Disponível em https://glo.bo/2oHlet6. Acesso em 17.10.2019. Adaptado)

Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a rebelião foi motivada por

(A) baixa qualidade da comida oferecida.

(B) maus-tratos praticados pelos agentes penitenciários.

(C) uma briga entre organizações de criminosos.

(D) impedimentos de visitas íntimas aos aprisionados.

(E) se tornar obrigatória a revista dos visitantes aos presos.

8. (FUNDEP/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/2019 – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO) O


sarampo voltou a assombrar o Brasil no último ano. Em 2018, mais de 10 mil casos foram confirmados no
país e, neste ano, os números não param de crescer. O estado de São Paulo, por exemplo, registrou um
aumento de 303% (de 51 para 206) nos casos da doença entre junho e julho, de acordo com boletim
divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde.

[...]

Embora o sarampo seja conhecido como uma doença infantil, segundo o boletim da Secretaria, os jovens e
adultos representam 47% dos casos atuais em São Paulo. A explicação para o novo foco da doença ser essa
faixa etária está justamente no histórico da condição no país.

Disponível em: <https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2019/07/11/por-que-agora-a-vacina-do-


sarampo-edirecionada-a-jovens-de-15-a-29-anos.htm>. Acesso em: 18 jul. 2019.

O estado de São Paulo tem intensificado o movimento de vacinação contra o sarampo de sua população,
priorizando o grupo formado por jovens e adultos entre 15 e 29 anos de idade. Essa faixa etária tem sido
priorizada porque,

A) nela, estão os maiores usuários de redes sociais, sendo, por isso, afetados pelo movimento antivacinação
e receptivos a ele, deixando de ser vacinados quando crianças.

B) no momento em que esse grupo priorizado nasceu, o Brasil foi certificado pela OPAS pela erradicação do
sarampo, o que levou os pais a não vacinarem seus filhos.

C) quando esse grupo era criança, a vacina era aplicada em apenas uma dose e a segunda, que protege contra
o sarampo, começou a ser aplicada a partir do ano 2000.

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D) sendo essa doença altamente contagiosa, pessoas entre 15 e 29 anos de idade devem ser priorizadas na
vacinação, uma vez que é nessa faixa que predominam grandes eventos sociais.

9. (VUNESP/PREFEITURA DE GUARATINGUETÁ-SP/2019 – ESCRITURÁRIO) Um estudo de


pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado nesta quinta-feira (05.09.2019)
na Nature Communication – um dos principais veículos de divulgação científica do mundo – indica que o
vírus da zika é responsável por outras moléstias, além da microcefalia.

(G1. Disponível em https://glo.bo/2m2xQt7. Acesso em 06.09.2019. Adaptado)

Segundo os pesquisadores,

(A) nos adultos, ele pode causar dificuldades motoras e confusão mental.

(B) o vírus pode causar degeneração nos cérebros já formados.

(C) foram observadas deformações em cérebros de camundongos adultos.

(D) o vírus ataca principalmente os neurônios e causa danos irreversíveis à fala.

(E) nenhuma droga conhecida consegue impedir o ataque do vírus ao cérebro.

(QUADRIX/CRB-6/2019 – BIBLIOTECARIO FISCAL) O sistema penitenciário brasileiro teve, no dia 29 de julho


de 2019, um dos seus dias mais assustadoramente sangrentos: 58 presos morreram durante uma rebelião
no Pará.

Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).

A respeito do evento em questão e de temas correlatos, julgue os itens.

10. O massacre ocorreu em Altamira, que, mesmo antes do ocorrido, já era considerada como uma das
cidades mais violentas do Brasil.

11. Além dos mortos na rebelião, mais quatro detentos morreram no interior de um caminhão‐cela,
durante sua transferência para outra unidade prisional.

12. Mais de duas dezenas de vítimas do massacre eram presos provisórios, que ainda aguardavam
julgamento.

13. Situada perto da usina hidrelétrica de Belo Monte, Altamira beneficiou‐se daquela obra, não
havendo, para os especialistas, relação entre a hidrelétrica e a violência na região.

14. (VUNESP/OLIMPIA PREV/2019) No dia 07 de maio de 2019, o Presidente da República assinou o


Decreto no 9.785, que dispõe sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização
de armas de fogo e munição.

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(bit.ly/2JB6t3L. Adaptado)

Segundo esse Decreto,

(A) o interessado em adquirir arma de fogo deverá ser submetido a avaliações físicas, de acordo com
prazos fixados pela Polícia Federal.

(B) os colecionadores poderão adquirir até trinta armas de uso permitido de cada modelo.

(C) a comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e insumos para recarga só poderá ser
feita por estabelecimento credenciado pela Secretaria da Segurança do Estado.

(D) para adquirir arma de fogo de uso permitido e para a emissão do Certificado de Registro de Arma de
Fogo, o interessado deverá ter, no mínimo, 25 anos de idade.

(E) os militares reformados, que conservarem o porte de arma, serão submetidos a testes de avaliação
psicológica anualmente.

15. (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA/2019) Segundo dados publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), em março de 2019, a população ocupada de homens e mulheres entre 25 a 49
anos totalizava 56,4 milhões de pessoas no Brasil em 2018. Esse contingente era composto por 54,7% de
homens e 45,3% de mulheres.

(Agência Brasil – EBC – https://bit.ly/2EX9rvV – Acesso em 30.04.19. Adaptado)

Um dos destaques da publicação refere-se ao fato de

(A) o trabalho formal ocupar cerca de 70% da população ativa do país.

(B) as atividades do setor secundário terem se expandido no decorrer do ano de 2018.

