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Line Array Selenium SLA1P

Conference Paper · June 2006

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Massoni Homero Homero Sette

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DC Power Supply from 0 to 30 V (5 A) along with my students at IAV. View project

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___________________________________

Sociedade de Engenharia de Áudio


Artigo de Convenção
Apresentado na X Convenção Nacional
8 - 10 de Maio de 2006, São Paulo, SP

Este artigo foi reproduzido do original entregue pelo autor, sem edições, correções e considerações feitas pelo comitê técnico deste evento.
Outros artigos podem ser adquiridos através da Audio Engineering Society, 60 East 42nd Street, New York, New York 10165-2520, USA,
www.aes.org. Informações sobre a seção brasileira podem ser obtidas em www.aesbrasil.org. Todos os direitos reservados. Não é permitida
a reprodução total ou parcial deste artigo sem autorização expressa da AES Brasil.

___________________________________
Revisão 02 - 05 - 2006

Processamento Digital do
Line Array Selenium SLA1P

Vitório Felipe Massoni Acir Ozelame Homero Sette Silva


suporte@eam.com.br acir@selenium.com.br homero@selenium.com.br

Eletro Acústica Mass Eletrônica Selenium S. A.


15800-003, Catanduva - SP 92.480-000, Nova Santa. Rita, RS
eam@eam.com.br www.selenium.com.br

RESUMO

Neste trabalho, a metodologia de alinhamentos de sistemas de som, desenvolvida pela EAM, é


aplicada ao Line Array Selenium modelo SLA1P. Todo o procedimento é apresentado em detalhe e serve como
sugestão de um alinhamento possível, que produziu uma resposta extremamente plana e auditivamente
agradável.
Foram feitos processamentos para operação em quatro e três vias (sem o sub).

Página 1 de 23
SLA1P – PROCESSAMENTO DIGITAL

O sistema SLA1P, projetado e


construído pela Eletrônica Selenium, é
composto por dois modelos de caixas
acústicas: SLA1P e SLA1P-W1.

Cada um de seus componentes, seja


caixa, sejam transdutores, foram
desenvolvidos especialmente para a
obtenção de um verdadeiro Sistema
Line Array de excelente desempenho.
Foto 1 – Vista frontal de uma SW1P-SW1 e
A caixa SLA1P-SW1 é uma Bass uma SLA1P.
Reflex para graves, equipada com dois
alto-transdutores 15SW1P e forma a via
SW do sistema.

A caixa SLA1P é composta por três


vias distintas:

Via Low: Formada por dois alto-


transdutores WPU1209, na
configuração Band Pass de quarta
ordem.
Via Low Mid: Formada por dois alto-
transdutores 8MB2P, na configuração
Foto 2 – Vista lateral
Bass Reflex
Via Mid Hig: Formada por dois drives
D3305, montados em corneta
especialmente desenvolvida, com
acoplador duplo.

Mecanicamente, ambos os modelos têm


a mesma dimensão de largura, de modo
a poderem ser montados na Grade de
içamento (Bumper), com duas
montagens possíveis: Fly ou Stack (no
solo).

Nas fotos de 1 a 3, temos uma visão Foto 3 – Vista traseira


geral das caixas que compõem o
sistema Line Array da Selenium. A engenhosidade da caixa SLA1P
chama a atenção pela solução
encontrada para acomodar em um
espaço tão pequeno, três vias com dois
transdutores cada um.

Página 2 de 23
O manual completo da SLA1P, está A grande revolução que finalmente
disponível no site proporcionou a possibilidade de obter
www.selenium.com.br . um correto alinhamento de um sistema
de reforço sonoro, veio com a utilização
Para executar o alinhamento, foi de sistemas digitais.
utilizada apenas a configuração das
fotos 1 a 3. Serão fornecidas tabelas Com o emprego desta técnica foi
para outras configurações. possível criar um dispositivo que faz o
papel de crossover e todos os demais
Para obtermos uma resposta plana do periféricos necessários para obtenção
Sistema, torna-se necessário uma resposta plana no PA, alem de
equalizarmos cada via e alinhá-las para protegê-lo com limiters e compressores.
que cada centro acústico chegue à frente
da caixa ao mesmo tempo e em fase, de Um processador digital converte o sinal
modo a ocorrer uma soma das pressões analógico em digital, onde sofre o
acústicas, quando montadas em linha. processamento necessário sendo, então,
reconvertido em analógico.
É justamente deste procedimento que
tratamos no presente trabalho. A total possibilidade de manipulação do
sinal, separando-o em bandas de
Para o processamento e amplificação, frequência, aplicando atrasos,
foram utilizados os seguintes equalizações, limites, compressão,
equipamentos: eliminadores de microfonia e muitas
outras funções, fez com que um
Processador: Shure P4800 sistema sonoro pudesse funcionar a
Amplificadores: Hot Sound contento, mesmo que um ou mais de
Via de Sub Woffer: HS4.0SX seus componentes não apresentassem
Via de Low: HS5.0SX uma resposta ideal.
Via Low Mid: HS2.0SX
Via Mid Hig: HS1.5SX No entanto, os processadores digitais
levam um certo tempo para atuar,
Analisador de Espectro, Delay, denominado latência. Neste intervalo, o
Impedância: CLIOwin7 Standard sinal de entrada pode ser corrigido e
Microfone: MIC 01, ambos da manipulado antes de chegar à saída,
Audiomatica, representados no Brasil onde poderia provocar danos ou
pela E.A.M. – Eletro Acústica Mass inconvenientes diversos.
(comercial@eam.com.br).
Veremos, durante o processo de
UM POUCO DE HISTÓRIA alinhamento da SLA1P, o quanto estas
funções de um Processador Digital de
Desde os primórdios da sonorização Áudio são importantes.
com cornetas até os dias de hoje, com
os sistemas multi-vias, muito se investiu Começamos nossa análise pelas
em periféricos para obtenção de alta respostas acústicas das vias do Line
fidelidade na resposta dos sistemas. Selenium. São elas:

Equalizadores, crossovers, limiters, SW – Via de Sub Woofer


compressores, são hoje bastante LOW – Via de Graves
conhecidos dos técnicos que trabalham LOW MID – Via de Graves Médios
com sistemas de PA’s. MID HIG – Via de Médios Altos

Página 3 de 23
Todas as quatro vias do sistema tem 50.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass Sinusoidal 9-3-2006 11.37.08

CLIO
180.0

impedância de 4 ohms. Ohm Deg

40.0 108.0

Para a medida, adotamos o método 30.0 36.0

Plano Terra, ao ar livre, com o


microfone de teste rente ao piso, a 2 20.0 -36.0

metros do centro da caixa. Veja mais 10.0 -108.0

sobre este método, no site


www.eam.com.br, downloads, 0.0
10
Ax: 27.3300 Hz Ay: 38.6094 Ohm
100 1k
Bx: 140.7576 Hz By: 4.2795 Ohm
10k Hz 20k
Dx: 113.4276 Hz Dy: -34.3299 Ohm
-180.0

Processamento de PA’s II. CH B Ohm Resolution 1/24 Octave 1/3 Octave Delay [ms] 0.000 Dist Rise [dB] 30.00

Fig. 2 – Curva de impedância da via SW.


