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EFEITOS COGNITIVOS E PSICOSSOCIAIS PROVOCADOS

PELO ISOLAMENTO SOCIAL CAUSADO PELA PANDEMIA


DO CORONAVÍRUS1

Insira seu nome completo aqui2

Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou


citações não referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado duas vezes
por conter plágio pagarei uma taxa no valor de R$ 250,00 para terceira correção.
Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6
do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de pós-graduação lato
sensu, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de
Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho
de Conclusão de Curso é obrigatória).

RESUMO
Objetivo: Analisar o impacto na saúde mental de grupos e populações no contexto
da pandemia do novo coronavírus. Método: Em janeiro de 2023, foi realizada uma
revisão narrativa em três bases de dados usando os descritores saúde mental e
coronavírus. (n) publicações foram analisadas. Dessa análise emergiram dois eixos
temáticos: (compreender o quadro sanitário global e nacional da pandemia de Covid-
19; e entender os impactos cognitivos e psicossociais provocados pelo Isolamento
Social por Covid-19. Resultados: O primeiro eixo mostra manifestações de angústia
- dor, insônia, raiva, estresse, medo. A segunda revela a necessidade do
desenvolvimento de políticas governamentais e diretrizes gerais, da produção de
informação e comunicação e da prática do cuidado em saúde mental. Conclusões:
O impacto da pandemia na saúde mental da população se intensificou, identificando
grupos vulneráveis que requerem estratégias de enfrentamento e políticas de saúde
mental durante a pandemia.

Palavras-chave: Infecções por coronavírus; Saúde mental; Coronavírus;


Pandemias; Serviços de saúde mental.

ABSTRACT
Objective: To analyze the impact on the mental health of groups and populations in
the context of the new coronavirus pandemic. Method: In January 2023, a narrative
review was performed on three databases using the descriptors mental health and
1
Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de
TCC.
2
Discente do curso insira seu curso.
coronavirus. (n) publications were analyzed. From this analysis, two thematic axes
emerged: (understanding the global and national health situation of the Covid-19
pandemic; and understanding the cognitive and psychosocial impacts caused by
Social Isolation due to Covid-19. Results: The first axis shows manifestations of
anguish - pain, insomnia, anger, stress, fear. The second reveals the need to
develop government policies and general guidelines, to produce information and
communication and to practice mental health care. Conclusions: The impact of the
pandemic on the mental health of the population has intensified, identifying
vulnerable groups that require coping strategies and mental health policies during the
pandemic.

Keywords: Coronavirus infections; Mental health; Coronavirus; Pandemics; Mental


health services.

