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CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL

DE FORTALEZA

GABRIELLE DUARTE TÁVORA


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL


DE FORTALEZA

POR
GABRIELLE DUARTE TÁVORA

ORIENTAÇÃO
PROFESSORA DOUTORA NELIZA MARIA E SILVA ROMCY
GABRIELLE DUARTE TÁVORA

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA

Trabalho de Conclusão de Curso 2,


apresentado ao curso de Arquitetura e
Urbanismo, do Departamento de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Federal do
Ceará (UFC), como requisito para obtenção
de diploma de graduação como Arquiteta e
Urbanista.

Orientadora: Prof. Dra. Maria e Silva Romcy

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________
Prof. Dra. Maria e Silva Romcy
(Professora Orientadora - DAU UFC)

__________________________________________________________
Prof. Dra. Zilsa Maria Pinto Santiago
(Professora Convidada - DAU UFC)

__________________________________________________________
Paula Lima Sombra Girão
(Arquiteta Convidada)
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Sandra e Flávio por terem me dado
a vida, amor, cuidado, proteção e o interesse pelos
estudos;

À minha vó Riselda pelo suporte e pelas constantes


orações;

À minha tia Maria de Jesus por ter me apoiado em


relação aos estudos;

Ao meu namorado Ricardo por me dar amor, con-


forto, carinho e razões para acreditar em mim;

Às minhas amigas de colégio Layana, Luana e Cyn-


thia pelo apoio e pelos muitos anos de amizade;

Aos meu amigos de faculdade Lucas e Vitor pelos


conselhos, ideias trocadas e suporte nos trabalhos;

À minha orientadora Neliza pela organização, com-


petência e solicitude;

À todos os professores do DAU e funcionários da


UFC;

Gratidão!
“Acredito que as coisas
podem ser feitas de outra
maneira e que vale a pena
tentar”

Zaha Hadid
1.INTRODUÇÃO

SUMÁRIO TEMA
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
8
8
9
METODOLOGIA 9

2.CONTEXTO
O CONTEXTO DO ABANDONO 12
O ABANDONO EM FORTALEZA 14
NORMAS E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS 14
3.VISITAS TÉCNICAS
A COEPA 22
O ABRIGO SÃO LÁZARO 22
O HOSPITAL VETERINÁRIO DA UECE 24
4.REFERÊNCIAS PROJETUAIS
ANIMAL REFUGE CENTER 29
PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY 33
5.O TERRENO
LOCALIZAÇÃO 38
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 41
LEGISLAÇÃO URBANA 43
6.O PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES 45
FLUXOGRAMA 47
O PROGRAMA 48
CONFORTO AMBIENTAL 50
SISTEMAS ESTRUTURAIS 51
7.CONCLUSÃO
CONCLUSÃO 54
8.REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS 56

6
INTRODUÇÃO

1
1.1 Tema

O tema escolhido trata sobre a criação de um projeto de abrigo público e clínica


popular para cães e gatos em Fortaleza, visando mitigar a problemática do abandono
pela sociedade e pelo poder público. Ainda não se tem um equipamento municipal
em Fortaleza que trate efetivamente de abrigar e resguardar animais domésticos em
situação de rua, porém a demanda é enorme. Eles ocupam as ruas, as praças e os
edifícios públicos, estando sujeitos a atropelamentos, doenças e maus tratos. Devido
a esse cenário, escolhi estudar as possibilidades de como atrelar Arquitetura a uma
solução para essa triste realidade. Esse trabalho busca desenvolver um projeto de
um espaço que trate, castre, abrigue, acolha e promova a adoção de cães e gatos em
situação de vulnerabilidade.

1.2 Justificativa

A criação de um abrigo animal público que realize castrações e proporcione


acolhimento é necessária, devido ao elevado número de animais errantes que se mul-
tiplicam exponencialmente na cidade de Fortaleza. Trata-se de uma questão de saúde
pública, pois cães e gatos circulam em diversos espaços públicos e entram em con-
tato direto com humanos, podendo ocasionar a transmissão de doenças através de
mordidas ou arranhões, além de poluir o ambiente com fezes, urina e espalhamento
do lixo. Além disso, esse tipo de equipamento entra na questão do direito animal, pois
é dever do Estado proteger os animais, segundo o Artigo 225 da Constituição Federal.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(…)
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.”

Segundo o Decreto 24.645/34 os animais são tutelados pelo Estado, ou seja


têm seus direitos protegidos e são representados pelo Ministério Público.

“ Art. 1º - Todos os animais existentes no País são tutelados do Estado.”


“Art. 2º, § 3º Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Mi-
nistério Público, seus substitutos legais e pelos membros das sociedades protetoras
de animais.”
8
1.3 Objetivos

O objetivo geral do presente trabalho consiste em desenvolver um projeto


arquitetônico de um espaço assistencial de abrigo e tratamento para cães e gatos
abandonados.

Os objetivos específicos são :

- Projetar um equipamento destinado a cães e gatos em situação de rua, que


proporcione acolhimento, tratamento e estimule a adoção;

- Oferecer serviços veterinários ao público em geral;

- Criar uma praça para eventos de adoção e de convivência e usufruto da co-


munidade.

- Criar um “ParCão”, um espaço livre específico para treinamento e recreação


para cães.

1.4 Metodologia

Em um primeiro momento foram levantadas informações sobre o tema de for-


ma geral em relação à situação dos animais de rua e feitas pesquisas sobre legislação
e normas. Foram escolhidas as seguintes referências técnicas: 1. Manual de normas
técnicas para estruturas físicas de Unidades de Vigilância de Zoonoses do Ministério
da Saúde (2017); 2. o Guia Técnico para Construção e Manutenção de Abrigos e Ca-
nis do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (2016); 3. a Resolução
nº 2455 de 2015 do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, que dis-
põe sobre normas para manutenção de cães e gatos sob condições mínimas de bem
estar; 4. o site do especialista em comportamento animal Bruno Tausz; 5. a Resolução
nº 1015 de 2012 do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Foram escolhidas três instituições para a realização de visitas técnicas: a CO-


E-PA (Coordenadoria Especial de Proteção Animal), para obter dados e projetos fu-
turos envolvendo a situação do abandono animal dentro do contexto de Fortaleza; o
Abrigo São Lázaro, para conhecer o funcionamento e as instalações do maior abrigo
da cidade; e o Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Ceará (UECE), para
entender os fluxos e o programa de necessidades de um espaço público voltado para
a saúde animal.
9
Posteriormente foi feita uma busca sobre referências de projetos e obras que
envolvessem essa temática de saúde e abrigo animal, sendo escolhidos os abrigos
Animal Refuge Center e Palm Springs Animal Care Facility.

Finalizado o levantamento de fundamentação teórica, foi escolhido um terreno


grande e arborizado no bairro Parangaba e desenvolvida a sua caracterização. Para
início do projeto, foi pensado o programa de necessidades e um fluxograma com a
devida conexão entre os ambientes.

Por fim, chegou-se a uma solução arquitetônica que atendesse às principais


necessidades de um centro de acolhimento animas, vislumbrando a implantação, a
espacialização do programa, os fluxos,a volumetria, os principais sistemas construti-
vos, os materiais e o conforto ambiental.

10
CONTEXTO
2
2.1 O contexto do abandono

Segundo o IBGE (2013) estima-se que há no Brasil cerca de 52 milhões de


cães e 22 milhões de gatos, sendo a estimativa de crescimento populacional do pri-
meiro grupo de 4% ao ano e a do segundo mais de 8% ao ano.

Segundo a OMS (2014), desse contingente de animais, 30 milhões estão


abandonados, sendo 10 milhões de felinos e 20 milhões de cachorros. Em grandes
centros urbanos para cada 5 moradores há um cão – destes, 10% estão em situação
de rua. Em cidades menores, o número de cães abandonados cresce para 25% da
população humana.

