Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
O QUE O PODER PÚBLICO
E A IGREJA TÊM A VER COM ISSO?*
A
violência contra as mulheres tem sido amplamente debatida por diferentes se-
tores da sociedade brasileira. As transformações sociais que levaram à emanci-
pação das mulheres transformaram também a forma de controle das mesmas,
–––––––––––––––––
* Recebido em: 25.09.2018. Aprovado em: 03.10.2018.
** Doutora em Ciências da Religião (UMESP) com pós-doutorado em História Cultural
(UNICAMP). Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da
Universidade Metodista de São Paulo. E-mail: sanduarte3@gmail.com
*** Mestre em Ciências da Religião (UMESP). Diretora do Instituto Integrar – Núcleo de
Capacitação para o Desenvolvimento Humano e Social. Integrante do Grupo de Estudos
de Gênero e Religião Mandrágora/Netmal. E-mail: cpoletioshiro@gmail.com
[...] poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro será
ausente. A violência aparece onde o poder está em risco, mas deixada a seu
próprio curso, ela conduz à desapropriação do poder (ARENDT, 1994, p. 43).
Ser homem é ser a estrutura da casa, ser homem é ter voz ativa, é uma coisa
que assim, quando eu falo não é não. O homem que dá as diretrizes da família
principalmente em relação à filha, em relação à minha esposa.4
Em outras situações, eu até aceitava e ficava quieta mesmo; mas quando chega-
va a violência sexual eu não dava conta, eu não aceitava, eu não aguentava mais
aquela situação, e aí eu fui buscar os meus direitos.8
Edília que viveu o cárcere privado, também viveu o terror da violência física e sexual,
tendo fugido sob o risco de ser pega e assassinada:
Muitas vezes, ele me mandava ficar de joelhos como se ele fosse uma autoridade
para me agredir. Uma vez ele deu uma paulada na minha cabeça e eu levei vinte
pontos e quase morri. Ele me agredia de todas as formas que você pode imagi-
nar. [Ele dizia:] “Se você não quiser o que eu quiser agora eu te arrebento, se
você sair eu te arrebento e se você fugir eu pego seus filhos eu mato eles”, e aí
eu ficava morrendo de medo.9
O homem, quando sai com um monte de mulheres, a bola dele é levantada e ele é
o tal. A mulher, ela tá com o cara e daqui seis meses ela arruma outro namorado,
ela já não presta, ela é vagabunda, entendeu? Então, isso é preconceito. Agora,
o homem quando ele tá separado, ele pode arrumar uma mulher em quinze dias
depois que ele se separou e não é criticado. A mulher, só por ela ser separada, ela
já é malvista pela sociedade. Existe um grande preconceito, os homens não sofrem
preconceitos como nós sofremos, acredito, e para mim tem muita diferença.11
Obedecer era consentir, aquiescer, concordar. Era algo que brotava de dentro. Mas
as imposições sociais e familiares feitas não partiam de “dentro”. Eram de fora,
gritadas, declaradas, obrigadas, negociadas, impostas a ferro e fogo. As mulheres
percebiam que aquilo não era obediência, era desobediência a elas mesmas, à sua
voz interior, aos gemidos de seus corpos, às doçuras de seus sonhos. Estava na
hora de obedecer! Estava na hora de desobedecer! (GEBARA, 2017, p. 16).
Conforme apontamos no início desse artigo, o registro da religião professada por mu-
lheres em situação de violência ainda é bastante recente. Os dados, porém, de-
mandam uma atenção especial para a equação violência doméstica e religião.
Nosso recorte se concentra no público evangélico. Há indicação de um número
crescente de mulheres autodeclaradas evangélicas que buscam os serviços de
atendimento relatando os mais diferentes tipos de violência perpetrada por seus
parceiros. Em 2017, somente no primeiro semestre, o Centro de Referência de
Atenção à Mulher Loreta Valadares, em Salvador-BA, atendeu 112 mulheres,
sendo que destas, 37 se declararam evangélicas (BORGES, 2017). Conside-
rando que a população evangélica em Salvador não chega a 20% da população,
esses dados são bastante reveladores. Em Campina Grande-PB, em 2013, os
atendimentos a mulheres evangélicas pelo Centro Estadual de Referência da
Mulher Fátima Lopes, chegaram a 26% do público atendido (CORTES, 2014,
p. 109). Em Vitória-ES, foi realizada uma extensa pesquisa em 2014 (LEITE
et al., 2017) com 991 mulheres em situação de violência que fizeram uso das
unidades de saúde do município. Destas, nada menos que 48,4% eram evangé-
licas. Em São Paulo-SP, Sonia Regina Maurelli, fundadora da Casa de Isabel,
um centro de apoio a mulheres, a crianças e a adolescentes vítimas de violência
doméstica e em situação de risco, já afirmava em 2006 que cerca de 90% das
mulheres atendidas nessa instituição eram evangélicas (AGREDIDAS, 2006).
