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Palhoça
2019
1
Palhoça
2019
2
___________________________________________
Professor orientador: Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
____________________________________________
Professora avaliadora: Conceição Aparecida Kindermann, Dra.
Universidade do Sul de Santa Catarina
3
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo geral compreender como a capacitação do controlador de
tráfego aéreo contribui para a prevenção e mitigação de acidentes aeronáuticos. Seus
principais objetivos específicos foram: descrever como se dá o processo de seleção e de
capacitação do controlador de tráfego aéreo brasileiro, comparar as grades curriculares dos
cursos de formação, definir como é determinada a proficiência na língua inglesa,
relacionando-a a falhas na performance do controlador, e pontuar as mudanças na capacitação
do controlador a fim de prevenir e mitigar acidentes aeronáuticos. Caracteriza-se como uma
pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa e procedimento bibliográfico e documental
utilizando-se de livros, artigos, monografias, dissertações, teses, reportagens, Manuais e
Instruções do Comando da Aeronáutica, regulamentos, sítios eletrônicos e sites. Finalizando a
pesquisa, constatou-se que a capacitação do controlador de tráfego aéreo no Brasil ocorre em
duas instituições: na Escola de Especialistas de Aeronáutica e no Instituto de Controle do
Espaço Aéreo. Ambas são instituições militares, porém independentes e com público-alvo
definidos. Os resultados apontam que não há uma padronização nos cursos de capacitação,
começando pelo processo seletivo com exigências diferentes quanto à proficiência em língua
inglesa, apesar de os cursos seguirem um currículo mínimo. Observou-se que acidentes
aeronáuticos, envolvendo controladores de tráfego aéreo, tiveram como fator contribuinte
falhas na comunicação entre o controlador e os pilotos devido à proficiência em inglês
aeronáutico insuficiente. Constatou-se, também, que há um tratamento diferenciado, dividindo
os controladores entre militares de carreira, e civis voluntários ao serviço militar temporário.
ABSTRACT
This academic study had as a general objective to understand how the qualification of air
traffic controllers contributes to the prevention and mitigation of aircraft accidents. Its main
specific objectives were: to describe how the selection and training process of Brazilian air
traffic controllers is performed, to compare the curricula of training courses, to define how
English proficiency is determined, and to relate it to performance failures of air traffic
controllers, and to demonstrate the changes in air traffic controller training to prevent and
mitigate aircraft accidents. This study is characterized as a descriptive research, with a
qualitative approach and bibliographical and documentary procedures using books, articles,
monographs, dissertations, theses, reports, Manuals and Instructions of the Aeronautical
Command, regulations, electronic sites and websites. At the end of this research, it was
verified that the qualification of air traffic controllers in Brazil occurs at two institutions: at
the Aeronautical Experts School and at the Air Space Control Institute. Both are military, yet
independent, and with defined target audiences. The results indicate that there is no
establishment of patterns in training courses, starting the selection process with different
requirements for English proficiency, despite the fact that courses follow a minimal
curriculum. It was observed that aircraft accidents involving air traffic controllers had, as a
contributing factor, failures in communication between air traffic controllers and pilots due to
insufficient aviation English proficiency. It was also concluded that there is a discerning
treatment, dividing air traffic controllers between the ones who will follow military career,
and the ones who will serve as voluntary civilians in temporary military service.
Keywords: Air Traffic Controller. Air Traffic Controller Training. Aviation English.
Prevention and Mitigation. Aircraft Accidents.
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LISTA DE SIGLAS
ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil
ATC - Air Traffic Control
ATCO - Air Traffic Control Officer
ATM - Gerenciamento de Tráfego Aéreo
BCT - (Especialidade) Controle de Tráfego Aéreo
CENIPA - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
CFS - Curso de Formação de Sargentos
CHT - Certificado de Habilitação Técnica
COMAER - Comando da Aeronáutica
CPDLC - Controller Pilot Data Link Communications
CTA - Controlador de Tráfego Aéreo
DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DEPENS - Departamento de Ensino da Aeronáutica
EAP - Estágio de Adaptação para Praças
EEAR - Escola de Especialistas de Aeronáutica
EIP - Estágio de Instrução para Praças
EPLIS - Exame de Proficiência em Inglês Aeronáutico
ETAv - Escola Técnica de Aviação
FAB - Força Aérea Brasileira
GEIA - Grupo de Estudos em Inglês Aeronáutico
ICA - Instrução do Comando da Aeronáutica
ICEA - Instituto de Controle do Espaço Aéreo
ICAO - International Civil Aviation Organization
MCA - Manual do Comando da Aeronáutica
OACI - Organização da Aviação Civil Internacional
SERIPA - Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
SIPAER - Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
SISCEAB - Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
6
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 07
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ................................................................................ 08
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 08
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 08
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 09
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 09
1.4 METODOLOGIA .................................................................................................. 11
1.4.1 Natureza e Tipo da Pesquisa ............................................................................. 11
1.4.2 Materiais e Métodos .......................................................................................... 11
1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados....................................................................... 12
1.4.4 Procedimentos de Análise de Dados..................................................................... 12
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................... 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 15
2.1 OS PRIMEIROS CONTROLADORES DE TRÁFEGO AÉREO ........................... 15
2.2 NORMAS PARA CAPACITAÇÃO DE CTA NO BRASIL ................................... 20
2.2.1 Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) ...................................... 20
2.2.2 Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)................................................ 21
2.2.3 Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) .............................................. 22
2.3 INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS ........... 23
2.3.1 Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) .. 23
3. PROCESSO DE SELEÇÃO PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE CTA ...... 26
3.1 PROCESSO DE SELEÇÃO NA EEAR ................................................................. 26
3.2 PROCESSO DE SELEÇÃO NO ICEA .................................................................. 30
4. CURSOS DE CAPACITAÇÃO DE CTA NO BRASIL ....................................... 34
4.1 CURSO DE CAPACITAÇÃO DO CTA NA EEAR ............................................... 34
4.2 CURSO DE CAPACITAÇÃO DO CTA NO ICEA ................................................ 39
5. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CURSOS DE FORMAÇÃO DE CTA............. 42
6. LICENÇA E HABILITAÇÃO TÉCNICA PARA CTA ...................................... 45
7. PROFICIÊNCIA EM INGLÊS AERONÁUTICO ............................................... 48
8.FALHAS NA PERFORMANCE DO CTA E ACIDENTES AERONÁUTICOS .. 53
9. CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS. 63
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 70
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73
7
1 INTRODUÇÃO
O processo seletivo e a capacitação teórica e prática para ser CTA são rígidos,
seguindo normas internacionais e nacionais. No Brasil, a capacitação profissional é realizada
pela Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) e pelo Instituto de Controle do Espaço
Aéreo (ICEA), sendo exigida proficiência em inglês aeronáutico (BRASIL, 2018e), constante
treinamento teórico e prática em simuladores a fim de colaborar na prevenção e mitigação de
acidentes aeronáuticos, como destaca o Major Robson Laube Roque Moreira, comandante do
destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), em notícia de janeiro
de 2018:
Nossos controladores recebem treinamento teórico constante, além da participação
de treinamento prático em simuladores, que reproduzem uma grande quantidade de
eventos críticos, como falhas de comunicação entre aeronaves, por exemplo, para
que exercitem a melhor atitude a ser tomada em situações similares (BRASIL,
2018h).
