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5ª Edição - Revisada

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ÍNDICE

1. Conceitos da Trindade 07
2. O único Deus ─ o Pai 09
2.1. Quem escreveu os Dez Mandamentos nas 12
tábuas de pedra?
3. Jesus Cristo ─ O Filho de Deus 15
3.1 Introdução 15
3.2 Cristo não é co-eterno com o Pai 17
3.3 Textos que falam de Deus como sendo o Pai e 20
Cristo como sendo o Filho
3.4 Jesus é chamado Deus 27
3.5 Quando Cristo viveu entre nós, ele não usou sua 30
divindade.
3.6 A hierarquia entre Deus e Cristo 34
3.7 Diferenças Básicas entre Deus e Jesus Cristo 36
4. O Espírito Santo 38
4.1 Deus é um Espírito 38
4.2 O Espírito Santo procede de Deus 40
4.3 O que a Bíblia diz sobre a presença do Espírito 43
Santo?
4.4 Não podemos compreender a onipresença de 47
Deus.
4.5 O que o Espírito de Profecia diz acerca da 49
presença do Espírito Santo?
4.6 O Espírito Santo é Ele mesmo ─ Cristo 52
4.7 Quem é o “outro” Consolador? 54
4.8 A personalidade do Espírito Santo 57
4.9 O “Trio Celestial” não é a Trindade 58

3
4.10 Passagens em que a terceira personalidade está 61
deliberadamente omitida
4.11 A misteriosa natureza do Espírito Santo 64
4.12 A chuva Serôdia e a chuva Temporã 69
4.13 O Espírito Santo e a Criação 71
4.14 O ponto central é adoração 74
5. Lúcifer: o mais honrado depois de Cristo 78
6. Conclusão 80
Apêndice A 82
A.1 Um pouco de História 82
A.2 Os pioneiros e a Trindade 87
A.3 O Alfa e o Ômega 90
A.4 A remoção dos Antigos Marcos 94
A.5 Uma das causas da degradação atual da Igreja 106
Apêndice B 112
Apêndice C 116
Apêndice D 119
Apêndice E 121
Apêndice F 122

A Divindade ou a Trindade
5ª Edição – Revisada
04/2020

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PREFÁCIO

Prezado leitor,
Este livro foi elaborado por Adventistas Históricos, isto é, por
pessoas pertencentes à fé Adventista do Sétimo Dia mantida
pelos pioneiros Adventistas da segunda metade do século XIX.
O propósito deste estudo é conhecer em profundidade a
questão da Divindade e da Trindade. Destina-se a todos os que
estão buscando a verdade, àqueles que têm mente humilde,
espírito ensinável, e aceitam o peso das evidências.
A Bíblia diz a quem Deus Se revela e a quem não Se revela:
“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó
Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos
sábios e prudentes, e as têm revelado aos pequeninos.”
(Mateus 11:25, KJV).

“O primeiro e mais alto dever de todo ser racional é aprender


das Escrituras o que é a verdade, e então andar na luz e
encorajar outros a seguirem seu exemplo. Deveríamos dia
após dia estudar diligentemente as Escrituras, pesando cada
pensamento e comparando passagem com passagem. Com o
auxílio divino devemos formar nossas opiniões por nós mesmos
visto que deveremos responder por nós mesmos perante Deus.
As verdades mais claramente reveladas na Bíblia têm sido
envoltas em dúvida e escuridão por homens instruídos, os
quais, com pretensão de grande sabedoria, ensinam que as
Escrituras têm um sentido espiritual místico, secreto, não
aparente na linguagem empregada. Estes homens são falsos
ensinadores. Foi para tal classe que Jesus declarou: „Não

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conheceis as Escrituras nem o poder de Deus.‟ Marcos 12:24. A
linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com seu
óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou
figura.” (O Grande Conflito, p. 598, 599).

“A descrença que exige perfeito conhecimento nunca cederá às


evidências que Deus se agradou em dar. Ele requer de Seu
povo uma fé que repouse sobre o peso das evidências, e não
sobre um conhecimento perfeito” (Testemunhos para a Igreja,
vol. 3, p. 258).

“Aqueles que querem duvidar terão muito espaço para isso.


Deus não Se propõe a remover toda a ocasião para a
descrença. Ele dá evidências, as quais devem ser
cuidadosamente investigadas com mente humilde e espírito
ensinável, e todos deveriam decidir pelo peso da evidência.”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 3, p. 255).

Através deste estudo, o leitor poderá pesar as evidências a


favor ou contra o dogma da Trindade. Os versos falam por si
mesmos. Os comentários são baseados em seu óbvio sentido.
Os versos da Bíblia foram extraídos da Bíblia autorizada do Rei
Tiago (King James Version ─ KJV) de 1611. A grande maioria
dos textos foi tomada do site www.whiteestate.org.
Nos textos, todas as ênfases foram colocadas. Usamos IASD
como abreviação de Igreja Adventista do sétimo dia. Meu
desejo é que, com este estudo, possamos chegar “à unidade
da fé, e do conhecimento do Filho de Deus” (Efésios 4:13).
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta
palavra, é porque não há luz neles” (Isaías 8:20; KJV).

