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LIBERTADORES DA AMÉRICA

- Canadá:

John Alexander Macdonald, George-Étienne Catier e George Brown, os realizadores da


Conferência de Charlottetown, em 1864, onde se idealizou a Confederação do Canadá, unindo
as diversas colônias da América do Norte Britânica. A Confederação foi aprovada pelo
Parlamento Britânico em 1867. O Canadá recebeu autonomia para se autogovernar por força
do Estatuto de Westminster, sede do Parlamento Britânico, em 1931. Por fim, o Ato do Canadá
conferiu total independência jurídica em relação ao Império Britânico em 1982.

- Estados Unidos:

George Washington, o Comandante-em-Chefe da Milícia Continental que lutava pela


independência dos Estados Unidos desde a assinatura da Declaração de 1776. O governo
britânico reconheceu a independência em 1783. Os Estados Unidos fizeram sua Constituição
em 1787. E George Washington foi eleito presidente com mandato iniciando em 1789 e
terminando em 1797. A Capital dos Estados Unidos, Washington, recebeu esse nome em sua
homenagem.

- México:

Miguel Hidalgo, padre que realizou o famoso “Grito de Dolores” contra as autoridades
coloniais em 1810 e liderou o povo em luta armada até serem derrotados na batalha de Ponte
Calderón. Hidalgo conseguiu fugir, mas foi capturado e executado em 1811.

José Maria de Morelos, padre que assumiu o Movimento da Guerra da Independência após a
morte do padre Hidalgo. Instalou o Congresso de Anáhuac em 1813 que conferiu ao povo o
Decreto Constitucional para a Liberdade da América Mexicana. Foi capturado e executado em
1815. O México, após anos de luta, conseguiu sua independência em 1821, quando viveu um
breve período de governo monárquico. Após esse período, os republicanos assumiram o poder
em 1823.

- Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica, Nicarágua:

Manuel José Arce, um caudilho guatemalteco, participou do Congresso da América Central que
criou a República Federal tão logo o México deixou de ser uma Monarquia em 1823. Arce foi
eleito presidente pela Assembleia Federal, mas sua gestão só durou até 1829, quando uma
rebelião liderada por El Salvador, Honduras e Nicarágua o depuseram. Em seu lugar, o
hondurenho Francisco Morazán passou a ser o novo presidente até a Assembleia declarar
dissolvida a Federação em 1838, instaurando uma guerra civil que só teve fim quando seus
cinco membros se declararam independentes entre 1840 e 1841.
- Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia:

Simón Bolívar, com merecimento recebeu o título de Libertador da América pela quantidade
de países que ajudou a criar, combatendo incansavelmente as forças coloniais espanholas. Foi
presidente da Gran Colômbia, um gigantesco país que incluía Colômbia, Venezuela, Equador e
Peru, com mandato de 1819 a 1830. Tentou, em vão, a criação de uma Comunidade Pan-
americana no Congresso do Panamá de 1824.

António José de Sucre, comandante imediato do grande Bolívar. Por seu empenho na
libertação do Alto Peru em 1826, foi nomeado como presidente daquele novo país. Ele
recebeu o nome de Bolívia. O mandato de Sucre terminou em 1828.

José San Martin, general argentino que foi decisivo na independência do Chile e do Peru,
juntando esforços com Bolívar contra as forças coloniais espanholas. Para libertar o Chile, San
Martin atravessou os Andes em uma travessia perigosa e traiçoeira. Para libertar o Peru, o
ataque foi pelo mar para conquistar as principais cidades costeiras, enquanto Bolívar atacava
pelo interior. As tropas coloniais foram finalmente derrotadas em 1824 e reconhecida a
independência do Peru.

- Chile:

Bernardo O’Higgins, rico proprietário de terras de ascendência basca e irlandesa que liderou a
Guerra de Independência do Chile e chegou a ocupar a posição de Diretor Supremo entre 1817
e 1823.

- Argentina:

Manuel Belgrano, o criador da famosa bandeira do Sol Argentino. Participou ativamente das
batalhas no longo processo de independência das Províncias Unidas, desde a Revolução de
Maio em 1810, ocorrida em Buenos Aires, até o Congresso de Tucumán, em 1816, onde várias
províncias se comprometeram a manter um pacto de união. Guerreiro incansável, Belgrano
morreu em campanha militar em 1820.

- Uruguai:

José Gervasio Artigas, o criador da Liga Federal dos Povos Livres em 1815, é considerado o Pai
da Nacionalidade Uruguaia. Herói incansável, Artigas participou de lutas contra as autoridades
coloniais espanholas, depois contra a Província de Buenos Aires que pretendia anexar a Liga
Federal aos domínios das Províncias Unidas, e, por último, contra o Império Português que
conseguiu anexar o Uruguai ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. Sem forças para
lutar contra tantos inimigos, Artigas encontrou refúgio no Paraguai, onde passou seus últimos
dias.

Juan Antonio Lavalleja, o líder do grupo dos Trinta e Três Orentais que lutou pela
independência do Uruguai contra o Brasil em guerra de 1825 a 1828. As Províncias Unidas e o
Brasil se bateram em guerra pelo controle da região, mas uma arbitragem internacional
mediada pela Inglaterra acabou por reconhecer a existência do novo país. A Constituição de
1830 marca o nascimento do Uruguai como nação independente.
- Paraguai

Pedro Juan Caballero e Fulgencio Yegros, caudilhos militares que, em um primeiro momento,
derrotaram as tropas argentinas de Manuel Belgrano que pretendiam anexar o Paraguai às
Províncias Unidas. Em um segundo momento, organizaram a Revolução de Maio de 1811 que
estabeleceu o Congresso de Assunção e o Conselho de Administração da República do
Paraguai. Fulgencio Yegros acabou presidindo o Conselho até que o Congresso de Assunção
elegesse o doutor José Gaspar de Francia como presidente vitalício do Paraguai.