Esse grande número de animais de rua no Brasil representa um grave proble-


ma de saúde pública: cães e gatos errantes em precárias condições de sobrevivência,
famintos e doentes, invisíveis aos olhos da sociedade, revirando lixo em busca de
alimento, sendo potenciais vetores para transmissão de doenças. Tem-se uma esti-
mativa de que a cada 10 animais abandonados, 8 já pertenceram a um lar, porém fo-
ram rejeitados por diversos motivos como terem crescido muito, adoecerem, gerarem
gastos e aborrecimentos, não serem “educados” (SHULTZ, 2016).

Uma pesquisa feita em 12 abrigos nos Estados Unidos, realizada pela revista
veterinária Journal of Applied Animal Welfare Science (2017), envolvendo 1.984 cães
e 1.286 gatos, levantou os motivos do abandono desses bichinhos, conforme tabelas
1 e 2.

Tabela 1 - Motivos de abandono de cães


Motivos % Cães
Suja a casa 18,5%
Destrutivo fora de casa 12,6%
Agressivo com as pessoas 12,1%
Foge de casa 11,6%
Ativo demais 11,4%
Requer muita atenção 10,9%
Late ou uiva muito 10,7%
Morde 9,7%
Destrutivo dentro de casa 20,7%
Desobediente 9,0%
Fonte: Journal of Applied Animal Welfare Science, 2007

12
Tabela 2 - Motivos de abandono dos gatos
Motivos % Gatos
Suja a casa 37,7%
Destrutivo fora de casa 11,4%
Agressivo com a pessoas 16,9%
Não se adapta a outros animais 8,0%
Morde 9,0%
Requer muita atenção 6,9%
Destrutivo dentro de casa 14,6%
Eutanásia por motivo de comportamento 4,6%
Não amistoso 6,9%
Ativo demais 4,6%
Fonte: Journal of Applied Animal Welfare Science, 2007

Além do abandono animal em si, a reprodução sem controle desses animais


leva a uma superpopulação que acaba gerando o agravamento dessa problemática,
sendo de suma importância a aplicação de políticas públicas de controle de natalida-
de.

Cada cria que nasce pode gerar 15 cães ou 45 gatos. Assim, em seis anos uma
cadela e seus descendentes conseguem produzir aproximadamente 64 mil filhotes.
No décimo ano de uma geração de um casal de cachorros, são gerados cerca de 80
milhões de animais (Imagem 1). No caso de gatas, consequentemente, esse número
é ainda maior (CESARINI, 2016).

Imagem 1 - Previsão de crescimento populacional de cães


Fonte: American Humane Association, 2011
13
2.2 O abandono em Fortaleza

Em Fortaleza há em torno de 500 mil animais sob a guarda de tutores e


30 mil abandonados. Na cidade existem mais de 50 pontos de abandono, estando
a Universidade Estadual do Ceará e a Universidade Federal do Ceará entre os
principais pontos de concentração de animais desamparados, segundo a COEPA –
Coordenadoria Especial de Proteção e Bem Estar Animal. A Prefeitura de Fortaleza
criou a COEPA em 2017 com a intenção de promover ações que mitigassem a situação
precária dos animais abandonados na cidade. Desde então a coordenadoria lançou
o “vetmóvel” que realiza consultas, castrações e aplicações de vacinas em vários
pontos da cidade.

Como equipamentos de apoio, a cidade conta com 1 Centro de Controle de


Zoonoses (CCZ) no bairro Dendê, e mais 5 Unidades de Vizinhança (UVZs) nos bair-
ros Vila Velha, Centro, Cidade 2000, Vicente Pinzon e José Valter. Esses equipamen-
tos realizam consultas clínicas simples, exames de calazar e aplicação de vacinas
antirrábicas, estando focados no controle de doenças em animais que possam ser
transmitidos a humanos. A UECE também oferece serviços de consultas e exames,
a preços abaixo do mercado. A cidade ainda não conta com um centro de apoio ou
acolhimento temporário e promotor de adoção animal do Estado. O que se tem são
ONGs e abrigos que sobrevivem através de doações e trabalho voluntário, como o
Abrigo São Lázaro.

2.3 Normas e recomendações técnicas

A partir de guias técnicos, foi feito um levantamento de recomendações para


projetos de espaços veterinários. O projeto do Centro de Acolhimento Animal de For-
taleza tomou como base: 1. Manual de normas técnicas para estruturas físicas de
Unidades de Vigilância de Zoonoses do Ministério da Saúde (2017); 2. o Guia Técnico
para Construção e Manutenção de Abrigos e Canis do Conselho Regional de Medici-
na Veterinária do Paraná(2016); 3. a Resolução nº 2455 de 2015 do Conselho Regio-
nal de Medicina Veterinária de São Paulo que dispõe sobre normas para manutenção
de cães e gatos sob condições mínimas de bem estar; 4. o site do especialista em
comportamento animal Bruno Tausz; 5. a Resolução nº 1015 de 2012 do Conselho
Federal de Medicina Veterinária.

De acordo com o Ministério da Saúde, as características do terreno adequado


para a implantação de Unidades de Vigilância de Zoonoses incluem:

a) Abastecido de energia elétrica, água e instalações telefônicas, de forma a


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atender à demanda.
b) Dispor de rede de esgoto apropriada, ou outra forma de destino tecnica-
mente viável, evitando-se a contaminação ambiental.
c) Distante de mananciais e áreas com risco de inundação.
d) Áreas que possuam lençol freático profundo.
e) A área do terreno deve ser sufciente para garantir o acesso e a manobra
de caminhão de médio porte.
f ) De fácil acesso à comunidade para a qual a instituição prestará seus ser-
viços, por vias públicas em condições permanentes de uso.
g) Distante de áreas densamente povoadas, de forma a evitar incômodos à
vizinhança.
h) Distante de fontes de poluição sonora.

Segundo o Ministério da Saúde (2017), os canis devem prever: boa ilu-


minação e ventilação natural; vedação para chuva e vento, portas com largura de
0,60 m e 1,20 m de altura, abrindo para fora; canaletas com grelhas para escoa-
mento dos dejetos; parte superior dos canis, fechado com alambrado, na altura de
2,10 m para cães acima de 25 kg e de 1,70 m para abaixo de 25 kg; considerar
caimento no piso, em direção às grelhas de escoamento; ponto de água e solário.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as especificações do canil são:

- Grades em perfil de 3/8.


- Piso: Liso (sem frestas), de fácil higienização e resistente aos processos de
limpeza, descontaminação e desinfecção.
- Parede: Lisa (sem frestas), de fácil higienização e resistente aos processos
de limpeza, descontaminação e desinfecção.
- Os materiais de revestimento não podem possuir índice de absorção de
água superior a 4% individualmente ou depois de instalados.
- Teto: cobertura aparente.

Para o gatil, o Ministério da Saúde recomenda prever: 1. prateleiras para colo-


cação de gaiolas individuais; 2. porta com altura de 2,10 m abrindo para fora do am-
biente; 3. ponto de água; 4.solário. E descreve as seguintes especificações:

Piso: Liso (sem frestas), de fácil higienização e resistente aos processos de


limpeza, descontaminação e desinfecção.
Parede: Lisa (sem frestas), de fácil higienização e resistente aos processos
de limpeza, descontaminação e desinfecção. Os materiais de revestimento
não podem possuir índice de absorção de água superior a 4% individualmen-
te ou depois de instalados.
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Teto: Cobertura aparente.

As unidades do gatil devem ter ambientes verticalizados, com o uso de pratelei-


ras em alturas variáveis, enquanto as caixas/bandejas higiênicas devem ser mantidas
afastadas, pelo menos um metro, do comedouro e bebedouro (CRMVSP, 2015).

O Guia Técnico para Construção e Manutenção de Abrigos e Canis do Con-


selho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMVPR, 2016) aponta que a
estrutura física adequada de um abrigo é aquela capaz de atender à rotina do canil e
proporcionar bem-estar aos animais alojados.

Para os canis e gatis garantirem melhor qualidade de vida, eles precisam ter
uma área descoberta chamada solário, permitindo a cães e gatos se beneficiarem do
sol e de sua radiação como esterilizador natural (TAUSZ, 2016). Deve ser garantido
o acesso diário dos animais às áreas de solário (CRMVSP, 2015).

