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RESUMO
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Educação, Trabalho e Gestão na Saúde: reflexões, reflexos e ações
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
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Educação, Trabalho e Gestão na Saúde: reflexões, reflexos e ações
Considerando as especificidades intrínsecas à população idosa, envolvendo presença
de comorbidades e elevada frequência de transtornos psicológicos, a intervenção realizada
pelos profissionais da saúde mental nesse público deve ser realizada precocemente. O su-
porte em saúde mental deve ser empregado visando minimizar a angústia, tensão e es-
tresse relativos ao real ou potencial adoecimento, objetivando também estimular a adesão
às medidas de proteção necessárias para si e contra a propagação do vírus (FARO et al.,
2020; ORNELL et al., 2020).
Nesse contexto, ressalta-se o papel do psicólogo no aconselhamento e terapia direcio-
nada, contribuindo diretamente na psicoeducação dos idosos, com relação ao vírus, ensi-
nando estratégias de combate ao medo e a ansiedade, buscando proporcionar uma melhora
na qualidade de vida desses indivíduos nesse período pandêmico. Orientações sobre a
forma de se adaptar às mudanças impostas pela crise pandêmica e esclarecimentos sobre
atendimentos em saúde mental disponibilizados pelas redes de atenção básica, psicológica
e psicossocial são essenciais, fornecendo instruções importantes à esta população (LIMA,
2020; PANCANI et al., 2020).
A psicoterapia é de suma importância para os idosos, tanto no desenvolvimento natural
da idade, que por si só já contribui para várias intercorrências psíquicas, emocionais e físicas,
como no ambiente da pandemia que se apresenta como um agravante na incidência dos
transtornos emocionais. Pesquisadores reiteram que os mecanismos biológicos envolvidos
na depressão, estresse e transtornos de ansiedade, associados à idade avançada, passam
a ser fatores agravantes importantes para a progressão da COVID-19 (SCHMIDT et al.,
2020; BARROS et al., 2020).
Mediante os impactos físicos e psicológicos que o distanciamento social pode promover
na vida das pessoas, algumas diligências podem ser realizadas para que essas consequên-
cias sejam as mínimas possíveis. Uma das medidas que podem ser adotadas é a questão
do tempo de quarentena em caso de suspeita de contaminação pelo novo coronavírus, o
período de incubação do vírus tem sido de duas semanas, mesmo que esse tempo seja
estendido é imprescindível que ele dure, dentro do necessário, o mínimo possível, para que,
dessa maneira a saúde mental do indivíduo seja menos afetada (SCHMIDT et al., 2020;
LIMA et al., 2020).
Uma outra medida para maximizar a prevenção à saúde mental dessa população é
a informação. É importante saber fazer a comunicação de informações sobre o que está
acontecendo e os motivos ligados a esses fatos, trazendo explicações de quanto tempo
devem estar em casa e a destacar a vitalidade de cumprirem o distanciamento social com
informações atualizadas. Por fim, ressaltar a necessidade da manutenção das redes de
apoio social durante a quarentena, as quais tem uma função primordial na manutenção do
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bem estar físico e mental dessa população, visto que a quebra das conexões sociais e do
contato físico entre as pessoas, potencializam os impactos negativos no campo psicológico
(SCHMIDT et al., 2020; COSTA et al., 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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