Foram alinhadas uma caixa SLA1P
rente ao solo e uma SLA1P-SW1 sobre A Fig. 2 mostra a curva de impedância
ela, no modo Stack, como vemos nas da caixa SLA1P-SW1. Uma das
fotos 1 a 3. ressonâncias está em 27Hz com 38
Ohms, sendo a menor impedância igual
A VIA SW: a 4,27 Ohms, localizada em 140 Hz.
Composta por dois transdutores de 15 A VIA LOW:
polegadas, 15SW1P, em gabinete Bass
Reflex, apresenta excelente resposta Composta por dois transdutores de 12
acústica. polegadas, WPU1209, em gabinete do
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 10-4-2006 09.53.52
tipo Band Pass de quarta ordem.
120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg
EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response
120.0 180.0
110.0 108.0 CLIO

dBSPL Deg

110.0 108.0
100.0 36.0

100.0 36.0
90.0 -36.0

90.0 -36.0
80.0 -108.0

80.0 -108.0
70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k

Fig. 1 – Resposta em freqüência da via SW. CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 3 – Resposta em freqüência da via Low.


A Fig. 1 representa a resposta em
freqüência da caixa SLA1P-SW1, que O gráfico da Fig. 3 mostra a resposta
apresenta excelente desempenho entre em freqüência obtida da via Low.
50 Hz e 1000 Hz, com eficiência média
de 105dBSPL. É uma curva característica das caixas do
tipo Band Pass. A resposta útil se
estende desde 60Hz até 200Hz, com
eficiência ao redor de 98dBSPL.

Página 4 de 23
EAM - Eletro Acústica Mass Sinusoidal EAM - Eletro Acústica Mass Sinusoidal
50.0 180.0 25.0 180.0
CLIO CLIO

Ohm Deg Ohm Deg

40.0 108.0 20.0 108.0

30.0 36.0 15.0 36.0

20.0 -36.0 10.0 -36.0

10.0 -108.0 5.0 -108.0

0.0 -180.0 0.0 -180.0


10 100 1k 10k Hz 20k 10 100 1k 10k Hz 20k
Ax: 138.3991 Hz Ay: 18.8340 Ohm Bx: 254.2838 Hz By: 4.4243 Ohm Dx: 115.8846 Hz Dy: -14.4097 Ohm Ax: 137.2348 Hz Ay: 11.7151 Ohm Bx: 344.6761 Hz By: 3.6977 Ohm Dx: 207.4414 Hz Dy: -8.0173 Ohm

CH B Ohm Resolution 1/24 Octave 1/3 Octave Delay [ms] 0.000 Dist Rise [dB] 30.00 CH B Ohm Resolution 1/24 Octave 1/3 Octave Delay [ms] 0.000 Dist Rise [dB] 30.00

Fig. 4 – Curva de impedância da via Low. Fig. 6 – Curva de Impedância da via Low
Mid.
Na Fig. 4, a curva de impedância da via
low, com dois picos característicos das A Fig. 6 mostra a curva de impedância
caixas bass reflex e Band Pass de quarta da via Low Mid. Temos um pico em
ordem. O maior pico de impedância 137 Hz com 11,7 Ohms e a menor
ficou em 138Hz com 18,8 Ohms, impedância em 344 Hz com 3,69 Ohms.
acontecendo a menor impedância em
254Hz, com 4,4 Ohms. A VIA MID HIG:

A VIA LOW MID: Esta via possui dois drives de alta


freqüência, D3305Ti, acoplados em
Composta por dois alto-transdutores uma corneta especialmente
8MB2P, em gabinete Bass Reflex. desenvolvida pela Selenium para uso
como Line Array. Para o acoplamento
120.0
EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response

CLIO
180.0
dos drives na corneta, foram
dBSPL Deg desenvolvidos também os guias de
110.0 108.0
onda, em alumínio, de modo que os
drives, desalinhados na vertical, chegam
100.0 36.0

em fase e se somam na garganta da


90.0 -36.0 corneta.
80.0 -108.0 EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response
130.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k 120.0 108.0
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 5 – Resposta em freqüência da via Low 110.0 36.0

Mid.
100.0 -36.0

A Fig. 5 mostra a resposta em 90.0 -108.0

freqüência da via Low Mid, útil desde


100Hz até quase 2 kHz. A eficiência 80.0
20 100 1k 10k Hz 20k
-180.0

CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

desta via está ao redor de 105 dBSPL na


faixa útil. Fig. 7– Resposta em freqüência da via Mid
Hig.

Na Fig. 7 mostra a resposta em


freqüência da via Mid Hig, com uma
eficiência ao redor de 108 dBSPL e uma
resposta útil desde 800Hz.

Página 5 de 23
25.0
EAM - Eletro Acústica Mass Sinusoidal

CLIO
180.0 Devemos ressaltar que o tempo de
Ohm Deg
retardo que nos interessa é aquele
20.0 108.0
existente na freqüência de transição de
15.0 36.0
uma via adjacente com outra.
10.0 -36.0
Primeiro Passo Para Criar o
5.0 -108.0
Processamento Digital da SLA1P e
SLA1P-SW1:
0.0 -180.0
10 100 1k 10k Hz 20k
Ax: 873.0265 Hz Ay: 5.4048 Ohm Bx: 3579.2360 Hz By: 3.5445 Ohm Dx: 2706.2100 Hz Dy: -1.8603 Ohm

CH B Ohm Resolution 1/24 Octave 1/3 Octave Delay [ms] 0.000 Dist Rise [dB] 30.00
Analisar as faixas úteis de cada via e a
escolha de um modelo para as
Fig. 8 – Curva de Impedância da via Mid
Hig. freqüências de corte.

A Fig. 8 representa a curva de Conforme o comportamento observado


impedância dos drives ligados em nos gráficos de resposta em freqüência
paralelo. A freqüência de ressonância anteriores, definimos as faixas de
está em 873 Hz com 5.4 Ohms e a passagem, conforme abaixo, o que nos
menor impedância está em 357,9 Hz, permite obter as freqüências de corte
com 3,54 Ohms. entres as vias adjacentes.