(C) o trabalhador no setor agropecuário ter carga horária média de 36 horas.

(D) o rendimento médio das mulheres equivaler a cerca de 80% do recebido pelos homens.

(E) o trabalho no setor de serviços ter conseguido voltar ao nível anterior à crise.

16. (CEBRASPE/PGE-PE/2019 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A história do território brasileiro é, a um só


tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um ponto de
vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam
sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram
explicar as diversidades regionais.

Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23
(com adaptações).

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Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que se segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.

Segundo órgão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking
mundial de feminicídio, termo que foi criado para designar o assassinato de mulheres e meninas por
questões de gênero e que, embora se refira a ato individual, é encarado como uma manifestação de
desarranjo social, uma vez que se associa a menosprezo ou a discriminação à condição feminina.

17. (CEBRASPE/PGE PE/2019 – ASSISTENTE DE PROCURADORIA) Dados atuais acerca da segurança


pública no Brasil mostram quantitativo de mortes violentas intencionais por ano similar à média de mortes
anuais na guerra na Síria.

18. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Considere o texto abaixo sobre a


realidade social brasileira. Há 114 anos, durante o governo de Rodrigues Alves, acontecia em nosso país a
chamada Revolta da Vacina. Na época, o sanitarista Oswaldo Cruz enviou ao Congresso nacional um
projeto que tornava obrigatória a imunização, visando a erradicar uma doença que provocava epidemias
maléficas, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Estamos vivendo hoje nas redes sociais uma
crescente resistência aos movimentos de vacinação. Isto se deve sem dúvida, principalmente ao
desconhecimento de nossa história sanitária. Nos dias atuais, a mesma doença volta a ameaçar a
população brasileira, como sinalizam as mortes de macacos em áreas silvestres, indicando um novo surto.

LONDRES, L. A revolta da vacina. O Globo, Rio de Janeiro, 27 jul. 2018, Opinião. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/ opiniao/a-revolta-da-vacina-22921985>. Acesso em: 24 set. 2018. Adaptado.

A vacinação proposta por Oswaldo Cruz visava à erradicação de uma doença que volta, efetivamente, a
ameaçar a saúde da população brasileira nos dias atuais. Qual é essa doença?

(A) Sarampo

(B) Catapora

(C) Poliomielite

(D) Tuberculose

(E) Febre amarela

19. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO/2018 – VÁRIOS CARGOS) Diante do risco da volta de doenças


contagiosas graves consideradas erradicadas no Brasil, o Ministério da Saúde decidiu mudar a estratégia
de imunização. Vai retomar procedimento bem-sucedido nas décadas de 1980 e 1990: as campanhas
específicas. Este ano, em vez da já tradicional campanha de multivacinação, o Brasil terá uma ação mais
focada. O investimento do ministério nas campanhas deste ano já passa dos R$ 30 milhões. “As baixas
coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de 5 anos, acenderam uma luz vermelha no
País”, informou o ministério.

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(Istoé, 13 jul. 18. Adaptado)

Entre as doenças antes consideradas erradicadas e que atualmente preocupam o Ministério da Saúde, é
correto identificar

(A) a pneumonia.

(B) o sarampo.

(C) a microcefalia.

(D) a dengue.

(E) a tuberculose.

(CEBRASPE/PM AL/2018 – SOLDADO) A falta de segurança custa mais de R$ 365 bilhões por ano ao Brasil.
O valor equivale a 5,5% do produto interno bruto (PIB), calculado com base em dados oficiais de 2012 a
2016. Se dividida pela população, a conta seria de R$ 1,8 mil para cada brasileiro ao ano. As despesas
públicas anuais com segurança e sistema prisional somaram R$ 101 bilhões, e os custos privados, R$ 264
bilhões. A violência, porém, avançou.

O Globo, 1.º/7/2018, capa (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial e considerando a amplitude do tema por
ele focalizado, julgue os itens seguintes.

20. Além de atingir física e emocionalmente as pessoas, a violência também causa graves prejuízos
materiais ao país.

21. Segundo o texto, o gasto da iniciativa privada com segurança foi mais que o dobro do gasto do Estado
com segurança e sistema prisional.

22. Na atualidade, os índices elevados de violência estão restritos às capitais dos estados brasileiros e
aos grandes centros urbanos, não atingindo diretamente regiões interioranas.

23. A ação de facções e grupos criminosos amplia consideravelmente os índices de violência e a sensação
de insegurança coletiva.

24. É cada vez menor a atuação do crime organizado em escala global devido, principalmente, ao êxito
obtido pelos governos no combate ao tráfico de drogas ilícitas.

25. (VUNESP/MP SP/2018 – ANALISTA JURÍDICO) De acordo com relatório do Ministério da Saúde, a
taxa de mortalidade infantil no Brasil subiu 4,8% entre 2015 e 2016, representando o primeiro aumento
em 26 anos. A taxa estava caindo desde 1990, quando foram registradas 47,1 mortes para cada 1000
crianças com menos de 1 ano. No entanto, em 2016 foram contabilizados 14 óbitos de crianças com até 1

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ano a cada 1000; em 2015 foram 13,3 mortes. O Ministério da Saúde explicou que o indicador foi afetado
pelo(a)

(abr.ai/2JL9dXQ. Adaptado)

(A) aumento da taxa de desemprego, que reduziu a intenção da gestação diante das incertezas do
mercado laboral.

(B) redução na taxa de nascimento, ocasionada pelo adiamento da gestação diante da epidemia de zika
vírus.

(C) insucesso das campanhas de vacinação de sarampo junto às populações mais sujeitas à doença.

