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Vinicius Heldt
Vinicius Heldt
UNIJUÍ
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
VINICIUS HELDT
2016
IJUÍ – RS
VINICIUS HELDT
2016
IJUÍ – RS
VINICIUS HELDT
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovado em sua forma final pelo
professor orientador e pelos membros da banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
Aos Familiares
Pela compreensão, apoio e carinho que sempre me deram, não apenas durante a realização desta
especialização, mas sim em todos os momentos de minha vida;
Aos Professores
Que com paciência e sabedoria dedicaram o seu tempo e conhecimento, para que se tornasse
possível a realização desta conquista.
RESUMO
Este risco é invisível, e não é necessário haver contato acidental com o elemento
energizado para que ocorra o acidente, que em muitos casos é fatal.
Para fechamento do trabalho será desenvolvida uma APR para montagem dos
equipamentos, contendo as informações analisadas neste trabalho, fazendo com que os
colaboradores que participam destas atividades tenham conhecimento de todos os riscos
envolvidos nas atividades de montagem de equipamentos em subestações de transmissão de
energia elétrica.
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise das atividades de montagem de
equipamentos em subestações de transmissão de energia elétrica, tendo como foco a segurança e
saúde dos colaboradores envolvidos em tais atividades.
Para que esta análise fosse possível fez-se uma explanação sobre os principais
equipamentos utilizados nas subestações, tipos e função. Em seguida apresentou-se os pontos de
risco encontrados na montagem de cada um destes equipamentos, bem como as medidas a serem
adotadas a fim de eliminar o risco, ou controla-lo quando sua eliminação não for possível.
Por fim, efetuou-se o desenvolvimento de uma APR para montagem destes equipamentos,
na qual foram compiladas as informações a fim de que todos os envolvidos possam compreender
os riscos envolvidos nesta atividade. O desenvolvimento da APR foi baseado nas principais
atividades, consultando-se e compilando as informações presentes em outras APRs encontradas
na bibliografia e fornecidas pelas construtoras que foram objeto de estudo de caso.
1.2 Estruturação
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No capítulo 2 é realizada uma breve explanação de como está organizado o setor elétrico
brasileiro, como é dividido o sistema elétrico de potência (SEP) e como funciona o sistema
interligado nacional (SIN).
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2. CENÁRIO ELÉTRICO NACIONAL
Os Sistemas Elétricos de Potência (SEP) são grandes sistemas de energia que englobam as
etapas de geração, transmissão, distribuição e utilização de energia elétrica. No Brasil, a partir do
fim da Segunda Guerra Mundial, o sistema elétrico ganhou impulso com a construção da primeira
grande usina do País, a Paulo Afonso I (instalada no Rio São Francisco, localizada na cidade de
Paulo Afonso, estado da Bahia, entrou em operação em Janeiro de 1955), e seguida pelas usinas
de Três Marias (instalada no Rio São Francisco, localizada na cidade de Três Marias, estado de
Minas Gerais entrou em operação em Julho de 1962), e Furnas (instalada no rio Grande, entre os
municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, estado de Minas Gerais entrou em
operação em Setembro de 1963).
A regulamentação do SEP se deu em 1978, pela Portaria nº 3.214. Nela, foi definido que
as empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes dos sistemas devem
constituir prontuários, conforme norma de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
Em 26 de agosto de 1998, pela Lei nº 9.648/98, com as alterações introduzidas pela Lei nº
10.848/04 e regulamentado pelo Decreto nº 5.081/04, foi criado o Operador Nacional do Sistema
(ONS), que é herdeiro do GCOI, que lhe forneceu as bases técnicas para a elaboração dos
Procedimentos de Rede, um conjunto de regras detalhadas, necessárias e indispensáveis para o
exercício pleno das atribuições institucionais do ONS.
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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é hoje o órgão responsável pela
coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica
no Sistema Interligado Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
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A maior parte do sistema de geração de energia elétrica do país encontra-se longe dos
grandes centros consumidores (residências, fábricas e demais consumidores finais), logo se faz
necessário a implementação de um sistema de transmissão de energia complexo, longo e
confiável.