1. INTRODUÇÃO

O mundo está enfrentando uma grave crise devido à infecção do novo


coronavírus, resultando na mais recente doença infecciosa conhecida como COVID-
19. Esse descontentamento afeta a população global. [1] Causada pelo SARS-CoV-
2 e pode ser classificada como infecção leve, moderada e grave. A maioria das
pessoas infectadas apresenta sintomas leves ou inexistentes, mas os casos mais
graves requerem hospitalização e possivelmente suporte ventilatório. [dois]
Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de 12 de
fevereiro de 2021, são aproximadamente 107.423.526 casos confirmados e
2.360.280 óbitos no mundo. [3] Entre a população infantil e juvenil no Brasil, em
dezembro de 2020, 13.276 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram
hospitalizados com COVID-19 e 1.118 deles morreram. [4]
O coronavírus parece ter menos impacto na saúde de crianças e
adolescentes, com os sintomas da doença sendo mais leves nessa faixa etária em
comparação com os adultos. [5] Com relação à infecciosidade, acredita-se que as
crianças sejam tão suscetíveis ao vírus quanto os adultos. [6] Foi demonstrado que
indivíduos com menos de 18 anos infectados com o novo coronavírus desenvolvem
um estado inflamatório multissistêmico, alguns dos quais se assemelham à doença
de Kawasaki e à síndrome do choque tóxico. [7] estudo descreveu uma
apresentação aguda da doença com síndrome hiperinflamatória levando à falência
de múltiplos órgãos e choque. [7-9]
Dadas essas características da doença em crianças e adolescentes, deve-se
notar que a pandemia de COVID-19 levou as sociedades a adotar novos estilos de
vida para evitar a propagação da doença. Isolamento social, restrições de contato,
fechamento do trabalho e da escola mudaram o cotidiano das pessoas em todo o
mundo e restringiram as atividades sociais de crianças e jovens. Essas medidas de
mitigação têm o potencial de ameaçar a saúde mental. [1,10-12]
O processo de socialização contribui para a evolução dos aspectos éticos,
morais e culturais da vida social e para a formação da identidade e autonomia. A
melhor maneira de descobrir esse desenvolvimento é conhecendo pessoas de casa,
da escola e da comunidade. [13]
Sem rotina escolar e distanciamento físico, crianças e adolescentes têm
aumentado o uso de tecnologias como celulares, computadores e videogames. De
fato, o uso de televisão e mídia interativa portátil (como smartphones e tablets) pode
agravar a condição, mesmo em crianças menores de dois anos. [14]
Durante a pandemia, além das mudanças sociais (como a substituição das
interações físicas pelas digitais), também foram observadas maiores necessidades
de saúde por questões psicológicas (como ansiedade, medo e estresse). Claro,
essas mudanças psicossociais têm o potencial de afetar o desenvolvimento. [15]
A pandemia de COVID-19 é uma situação atípica em todo o mundo e, talvez
por isso, ainda haja poucos estudos explorando, analisando e apontando o impacto
psicossocial do isolamento social em crianças e adolescentes. [16] Com o exposto
acima, este estudo teve como objetivo mapear o impacto psicossocial do isolamento
social em crianças, adolescentes e jovens durante a pandemia de COVID-19.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Pandemia de Covid-19: Quadro Sanitário Global e Nacional