(D) epidemia causada pelo vírus H1N1 que afetou crianças das regiões Sul e Sudeste.

(E) fechamento de leitos de UTI neonatal em hospitais mantidos pelo poder público.

(QUADRIX/CFBio/2018 - AGENTE ADMINISTRATIVO) O processo de degradação do quadro sanitário


nacional é longo, lento, mas se mostra inexorável. O primeiro sintoma grave foi a volta do mosquito Aedes
aegypti, muito depois de Oswaldo Cruz, no início do século XX, ter lançado uma campanha para sua
erradicação e, por consequência, da febre amarela urbana. O mosquito trouxe de volta a dengue. Não se
permite, impunemente, a ocupação desordenada das cidades e o falho saneamento básico. Da dengue
passou‐se para outras doenças, incluindo a zika. E agora surge uma enorme ameaça à população,
principalmente às crianças, com a redução da cobertura de vacinas em níveis perigosos.

O Globo, 26/6/2018, p. 12 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue os itens:

26. Acredita‐se que uma das razões para as centenas de casos de sarampo no Norte do Brasil, na
atualidade, deve‐se à entrada de venezuelanos sem imunização na região.

27. O texto sugere que a precariedade do saneamento básico favorece o surgimento de várias doenças
evitáveis.

28. O Brasil não tem tradição de promover campanhas nacionais de vacinação em massa da população
para a erradicação de doenças como a paralisia infantil (poliomielite).

29. A inexistência de um sistema público único de saúde impede que a maioria da população brasileira
possa ser atendida gratuitamente em hospitais e postos de saúde.

30. Segundo o texto, as cidades brasileiras geralmente nascem e se desenvolvem de forma planejada, o
que assegura boas condições sanitárias aos seus habitantes.

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31. No Brasil, o combate ao mosquito transmissor da dengue e de outras doenças só se iniciou agora, no
século XXI.

32. Sabe‐se que o adequado tratamento da água e do esgoto evita o surgimento de muitas doenças.

33. Entre as terríveis sequelas da zika, está a má‐formação cerebral de fetos.

34. (VUNESP/DAEM/2018 – AUXILIAR DE ESCRITA) Os casos da doença no estado de São Paulo já


chegam a 326 desde o ano passado, sendo que 116 levaram a óbito, segundo balanço da Secretaria
Estadual de Saúde, divulgado nesta sexta-feira (9 de março). Os dois números correspondem a um
aumento de quase 14% em relação aos dados da semana passada. Ao todo, 45 cidades paulistas já
registraram casos da doença no período, sendo que apenas duas são responsáveis por quase 60% dos
casos. Mairiporã lidera, com 141 casos e 39 mortes, seguida por Atibaia, com 52 casos e 14 mortes.

(Folha, 09.03.2018. Adaptado)

A notícia trata da

(A) dengue.

(B) chikungunya.

(C) febre amarela.

(D) febre zika.

(E) malária.

35. (VUNESP/PC SP/2018 – PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Publicado pela imprensa no início de junho deste
ano, o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que, no Brasil,

(A) os homens brancos, na faixa etária entre 30 e 39 anos, em 2016, foi o grupo mais atingido pelos
homicídios.

(B) na década entre 2006 e 2016, na faixa etária entre 19 e 24 anos, ocorreu uma queda acentuada nos
assassinatos.

(C) a taxa de homicídios, entre 2014 e 2016, foi maior nos estados do Sudeste e do Sul do que nos estados
do Nordeste.

(D) em 2016 foram cometidos 62.517 assassinatos, o que se traduz em uma taxa recorde de 30,3 mortos
para cada 100 mil habitantes.

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(E) entre 2006 e 2016, o maior crescimento no número de homicídios ocorreu no estado do Mato Grosso
do Sul.

36. (CESPE/PC MA/2018 – ESCRIVÃO E INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Em 2017, houve uma série de
rebeliões de detentos em Roraima, em Minas Gerais, em Santa Catarina, no Amazonas, no Paraná e no Rio
Grande do Norte. Essas ocorrências demonstram a séria crise do sistema prisional brasileiro. A respeito
desse assunto, julgue os itens a seguir.

I A população carcerária brasileira é composta em sua totalidade por detentos que cumprem penas já
sentenciadas pela justiça.

II Um dos problemas dos presídios brasileiros é a superlotação, resultante de políticas de segurança


ineficazes e da falta de celeridade da justiça.

III As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema carcerário, não
guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras regiões do país.

IV Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos presídios tem sido
apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.

Estão certos apenas os itens

a) I e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

37. (IDECAN/IPC/2018 - PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO) Segundo dados divulgados em dezembro de


2017 pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), o total de pessoas encarceradas no Brasil, até
junho de 2016 era de 726.712. Esse número acabou colocando o Brasil na terceira colocação dentre os
países como a maior população carcerária do mundo. O país que lidera esse ranking é:

a) Rússia

b) Coréia do Norte

c) Índia

d) Estados Unidos

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38. (VUNESP/PREFEITURA DE DOIS CÓRREGOS/2018 – OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO)


Ao menos 15 municípios estão recebendo ações de intensificação da vacinação contra o vírus no Estado
de São Paulo. A meta da Secretaria de Estado da Saúde é imunizar mais de 860 mil pessoas em cidades da
região de Jundiaí, como Atibaia, Vinhedo, Bragança Paulista e Itatiba. Segundo a pasta, a intensificação da
vacinação teve início no começo do mês, após a confirmação de mortes de primatas infectados pelo vírus
em Jundiaí.