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
como raciocínio espacial, controle emocional, rápida adaptação a mudanças e alta capacidade
de concentração.
O trabalho se justifica pela proposta de demonstrar como é realizada a capacitação
profissional dos CTA civis e militares e se há diferença curricular entre a capacitação de
ambos. A capacitação do controlador de tráfego aéreo no Brasil é realizada em duas
instituições militares de ensino. Os controladores de tráfego aéreo militares recebem instrução
na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP),
enquanto os controladores de tráfego aéreo civis recebem instrução no Instituto de Controle
do Espaço Aéreo (ICEA), localizado em São José dos Campos (SP). Apesar de cursos
diferentes para a formação de CTA militares e civis, ambos trabalham em sistema de
cooperação.
O papel desempenhado pelo controlador de tráfego aéreo, apesar de ser
fundamental nas operações aéreas de decolagem, voo cruzeiro, pouso e taxiamento, passava
despercebido mesmo pelo público acostumado com a rotina de voos e aeroportos. Talvez pela
simples razão de realizar um trabalho invisível aos olhos desse mesmo público. No Brasil,
infelizmente, a atividade desempenhada pelo CTA só ganhou visibilidade e teve sua
importância reconhecida após o acidente entre o Boeing da Gol Linhas Aéreas Inteligentes e
o Embraer Legacy em 29 de setembro de 2006.
Assim, este trabalho também se justifica por abordar a questão da formação
teórica e prática do CTA como um fator contribuinte para a prevenção e mitigação de
acidentes aeronáuticos. Consoante lição de Baldin (2016), a respeito das contribuições que os
maiores acidentes registrados no Brasil proporcionaram à segurança da aviação civil, o
mesmo alertou para a importância de aprender-se com os erros:
Independentemente do potencial catastrófico de um acidente, as lições aprendidas e
os conhecimentos que são gerados com as investigações são continuamente
utilizados para o aperfeiçoamento de toda a infraestrutura aeronáutica, da navegação
aérea, do treinamento das tripulações e do desenvolvimento das aeronaves
(BALDIM, 2016).
Ao referir-se a determinados acidentes aeronáuticos ocorridos no Brasil, Baldim
(2016) cita algumas mudanças, implementadas posteriormente, que serviram para aperfeiçoar
a infraestrutura aeroportuária e de tráfego aéreo:
Especificamente no caso dos acidentes da Gol (PR-GTD e N600XL), da TAM (PR-
MBK) e da VARIG (PP-VMK), a infraestrutura aeroportuária e de tráfego aéreo se
aperfeiçoaram, tendo sido implementados novos métodos de monitoramento das
condições de aderência das pistas de pouso, maior capacitação dos controladores de
tráfego aéreo e o desenvolvimento de um novo sistema de monitoramento do espaço
aéreo (BALDIM, 2016).
11
1.4 METODOLOGIA
2.REFERENCIAL TEÓRICO
Washington (DC) a Nova York em 1918 (LEMOS, 2012, p. 130). Ainda sem um controle de
tráfego aéreo, os pilotos dos correios enfrentavam muitas adversidades:
Voando aviões com instrumentos rudimentares, sem cartas aeronáuticas ou bússolas
confiáveis, eles cruzavam montanhas, planícies e desertos, vencendo grandes
extensões territoriais despovoadas, tendo como orientação uma estrada, ponte, torre
de igreja, rio ou um distinto ponto natural no solo que lhes indicava estarem no rumo
desejado, ou não. Se a noite os alcançasse em voo, o que era comum, faróis ou
fogueiras eram acesos ao lado das pistas de pouso para sinalizarem o local do tão
esperado campo (LEMOS, 2012, p.130).
1
Télégraphie Sans Fil, empresa francesa de telegrafia e radiotelegrafia.
2
barstormer era uma expressão utilizada na aviação no início do século para se referir àqueles pilotos que
faziam acrobacias e piruetas com seus aviões pelo país, valendo da escassez de regulação e da novidade no
inverno, como forma de ganhar a vida.
18
da guerra, “o controle de tráfego aéreo estava criado nas duas modalidades que o caracterizam
até os dias de hoje- o controle de aeronaves civis e a defesa aérea, militar”.
Como se pode perceber, ao final da Segunda Guerra Mundial, o espaço aéreo já
havia sido totalmente ocupado, havendo a necessidade de uma unificação das regras e
dispositivos de acordos e tratados regionais, a fim de orientar a aviação civil. É dentro desse
contexto que é criada a International Civil Aviation Organization (ICAO) em 1944, sendo o
controle de tráfego aéreo desde então orientado pelas diretrizes estabelecidas por documentos
oriundos dessa organização (DEZONTINI, 2017, p. 49).
No Brasil, o governo de Getúlio Vargas, segundo Dezontini (2017, p. 51) tentava
manter-se neutro no conflito, pois comprava armas com condições especiais de pagamento de
Berlim entre 1938 e 1939, ao mesmo tempo em que comprava suprimentos navais da Grã-
Bretanha e equipamentos e munições dos Estados Unidos. Diante das relações comerciais do
Brasil com os Estados Unidos, submarinos alemães passam a atacar navios mercantes
brasileiros no Atlântico Sul:
Embora, o Brasil assumisse uma posição neutra, a intensa cooperação junto aos
EUA refletia que o Brasil aderira à causa dos Aliados. Em janeiro de 1942, por
desejo dos EUA, ocorreu no Rio de Janeiro a III Reunião dos Ministros das
Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, na qual o Brasil declarou seu
alinhamento aos EUA, rompendo relações diplomáticas com o Eixo. A adesão
brasileira foi uma demonstração de solidariedade continental, pilar da política dos
EUA (OLIVEIRA, 2015, apud DEZONTINI, 2017, p. 51).
3
Diretoria de Rotas. Órgão criado dentro do Ministério da Aeronáutica para gerir os Serviços de Navegação
Aérea.