- Panamá

Manuel Amador Guerrero, político colombiano que exerceu papel decisivo na independência
do Panamá. A independência gira completamente em torno da construção do famoso Canal do
Panamá que ligaria o oceano atlântico ao oceano pacífico, encurtando muito a longa travessia
que se fazia pela América do Sul. Uma companhia francesa, a mesma que construiu o Canal de
Suez no Egito, dispôs-se a abrir o caminho no Panamá, mas fracassou. A Guerra dos Mil Dias
entre o partido liberal e o partido conservador na Colômbia também trouxe grandes prejuízos
ao então departamento do Panamá. O presidente americano Theodore Roosevelt entrou no
projeto, mas sua proposta exposta no Tratado Hay-Herran foi rejeitada pelo Congresso
Nacional colombiano, acirrando os ânimos de quem desejava a independência. Esse tratado
havia sido planejado por Manuel Amador Guerrero. Com a ajuda do governo americano, foi
instalado o Governo Provisório da República do Panamá em 1903. O governo assinou um novo
tratado com os Estados Unidos, cedendo a Zona do Canal do Panamá ao controle dos
americanos. Manuel Amador Guerrero foi eleito como primeiro presidente do Panamá com
mandato de quatro anos, de 1904 a 1908.

- Cuba

Carlos Manuel de Céspedes, o Pai da Pátria, liderou a rebelião de 1868 contra as forças
coloniais espanholas, sustendo a Guerra dos Dez Anos que somente foi apaziguada quando o
governo espanhol deu garantias de autonomia para a ilha.

José Marti, o grande poeta e fundador do Partido Revolucionário Cubano, publicou o famoso
Manifesto de Montecristi que deu início à Guerra da Independência em 1895. Marti foi
assassinado e virou herói nacional. O sonho de uma Cuba Livre foi obtida após a Guerra
Hispano-Americana de 1898, vencida pelos Estados Unidos, que transformou a ilha em
protetorado americano, com direito à instalação de uma Base Naval em Guantánamo. Em
1902, Cuba deixou de ser protetorado, conquistando sua independência formal dos Estados
Unidos.
- Haiti

Toussaint Louverture, filho de escravos domésticos, lutou contra os britânicos que invadiram a
Ilha de São Domingos com a condição de que os franceses libertassem todos os escravos, o
que veio a acontecer em 1793. Figura central da ilha, tornou-se governador em 1798 e passou
a governá-la como entidade autônoma. Após derrotar uma Força Expedicionária Britânica,
ocupou Santo Domingo e libertou também os escravos de lá em 1801. Após isso, emitiu uma
Constituição para a Ilha de São Domingos, o que atraiu a ira do Imperador francês Napoleão
Bonaparte. Depois de intensa luta, Louverture foi traído e enviado como prisioneiro para a
França, onde morreu meses depois de ser capturado.

Jean-Jacques Dessalines, um dos generais de Toussaint Louverture, foi quem promoveu, de


fato, a independência ao derrotar em definitivo os franceses em 1804 e lançar as bases do
Império do Haiti, o primeiro Estado soberano negro. Discordâncias entre seus generais e a
reocupação de Santo Domingo pelos espanhóis foram causas que levaram ao declínio do
Império e ao assassinato de Dessalines em 1806. O país foi dividido entre o Reino do Haiti ao
norte e a República do Haiti ao sul. Eles só iriam ser reunificados em 1820, com o suicídio do
rei Henry I.

- Brasil:

José de Bonifácio, o Patriarca da Independência, era um intelectual formado na universidade


de Coimbra em Portugal. Eleito representante brasileiro nas Cortes Gerais do Reino, ele
percebeu as intenções de recolonização do Brasil, que havia deixado de ser colônia e foi
elevado à condição de Reino Unido a Portugal em 1816. Isso se deu porque o Imperador
francês Napoleão Bonaparte havia invadido a Espanha em 1807, capturando a Corte espanhola
e coroando seu irmão José Bonaparte como novo rei. Napoleão iria fazer o mesmo com
Portugal, levando a Coroa portuguesa a transferir a sede do Reino para o Brasil em 1808. Foi
Bonifácio quem agiu decisivamente para garantir a autonomia brasileira e unificar o país em
torno da figura do Príncipe Herdeiro Dom Pedro.

Dom Pedro de Alcântara, Princípe Herdeiro de Portugal, permaneceu no Brasil por ordem de
seu pai, D. João VI, enquanto o resto da família retornava a Lisboa por pressão das Cortes
Gerais do Reino. Quando as Cortes exigiram o retorno do Príncipe, ele decidiu ficar, recebendo
como resposta uma notificação para embarcar de volta a Portugal já que o Brasil deixaria de
ser Reino Unido. Indignado, o Príncipe fez o famoso Grito do Ipiranga, proclamando a
independência do Brasil. Tornou-se Imperador D. Pedro I e criou uma longa monarquia que só
passaria a ser república em 1889.

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