(O Estado de S. Paulo, 25 out. 17. Disponível em: <https://goo.gl/xUdW5a>. Adaptado)

A notícia trata do combate

(A) à varíola.

(B) à febre amarela.

(C) à dengue.

(D) à catapora.

(E) ao sarampo.

39. (VUNESP/TJ SP/2018 – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O Ministério da Saúde anunciou uma
campanha de emergência nos estados mais atingidos pela febre amarela: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
A ideia é combater com maior agilidade a circulação do vírus.

(G1, 10.01.2018. Disponível em: <https://goo.gl/QjKvxX>. Adaptado)

A principal medida da campanha de emergência anunciada pelo governo está relacionada

(A) a uma ampla campanha publicitária de combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela
transmissão da doença.

(B) a um mapeamento rigoroso dos casos de doença, com a finalidade de vacinar exclusivamente os
bairros mais atingidos.

(C) à aplicação de doses fracionadas da vacina, com o objetivo de ampliar o número de pessoas imunes à
doença.

(D) à quarentena imposta às pessoas contaminadas pela doença, evitando com isso a sua transmissão nos
ambientes urbanos.

(E) à busca pela população de macacos portadores da doença, com o objetivo de isolar os animais do
convívio humano.

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40. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 - PROFISSIONAL JÚNIOR CIÊNCIAS CONTÁBEIS) No texto abaixo,


aborda-se a condição da mulher na sociedade atual. Espanha, Turquia, França, Bélgica, Itália, China,
Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas, Coreia do Sul. Na América Latina: Argentina, Chile, México. Esses
foram alguns países onde o Dia Internacional da Mulher foi marcado não por rosas pálidas e inúteis, mas
por protestos clamando pela igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação e da violência contra
a mulher. No Brasil, houve protestos em 50 cidades, mas nada comparável ao que ocorreu na Espanha e
na Argentina, onde as mobilizações repercutiram ruidosamente.

BOLLE, M. E as mulheres brasileiras? Época, n. 1029, 19 mar. 2018, p. 55.

No Brasil, as manifestações sobre a condição social da mulher ocorrem, principalmente, pelo fato de o
país

(A) comandar historicamente a onda dos protestos contra o feminicídio.

(B) estar entre os três países com maior número de mortes violentas de mulheres.

(C) ser responsável pela criação e difusão mundial do Movimento Me Too.

(D) dispor da mais elevada participação de mulheres no mercado de trabalho.

(E) impedir ataques e retaliações às lideranças populares dos direitos humanos.

41. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 - PROFISSIONAL JÚNIOR CIÊNCIAS CONTÁBEIS) “Eu tenho o sonho de


que meus quatro pequenos filhos viverão, um dia, numa nação onde não serão julgados pela cor da sua
pele, mas pelo teor de seu caráter.” (...) Martin Luther King não solicitava o reconhecimento de identidades
étnicas ou de direitos raciais. Ele exigia que os Estados Unidos aplicassem o princípio, contido nos seus
documentos fundadores, segundo o qual “todos os seres humanos são criados iguais”.

MAGNOLI, D. E Ele não disse “África”. Disponível em:


https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/e-ele-nao-disse-africa-
cb3ab573qw631s9gw8rbafcjy. Acesso em: 22 mar. 2018. Adaptado.

No ano de 2018, o filme Pantera Negra tornou-se sucesso de bilheteria ao apresentar um elenco
predominantemente negro e desenvolver um enredo que envolve a disputa entre o rei T’Challa, guardião
do reino de Wakanda e defensor da igualdade entre indivíduos de todos os grupos étnicos no mundo, e
seu primo, Erik Killmonger, que busca derrubar o rei e liderar uma luta armada global como solução para
a opressão sofrida pelos negros ao longo da história. Em algumas críticas, T’Challa foi comparado a Martin
Luther King e Erik a Malcolm X.

Levando-se em consideração a postura do rei T’Challa e a sentença nuclear do discurso de Martin Luther
King, que postura um líder deve ter para atender às demandas reais dos diferentes grupos étnicos da
sociedade brasileira?

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(A) Defender a igualdade entre indivíduos livres de todos os grupos étnicos e não um acordo político entre
coletividades raciais distintas.

(B) Ignorar completamente a barbárie ao redor do mundo, criando um reino fechado em si mesmo,
evitando a violência.

(C) Enxergar a rebelião e a violência como via de transformação da situação de opressão vivida pelo povo
negro.

(D) Estimular o rompimento com os países opressores, promovendo o estabelecimento de centros de


assistência social para a comunidade negra.

(E) Defender a bandeira da rebelião e da ruptura radical das instituições políticas.

GABARITO

1. A 15. D 29. E
2. E 16. C 30. E
3. E 17. C 31. E
4. C 18. E 32. C
5. E 19. B 33. C
6. E 20. C 34. C
7. C 21. C 35. D
8. C 22. E 36. B
9. A 23. C 37. D
10. C 24. E 38. B
11. C 25. B 39. C
12. C 26. C 40. B
13. E 27. C 41. A
14. D 28. E

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RESUMO

Doenças infecciosas no Brasil

Sarampo – É uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa e que pode ser
contraída por pessoas de qualquer idade. É o mais recente grande surto de doença infecciosa no Brasil.
Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de erradicação do sarampo pela Organização Panamericana de
Saúde (OPAS). Entretanto, a doença reapareceu em 2018, nos estados do Amazonas, Roraima e Pará,
trazida pelos venezuelanos que fugiam da crise em seu país. Os surtos da doença fizeram com que o Brasil
perdesse a certificação dada pela OPAS.