19
A PANAIR, associada da PAN AM, e para dar início ao Controle de Voo, mandou
para os EUA cinco operadores para fazerem o estágio da CAA4 de Controle de Voo
e fazer o controle de suas aeronaves de acordo com as normas do CAA. Foram
Aquino, Alberto, Segui, Krashner e Hernani. Na volta, a PANOP (PANAIR
operações) começou a atender aviões da PAN AM e da PANAIR na fonia, nas
frequências de 2870 e 6210 kz ( DREZZA5, ?, p. 22, apud DEZONTINO, 2017, p.
53).
A primeira turma a iniciar aqui os seus estudos ficou sob os cuidados do Sr. Walter
Field, ex - instrutor - chefe, mais tarde substituído pelo Sr. Ewing, também instrutor
de Procedimentos de Centro de Controle, coadjuvado pelos seguintes instrutores:
Senhora Dora Drews (procedimentos de torre de controle); Sr. De Bra (rádio);
Senhora Beatrice Schillinger (reconhecimento de aviões), Senhora Hazel Humble
(inglês); Sr. Antônio Pereira (califasia6); Sr. Hoose (meteorologia); Sr. Deister
(técnica de rádio) e Senhora Perrault (instrumentos e voo cego).
4
Civil Aviation Authority. Órgão que gerira os serviços de navegação aérea americanos até a criação da FAA –
Federal Aviation Agency, em 1958. Atualmente a FAA denomina-se Federal Aviation Administration.
5
Segundo Dezontini (2017, p. 54), Francisco Drezza foi o primeiro controlador de tráfego aéreo militar formado
no Brasil.
6
Arte, prática ou técnica de falar as palavras com uma boa dicção.
20
vez que os militares possuíam pouco conhecimento e nenhuma prática de aproximação para
pousos em condições meteorológicas adversas (BRASIL, 2014a, p. 26).
No tocante à tecnologia específica do Controle de Tráfego Aéreo trazida dos
Estados Unidos por esses especialistas, destacaram-se:
-evitar colisões entre si e contra obstáculos no solo;
-monitorar as partidas e chegadas para detectar qualquer emergência, acionando o
socorro disponível;
-fornecer aos pilotos informações importantes à segurança como dados
meteorológicos, tráfego pertinente, condições de operação de auxílios à navegação aérea
(BRASIL, 2014a, p. 38).
Situado em São José dos Campos (São Paulo), O Instituto de Controle do Espaço
Aéreo (ICEA) é a organização, subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA), responsável pelo ensino, pesquisa, formação e capacitação dos recursos humanos
do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) (BRASIL, 2019d).
Conforme seu sítio eletrônico oficial, o DECEA é uma Organização do Comando
da Aeronáutica (COMAER), criada pelo Decreto nº 3954, de 5 de outubro de 2001, sendo
responsável pelo planejamento, gerenciamento e controle das atividades relacionadas com o
22
controle do espaço aéreo brasileiro, com a proteção do voo, com o serviço de busca e
salvamento e com as telecomunicações do COMAER (BRASIL, 2019c).
O histórico do ICEA começa em 1960 quando foi criado o Curso de Preparação
de Oficiais de Proteção ao Voo (CPOPV). Em 1966, o CPOPV transformou-se em Curso de
Comunicação e Proteção ao Voo (CCPV). Em 1972, a unidade foi transformada em Centro de
Atualização Técnica (CAT), passando a condição de instituto em 1978–Instituto de Proteção
ao Voo (IPV). O atual nome, ICEA, veio, em 2004, com a aprovação da Estrutura Regimental
do Comando da Aeronáutica- Decreto 5196, de 26 de agosto de 2004, que atribuiu ao
instituto, além do ensino, a responsabilidade pela realização de estudos e projetos na área de
controle de tráfego aéreo (BRASI, 2019d).
O ICEA obedece às Normas Reguladoras de Cursos do DECEA que constam na
Instrução do Comando da Aeronáutica ICA7 37-269 (BRASIL, 2018b). A ICA 37-269,
reeditada em 23 de julho de 2018, direciona as ações para a consecução dos objetivos da
política de capacitação, de treinamento e de qualificação dos recursos humanos do SISCEAB.
O ICEA utiliza laboratórios e simuladores de alta tecnologia desenvolvidos pela própria
organização na capacitação dos CTAs, oferecendo simulações de operações e cenários
projetados segundo as necessidades cotidianas dos centros de controle brasileiros (BRASIL,
2019d).
7
ICA: Instrução do Comando da Aeronáutica. É a publicação destinada a divulgar regras, preceitos, critérios,
programas de trabalho, recomendações e procedimentos diversos, de caráter determinativo e direto, visando a
facilitar, de maneira inequívoca, a aplicação de leis, decretos, portarias e regulamentos. BRASIL, Publicações
DECEA. Disponível em:< https://publicacoes.decea.gov.br/?i=filtro&cat=tipo&f=3>. Acesso em: 25 mar. 2019.
23
aeronáutico são as estabelecidas pelo Anexo 13 da OACI. O parágrafo 3º diz que a definição
de ocorrência de solo é aquela adotada pelo SIPAER. Ressalte-se que esses conceitos serão
abordados posteriormente no capítulo referente à prevenção e mitigação de acidentes
aeronáuticos (BRASIL, 2018a).
É importante frisar uma peculiaridade a respeito do SIPAER assinalada por
Santos (2016, p.25):
O SIPAER é um modelo sistêmico, bivalente, único no mundo, por abranger a
investigação e a prevenção de acidentes aeronáuticos, tanto no âmbito da aviação
civil como da aviação militar. Está subordinado à autoridade aeronáutica (Comando
da Aeronáutica – COMAER), porém, com atribuições e responsabilidades no âmbito
da aviação civil. Tal modelo foi idealizado de modo a permitir um adequado e
rápido intercâmbio de informações, a fim de atingir, oportuna e eficientemente, o
objetivo maior do Sistema: a prevenção de acidentes aeronáuticos (SANTOS, 2016,
p.25).
8
Conforme o parágrafo 4º do artigo 1º do decreto nº 9,540/2018: “A investigação e a prevenção têm a finalidade
de reduzir a probabilidade de lesões às pessoas ou de danos aos bens decorrentes de acidentes ou incidentes
aeronáuticos e de ocorrências de solo e não têm o propósito de atribuir culpa ou responsabilização no âmbito
administrativo, civil ou penal.” Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2018/Decreto/D9540.htm>. Acesso em: 26 de mar. 2019.
25
trabalhando conjuntamente com as Forças Armadas, com a ANAC, com a Empresa Brasileira
de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) e empresas aéreas (BRASIL, 2019b).