O CRMVSP criou tabelas com o dimensionamento mínimo de área coberta e


solário para gatos (Tabela 3) e cães (Tabela 4) baseadas na idade e no peso.

Tabela 3 - Dimensionamento mínimo para gatos


Idade Espaço Espaço mí- Espaço Espaço míni- Área míni-
mínimo área nimo área mínimo mo necessá- ma de
coberta (m²) de solário necessário rio por animal prateleira
(m²) por animal adicional (m²)
adicional (solário) (m²)
(área cober-
ta) (m²)
Até 5 meses 2,0/grupo 2,0/grupo 0,3 0,3 0,3/animal
(grupos até 7
filhotes)
Adulto 1,0/animal 2,0/animal 0,5 0,5 0,3/animal
Maternidade 1,0/matriz 2,0/matriz - - 0,5/matriz
Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, 2015

Considerando- se essas necessidades, o especialista em comportamento ani-


mal Bruno Tausz projetou um módulo mínimo ideal de baia para cães (Imagens 2 e
3) , que contém ponto de água, bebedouro, área coberta com cama e beliche, solário
e grelha para o escoamento de dejetos. Esse módulo foi utilizado como base para o
dimensionamento das baias dos canis do presente trabalho.

Ressalta-se, ainda, que um abrigo deve ter um local destinado a animais re-
cém-chegados chamado quarentena, que deve estar posicionada em sentido oposto
16
ao vento e separada das baias dos animais veteranos por pelo menos 4 metros de
distância (CRMVPR, 2016).

Tabela 4 - Dimensionamento mínimo para cães


Peso do cão Espaço mínimo Espaço mínimo Espaço míni- Altura mínima
por animal área por animal área mo necessário (m)
coberta (m²) de solário (m²) por animal adi-
cional (solário)
(m²)
Até 5 1 4 1 2
> 5 até 10 2 4 1 2
> 10 até 20 3 4 2 2
> 20 até 35 3 6 3 2
> 35 4 8 4 2
Maternidade 1-4(*) 4-8(*) (**) 2
(*) De acordo com o tamanho da mãe.
(**) Sem animais adicionais apenas mãe e filhote

Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, 2015

Imagem 2 - Corte de uma baia de canil - Fonte: Bruno Tausz

Imagem 3 - Planta baixa de uma baia de canil - Fonte: Bruno Tausz

É indispensável uma área de lazer com grama e árvores para que os cães pos
sam realizar comportamentos naturais e se exercitarem diariamente, ainda que em
sistema de rodízio. Esse local deve ser um espaço cercado de no mínimo 4m² por cão
(CRMVPR, 2016).
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Deve ser prevista área de recreação, bem como enriquecimento ambiental nos
alojamentos dos cães e gatos, com o propósito de entretê-los e possibilitar a expres-
são de seus comportamentos naturais (CRMVSP, 2015).

Em relação ao setor de saúde animal foi tomada como referência a Resolução


nº 1015/2012 do CFMV, onde o conceito de clínica veterinária e as condições para o
seu funcionamento são definidas:

Art. 4º Clínicas Veterinárias são estabelecimentos destinados ao atendimen-


to e internações, sob a responsabilidade técnica e presença de médico ve-
terinário.
§1º No caso de haver internações, é obrigatório o funcionamento por 24
horas, ainda que não haja atendimento ao público, e um profssional médico
veterinário em período integral.
§2º Havendo internação apenas no período diurno, a clínica deverá manter
médico veterinário e auxiliar durante todo o período de funcionamento do
estabelecimento.
§3º A opção de internação em período diurno ou integral e de atendimento
cirúrgico deverá ser expressamente declarada por ocasião de seu registro no
Sistema CFMV/CRMVs
Art. 5º São condições para funcionamento de Clínicas Veterinárias:
I - setor de atendimento:
a) sala de recepção;
b) consultório;
c) geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclu-
siva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos;
d) sala de arquivo médico, que pode ser substituída por sistemas de infor-
mática;
II – para o caso de o estabelecimento optar pelo atendimento cirúrigico, setor
cirúrgico:
a) sala para preparo e recuperação de pacientes, contendo:
1. sistemas de aquecimento (colchões térmicos e/ou aquecedores);
2. sistemas de provisão de oxigênio e ventilação mecânica;
3. armário de fácil acesso com chave para guarda de medicamentos controla
dos e armário para descartáveis necessários a seu funcionamento;
4. no caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escri-
turação em livros apropriados, de guarda do médico veterinário responsável
técnico, devidamente registrados nos órgãos competentes.
b) sala de antissepsia e paramentação com pia e dispositivo dispensador de
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detergente sem acionamento manual;
c) sala de lavagem e esterilização de materiais, contendo equipamentos para
estabelecimento utilizar a terceirização destes serviços, comprovada pela
apresentação de contrato/convênio com a empresa executora;
d) a sala de lavagem e esterilização de materiais pode ser suprimida quando
o estabelecimento utilizar a terceirização destes serviços, comprovada pela
apresentação de contrato/convênio com a empresa executora;
e) sala cirúrgica:
1. mesa cirúrgica impermeável e de fácil higienização;
2. equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos;
temperatura corporal, oximetria, pressão arterial não-invasiva e eletrocardio-
grama;
3. equipamentos para monitorização anestésica com no minimo temperatura
corporal, oximetria, pressão arterial não-invasiva e eletrocardiograma;
4. sistema de iluminação emergencial própria;
5. foco cirúrgico;
6. instrumental para cirurgia em qualidade e quantidade adequadas à rotina;
7. aspirador cirúrgico;
8. mesa auxiliar; legislação sanitária pertinente;
9. paredes impermeabilizadas de fácil higienização, observada a
10. sistema de provisão de oxigênio; compreendendo no mínimo tubos tra-
queais e laringoscópio;
11. equipamento básico para intubação endotraqueal,
12. sistema de aquecimento (colchão térmico); internação, devendo dispor
de:
III - para o caso de o estabelecimento optar pela internação, setor de interna-
ção, devendo dispor de:
a) mesa e pia de higienização;
b) baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento compatí-
veis com os animais a elas destinadas, de fácil higienização, obedecidas as
normas sanitárias municipais e/ou estaduais;
c) local de isolamento para doenças infecto-contagiosas, no caso de interna-
ção;
d) armário para guarda de medicamentos e descartáveis necessários a seu
funcionamento;
e) no caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escri-
turação em livros apropriados, de guarda do médico veterinário responsável
técnico, devidamente registrados nos órgãos competentes.
IV - setor de sustentação:
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a) lavanderia;
b) depósito/almoxarifado; veterinário e funcionários, quando houver funcio-
namento 24 horas;
c) instalações para descanso, preparo de alimentos e alimentação do médico
d) sanitários/vestiários compatíveis com o número de funcionários;
e) setor de estocagem de medicamentos e fármacos;
f) unidade de conservação de animais mortos e restos de tecidos;
Parágrafo único. A clínica deverá manter contrato/convênio com empresa
devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e resíduos hos-
pitalares.

Ainda conforme a Resolução citada acima, uma clínica veterinária deve ser
dividida em 4 setores: 1. setor de atendimento com os ambientes de recepção e con-
sultórios, 2. setor cirúrgico com salas de cirurgia, antissepsia e esterilização, 3. setor
de internação com baias e boxes individuais e 4. setor de sustentação com instala-
ções para descanso, alimentação, sanitários/vestiários para os funcionários e local de
armazenamento.

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VISITAS TÉCNICAS
3
3.1 Visita à COEPA (Coordenadoria Especial de Proteção Animal)

A visita à COEPA foi feita com o objetivo de buscar informações sobre futuros
projetos relacionados aos animais abandonados na cidade de Fortaleza. Segundo a
Coordenadoria, a Prefeitura não tem planos de criar um abrigo público, mas pretende
continuar com o projeto de castrações e consultas do “vetmóvel” e vislumbra um pro-
jeto de um centro de apoio aos animais ainda sem previsão de implementação.