Um novo surto ocorreu em 2019, com 18.203 casos confirmados e 15 mortes, sendo 14 no estado de São
Paulo e uma em Pernambuco. Os casos foram registrados em 526 municípios brasileiros. São Paulo
registrou o maior número de casos, 16.090, 88,4% do total, em 259 municípios.

Segundo especialistas, a principal causa para a volta do sarampo está relacionada à baixa cobertura
vacinal. A redução na cobertura vacinal pode ter como um dos fatores o crescente movimento antivacina.
O movimento antivacinação foi incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório sobre
os dez maiores riscos à saúde global em 2019.
O Brasil registra atualmente o segundo maior número de casos de sarampo das Américas. A volta do
sarampo não é exclusiva do nosso país, e sim um fenômeno global.
Os primeiros sintomas da doença são febre alta, acima de 38,5°, com duração de quatro a sete dias, e
manchas avermelhadas na pele, que começam no rosto e atrás das orelhas, e, depois, espalham-se pelo
corpo. O sarampo pode causar pneumonia grave, cegueira e problemas neurológicos graves como a
encefalite, por exemplo.
Não existe tratamento específico para a doença. A única maneira de evitar o sarampo é por meio da
vacinação, que ocorre em duas doses.
Dengue – É uma infecção viral, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, e mais raramente pelo
Aedes albopictus.
Os sintomas clássicos da doença são erupções na pele, dores musculares e de cabeça, comprometimento
das vias respiratórias superiores, febre e inchaço dos gânglios linfáticos. Pode se manifestar também como
febre hemorrágica, com sangramentos gastrointestinais, na pele, nas gengivas e pelo nariz. Se não for
tratada adequadamente, a doença leva à morte em 20% dos casos.
Os casos de dengue, que vinham diminuído consideravelmente entre os anos de 2017 e 2016, voltaram a
crescer no Brasil em 2019. Entre os estados, o maior número de casos foi registrado em Minas Gerais,
seguido por São Paulo, os dois estados juntos concentram mais da metade de todos os registros da doença.
Considerando a série histórica com o total de casos de dengue e óbitos registrados desde 1998, o ano de
2019 já é o quarto com mais casos e óbitos confirmados.
Para o Ministério da Saúde, o aumento nos casos é explicado pela:
▪ Alta no volume de chuvas e altas temperaturas (que contribuem para a reprodução do mosquito);

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▪ Alta no número de pessoas suscetíveis à doença (devido à redução dos casos nos últimos dois
anos);
▪ Diminuição dos cuidados a serem tomados para evitar a reprodução do mosquito; e
▪ Maior ocorrência de dengue em toda a região das Américas.
A primeira vacina contra a dengue disponível no Brasil, a dengvaxia, é uma imunização recombinante
tetravalente, para os quatro sorotipos existentes da doença.
Chikungunya – O mosquito Aedes aegypti, em 2014, começou a espalhar outra doença, já em ritmo de
epidemia: a febre chikungunya. Essa febre é também uma doença infecciosa, com sintomas semelhantes
aos da dengue, associados a fortes dores nas articulações.
Juntamente com a dengue, no ano de 2019, aumentaram-se os casos chikungunya. A doença também é
transmitida pelo Aedes albopictus. Não há vacina para a chikungunya.
Zica vírus – O mosquito Aedes aegypti também é responsável pela febre do Zika vírus.
A febre do Zika ainda é pouco conhecida e seus sintomas também lembram os da dengue. Cientistas e
organismos de saúde têm afirmado que o Zika vírus pode ser transmitido por relações sexuais.
Em 2019, houve aumento de 47,1% nos casos de Zika. Entre os estados com mais casos, destacam-se
Tocantins, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo.
Microcefalia – O Zika vírus está ligado à microcefalia, uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio
do tamanho menor do que o normal.
Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pela mãe, especialmente no
primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado.
Em 90% dos casos, a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico
e/ou motor. Déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas
crianças com microcefalia.
Guillain-Barré – Especialistas veem uma “forte evidência” de que o aumento de casos da síndrome de
Guillain-Barré em algumas regiões tem relação com a chegada do Zika vírus ao Brasil. A síndrome afeta o
sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular e paralisia dos membros. O Ministério da Saúde não
confirma a correlação.
Febre amarela – A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus
transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada
rapidamente.
A febre amarela tem esse nome porque ao atacar o fígado provoca icterícia, deixando amarelados os olhos
e a pele do enfermo.
Em 2017 e 2018, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela silvestre. Foi o maior surto desde que
começaram os registros da doença em 1940. A doença não é contagiosa, sendo transmitida somente pela
picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
A prevenção à febre amarela é feita com uma dose da vacina injetável, que deve ser aplicada dez dias
antes de visitar locais de possível incidência da doença.

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Violência e segurança pública