Em dezembro de 2019, as autoridades de saúde chinesas notificaram a


Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre um caso de síndrome respiratória
aguda grave de etiologia microbiana desconhecida em Wuhan, província de Hubei,
China. Alguns dias depois, um novo tipo de coronavírus, oficialmente conhecido
como coronavírus-2019, foi detectado em amostras colhidas desses pacientes. A
epidemia se espalhou rapidamente pelo mundo, afetando todos os países da Ásia,
Europa, América do Norte, América Latina, Caribe e, finalmente, países do
continente africano. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde a
reconheceu oficialmente como uma pandemia {16}.
A falta de uma ação coordenada em escala global, a falta de recursos e
tecnologia para assistência física e mental mostram que os sistemas nacionais de
saúde de diferentes países não estão preparados para enfrentar uma crise que
rapidamente leva a superlotação de hospitais, falta de equipamentos (Equipamentos
de Proteção Individual), não Profissionais de saúde suficientes e leitos suficientes
para atender um grande número de pacientes gravemente enfermos. Esta crise do
sistema de saúde afeta diretamente os idosos; além de ser uma enorme ameaça à
vida, a epidemia também pode colocar os idosos em maior risco de pobreza, perda
de apoio social, estigma, marginalização e isolamento.
Diante dessa situação, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou em
maio de 2020 um relatório sobre recomendações para proteger os idosos durante a
pandemia - "Policy brief: The impact of Covid-19 on senior people" {17}. O relatório
fornece análises e recomendações sobre os desafios enfrentados pelos idosos, os
impactos psicossociais e de saúde e o aumento da desigualdade social, pobreza e
violência. À medida que o vírus se espalha em países com sistemas de proteção
social fracos, é provável que a taxa de mortalidade entre os idosos aumente ainda
mais, especialmente entre aqueles com mais de 80 anos, disse o relatório.
Além disso, a pesquisa mostrou que o medo de ser infectado por um vírus
potencialmente mortal e que se espalha rapidamente, cuja origem, natureza e curso
ainda são mal compreendidos, acaba afetando a saúde mental de muitos.
Depressão, ansiedade e estresse diante de uma pandemia foram encontrados em
populações {18}.
Ainda de acordo com um relatório da ONU {17}, os idosos enfrentam maior
vulnerabilidade durante a pandemia. A disseminação da doença está afetando a vida
dos idosos, com relatos de maus-tratos, além do impacto de doenças associadas a
distúrbios psicológicos. Os adultos mais velhos que estão isolados com a família ou
cuidadores são mais propensos a sofrer violência doméstica, abuso e negligência,
afirma o relatório. As pessoas idosas que vivem em condições precárias estão
especialmente em risco do ponto de vista da saúde, rendimento, nível de
escolaridade e apoio social, uma vez que não têm acesso a serviços médicos
adequados e aos instrumentos necessários para condições de vida adequadas.
Característica desse quadro de vulnerabilidade e angústia durante a pandemia,
especialmente nos países latino-americanos, é ainda mais acentuada naqueles
países com dinâmica populacional tardia e aumentos proporcionais da expectativa
de vida, como o Brasil.
Refira-se que o aumento da esperança de vida, cujas estatísticas evidenciam
a sua inevitabilidade, mesmo para países com dinâmica demográfica tardia,
desigualdades sociais e acesso limitado à saúde, implica uma estratégia para
apaziguar o medo da morte”, estatística “on” defere medo para todos, apesar das
desigualdades de raça, gênero e classe social {11,19-22}. Embora existam algumas
semelhanças, cada sociedade responde à pandemia e à situação dos idosos de
maneira diferente; portanto, vale a pena um breve passeio pelo quadro nacional no
Brasil.
A pandemia de Sars-CoV-2 está afetando indivíduos, sociedades, governos e
nações de várias maneiras. A maioria dos casos graves e mortes da pandemia
global ocorreram entre adultos mais velhos. Apesar da vulnerabilidade dessa faixa
etária, o número de mortos é insuficiente para que alguns governos priorizem
políticas humanitárias e de proteção social que respeitem a saúde, a vida e os
direitos sociais. Políticas sociais e atenção aos idosos são necessárias,
principalmente em uma pandemia que expõe as desigualdades.
No entanto, no Brasil, o investimento em saúde, ações sociais e educacionais
diminuiu, a desigualdade social, a pobreza, a violência aumentaram e o acesso a
vacinas que podem proteger as pessoas de doenças graves foi retardado.
Acrescente-se a esse quadro de catástrofe um governo que promove aberta e
persistentemente a negação da ciência e da saúde, os ataques aos direitos
individuais e coletivos, o desprezo pela vida e a desinformação. Todos esses fatores
juntos criam riscos e aumentam o sofrimento dos mais vulneráveis.
De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial do Ministério da Saúde de
maio de 2020, quase 70% das mortes por Covid-19 ocorreram em pessoas com
mais de 60 anos, e 64% destas apresentavam pelo menos um fator de risco {23}.
Dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Influenza (Sivep-
Flu) mostram que, até junho de 2020, ocorreram 35.126 óbitos entre idosos.
Números recentes sugerem que esses números persistem entre pessoas com 60
anos ou mais, que representam 70% das mortes por Covid-19 até dezembro de
2021. Apesar da melhora geral dos casos da doença no Brasil, 63,6% dos idosos
foram hospitalizados em decorrência da vacinação, e a mortalidade hospitalar foi
aproximadamente o dobro da dos adultos mais jovens {24,25}.
Ressalta-se que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e
óbitos por Covid-19 antes do início da vacinação apresentaram maior notificação
entre os idosos {26}. No entanto, dados do Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgados
em 2 de novembro de 2021 mostraram que, à medida que as vacinações
avançavam no país, a incidência de síndrome respiratória era maior{25} na faixa
etária abaixo de 60 anos, sugerindo uma proteção mais severa para aqueles acima
dessa idade .
O Brasil registrou quase 22 milhões de casos da doença até outubro de 2021,
segundo o Our World in Data. O país tem apenas 2,7% da população mundial, mas
é responsável por 12% das mortes por Covid-19. Vale ressaltar que em março de
2021, antes do início das vacinações, o Brasil tinha o segundo maior número de
óbitos por milhão de habitantes da América Latina. Até fevereiro de 2022, foram
registrados um total de 26 milhões de casos, 800.000 casos e 634.000 mortes, com
a maior taxa de mortalidade entre os idosos. No entanto, embora esta seja uma das
razões para as altas taxas de infecção e mortalidade, as condições subjacentes do
país, incluindo profundas desigualdades socioeconômicas e um sistema de saúde
pública cronicamente subfinanciado, são fatores igualmente importantes e pré-
existentes neste contexto. {27-29}.
Os eventos descritos demonstram que a pandemia é um fenômeno complexo
entendido por alguns autores como uma catástrofe irredutível ao nível biomédico,
afetando a sociedade como um todo e afetando a população idosa de forma
singular.

