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Ebook Geotecnia em Foco - Mecânica Dos Solos Na Prática
Ebook Geotecnia em Foco - Mecânica Dos Solos Na Prática
GEOTECNIA EM FOCO
MECÂNICA DOS SOLOS
NA PRÁTICA
TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA
APLICAR OS CONHECIMENTOS DA
MECÂNICA DOS SOLOS NA PRÁTICA
geotecemfoco@gmail.com
@profedu.geotec
Prof. Edu
Eduardo de Castro Bittencourt
QUEM SOU EU?
Olá, meu nome é Eduardo de Castro Bittencourt e sou
engenheiro civil mestre pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Atualmente sou professor no Instituto Federal
de Goiás no curso de Edificações.
Esta pergunta tem resposta variável de solo para solo, pois cada tipo de
solo possui um nível de umidade para que ao ser compactado apresente as
melhores características, daí a importância da realização do ensaio de
compactação do solo: verificar a umidade em que ele possua maior densidade
seca.
Existem diversas formas de realização do ensaio de compactação do solo, as
quais são normatizadas pela NBR 7182/1986 – Ensaio de compactação, em que
possui auxílio da NBR 6457/1986 – Preparação para ensaios de compactação e
ensaios de caracterização.
Caso queira saber mais detalhes sobre o ensaio de compactação, confira
uma videoaula que preparei para você no meu canal “Aula compactação dos
solos” em que eu explico sobre a influencia da umidade na compactação do
solo, as energias de compactação, procedimentos de realização do ensaio e
interpretação da curva de compactação.
Agora vamos direto ao resultado do ensaio, que é a curva de compactação
do solo. Você aluno ou profissional da engenharia civil provavelmente deve ter
feito este ensaio e visto um resultado de compactação com uma curva similar a
da Figura 6 a seguir:
Assim, após calcular este coeficiente, a duração (tempo) para ocorrência dos
recalques totais poderá ser mensurada, a partir da equação abaixo. Este tempo
é importante pois ele irá nortear a execução da estrutura sobre este solo
compressível, pois como citado anteriormente, somente após a ocorrência total
dos recalques ela poderá ser viabilizada.
Ademais, em situações que se observa um tempo muito longo para
ocorrência dos recalques totais do solo, podemos lançar mão de técnicas para
aceleração dos recalques ou estabilização como por exemplo: substituição total
do solo mole, drenos verticais, sobrecarga temporária, colunas de brita,
construção em etapas, entre outros.
Dois são os fatores que conferem esta resistência ao solo: o atrito entre as
partículas ou “ângulo de atrito” e a coesão entre as partículas do solo. Como
sabemos, o solo apresenta uma grande heterogeneidade e muitos podem
apresentar maiores ângulo de atrito e outros menores, da mesma forma que
alguns conferem maiores coesões que outros. Mas, em linhas gerais, os solos
arenosos são aqueles que apresentam maiores ângulos de atrito, enquanto que
os argilosos possuem maiores coesões.
𝑐 = 10𝑁𝑠𝑝𝑡(𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦, 1983)
Contudo, podemos inferir que o solo pode vir a apresentar outros planos
que possuem maiores ou até menores resistências. Assim, os parâmetros de
resistência do solo poderão ser subestimados ou superestimados.
Já o ensaio triaxial é mais versátil que o de cisalhamento direto. Tem como
maior vantagem a possibilidade de realizar o controle de drenagem, além de
poder medir a pressão neutra. Assim, diversas simulações do comportamento
do solo podem ser feitas, tendo desta forma maior abrangência de aplicação
que o ensaio de cisalhamento direto.
Além disto, possibilita a determinação dos parâmetros de deformabilidade do
solo. Destaca-se também que neste ensaio o plano de ruptura não é imposto,
possuindo assim maior confiabilidade na determinação dos parâmetros de
resistência. Quanto aos pontos negativos do ensaio triaxial destaca-se sua
realização, a qual é mais complexa e demorada.
Agora, saindo da parte teórica, vamos para a prática.
É neste tipo de aplicação que continua a história que eu lhe contei sobre
meu professor me chamar para produzir um artigo científico. O título do
trabalho é “Adição de Solo Cimento para Melhoria da Resistência da Camada
para Maior Economia na Fundação”. Caso tenha interesse neste trabalho na
íntegra, me mande um email solicitando para profedu.geotec@gmail.com.
Nós analisamos se uma mistura de solo-cimento poderia fornecer maiores
capacidade de carga a partir de uma fundação sobre este solo melhorado,
observando o possível aumento do ângulo de atrito e coesão do solo.
Após realização de uma série de ensaios de cisalhamento direto, verificamos
que o ângulo de atrito e coesão do solo aumentaram com a adição de cimento
no solo, de forma que uma redução das dimensões da sapata e consequente
economia numa fundação sobre este solo-cimento seria possível.
Outra situação em que os parâmetros de resistência do solo se aplicam na
prática é para estruturas de contenção como estaca-prancha. Neste caso, para
verificação da estabilidade do sistema de contenção faz-se necessário a
determinação do ângulo de atrito e coesão do solo.
IX. SOLOS COLAPSÍVEIS E EXPANSÍVEIS
Alguns solos possuem comportamentos peculiares, em vista da sua
composição e estrutura. Consequentemente, eles devem ter uma atenção
especial quando se busca realizar uma obra geotécnica em que eles são
presentes no local do empreendimento.
Os solos colapsíveis e expansíveis se enquadram nestes solos que possuem
comportamento peculiar e, caso o engenheiro responsável não ter os devidos
cuidados, a obra pode vir apresentar patologias as quais podem ser desde
pequenas rachaduras e trincas até ruína total.
Solos colapsíveis são assim chamados pois sua estrutura interna entra em
colapso ao ser saturado, sob o mesmo nível de carregamento. Isto faz com que
este solo tenha elevados recalques. Sua estrutura quando não saturada
apresenta grande resistência devido o efeito de capilaridade, a qual é
completamente perdida com a saturação da massa de solo.
Já os solos expansíveis apresentam em sua estrutura um argilomineral
chamado montomorilonita. Este tipo de solo já foi inclusive citado nos itens
“Origem do solo” e “Caracterização dos solos” e como já abordado: este
argilomineral possui elevada capacidade de retenção de água, podendo sofrer
expansão ou redução do seu volume ao ter aumento ou diminuição da
umidade do solo, respectivamente.
Essa parte é a teoria para estes dois tipos de solo, mas eu faço uma
pergunta para você:
COMO VERIFICAR SE UM SOLO PODE APRESENTAR UMA
DESTAS CARACTERÍSTICAS?
Para identificação dos dois tipos de solo temos os métodos diretos e os
métodos indiretos. Os métodos indiretos para verificar se um solo apresenta
características colapsíveis são através dos índices físicos e limites de Aterberg,
métodos estes já abordados no item “caracterização do solo”; enquanto que os
diretos são por meio da medida de potencial de colapso, verificada a partir do
ensaio de adensamento (ensaio de laboratório) ou expansocolapsômetro
(ensaio de campo).
A Figura 14 ilustra a realização de um ensaio em campo com o
expansocolapsômetro por Louro et al. (2016). O título do artigo é "Utilização de
expansocolapsômetro na determinação de colapso no solo de Rendonópolis-
MT". Neste trabalho, os autores verificaram se um solo na cidade de
Rondonópolis-MT apresentava características colapsíveis.