O Brasil é considerado um país onde a violência é muito alta. De acordo com a ONU, é o país que possui
o maior número de mortes violentas intencionais do mundo. As maiores taxas de homicídios por 100 mil
habitantes estão no Amapá, Sergipe e Rio Grande do Norte, as menores taxas estão em São Paulo, Santa
Catarina e Minas Gerais.
As mortes violentas intencionais tiveram queda no Brasil, nos anos de 2018 e 2019, em relação aos anos
anteriores. No entanto, o número de assassinatos voltou a crescer no primeiro semestre de 2020. O Ceará
foi o estado que apresentou maior aumento (68%), relacionado à crise de segurança pública enfrentada
no início de 2020.
Um dado que vem sendo objeto de análise ao longo dos anos é o aumento da taxa de homicídios de
negros e a queda da taxa de homicídios entre não negros. Conforme o Atlas da Violência 2020, entre 2008
e 2018, a taxa de homicídios entre os negros, cresceu 11,5%, enquanto a taxa para não negros (inclui
brancos, amarelos e índios) teve uma redução de 12,9%.
Esse padrão de homicídios se repete entre os homens e as mulheres. Ou seja, a taxa de homicídios de
mulheres negras é bem maior do que a taxa de homicídios de mulheres não negras.
Perfil majoritário dos que são vítimas e autores de mortes violentas intencionais no Brasil:
▪ Faixa etária: jovem (15 a 29 anos);
▪ Gênero: masculino;
▪ Classe social: pobre;
▪ Meio social: periferia das cidades;
▪ Cor da pele: negra (preta ou parda); e
▪ Escolaridade: até o ensino fundamental incompleto.
Mudança territoriais em relação à violência no Brasil – Estudos demonstram uma mudança territoriais da
violência no Brasil, observa-se uma interiorização dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas e
conglomerados urbanos para capitais menores e, destas, para cidades do interior.
Houve também uma mudança nos índices de violência entre as regiões brasileiras. A violência explodiu no
Norte e no Nordeste, de modo que essas são as regiões com as maiores taxas de homicídios. Depois,
seguem o Centro-Oeste, Sudeste e Sul, essa última é a região que apresenta as menores taxas do país.
Custos da violência – O Brasil perde algo em torno de 6% do PIB a cada ano em face do crime e da violência
letal. São custos que estão relacionados às despesas de manutenção do aparato de segurança pública, do
sistema prisional e de cumprimento de medidas socioeducativas, em serviços de segurança particular e
privada, em seguros contra furtos e roubos, no sistema de saúde, com o atendimento de vítimas da
violência, nas atividades econômicas e no setor do turismo.
Causas da violência – De acordo com vários estudos e publicações, podemos sintetizar como causas da
violência e da criminalidade:
▪ Urbanização acelerada e inchaço das periferias;
▪ Deficiência do Estado (poder público) no provimento de direitos;
▪ Exclusão social e desigualdade social;
▪ Ação dos traficantes de drogas ilícitas;
▪ Juventude em risco social; e
▪ Facilidade de acesso aos armamentos.

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Propostas de soluções para a redução da violência e da criminalidade – Várias são as propostas que visam
à redução da violência e da criminalidade. Estudiosos do tema, instituições acadêmicas, governamentais e
a sociedade afirmam que o caminho mais efetivo para essa redução é o investimento em políticas públicas
preventivas de cidadania e de segurança pública.
Outras propostas são: a redução das desigualdades sociais e a disseminação de uma cultura de paz. Ainda
temos propostas envolvendo a reforma e a reestruturação do sistema policial e prisional brasileiro.
Alguns segmentos defendem a liberação do consumo de determinadas drogas como meio para diminuição
da violência do Brasil.

Violência policial e vitimização letal de policiais

A letalidade da polícia brasileira é alvo constante de críticas de entidades de defesa de direitos humanos.
O número de pessoas mortas pela violência policial no Brasil é considerado altíssimo nas comparações
internacionais. De 2018 para 2019, o número de pessoas mortas pela polícia cresceu 2,1%.
Bueno, Marques, Pacheco e Nascimento, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, observam que não
existe uma coincidência entre os estados com maior proporção de letalidade policial e as maiores
reduções nas mortes violentas intencionais, sugerindo que os discursos que associam letalidade policial
à redução da violência não possuem correspondência na realidade.
Perfil amplamente predominante dos mortos pela polícia: homem, jovem e negro.
Morte de policiais – Se, por um lado, o grau de letalidade da polícia brasileira é alto, por outro, os policiais
também são vítimas desse mesmo sistema. Morrem muitos policiais no Brasil vitimados por assassinatos
em serviço e fora de serviço. Os dados indicam que morrem mais policiais fora de serviço, do que em
serviço. Contudo, de 2018 para 2019, o número de policiais assassinados diminuiu significativamente.

Sistema prisional brasileiro

O sistema carcerário brasileiro enfrenta, há muito tempo, uma grave crise estrutural, social e econômica.
Superlotação dos presídios – A população prisional brasileira chegou a 773.151 detentos (dados mais
atuais do Depen). É a terceira maior população carcerária do mundo, atrás dos Estados Unidos (2,14
milhões) e China (1,6 milhões).
Os presídios brasileiros estão superlotados, há 1,67 presos para cada vaga disponível no sistema
penitenciário. A população prisional cresceu em percentuais muito maiores do que a população do país.
Perfil dos presos no Brasil:
▪ Faixa etária: jovem (15 a 29 anos);
▪ Gênero: masculino;
▪ Classe social de origem: pobre;
▪ Meio social de origem: periferia das cidades;
▪ Cor da pele: negra (preta ou parda);
▪ Escolaridade: analfabetos ou escolarizados com o ensino fundamental incompleto.
Educação, trabalho e saúde – A legislação brasileira garante ao preso o direito de trabalhar e de estudar
no sistema prisional. Somente 10,58% dos presos estão envolvidos em atividades educacionais e apenas
15,74% em algum tipo de atividade laboral. O direito à saúde também não é provido adequadamente.