3.2 Visita ao Abrigo São Lázaro

O Abrigo São Lázaro começou em 1993, quando ainda funcionava em uma


casa pequena no bairro Barroso. Em 2009 recebeu a doação de um terreno no bairro
Siqueira, onde se localiza atualmente. A construção não teve um planejamento ar-
quitetônico, sendo feita aos poucos, à medida que arrecadava doações. A entidade
é o maior abrigo animal de Fortaleza, porém encontra-se lotada com 820 cães e 120
gatos. Na visita foi constatado que a estrutura física não atende à demanda, funcional-
mente e quantitativamente. O abrigo conta com 32 canis (Imagens 4 e 5) que abrigam
em média 25 cães cada, um espaço de maternidade canina e dois gatis (Imagens e
7).

Não se tem os espaços de recepção, quarentena, enfermaria, recreação,


eventos de doação, entre outros ambientes importantes. Os animais doentes são
atendidos em uma clínica parceira que realiza os serviços médicos com descontos,
enquanto os eventos de adoção são feitos em outros locais, como shoppings e super-
mercados. Os animais em tratamento não são devidamente isolados, pois não se tem
um ambiente com esse propósito.

Imagem 4 - Canil Abrigo São Lázaro Imagem 5 - Canil Abrigo São Lázaro
Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora

22
A Prefeitura de Fortaleza realizou um convênio com o São Lázaro se compro-
metendo com o repasse de 100 mil reais por mês e com uma expansão do abrigo em
um terreno vizinho que já foi cedido. Além disso, também foi prometido a instalação
de uma clínica popular e pet shop no local. Porém essa verba não é suficiente para
cobrir os custos com ração, água e energia. As informações obtidas por um dos donos
do abrigo.

Imagem 6 - Abrigo São Lázaro Imagem 7 - Abrigo São Lázaro


Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora

A visita contribuiu para um melhor entendimento das demandas e necessida-


des reais de um abrigo para animais abandonados, apesar do espaço físico em si não
servir como referência, pois não foi planejado. Ampliou-se, ainda, a compreensão do
cenário relacionado ao tema na cidade de Fortaleza.

3.3 Visita ao Hospital Veterinárinário da Universidade Estadual do Ceará

O Hospital da Faculdade de Medicina Veterinária da UECE foi inaugurado em


2016 e oferta atendimento clínico veterinário, aplicação de vacinas, exames, interna-
ções, cirurgias e medicamentos a preço acessível.

O projeto arquitetônico do Hospital Veterinário foi elaborado pelo setor de en-


genharia da UECE (imagem 15). O prédio foi dividido em cinco blocos: administrativo,
didático, clínico e cirúrgico de grandes animais, clínico de pequenos animais e cirúrgi-
co de pequenos animais.
23
Atualmente, o bloco de grandes animais ainda encontra-se desativado. Os blo-
cos clínico e cirúrgico de pequenos animais estão em pleno funcionamento. O bloco
clínico conta com recepção, seis consultórios, farmácia, banheiros para funcionários,
sala de ultrassom (imagem 12), das salas de fluidoterapia (imagem 11), depósito para
medicamentos e depósito geral. Já o cirúrgico possui recepção, copa, vestiário e sala
de descanso para funcionários, sala de direção, laboratório (imagens 8 e 13), sala de
tricotomia, pré e pós operatório, farmácia, antessala e sala de cirurgia (imagem 8),
antissepsia, esterilização (imagem 10), salas de aula e radiografia (imagem 14).

O Hospital tem como principais objetivos: 1. promover o ensino prático aos


estudantes do curso de Mecina Veterinária; 2. oferecer atendimento clínico, cirúrgico
e emergencial, 3. apoiar programas de Saúde Pública, controle de natalidade de ani-
mais abandonados , reprodução e sanidade animal.

Segundo a gerência do hospital, ele é mantido com a receita obtida através dos
serviços realizados e das vendas de material e medicamentos veterinários. Apenas os
custos de manutenção do prédio e energia são custeados pelo governo. O Hospital
realiza parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, com o Corpo de Bombeiros
e a Polícia Militar.

O funcionamento ainda não é integral, contando apenas nos turnos manhã e


tarde. O atendimento é feito por meio de distribuição de senhas referente à cada turno.

A visita ao Hospital contribuiu para a compreensão dos fluxos, do programa de


necessidades e da organização funcional dos espaços e setores de um equipamento
destinado à saude animal.

24
Imagem 8 - Laboratório do Hospital Veteriná- Imagem 9 - Salade cirurgia do Hospital Ve-
rio da UECE terinário da UECE
Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora

Imagem 10 - Sala de esterilização


Fonte: Acervo da autora

25
Imagem 11 - Sala de fluidoterapia Imagem 12- Sala de ultrassom
Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora

Imagem 13 - Laboratório do Hospital Imagem 14 - Sala RAIO X


Veterinário da UECE Fonte: Acervo da autora
Fonte: Acervo da autora

26
BLOCO CIRÚRGICO DE PEQ. ANIMAIS

BLOCO CLÍNICO DE PEQ. ANIMAIS

BLOCO ADMINISTRATIVO

BLOCO GRANDES ANIMAIS

BLOCO DIDÁTICO

ACESSO RUA BETEL

RUA BETEL
Imagem 15 -Planta baixa Hospital Veterinário da UECE
Fonte: Acervo da UECE

27
REFERÊNCIAS
PROJETUAIS
4
4.1 Animal Refuge Center

Imagem 16 - Maquete do projeto do Animal Refuge Center - Fonte: Archdaily

Ficha Técnica
Projeto: Animal Refuge Centre
Escritório: Arons en Gelauff Architecten
Arquitetos: Adrie Laan, Rianne Kreijne, Joost van Bergen, Miren Aramburu,
Mariska Koster, Claudia Temperilli, Oliver Rasche
Localização: Amsterdã, Holanda
Ano: 2007
Área: 5800m²

O projeto (imagem 16) nasceu da junção de dois abrigos existentes na cidade


em um novo terreno de formato triangular na periferia da cidade. A partir dessa fusão,
surgiu Centro de Refúgio – o maior abrigo de cães e gatos da Holanda com capaci-
dade para 180 cachorros e 450 gatos. O edifício também abriga uma clínica e oferece
serviços de colocação de microchip, fisioterapia, banho e tose e realiza adoções.

Os arquitetos aplicaram no projeto o “modelo pente”, caracterizado por um lon-


29
go corredor de serviço que se liga a uma série de canis colocados perpendicularmente
e separados por duas grandes áreas de recreação.

O abrigo é formado basicamente por dois canis com pátios centrais (Imagem
21), unidos por um bloco central que contêm os ambientes de administração, clínica,
recepção, sustentação e salas de apoio (Imagens 17 e 18).

Imagem 17 - Térreo Animal Refuge Center - Fonte: Archdaily

Imagem 18 - Primeiro Pavimento Animal Refuge Center - Fonte: Archdaily

30
O edifício está voltado para dentro (Imagem 19) visando à redução dos ruídos
excessivos produzidos pelos latidos dos cães para os vizinhos. No primeiro pavimen-
to encontram-se os gatis, acima dos canis (Imagens 20), funcionando também como
outro mecanismo de abafar o barulho para o exterior.

Imagem 19 - Corte em maquete do Animal Refuge Center - Fonte: Archdaily

Imagem 20 - Corte Animal Refuge Center - Fonte: Archdaily

31
Imagem 21 - Pátio interno Animal Refuge Center -Fonte: Archdaily

A sua estrutura é feita em concreto e as fachadas são todas revestidas por pla-
cas com 1,50mm de espessura de aço zincado pintadas em 12 tonalidades de verde
(Imagem 22) para se misturar à cor da paisagem do seu entorno.

As principais contribuições desse projeto para o presente trabalho foi a disposi-


ção espacial entre o canil e o gatil, juntamente com a articulação entre os mesmos e
as soluções de isolamento acústico.