Se formos listar as várias informações a esse respeito que se encontram disper-
sas em publicações de caráter acadêmico ou não, veremos que nas diferentes
regiões do Brasil se pode constatar o crescimento das denúncias de violência
e da busca dos serviços de atendimento a mulheres em situação de violência.
É claro que a crescente adesão de mulheres a grupos evangélicos, especialmente a
grupos pentecostais (IBGE, 2010), impacta os números relativos à busca dos
aparelhos públicos de assistência a mulheres em situação de violência. Esses
serviços são buscados especialmente, mas não somente, por mulheres de baixa
renda, que se concentram na periferia. De acordo com o Censo 2010, a maio-
ria da população pentecostal brasileira é formada por mulheres e concentra a
maior proporção de pessoas com renda per capita inferior a um salário mínimo
(IBGE, 2010). Apesar de sabermos que a violência doméstica está presente
Em pesquisa sobre motivações de gênero para o trânsito religioso, Sandra Duarte de Sou-
za (2011) constatou que os problemas de relacionamento afetivo preocupam de
forma diferente a homens e mulheres. A socialização de gênero certamente tem
a ver com a motivação para a adesão religiosa; afinal, as mulheres são educa-
das para o cuidado com o outro em geral e para o casamento e a maternidade
em especial. As representações sociais do feminino conferem às mulheres o pa-
pel de cuidadoras, de mães, de esposas dedicadas ao marido, responsáveis pelo
bem-estar familiar. Essa lista de atribuições se converte em pauta para a busca
religiosa das mulheres, que veem na religião o recurso mais disponível para res-
Acho que a partir do momento que seja buscando algo de bom, uma paz o que
for, tudo que for de bom que ela seja buscando eu fico feliz por ela. Ela estando
feliz por mim tudo bem.14
Para Hamilton, a igreja é um lugar que tranquiliza sua parceira, que lhe dá paz e a deixa
feliz. Ele não vê a igreja como uma ameaça, ao contrário, ele parece acreditar
que a igreja vai “pacificar” sua esposa. As representações das igrejas evangé-
licas, especialmente as pentecostais, como espaços que reforçam a resignação
feminina, parece não estar somente em boa parte da produção acadêmica sobre
esse segmento, mas também no imaginário de alguns homens agressores. A igre-
ja configura-se, então, como um “lugar permitido”, uma extensão da casa, um
lugar que em princípio é visto como “seguro o suficiente” para seus parceiros
as “deixarem” frequentar esse ambiente.
Algumas mulheres, porém, relatam situações de violência causadas por sua insistência
em ir para a igreja:
A insistência de Joana em ir para a igreja gerou diversas situações conflituosas com seu
parceiro. A despeito das investidas violentas do mesmo, ela persistiu na frequência
religiosa. A desobediência ao marido revela que a participação na igreja, mesmo
que seja a mera frequência, pode contribuir para o processo de autonomização
das mulheres, como bem indicam Machado e Mariz, reforçando “sua auto-estima,
questionando o fatalismo e relativizando a submissão feminina” (1977, p. 73).
“O PASTOR FOI ATÉ FAZER CAMPANHA NA MINHA CASA PRA VER SE ELE
MUDAVA”: RELIGIÃO E PERPETUAÇÃO DA VIOLÊNCIA
A estreita relação entre a religião e a perpetuação da violência não pode ser ignorada ao
tratarmos da violência doméstica contra as mulheres. Os sistemas religiosos
O pastor foi até fazer campanha na minha casa pra ver se ele mudava. Um dia,
eu chamei ele no particular e ele falou assim: ‘Olha, irmã, o que Deus une ho-
mem nenhum separa. Se Deus fez o casamento dele ninguém separa. Será que é
muito cedo? Porque é o teu Deus que preparou ele e ele vai mudar, ele vai mudar
e através de você ele vai mudar’. Eu falei: ‘Mas eu estou em Cristo há tanto tem-
po, há anos e não tá adiantando’. ‘Isso não é nada, irmã, ora mais’. Aí quando o
pastor saía na porta, no outro dia ele começava tudo de novo, e eu dizia: ‘Jesus,
mas é isso que tu quer pra mim?’16
Eu fui buscar ajuda e ele [o pastor] falou que não era com a separação, porque
a violência que eu estava sofrendo era muito séria. Eles faziam muita oração.