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Segurança e pessoal – Os sistemas de segurança nos presídios são falhos. Armas, drogas e telefones
celulares entram no interior dos presídios. O número de agentes penitenciários é insuficiente para exercer
o controle interno das prisões.
Excesso de prisões provisórias – Segundo o Ministério da Justiça, 34,72% dos detentos são presos em
situação provisória (sem julgamento). É um número considerado elevado, acima da média de vários países
do mundo.
O alto percentual indica a falta de acesso adequado à justiça, já que boa parte dos presos provisórios, nos
termos da lei, poderiam estar respondendo ao processo em liberdade.
Posse ou tráfico de Drogas – O segundo gênero de crime que mais leva à prisão é o de tráfico de drogas.
Em 2006, o país tinha 47 mil presos por tráfico de entorpecentes. Já em 2017, o número chegou a 157 mil,
ou seja, cresceu mais de 300% em onze anos. O percentual de mulheres presas por esse tipo de crime é
de 60%.
De acordo com estudiosos do tema, um dos motivos para esse aumento pode ser encontrado na chamada
nova Lei de Drogas, de 2006, uma vez que, com sua subjetividade na definição de usuário e traficante,
contribuiu para aumentar o volume de prisões.
“Escolas do crime” – Como o Estado é falho em prover aos presos proteção e condições minimamente
dignas de sobrevivência, as facções criminosas entram em ação para oferecer segurança para
sobrevivência no presídio, coibindo a violência entre os presos e até abusos de agentes penitenciários.
Cria-se, então, nesse ambiente as chamadas “escolas do crime”, visto que, em troca dessa proteção, uma
vez reinseridos à liberdade, esses ex-detentos devem continuar prestando serviços à organização
criminosa, ou seja, cometendo crimes para levar dinheiro à facção.
Soluções para a crise do sistema prisional – A solução para a crise penitenciária está relacionada à redução
da violência e da criminalidade no Brasil. Já que estando em uma sociedade menos violenta, diminuir-se-
ia os crimes, o que contribuiria para a redução do número de presos.
Outras propostas para enfrentar a superlotação do sistema prisional são:
▪ Maior adoção de penas alternativas ao encarceramento;
▪ Fornecimento do acesso adequado à justiça;
▪ Promoção de ajustes na Lei de Drogas; e
▪ Sistema que, de fato, ressocialize o preso, com políticas humanizadoras e que possibilite a
reinserção do ex-detento à vida em sociedade.

Violência contra a mulher

Conforme a ONU (dados de 2015), o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial de proporção de
assassinatos de mulheres
No ano de 2019, foram assassinadas 3.739 mulheres no Brasil, uma redução de 14% em relação ao ano de
2018, quando foram assassinadas 4.353 mulheres. No entanto, os feminicídios aumentaram 7%, em 2018.
Feminicídio é o homicídio praticado contra vítima mulher por motivações baseadas em violência
doméstica e/ou intrafamiliar, ou em caso de menosprezo ou discriminação pela condição de mulher.
O feminicídio é observado em todas as faixas etárias, mas significativamente maior entre mulheres em
idade reprodutiva. O ápice da mortalidade por feminicídio no Brasil se dá aos 30 anos.
Perfil da violência contra a mulher:

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▪ 70,7% das vítimas cursaram até o ensino fundamental, enquanto 7,3% têm ensino superior.
▪ 61% das vítimas são negras, contra 38,5% de brancas, 0,3% indígenas e 0,2% amarelas.
▪ 88,8% das vítimas foram assassinadas pelos próprios companheiros ou ex-companheiros; e
▪ 65,6% dos assassinatos aconteceram na residência das vítimas.
Violência sexual – A violência sexual pode ser definida como qualquer ato sexual ou tentativa de obter ato
sexual, sem o consentimento da vítima. A violência pode ser exercida com uso da força ou ameaça, mas
também com chantagem, suborno ou manipulação.
Em 2018, o Brasil atingiu o recorde de registros de estupros. A taxa brasileira de estupros é mais elevada
que a taxa de mortes violentas intencionais. De acordo com os registros de estupro e estupro de vulnerável
dos anos de 2017 e 2018, 81,8% das vítimas eram do sexo feminino.
A maior parte dos estupros que ocorre no Brasil é o de vulnerável (crianças menores de 14 anos ou pessoas
com doenças ou deficiência mental). A maioria dos crimes é praticado contra meninas de 10 a 13 anos,
sendo o autor homem e quase sempre conhecido da vítima.
No caso brasileiro, a última pesquisa nacional de vitimização estimou que cerca de 7,5% das vítimas de
violência sexual notificam a polícia. Entre os motivos para a baixa notificação estão o medo de retaliação
por parte do agressor, receio de julgamento e descrédito nas instituições policiais e de Justiça.
Cultura do estupro – O termo “cultura do estupro” expressa o modo como a sociedade naturaliza o
comportamento sexual violento dos homens e culpa as vítimas de assédio. Culturalmente culpa-se a vítima
da violência por ter usado uma roupa curta, por não ter reagido ou simplesmente por ser atraente demais.
Esse pensamento arraigado estimula a impunidade de estupradores, como também inibe que mulheres
denunciem as violências sofridas.
Formas de violência contra a mulher – A Lei Maria da Penha define como violência contra a mulher
qualquer conduta de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser
mulher. Ela pode assumir diferentes formas, como:
▪ Violência física;
▪ Violência psicológica;
▪ Violência sexual; e
▪ Violência moral.
Enfrentamento da violência contra a mulher - É fundamental haja o encorajamento para que aquelas
que já tenham sido vítimas de violência ou estejam na iminência de sê-lo denunciem o agressor, de
modo que o Estado possa tomar medidas destinadas a evitar que a violência e as ameaças, permanentes
ou eventuais, redundem em morte, como a aplicação de medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da
Penha e por meio da manutenção, a ampliação e o aprimoramento das redes de apoio à mulher. O
suporte estatal a mulher é fundamental, especialmente, no momento do rompimento do
relacionamento, principal motivo de morte de mulheres no contexto do feminicídio. Outra medida é o
combate à impunidade, com a responsabilização dos autores de atos de violência.