Imagem 22 - Fachada Animal Refuge Center -Fonte: Archdaily

32
4.2 Palm Springs Animal Care Facility

Imagem 23 - Fachada do Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

Ficha Técnica

Projeto: Palm Springs Animal Care Facility


Escritório: Swatt Miers Architects
Arquitetos: George Miers; Tim Hotz; Aaron Harte, Maureen Cornwell
Paisagismo: Randy Purnel Landscape Architects
Localização: Palm Springs, California
Ano: 2012
Área: 21.000m²

Construído em estilo que remete o modernismo californiano dos anos 60 (Ima-


gem 23), o abrigo de animais de Palm Springs tem capacidade para acomodar 152
gatos e 100 cachorros e conta com recepção (Imagem 25), clínica veterinária, admi-
nistração, centro comunitário, espaços ao ar livre e estacionamento.

A entrada do abrigo é bastante convidativa devido à presença do espaço livre


ajardinado e por conta da fachada colorida e animada que proporciona a visão da sala
“cool cats”. Essa sala funciona como uma vitrine animada (Imagem 24) que busca
promover interação dos gatos residentes com os visitantes.

33
Imagem 24 - Fachada do Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

Imagem 25 - Recepção do Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

34
O abrigo está organizado em torno de dois espaços lineares livres, sendo um
interno e outro externo, que se articulam diretamente com dois corredores de baias de
canil (Imagens 26 e 27). A estrutura do edifício é metálica e as vedações dos ambien-
tes administrativos, de serviço e clínica são feitos em drywall, as baias dos canis são
de alvenaria (Imagem 28).

Imagem 26 - Planta baixa Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

Imagem 27 - Implantação Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

35
Imagem 28 - Canil de Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

Os pontos principais nesse projeto são a criação de um espaço jardim atrativo


para visitantes (Imagem 29) e a articulação das baias com os espaços livres interno
e externo.

Imagem 29 - Fachada de Palm Springs Animal Care Facility - Fonte: Archdaily

36
O TERRENO

37
5.1 Localização

O terreno encontra-se na fronteira do bairro Parangaba com o bairro Itaperi, e


é limitado pela avenida Silas Munguba, alameda Oxóssi e rua Pedro Riquet (Imagem
30). Sua escolha se deu pela proximidade com a Faculdade de Medicina Veterinária
da UECE e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) (Imagem 31), por sua grande
área de 15.348,20m², por sua visibilidade, facilidade de acesso e arborização.

O projeto busca chamar a atenção para a questão do abandono animal e in-


centivar a adoção, por isso a escolha de um terreno de fácil acesso e visibilidade é
de suma importância para o alcance desses propósitos. A proximidade do Hospital
Veterinário da UECE e do CCZ, equipamentos que atendem o público animal, também
teve um peso fundamental na escolha da localização do abrigo, pois se criariam pos-
sibilidades de relações entre esses três equipamentos.

Imagem 30 - Localização do terreno - Fonte: Google Earth

O terreno tem área suficiente para a instalação de um abrigo, clínica vete-


rinária e espaço livre de praça, além de ser bastante arborizado (Imagens 32, 33 e
34), – importante para o abafamento dos ruídos para a vizinhança, além de ter uma
topografia relativamento suave (Imagem 35).

38
Imagem 31 - Mapa de proximidade do Terreno do CCZ e da UECE - Fonte: Google

Imagem 32 - Foto do terreno visto a partir da Avenida Silas Munguba - Fonte: Google
39
Imagem 33 - Foto do terreno visto a partir da Alameda Oxóssi - Fonte: Google

Imagem 34- Foto do terreno visto a partir da Rua Pedro Riquet - Fonte: Google

40
Imagem 35 - Curvas de nível do terreno - Fonte: Shape da Prefeitura de Fortaleza

5.2 Uso e Ocupação do Solo

Foi observado que o uso comercial e misto predomina ao longo da avenida Dr.
Silas Munguba nas proximidades do terreno (Imagem 36), porém o residencial é maior
nas quadras mais distantes da avenida. O terreno é limitado por um centro comercial à
oeste e por residências ao norte e à leste. O gabarito é caracterizado basicamente por
residências térreas e por condomínios residenciais de quatro pavimentos (Imagem
37).
41
Imagem 36 - Mapa de usos - Fonte: Google Earth, shape da Prefeitura de Fortaleza

Imagem 37 - Perspectiva da localização do terreno - Fonte: Google Earth

42
5.3 Legislação Urbana

O terreno encontra-se em uma Zona de Requalificação Urbana (ZRU 1) , se-


gundo o Plano Diretor de Fortaleza essa zona caracteriza-se pela insuficiência ou
precariedade da infraestrutura e dos serviços urbanos, principalmente de saneamento
ambiental, carência de equipamentos e espaços públicos, pela presença de imóveis
não utilizados e subutilizados e incidência de núcleos habitacionais de interesse social
precários.

Na Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) foi identificado que o equipamento


em questão se enquadra na atividade de serviços veterinários, a Avenida Dr. Silas
Munguba suporta esse uso e o recuo adequado é de 10 metros de frente, lateral e
fundos. O Quadro 1 informa os parâmetros urbanísticos da ZRU1.
Quadro 1 - Parâmetros urbanísticos da ZRU1
TAXA DE PERMEABILIDADE (%) 30
TAXA DE OCUPAÇÃO SOLO 60
TO (%) SUBSOLO 60
ÍNDICE DE BÁSICO 2,00
APROVEITAMENTO MÍNIMO 0,20
(IA) MÁXIMO 2,00
ALTURA MÁXIMA DA EDIFICAÇÃO (m) 48,00
DIMENSÕES MÍNI- TESTADA (m) 5,00
MAS DO LOTE PROFUNDIDADE (m) 25,00
ÁREA (m) 125,00
Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo de Fortaleza, 2017

43
O PROJETO
6
6.1 Programa de Necessidades

O programa de necessidades foi pensando para atender os objetivos principais


do Centro de Acolhimento Animal que incluem: 1. abrigar cães e gatos em situação de
rua; 2. fornecer serviços veterinários para os animais do abrigo e para o público em
geral; 3. criar um espaço público livre. Assim, o programa foi dividido em setores de re-
cepção, administração, clínica, abrigo, serviços, sustentação e integração (Quadro 2).

Quadro 2 - Programa de Necessidades

PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTE ÁREA (M²) QUANTIDADE
RECEPÇÃO PÚBLICO
RECEPÇÃO/ESPERA 95,00 01
SANITÁRIO FEMININO 9,00 01
SANITÁRIO MASCULINO 9,00 01
SANITÁRIO ACESSÍVEL 7,00 01
ADMINISTRAÇÃO ABRIGO
SECRETARIA 9,00 01
DIREÇÃO 9,00 01
ALMOXARIFADO 6,00 01
CLÍNICA VETERINÁRIA
CONSULTÓRIO 19,00 02
CONSULTÓRIO 20,00 02
FARMÁCIA 19,00 01
LABORATÓRIO 21,00 01
FLUIDOTERAPIA CÃES 13,00 01
FLUIDOTERAPIA GATOS 13,00 01
SALA DE VACINAÇÃO 15,00 01
ESTERILIZAÇÃO 23,00 01
PRÉ E PÓS OPERATÓRIO 16,00 01
GATOS
PRÉ E PÓS OPERATÓRIO 16,00 01
CÃES
ANTECÂMARA 6,00 01
ANTISSEPSIA 5,00 01
SALA DE CIRURGIA 19,00 02
SALA DE ANTISSEPSIA 8,00 03
SALA DE RAIO X 29,00 01
ULTRASSOM 21,00 01
MATERNIDADE CÃES 23,00 01

