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DEFICIÊNCIA E CONFLITOS TERRITORIAIS

DEFICIÊNCIA NAS FRONTEIRAS


AMAZÔNIA
Na região Amazônica problemas como narcotráfico, extração ilegal de madeira e tráfico de
armas, são alguns dos desafios enfrentados pela Polícia Federal, pelas Forças Armadas e
pelo Ibama nas fronteiras brasileiras na Amazônia.
O Brasil tem 15.791 km de fronteiras terrestres, sendo 12 mil só na Região Amazônica – o
equivalente, em metros quadrados, ao estado do Amazonas. Essa região é ameaçada
sobretudo pelo crime organizado, considerado hoje "a maior ameaça aos países
democráticos do mundo".
Ele listou 12 problemas enfrentados pela região, entre eles, os garimpos - todos
clandestinos, o tráfico de armas, os conflitos fundiários, os movimentos indígenas,
problemas políticos e o terrorismo nos países vizinhos. Mas o narcotráfico é o maior
problema da América do Sul. Ele informou que o Brasil tem 8 mil km de fronteira com os
três únicos países produtores de cocaína do mundo: Colômbia, Peru e Bolívia. Os plantios
de cocaína são realizados nas cabeceiras dos rios que entram na Amazônia brasileira.

FRONTEIRA AMAPÁ
As regiões de maior incidência do tráfico internacional de pessoas situam-se nas
áreas de fronteira devido às diversas vulnerabilidades existentes nas mesmas, como
contextos socioeconômicos antagônicos, conflitos, entre outras.
O Amapá é um dos estados onde
o tráfico de pessoas teria mais incidência, pois
possui uma privilegiada posição geográfica, sempre que os aliciadores que vêm de outras
partes do Brasil, principalmente do Pará e buscam fazer o transporte por via terrestre,
optam pela fronteira norte do país, ou seja, o fazem através do município de Oiapoque
para chegar até a Guiana Francesa e Suriname.
Nas áreas de fronteira é mais difícil a identificação de situações de tráfico de
pessoas, trata-se do lugar onde para muitos é a oportunidade de uma vida nova em outro
país, libertação de sua atual circunstância de vida, é onde se concretiza a migração, lugar
marcado por passagens, por encontros e desencontros de caráter socioculturais.
A área fronteiriça entre o estado do Amapá e o Departamento Ultramarino da Guiana
Francesa apresenta um fenômeno de migração constante, todos os dias carros,
vans, caminhões e ônibus partem da capital em direção à cidade de Oiapoque na fronteira
com a Guiana Francesa e levam migrantes em grande parte do Pará e Amapá. O Amapá é
também região de trânsito de nordestinos e amazonenses para a Guiana Francesa, pois é
‘o meio do caminho’ entre a Região Amazônica, o Nordeste e as Guianas, principalmente a
Guiana Francesa.
Vale destacar que, muitas vezes, o deslocamento das pessoas, ainda que para fins do
tráfico de pessoas, acontece de forma legalizada e livre, não existindo nenhuma forma
explícita de coerção. Nessas circunstâncias, a configuração enquanto crime de tráfico
somente ocorre pela identificação da finalidade do deslocamento, no caso, para fins de
exploração ou a escravidão.