Fizemos uma campanha, mas não adiantou nada.17
Fui criada no evangelho desde que nasci. A minha igreja sempre foi Assembleia
de Deus. Quando você faz as coisas inocente, você é inocente, agora quando você
faz as coisas sabendo que você tá errando, pode ter certeza que você vai pagar19
Ela justifica sua atitude dizendo que tentou de tudo, foi fiel, ficava calada quando ele
a agredia, fazia todas as orações recomendadas e obedecia suas ordens. Nada
adiantou, e as agressões foram ficando cada vez mais graves, até que o agres-
sor a ameaçou de morte tentando enforcá-la. Foi quando ela resolveu buscar
ajuda no Centro de Referência da Mulher. No seu caso, as cobranças vieram
de outras mulheres, inclusive das mulheres da igreja:
Eu ouço assim: ‘você sabe que ele é assim, que ele não tem paciência. Por que que
você não fica quieta? Você fica falando, falando, falando... É só quando ele chegar e
começar a falar, você fica quieta. Assim aceita tudo que ele fala pronto. Daí ele não
vai agredir e falar que ele te agride porque você é ruim’. Eu dizia para as pessoas:
por que eu não posso lutar pelos meus direitos? Não, elas dizem: você tem que acei-
tar e pronto, você tem que ser submissa. As próprias colegas da igreja falaram isso
para mim. Então é isso, é esses conselhos das mulheres que vão pra igreja.20
Seu parceiro também se utilizava de argumentos religiosos para exigir sua submissão
às agressões por ele exercidas, afirmando que ela lhe devia submissão “porque
na Bíblia estava escrito ‘quando a gente bate de um lado da cara a pessoa tem
que dar, oferecer a outra face’”.21
A religião permite que as mulheres se reconheçam melhor nos seus papéis domésticos
e sintam-se mais seguras neles. A marginalidade à qual o divórcio relega as
mulheres, especialmente no âmbito religioso, frequentemente demanda delas
a aceitação da violência. No entanto, a influência da religião na reconfiguração
de relações familiares conflitivas deve ser levada em conta para a compreen-
A casa, lugar intocável pelo Estado e pela sociedade circundante, deixou-se tocar pela
religião, que durante anos a fio conseguiu uma ascendência sobre o lar que
nenhuma outra instituição social alcançou, além da própria instituição familiar
(SOUZA, 2009, p. 48).
A violência contra as mulheres se faz sentir na pactuação da cultura do silêncio e na nega-
ção da própria existência da violência. Ela se faz sentir na sua omissão por meio
das estruturas que a mantêm e disseminam. A quase intocabilidade da casa pelo
Estado e pela sociedade em geral, fez desse lugar o mais vulnerável para as mu-
lheres. É na casa que elas são mais agredidas física e psicologicamente. É ali que
elas são exploradas, estupradas e mantidas presas, longe do olhar da vizinhança,
das amizades, da polícia e muitas vezes até mesmo de familiares próximos. Uma
das poucas instituições autorizadas a acessar a casa tem sido a religião. No caso das
mulheres evangélicas que participaram da pesquisa, a socialização da dor com as
lideranças religiosas e com membros da igreja em algum momento dos conflitos
ocorreu entre todas. A procura pela ajuda da igreja para tentar resolver o confli-
to, para que a liderança ajudasse a intervir para a cessação da violência, seja por
meio de orações, pelo aconselhamento ao parceiro ou pelo apoio para a separa-
ção, demonstra o alto grau de confiança que as mulheres evangélicas depositam
nas suas igrejas, particularmente em suas lideranças.
Em alguns casos, as mulheres relatam o acesso físico à casa: “o pastor foi até fazer
campanha na minha casa”23; “o pastor, ele falou para mim: pode deixar que
eu vou lá conversar com ele”24. Esse acesso, muitas vezes negado até mesmo
a familiares próximos das mulheres, demonstra a permeabilidade da casa em
relação à igreja: ela “entra na casa” e dialoga com os agressores. Esse diálogo, po-
rém, precisa ser melhor qualificado. A capacitação de lideranças religiosas para o
diálogo com homens autores de violência doméstica pode ser uma importante
estratégia de ação do poder público.
Ele [o pastor] me falou assim: ‘se você está sendo agredida fisicamente a gente
apoia sua separação’.25
Teve um dia que eu cheguei tão machucada que o pastor falou: você quer ir
embora? Eu te ajudo. Te mando para o interior eu ajudo no que for possível.27
O meu pastor que me levou para a delegacia. Meu pastor falou: ‘Chega!
Deus instituiu as leis na terra e é pra gente usar. Vamos para a delegacia
agora. O que ele fez ele vai ter que pagar’. Nós fomos na delegacia e demos
parte dele.28
Sem dúvida a atitude das lideranças de ajudar as mulheres a se separar foi fundamental
para que elas se sentissem seguras para fazê-lo, porém, a postergação da denún-
cia, da ruptura do ciclo de violência, tem negado o direito à vida a milhares de
mulheres. O privilégio do acesso à casa faz da igreja uma importante instituição
no enfrentamento à violência contra elas, mas os investimentos nesse sentido por
parte do poder público e das próprias instituições religiosas ainda são poucos e
dispersos, e têm a ver com ações individuais de lideranças religiosas.