45
ABRIGO
PÁTIO RECREATIVO CÃES 1 695,00 01
PÁTIO RECREATIVO CÃES 2 456,00 01
DEPÓSITO ALIMENTOS CÃES 16,00 01
DEPÓSITO ALIMENTOS GATOS 11,00 01
MATERNIDADE GATOS 29,00 01
BAIAS DE CANIL 7,00 102
SOLÁRIO GATIL 17,00 09
GATIL 17,00 09
DML GATIL 5,00 01
SOLÁRIO GATIL 23,00 02
SOLÁRIO QUARENTENA GATIL 23,00 02
QUARENTENA GATIL 23,00 02
SALA ADM QUARENTENA 11,00 01
SANITÁRIO PÚBLICO UNISSEX 3,00 01
SANITÁRIO FUNCIONÁRIOS 3,00 01
DEPÓSITO QUARENT. CANIL 9,00 01
DEPÓSITO QUARENT. GATIL 11,00 01
BAIAS QUARENTENA CANIL 7,00 18
SERVIÇOS
BANHO/TOSA PET SHOP 14,00 01
PET SHOP 28,00 01
LANCHONETE 46,00 01
SUSTENTAÇÃO
LAVANDERIA 17,00 01
DEPÓSITO 15,00 01
DESCANSO E ESTAR FUNC. 23,00 01
COPA 39,00 01
SANITÁRIO/VEST. FEM. 18,00 01
ESTACIONAMENTO PÚB. 01
ESTACIONAMENTO FUNC. 01
SANITÁRIO/VEST. MASC. 18,00 01
INTEGRAÇÃO
PRAÇA 7465,00 01
COBERTA PARA EVENTOS 324,00 01
Fonte: Elaborado pela autora

46
6.2 Fluxograma

Para o melhor entendimento das relações e o fluxo entre os ambientes foi feito um fluxograma
geral (imagem 39) e outro detalhado (imagem 38).

Imagem 38 - Fluxograma detalhado - Fonte: Elaborado pela autora

47
Imagem 39 - Fluxograma Geral - Fonte: Elaborado pela autora

6.3 O Projeto

O projeto surgiu a partir da análise da disposição e articulação dos ambientes


pensados no programa de necessidades(Imagens 38 e 39), e sua relação com as re-
ferências projetuais anteriormente apresentadas.

A ideia inicial foi implantar o setor do abrigo, canil e gatil, no meio do terreno,
entre as manchas arbóreas mais densas (Imagem 40), visando o abafamento dos ru-
ídos por essa massa vegetal, além de deixar esse setor mais privativo. A partir dessa
diretriz de implantação pensou-se na criação de um espaço livre para recreação dos
cães – um pátio interno, onde todas as baias do canil estejam voltadas para ele. Devi-
do a isso esse bloco do abrigo adquiriu um formato triangular, retomando a referência
projetual do Animal Refuge Center.

Imagem 40 - Perspectiva da Implantação - Fonte: Elaborado pela autora

48
Imagem 41 - Perspectiva do bloco da administração e bloco do canil - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 42 - Perspectiva do bloco da administração e bloco do gatil - Fonte: Elaborado pela autora

Outro ponto importante foi a criação de um espaço livre com equipamentos e


paisagismo atrativo para visitantes, uma praça com uma coberta para eventos e feiras
de adoção de animais, playground, academia ao ar livre, quiosques, ciclovia ligando
a avenida Silas Munguba à Rua Pedro Riquet, estacionamento público. Além disso
um local especialmente voltado para treinamento e recreação de cães com mobiliário
específico - um “ParCão”.
49
Imagem 43 - Perspectiva do bloco da quarentena - Fonte: Elaborado pela autora
Os setores de administração, clínica, sustentação e serviços foram implanta-
dos em um outro bloco em formato de L (Imagens 41 e 42), estando perpendicular ao
bloco do setor do abrigo.

Por fim, o bloco da quarentena (Imagem 43) foi locado junto com um estacio-
namento para funcionários. Assim, originaram-se dois acessos: o público, por meio da
praça e recepção, e o privado para funcionários.

6.4 Conforto ambiental

O bloco do abrigo por ser mais alto, (térreo mais um pavimento), foi implanta-
do em uma cota 1,50 m mais baixa que o outro bloco (Imagem 44), onde encontram-
-se clínica e administração. para melhorar a ventilação deste último, pois o primeiro
prédio encontra-se posicionado à leste do segundo. Essa solução buscou manter os
dois blocos no mesmo nível e garantir a ventilação do bloco de clínica/administração,
considerando que o bloco do abrigo está posicionado ao seu leste - de onde vem a
ventilação predominante.

Imagem 44 - Perspectiva - Fonte: Elaborado pela autora


50
Imagem 45 - Perspectiva - Fonte: Elaborado pela autora

Para se obter um maior sombreamento foi projetado um beiral de três metros


junto com um painel de brises em volta de todo o bloco da administração e clínica,
considerando seu posicionamento à oeste do terreno.

6.5 Sistema Estrutural

Foram escolhidos dois sistemas estruturais, para o bloco do canil e gatil foi pre-
visto estrutura metálica, tendo em vista a flexibilidade e versatilidade desse sistema
para uma futura expansão dos módulos das baias de canil e gatil, enquanto para o
bloco administrativo/clínica e quarentena, o sistema de concreto armado tradicional.
As vedações são independentes, permitindo a flexibilidade de layout.

Para se ter uma racionalização dos sistemas construtivos foram pensadas mo-
dulações para cada bloco, no da clínica e administração os vãos são de 4, 5 e 6 me-
tros, no do gatil e canil os espaçamentos majoritariamente são de 3,30, 5,70 e 9,90
metros. Já no bloco da quarentena os vãos são de 3, 5 e 5,40 metros.

Para dar suporte ao beiral em torno do bloco da clínica da administração foram


projetadas treliças que também foram utilizadas na coberta metálica.

O bloco do canil e do gatil foi coberto por uma laje maciça de concreto imper-
meabilizada devido aos solários dos gatis descobertos.

51
Imagem 46 - Perspectiva da estrutura dos blocos - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 47 - Perspectiva explodida do bloco do canil e gatil - Fonte: Elaborado pela autora

52
CONCLUSÃO

7
7.1 Conclusão

Através das pesquisas iniciais, concluiu-se que essa temática do abandono


animal voltado para arquitetura é pouco explorada, não se tem centros de referência
construídos no país.

As visitas feitas ao abrigo São Lázaro, à COEPA e ao Hospital Veterinário da


UECE foram de suma importância para a compreensão do tema no contexto de Forta-
leza. A primeira para ratificar a realidade do abandono animal e falta de suporte para
quem ainda tenta ajudar de alguma forma, a segunda para esclarecer sobre o futuro
das políticas públicas em relação à causa animal em Fortaleza e a terceira contribuiu
grandemente para o entendimento do funcionamento e da relação espacial necessá-
ria para um equipamento hospitalar animal.

Por não se ter muitos projetos e obras nacionais que abordem esse tema, foi
necessário buscar referências de obras arquitetônicas internacionais, das quais pude
tirar partido, adaptando seus aspectos devidamente às condicionantes locais.

O projeto do Centro de Acolhimento Animal de Fortaleza tem três pilares prin-


cipais de funcionamento: o abrigo de cães e gatos, a clínica veterinária popular e o
espaço livre de praça para a comunidade. O presente trabalho alcançou o nível de
anteprojeto com solução estrutural, tipo de coberta, acabamentos, fluxos e articulação
entre os ambientes definidos. Além de ter desenvolvido o desenho e os espaços com
suas funções dentro da praça.

Imagem 48 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

54
Imagem 49 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 50 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

55
Imagem 51 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 52 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

56
Imagem 53 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 54 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

57
Imagem 55 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 56 - Perspectiva renderizada - Fonte: Elaborado pela autora

58
REFERÊNCIAS

8
7.0 Referências

ARCHDAILY. Animal Refuge Centre / Arons en Gelauff Architecten. Disponível


em: <https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architec-
ten> Acessado em: 18 de setembro de 2018.

ARCHDAILY. Palm Springs Animal Care Facility / Swatt | Miers Architects. Dis-
ponível em: < https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-
-swatt-miers-architects > Acessado em: 20 de setembro de 2018.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Diretrizes para projetos físicos de uni-


dades de controle de zoonoses e fatores biológicos de risco. – Brasília:Funasa, 2007.