PROJETO SISFRON
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), mantido pelas Forças
Armadas, pode se tornar obsoleto antes mesmo de ser totalmente implantado, por conta da
falta de recursos. O alerta foi feito durante audiência pública da Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional (CRE) que discutiu o projeto.
O objetivo do Sisfron é fortalecer a presença do Estado nas fronteiras, contribuindo para o
combate ao tráfico de drogas, pessoas e armas, por exemplo. Com o uso da tecnologia, o
sistema ajuda o Exército no acompanhamento de rotas do crime e também de situações de
calamidade.
Iniciado em 2012, com orçamento inicial de 12 bilhões. A limitação orçamentária, além de
impedir o avanço do programa, pode quebrar o sistema. A falta de recursos nos obrigou a
fazer um remanejamento e adiar a entrega dessa solução importante para o país para 2035,
o que poderá, inclusive, torná-la antiquada.
Eles garantem que além de se pagar com a contribuição para a diminuição da criminalidade
no Brasil, também contribui para à cadeia econômica e da geração de empregos no país. E
o retorno será ainda maior quando conseguimos reduzir a violência no país.
O Brasil tem quase 17 mil quilômetros de fronteiras, onde a presença do Estado, segundo o
general, precisa ser reforçada. Ele disse que, em algumas áreas, o governo só está
presente por meio da ação das Forças Armadas, mas a presença humana ainda é feita de
forma simplificada, em pequenas embarcações.
O Sisfron está mudando esse paradigma ao introduzir o controle das fronteiras para a área
digital ou seja espaço cibernético, que
é um instrumento que agrega à presença humana sensores e meios de comunicação de
alta tecnologia que amplificam a atuação do homem nessa proteção contra o narcotráfico e
outros crimes que ultrapassam as fronteiras.

CONFLITOS TERRITORIAIS
No mundo existem regiões que vivem intensos conflitos oriundos de vários motivos, como
luta por territórios, pela independência, por questões religiosas, recursos minerais, entre
outros. Em todos os continentes é possível identificar focos de tensão que colocam em risco
a paz daqueles que vivem nos locais que estão envolvidos em uma das questões acima.

ATAQUES TERRORISTAS
A “Guerra ao Terror” foi o modelo de guerra que mais ficou em evidência na primeira década
do século XXI. Isso aconteceu, especialmente, em razão da Guerra do Iraque, que teve
início em 2003 e só cessou em 2011.
Constituiu uma extensão da política da “Guerra ao Terror” dos Estados Unidos, só que com
ênfase em regimes autoritários islâmicos que representavam um perigo internacional por
conterem armas de destruição em massa. Era o caso do Iraque, que possuía armas
químicas que haviam sido utilizadas, nos anos 1980, para dizimar milhares de pessoas da
etnia curda.
O grande problema enfrentado no território iraquiano pelas tropas americanas não foi
exatamente a resistência das forças armadas ligadas a Saddan Hussein, mas as guerras
internas entre grupos jihadistas, que também estavam interessados na derrubada de
Saddan e no controle do território iraquiano. Entre esses grupos, estava uma facção da
Al-Qaeda. A administração do governo de Barack Obama, decidiu por retirar as tropas
americanas do Iraque e confiar o controle do país a um governo provisório. A retirada
completa das tropas ocorreu em dezembro de 2011.
Nesse mesmo ano, muitos dos focos de insurreição contra o governo provisório começaram
a ganhar mais força. Nos anos que se seguiram, o Iraque viu-se imerso em uma guerra civil
generalizada, que dura até os nossos dias.

