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Zeros de Polinômios

Introdução:
• Polinômios são funções bastante comuns em problemas de
engenharia;
• Conseguimos obter as raízes de polinômios de até 4 graus de forma
analítica utilizando os teoremas de Bhaskara, Cardan e Ferrari;
• Em 1824 foi comprovado por Abel que não existe nenhuma forma de
calcular as raízes de um polinômio de grau maior ou igual a 5;
• Portanto desde essa época o calculo das raízes de polinômios de
graus maiores que 5 é através de métodos iterativos, que também
podem ser aplicados em equações transcendentais;
• Os métodos como os da bissecção, MPF, e Newton podem ser
utilizados para o calculo das raízes de um polinômio, mas quando o
resultado envolve números complexos as iteração se complicam por
utilizar aritmética complexa.
Zeros de Polinômios
Introdução:
• Os métodos vistos são de aplicação bastante genérica.
• É possível encontrar as raízes de polinômios empregando os
métodos da Bisseção, MPF ou o método de Newton.
• No entanto, existem métodos específicos para se encontrar as raízes
dos polinômios.
• Polinômios são uma classe de funções especiais que estão sob a
forma:

• Onde n indica o grau do polinômio.


Zeros de Polinômios
Introdução:
• Para n=1 ou n=2 é fácil de se encontrar as raízes dos polinômios.
• Existem equações mais complexas para se obter as raízes de
polinômios com ordem 3 e 4.
• Para polinômios com n=5, em geral não existe uma forma analítica
para se encontrar as raízes.
• O método de se encontrar as raízes é composto por duas partes:
1. Enumeração das raízes.
2. Determinação das raízes.
Enumeração das Raízes
• A enumeração das raízes de um polinômio pn(x) consiste em se dizer
quantas raízes essa função possui e de que tipo são.
• Para a enumeração das raízes é necessário a utilização de alguns
teoremas.
Teorema Fundamental da Álgebra:
• Se pn(x) é um polinômio de grau n ≥ 1 e com coeficientes a0, a1,..., an
reais ou complexos, com an ≠ 0, então pn(x) tem pelo menos um
zero, ou seja, existe um número complexo ξ tal que pn(ξ ) = 0.

• O teorema fundamental da Álgebra permite dizer que o número


máximo de raízes de um polinômio é equivalente com sua ordem n.
• A determinação do número de raízes reais de um polinômio é
realizada utilizando a regra do sinal de Descartes.
Enumeração das Raízes
Regra do Sinal de Descartes:
• Permite se obter o número de raízes positivas para um polinômio
real diferente de zero.
• Dado um polinômio com coeficientes reais, o número de raízes reais
positivas desse polinômio não excede um número T de variações de
sinal na sequência de coeficientes não nulos.

• Se o número de zeros for menor que T, então é sempre por um


número par.
Localização das Raízes
• O número de raízes negativas T’ é obtido aplicando a regra de
Descartes para pn(-x).
• Exemplo:
• Enumerar as raízes do polinômio p3(x)=-5-3x+2x2+x3

• Então:
– T=1, existe uma raiz real e positiva.
– T’=2, existe 2 ou 0 raízes reais negativas.
• Se pn(x) possuir duas raízes negativas, então não terá nenhuma raiz
complexa.
• Mas se não possuir raízes negativas então terá duas raízes
complexas.
Localização das Raízes
• Gráfico de p3(x):
Localização das Raízes
• Se todos os coeficientes de pn(x) forem reais e se houver uma raiz
complexa, então sua conjugada também será raiz.
• Exemplo: Enumerar as raízes do polinômio:

• Nesse caso:
– T=4, existe 4 ou 2 ou 0 raízes reais positivas.
– T’=0, não existe raízes reais negativas.
• Portanto p4(x) pode ter:
– 4 raízes reais positivas e nenhuma raiz complexa.
– 2 raízes reais positivas e 2 raízes complexas.
– Nenhuma raiz real e 4 raízes complexas.
Localização das Raízes
• Gráfico de p4(x):
Enumeração das Raízes
Enumeração das Raízes complexas de uma equação polinomial.
Regra de Du Gua:
• Dado um polinômio pn(x) sem raízes nulas. Se para algum k, 1 ≤ k< n
tivermos a2k≤ ak+1ak−1, então pn(x) terá raízes complexas.
Regra da Lacuna:
• Se os coeficientes de pn(x) forem todos reais e para algum k, 1≤k<n
tivermos ak=0 e a2k≤ ak+1ak−1, então pn(x) terá raízes complexas.
• Se os coeficientes forem todos reais e existirem dois ou mais
coeficientes nulos sucessivos, então pn(x) terá raízes complexas.
• Da visualização do gráfico, a existência de um máximo local negativo
ou um mínimo local positivo indica a existência de raízes complexas
nas proximidades dessas regiões.
Enumeração das Raízes
Exemplo: Enumerar as raízes do polinômio:
Enumeração das Raízes
Exemplo: Enumerar as raízes do polinômio:
Cota de Cauchy
• A Cota de Cauchy serve para encontrar os prováveis intervalos da
localização das raízes de um polinômio.
• Toda raiz , real ou complexa, de um polinômio real p(z)satisfaz:

• Exemplo: Estimar a localização das raízes utilizando a cota de Cauchy


para
Introdução
• Para se obter as raízes de um polinômio pode-se utilizar qualquer
dos 3 métodos já apresentados, Bissecção, MPF ou Newton.
• Como polinômios aparecem de forma muito frequente, merecem
atenção especial, e então métodos diferenciados para calcular suas
raízes.
• Um método bastante utilizado e o de Birge-Vieta, que é oriundo do
método de Newton, para entender como funciona esse método
devemos conhecer primeiro o algoritmo de Ruffini.

• Sendo que o tempo de uma multiplicação é muito maior que o


tempo de uma adição.
Algoritmo de Briot-Ruffini
Teorema:
• Dado um polinômio pn(x) de grau n, então para qualquer α existe um
único polinômio qn-1(x) tal que:
Algoritmo de Briot-Ruffini
• Ponto de vista computacional.

• Nesse caso teremos n adições e n multiplicações, onde n=5, que


reduz o número de operações aritméticas.
• Esse esquema pode ser utilizado para dividir p(x) por (x-α) e obter
q(x) e p(α).
Algoritmo de Briot - Ruffini:
• Para se calcular o valor de um polinômio p(x) para x=α, se faz a
divisão de p(x) por (x-α) e se acha o resto R da divisão.
• Seja q (x) o quociente da divisão de p(x) por (x − α), então:
Algoritmo de Briot-Ruffini
• Substituindo x = α na expressão:

Exemplo:

• Forma geral.
• Exemplo:

• Importante: Quando o resto da divisão R(x) de Briot – Ruffini for


zero a raiz do divisor é uma raiz do polinômio p(x).
• Exemplo 2: p(x)=2x3-3x2-5x+1 dividir por (x-3)
Método de Birge-Vieta
• O método de Birge-Vieta é uma adaptação do método de Newton-
Raphson para polinômios.
• Onde o polinômio p(x) e a sua derivada p’(x) são expressos na forma
aninhada, de parênteses encaixados:

• Do método de Newton-Raphson, temos que:


Método de Birge-Vieta
• Onde p(x0) e p′(x0) serão calculados pelo método de Briot-Ruffini.
• Pelo método de Briot-Ruffini, já sabemos que, dado um polinômio
p(x) em que:

• O valor de p(x0) é igual ao resto R.


• Resta, portanto, obter o valor de p′(x0).
Método de Birge-Vieta
• Tomando-se a derivada de p(x), tem-se:

• Substituindo x = x0, resulta que:

• Desta forma, tem-se que a expressão do método de Newton-


Raphson pode ser reescrita, para o caso de polinômios, para a
forma:
Método de Birge-Vieta
• A expressão acima sugere a aplicação do método de Briot-Ruffini
para o cálculo de q(x0).
• Escrevendo q (x) na forma:

• E aplicando-se o método de Briot-Ruffini para q(x), os coeficientes


de R(x) e o valor de R∗ são dados por:

• Onde n é o grau do polinômio p(x).


Método de Birge-Vieta
• Desta forma, a equação de refinamento do método de Birge-Vieta é
dada por:

• Uma vez que o método de Birge-Vieta é uma adaptação do método


de Newton-Raphson, ambos os métodos possuem os mesmos
critérios de parada.
• Ou seja, o refinamento da solução deve ser terminado quando uma
das seguintes condições forem satisfeitas:
Método de Birge-Vieta
• Exemplo: Calcular as raízes do polinômio abaixo pelo método de
Newton para aproximação x0=0,5. Considerar uma precisão de
1.10-6.
Método de Birge-Vieta
• Exemplo: Calcular as raízes do polinômio abaixo pelo método de
Newton-Vieta com três iterações e x0=1:

x  2x 1
3
Método de Birge-Vieta
• Exercício: Encontrar todas as raízes do polinômio abaixo utilizando o
método de Newton – Vieta para uma precisão de 10-11

p( x)  x  2 x  3x  5
3 2

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