O autor.

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1. CONCEITOS DA TRINDADE
O conceito de trindade provém do paganismo que se iniciou na
Suméria, Babilônia, logo após o dilúvio. O “único” Deus dos
Babilônicos eram três pessoas; e para simbolizar a trindade,
eles empregavam o triângulo equilátero, assim como usa a
igreja católica até hoje. Outras nações também adotaram a
trindade, tal como a Índia, Fenícia, Pérsia e Egito.
No Egito, a trindade pagã era Isis, Horus e Seb. A Índia adotou
a trindade Brahma, Vishnu e Shiva. No Japão, os Budistas
adoram sua grande divindade, com três cabeças, com o nome
de "San Pao Fuh" (Rev. Alexander Hislop,“The Two Babylons”).
Na maçonaria moderna também é adorada uma trindade. Ela é
Jeová, Baal e Osiris.
A primeira vez em que o dogma da Trindade foi apresentado
na forma de um credo foi no Concílio de Constantinopla, em
381 DC, quando 156 bispos subscreveram o seguinte:
“Nós acreditamos em um Deus, o Pai Todo-poderoso... em um
Deus Jesus Cristo, o único Filho gerado de Deus... e
acreditamos no Espírito Santo, o Deus e doador da vida que
procede do Pai, a quem juntamente com o Pai e o Filho é
adorado e é glorificado... E numa Santa Igreja Católica e
Apostólica.” (Milman, “A História do Cristianismo”, Livro III,
seção IX, parte 1, pág. 396)

Note que segundo o texto acima, o Espírito Santo é um Deus, e


deve ser adorado e glorificado juntamente com o Pai e o Filho.
Este foi o desejo de Lúcifer no céu, após Deus ter honrado a
Seu Filho em igualdade com o Pai. Lúcifer ficou com inveja de

7
Cristo e desde então procurou de todas as formas conseguir o
seu objetivo.
Outra versão, pronunciada no Concílio de Toledo em 589 DC,
diz:
"O Espírito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade, é Deus
-- uno e igual ao Pai e ao Filho -- da mesma substância e
também da mesma natureza. Contudo, não se diz que Ele é
somente o Espírito do Pai, mas, ao mesmo tempo, o Espírito do
Pai e do Filho.”

O credo de Atanásio (4º século), entre outras coisas, declarava:


“Tal como o Pai é, assim é o Filho, e assim é o Espírito
Santo... De modo que em todas as coisas, como dito
anteriormente, a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade
deve ser adorada... Aquele, portanto, que será salvo deve
pensar assim da Trindade.”

No “Catecismo do Católico de Hoje” (Handbook for Today's


Catholic), página 11, lemos:
“O mistério da Trindade é a doutrina central da fé católica.
Sobre ela estão baseados todos os outros ensinos da Igreja.”

E, nas vinte e sete doutrinas da Igreja Adventista do sétimo dia


(IASD), votada em 1980 pela Conferência Geral, reunida em
Dallas, Texas, contidas no livro Nisto Cremos, e no Manual da
Igreja, consta o seguinte:
(Crença nº 2). A Trindade. “Há um só Deus: Pai, Filho e
Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas co-eternas...”

(Crença nº 4). O Filho. “Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em


Jesus Cristo...

8
(Crença nº 5). O Espírito Santo. “Deus, o Espírito Santo,...

Assim, podemos concluir que o dogma da Trindade faz quatro


afirmações:
1) Existem três pessoas co-eternas que são três Deuses.
2) Os três são Um ─ um Deus “triuno”.
3) Não há hierarquia na Trindade ─ tal Pai, tal Filho, e tal
Espírito Santo.
4) Devemos adorar o Espírito Santo como adoramos ao Pai.
O dogma da Trindade foi estabelecido para que o homem
adore o Espírito Santo como um Deus.
É muito importante que o leitor tenha estas quatro declarações
em mente, ao prosseguirmos com nosso estudo.

2. O ÚNICO DEUS ─ O PAI


“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas
as coisas, e nós nEle; e um Senhor Jesus Cristo, pelo qual são
todas as coisas, e nós por ele” (I Coríntios 8:6).

“Existe um corpo, e um Espírito, assim como fostes chamados


em uma esperança de vossa vocação; um Senhor, uma fé, um
batismo, um Deus e Pai de todos, o qual está acima de todos,
e por todos e em todos” (Efésios 4: 4 - 6).

“Pois existe um Deus e um mediador entre Deus e os homens,


Jesus Cristo homem” (I Timóteo 2:5).

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus


verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (João 17:3).

9
Nos versículos precedentes, as palavras “um só”, “um”, e
“único”, não se referem a “três Deuses em um”. A Bíblia não
ensina um „Monoteísmo triuno‟. Cristo diz que Seu Pai é o
único Deus verdadeiro.
“Disse-lhe Jesus: não me toques; pois ainda não subi ao Pai,
mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu
Pai, e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus” (João 20:17).

“Para que concordemente e a uma voz glorifiqueis a Deus e Pai


de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 15:6).

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai


das misericórdias e o Deus de toda consolação” (II Coríntios
1:3).