CONFLITOS POR TERRITÓRIOS


A expansão da fronteira capitalista pode ser associada com o crescimento dos conflitos por
terra na região. Os conflitos que acontecem de forma direta demonstram que a expansão da
fronteira da moderna agricultura não acontece sem que haja um forte processo antagônico.
A ocorrência de conflitos nas regiões de expansão do agronegócio é sem dúvida,
a expressão da resistência de grupos camponeses ao modelo neoliberal imposto. Os
conflitos são a tentativa de se apoderar desse espaço em disputa ou de manutenção da
posse do mesmo. Para se expandir necessita se apropriar das terras e imprime uma política
por vezes devastadora dos camponeses, indígenas, quilombolas e ribeirinhos; baseada na
falsificação de documentos; compras de grandes propriedades; isolamento de povoados;
entre outras.
Atualmente o semiárido brasileiro se constitui como uma região em que a expansão
capitalista no campo impulsiona uma série de conflitos territoriais com as populações locais.
A região Nordeste teve o maior número de conflitos, com 43,7% (279), seguido da região
Norte com 36,7% (234). As demais regiões
concentraram 9,6% (61) no Sudeste, 5,8% (37) no Centro-Oeste e 4,2% (27) no Sul. A
chamada Amazônia Legal concentra 65% dos conflitos de terra, sendo que Maranhão, Pará
e Tocantins concentram 46,2% desse total.
O país teve quase 680 mil pessoas envolvidas em conflitos por terra em todo o Brasil no
ano passado.
Entre os principais agentes dos conflitos estão os fazendeiros, com 25%, seguidos dos
grileiros, com 19%, e garimpeiros 15%. Já quem sofre com os conflitos no campo no Pará,
são, principalmente, povos indígenas, sem-terra e assentados da reforma agrária.
Há um aumento considerável dos conflitos no campo, sobretudo daqueles relacionados à
ocorrência de casos de violência contra a pessoa, como ameaças de mortes, tentativas de
homicídio, homicídios consumados, invasão de território, destruição de casas e expulsam
de famílias da terra.
São responsáveis por 77% das famílias afetadas pelo desmatamento ilegal. Além disso,
80% dos assassinatos em conflitos no campo ocorreram na Amazônia Legal. Ou seja, 28
dos 35 assassinatos em 2021. Para o líder indígena da comunidade paraense de Acará, as
famílias indígenas vivem como se fossem “prisioneiras na própria terra”.
As empresas chegam a invadir as terras com drones para vigiar as famílias. Conforme
relata, embora a internet e as redes sociais sejam um importante meio de denúncia, muitos
locais ainda não têm internet e a subnotificação é grande.

ÁREAS MARÍTIMAS
O território marítimo brasileiro abrange as zonas marítimas sob soberania ou jurisdição
nacional, nomeadamente, as águas interiores, o mar territorial (MT), a zona contígua
(ZC), a zona econômica exclusiva (ZEE) e a plataforma continental (PC).
A área compreendida pela extensão do Mar Territorial brasileiro (12 milhas), somada à
ZEE (188 milhas) e à extensão da Plataforma Continental, em decorrência de sua evidente
riqueza e vastidão, essa área é chamada de “Amazônia Azul”.
O alto mar é o espaço marítimo que não está determinado para uso de um país especifico.
No caso do Brasil, fica além da faixa de 200 milhas marítimas da fronteira litorânea.
Também é importante considerar países que possuem fronteira marítima de pouca ou quase
nenhuma milhagem de distância entre si, o que provoca a necessidade de ajustes e
acordos entre nações para legalizar e regularizar o acesso.
O Atlântico Sul, onde se encontra a Amazônia Azul, que materializa todo o valor econômico,
social e ambiental que representa o mar territorial brasileiro para a nossa nação,
não está longe dessa realidade e cabe ao Brasil, assegurar o fiel cumprimento das leis
internacionais estabelecidas.
A vertente militar do poder marítimo, é no Brasil representado pela Marinha do Brasil (MB),
instituição que garante aos brasileiros, controle da área marítima, projeção de poder sobre
terra, negação do uso do mar e contribui para a dissuasão.
Sabendo da necessidade de projetar o rigor da lei e assegurar soberania sobre o território
nacional e zonas de influência direta, o Ministério da Defesa, desde a sua
fixação em 1999, direciona esforços para operações conjuntas que combatam quaisquer
ações irregulares na região, servindo como fator dissuasório para possíveis ameaças
internas e externas. O Brasil promove anualmente diversos exercícios, destacando entre
eles a Operação Laçador e a Operação Atlântico Sul.
De forma particular, a Operação Atlântico Sul merece um destaque especial. Essa é a
maior operação militar brasileira diretamente ligada ao Atlântico Sul.
Ao Exército cabe assegurar a livre passagem
as vias de acesso que ligam bases de apoio às bases navais, a proteção do perímetro de
bases áreas e bases navais. À Força Área cabe auxiliar com apoio logístico navios em
patrulha, operar em conjunto com a Marinha para efetuar patrulha naval, e defender o
espaço aéreo. À Marinha cabe efetuar patrulha naval, negar o uso do mar ao inimigo,
projetar poder sobre terra e atuar de maneira
dissuasória a fim de evitar ações de pirataria.
Como braço armado, a MB conta, em sua esquadra, com uma Força Naval composta por
um navio-aeródromo, navios de escolta, submarinos, navios de desembarque de carros de
combate, navios-tanque e navio de socorro a submarino. Além destes meios navais, a
esquadra brasileira conta com meios Aeronavais: esquadrões de helicópteros de ataque,
guerra antissubmarina e um esquadrão de caça.
A Força Naval ainda conta com a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), que garante a
projeção de poder sobre terra, seja no controle de áreas costeiras ou ribeirinhas.
Todos esses meios são vitais para o Brasil defender sua costa e projetar seus interesses.
Além deles, o país possui os meios distritais para realizar patrulhas navais e missões.
Contam com os seguintes meios para realizar tal tarefa: navios-patrulha, navios patrulha
fluvial e corvetas.
Além dos meios mencionados, está em processo de ativação do Sistema de Gerenciamento
da Amazônia Azul, que tem por objetivo mapear e monitorar toda a extensão, de forma a
facilitar seu patrulhamento e controle. Com a ativação de tal sistema será possível mapear,
localizar ameaças e controlar o tráfego marítimo em toda área de competência da marinha,
de forma que antes mesmo da presença do meio naval em determinada região, já será
possível determinar dados vitais a cerca de todo tipo de embarcações, se estiverem
orientados por uma concepção estratégica e por doutrinas pertinentes aos interesses
nacionais.