Apesar de o SIN abastecer a maior parte do país, alguns sistemas menores e isolados
também são utilizados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Apenas 1,7% da energia requerida pelo país encontram-se nos sistemas isolados.
Estes sistemas isolados geram a energia que é consumida apenas em uma determinada localidade
ou até mesmo por um só consumidor.
A Figura 2, a seguir, mostra o atual cenário do Sistema Interligado Nacional, com suas
linhas de transmissão e referidas tensões de transmissão.
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Figura 2: Mapa SIN - Sistema Interligado Nacional.
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3. SUBESTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DE ALTA TENSÃO
São utilizados para elevar ou rebaixar a tensão, permitindo assim sua transmissão e
utilização em uma determinada tensão diferente da original.
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A Figura 3, a seguir, mostra um banco de transformador de potência monofásico
525/230kV.
3.2 Pára-raios
A sua atuação tem por base a absorção de uma parte da corrente associada à onda de
tensão no seu terminal, de forma que não ultrapasse o valor máximo permitido. São utilizados
para controle de sobretensões de qualquer natureza, e a tensão no seu terminal depende da
magnitude e da forma de onda do surto incidente e da impedância de surto do sistema no qual o
para-raios está conectado.
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Para um dado valor de sobretensão, o para-raios, que antes funcionava como isolador,
passa a ser condutor e descarrega parte da corrente, reduzindo a crista da onda e fazendo com que
o equipamento que está na sua sequência não receba a sobretensão e se danifique.
Devem ser instalados para-raios nas entradas de linha de transmissão, nas conexões de
unidades transformadoras de potência, de reatores em derivação e de bancos de capacitores não
autoprotegidos.
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3.3 Tranformador de corrente
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3.4 Transformador de potêncial
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3.5 Chave seccionadora
Como se trata de alta tensão, caso ocorra a abertura ou fechamento deste equipamento
com carga, o arco elétrico que se forma seria muito grande e causaria a danificação do
equipamento.
Segundo a NBR 6935, a chave seccionadora é definida como “um dispositivo mecânico
de manobra capaz de abrir e fechar um circuito elétrico quando uma corrente de intensidade
desprezível é interrompida ou restabelecida. Também é capaz de conduzir correntes sob
condições normais do circuito e, durante um tempo especificado, correntes sob condições
anormais, como curto-circuito“.
As chaves seccionadoras também são utilizadas nas manobras onde se deve isolar um
equipamento, como por exemplo, durante a manutenção de um disjuntor, onde o circuito deve
estar desligado e fisicamente aberto através das chaves que ficam abertas e bloqueadas,
garantindo que o circuito não seja energizado até o fim da realização da atividade.
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Figura 7: Chave seccionadora trifásica 525kV.
3.6 Disjuntor
Com o auxilio de relés que são instalados em conjunto, realizão uma supervisão
automática das condições do sistema e sua operação, podendo em caso de sinistros operar
automaticamente, garantindo a integridade dos equipamentos e circuitos.
Quando em operação normal, estes equipamentos podem ficar por um longo período de
tempo sem serem operados, ou seja, ficam expostos a intempéries por um longo período sem
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operar, porém quando ocorrer algum sinistro, ou uma manobra for necessária ele deve estar apto
a realizar a operação.
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Em uma subestação todas as partes metálicas são aterradas, desde estruturas metálicas dos
equipamentos até cercas e portões. Estes ficam interligados á malha de terra principal através de
condutores de cobre e hastes que são colocadas de acordo com os equipamentos e cálculo da
malha.
Na Figura 9, a seguir, temos a planta de uma subestação, a qual tem as medidas de 444 X
176 metros, ou seja, uma área de 78.144 m². Neste caso os cálculos levaram á uma malha com
espaçamento de 12 entre ela em um sentido e 11 metros entre elas no outro sentido. Para atender
aos cálculos, neste caso só para a malha principal, desconsiderando todas as subidas de cabos
para os equipamentos, estruturas metálicas e cercas foram utilizados aproximadamente 16.716
metros de cabo de cobre 120 mm² e quase 900 pontos de solda exotérmica, ou seja é muito
material para que possamos ter uma malha confiável e segura para o empreendimento e
principalmente para as pessoas.