“O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é


eternamente bendito, sabe que não minto” (II Coríntios
11:31).

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos


abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da


Glória, possa dar-vos o espírito de sabedoria e revelação no
conhecimento dEle” (Efésios 1:17).

Nos seis versículos precedentes nos é dito que Jesus tem um


Deus, e este Deus é seu Pai. No velho testamento, o profeta
Miquéias nos diz que o Deus de Jesus é o Senhor:
“E Ele [Cristo] permanecerá, e apascentará ao povo na força
do Senhor, na excelência do nome do Senhor Seu Deus; e eles

10
permanecerão, porque agora Ele será engrandecido até as
extremidades da terra” (Miquéias 5:4).

A Bíblia nos adverte, em Colossenses 2:8:


“Tende cuidado para que ninguém vos corrompa por meio de
filosofias e enganos sem sentido ('vain deceit', na versão King
James), segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos deste mundo, e não segundo Cristo.”

Cristo nos diz, em João 17:3, que Seu Pai é o único Deus
verdadeiro. Cristo também nos diz, em João 20:17, que o Seu
Pai é o nosso Pai, e o Seu Deus é o nosso Deus. A tradição
dos homens diz que existem três Deuses: Deus Pai, Deus Filho
e Deus Espírito Santo, que são iguais, co-eternos e triunos.
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo a
quem escolhi; para que possais conhecer e crer em Mim, e
entender que Eu sou o mesmo, e antes de Mim Deus nenhum
se formou, e depois de Mim nenhum haverá” (Isaías 43:10).

“Assim diz o Senhor, o Rei de Israel e seu Redentor, o Senhor


dos exércitos: Eu sou o primeiro e Eu sou o último; e além de
Mim não há Deus” (Isaias 44:6).

“Eu sou o Senhor (Yahweh), e não há outro, além de Mim não


há Deus; Eu te cingirei ainda que tu não Me conheças; para
que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que
além de Mim não há outro; Eu sou o Senhor e não há outro”
(Isaías 45: 5 e 6).

“Eu sou o Senhor (Yahweh) teu Deus, que te tirei da terra do


Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de
Mim.” (Êxodo 20:2 e 3)

11
Note que se houvesse um Deus triuno, então Êxodo 20:3
deveria estar assim: “Não terás outros deuses diante de nós,
isto é, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, e nós
somos Um”. Isto porque “a linguagem da Bíblia deve ser
explicada de acordo com seu óbvio sentido, a menos que seja
empregado um símbolo ou figura.” (EGW, O Grande Conflito, p.
599).

2.1 QUEM ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS NAS


TÁBUAS DE PEDRA?
“Quando eles [Israel] chegaram ao Sinai, Ele aproveitou a
ocasião para refrigerar-lhes o espírito com relação a Suas
reivindicações. Cristo e o Pai, lado a lado no monte,
proclamaram com solene majestade os Dez Mandamentos.”
(Historical Sketches, pág. 231. Evangelismo. p. 616)

“Para deixá-los sem justificativas, o próprio Senhor


condescendeu em descer sobre o Sinai, envolto em glória e
circundado por Seus anjos, e na mais sublime e terrível
maneira fez conhecida a Sua lei dos Dez Mandamentos. Não
confiou o seu ensino a ninguém, nem mesmo aos anjos, mas
proclamou Sua lei com voz audível aos ouvidos de todo o povo.
Não a confiou mesmo então à curta memória de um povo que
fora propenso a esquecer Seus reclamos, mas escreveu-a com
Seu próprio dedo santo sobre tábuas de pedra. Tiraria deles
toda possibilidade de misturarem com Seus santos preceitos
qualquer tradição, ou de confundirem Suas exigências com as
práticas de homens.” (História da Redenção, p. 148)

12
“E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no monte
Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas
pelo dedo de Deus.” (Êxodo 31:18)

“E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era


a escritura de Deus, esculpida nas tábuas.” (Êxodo 32:16)

“E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o


dedo de Deus; e nelas estava escrito conforme a todas aquelas
palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do
meio do fogo, no dia da assembleia.” (Deuteronômio 9:10)

“Não há um preceito moral em qualquer parte da Bíblia que


não esteja gravado com o dedo de Deus em Sua santa lei nas
duas tábuas de pedra. Uma cópia foi dada a Moisés no Monte
Sinai.” (Filhos e Filhas de Deus, cap. 2, p. 57)

“Pela fé, haviam seguido seu Sumo Sacerdote do santo para o


santíssimo, e viram-nO oferecendo Seu sangue diante da arca
de Deus. Dentro da sagrada arca está a lei do Pai, a mesma
proclamada pelo próprio Deus em meio aos trovões do Sinai, e
escrita com Seu próprio dedo em tábuas de pedra. Nenhum
mandamento foi anulado; nem um jota ou um til foi mudado.
Conquanto Deus concedesse a Moisés uma cópia de Sua lei,
preservou o grande original no santuário celeste.” (História da
Redenção, p. 379 e 380)

“Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém,


quem és, que julgas a outrem?” (Tiago 4:12).