BROMM, D. M. (1986, Novembro) Indicators of poor welfare. British Veterinary


Journal,v142 ,pp.524-526. Disponivel em: <http://www.sciencedirect.com/science/arti-
cle/pii/0007193586901090>. Acessado em: 22 de setembro 2018.

CESARINI, Beatriz. É possível evitar o abandono de animal. Disponível em:


<http://cidadania.fcl.com.br/e-possivel-evitar-o-abandono-de-animais/item/e-possivel-
-evitar-o-abandono-de-animais>Acessado em: 11 de setembro de 2018.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO


PAULO. Resolução nº 2455 de 2015. Disponível em: < https://www.crmvsp.gov.br/
arquivo_legislacao/2455.pdf > Acessado em: 30 de setembro de 2018

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO PA-


RANÁ. Guia Técnico para construção e manutenção de abrigos e canis. Disponível
em: <https://www.crmv-pr.org.br/uploads/publicacao/arquivos/Guia-Canil-e-Abrigo.pdf
> Acessado em: 30 de setembro de 2018

SCHULTZ, Silvia. Abandono de animais – A dura realidade da vida nas ruas.


Disponível em: <http://www.portalnossomundo.com/site/mais/artigos/abandono.html>
Acessado em: 11 de setembro de 2018.

TAUSZ, Bruno. Saúde animal : Canil Modelo. Disponível em: <http://www.we-


banimal.com.br/cao/index2.asp?menu=canil2. htm>. Acessado em: 30 de setembro
de 2018.

60
ALAMEDA OXÓSSI

06

5
5
05

+0.50
LICA
METÁ
TELHA
6
05
RUA PEDRO RIQUET

10%
10%

10%
10%
6
05

+0.50

5
05

3
05

+7.41
10%

4
05

+1.50
-

06
4 4
LAJE
05 IMPERMEABILIZADA

10%

3
10%

+1.50 06
2
06 10% +7.41
10%

3
05
10%

TELHA METÁLICA
10% 10%

10%
10%

06

ESPECIFICAÇÃO DE PISOS DA PRAÇA

GRAMA

PISO RETANGULAR INTERTRAVADO LARANJA

PISO RETANGULAR INTERTRAVADO CINZA

PISO RETANGULAR INTERTRAVADO MARROM

AVENIDA SILAS MUNGUBA


Nome do Projeto

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA


Nome do Curso

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO E COBERTA


CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC
Autor 01
1 GABRIELLE TÁVORA
1 : 350 Desenhos

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO / COBERTA 06


10.25
6.00 19
4.23 N
4.00 0 15
15 1.5
3.84 7
19 4 5 6
1 2 3

19
1.20 1110 9 8
141312

1.18

CÂMARA
19

FRIA
15 m²
1.50

8.20

9.20
+3.10
3.95

COPA
5.00

FUNCIONÁRIOS
39 m²
15

+3.10
LAVANDERIA 2.96
17 m²

1.20
4.30

15
+3.10
5.00

DESCANSO
/ ESTAR
15

5.51
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS
MASCULINO 23 m²
18 m²
+3.10
4.70

9.00

+3.10

15
5.00

3.13

VESTIÁRIO
15

FEMININO DEPÓSITO
18 m² RAÇÃO
CANIL
15 1

13+3.10

4.73

+3.10
.50 1
1.50

9
1.50

8
5.00

7
6
2.24

5
15 1.5

4
SALA DE 3
4.45

CIRURGIA 2
1
19 m²
0 15

+3.08 +3.10
MATERNIDADE
15

CANIL
23 m²
5.00

2.79
5.88

6 6
7.87

ANTISSEPSIA 4 4
ANTECÂMARA 5 m²
6 m²
55.37

+3.10
15

1.95

2.13
15

4.39

SALA DE
1.70

CIRURGIA 1
5.00

19 m² 2
15

3
ESTERILIZAÇÃO
2.24

4
23+3.10
m² +3.10
5
15 1.5

6
2.40

7
8
9
1.50

0 15
15 1

1.50
.51 1

CIRCULAÇÃO
63.39

+3.10
108 m² PRÉ E
5 1.5

3.82
5.00

PÓS
OPERATÓRIO
0 15

CÃES
6
2
+3.08 16 m² 6
2
15

+3.10
LABORATÓRIO
9.00

21 m²
PRÉ E
3.75
5.48

+3.10 PÓS
OPERATÓRIO
5.00

GATOS
16 m²
15

+3.10
WC
MASC
15

FUNC 2.91
2.61

9 m²
1.16
1.19
2.35

+3.10
15

WC 2.95
15

FEMIN
FUNC
5.00

+3.10 3.06
9 m²
2.43

4.16

RAIO X
29 m²
15

VACINAÇÃO +3.10
15

15 m²
3.85

11.19

+3.10
3.11

FLUIDOTERAPIA
5.00

90
5.75

2.79 GATOS PROJEÇÃO COBERTA


13 m²
15

15

DIREÇÃO +3.10
9 m² CIRC.
2.22

5 m²
25.28
3.16

FLUIDOTERAPIA
15 1.0

1.50
CÃES 15
13 m²
1.50

15 4.94 15 4.85 15 4.85 15 3.66 1.05 15 3.56 15 1.15 19


15 7

15

ALMOXARIFADO +3.10
6 m²
5.00

19
2.01

4.18

4.94 3.56
4.29

1.15
4.84
1.50 BANHO/TOSA
2.94 SECRETARIA US CONSULTÓRIO PET
2.84
15

9 m² 21 m² CONSULTÓRIO
20 m² 20 m² 14 m²
+3.10
2.84
2.44

+3.10 +3.10
6.00

+3.10
15 1.03 15

+3.10
4.02

3.84
WC RECEPÇÃO
15

MASCULINO CLÍNICA
9 m² 95 m²
CIRCULAÇÃO
5.00

10.21

+3.10
2.25

23 m²
1.50

15.09
LANCHONETE PET
WC
SHOP
15

FEMININO +3.10
4.94 46 m²
28 m²
9 m²
5.68

+3.10 FARMÁCIA CONSULTÓRIO CONSULTÓRIO


2.27

+3.10
19 m² 19 m² 19 m² +3.10
4.00

WC
ACESSÍVEL ø 1.5
15 1

+3.10
3.07

+3.10 +3.10
7 m²
4.02

3.87

9.85

+3.10
.67

1.50
19
1.50

4.29 3.81 33 4.72 15 4.94 15 4.85 15 4.85 15


5 4.75 6
156 4.74 25
38.43

4.12 4.12 5.00 5.00 5.00 5.00 5.00 5.00


1 1

PLANTA ADM/CLÍNICA LAYOUT


6 6

PLANTA ADM/CLÍNICA 2
1
Nome do Projeto

1 : 150 CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA


1 : 150
Nome do Curso

CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC


Autor 02
GABRIELLE TÁVORA
Desenhos

PLANTAS CLÍNICA/ADMINISTRAÇÃO 06
N

6.00 8.50

9.90

3.30
15
1.50
0 15
.50 15 1.5
9.90 1
0 15
15 1.5
15 1.50
0
3 15 1.5 8.
3.30 1.50 50
1.50 15
05 1.50
15
0 15
.7 1 .50 15 1.5
9.90 54 15 1
1.50
0 15
0 15 1.5
1.5
0 15
3.30 15 1.5
15 1.50
0
15 1.5
1.50
0 1.50 15
9.9 15
1.50
0 15
0 15 1.5
1.5
0 15
15 1.5 +1.50
6.50 15 1.50
1.50
15
1.50
0 15
.50 15 1.5
1
0 15
15 1.5
15 1.50
1.50
0 15
15 1.5