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Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja conexão é feita através da fusão
obtida pela ignição e combustão de uma formulação em um molde.
Na Figura 10, a seguir, podemos ver passo a passo como funciona este sistema.
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A conexão à compressão é obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta
hidráulica.
Na Figura 11, a seguir, podemos ver alguns modelos de conexões utilizadas neste sistema,
bem como o alicate hidráulico utilizado.
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A subestação transformadora é responsável por converte a tensão de suprimento em um
nível maior ou menor de tensão, ou seja, existem transformadores de potência capazes de realizar
a elevação ou rebaixamento da tensão neste modelo de subestação. Uma subestação
transformadora elevadora tem como função elevar o nível de tensão do circuito que esta
interligada, normalmente eleva-se a Tensão para poder transmiti-la a grandes distâncias. Uma
subestação transformadora rebaixadora tem como função rebaixar o nível de tensão do circuito
que está interligada, normalmente rebaixa-se a tensão para envia-la a subestações de menor
tenção ou para repassar aos circuitos de distribuição.
As subestações externas são as que ficam a céu aberto e os equipamentos ficam sujeitos as
intempéries atmosféricas, como por exemplo: maresia, chuva, vento e sol. São as mais comuns
devido ao custo muito menor quando comparadas as subestações abrigadas.
As subestações operam de acordo com o seu arranjo, que pode ser barra simples, barra
simples seccionada, barra principal e transferência, barra dupla com disjuntor simples e 4 chaves
e arranjo barra dupla com disjuntor e meio.
No arranjo de barra simples, todos os circuitos se conectam a uma única barra. Tem uma
baixa confiabilidade, falhas simples podem ocasionar o desligamento da subestação, tem custo
baixo em função do pequeno número de componentes e necessita de uma área menor para sua
implantação. A seguir teremos o diagrama esquemático desta configuração.
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Aterramento
Disjuntor
Chave Seccionadora
Disjuntor
Neste arranjo de barra simples seccionadora, tem-se a divisão da subestação por meio de
um disjuntor e duas chaves que são utilizados para realizar o seccionamento da subestação, desta
forma pode-se desligar uma parte da subestação para uma determinada atividade e manter a outra
parte em operação. A seguir tem-se o diagrama esquemático desta configuração, na Figura 13.
Disjuntor
Barra Seccionada
Chave
Seccionadora
Aterramento
Alimentadores
Figura 13: Arranjo Subestação Barra Simples Seccionada
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No arranjo de barra principal e transferência tem-se um sistema mais complexo que o
anterior, com custo baixo, porém um pouco maior devido a necessidade da utilização de um bay
de transferência, utilizado para interligar as duas barras. Caso haja a necessidade de realizar uma
manutenção, pode-se isolar o equipamento sem ter de desligar uma linha para realização da
atividade.
Neste tipo de arranjo não é possível transferir todas as cargas para a barra de
transferência, ficando nela ligado apenas um circuito por vez, limitando seu número de possíveis
manobras. A seguir teremos o diagrama esquemático desta configuração.
Disjuntor
Disjuntor
Transferência.
Alimentadores
Figura 14: Arranjo Subestação Barra Principal e Transferência.
No arranjo de barra dupla com disjuntor simples e 4 chaves tem-se uma evolução em
relação ao arranjo anterior, trata-se de um arranjo mais confiável onde podemos relocar todas as
linhas para qualquer uma das barras, desta forma pode-se realizar atividades em qualquer
equipamento ou barra sem a necessidade de desligamentos.
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Este arranjo é mais em virtude de necessitar de 4 chaves por bay, torna-se mais caro e
necessita de maior área para sua implantação.
Barra I
Disjuntor
Barra II
Chave
Seccionadora
Disjuntor
Alimentador
Figura 15: Arranjo Subestação Barra Dupla com Disjuntor Simples e 4 Chaves.
Na barra dupla com disjuntor e meio tem-se uma maior flexibilidade e confiabilidade.
Este arranjo apresenta um custo mais elevado que os demais arranjos, pois em cada circuito se faz
necessária a instalação de 3 disjuntores e 6 chaves seccionadoras para cada par de circuitos, por
isso a denominação de disjuntor e meio. Necessita de uma área maior para sua instalação.