26
Para realizar o curso de CTA na EEAR, o candidato civil ou militar deve primeiro
realizar o Curso de Formação para Sargentos (CFS). A Portaria DIRENS nº 8/DPL, de 16 de
Janeiro de 2019 (BRASIL, 2019g), traz as instruções específicas quanto às condições e os
procedimentos aprovados para inscrição e participação no Exame de Admissão ao Curso de
Formação de Sargentos da Aeronáutica para o primeiro semestre de 2020. As informações
mais relevantes para o conteúdo deste tópico do presente trabalho foram retiradas da referida
portaria.
O exame de admissão está aberto para voluntários brasileiros de ambos os sexos.
No caso de menor de 18 anos de idade, há a necessidade de autorização do seu representante
legal para a realização das provas escritas e, se convocado para prosseguimento no certame,
estar autorizado a participar das fases subsequentes. O candidato deverá estar ciente de todas
as normas e condições estabelecidas nas Instruções Específicas para habilitação à futura
matrícula no CFS 1/2020.
Ao realizar sua inscrição, o candidato deverá fazer a opção por uma das
especialidades previstas para o CFS 1/2020, conforme o disposto abaixo:
OPÇÃO 1 (somente sexo masculino / aeronavegante): BMA- Mecânica de
Aeronaves (50 vagas) / BMB- Material Bélico (13 vagas).
OPÇÃO 2 (somente sexo masculino / não - aeronavegante): SGS- Guarda e
Segurança 30 vagas).
OPÇÃO 3 (ambos os sexos / não - aeronavegante): BEV- Equipamento de Voo (6
vagas).
OPÇÃO 4 (ambos os sexos / Controle de Tráfego Aéreo): BCT – Controle de
Tráfego Aéreo (128 vagas).
27
esse, ao serem incorporados, deverão realizar o Estágio de Instrução para Praças (EIP) com
duração de doze meses. Nesse caso, as Praças deverão realizar o curso para habilitação à
função de Controle Aéreo de Torre de Controle em Aeródromo, no ICEA.
O processo de seleção é composto de sete etapas: 1) Inscrição, 2) Avaliação
Curricular, 3) Avaliação da produção oral em língua inglesa de caráter classificatório, 4)
Concentração Inicial, 5) Inspeção de Saúde Inicial (INSPSAU), 6) concentração Final, e 7)
Habilitação à Incorporação.
A Inscrição para a participação no processo de seleção se dará mediante a entrega
do requerimento de inscrição preenchido e assinado, apresentação de cópia de documento de
identificação, preenchimento e assinatura de Termo de Compromisso para Prestação do
Serviço Militar Temporário, em caráter voluntário, declaração de domicílio.
Na segunda etapa, Avaliação Curricular, o candidato deverá apresentar cópia do
diploma ou certificado de Ensino Médio, cópia do certificado de conclusão do Curso Técnico
de Nível Médio, currículo profissional e certificado para comprovação de proficiência em
Língua Inglesa.
A avaliação da produção oral em língua inglesa terá caráter prioritário na
classificação dos candidatos e será composta por entrevista gravada em áudio, face a face, em
inglês com duração entre 10 e 15 minutos sobre tema do cotidiano sorteado pelo próprio
candidato.
Participará da quarta etapa, Concentração Inicial e prosseguirão na seleção os
candidatos com maior pontuação na avaliação da produção oral em língua inglesa. Nesta
etapa, serão prestadas informações mais detalhadas a respeito das etapas seguintes, bem como
deverão ser entregues exames e laudos médicos anteriormente solicitados.
Os candidatos que compareceram à Concentração Inicial e entregaram os exames
e laudos médicos solicitados serão submetidos à Inspeção de Saúde Inicial, de caráter
eliminatório, a cargo dos Órgãos da Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA). A
INSPSAU realizará a avaliação das condições de saúde dos candidatos através de exames
clínicos, de imagem e laboratoriais, inclusive toxicológicos, se necessário, a fim de
comprovar não existir patologia ou característica que torne o candidato incapaz para o Serviço
Militar nem para as atividades previstas.
Os candidatos que forem classificados, na Avaliação Curricular, dentro do número
de vagas fixadas por localidade, considerando a ordem decrescente das pontuações e os
critérios de desempate e que foram considerados aptos pelo INSPSAU, serão convocados para
a Concentração Final e Habilitação à Incorporação. O candidato considerado em condições de
33
ser habilitado à incorporação, mas que não estiver classificado dentro do número de vagas
existentes, será considerado excedente.
34
A ICA 37-54/ 2016 traz também o Quadro Geral do Currículo Mínimo do CFS,
dividido por Campo, com suas respectivas disciplinas e cargas horárias. A carga horária total
está dividida em carga horária para instrução e carga horária para avaliação.
No Campo Militar consta somente a carga horária de 650 horas. As disciplinas
não são elencadas, mas seguem o estabelecido na ICA 37-56, não sendo objeto do presente
trabalho.
O Campo Geral, com um total de 169 tempos, apresenta a Área de Linguística,
Letras e Artes com as seguintes disciplinas e cargas horárias totais respectivas:
Língua Portuguesa I - 75
Língua portuguesa II - 60
Comunicação Oral e Escrita – 34
O Campo Técnico-Especializado tem uma carga horária total de 1.924 tempos e
apresenta a Área de Ciências Aeronáuticas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Sociais
Aplicadas e Linguística, Letras e Artes.
A Área de Ciências Aeronáuticas concentra o maior número de disciplinas, 16,
somando também a maior carga horária total do Campo Técnico-Especializado, 1.376 tempos,
assim distribuídos:
Auxílios e Sistemas de Navegação aérea – 43
Controle de Aeródromo – 52
Controle de aproximação – 57
Controle de Área – 42
Vigilância ATS – 44
Fundamentos de Voo e Características de Aeronave – 49
Inglês Técnico de Fraseologia de Tráfego Aéreo –TWR – 15
Inglês Técnico de Fraseologia de Tráfego Aéreo (APP/ACC) – 23
Navegação Aérea – 67
Regras de Tráfego Aéreo – 42
Prática Simulada Controle de Aeródromo – 149
Prática Simulada Controle de Aproximação – 154
Prática Simulada Controle de Área – 154
ATM 002 (Básico RADAR) – 160
ATM 015 Módulo I (Técnicas de Operação Radar em Rota e Área Terminal – 165
ATM 015 Módulo II – Estágio em Controle de Tráfego Aéreo 160
9
Apesar de no item 4.1.3 DURAÇÃO DO CURSO do MCA 37-226/2018, p.25, constar a informação de 228
tempos, no quadro geral consta a carga horária de 186 tempos.