O Centro Acústico VIA FREQ. DE CORTE (Hz)


Sub 50 a 100
Low 100 a 200
Um parâmetro indispensável para o Low Mid 200 a 1000
alinhamento de qualquer sistema, é o Mid Hig 1000 a 16000
Centro Acústico de cada via.
Estas escolhas obedecem ao critério de
Ele é obtido pela medição do tempo em procurar a melhor faixa útil de cada via.
que o som, emitido pelo transdutor Idealmente, deveríamos escolher uma
instalado na caixa, demora a chegar no oitava acima e uma abaixo do ponto em
microfone de teste. que o alto-falante ou drive começa e
termina de reproduzir com eficiência
Obviamente, todas as vias são medidas média. Embora isto seja válido para as
com o mesmo sinal e com o microfone caixas do tipo Bass Reflex ou Seladas,
na mesma posição. nas Band Pass e Cornetadas isto fica
mais difícil, pois o gabinete restringe a
Ao final, saberemos em quanto tempo o faixa útil.
centro acústico de cada via está
separado da outra. Estes valores em Nota: Em função da boa resposta de
geral são da ordem de mili ou micro graves da Via Low, o sistema pode,
segundos. eventualmente, ser utilizado sem o
subwoofer, o que seria muito útil em
Como se sabe, os Processadores palestras ou outros eventos onde não
Digitais alteram o centro acústico das exista a necessidade de uma maior
vias, dependendo da quantidade de pressão sonora na região de sub-graves.
funções aplicadas, o que altera o tempo
de latência. Por este motivo, somente Para obtenção de resposta plana em um
mediremos os centros acústicos serão determinado sistema, necessita-se que
medidos somente quando os cada via tenha uma resposta acústica
processamentos das vias estiverem segundo um modelo pré-estabelecido.
concluídos. O modelo que atende esta proposição é

Página 6 de 23
composto de filtros Passa Baixas (LPF), 120.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 2-3-2006 16.24.49

CLIO
180.0

Passa Faixa (BPF) e Passa Altas (HPF), dBSPL Deg

no formato (shape) Linkwitz Riley a 110.0 108.0

24dB/oitava. 100.0 36.0

Estes filtros têm a propriedade de 90.0 -36.0

cruzar-se a -6dB, alem de manter uma


80.0 -108.0

defasagem nula entre as vias adjacentes,


fornecendo uma resultante plana entre 70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k

as elas. Como já dissemos, as vias CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

adjacentes deverão estar em fase e no


Fig. 9 – Exemplo de modelo elétrico com a
mesmo plano acústico. componente acústica sobreposta. Azul:
curva a modelar; Preto: modelo elétrico;
Se conseguirmos que as vias de um Vermelho: curva acústica modelada.
sistema obedeçam ao modelo proposto,
teremos uma resposta final plana. No gráfico da Fig. 9 temos em preto, a
curva modelo sobre a qual desejamos
É importante notar três situações que a resposta acústica, em azul, se
bastante distintas: sobreponha o mais possível. O
resultado é a curva vermelha.
• Os modelos a serem seguidos
são elétricos, isto é: são uma Desde já observamos que os sinais que
função de transferência entre a ficam mais de 20 dB abaixo da resposta
entrada de um crossover e sua média, não têm influência no resultado
saída correspondente e é medido final. Isto é: eles não interferirão
em dBu. significativamente na resultante entre
• O resultado esperado é acústico, duas vias adjacentes.
obtido com o uso de microfone
de medição diante da caixa. Muitos gráficos conterão sinais que de
Neste caso a medida é um nível fato não existem na caixa acústica. Isto
de pressão sonora em dB SPL. é causado por ruídos existentes no
• Embora os modelos elétricos ambientes, impossíveis de serem
sejam usualmente medidos em controlados, uma vez que as medições
dBu, nos gráficos aparecerão em foram feitas ao ar livre.
dB SPL. Isto é necessário para
que possamos comparar Também, o valor de 100 dBSPL foi
visualmente a curva acústica escolhido como referência, para que a
com a elétrica, ambas na mesma pressão sonora mascare o mais possível
unidade. Isto é conseguido o ruído ambiente, mas sem incomodar
fazendo a leitura da função de muito o operador. É preciso lembrar
transferência do processador, que o ajuste de um sistema é algo
com o analisador de espectro na demorado e são necessárias muitas
escala em dB SPL. Veja o salvas de ruído rosa ou varredura em
exemplo a seguir: freqüência, até chegar-se a um resultado
adequado.

Página 7 de 23
freqüência da SLA1P-W1. Com o uso
Modelando a Resposta da Via SW de crossover e filtros paramétricos, a
resposta foi ajustada ao modelo.
110.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 10-4-2006 09.53.52

CLIO
180.0 Compare o gráfico da Fig. 10 com a
dBSPL Deg
Fig. 11, para verificar as mudanças
100.0 108.0
ocorridas.
90.0 36.0

Embora a resposta desta via pudesse ser


80.0 -36.0 usada até praticamente 1000Hz,
sabemos que o timbre de transdutores
70.0 -108.0
de graves não é adequado para esta
60.0 -180.0
finalidade. Quem já tentou fazer isso,
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms
provavelmente não gostou do resultado.
Fig. 10 – Vermelho: Curva modelo LPF EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Impulse Response

100Hz, 24dB/8ª L-R; Preto: Curva de 0.0100


Pa
CLIO

resposta em freqüência da caixa SLA1P-W1 0.0080

0.0060
antes do processamento.
0.0040

0.0020

Observando no gráfico da Fig. 10, 0.00

vemos que a curva de resposta da caixa -0.0020

-0.0040

SLA1P-W1 é bastante estendida, -0.0060

possuindo um vale acentuado em -0.0080

400Hz. A faixa que nos interessa vai -0.0100


0.00 2.4 4.7 7.1 9.4 12 14 16 19 ms 21 24
Ax: 6.0249 ms Ay: 0.0000 Pa Az: 2.0726 m

somente até 100Hz, conforme o modelo CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

em vermelho e portanto esta


Fig. 12 – Medida do centro acústico da caixa
irregularidade não vai afetar a resposta SLA1P-W1, após o processamento digital.
desejada. Ax = 6.03ms.

Vemos também que a freqüência útil A Fig. 12 identifica o centro acústico da


inicial está ao redor de 50 Hz. SLA1P-W1. Para esta medida, o
microfone foi colocado a um metro da
Então, vamos ajustar a resposta desde caixa. O tempo em que o som demorou
os 50 até os 100Hz. a chegar ao microfone, foi de 6.03ms.