6.54
4.92

45.9
19

2
CANIL
2 m²
2.68

SOLÁRIO
CANIL
5 m² 3.00
15 1.5

1.18
1.50
1.48
0 15

3.10 4

15
1.50
1.50 05
3.00

15
3.00

+1.50

1.50
+1.50

15
19

+1.50

1.50
1.50
+1.50

8.50
15
15

1.50
1.50

15
15

1.50
1.50

15
15

1.50
1.50

15
15

1.50
1.50

15
15
+1.50

1.35
1.50

15
15

1.50
1.50

50
15

8.
15
1.50
3.10

15
1.50

0
15

1.5
15
4 0
1.50

1.5
15
05 0
1.5 6.0
0
15

15
45.59

0
1.5
15
0
1.5
15
0
1.5
6 15
4 0
1.5
15 0
0 9.9
1.5
15
0
1.5
15
0
1.5
15
SOLÁRIO 1.5
0
CANIL 15 0
1.5
0 3.3
5 m² 15
0
1.5
15
0
1.5
CANIL 15
0
1.5
2 m² 15 0
1.5
0 9.9
15
0
1.5
15
0
1.5
+1.50 15 71
1.5
0 57. 3
15 0
1.5
0 3.3
15 6
0
1.5
15
0
1.5
15
0
1.5
19

15 0
0 9.9
1.5
15
3.0

0
1.5
0

+1.50
15
0
1.5
15
0
15

1.5
15 3.3
0
1.5

0
1.5 3
15
0

0
1.5 05
18

15
0
1.5
15
2.6

0
1.5
15 0
8

0 9.9
1.5
15
0
1.5
15
0
1.5
15
1
2.5

0
8.9

PLANTA CANIL
1 1 : 150

Nome do Projeto

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA


Nome do Curso

Autor
CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC
03
GABRIELLE TÁVORA
Desenhos

PLANTA CANIL 06
N

19
4.76 8.50
19 6.00
4.76
19
3.11
19 9.90

3 4.76
19
3.30
05 4.76
19
3.11
19 9.90 GATIL 8.
50
4.76 25 m²
19 SOLÁRIO +4.50
3.30 GATIL
4.76
19 17 m²

19
3.11 GATIL
19 9.90
17 m²
4.76 SOLÁRIO
19 SOLÁRIO GATIL
3.30

3.60
4.76 GATIL 24 m²
19 17 m²

19
GATIL
6.55 9.90 17 m²

19
3.60
6.50 SOLÁRIO
GATIL

19
GATIL 17 m²

6.54
17 m²

19
SOLÁRIO

3.60
GATIL
17 m²
GATIL
19
+4.50 17 m²

19
3.60

4
6.50
19

05
1.60
SOLÁRIO
GATIL
+1.50 24 m²

8.50
GATIL
23 m²

+1.50 +4.50

50
8.
SOLÁRIO
GATIL
+4.50 17 m²

+1.50
GATIL

19
17 m²
0
6.0

3.6
0
4
SOLÁRIO
05 19
GATIL

19
17 m² 0
9.9 4.7
6

GATIL
19

19
06 17 m²
4
6
4.7
0
3.3

3.6
19

0
1
SOLÁRIO 3.1
GATIL 19

19
17 m²
0
9.9 6
4.7

GATIL 19
19

17 m²
6
4.7
0
3.3
3.6

19
0

1
3.1
19 3
19

MATERNIDADE 0
GATIL 9.9 6
+4.50 4.7 06
29 m²
19
DML
5 m² 4.7
6
DEPÓSITO
19

0
3.3
RAÇÃO
11 m² 19
3.6

9
5.3
1
0

3.1
19
0
9.9 3

8 05
8.0
19

15
0
1.5
15
0
8.9 3
3.1
19

1
8.1

PLANTA GATIL
1 1 : 150

Nome do Projeto

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA


Nome do Curso

CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC


Autor 04
GABRIELLE TÁVORA
Desenhos

PLANTA GATIL 06
06

5
06
N
5
19
4.93
67 15 5.12
N 4.28 83 4.93
19
1.30

19
15
2.32 1.10
15 1.30 15
35.46 1.30
4.33 1.30 4.95
1.09
1.87 1.70 15
19 2.25
4.00 15
19 4.25

5.49
5.30
15
5 1.91
16.43 1.20 1
0 15
.50 15 1.5
16.05 1
5 0 15
15 1.5
15 1.50
0
05 15 1.5 +0.50
1.50
.50 15

19
19 15 1 5
1.50
0 15
19 1.5 05
SOLÁRIO

19
JARDIM GATIL

4.98
4.60
CANIL QUARENTENA
6 +0.50 QUARENTENA 23 m²
85 m² ADM GATIL
05 WC QUARENTENA QUARENTENA

1.43
11 m² 23 m²

5.30
QUARENT. +0.60 6
3 m²

19
WC +0.60
05

1.55

22.95
FUNC. +0.60

2.00
2.00
QUARENT.
3 m² RECEPÇÃO
QUARENTENA

19
+0.60

19
BAIA 33 m²
CANIL SOLÁRIO
QUARENT. +0.60 GATIL
7 m² +0.60 QUARENTENA

4.60
+0.60 23 m²

4.65
GATIL
DEPÓSITO
QUARENTENA
GATIL

7.77
23 m² +0.60
+0.60 QUARENTENA
6 11 m²

19
10.47
+0.60

14
AMBULATÓRIO
05 DEPÓSITO QUARENTENA
CANIL

2.00
16 m²

22.95
6 QUARENT. +0.60

05 9 m² +0.50

3.67
+0.60

15 1.5

5.30
5

0 15
05
BAIA
CANIL 5
QUARENT.
7 m² 05

3.00

19
JARDIM

19
CANIL
QUARENTENA
85 m²

5.30
+0.50

+0.50

19
PLANTA LAYOUT QUARENTENA PLANTA QUARENTENA
1 1 : 150
2 1 : 150

CALHA TELHADO METÁLICO

GATIL GATIL
TRELIÇA METÁLICA 17 m² 17 m²

FECHAMENTO EM ACM
+4.50 +4.50
FORRO DE GESSO
CANIL
CANIL 2 m²
PAINEL DE BRISES
2 m²
SOLÁRIO SOLÁRIO
CANIL CANIL
+1.50 5 m² +1.38 5 m² +1.50

PÁTIO RECREATIVO CANIL

CORTE CANIL / GATIL


3 1 : 125

SOLÁRIO GATIL
+7.41 GATIL

SALA DE
MATERNIDADE CIRURGIA +4.50
CANIL 19 m²
23 m²

+3.08 +3.10 +3.10

+1.50 +1.50 +1.50 +1.38 +1.50

CANIL CANIL SOLÁRIO CANIL

CORTE ADM/CLIN/CANIL/GATIL
4 1 : 125

RECEPÇÃO AMBULATÓRIO RECEPÇÃO Nome do Projeto


QUARENTENA QUARENTENA QUARENTENA
+0.62
33 m² 16 m² 33 m² +0.60 CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA
Nome do Curso

CORTE TRANSVERSAL QUARENTENA CORTE LONGITUDINAL QUARENTENA


CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC
Autor 05
5 6 GABRIELLE TÁVORA
1 : 125 1 : 125 Desenhos

PLANTA QUARENTENA E CORTES 06


FECHAMENTO EM ACM BRANCO PAINEL DE BRISES

REVESTIMENTO DE TIJOLINHO
GRADIL

FACHADA SUL ADM/CLINICA


1 1 : 125

FECHAMENTO EM ACM BRANCO PAINEL DE BRISES

REVESTIMENTO DE TIJOLINHO

FACHADA OESTE ADM/CLINICA


2 1 : 125

REVESTIMENTO DE TIJOLINHO
ESTRUTURA METÁLICA PINTADA DE BRANCO

GRADIL

FACHADA SUL CANIL/GATIL


3 1 : 125

FECHAMENTO EM ACM BRANCO PAINEL DE BRISES

RREVESTIMENTO DE TIJOLINHO

FACHADA LESTE ADM/CLÍNICA


4 1 : 125

TELHADO METÁLICO

GRADIL REVESTIMENTO DE TIJOLINHO Nome do Projeto

CENTRO DE ACOLHIMENTO ANIMAL DE FORTALEZA


Nome do Curso

5
FACHADA NORTE QUARENTENA CURSO DE ARQUITETURA URBANISMO - UFC
Autor 06
1 : 125 GABRIELLE TÁVORA
Desenhos

FACHADAS 06

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