41
Rota e Área Terminal. O curso possui uma carga horária real de instrução de 186 tempos, não
contabilizando a carga horária para avaliações, flexibilidade, administrativo e
complementação à instrução e está dividido em duas partes: teórica (Vigilância ATS: 45
tempos) e prática (Prática Simulada: 141 tempos).
O Curso de Capacitação de Instrução Prático-Operacional visa qualificar o
aluno para o processo de ensino-aprendizagem e para o emprego de uma instrução prática em
curso específico da área ou em estágio supervisionado. O Curso tem uma carga horária de
instrução real de 47 tempos, não contabilizando a carga horária para avaliações, flexibilidade,
administrativo e complementação à instrução e compreende duas disciplinas: Didática para
Instrução Prática: 27 tempos, e Aspectos Psicológicos na Instrução: 20 tempos.
O Treinamento em Laboratório de Simulação baseia-se no Programa de
Atividades e Emprego dos Laboratórios de Simulação (PAELS), abrangendo três tipos de
treinamento ATC: Manutenção Operacional, Atualização Operacional e Treinamento
Suplementar.
A Manutenção Operacional é o tipo de treinamento ATC que pode ser aplicado
de forma recorrente ou corretiva. Quando recorrente, visa à manutenção dos conhecimentos,
habilidades e atitudes necessárias ao ATCO, bem como o aprimoramento da eficiência do
Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM). Quando corretiva, é aplicada após a ocorrência de
um incidente de tráfego aéreo ou por necessidade de correção de procedimentos operacionais
do órgão ATC.
A Atualização Operacional é o tipo de treinamento ATC resultante da
implementação de novas tecnologias relacionadas a sistemas ATM, de novos procedimentos
de navegação aérea de conceitos de espaço aéreo ou de fluxo de tráfego aéreo.
O Treinamento Suplementar visa à preparação dos ATCO para a realização de
eventos especiais.
42
(...)
10
Apesar de no MCA 37-226 (BRASIL, 2018f) constar que o ICEA segue o Currículo Mínimo estabelecido na
ICA 37-54/2018, não foi encontrada nas publicações do DECEA esta Instrução no ano de 2018; por isso,
presume-se que seja erro de digitação, tendo sido utilizada a Instrução do ano de 2016.
44
11
A ICA 100-18, aprovada pela Portaria DECEA nº 237/DGCEA, de 04 de Dezembro de 2018, foi revogada em
17 de dezembro de 2018 e o arquivo ainda não está disponível para download.
46
Quanto à letra “b” dos requisitos acima, a ICA 100-18 estabelece o conteúdo
programático básico que o curso de formação de Controlador de Tráfego Aéreo deve conter:
1) Direito Aeronáutico
2) Equipe de Controle de Tráfego Aéreo
3) Conhecimentos Gerais
4) Desempenho Humano
5) Meteorologia
6) Navegação
7) Procedimentos Operacionais
8) Serviço de Informação e Cartografia Aeronáutica.
Quanto à letra “e”, o documento relaciona as 10 Categorias de Habilitações
Técnicas de ATCO:
a) Serviço de Informação de Voo de Aeródromo (AFIS);
b) Controle de Aeródromo / Torre de Controle (TWR);
c) Controle de Aproximação Convencional (APP);
d) Controle de Aproximação por Vigilância (APP VGL);
e) Controle de Área Convencional (ACC);
f) Controle de Área por Vigilância (ACC VGL);
g) Instrutor de Órgão AFIS (IN AFIS);
h) Instrutor de Órgão ATC (IN);
i) Supervisor de Órgão ATC (SPVS); e
j) Chefe de Equipe de Órgão ATC (CHEQ).
12
Conselho Operacional é uma comissão permanente responsável pela deliberação quanto à concessão,
suspensão, perda da validade ou revalidação da habilitação do ATCO, considerando seu desempenho técnico-
operacional e os requisitos e critérios estabelecidos na ICA 100-18.
13
De acordo com o item 11.3.1 da ICA 100-18, o Conceito Operacional será definido anualmente, levando-
se em conta o desempenho do ATCO nas avaliações teórica e prática, conforme detalhamento constante em
legislação específica.
48
mínima de 6,5 pontos corresponde a Diploma em curso livre de língua inglesa presencial ou à
distância em nível intermediário (BRASIL, 2018g).
Durante o curso de formação e capacitação para CTA na EEAR, o Currículo
Mínimo estabelece uma carga horária total de 500 tempos divididos em 4 disciplinas de
Língua Inglesa para BCT, conforme normas da ICA 37-54/2016 (BRASIL, 2016b). Some-se
a isso, mais 72 tempos em Inglês Avançado para CTA, conforme previsão no MCA 37-
54/2010 (BRASIL, 2010c).
O curso de formação e capacitação para CTA no ICEA prevê a disciplina
Comunicação Oral no ATS com 30 horas/aula (BRASIL, 2018f).
Para a concessão da Licença e Habilitações Técnicas, o CTA será submetido a
uma avaliação do nível de proficiência em Língua Inglesa, exigindo-se nível 4 no mínimo
(BRASIL, 2018e).
A proficiência em Inglês Aeronáutico exigido para os CTA, no Brasil, está
prevista no Manual dos Requisitos de Proficiência em Inglês Aeronáutico, MCA 37-225
(BRASIL, 2018c), aprovada pela Portaria DECEA nº 87/DGCEA, de 04 de junho de 2018.
O MCA 37-225 estabelece as orientações e diretrizes para o cumprimento dos
requisitos de proficiência em inglês aeronáutico, no âmbito do SISCEAB, tendo como
finalidade elevar o nível de conhecimento na língua inglesa dos controladores de tráfego
aéreo. O MCA 37-225 segue as recomendações internacionais previstas no Anexo 1 da ICAO
– Licença de Pessoal (ICAO, 2011) e as previstas no Documento 9835 (ICAO, 2010).
De acordo com o item 1.2.9.2 do Anexo 1 da ICAO (ICAO, 2011), os
controladores de tráfego aéreo e os operadores de Estação Aeronáutica, que atuam em locais
que envolvam operações aéreas internacionais, devem estar aptos a falar e entender as línguas
utilizadas nas comunicações radiotelefônicas para além da fraseologia padrão14.