120.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 10-4-2006 12.01.04

CLIO
180.0 Se considerarmos a distância do
dBSPL Deg
microfone e a latência no processador,
110.0 108.0
poderemos determinar o centro acústico
100.0 36.0
absoluto dos transdutores. Mas, para o
fim desejado, basta uma medida
90.0 -36.0
relativa. Assim sendo, seguiremos
80.0 -108.0
exatamente o mesmo procedimento para
os demais centros acústicos.
70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
Ax: 60.0390 Hz Ay: 99.1711 dBSPL

CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 11 – Vermelho: Curva modelo LPF


100Hz, 24dB/8ª L-R; Preto: Curva de
resposta em freqüência da caixa SLA1P-W1
já corrigida com processamento digital.

A Fig. 11 mostra o resultado do


processamento da resposta em

Página 8 de 23
Modelando a Resposta da via LOW Na Fig. 15, nos mesmos moldes da
resposta de graves, a medida do centro
120.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.35.41

CLIO
180.0 acústico da Via Low.
dBSPL Deg

110.0 108.0
Modelando a Resposta da Via Low
100.0 36.0
Mid
EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response
90.0 -36.0 120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg

80.0 -108.0 110.0 108.0

70.0 -180.0 100.0 36.0


20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

90.0 -36.0

Fig. 13 – Vermelho e Verde: BPF 100 –


200Hz, 24dB/8ª L-R; Preto: Curva de 80.0 -108.0

resposta em freqüência da via Low, antes do


processamento. 70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response


120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg
Fig. 16 – Vermelho e Verde: BPF 200 – 1kHz,
110.0 108.0
24dB/8ª L-R; Preto: Curva de resposta em
freqüência da via Low Mid antes do
100.0 36.0 processamento.

90.0 -36.0 EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response


120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg

80.0 -108.0
110.0 108.0

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k 100.0 36.0
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 14 – Vermelho e Verde: Curva modelo 90.0 -36.0

BPF 100 – 200 Hz, 24dB/8ª L-R; Preto:


80.0 -108.0
Curva de resposta em freqüência da Via
Low, após processamento.
70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Na Fig. 14, a sobreposição da resposta


acústica sobre o modelo elétrico, Fig. 17 – Vermelho e Verde: BPF 200 – 1kHz,
24dB/8ª L-R; Preto: Curva de resposta em
também após os filtros de crossover e freqüência da via Low Mid após o
paramétricos. processamento.
EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Impulse Response
0.0100
Pa
CLIO As Fig. 16, 17 e 18 mostram as curvas
0.0080

0.0060
antes e depois da modelagem da via
0.0040
Low Mid e o centro acústico medido
0.0020 após o processamento.
0.00

-0.0020

-0.0040

-0.0060

-0.0080

-0.0100
1.5 4.7 8.0 11 14 18 21 24 27 ms 31 34
Ax: 6.3665 ms Ay: -0.0002 Pa Az: 2.1901 m

CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 15 – Medida do centro acústico da via


Low, após o processamento digital.
Ax = 6.35ms.

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EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Impulse Response EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Impulse Response
0.100 2.0
CLIO CLIO
Pa Pa
0.080 1.6

0.060 1.2

0.040 0.80

0.020 0.40

0.00 0.00

-0.020 -0.40

-0.040 -0.80

-0.060 -1.2

-0.080 -1.6

-0.100 -2.0
4.7 5.5 6.3 7.1 8.0 8.8 9.6 10 11 ms 12 13 4.7 5.1 5.4 5.8 6.1 6.5 6.9 7.2 7.6 ms 8.0 8.3
Ax: 5.5819 ms Ay: 0.0045 Pa Az: 1.9202 m Ax: 6.3123 ms Ay: -0.0030 Pa Az: 2.1714 m

CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 18 – Medida do centro acústico da via Fig. 21 – Medida do centro acústico da via
Low Mid, após o processamento digital. Mid Hig, após o processamento digital.
Ax = 5.58ms. Ax = 6.31ms.

Modelando a Via Mid Hig Finalizando o Processamento Digital


em quatro vias.
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 16.58.17
120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg
Após termos equalizado todas as vias
110.0 108.0
do sistema e medido os centros
100.0 36.0
acústicos, podemos ver o resultado da
superposição acústica delas.
90.0 -36.0

E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.23.11


120.0 180.0
CLIO
80.0 -108.0
dBSPL Deg

110.0 108.0

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

100.0 36.0

Fig. 19 – Vermelho: HPF 1kHz, 24dB/8ª L-R;


90.0 -36.0
Preto: Curva de resposta em freqüência da
via Mid Hig antes do processamento.
80.0 -108.0

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 15.02.57
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms
120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg

110.0 108.0
Fig. 22 – Resposta Full do sistema SLA1P
antes da correção dos centros acústicos e fase
100.0 36.0
entre vias.

90.0 -36.0 Na Fig. 22 temos a resposta completa


do sistema, antes da correção do atraso
80.0 -108.0
e das fases existente entre as vias. Os
70.0 -180.0
vales existentes em 200 e 900Hz
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms
mostram a ocorrência de
desalinhamento físico entre a via Low
Fig. 20 – Vermelho: HPF 1kHz, 24dB/8ª L-R;
Preto: Curva de resposta em freqüência da Mid e Mid Hig e, devido à grande
via Mid Hig após o processamento. profundidade do vale em 200Hz, uma
provável inversão de fase entre as vias
Nas Fig. 19, 20 e 21 a modelagem e o Low e Low Mid.
centro acústico da via Mid Hig.
Para o acerto dos centros acústicos entre
as vias, recorremos às medidas dos
retardos já efetuadas:

Página 10 de 23
VIA DELAY DIFERENÇA Veja o gráfico abaixo:
ms ms
Sub Woofer 6.03 0.33 E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.26.12
120.0 180.0
CLIO
Low 6.35 0
dBSPL Deg

Low Mid 5.58 0.77 110.0 108.0

Mid Hig 6.31 0.04


100.0 36.0

Tabela 1 – Cálculo do delay entre vias.


90.0 -36.0

Para obter o valor absoluto do delay a


ser aplicado em cada via, escolhemos 80.0 -108.0

aquela que apresentar o maior atraso 70.0 -180.0

como sendo a referência de tempo. Ela 20 100


CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms
1k
Stop 1365.31ms
10k Hz
FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms
20k

será o ponto zero em relação às demais.


Fig. 24 – Resposta Full do sistema SLA1P
No caso, a Via Low . com a inversão de fase na Via Low.