“Cristo não somente foi o guia dos hebreus no deserto - o Anjo


em quem estava o nome de Jeová, e que, velado na coluna de
nuvem, ia diante das hostes, mas foi também Ele que deu a
Israel a lei. Por entre a tremenda glória do Sinai, Cristo
declarou aos ouvidos de todo o povo os dez preceitos da lei de

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Seu Pai. Foi Ele que deu a Moisés a lei gravada em tábuas de
pedra.” (Patriarcas e Profetas, p. 366 (381)

Das citações anteriores, concluímos que o Pai escreveu os Dez


Mandamentos, e Cristo entregou-os a Moisés. Também nos é
dito que a lei dos Dez Mandamentos é a lei do Pai e não do
Filho. Agora, vamos analisar o primeiro mandamento:
“Eu sou o Senhor [Yahweh] teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de
Mim” (Êxodo 20:2 e 3).

A quem se refere às palavras “de Mim”? Obviamente, a quem


escreveu o primeiro mandamento – o Pai.
Mais uma vez, enfatizamos que se houvesse um Deus triuno,
então Êxodo 20:3 seria: “Não terás outros deuses diante de
nós, isto é, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, e nós
três somos Um”.
“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus [Elohim] é um Senhor
[YHWH] (Deuteronômio 6:4).

14
3. JESUS CRISTO ─ O FILHO DE DEUS

3.1 INTRODUÇÃO
O teólogo Batista Walter Martin influenciou grandemente o
pensamento dos teólogos Adventistas do sétimo dia durante as
dezoito reuniões entre Adventistas e líderes evangélicos que
ocorreram nos EUA, entre 1955 e 1956. Walter Martin escreveu
o livro “Kingdom of the Cults” que depois foi traduzido para o
português, como “O Império das Seitas”, (Editora Betânia).
Durante aquelas reuniões, a liderança Adventista concordou
com certas mudanças doutrinárias para que os Adventistas não
fossem chamados de 'Seita herética' e, por isso, o livro não
ataca os Adventistas. Walter Martin fundou o “Christian
Research Institute”, que tem sua filial no Brasil, o “Instituto
Cristão de Pesquisas”. Notemos as seguintes citações de seu
livro:
“Não há nenhum texto das Escrituras falando de Cristo como o
eterno Filho de Deus, e ele só foi identificado como Filho após
a encarnação, com exceção dos textos proféticos do Velho
Testamento.”
“A palavra “Filho” é um termo puramente funcional, assim
como o é o termo “Pai”, e não tem qualquer significado a não
ser na esfera temporal” (O Império das Seitas, vol.1, p. 151).

Note que para o Batista Walter Martin, as palavras “Pai” e


“Filho” não significam aquilo que sempre significaram, mas sim,
são meros “títulos funcionais”. Porém, ele mesmo se contradiz
ao afirmar em seu livro “O Império das Seitas, vol. III, página
22, o seguinte:

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“Tanto na medicina como na ciência jurídica, os termos são
aquilo que são, e pronto. E isto se aplica também a outras
áreas da atividade humana, como a economia e o comércio.
Mas para os adeptos de uma seita herética, as palavras, dentro
de um determinado contexto não significam aquilo que sempre
significaram” (O Império das Seitas, vol. III, p. 22).

Evidentemente que Walter Martin não considera sua igreja, a


Batista, como uma seita herética, embora ele considere o Pai e
o Filho como se fossem “irmãos gêmeos” ou coisa semelhante!
Note a seguinte afirmação:
“Então, a Bíblia ensina claramente que Jesus Cristo, antes de
sua encarnação, era o Verbo, a Sabedoria ou o Logos eterno de
Deus, preexistente por toda a eternidade, co-igual, coeterno e
co-existente com o Pai, e partilhando de Sua intrínseca
natureza de deidade, e mesmo quando se revestiu da forma
humana, nunca deixou de ser Deus.” (O Império das Seitas,
vol.1, p. 150)

“A palavra-chave do texto de Isaías 7:14 é “Emanuel”, que só


pode ser traduzida como “Deus conosco”, e como não existe
outro Deus a não ser Jeová, como Ele mesmo disse (Isaías
43:10 e 11), Jesus Cristo e Jeová são a mesma substância em
poder e eternidade, e por conseguinte, são iguais.” (O Império
das Seitas, vol.1, p. 101)

A palavra “Unigênito” (do grego monogenes) deve ser


traduzida como 'único da espécie', e não 'único gerado da
espécie'. (O Império das Seitas, vol.1, p. 147, 148)

A seguir, confrontaremos estas declarações com as


declarações da Bíblia e do Espírito de Profecia.