Em 2008, a fim de promover uma atuação mais segura em situações que
extrapolem tal exigibilidade, ou seja, que requeiram uma comunicação mais efetiva entre os
controladores e os pilotos, a ICAO (ICAO, 2011) estabeleceu uma Escala de Proficiência em
Língua Inglesa em seis níveis: Nível 1 – Pré- elementar, Nível 2 – Elementar, Nível 3 –Pré-
operacional, Nível 4 –Operacional, Nível 5 –Avançado, e Nível 6 –Especialista. Em todos os
níveis serão testadas seis áreas de desempenho linguístico: pronúncia, estrutura gramatical,
vocabulário, fluência, compreensão e interação. A ICAO estipulou o Nível 4 como nível
mínimo operacional capaz de atender a níveis aceitáveis de segurança operacional.
14
Item 1.2.9.2 do Anexo 1 da ICAO (ICAO, 2011): “Air traffic controllers and aeronautical station operators
shall demonstrate the ability to speak and understand the language used for radiotelephony communications”.
50
O MCA 37-225 (BRASIL, 2018e, p.7 e 11), esclarece que “... o controlador
brasileiro possui competência para executar as comunicações padrão de controle de tráfego
aéreo, em inglês (utilizando-se da fraseologia prevista na legislação em vigor)”, acrescentando
que “a fraseologia padrão não é suficiente para cobrir todas as possibilidades de situações não
rotineiras que podem ocorrer durante um voo”. O SISCEAB tem como desafio elevar o
conhecimento da língua inglesa dos CTAs, através do estudo de inglês com fins específicos
English for Specific Purposes (ESP), capacitando-os em inglês aeronáutico, ou seja,
habilitando-os a comunicar-se em inglês em situações do contexto operacional para além da
fraseologia padrão.
Com a intenção de focar na comunicação em língua inglesa em situações do
contexto operacional que extrapola a fraseologia padrão, o Comando da Aeronáutica vem
promovendo ações de caráter sistêmico, estabelecendo Programas e Planos específicos de
treinamento e avaliação em Inglês Aeronáutico nos cursos de formação e pós-formação de
controladores de tráfego aéreo e, assim, adequando-se, cada vez mais, aos requisitos
estabelecidos pelo Documento 9835 da ICAO.
Assim, o DECEA criou Programas e Planos específicos de Capacitação,
Avaliação e de Pesquisa de Inglês Aeronáutico no âmbito do SISCEAB que serão
contemplados a seguir através das diretrizes estabelecidas no MCA 37-225 (BRASIL, 2018e).
Quanto à capacitação, o manual ressalta que os treinamentos destinam-se tanto
para os profissionais que já possuem um razoável conhecimento em língua inglesa quanto
para os que precisem de conhecimentos básicos. Uma vez que o controlador atinja o Nível 4 ,
ele deverá realizar um novo exame de revalidação do nível operacional a cada três anos.
Os treinamentos em língua inglesa podem ser realizados através de cursos livres
de inglês presenciais e/ou a distância que deverão conter tópicos de inglês aeronáutico,
priorizando as atividades de compreensão e produção oral (listening e speaking). A escola
deverá contar com o assessoramento de controladores de tráfego aéreo, operadores de estação
aeronáutica ou pilotos, sendo avaliada periodicamente pelos Órgãos Regionais.
Além dos cursos livres de inglês, o ICEA oferece três cursos de inglês aeronáutico
à distância em um programa de capacitação continuada com conteúdo específico para
controladores dos diferentes órgãos operacionais:
CTP-016: Curso de Inglês Aeronáutico à distância para ACC (Centro de
Controle de Área):
CTP-017: Curso de Inglês Aeronáutico à distância para APP (Cento de
Controle de Aproximação); e
51
Os cursos, que têm duração de 10 semanas cada, exigem como pré-requisitos que
o controlador tenha nível 3 no Exame de Proficiência em Inglês Aeronáutico (EPLIS) do
SISCEAB ou 4 em processo de revalidação.
O curso “Inglês Aeronáutico na Modalidade Ead- ACC” foi validado em 2015,
passando a ser oferecido para todo o SISCEAB. O curso apresenta tarefas baseadas nas
diretrizes da tabela de níveis de proficiência da ICAO, dando ênfase para vocabulário,
estrutura, pronúncia, compreensão oral, interação e fluência através de fóruns, chats e
atividades de gravação avaliadas (BRASIL, 2014b).
Conforme o MCA 37-225, após o curso à distância, recomenda-se que o
controlador realize o Curso CTP-010, Curso de Inglês Aeronáutico, presencial e com duração
de duas semanas.
Outras modalidades de treinamento como, por exemplo, workshops, plantões tira-
dúvidas durante intervalos operacionais, English breaks e práticas em língua inglesa em
grupos de WhatsApp poderão ter como instrutores controladores locais que possuam o Curso
de Prática Pedagógica para Instrução de Inglês Aeronáutico (CTP-011), ou o Curso de
Avaliação em Inglês Aeronáutico (CTP-019), ou profissionais com nível 6 ou 5 que possam
atuar como facilitadores nesses treinamentos, devendo ser utilizados materiais desenvolvidos
pelo ICEA.
Cumpre ressaltar também o Curso de Fraseologia em Língua Inglesa para
Situações ATC de Emergência (CTP-004), constituído de um treinamento intensivo
complementar com prática em fraseologia em língua inglesa em situações de emergência que
deve ser realizado por todos os controladores de tráfego aéreo que poderão repeti-lo após dois
anos da última participação, dependendo do interesse da administração e disponibilidade de
vagas.
O documento traz também instruções para a capacitação e treinamento de
instrutores através do Curso de Prática Pedagógica para Instrução de Inglês Aeronáutico
(CTP-011), do Treinamento Continuado a Distância para Instrutores, desenvolvidos pelo
ICEA; além de treinamentos para instrutores em instituições de idioma no exterior e de
treinamentos recorrentes no Brasil ou no exterior com o objetivo de qualificar o maior número
possível de instrutores.
52
15
Conforme o MCA 63-15 (BRASIL, 2012a), Segurança Operacional “É o estado no qual o risco de lesões às
pessoas ou danos às propriedades dão reduzidos e mantidos em (ou abaixo de) um nível aceitável, mediante um
contínuo processo de identificação de perigos e gerenciamento de riscos”.
16
Segundo a Norma de Segurança do Comando da Aeronáutica, NSCA 3-13 (BRASIL, 2017e), que trata dos
“Protocolos de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas da Aviação Civil Conduzidas pelo Estado Brasileiro”,
“Fatores Humanos diz respeito às pessoas em suas condições de vida e de trabalho; à sua relação com as
máquinas, com procedimentos e como meio relacionado a elas; e também, sobre as suas relações com outras
pessoas. Trata da adaptação do ambiente de trabalho às características, habilidades e limitações das pessoas, com
vistas ao desempenho eficiente, eficaz, confortável e seguro das suas tarefas”.