Na Tabela 1, os delays e suas diferenças A polaridade elétrica dos transdutores


já estão calculados, e os valores obtidos da caixa SLA1P-SW1 está correta. O
serão aplicados no processamento. centro acústico foi novamente medido e
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.24.37
também foi confirmado correto.
120.0 180.0
CLIO

dBSPL Deg

110.0 108.0
A conclusão é que existe uma rotação
de fase acústica de 180 graus na via
100.0 36.0 Sub.
90.0 -36.0
Foi então invertida a fase da via Sub
80.0 -108.0
Woofer no processador e obteve-se a
resposta abaixo:
70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 15.13.35
120.0 180.0
CLIO

Fig. 23 – Resposta completa do sistema, dBSPL Deg

110.0 108.0
depois da correção do atraso entre vias.
100.0 36.0

Após a aplicação dos delays, ainda


permanece um vale na resposta, em 90.0 -36.0

200Hz. 80.0 -108.0

Isto se deve claramente a inversão de 70.0


20 100 1k 10k Hz 20k
-180.0

Ax: 51.0888 Hz Ay: 97.2746 dBSPL Bx: 15327.8700 Hz By: 97.3754 dBSPL Dx: 15276.7800 Hz Dy: 0.1008 dBSPL

fase entre as vias Low e Low Mid. CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 25 – Resposta completa do sistema


Como os dois alto-transdutores de 12” SLA1P com a inversão de fase na via Sub
da via Low são montados invertidos, tal Woofer.
que a frente deles está direcionada para
o fundo da caixa, temos uma rotação de Agora a resposta completa do sistema
180 graus em sua fase elétrica, em ficou plana desde os 50Hz até os 16kHz
relação às demais vias. a -3dB.

Após a inversão da fase deles no


processador, o problema em 200Hz foi
corrigido, mas outra inversão de fase
em 100Hz apareceu.

Página 11 de 23
25.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass FFT - Live Transfer Function 24-4-2006 08.48.57

CLIO
100.0 Estes vales serão tão mais
dB %
pronunciados, quanto mais coincidentes
15.0 50.0
estiverem as curvas acústicas com os
5.0 0.0
modelos elétricos além, é claro, de os
centros acústicos e as fases estarem
-5.0 -50.0 adequadamente corrigidas.
-15.0 -100.0

-25.0 -150.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A/B dBSPL 48kHz 16384 2.93Hz Rectangular 1/3 Octave

Fig. 25A – Resposta completa do sistema


SLA1P, no modo função de transferência e
função de coerência.

O gráfico da Fig. 25A mostra a


resultante da função de transferência do
sistema completo. A curva laranja é a
função de coerência, que mostra o
quanto a resposta acústica é coerente Fig. 27 – As freqüências de Crossover e os
com o sinal elétrico enviado pelos níveis, em 4 vias.
amplificadores. O sistema é tão mais
ideal quanto mais próximo de 100% a Alinhamento em Três Vias
curva se encontra. Observe a escala de
0 a 100% à direita do gráfico. Para algumas aplicações do sistema
SLA1P, onde não há necessidade do uso
Uma condição de verificação não de sub woofer, preparamos um
absolutamente necessária, mas de alinhamento em três vias, aproveitando
confirmação do correto alinhamento do a boa resposta em baixas freqüências da
sistema, é inverter duas das quatro vias via Low.
não adjacentes e fazer nova medida.
Muito embora a resposta se inicie
O resultado esperado são três vales na praticamente em 50Hz, não pode ser
resposta, exatamente nas freqüências de utilizada com a mesma potência que
corte escolhidas. seria aplicada na caixa SLA1P-W1,
cujos transdutores suportam potências
120.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.18.49

CLIO
180.0
da ordem de 800 Watts cada. Também
dBSPL Deg a excursão do cone do alto-falante de 12
110.0 108.0
polegadas não toleraria os
100.0 36.0
deslocamentos necessários.

90.0 -36.0 Mas, para um programa de voz e música


incidental, não costuma ser necessária
80.0 -108.0
uma alta pressão sonora na região de
70.0 -180.0
graves profundos. Daí fica interessante
20 100
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms
1k
Stop 1365.31ms
10k Hz 20k
FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms contar com um alinhamento para três
vias, dispensando a via de Sub Woofer.
Fig. 26 – Resposta completa do sistema
SLA1P em 4 vias, com inversão de fase nas
vias Low e Mid Hig.

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EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response EAM - Eletro Acústica Mass LogChirp - Impulse Response
120.0 180.0 0.0100
CLIO CLIO
Pa
dBSPL Deg 0.0080

110.0 108.0 0.0060

0.0040

0.0020
100.0 36.0

0.00

-0.0020
90.0 -36.0

-0.0040

-0.0060
80.0 -108.0
-0.0080

-0.0100
0.00 4.4 8.8 13 18 22 27 31 35 ms 40 44
70.0 -180.0
Ax: 6.3871 ms Ay: -0.0001 Pa Az: 2.1972 m
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 28– Vermelho LPF 200Hz, 24dB/8ª L-R; Fig. 30 – Centro acústico da via Low, com
Preto: Curva de resposta em freqüência da crossover em três vias. AX = 6.38ms.
via Low, antes do processamento.
Conforme a Fig. 30, o centro acústico
Na Fig. 28, temos a resposta da via da via Low praticamente não se alterou,
Low, com seu respectivo modelo, antes continuando próximo de 6.35ms. Após
do processamento para uma faixa mais a modelagem, temos a resposta
estendida de graves. completa:

Podemos utilizá-la desde 50 até 200Hz, 120.0


E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.44.02

CLIO
180.0

com excelente desempenho. dBSPL Deg

110.0 108.0

E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 19-4-2006 17.43.27


120.0 180.0
CLIO 100.0 36.0

dBSPL Deg

110.0 108.0
90.0 -36.0

100.0 36.0 80.0 -108.0

90.0 -36.0 70.0 -180.0


20 100 1k 10k Hz 20k
Ax: 47.6737 Hz Ay: 97.4479 dBSPL Bx: 16680.3500 Hz By: 97.6840 dBSPL Dx: 16632.6800 Hz Dy: 0.2362 dBSPL

CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

80.0 -108.0

Fig. 31 – Resposta completa do sistema


70.0
20 100 1k 10k Hz 20k
-180.0
SLA1P em três vias após o processamento.
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 29 – Resposta da via Low ajustada para A inversão de fase elétrica na via Low
três vias. permanece, uma vez que as condições
físicas dos alto-transdutores não
O centro acústico foi novamente mudaram.
medido, para verificar se ocorreu
mudança em relação ao sistema em 120.0
E.A.M-Eletro Acústica Mass LogChirp - Frequency Response 24-4-2006 08.20.20

CLIO
180.0

quatro vias. É sabido que o número de dBSPL Deg

blocos digitais implementados no 110.0 108.0

processamento faz variar a latência. 100.0 36.0

90.0 -36.0

80.0 -108.0

70.0 -180.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A dBSPL 1/3 Octave 48kHz 65K Rectangular Start 0.00ms Stop 1365.31ms FreqLO 0.73Hz Length 1365.31ms

Fig. 32 – Resposta completa do sistema


SLA1P com inversão de fase na via Mid Hig.

