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Mulheres Indígenas
Mulheres Indígenas
A Lei Maria da Penha, de 2006, ganhou esse nome por causa da biofarmacêutica
Maria da Penha Maia, que se tornou símbolo da violência doméstica depois de lutar
durante 20 anos para ver seu agressor condenado. O marido tentou matá-la duas
vezes e ela ficou paraplégica. O caso chegou á Comissão dos Direitos Humanos da
Organização doa Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a
denuncia de um crime de violência doméstica. A lei, foi sancionada pelo presidente
Lula em agosto de 2006, é fruto de um processo de articulação do movimento
feminista.
O Movimento Feminista
O novo enfoque criado a partir da Lei Maria da Penha, no que diz respeito á violência
contra a mulher, trouxe á baila uma série de discussões no seio do movimento das
mulheres indígenas; movimento esse que, como demonstramos, apresentou
conquistas, tanto no campo social quanto no âmbito governamental. Dentro de suas
comunidades, as mulheres passaram a questionar a Lei Maria da Penha, como surgiu
e dentre outros.
A lógica de que a Lei Maria da Penha parece ser a resposta suficiente ás demandas
não é verdadeira. Hoje, as mulheres indígenas admitem que a violência domestica as
atinge, mas questionam os efeitos da lei nas suas comunidades. Seus maridos e filhos
terão de responder, nas cadeias e prisões das cidades, pelo abuso cometido? Quem
irá caçar? Quem irá pescar? Quem irá ajudar na roça? Talvez o que elas queiram é ter
mais informações sobre essa lei, para poderem decidir se tal instrumento legal serve
para elas ou se preferem à utilização dos códigos de conduta já estabelecidos pelos
seus povos.
A idéia da aplicabilidade da lei em obediência ao principio da igualdade deve adequar
ao principio da autodeterminação dos povos, também garantido em nosso
mandamento constitucional e nas regaras que regem as relações institucionais e que
fundamenta os documentos que tratam dos direitos humanos.