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Palhoça
2021
ADYELSON FELIX LOUREIRO
Palhoça
2021
ADYELSON FELIX LOUREIRO
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Orientador: Prof. Cleo Marcus Garcia, MSc.
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Prof. Esp. Marcos Fernando Severo de Oliveira
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender a tecnologia eVTOL em comparativo
com a legislação atual para determinar como deverão ser os requisitos de infraestrutura para
sua operação no Brasil, pois a mobilidade urbana poderá ser revolucionada com o avanço da
tecnologia, no entanto a legislação não está no mesmo ritmo. Foram levantados os requisitos
atuais para operação de helicópteros, aeronave similar, para a comparação do que esperar para
a regularização da operação do eVTOL. A presente pesquisa caracteriza-se como descritiva,
com procedimento bibliográfico e documental por meio de regulamentos do DECEA, da
ANAC, Flight Plan 2030 e conceitos de operação do eVTOL da EMBRAER, publicações
acerca do assunto nas páginas da EMBRAER, sites de notícias e artigos, com abordagem
qualitativa. O levantamento realizado sobre os requisitos através das normas atuais revelou
que a aeronave que mais se assemelha ao eVTOL é o helicóptero, e que as algumas limitações
do eVTOL são similares à de outras aeronaves, como pontos para pouso em situações de
emergência ou condições meteorológicas desfavoráveis, sua capacidade mais importante é de
ser elétrico, além de propor um sistema inteligente para evitar colisões em voo. Deve-se
observar os impactos que a presença do eVTOL irá trazer para o meio urbano, devido a
previsão de alta acessibilidade, uma demanda por esse tipo de transporte tenderá a crescer. O
nível de segurança do transporte de mobilidade aérea urbana deverá ser determinado de forma
que não a torne inviável. Será necessário criar parâmetros para determinar os locais onde
poderão ser implementados os vertiportos e como serão suas dimensões e instalações, para
que não afetem outras operações aéreas ou outros modais de transporte.
This research aimed to understand the eVTOL technology compared to current legislation to
determine how the infrastructure requirements for its operation in Brazil should be, as urban
mobility can be revolutionized with the advancement of technology, however the legislation is
not in the same pace. The current requirements for the operation of helicopters, similar
aircraft, were raised to compare what to expect for the regularization of the eVTOL operation.
This research stands out as descriptive, with bibliographic and documentary procedure
through reports from DECEA, ANAC, Flight Plan 2030 and concepts of operation of
EMBRAER's eVTOL, publications on the subject on EMBRAER pages, news sites and
articles, with exploratory to qualitative approach. The survey carried out on the requirements
through current standards revealed that the aircraft that most resembles eVTOL is the
helicopter, and that some limitations of eVTOL are similar to other aircraft, such as landing
points in emergency situations or unfavorable weather conditions, its most important
capability is to be electrical, in addition to proposing an intelligent system to avoid in-flight
collisions. It should be noted the impacts that the presence of eVTOL will bring to the urban
environment, due to high accessibility forecast, a demand for this type of transport will tend
to grow. The safety level of urban air mobility transport must be determined in a way that
does not make it unfeasible. It will be necessary to create parameters to determine the
locations where the vertiports will be implemented and how their dimensions and facilities
will be, so that they do not affect other air operations or other modes of transport.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 8
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................. 8
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ....................................................................................... 9
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 9
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 9
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 9
1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 10
1.5 METODOLOGIA .......................................................................................................... 11
1.5.1 Natureza e Tipo da Pesquisa ..................................................................................... 11
1.5.2 Materiais e Métodos ................................................................................................... 11
1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 12
2.1 REQUISITOS ATUAIS PARA OPERAÇÃO DE HELICÓPTEROS .......................... 12
2.1.1 Estudo Aeronáutico e Portos Verticais (skyports) ................................................... 12