Barra II
Figura 16: Arranjo Subestação Barra Dupla com Disjuntor e Meio.
Como a subestação pode ser um empreendimento muito grande, será apresentado uma
sequência de plantas, mostrando desde a planta geral, até se chegar as vistas parciais de um vão
de linha onde será possível ver os equipamentos em planta e vista lateral com maior facilidade.
A seguir tem-se uma planta geral da subestação, contendo os pátios de 525 kV, 230 kV,
arruamentos e demais instalações; Figuras 17 e 18.
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Figura 17: Vista geral da subestação.
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A seguir tem-se, na Figura 19, a vista superior de um vão da subestação onde temos seis
chaves seccionadoras, um disjuntor, três transformadores de corrente, três transformadores de
potencial e três para-raios.
A seguir tem-se, na Figura 20, a vista superior e também a vista lateral de uma parte deste
vão da subestação, contendo quatro chaves seccionadoras e três isoladores de pedestal utilizados
para dar suporte ao barramento.
Muito importante determinar o número de elementos necessários para cada tarefa levando
em consideração aspectos de segurança (nº mínimo de elementos), dar conhecimento a todos os
componentes da equipe, em conjunto, sobre os serviços que serão executados e em caso de
duvida, não deve haver constrangimento, qualquer funcionário deve solicitar esclarecimentos
sobre a segurança envolvida no serviço.
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4.1 Etapas de Montagem dos Equipamentos
Montagem transformador de potência 83MVA 230kV:
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Montagem transformador de potência 50MVA 230kV:
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Montagem de um transformador de potencial 525kV:
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Montagem de um Transformador de Corrente:
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Figura 26: Montagem de um Transformador de Corrente de 525kV - Parte 2.
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Montagem de um para-raios de 525kV:
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Montagem de uma chave seccionadora de 525kV:
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Figura 29: Montagem de uma Chave Seccionadora de 525kV – Parte 2.
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Montagem de um disjuntor de 525kV:
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Figura 31: Montagem Disjuntor 525kV - Parte 2.
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4.2 Possíveis riscos identificados na montagem de equipamentos
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• Queda de equipamentos manuais;
A análise preliminar de riscos, conhecida pela sigla APR, trata-se de uma técnica de
avaliação prévia dos riscos envolvidos na realização de um determinado trabalho. Consiste no
detalhamento de cada etapa do trabalho, assim como, dos riscos envolvidos.
A APR deve ser realizada sempre antes da execução das atividades, afim de, identificar os
riscos, orientar os colaboradores e organizar as atividades de forma segura para todos.
Com base no capitulo anterior podemos compilar em uma APR, as informações referentes
aos possíveis riscos encontrados nas atividades de montagem de equipamentos em subestações de
transmissão de energia elétrica, fazendo com que os colaboradores que participam destas
atividades tenham conhecimento de todos os riscos envolvidos nas atividades de montagem de
equipamentos, tornando as atividades mais seguras para os colaboradores e também para o
sistema elétrico.
Tendo como base algumas APRs, e utilizando-se das informações coletadas durante o
desenvolvimento deste trabalho, chegamos a um modelo de APR, no qual constam os dados do
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equipamento e da atividade a ser desenvolvida, possíveis riscos, EPIs e EPCs, questionamento
quanto as condições da equipe, lista para assinatura dos participantes e ciência da atividade.
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5. CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como fundamento, fazer uma análise dos riscos encontrados na
montagem de equipamentos em subestação de transmissão de energia elétrica.
Tal trabalho foi executado e compilado em uma Análise Preliminar de Riscos, que será
utilizada nas atividades de montagem.
Esta APR é de grande importância, e servirá para alertar os participantes da atividade dos
riscos presentes, afim de, que sejam tomadas todas as precauções nas atividades e que seja
assegurada a segurança de todos.
Como sugestão para futuros trabalhos, fica a ideia de realizar uma análise similar a esta na
etapa civil da obra, desta forma complementando este trabalho e tendo talvez uma APR de
montagem eletromecânica e outra civil.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/.
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ANEXO – Análise Preliminar de Riscos – (APR).
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