2.2. Impactos Cognitivos e Psicossociais provocados pelo Isolamento Social por


Covid-19

Esta revisão observou efeitos sociais e psicológicos do isolamento social em


crianças e adolescentes devido ao COVID-19. Entre os efeitos do isolamento da
pandemia de COVID-19, os sintomas de depressão e ansiedade são mais
proeminentes em crianças e adolescentes, mostram pesquisas. [21,23-26,28-
33,35,37,39-40]
De fato, o supermonitoramento da autonomia de crianças e jovens no
contexto da pandemia pode contribuir para sintomas depressivos, o que pode
explicar os achados desta pesquisa. [42] Sintomas depressivos como solidão e
tristeza em jovens prejudicam a saúde mental e inibem sentimentos e emoções
como alegria, felicidade e bom humor. No entanto, as pessoas que tiveram mais
apoio emocional da família eram menos propensas a sofrer de depressão. [43-44]
De fato, neste momento de crise, fortalecer o vínculo afetivo entre pais e filhos é
essencial para o desenvolvimento e cuidado. [45]
Observou-se também que o estresse foi o terceiro impacto psicossocial mais
prevalente entre crianças e adolescentes durante a quarentena devido à Covid-19.
[21,24,26-29,31,37,39] Estudos mostraram que o isolamento domiciliar terá impacto
psicológico em 220 milhões de crianças e adolescentes na China, incluindo 180
milhões de alunos do ensino fundamental e médio e 47 milhões de crianças em
idade pré-escolar. [46] O contexto geral negativo da pandemia contribuiu para o
aumento dos níveis de estresse da população. As consequências desses
estressores associados ao aumento de casos, sobrecarga de notícias e aumento do
número de mortes afetam o desenvolvimento e o comportamento das crianças,
aumentando o risco de transtornos mentais agudos e crônicos. [47]
É importante considerar que, em comparação com pandemias anteriores, a
atual enxurrada de informações divulgadas pelas mídias sociais e seu alcance
durante o surto de COVID-19 nem sempre é verdadeira ou verificada, ora criando
falsas expectativas de cura, ora exacerbando o medo e o pânico. . Esse fenômeno
gera insegurança e angústia, agravadas por orientações divergentes das
autoridades de saúde pública e governamental. [48]
A pandemia pode causar alguns problemas psicológicos. O trauma na
primeira infância pode aumentar o risco de uma criança desenvolver doença mental,
bem como o desenvolvimento de atrasos. [49] Além disso, experiências adversas na
infância podem levar a resultados adversos ao longo da vida, como abuso de
substâncias e problemas de relacionamento ou educacionais, além de aumentar o
risco de doenças crônicas. Muitas crianças que ficaram em quarentena ou em
quarentena durante a pandemia de H1N1 preencheram os critérios para transtorno
de estresse pós-traumático (TEPT). [49]
Portanto, é necessária uma maior organização da saúde para atender a essas
necessidades da população. Isso significa busca proativa e monitoramento de
famílias de alto risco e mais vulneráveis para facilitar a educação em saúde sobre os
determinantes do estresse e apoiá-los durante o processo de luto. Novas formas de
atendimento também devem ser planejadas, por exemplo, o uso de tecnologia e
internet. [50]
Medos e inquietações foram encontrados nos artigos analisados. [21-22,26-
27,29-31,36-37,40] Preocupação excessiva, irritabilidade, isolamento domiciliar e
medo de infecção e transmissão foram todos associados a sintomas de ansiedade
durante a pandemia. A privação social é um fator de risco para o agravamento da
saúde mental, incluindo sintomas depressivos, angústia, medo, estresse pós-
traumático e insônia. 42 Em relação aos transtornos mentais, o medo da doença
(coronofobia) aumenta os sintomas angustiantes, principalmente em situações de
isolamento social. [51]
Outro aspecto refere-se à dependência digital associada ao maior tempo de
tela. [24-26,31,34,39] Medidas para conter a doença privam crianças e adolescentes
do contato social, o que leva ao aumento do tempo gasto online. Conversar online e
ver postagens de pessoas próximas a você é bom para a saúde mental, inclusive em
momentos como este, quando você costuma receber apoio de amigos e familiares
pela Internet. [48]
Foi determinado que, como resultado do fechamento das escolas, algumas ou