2.1.2 Regras de Voo ............................................................................................................. 13
2.1.3 Performance................................................................................................................ 14
2.1.4 Área de Toque e Elevação Inicial ............................................................................. 16
2.1.5 Direção do Vento ........................................................................................................ 17
2.2 CAPACIDADES DO EVTOL ....................................................................................... 17
2.2.1 Conceitos Iniciais........................................................................................................ 17
2.2.2 Diferenças da Operação de Helicópteros ................................................................. 18
2.2.2.1 Autonomia ............................................................................................................... 19
2.2.2.2 Custo ........................................................................................................................ 19
2.2.2.3 Método de sustentação ............................................................................................. 19
2.2.2.4 Ruído ........................................................................................................................ 20
2.2.3 Vertiporto (skyport) .................................................................................................... 20
2.2.4 Fases do Voo ............................................................................................................... 22
2.2.5 Desafios ATM ............................................................................................................. 24
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 26
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 27
8
1 INTRODUÇÃO
A proposta de mobilidade aérea urbana, se for bem implementada, poderá trazer uma
alternativa acessível para a população, aumentando a economia e aliviando outros modais de
transporte urbano, quando a operação de eVTOL for massiva.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
1.5 METODOLOGIA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
1Um local de chegada e partida de voos urbanos. Um skyport pode ter um ou vários blocos de decolagem e
pouso (EMBRAERX, 2020, p. 48, tradução nossa).
13
segregação do espaço aéreo seja uma das melhores opções para existir uma operação mais
segura.
Básico de Zona de Proteção de Heliponto equivalente ao que deve ser desenvolvido para
aplicar nos portos verticais, e em um futuro próximo, conforme a figura do planejamento da
EMBRAERX em parceria com a AIRSERVICES, em qual regra será enquadrado o eVTOL
operando de forma autônoma? (AIRSERVICES, 2020, p.12)
Exceto quando em pouso e decolagem, helicópteros sob regra de voo visual
devem manter uma altura mínima de 500 pés em relação ao obstáculo mais alto em um raio de
600 metros, portanto, não permitido em condições normais que um helicóptero faça seu voo
entre os prédios (DECEA, 2021, p. 16). Prevê-se que o voo do eVTOL, comece em baixas
altitudes, provavelmente voando entre prédios, como será aplicado as regras para mínimos de
altitude para esse tipo de aeronave?
2.1.3 Performance
O eVTOL inicialmente pretende operar abaixo de 1500 pés sobre o terreno, mas
futuramente também irá operar acima desse nível (AIRSERVICES, 2020, p. 17, tradução
nossa).
Por ter um nível de cruzeiro mais baixo, o eVTOL será capaz de realizar sua
decolagem de forma completamente vertical, exigindo, portanto, uma zona de proteção para
pouso e decolagem, menor ou quase nula em relação do que é necessário para os
helicópteros?
Existem três classes de performance para helicópteros previstas em regulamento:
De acordo com ANAC (2018, p.5), área de toque e elevação inicial (TLOF)
significa a área de um heliponto na qual um helicóptero pode tocar ou se elevar do solo.
Ainda conforme ANAC (2018, p.5), área de segurança significa a área definida
em um heliponto, no entorno da FATO, que é livre de obstáculos, exceto aqueles necessários
à navegação aérea e destinados a reduzir os riscos de danos aos helicópteros que
acidentalmente desviem da FATO.
Tanto para helipontos elevados quanto aos que estão no nível do solo, o TLOF
deve estar dentro da FATO, e deve existir uma área de segurança em torno do FATO no
tamanho de 0,25 D. Para entendimento do valor numérico de D:
para evitar colisões, e isso será necessário pois a densidade operacional irá aumentar, e ficará
difícil para o piloto aplicar o “ver e evitar”. Também é esperado que a aeronave possua uma
alta precisão de navegação e um monitoramento de conformidade. A sua autonomia será
limitada devido sua fonte de energia ser através de baterias, portanto seu alcance também será
limitado (AIRSERVICES, 2020, p. 12, tradução nossa).