17
O MCA 63-15 (BRASIL, 2012a) considera desempenho humano como “as capacidades e limitações humanas
que podem ter um impacto na eficiência das operações aeronáuticas e na Segurança Operacional”.
54
18
O MCA 63-15 (BRASIL, 2012a) define erro humano como “Termo genérico que compreende toda ocasião na
qual a sequência mental planejada de atividades mentais ou físicas falha em alcançar seu resultado pretendido.
Trata-se de uma característica do comportamento normal do ser humano”.
19
A NSCA 3-13 (BRASIL, 2017d) define Fator contribuinte como: “Ação, omissão, evento, condição ou a
combinação destes que, se eliminados, evitados ou ausentes, poderiam ter reduzido a probabilidade de uma
ocorrência aeronáutica, ou mitigado a severidade das consequências da ocorrência aeronáutica A identificação
do fator contribuinte não implica presunção de culpa ou responsabilidade civil ou criminal”.
20
Segundo a NSCA 3-13 (BRASIL, 2017d), ocorrência aeronáutica é “Qualquer evento envolvendo aeronave
que poderá ser classificado como acidente aeronáutico, incidente aeronáutico grave, incidente aeronáutico ou
ocorrência de solo, permitindo ao SIPAER a adoção dos procedimentos pertinentes”.
55
tédio, esquecimento e falhas de comunicação entre controlador e piloto são alguns exemplos
que podem levar o CTA a se envolver em uma ocorrência de tráfego aéreo 21.
Conforme Cardosi e Yost (2001 apud SANTOS, 2016, p.116), pesquisas apontam
que 27% dos erros operacionais cometidos por CTAs são devido a algum tipo de
esquecimento.
Nesse sentido, a Flight Safety Foundation (2004, apud SANTOS, 2016, p.116 e
117) recomenda, por exemplo, que não sejam emitidas autorizações de permanência de
aeronaves superiores a 90 segundos sobre a cabeceira, evitando incursão em pista devido a
distração ou esquecimento por parte do CTA, ressaltando que há uma prevalência de
incursões nos primeiros 5 minutos após a troca de controladores em razão, possivelmente, do
baixo nível de consciência situacional do controlador que está assumindo a posição. É
importante acrescentar que a redução da visibilidade ou aumento do volume de tráfego aéreo
favorecem a diminuição da consciência situacional, aumentando a fadiga e a desatenção no
gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo (GAO, 2008, apud SANTOS, 2016, p.117).
Cita-se, também, como falha envolvendo o fator humano, o erro cometido no
cotejamento das mensagens, quando o CTA deixa de efetuar correções necessárias para evitar
conflitos de tráfego (EUROCONTROL, 2006, apud SANTOS, 2016, p. 116).
Um dos maiores acidentes aeronáuticos aconteceu em 1977 no Tenerife, nas Ilhas
Canárias (Espanha). A investigação da colisão, em solo, de duas aeronaves Boeing 747,
ocasionando a morte de 583 pessoas, demonstrou que fatores humanos como a fadiga e o
stress dos controladores de tráfego aéreo foram fatores contribuintes significativos para o
acidente. No dia do acidente, o aeroporto de Tenerife teve um grande aumento no seu fluxo de
tráfego aéreo, pois serviu de alternativa ao aeroporto de Las Palmas que havia sofrido um
atentado terrorista há poucos minutos. Além do fato dos controladores não estarem
acostumados com tamanho fluxo de aeronaves, havia o receio de também serem vítimas de
um atentado (NED, 2016).
A NSCA 3-13 (BRASIL, 2017d) define ocorrência de tráfego aéreo como a “Circunstância em que ocorre
21
uma situação de anormalidade na prestação do Air Traffic Service (ATS- Serviço de Tráfego Aéreo),
considerando as normas e os procedimentos aplicáveis aos Air Navigation Services (ANS- Serviço de
Navegação Aérea), exigindo a adoção de medidas mitigadoras para manutenção do Nível Aceitável de
Desempenho da Segurança Operacional (NADSO)”.
56
A fadiga crônica está relacionada com fatores persistentes que afetem a capacidade
de trabalho dos controladores de tráfego aéreo e que levam a efeitos tanto
psicológicos quanto fisiológicos. Os efeitos da fadiga crônica são: perda de apetite,
perda de peso, insônia, depressão, irritabilidade, distúrbio na fala ( lenta e confusa),
apatia, isolamento pessoal e emocional dos demais, diminuição da atenção e do
alerta (NED, 2016, p. 36).
De acordo com Astin (1962, apud GONÇALVES e PACHECO, 2017, p.6) “miscommunication pode ser
22
analisado como um caso particular de fraco alinhamento (acoplamento) de agentes de estado mental,
especificamente num caso onde há divergências nos resultados esperados pela comunicação. Astin põe a
comunicação como uma ação e a miscommunication sob as perspectivas de falha na comunicação (quando o
emissor falha ao tentar produzir um efeito esperado), e falha de percepção (quando o receptor não consegue
estabelecer uma conexão cognitiva com o que o emissor tentou descrever), ou ambas.
58
1) “we are now at takeoff” waiting at the takeoff point “already on the takeoff roll”
3) “pass to the left of the Pass to the pilot’s left of the “Pass to the tower’s left of the
tower” tower tower
5) “climb to five zero (FL Climb two five zero (FL 250) “Climb to five zero (FL 050)”
050)”
23
Á época da pesquisa, em 2016, as mulheres representavam 35,5% d efetivo da categoria. Em 2018 já
representavam cerca de 40% (PRESTES, 2018).
62
Como um controlador de tráfego aéreo civil sente-se quando está prestes a ser
licenciado após oito anos de um trabalho exaustivo e de alta responsabilidade? Como esse
CTA sente-se ao passar para a reserva não remunerada, sem ter, na maioria dos casos,
concluído um curso de nível superior que lhe proporcione uma nova habilitação para o
mercado de trabalho, haja vista que a sua formação como controlador não o habilita/prepara
para nenhuma outra função por ser uma função de alta especificidade? Qual o nível de stress
de um CTA quando está prestes a ser licenciado? Sabe-se que o stress é um dos fatores
humanos responsáveis por falhas na performance desses profissionais.
Comparando-se as carreiras, o CTA militar tem um plano de carreira mais
favorável, com perspectiva de crescimento, sem contar a inerente estabilidade da condição de
militar, pois, segundo Ned (2016, p. 42) “A carreira de um Controlador de Tráfego Aéreo
ascende de 7 (sete) em 7 (sete) anos chegando ao posto de suboficial. Alguns poucos, após
prova interna, podem ascender ao oficialato da Força Aérea Brasileira”.