todas as atividades de aprendizado presenciais foram movidas para um ambiente
virtual, incluindo trabalhos de casa e aulas digitais, adicionando mais tempo de tela
ao que já existia antes do bloqueio. [51-52] Por outro lado, a aprendizagem digital é
um sistema restrito que destaca as desigualdades socioeconômicas, pois muitas
crianças têm acesso limitado, compartilhado ou nenhum acesso on-line devido à
falta de dispositivos ou suprimentos de internet. [49]
Sofrimento psicológico e solidão são relatos frequentes entre crianças e
adolescentes no surto. Sabe-se que 75% dos adultos que têm ou tiveram algum
problema de saúde mental antes dos 24 anos relatam dificuldades interpessoais,
rejeição, bullying e solidão. No entanto, pares bem conectados estão associados a
menos variação na saúde mental, o que favorece a resiliência do adolescente. [53]
Fortalecer as conexões por meio de redes sociais, apoio social dos vizinhos,
sono saudável e hábitos alimentares, música, atividade física que pode ser feita em
casa e informações precisas sobre saúde podem ajudar a minimizar o impacto
psicossocial do isolamento em crianças e adolescentes. Os conselhos de saúde
mental durante a pandemia devem envolver toda a família, além de limitar as
notícias relacionadas à pandemia porque podem levar a crises de ansiedade. Além
do uso de redes sociais que permitem a comunicação remota, as visitas de TV via
telefone ou videochamadas também são uma opção para facilitar a troca de afeto
neste momento tão caótico. [54]
Outro desencadeador de sintomas de estresse é a falta de atividades de lazer
e o acesso precário a cuidados médicos no ambiente atual. As mudanças nos
sistemas de saúde na atenção primária e especializada reduziram o acesso à
assistência e tornaram esses grupos mais vulneráveis. Destaca-se, portanto, a
importância de uma saúde mental e de uma atenção psicossocial acessível e
adequada às novas formas de atendimento. [55]
Vale ressaltar que as artes, a cultura e o esporte também têm papel
fundamental no fortalecimento da saúde mental de toda a população, principalmente
do público jovem. Campanhas temáticas voltadas para os jovens representam uma
forma de mitigar os efeitos do distanciamento social, estratégias para promover o
desenvolvimento da saúde física e mental, monitorar sinais de alerta que podem
ajudar as famílias nessa fase difícil e fortalecer o vínculo com os serviços de saúde.
[56]
Além disso, a atualização da assistência por meio das redes sociais e do
telemarketing é uma nova abordagem da saúde mental na atenção primária à saúde
(APS) e nos centros de atenção psicossocial (CAPS). O uso de redes sociais como
WhatsApp e e-mail é citado para melhorar a interação e atualização do usuário por
meio de atendimento coletivo e individualizado. A interação entre os centros de
referência tem potencial para auxiliar no enfrentamento de diversas situações
possíveis que expõem crianças, jovens e suas famílias a riscos pessoais e sociais e
violação de seus direitos. Portanto, novas formas de bem-estar são essenciais para
reafirmar a autonomia e o vínculo dos usuários com os serviços da APS. [57]
Quanto às limitações desta revisão, dadas as especificidades culturais,
sociais e econômicas do país, os resultados não podem ser generalizados devido à
falta de pesquisas em uma amostra de crianças e adolescentes brasileiros. No
entanto, a revisão aponta para uma situação alarmante e para a necessidade de
pesquisadores brasileiros trabalharem nesse tema.

3. CONCLUSÃO
Esta revisão de escopo mapeia o impacto psicossocial do isolamento da
COVID-19 em crianças e adolescentes. As respostas psicológicas foram
caracterizadas por depressão, ansiedade, medo, estresse e insônia, o que pode
indicar deterioração da saúde mental nessa população. O aumento ou a
dependência do uso da tela é evidente. É preciso considerar que, se por um lado a
tecnologia facilita os encontros virtuais, a escassez de interação face a face pode
limitar o desenvolvimento social de crianças e adolescentes. Estudos longitudinais
ajudarão a rastrear os efeitos de longo prazo do isolamento no desenvolvimento
social e na saúde mental de crianças e adolescentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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