Com relação à agência das mulheres para o enfrentamento à violência por elas sofrida,
há um aspecto que também precisa ser melhor analisado: a forma como elas
desenvolvem novas leituras de sua realidade, transformando discursos religio-
sos de sujeição em práticas efetivas de denúncia:
Ele [o pastor] ensinava que não devemos desobedecer a Deus e é assim, mas de-
pende do entendimento da pessoa [...] e bom no meu entendimento, por exemplo,
assim se você ver que a sua casa está em risco, por seus filhos, Deus permite sim
[a separação]. Deus dá oportunidade para que ele [o autor da agressão] mude.
Se ele quisesse ajuda, Deus vai trabalhar na vida dele. Se ele é filho Deus, vai
levar ele para o céu. Se ele não quiser não vai ter mudança.30
Abstract: the increase of the quota of women who declare being Evangelical has been by
itself the object of a research for the comprehension of the Brazilian religious
dynamics, however the increase of the number of evangelical women who claim
having been assaulted by their mates still needs to receive more attention from the
part of researchers who deal with domestic violence. Depending on the level of
the women’s attachment to the Church, the latter may play a fundamental role for
the permanence or the disruption of their “believers” inside violent marriages.
This revelation provoked our interest in listening the evangelical women in violen-
ce situation and also the authors of the violence being assisted by governmental
institutions, with the aim of displaying the manners how both understand the do-
miinance relationships which are woven in the domestic realm and the possible in-
fluence of their faith confession in the process of perpetuation or disruption of the
violence cycle. The research consisted in a listening process of eight pentecostal
women in two focal groups and also interviews with four aggressors.
Notas
1 O Mapa da Violência (WAISELFISZ, 2015), considerando o atendimento a mulheres pelo
SUS, indica que a violência contra mulheres é exercida predominantemente no âmbito
doméstico, sendo que mais da metade de todos os casos registrados de violência contra
mulheres na faixa de 18 a 59 anos, na esfera doméstica ou fora dela, envolve o parceiro ou
o ex-parceiro.
2 Este artigo se baseia na pesquisa realizada para a produção da dissertação de mestrado de
XXX (2017).
3 Em 2016 o relatório World Economic Forum (2016) classificou o Brasil em 79º lugar no
ranking da desigualdade de gênero, atrás de diversos países europeus, africanos e latino-
-americanos.
4 Relato de Hamilton em entrevista realizada em setembro de 2016. Hamilton foi acusado
de espancar sua esposa e estuprar sua filha.
5 Relato de Pedro em entrevista realizada em setembro de 2016. Pedro foi acusado de cometer
violência física, psicológica, moral e patrimonial contra sua esposa. Ele já havia cometido
violência contra sua primeira esposa.
6 Relato de Fabrício em entrevista realizada em outubro de 2016. Fabrício foi acusado de
cometer violência física, psicológica, moral e patrimonial contra sua esposa. Ele também
agredia sua parceira anterior.
7 Relato de Joana em grupo focal com Cláudia realizado em outubro de 2016.
8 Relato de Joana em grupo focal com Cláudia realizado em outubro de 2016.
9 Relato de Edília em grupo focal com Cláudia realizado em outubro de 2016.
Referências
AGREDIDAS em nome de Deus. Jornal da Tarde. São Paulo, 08 de março de 2006.
ARENDT, Hanna. Sobre a Violência. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.
BORGES, Thais. Sofrendo em silêncio: Evangélicas são as que mais buscam o Loreta Valada-
res por violência doméstica. Salvador. Correio, 2017. Disponível em: <https://www.correio-
24horas.com.br/noticia/nid/sofrendo-em-silencio-evangelicas-sao-as-que-mais-buscam-o-lore-
ta-valadares-por-violencia-domestica/>. Acesso em: 04 maio 2018.
CORTES, Gisele Rocha. Centro de Referência da Mulher: violência contra as mulheres e infor-
mação. InterScientia, João Pessoa, v. 2, n. 3, p. 99-119, set./dez. 2014.
GEBARA, Ivone. Mulheres, religião e poder: ensaios feministas. São Paulo: Terceira Via, 2017.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; CENSO 2010. Disponível em: <http://
censo2010.ibge.gov.br>. Acesso em: 27 maio 2018.
LEITE, F. M. C. et al. Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo, Brasil. Revista
Saúde Pública, São Paulo, v. 51, n. 33, p. 1-12, 2017.
MACHADO, Maria das Dores; MARIZ, Cecília. Mulheres e prática religiosa nas classes po-