Página 13 de 23
Para conferir se as curvas individuais dentro de limites aceitáveis. Também,
estavam corretas, invertemos a via Low um maior nível de SPL é conseguido,
Mid, obtendo a Fig. 32. Os vales em com segurança, com a mesma potência
200 e 1000Hz, indicam o acerto do elétrica instalada.
ajuste.
E.A.M-Eletro Acústica Mass FFT - Live Transfer Function 24-4-2006 08.30.59
25.0 100.0
CLIO

dB %

15.0 50.0

5.0 0.0

-5.0 -50.0

-15.0 -100.0

-25.0 -150.0
20 100 1k 10k Hz 20k
CH A/B dBSPL 48kHz 16384 2.93Hz Rectangular 1/3 Octave

Fig. 33 – Resposta completa do sistema


SLA1P em 3 vias, no modo função de
transferência e função de coerência.

Fig. 34 – As freqüências de Crossover e os


níveis, em 3 vias.

Limiter

Em quaisquer dos casos é fundamental


a correta aplicação e utilização dos
limiter.

Isto protege os transdutores contra erros


de operação, e da própria dinâmica da
música, mantendo a potência máxima

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Tabela de Cortes, Ganhos e Delay a 4 vias

Programação do Crossover
VIA POLARID. HPF Hz - SHAPE LPF Hz - SHAPE *GANHO DELAY ms
1 – SW - 40 BUT 24 98 L-R24 0.0 0.333
2 – LOW - 112 BUT 24 279 L-R24 9.0 0.0
3 – LMID + 206 L-R 24 861 L-R 24 4.0 0.771
4 – MHIG + 801 L-R24 18k BUT 24 -1.5 0.042
• *O ganho depende da quantidade de caixas agrupadas. A tabela acima recomenda o ganho para
uma SLA1P-W1 e uma SLA1P. Ver tabela de agrupamento abaixo, para ajuste de ganho por
via.

Tabela com o ganho de via, em função da quantidade de caixas agrupadas.


VIA 1 SLAIP-W1 + 1 1 SLAIP-W1 + 2 2 SLAIP-W1 + 4 SLAIP-W1+ 8
SLA1P SLA1P 4SLA1P SLA1P
NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB
SW 0.0 0.0 -3.0 -3.0
LOW 9.0 3.0 0.0 0.0
LOW MID 4.0 -2.0 -5.0 -5.0
MID HIGH -1.5 -4.5 -7.5 -7.5

Tabela de Cortes, Ganhos e Delay a 3 vias

Programação do Crossover
VIA POLARID. HPF Hz - SHAPE LPF Hz - SHAPE GANHO DELAY ms
1 – SW NC NC NC NC NC
2 – LOW - 50 BUT 24 254 L-R24 9.0 0.0
3 – LMID + 206 L-R 24 861 L-R 24 4.0 0.771
4 – MHIG + 801 L-R24 18k BUT 24 -1.5 0.042
• *O ganho depende da quantidade de caixas agrupadas. A tabela acima recomenda o ganho para
uma SLA1P. Ver tabela de agrupamento abaixo, para ajuste de ganho por via.
• NC – Não conectado

Tabela com o ganho de via, em função da quantidade de caixas agrupadas.


VIA 1 SLA1P 2 SLA1P 4SLA1P 8 SLA1P
NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB NÍVEL EM dB
LOW 9.0 3.0 0.0 0.0
LOW MID 4.0 -2.0 -5.0 -5.0
MID HIGH -1.5 -4.5 -7.5 -7.5

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Engº Acir (Selenium) em visita à E.A.M. Durante Show Orquestra de Violas

O Line sendo preparado para elevação. Durante Show Almir Satter

O Line ainda no piso, antes da elevação. Stand da Selenium na Expo Music 2005.

Agora, instalado no modo Bumper Vitorio F. Massoni (E.A.M) e Prof. Homero


Sette Silva (Selenium), apresentando palestra
durante a Expo Music 2005.

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APÊNDICE A

Neste apêndice, colocamos algumas ações O programa que utilizamos, o


práticas, às vezes necessárias, quando CLIOwin7, permite que o nível do sinal
fazendo medições no método plano terra ao
ar livre, e outras informações.
enviado pelo gerador interno seja
preciso. Algo em torno de -20 a
Durante o processo de leitura dos -15dBu tem sido suficiente para excitar
centros acústicos, é bastante difícil amplificadores com sensibilidade de
determinar com exatidão o valor +4dBu.
procurado.
Com o mesmo valor de sinal, fazemos
Uma dica prática, é que, após as curvas as leituras das demais vias, atenuando
terem sido alinhadas segundo os ou ampliando o ganho no processador,
modelos, mudar o microfone de 2 para em cada via, mantendo o nível do
1 metro mais próximo da caixa. Isto gerador, até que se equiparem a
costuma dar resultados mais corretos. 100dBSPL. Os valores de níveis não
Não está descartada a necessidade de serão muito coerentes, como o que
pequenos ajustes no delay de cada via, vimos no ajuste da SLA1P, cuja via
para obter a melhor resposta possível. Low ficou com +9dB em relação à via
Sub Woofer.
Isto ocorre porque o ambiente do teste
influi muito no resultado. Temperatura, Como estes primeiros valores serão
umidade, pressão atmosférica, são normalizados, isto é, serão
grandezas que interferem em diferentes proporcionalmente corrigidos para algo
proporções nos resultados. É possível mais adequado, não há uma maior
que uma resposta obtida pela manhã preocupação em relação aos valores
não se confirme à tarde. iniciais.

Em geral, as variações não são Deixamos propositalmente a diferença


importantes, salvo se os procedimentos de 9dB entre as vias Sub Woofer e Low,
não foram corretos. Uma curva de para ilustrar esta afirmação. É
sistema não plana, mal ajustada em necessário, nesta etapa, apenas observar
relação aos modelos individuais das se o processador não está recebendo
vias, que se corrige com o uso de níveis que provoquem saturação em
equalizador, leva a resultados seus estágios, isto é: que não estejam
incoerentes quando o sistema for usado sinalizando “clip”. Isto levaria a um
ao vivo. Deve-se ser o mais preciso resultado desastroso, uma vez que,
possível durante os testes. como é sabido, um equipamento digital
não tem led de +3dB. Depois do zero,
A questão de qual nível de sinal se já é distorção.
deve utilizar em cada via durante os
testes: Veja que nas tabelas de ajustes de
sensibilidade para agrupamentos de
Como já comentado, uma boa pressão caixas, corrigimos os valores
sonora para a leitura ser mais “limpa” proporcionalmente.
em relação aos ruídos ambientes, fica
em torno de 100dB SPL. O sinal do Enfim, o que se deseja é que nosso
gerador é então ajustado para obter esta console, ao enviar um sinal de zero
pressão em uma via que tenha um valor dBVU do programa musical ao vivo,
médio em relação às demais. consiga excitar os amplificadores

Página 17 de 23
também para a máxima potência, sem problema é o custo e poucos podem
saturação nos periféricos intermediários, deles dispor.
no caso o equalizador mais o
processador. O inverso, isto é, níveis De todo modo, os procedimentos
muito baixos devem também ser práticos “no barracão” aqui descritos
evitados, para que a relação sinal / ruído costumam levar a excelentes resultados
seja adequada. em campo.