Já o CTA civil voluntário que está prestando um serviço militar temporário
trabalha por um prazo máximo de 8 anos na função de controlador sem nenhuma perspectiva
profissional quando for licenciado.
Assim, consoante a análise de Ned (2016, p.42) a respeito da pesquisa Qualidade
de Vida do Trabalho dos Controladores de Tráfego Aéreo da Força Aérea Brasileira, percebe-
se que as questões referentes às demandas e aos recursos necessários ao trabalho de
controlador podem contribuir para um quadro de fadiga.
63
24
TRM: Team Resources Management
66
25
Não consta na lista das siglas do documento
26
BCT: Especialidade Básica de Controlador de Tráfego Aéreo
27
CTP-016: Curso de Inglês Aeronáutico ACC - EaD
28
CTP- 017:Curso de Inglês Aeronáutico APP - EaD
29
CTP-018: Curso de Inglês Aeronáutico TWR - EaD
30
CTP-010: Curso de Inglês Aeronáutico
67
(...)
Os Regionais, bem como as empresas de tráfego aéreo, deverão promover
treinamentos recorrentes em fraseologia padrão em língua inglesa e planejar a
ativação e a participação de seu efetivo em turmas do curso CTP-00431.
(...)
Visando aumentar o controle sobre a qualidade dos cursos, o SDAD 32 deverá
intensificar as atividades de supervisão sobre os treinamentos realizados nas sedes e
Destacamentos dos Regionais. Deverão ocorrer vistorias não planejadas, com o
comparecimento de equipes de especialistas para supervisão nos locais das aulas e
demais atividades contratadas, além da checagem do acompanhamento pedagógico
efetuado pelas SIAT33 ou outro órgão de capacitação.
Compete aos Comandantes das Organizações subordinadas envidar esforços para a
criação de medidas de estímulo, visando incentivar seu efetivo a buscar mais
intensamente sua capacitação em língua inglesa (BRASIL, 2018 e).
31
CTP-004: Curso de Fraseologia em Língua Inglesa para Situações ATC de Emergência
32
SDAD:Subdepartamento de Administração do DECEA
33
SIAT: Seção de Instrução e Atualização Técnica
68
contou com a presença de controladores de todas as regiões do Brasil que puderam participar
de três workshops, que são versões adaptadas dos apresentados na Croácia em abril de 2017.
Uma controladora participante, Diniz (2017), avalia os workshops realizados:
Nos workshops tivemos a oportunidade de praticar a língua inglesa, discutir
fraseologia e inglês usual, pudemos também comparar a prova que é aplicada para a
ANAC com o EPLIS – Exame de Proficiência em Inglês Aeronáutico SISCEAB – a
fim de identificar os pontos fortes e pontos fracos. Eu acredito que estas
experiências vivenciadas no Simpósio possam ser revertidas em novas técnicas de
ensino para os alunos de inglês aeronáutico nos mais diversos cursos que
ministramos na Força Aérea Brasileira (DINIZ, 2017).
34
Dentro da concepção de Navegação Baseada em performance (PBN), os procedimentos de aproximação com
guia vertical (APV), denominados Baro-VNAV, contribuem consubstancialmente para aumentar a acessibilidade
aos aeródromos e garantir uma descida estabilizada, reduzindo o risco de colisão com o solo.
69
talvez, que o nível de excelência na língua inglesa seja maior no ICEA, tanto devido ao nível
do idioma exigido na seleção, quanto à formação durante o curso de capacitação.
Quanto às falhas na performance do CTA que contribuem para ocorrências
aeronáuticas, tem-se que a fadiga e a proficiência em inglês aeronáutico insuficiente são
apontadas como fatores que interferem no seu desempenho. Estudos comprovam que o CTA
está sujeito tanto à fadiga aguda quanto à crônica, ambas causando a diminuição do nível de
atenção e afetando seu desempenho.
As falhas de comunicação entre o controlador de tráfego aéreo e os pilotos
também já foram objeto de vários estudos que demonstram que a maior incidência de
miscommunications aconteceu devido a erros de interpretação e à diferença de pronúncia
entre falantes da língua inglesa como segunda língua.
Contudo, foi a reflexão quanto ao chamado “fator militar” (NED, 2016, p. 40-41)
como um dos fatores que influenciam na atuação dos controladores, que se destacou na
pesquisa. Após formados e capacitados para a mesma profissão, os controladores possuem
situações profissionais diferenciadas.
O CTA, oriundo da EEAR, será declarado Terceiro Sargento e seguirá carreira
militar com todas as benesses do serviço militar. Enquanto que o CTA proveniente do ICEA,
também será declarado Terceiro Sargento, mas será incluído no Quadro de Sargentos de 2ª
Classe Convocados (QSCon), sujeitos aos deveres militares, não fazendo jus, entretanto a
promoções e remuneração após serem licenciados do serviço temporário. O mesmo trabalho,
a mesma responsabilidade e condições contratuais tão diferentes.
Foi a partir de grandes acidentes aeronáuticos, que se percebeu que a formação e
capacitação do CTA também se constitui em um fator contribuinte para a prevenção e
mitigação de ocorrências aeronáuticas. Se, antes a investigação de um acidente aeronáutico
era utilizada para apontar culpados, demonstrando uma postura reativa; hoje, a investigação
serve para recomendar medidas preventivas e mitigatórias, adotando uma postura preventiva.
Assim, voltando ao problema da pesquisa que questiona se a capacitação
profissional do controlador de tráfego aéreo contribui para a prevenção e mitigação de
acidentes aeronáuticos, conclui-se que o constante aprimoramento e atualização dos cursos de
formação têm contribuído para a prevenção e mitigação de acidentes aeronáuticos no Brasil.
Finalizando este trabalho, que suscita estudos para outras questões, sugere-se que
sejam feitos estudos quanto ao aspecto psicológico que permeia o ânimo e a performance de
um CTA civil, chamado QSCon, em seus últimos meses de trabalho como voluntário ao
serviço militar temporário. Não seria o caso de rever-se esse tempo limitado de prestação de
72
serviço, que absorve integralmente o CTA, para após oito anos de dedicação total a um
serviço tão especializado, ser alijado, sem direito a uma licença remunerada e sem expectativa
de novo trabalho? CTA só está (bem) preparado para trabalhar no controle de tráfego aéreo.
Conclui-se o trabalho, tomando emprestada a célebre frase do escritor português,
Fernando Pessoa, inspirada na tradição histórica de exploração dos mares, mas totalmente
pertinente à exploração dos ares: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
73
76
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