A previsão para esse veículo é que venha a ser tão comum utilizá-lo para
mobilidade aérea, que no decorrer dos anos, com o aumento da densidade de aeronaves
ocupando o mesmo espaço aéreo, será impossível para um piloto manter a separação com
outras aeronaves, tendo isso em vista, uma aeronave autônoma com um sistema integrado de
vigilância, poderá manter um espaço aéreo cheio desses veículos de forma segura e ordenada.
2.2.2.1 Autonomia
2.2.2.2 Custo
Os aviões são sustentados pela reação do ar com as asas, porém nos helicópteros
quem realiza a função de aerofólio2 são as pás do rotor principal: “O conjunto de pás rotativas
do helicóptero é chamado de rotor principal. Se você fornecer às pás do rotor principal um
pequeno ângulo de ataque no eixo e girar o eixo, as pás começam a gerar sustentação”
(MACHADO e REISDORFER, 2011, p.19).
2
Toda superfície capaz de fornecer sustentação, possuindo pequena resistência ao avanço (MACHADO;
REISDORFER, 2011 p.19).
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2.2.2.4 Ruído
O ruído gerado por helicópteros pode gerar desconforto tanto para os passageiros
quanto para quem está fora da aeronave, principalmente para estes durante o pouso e
decolagem, e dependendo do tempo de exposição pode causar danos auditivos, caso não
sejam usados equipamentos para proteção contra ruídos. Por causa do ruído, a Federal
Aviation Regulations (FAR 36) e o Anexo 16 da ICAO estabelecem limites máximos de ruído
em função do peso máximo de decolagem, tanto para aeronaves de asa fixa como para
helicópteros civis (MACHADO e REISDORFER, 2011, p.133-134).
O ruído também irá variar dependendo do modelo, mas é esperado que seja mais
silencioso do que um helicóptero (AIRSERVICES, 2020, p. 13, tradução nossa).
Pelo design de alguns eVTOL, levando em conta o tamanho de seus rotores,
espera-se que eles causem menos ruídos que os helicópteros, no entanto, a quantidade de
rotores daqueles é superior a estes, e somado a grande quantidade de veículos que se prevê
que irão entrar em operação para a mobilidade aérea urbana, será possível que o ruído seja um
fator problemático.
Eles exigirão auxílios à navegação e/ou dicas visuais com procedimentos de voo
por instrumentos correspondentes para permitir operações seguras durante a noite e períodos
de condições meteorológicas adversas (AIRSERVICES, 2020, p. 13, tradução nossa).
22
Como citado acima, a tendência é de que a operação nos vertiportos tenham que
cumprir as mesmas regras que um aeródromo no que diz respeito a auxílios em
funcionamento para operação noturna e/ou instrumento.
Poderão ocorrer suspensão de pouso em determinados vertiportos, da mesma
maneira que ocorrem com aeródromos em situações de emergências ou interdição do local de
pouso: “Os requisitos de infraestrutura e equipamentos relacionados à segurança precisarão
ser padronizados em vertiportos. Os vertiportos precisarão ser usados pelo UAM ou outros
veículos a curto prazo em situações de emergência. Posteriormente, os vertiportos podem ser
obrigados a ter um FATO de contingência (ou um local de pouso de veículo UAM
secundário) para lidar com emergências ou acidentes que podem ocorrer no vertiporto ou
outro vertiporto próximo” (AIRSERVICES, 2020, p. 13, tradução nossa).
[..] Este voo pode incluir várias paradas em vertiportos intermediários. As paradas
intermediárias podem ser necessárias para posicionar o veículo para a coleta inicial
ou para retirar e deixar passageiros e/ou carga. As viagens podem ser planejadas
com antecedência ou sob demanda. O planejamento pré-voo e o gerenciamento do
voo incluirão a interação com o piloto do veículo e/ou o operador da frota, bem
como com os operadores vertiporto. Um operador de frota ou piloto pode querer
fazer uma viagem no ambiente urbano ao longo de uma trilha específica
(horizontalmente e / ou verticalmente) ou pairar por um período sobre determinados
locais para operações como voos turísticos.
