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TERMINOLOGIA
O termo “adoção” ocorre cinco vezes no Novo Testamento, todas nas epístolas paulinas:
Romanos 8.15,23; Romanos 9.4; Gálatas 4.5 e Efésios 1.5. No grego a palavra é
(huiothesia=colocar como filho, adotar: huios=filho adulto; tithemi=colocar)
que tem o sentido de uma relação familiar com todos os privilégios e responsabilidades
de herdeiros legítimos. Esse não é um processo criativo, mas um processo redentor.
Adoção aqui não é o ato de dotar um órfão sem família, mas sim, retirar alguém de sua
família e colocar em outra.
SENTIDO JURÍDICO
Adoção é o ato pelo qual se confere a uma pessoa estranha os mesmos direitos e
privilégios (inclusive a herança) de seu filho. Ainda é descrita teologicamente como
“um ato da livre graça de Deus, pela qual somos recebidos no número e temos o direito
a todos os privilégios dos filhos de Deus”. (CFW)
Na sociedade grega e romana, a adoção entre classes superiores era algo relativamente
comum. O cidadão adotado por um romano tornava-se praticamente escravo de seu pai
adotivo. Tinha direitos, mas também uma lista de deveres.
Outro sentido dado pelos gregos para adoção era o reconhecimento público de um filho,
por seu pai, quando este lhe dava o direito da herança. Isso era feito quando o filho
atingia a maioridade. O sentido deste ato era que o filho não precisava mais submeter-se
ao pai, e dali pra frente, poderia dirigir a sua própria vida. Estava socialmente
emancipado (Gr. mansupoteo).
1º - Salienta a nova relação com Deus, que o cristão goza através de Cristo. Esta relação
nos eleva a posição de filhos.
Pela adoção passamos a pertencer à família de Deus, recebendo os mesmos direitos que
Cristo tinha por direito eterno.
Deus Pai escolhe os Seus filhos antes da fundação do mundo (Romanos 8:28-29;
Efésios 1:5,11; 1 Tessalonicenses 1:4; 1 Pedro 2:9); Deus Filho ganhou as bênçãos
pelas quais nos tornamos filhos de Deus (1 João 4:10); e Deus Espírito Santo muda a
nossa natureza através da regeneração, de tal forma que somos transformados de “filhos
da ira” para “filhos de Deus” (1 João 2:29; 3:9; Efésios 2:3).
Em primeiro lugar, o relacionamento com Deus é mudado, pois Ele agora é chamado
“Aba, Pai” (Romanos 8:15). Portanto, o filho de Deus declara, como Cristo declarou,
“não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30). A
vida do crente é controlada pela convicção de que Deus é, agora, seu Pai (Mateus 7:11;
cf. Mateus 6:9). Este é o seu conforto, em todos os aspectos da vida (Mateus 6:32; João
14:1-2; Tiago 1:16-18).
Em segundo lugar, o nosso relacionamento com o mundo é mudado. Ele se torna, agora,
um relacionamento conturbado (1 João 3:1). Além disso, este relacionamento faz com
que o crente continuamente lute para mortificar, pois apesar dele “viver no mundo”, ele
precisa “não ser do mundo” (João 15:19; 17:16; Romanos 12:2; cf. Êxodo 23:32-33;
Juízes 2:1-2; 2 Coríntios 6:17-18; Filipenses 1:27; Tiago 1:27; 4:4).
Paulo ensina a necessidade da filiação cristã, da relação com Deus como Pai em Jesus
Cristo mediante o Espírito Santo. Ele prossegue nesse pensamento e afirma que somos
filhos e também herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. O Espírito Santo em
nossas vidas é o penhor da herança do cristão. (II Coríntios 1.22 – II Coríntios 5.5 e
Efésios 1.14).
2 – Romanos 8.23 – “... Também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito,
também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção
de nosso corpo.” - Versão Almeida século 21
Paulo afirma que Cristo haverá de redimir não só o espírito, mas também o corpo. O
corpo do cristão é tão santo quanto o seu espírito. O triunfo final da graça redentora de
Jesus será a ressurreição dos nossos corpos. Quando o corpo e o espírito forem
reunidos, estará completa em Deus toda a nossa personalidade. A adoção também
pertence ao corpo.
Os cristãos, que possuem o penhor do Espírito, esperam pelo momento em que o corpo
será liberto do pecado. A ressurreição será então a etapa final da filiação com Deus.
3 – Romanos 9.4 - “Eles são israelitas, e deles são a adoção, a glória, as alianças, a
promulgação da lei, o culto e as promessas.” – Versão Almeida século 21
Este versículo faz parte de um contexto, em que Paulo se refere ao povo de Israel
(capítulos 9, 10 e 11).
Deus tratou o povo escolhido como filho, herdeiro e sacerdote, servo de IAVÉ. Coube
em Jesus todos os títulos de Israel, e Ele realizou o que os israelitas não puderam
realizar. Israel era para Deus o filho predileto entre todas as nações. Paulo considera
esse fato como uma das glórias de seu povo. Ele usa o mesmo termo “adoção” para
designar a condição de Israel como filho.
4 – Gálatas 4.5 – “Para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos.” Versão Almeida século 21
Conforme a sua infinita graça, Deus tem recebido em sua família aqueles que antes
pertenciam a uma família inteiramente diferente (João 8.44); dando-lhe o direito de
receber as bênçãos e privilégios dos filhos de Deus. Em Cristo, os cristãos são
restaurados à categoria de filhos, membros da grande família divina. É uma
transformação radical de categoria: de escravo a filho.
No verso 6 Paulo deixa claro que o ato da adoção, nos proporciona o direito de
recebermos o Espírito Santo de Deus.
5 – Efésios 1.5 – “Ele nos predestinou para si mesmo, segundo a boa determinação de
sua vontade, para sermos filhos adotivos por meio de Jesus Cristo.” – Versão Almeida
século 21
Paulo destaca o fato de que não há destino fatal na vida do cristão, quando diz que
“Deus nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo”. A
filiação que o homem recebeu de Deus, em virtude de ter sido criado à sua imagem e
semelhança, precisava ser renovada após a queda. Esta renovação foi antes de tudo
completada no Filho de Deus encarnado e, então, naqueles que estão nele pela fé. A
filiação se dá por meio da regeneração e da adoção: enquanto o novo nascimento altera
nossa natureza, a doção altera a nossa relação com Deus. Ambas só são possíveis
através de Jesus Cristo e sua obra redentora. Deus faz isso “segundo o beneplácito de
sua vontade”. Esta expressão engloba a primeira e última expressão do propósito eterno
de Deus.
Considerações finais
Pelo nascimento físico, o homem é membro da família de Adão e, como tal, excluído,
pelo pecado, da família de Deus. Nascido de novo, passa a fazer parte da família de
Deus. Apenas excepcionalmente, a Bíblia fala de Deus como pai de todos os homens, e
isso no sentido de ser seu criador e preservador. De modo gral a Bíblia reserva o nome
“pai” para designar a nova relação que Ele assumiu para com aqueles que adotou como
filhos. São aqueles que nascidos do Espírito, foram transformados e regenerados pelo
Sangue do cordeiro.
2ª – Todos, judeus e gentios, desde que tenham aceitado a Cristo, tornam-se filhos de
Deus. Não há distinção – Gálatas 3.28
3ª – Como filhos desfrutamos de todos os direitos como herdeiros das bênçãos de Deus
– Gálatas 3.29
BIBLIOGRAFIA
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10. TAYLOR, Willian Carey, Doutrinas, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro, 1952
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