O posicionamento do microfone de Topologia dos filtros de Crossover na


leitura. teoria.

Esta é uma questão de natureza prática. A escolha dos filtros do tipo Linkwitz-
Se o microfone foi colocado a 2 metros Riley para obtenção de uma resposta
de distância da caixa, rente a piso, é de plana no sistema, deve-se a três motivos
se esperar que ele capte todas as vias de principais:
uma caixa, com pequenas diferenças. • A soma das respostas acústicas
entre vias adjacentes é igual ao
Isto é muito verdadeiro quando se mede nível de cada uma delas.
uma caixa com a geometria da SLA1P, • As fases são coincidentes nas
que praticamente gera o som das freqüências de transição.
diversas vias no eixo central da caixa. • O filtro L-R permite uma
cobertura mais adequada fora
É possível que em outro sistema, isto do eixo da caixa, mantendo a
não ocorra. O que temos feito com atenuação em uma razão
sucesso, é posicionar o microfone na constante.
direção das duas vias mais agudas da
caixa em teste, de modo que fique As Topologias dos filtros de
apontando para o meio destas. Veja no Crossover, no processador.
artigo “Processamento de PA’s II”,
disponível em www.eam.com.br, Como se observa nas tabela de
downloads, quando fizemos o processamentos, há uma discrepância
alinhamento do conjunto PAS3, que o em relação ao que dissemos acima. Os
microfone foi colocado entre as vias filtros adotados no processador não
Mid High e High. seguem esta filosofia. O motivo é
muito simples: utilizaremos sempre o
Obviamente, o sinal acústico das filtro que mais aproximar a curva
demais vias percorrerá um caminho acústica do modelo. Isto facilita em
maior até o microfone. Isto deveria muito a obtenção da coincidência com
induzir a erro na leitura do delay. Na os modelos, reduzindo a quantidade de
prática, em função do comprimento de filtros paramétricos de correção de vales
onda maior nas demais vias, esta e picos na resposta.
diferença não foi significativa.
Desde que o resultado seja uma curva
Também, os microfones de medição do tipo Linkwitz-Riley, o objetivo foi
comumente utilizados (eletreto) perdem alcançado, não importando se para isto
a sensibilidade para sons mais agudos foram utilizados filtros Butterworth,
em função da distância. Para um Bessel ou outros. Também, a razão de
melhor desempenho do sistema, os atenuação poderá ser outra que não
microfones capacitivos com diafragma 24dB/8ª, desde que não imponha ao
maiores seriam mais adequados. O

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transdutor freqüências e potências alem O delay de vias permite atraso muito
do especificado pelo fabricante. menor, especificamente para alinhar
uma via em relação às outras na mesma
Nos processadores modernos, estão caixa. Geralmente, o valor utilizado
disponíveis taxas de atenuação taxas de fica abaixo de 5ms.
atenuação de até 48dB/8ª, que poderão
ser utilizados em casos de respostas Ao ajustar o atraso de uma torre delay,
acústicas mais rebeldes. Tanto quanto na entrada do processador, os atrasos
possível, evite o uso de taxas de internos da caixa não devem ser
atenuação de 12dB/8ª, pois estas alterados.
permitem uma transposição muito
grande entre vias adjacentes. Seria um
recurso extremo para conseguir modelar
a curva acústica sobre a elétrica. Como
as redes de segunda ordem giram a fase
em 180 graus, uma inversão na via
respectiva será necessária, para retornar
a fase ao original.

Link ou não Link?

Quando iniciamos o processador para o


alinhamento de um sistema, pode ser
que a condição inicial do crossover seja
de link entre as vias. Devemos desligar
este link para que as curvas HPF e LPF
sejam livres, isto é: quando alteramos a
curva de uma via, ela não deve
modificar a adjacente.

Alguns processadores não permitem o


uso de topologias diferentes entre
curvas adjacentes. Com eles fica difícil
obter o correto alinhamento.

Delay de Via.

Os processadores possuem dois tipos de


delay: um na entrada e outro nas vias.

O primeiro é utilizado para alinhar


torres de PA’s avançadas em relação ao
PA principal. Elas são conhecidas
como Torres Delay. Obviamente, os
tempos de atraso para esta finalidade
são longos, permitindo compensar
atrasos de mais de 30 metros.

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APÊNDICE B

O artigo a seguir foi escrito por Marcelo Barros - Físico - Setor de Pesquisa e de Novos
Produtos, da Hot Sound. email: Marcelo@hotsound.com.br .
Os Autores agradecem a contribuição prestada.

Por que o alinhamento Linkwitz-Riley é superior a qualquer outro?

O que distingue o crossover Linkwitz-Riley dos outros é o seu padrão de radiação, que produz
uma superposição perfeita das contribuições de dois transdutores no ponto de crossover
(cruzamento). Stanley P. Lipshitz cunhou o termo lobing error para descrever esta característica
de crossover.
A definição deriva do exame dos gráficos polares das saídas acústicas, no ponto de cruzamento,
do padrão de radiação combinado dos dois transdutores (figuras 1 e 2). Se a soma acústica não
está perfeita, a figura forma um lóbulo fora do eixo, dependente da freqüência, com severo
peaking na amplitude.
Por simplicidade, está sendo considerado um sistema de 2 vias. Os dois transdutores estão
montados ao longo do centro vertical da caixa e não há nenhum deslocamento lateral (um
transdutor em cima do outro). Qualquer atraso no tempo entre transdutores foi previamente
corrigido.
A figura mostrada é um corte lateral do gráfico polar, assim todos os ângulos serão verticais.

Figura 1A Figura 1B

É só o deslocamento vertical que nos interessa agora. Todos os tipos de crossover populares
(Butterworth, etc.) são bem comportados ao longo do plano que passa pelo eixo horizontal
principal.
Ao longo deste eixo principal, pode-se escutar as freqüências da região de crossover sem
nenhum problema. É quando você se abaixa ou se eleva sobre o eixo principal que os problemas
surgem.
Este é o ponto crucial da contribuição de Siegfried Linkwitz no projeto de crossovers. Apesar de
ser difícil de acreditar, ele foi a primeira pessoa que se preocupou em analisar o que acontece
com as freqüências da região de crossover, fora deste eixo principal com transdutores não-
coincidentes (não-coaxiais). E isso foi em 1976!