DOMÍNIO AEROESPACIAL
Constitui hoje um elemento essencial interventor em todo o tipo de conflitos, desde os de
baixa intensidade, até aos clássicos de alta intensidade.
Inclui em tempo de paz o respectivo setor da aeronáutica civil da aviação de transporte
de passageiros, de carga e de ajuda ou recuperação em catástrofes, que funcionará como
reserva complementar dos ministérios da defesa em tempos de emergência nacional ou
de guerra.
Em qualquer destes tipos de conflito, além das bombas e dos mísseis, tenderá a incorporar
predominantemente a guerra da informação estratégica de ciberataques dirigidos aos
sistemas de computadores por meio das investidas de vírus, bombas lógicas e “cavalos de
Tróia”, ataques que se têm revelado de grande efeito político ao infringirem e por vezes
irreversíveis danos às diversas infra-estruturas nacionais.
Neste período de rápidas e inesperadas transformações globais, que incidem no constante
aperfeiçoamento dos ataques aéreos de precisão, que substituiu em mais de 90% os
anteriores bombardeamentos.
As novas tecnologias integram um potencial capaz de alterar, não apenas as táticas e os
métodos operacionais militares mas a própria estratégia, com a concretização da
capacidade de atacar e neutralizar elementos humanos no interior de edifícios e invisíveis
do exterior em ambiente de combate urbano, onde os meios aéreos têm sido empregues
com crescente frequência ao substituirem com vantagem a entrada de forças terrestres em
zonas letais de fácil emboscada, de guerras.
Utilizando o ciberespaço visando bloquear ou neutralizar sistemas de comunicações e de
transmissão de dados. Com a ajuda de dispositivos e sensores de reconhecimento e de
sistemas de armas múltiplas defensivas e ofensivas destinados à exata localização e
neutralização de ameaças.
A capacidade única de detecção, seguimento e destruição de alvos terroristas, instalados
ou em movimento, aviões de reconhecimento com meios eletro-ópticos ou radar e de
aeronaves UAVs, decifrando os métodos e as ligações dos grupos terroristas, o que permite
obter vantajosas informações através dos múltiplos sistemas e sensores montados em
aeronaves.
Nas missões de extrema sensibilidade, visando a eliminação de alvos em centros
populacionais povoados, assume crucial importância por adquirirem avançadas
capacidades de informações que permitam determinar e reduzir para menos de dois metros
de erro as coordenadas posicionais precisas do terrorista, escondido ou em movimento,
evitando na medida do possível a extensão dos danos colaterais.

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