16
3.2 CRISTO NÃO É CO-ETERNO COM O PAI
Por acaso Deus se comunica com os homens por meio de
palavras dúbias? O Espírito de Profecia nos dá a resposta:
“Quando Deus fala, Ele quer dizer o que diz.” (Testemunhos
para a Igreja, vol. 1, p. 518) “Deus fala à família humana
numa linguagem que possam compreender. Ele não deixa as
coisas tão indefinidas que os seres humanos possam tratá-la
de acordo com suas teorias.” (Testemunhos para Ministros, p.
135)

Com isso em mente, podemos dizer que se Cristo fosse co-


eterno com o Pai, ou eterno junto com o Pai, então ele não
poderia ser Seu Filho, simplesmente porque não existe
nenhum Filho com a mesma idade de seu pai...
João 1:1 diz: “No princípio era o Verbo…” A palavra 'princípio',
que no grego é „arche‟, quer dizer 'origem'. Aliás, aqui não é
preciso consultar o grego, pois o óbvio sentido de princípio é
mesmo 'começo', „início' ou 'origem'. Este princípio pode ter
sido há bilhões de anos atrás, mas não quer dizer o princípio
da eternidade, pois, por definição, a eternidade não tem
princípio... Então, dizer que Cristo é co-eterno com Seu Pai, ou
dizer que a palavra “Pai” ou “Filho” são meros 'títulos
funcionais', é o mesmo que negar a paternidade e a filiação, ou
seja, negar o Pai e o Filho. Mas, em I João 2:22, a Bíblia se
pronuncia com relação a isso:
“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o
Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.” (I
João 2:22)

17
Não é óbvio que Deus, o Pai, e Seu Filho pertençam à mesma
espécie? Então, se alguém diz que a palavra Grega
monogenes significa 'único da espécie' mas não 'único gerado
da espécie', isto quer dizer que o Pai é de outra espécie, visto
que a palavra 'único' aplica-se ao Filho. Mas certamente o Pai e
o Filho são da mesma espécie. Portanto, o verdadeiro
significado de monogenes só pode ser 'único gerado da
espécie'.
Urias Smith, em seu livro “Daniel and the Revelation”, página
401 (edição de 1897), escreveu o seguinte (veja apêndice C):
“As Escrituras certamente declaram que a existência de Cristo
teve um começo (João 1:1), que não foi assim no caso do
Pai... Porém, enquanto ele não possua uma co-eternidade de
existência passada com o Pai, o começo de sua existência,
como o gerado do Pai, antecede toda a obra de criação, em
relação à qual ele está como um criador adjunto com Deus.
João 1:3; Heb 1:2. Não poderia o Pai ordenar que, a tal ser,
adoração devesse ser prestada igualmente com Ele próprio,
sem que isto seja idolatria da parte do adorador? Ele o tem
exaltado a posições que torna apropriado que ele seja adorado,
e tem até ordenado que adoração deva ser prestada a ele, que
não teria sido necessária se ele tivesse sido igual ao Pai em
eternidade de existência. O próprio Cristo declara que “como o
Pai tem vida em Si mesmo, assim concedeu ao Filho ter vida
em si mesmo” João 5:26. O Pai “grandemente o exaltou, e lhe
deu um nome que está acima de todo nome.” Filip. 2:9. E o
próprio Pai diz, “que todos os anjos de Deus o adorem” Heb.
1:6. Estes testemunhos mostram que Cristo é agora objeto de
adoração igualmente com o Pai; porém eles não provam que

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com Ele tenha uma eternidade de existência passada.” (Uriah
Smith, Daniel and the Revelation, p. 401, (1897))

Será que a posição de Ellen White, com relação ao princípio da


existência de Cristo, é diferente daquela sustentada por Urias
Smith? Veja, no apêndice C, sua recomendação ao livro
'Thoughts of Daniel and Revelation' (Pensamentos sobre Daniel
e Apocalipse). Note, ainda, a seguinte declaração de Ellen
White:
“A dedicação do primogênito teve sua origem nos primitivos
tempos. Deus prometera dar o Primogênito do céu para salvar
os pecadores. Este dom devia ser reconhecido em todas as
famílias pela consagração do primogênito. Devia ser
consagrado ao sacerdócio, como representante de Cristo entre
os homens”. (O Desejado de Todas as Nações, cap. V, p. 35,
3ª edição).

Segundo o 'Novo Dicionário Aurélio', a palavra 'primogênito'


significa: 'Aquele que foi gerado antes dos outros', ou, 'o que é
o filho mais velho'. Estas e outras citações indicam que Ellen
White não era trinitariana.
Provérbios 8:22-25, fala a respeito da Sabedoria, o qual é
Cristo:
“O Senhor me possuiu (isto é, me obteve) no princípio de Seus
caminhos, desde então, e antes de Suas obras. Desde a
eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo
da terra. Quando ainda não havia abismos, fui gerada (aqui, o
verbo em inglês é ‘brought forth’, isto é, trazer à frente, ou vir
à luz), quando ainda não havia fontes carregadas de águas.

19
Antes que os montes se houvessem assentado... eu fui
gerada.”

Deste texto, vemos que Cristo „veio à luz‟ antes de toda a


Criação. Ele é o “primogênito de toda a criação” (Colossenses
1:15). Portanto, Cristo teve um começo.

3.3 TEXTOS QUE FALAM DE DEUS COMO SENDO O


PAI, E CRISTO COMO SENDO FILHO
“Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai
─ um em natureza, caráter, propósito ─ o único ser que
poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus.
“O Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai
da eternidade, Príncipe da paz.” Isaías 9:6. Suas “saídas são
desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”
Miquéias 5:2. E o Filho de Deus declara a respeito de si
mesmo: “O Senhor me possuíu no princípio de Seus caminhos,
e antes de Suas obras mais antigas. ...”Quando compunha os
fundamentos da Terra, então eu estava com Ele e era Seu
aluno: e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em
todo o tempo” Provérbios 8:22-30. “O Pai operou por Seu Filho
na criação de todos os seres celestiais” (Patriarcas e Profetas,
p. 33, 34).