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A figura 1A representa uma visão lateral do padrão de radiação acústico combinado dos dois
transdutores que emitem uma mesma freqüência. O padrão mostrado é para o crossover
Butterworth de 18 dB/oitava (do tipo passa-tudo portanto) com cruzamento em 1700 Hz e
falantes montados com um espaçamento de 18 cm, aproximadamente.
Podemos ver uma série de peakings e nodos de cancelamento. A figura 1A nos diz que, se a
magnitude de um tom de 1700Hz for 0 dB (um ponto de referência nominal) no eixo principal,
quando você abaixar a cabeça, esse tom aumentará em volume e um reforço de 3dB é alcançado
apenas 15 graus abaixo desse eixo principal. Por outro lado, elevar a cabeça sobre o eixo
principal causará uma redução em magnitude e em 15 graus alcançará o cancelamento total. Há
outro eixo de cancelamento total localizado 49 graus abaixo do eixo principal. A figura 1B
exibe a resposta em freqüência desses três eixos, destacados para referência.
Os nodos de cancelamento não são devidos ao crossover e sim do desalinhamento vertical dos
transdutores (não-coincidentes). A escolha do tipo de crossover controla somente onde os nodos
de cancelamento ocorrerão e não se eles ocorrerão. De fato, os nodos de cancelamento são
inevitáveis (a não ser que os falantes sejam coaxiais) e apenas nos resta garantir que eles não
estarão sobre a região de interesse.
O fato dos falantes não serem coaxiais significa que, qualquer desvio vertical do eixo principal
resultará em efeitos sutis. Porém, diferenças muito significativas no espaço percorrido entre os 2
falantes para o ouvinte causará estragos maiores. Esta diferença em distância percorrida é
efetivamente um atraso de fase entre os falantes e essa é a causa dos nodos de cancelamento –
quanto maior a distância entre os falantes, mais nodos se formarão. Em forte contraste para esse
exemplo está a próxima figura:

Figura 2

Onde a resposta combinada de um Linkwitz-Riley (nas mesmas condições) é mostrada. Não


existe nenhum crescimento e nenhum peaking. Mas tão somente uma resposta perfeita cuja
única restrição se deve as características de dispersão dos transdutores usados.
A principal contribuição para esta resposta ideal é a relação entre as duas saídas do crossover,
sempre em fase. Dois nodos de cancelamento ainda estão presentes, mas bem definidos e com
simetria de rotação em relação ao eixo principal. A localização deles depende da freqüência de
crossover e da distância entre transdutores. Com os outros alinhamentos, tanto o peaking como
os nodos de cancelamento mudam com a freqüência e com a distância entre transdutores.
Vamos agora à audiência, ver como estes cancelamentos e nodos de peaking afetam a
sonorização. A figura 3 vale mais do que mil palavras.

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Figura 3

A banda toca e... imagine na hora de um solo de saxofone: o músico sustenta uma nota firme
cuja fundamental está sobre 1700Hz! O que acontece então? As pessoas do centro, sobre o eixo
principal ouvem o solo bem equilibrado com a base da música; mas àquelas localizadas pouco
acima não vão entender nada, pois cadê a nota??? E as pessoas localizadas logo abaixo das
primeiras, as que estão sobre o eixo de peaking, receberão +3dB em relação ao centro da
audiência? Provavelmente estarão de ouvidos tapados, recebendo o dobro da potência!
A figura 4 mostra uma situação idêntica mas com o crossover Linkwitz-Riley.

Figura 4

Agora toda a platéia ouve o solo com uniformidade. O alinhamento proporcionou um ângulo de
cobertura com simetria de rotação, onde o som é perfeitamente equilibrado e ainda por cima,
mas amplo que o anterior!
Agora consideremos um sistema real. Não de 2 vias, mas de 4 vias (o normal!). Não há apenas
uma caixa acústica, há dezesseis, vinte, trinta e duas...! A separação entre transdutores não é
mais de 18cm (quase impossível), mas 50cm, ou mais! Tente imaginar isso!
A separação adicional entre falantes significará um maior número de picos e cancelamentos,
resultando em um padrão de radiação de multi-lóbulo. Cada freqüência de cruzamento terá seu
próprio jogo de padrões complexos (com peaking e nas adjacências deste, toldos e vales!) e cada
caixa acústica contribui com mais padrões, e assim por diante...

Se no inferno de Dante tiver música, ela deve soar assim!

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Usando um crossover Linkwitz-Riley não se resolverão todos estes problemas automaticamente.
Mas você poderá fazer com que todos os (poucos) lóbulos se encaixem dentro uns dos outros e
assim obtendo uma cobertura uniforme e com simetria de rotação com relação ao eixo principal.

Em resumo, um crossover Linkwitz-Riley sempre irá proporcionar:

• A soma acústica das respostas de 2 transdutores reproduzindo vias adjacentes é unitária


(0dB) no ponto de cruzamento;
• A diferença de fase entre transdutores é nula. No ponto de crossover isto proporciona
Lobing Error igual à zero. Isto é, nenhum vale no padrão de radiação polar. Além disso,
a diferença de fase zero em toda a região de crossover produz um lóbulo da soma
acústica exatamente sobre o eixo principal, em todas as freqüências;
• As vias passa-baixas e passa-altas estão em fase em todos os lugares. Isto garante a
simetria da resposta polar, sobre o ponto de crossover;
• Todos os falantes sempre serão eletricamente ligados em fase.

Tudo isso parece sugerir que ele seja realmente o crossover perfeito. Mas não é bem assim. O
(único) problema envolve o que é conhecido como fase linear. Um crossover com alinhamento
Linkwitz-Riley não é do tipo fase linear. Isso significa que o atraso de fase é uma função da
freqüência (o group delay não é uma constante). Ou, no domínio do tempo, o atraso temporal do
filtro depende da freqüência. Mas existe um atenuante: a curva de group delay é uma curva
a essencialmente suave. Seria este um problema? Isso seria audível? Parece que a resposta é
não!
Temos notícia de algumas pesquisas neste sentido, mas sempre com respostas negativas. Ou
seja, desde que a curva de group delay seja suave, não existe comprometimento audível.

Bibliografia

S. H. Linkwitz “Active Crossover Networks for Noncoincident Drivers,” J. Audio Eng. Soc., vol.
24, pp. 2-8 (Jan/Feb 1976).

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