[..] Um veículo de mobilidade aérea pode precisar mudar o destino devido a razões a
bordo, como falha do sistema técnico, problemas de passageiro/piloto ou mudanças
nos requisitos operacionais. Uma situação fora do normal também pode surgir de
problemas externos, como indisponibilidade do vertiporto ou condições
meteorológicas, os problemas de disponibilidade do vertiporto ocorrerão em curto
prazo enquanto o veículo está a caminho de seu destino. Vertiportos alternativos ou
locais adequados de pouso forçado deverão ser predefinidos antes da partida para
garantir que os problemas externos relacionados ao vertiporto de destino possam ser
mitigados. Mudanças no acesso ao espaço aéreo, como áreas restritas temporárias
(TRAs) ou restrições temporárias de voo (TFRs) podem ocorrer a curto prazo,
enquanto o veículo está em rota. Um veículo pode precisar alterar a rota para o
destino pretendido quando surgirem problemas de acesso ao espaço aéreo
(AIRSERVICES, 2020, p. 15, tradução nossa).
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Como qualquer operação aérea, dentro das previsões da mobilidade aérea urbana,
podem existir atrasos ou contingências, e a resolução desses problemas irá depender das
capacidades dos vertiportos de receber aeronaves não previstas, como as que entram em
situação de emergência ou que precisaram alternar o destino em decorrência de condições
meteorológicas adversas, ou destino indisponível para o pouso.
É notável que a inserção de uma nova aeronave no espaço aéreo irá gerar impacto
nas operações existentes, e com a previsão de operar com muitas aeronaves para a mobilidade
urbana, a EMBRAER, juntamente com seus parceiros já estudam algumas soluções para o
gerenciamento do espaço aéreo, tendo em vista as limitações do gerenciamento do espaço
aéreo atual:
Além da previsão de aumento dos voos existentes, a demanda por voos que se
espera para a mobilidade aérea urbana irá exigir um controle de fluxo das aeronaves dessa
modalidade, que o atual sistema de controle não irá suportar.
Existe outro tipo de gerenciamento do espaço aéreo que está surgindo, o
gerenciamento de tráfego de aeronaves não tripuladas, embora tenha potencial para atender as
demandas da mobilidade aérea urbana, existem algumas lacunas, algumas aeronaves eVTOL
irão necessitar do piloto a bordo e capacidade de comunicação, fatores que não existem em
drones que são gerenciados pelo UTM. Portanto não se acredita num futuro previsível que o
UTM será capaz de gerenciar aeronaves na mobilidade urbana (EMBRAERX, 2020, p.13).
Para solucionar a deficiência do gerenciamento da mobilidade aérea urbana, surge
o UATM, o gerenciamento de tráfego aéreo urbano:
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Espera-se que o espaço aéreo seja dividido conforme a figura 5, e essa abordagem
em camadas permitirá que os provedores de serviços de navegação, comunicação e vigilância
aumente a capacidade do espaço aéreo, permitindo acesso para aeronaves novas e antigas.
Conforme o sistema UATM evolui, ele poderá integrar as operações UAS, para que todas as
aeronaves a baixa altitude operem em um único sistema (EMBRAERX, 2020, p. 15).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
EMBRAERX. FLIGHT PLAN 2030: an air traffic management concept for urban air
mobility. [S. L.]: Embraerx, 2020. Disponível em:
https://daflwcl3bnxyt.cloudfront.net/m/72d6ed98a71cb43f/original/200702_AF_EMBX_Whit
e_Paper_DM.pdf. Acesso em: 09 ago. 2021.
28
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002. 137 p.