Esta citação, além de dizer que o Filho Unigênito de Deus


operou com Seu Pai na criação de todos os seres celestiais ─
fato que mostra que Cristo já era Filho muito antes de vir a esta
terra ─ também diz que Cristo é “o único ser que poderia
penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus”. Aqui
podemos ver que a ênfase que os trinitarianos dão à “terceira

20
pessoa da Divindade” não procede; pois, se Cristo é este
“único ser”, então o Espírito Santo só pode ser Ele mesmo ─
Cristo ─ em forma invisível e onipresente, como veremos na
seção referente ao Espírito Santo.
Consideremos os seguintes versos:
1) “...pois eu saí, e vim de Deus...” (João 8:42).
2) “...que eu saí de Ti...” (João 17:8).
3) “O Senhor me possuiu no princípio de Seus caminhos...
Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos
outeiros, eu fui gerada” (Provérbios 8: 22, 25).
4) “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio em Deus” (João
1:1 e 2). O “Verbo era Deus”, no sentido de ser a expressa
imagem de Deus (Col. 1:15). Foi do agrado do Pai que
nEle habitasse toda a plenitude da divindade (Col. 1: 19).
“O Eterno Pai, Aquele que é imutável, deu Seu único Filho,
nascido dEle, retirado do Seu seio, aquele que foi feito à
expressa imagem de sua pessoa e enviado a terra para revelar
o quanto Ele amou a raça humana.” (EGW, Adventist Review
and Sabbath Herald, 07-09-1895, “The Duty of the Minister
and the People”, par. 14)

Note as palavras: “retirado de Seu seio”. Assim como Eva veio


da costela de Adão, Cristo veio do seio do Pai. Houve um dia
em que Ele “saiu, e veio do Pai”. João 8:42; 17:8. Ser retirado
de Seu seio é ser gerado. Esta é a razão porque Cristo é o
Filho de Deus.
Neste ponto convém fazermos uma reflexão. Por que os
clérigos fazem questão de fechar os olhos para esta verdade

21
tão simples e lógica? Por esse e outros fatos, o Espírito de
Profecia fez a seguinte declaração:
“Não há uma doutrina da Bíblia que não tenha sido negada. As
grandes verdades da profecia, mostrando nossa posição na
história do mundo, têm sido despojadas de sua beleza e poder
pelos clérigos, os quais procuram fazer com que estas
importantes verdades se tornem obscuras e incompreensíveis.”
(EGW, Testemunhos para a Igreja, vol.5, p. 330)

Considerando a afirmação feita por Ellen White, como alguém


pode dizer que ela era trinitariana? Os trinitarianos não creem
que Cristo tenha sido, de fato, retirado do seio do Pai.
“Pudessem os mortais ter visto o espanto e a tristeza das
hostes angelicais ao contemplarem em silente pesar o Pai
separando Seus raios de luz, amor, e glória do amado Filho do
Seu seio, melhor compreenderiam quão ofensivo é o pecado à
Sua vista.” (Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 207).

Cabe ressaltar que a citação precedente, que se encontra em


Testemunhos para a Igreja, volume dois, página 207, não foi
bem traduzida para o português. Em vez de 'Filho do Seu seio'
('Son of His bosom', em inglês) a frase foi traduzida por 'Seu
Filho amado'.
“Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus
declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida." Em Cristo há vida
original, não emprestada, não derivada. "Quem tem o Filho
tem a vida." I João 5:12. A divindade de Cristo é a certeza de
vida eterna para o crente.” (O Desejado de Todas as Nações,
p. 530)

22
Os trinitarianos se apegam a esta citação para tentar provar
que “Pai” e “Filho” significam igualdade em tudo. Porém, a
Bíblia diz por que Cristo tem vida original, não emprestada e
não derivada:
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim concedeu
ao Filho ter a vida em si mesmo.” (João 5:26)

“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele


habitasse.” (Colossenses 1:19)

Se Cristo tivesse uma eternidade de existência passada com o


Pai, e se Cristo sempre tivesse vida em si mesmo, então não
haveria necessidade do Pai ter concedido ao Filho ter vida em
si mesmo.
“Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse
Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.”
(Atos 2:36)

O Espírito de Profecia fala de Cristo como o Filho de Deus


muito antes de sua encarnação. Note as citações seguintes:
“Os anjos que eram leais e sinceros procuraram reconciliar
este poderoso rebelde à vontade de seu Criador. Justificaram o
ato de Deus em conferir honra a Seu Filho e, com fortes
razões, tentaram convencer Lúcifer de que não lhe cabia
menos honra agora do que antes que o Pai proclamasse a
honra que tinha conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe
claramente que Cristo era o Filho de Deus, existindo com Ele
antes que os anjos fossem criados...” (História da Redenção, p.
15)