Facilitação da posse e do porte de armas

Posse de arma – possibilidade comprar e registrar um armamento, que pode ser mantido em residência
ou local de trabalho do proprietário da arma (se ele for responsável legal pelo estabelecimento).
Porte de arma – o direito de porte dá aos seus proprietários a possibilidade de andar armado nas ruas.

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No Brasil, a posse de arma é entendida como um direito adquirido por meio do recebimento do Certificado
de Registro de Arma de Fogo, emitido pela Polícia Federal.
Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República foi a facilitação da posse e
do porte de armas no Brasil.
Decreto da posse de armas – Conforme o Estatuto do Desarmamento e o Decreto nº 5.123/2004, para
possuir uma arma de fogo, a pessoa interessada deve cumprir uma série de requisitos, entre eles declarar
a “efetiva necessidade”, ou seja, explicar em documento as razões pelas quais necessitaria da posse de
arma de fogo, para que o Delegado da Polícia Federal pudesse analisá-las e decidir se são ou não válidas.
No dia 15 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto nº 9.685, que alterou partes do Decreto
nº 5.123/2004. O principal ponto alterado é o detalhamento das hipóteses da “efetiva necessidade” de
possuir arma em casa.
Segundo as novas hipóteses, praticamente todo cidadão brasileiro – desde que cumpra com os demais
requisitos legais – fica apto a possuir uma arma. Cumpridos os requisitos, o cidadão poderá ter até quatro
armas, limite que pode ser ultrapassado em casos específicos.
O tempo de validade do Certificado Registro de Arma de Fogo também foi alterado, passando de 5 para
10 anos. O presidente ainda renovou automaticamente os registros emitidos antes do decreto.
Decretos de facilitação do porte de armas – O Decreto nº 9.785, de 08 de maio de 2019, facilitou o porte
de armas no Brasil. Esse decreto teve vários dos seus pontos criticados e a sua legalidade questionada.
Com o objetivo de corrigir pontos que foram questionados pela Justiça e por segmentos da sociedade, o
governo federal editou, no dia 21 de maio de 2019, o Decreto nº 9.797.
Esse último decreto teve o intuito de descrever quais seriam as atividades profissionais de risco que
cumprem o requisito da “efetiva necessidade”.
Revogação dos decretos – Os decretos sobre a posse e o porte de armas de fogo geraram enorme polêmica
e muitas contestações na política e na sociedade.
Em junho de 2019, o Plenário da Comissão de Constituição e Justiça do Senado chegou a aprovar parecer
que pedia a suspensão dos decretos. Também estava prevista a análise pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) de um pedido para anulá-los.
Diante da concreta possibilidade de anulação pelo legislativo e STF, o presidente Jair Bolsonaro os revogou.
No lugar, editou três novos decretos restituindo a regulamentação anterior e enviou ao Congresso
Nacional um projeto de lei sobre o mesmo tema.
Alguns dos principais argumentos favoráveis à facilitação da posse e do porte de armas:
▪ A proposta foi legitimada via eleição democrática, uma vez que era clara pauta de campanha do
presidente eleito.
▪ A posse de arma corresponde ao exercício do direito de legítima defesa do cidadão, que deve ter
os meios adequados de exercê-lo e proteger a si e a seu patrimônio.
▪ O problema da violência não é a arma de fogo, mas a pessoa que a empunha.
▪ A medida vai ao encontro do referendo realizado em 2005, no qual 63% da população votou pelo
comércio de armas.
▪ O Decreto nº 9.685/2019 estabeleceu critérios objetivos para o elemento da “efetiva necessidade”.
▪ O acesso mais facilitado ao armamento servirá de desestímulo aos criminosos.
▪ O Estatuto do Desarmamento não cumpriu sua função, não reduzindo significativamente os índices
de homicídio.

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Alguns dos principais argumentos contrários à facilitação da posse e do porte de armas:


▪ É função do Estado e suas forças policiais, e não do cidadão comum, lidar com a segurança e a
criminalidade.
▪ O período em que a posse de arma foi liberada no Brasil foi marcado por crescentes índices de
homicídio.
▪ O Referendo de 2005 (em que 63% da população foi favorável) diz respeito ao comércio, e não à
posse de arma.
▪ O aumento no número de armas em circulação resultará em aumento de violência.
▪ Receio de aumento de crimes por ódio e intolerância.
▪ O Estatuto de Desarmamento reduziu o ritmo de crescimento do número de homicídios que, de
outra forma, poderiam estar em volume muito superior.
▪ O Brasil lidera o ranking de mortes por armas de fogo no mundo.
▪ A extensão do prazo para renovação poderá favorecer pessoas que tenham algum tipo de
impedimento em uma eventual renovação mais próxima.
O que diz a população:
A maior parte da população não defende o direito a se armar. Em uma pesquisa realizada em dezembro
de 2018, 61% dos entrevistados disseram que a posse deve "ser proibida, pois representa ameaça à vida
de outras pessoas".
A maioria das pesquisas sobre armas indicam que:
A flexibilização no porte de armas aumenta o número de homicídios; apresentam maior risco às crianças;
e o crescimento do número de armas está associado com o aumento da criminalidade e da violência.
Apesar de baixa, algumas pesquisas afirmam que a flexibilização no porte de armas pode sim diminuir a
violência, existem argumentos favoráveis a esse ponto quando se observa a existência de países onde a
violência é baixíssima, e a população possui um número elevado de armas.

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