23
Note que os anjos não disseram a Lúcifer que Cristo era “co-
igual, co-eterno e co-existente com o Pai”, mas “mostraram-lhe
claramente que Cristo era o Filho de Deus”.
“O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante
Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição
de Seu Filho, e mostrar a relação que este mantinha para com
todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do
Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava
a ambos. Em redor do trono reuniam-se os santos anjos, em
uma multidão vasta, inumerável ─ "milhões de milhões, e
milhares de milhares" (Apoc. 5:11), estando os mais exaltados
anjos, como ministros e súditos, a regozijar-se na luz que, da
presença da Divindade, caía sobre eles. Perante os habitantes
do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser
Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em
Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos
conselhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a
vontade do Pai na criação de todos os exércitos do Céu; e a
Ele, bem como a Deus, eram devidas as homenagens e
fidelidade daqueles. Cristo ia ainda exercer o poder divino na
criação da Terra e de seus habitantes. Em tudo isto, porém,
não procuraria poder ou exaltação para Si mesmo, contrários
ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do Pai, e executaria
Seus propósitos de beneficência e amor.” (Patriarcas e
Profetas, p. 36)

Do texto anterior, duas observações são importantes:


1) “O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do
Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos”.
Aqui, o Espírito de profecia diz que o Pai é o “Ser eterno,
existente por Si mesmo”, e não Cristo.

24
2) “Cristo não procuraria poder ou exaltação para Si mesmo,
contrários ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do
Pai”. Convém ressaltar que Cristo fazia tudo para a glória
do Pai e não para Si mesmo. Porém, Lúcifer quis ser
adorado junto com o Pai e o Filho.
As citações anteriores afirmam claramente que Cristo é o único
Filho gerado do Pai, muito antes da encarnação. Os anjos são
filhos criados. Os remidos serão filhos adotados (Efésios 1:5).
Porém, na encarnação, Cristo recebeu, em um novo sentido, o
título de Filho de Deus:
“Cristo trouxe aos homens e mulheres o poder de vencer. Veio
ao mundo em forma humana, a fim de viver como homem
entre os homens. Assumiu os riscos da natureza humana, para
ser provado e tentado. Em Sua humanidade, era participante
da natureza divina. Em Sua encarnação obteve em um novo
sentido o título de Filho de Deus. Disse o anjo a Maria: "A
virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; pelo que
também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho
de Deus." Luc. 1:35. Ao mesmo tempo que era Filho de um ser
humano, tornou-Se o Filho de Deus num novo sentido. Assim
Se achou Ele em nosso mundo o Filho de Deus, mas ligado,
pelo nascimento, à raça humana.” (Mensagens Escolhidas, vol.
1, p. 226, 227)

“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho,


eu hoje te gerei.” (Salmos 2:7)

Esta passagem está explicada em Atos 13:32 e 33:


“E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais,
Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus;

25
Como também está escrito no salmo segundo: Meu Filho és tu,
hoje te gerei.” (Atos 13:32 e 33)

Dos versos precedentes podemos concluir que se na


encarnação Jesus tornou-Se o Filho de Deus em um novo
sentido, então, também em um novo sentido, Ele foi gerado em
Sua ressurreição.
O verso seguinte é muito importante:
“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi
para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu
subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (João
20:17)

Aqui, Jesus nos ensinou que seu Pai é nosso Pai e seu Deus é
nosso Deus. Qual é o parentesco entre duas pessoas que tem
o mesmo pai? Eles são irmãos, naturalmente. Assim, Jesus é
nosso irmão mais velho, ele é “o primogênito entre muitos
irmãos”. Rom. 8:29.
“Aquele que é 'santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores', não Se envergonha de nos chamar irmãos.
(Hebreus 2:11). Em Cristo se acha ligadas a família da terra e
a do céu. Cristo glorificado é nosso irmão”. (O Desejado de
Todas as Nações, cap.1, p. 17.)

Note, nos versos seguintes, que Cristo elogiou a resposta de


Pedro:
“Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão
Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu,

26
Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue,
mas meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 16:15-17)

3.4 JESUS É CHAMADO 'DEUS'


“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o
governo está sobre seus ombros, e o seu nome se chamará
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz.” (Isaías 9:6)

“Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos


dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amaste
a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus te
ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.”
(Hebreus 1:8,9)

“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho; e chamá-


lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco.”
(Mateus 1:23)

Em Romanos 9:5, Paulo também chama a Cristo de „„Deus


bendito‟‟. Por que Jesus é chamado 'Deus'? A resposta está em
Hebreus 1:4:
“Feito tanto mais excelente do que os anjos, como tem por
herança obtido mais excelente nome do que eles.” (Hebreus
1:4)

Jesus é chamado Deus porque, por ser o Filho de Deus,


herdou este nome do seu Pai. Note o comentário do pioneiro
Alonzo T. Jones em seu livro, 'O Caminho Consagrado à
Perfeição Cristã':

27
“...E este nome, o tem por herança. Não é um nome que lhe
seja outorgado, e sim, que herdou. Está na natureza das
coisas, como verdade eterna, que o único nome que uma
pessoa pode herdar é o nome de seu pai. Este nome de Cristo,
este nome que é mais excelente que os anjos, não é outro que
o de seu Pai, e o nome de seu Pai é Deus. O nome do Filho,
portanto, o que o pertence por herança, é Deus.” (Alonzo T.
Jones, 'O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã', capítulo 2).

“O Filho de Deus, embora invisível para a congregação, era o


líder dos Israelitas. Sua presença ia diante deles e os conduzia
em todas as suas jornadas, enquanto Moisés era seu líder
visível, recebendo sua orientação do Anjo, que era Cristo.”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 3, p. 339).

Em Êxodo 23:21, Deus diz que Seu nome está em Cristo:


“Eis que Eu te envio um anjo diante de ti, para que te guarde
pelo caminho, e te leve ao lugar que te tenho preparado.
Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à
ira; porque não perdoará a vossa rebeldia; porque o Meu nome
está nele.” (Êxodo 23:21)

Em João 20:28, disse Tomé: “Senhor meu, e Deus meu.” Para


esclarecer este verso, devemos levar em consideração que
Tomé era judeu, e estava familiarizado com a profecia
referente ao Messias, relatada em Isaías 40:3:
“Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor
[Jeová], endireitai no ermo vereda ao nosso Deus [Elohim]”.
Isa. 40:3.

Tomé estava confessando que acreditava ser Cristo o Messias,


O qual Isaías referiu como Jeová e Elohim.

28
Os Trinitarianos citam frequentemente I João 5:20 para
“provar” que Jesus Cristo é o Deus verdadeiro. Vamos analisar
este texto:
“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado
entendimento para podermos conhecer o que (‘him that’) é
verdadeiro; e no que (‘in him that’) é verdadeiro estamos, até
mesmo (‘even’) em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro
Deus e a vida eterna.” (I João 5:20, KJV. As palavras
empregadas na versão King James estão em parênteses)

À primeira vista, quando João diz “Este é o verdadeiro Deus e


a vida eterna”, parece que ele está se referindo a Jesus Cristo.
Porém, se este fosse o sentido correto do texto, então João
estaria se contradizendo, porque em João 17:3 ele escreveu
que o próprio Jesus disse que seu Pai era o único Deus
verdadeiro. Vamos ler este texto novamente, agora com os
colchetes:
“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado
entendimento para podermos conhecer o [Deus] que é
verdadeiro; e no [Deus] que é verdadeiro estamos, até mesmo
em Seu [do Deus verdadeiro] Filho Jesus Cristo. Este [Deus, o
Pai] é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (I João 5:20, KJV. )

Quando estamos no Filho, estamos também no Deus


verdadeiro, ou seja, no Pai. Este Deus verdadeiro [o Pai] “nos
tem dado a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho”. I João
5:11.

29
3.5 QUANDO CRISTO VIVEU ENTRE NÓS, ELE NÃO
USOU SUA DIVINDADE.
Cristo disse que vivia pelo Pai:
“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai,
assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim”
(João 6:57).

Na transfiguração, Jesus foi glorificado por Seu Pai:


“Roga que testemunhem uma manifestação de sua divindade
que, na hora de sua suprema agonia, os conforte com o
conhecimento de que Ele é com certeza o Filho de Deus, e que
sua ignominiosa morte é uma parte do plano da redenção. Sua
oração é ouvida. Ao achar-se curvado em humildade sobre o
pedregoso solo, o céu repentinamente se abre, descerram-se
de par em par as portas de ouro da cidade de Deus, e uma
santa irradiação baixa sobre o monte, envolvendo a figura do
Salvador. A divindade interior irrompe através da humanidade,
encontrando-se com a glória vinda de cima. Erguendo-se da
prostrada posição em que se achava, Cristo apresenta-se em
divina majestade. Desaparecera a agonia da alma. Seu
semblante resplandece agora 'como o sol', e seus vestidos são
'brancos como a luz'.” (O Desejado de Todas as Nações, cap.
46, 'A Transfiguração', p. 317, 3ª edição)

“Na transfiguração, Jesus foi glorificado por Seu Pai. Ouvimo-lo


dizer: “Agora, o Filho do homem é glorificado, e Deus é
glorificado nele.” (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 353).

Os milagres que Jesus operou foram realizados pelo Pai:


“Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno,
homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas,

30
prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como
vós mesmos sabeis... a este... prendestes, crucificastes e
matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou...”
(Atos 2:22-24).

“Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As


palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o
Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (João 14:10).

Jesus foi ressuscitado por Seu Pai:


“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós
matastes, suspendendo-o no madeiro” (Atos 5:30).

“E, se o Espírito dAquele que dentre os mortos ressuscitou a


Jesus habita em vós, Aquele que dentre os mortos ressuscitou
a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu
Espírito que em vós habita” (Romanos 8:11).

“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem


algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai que o ressuscitou
dentre os mortos)” (Gálatas 1:1).

Com relação à encarnação de Cristo, temos a seguinte citação


do Espírito de Profecia:
“A encarnação de Cristo é um mistério. A união da divindade
com a humanidade é de fato um mistério, oculto em Deus, „o
mistério que estivera oculto desde todos os séculos‟ (Col. 1:26)
(Signs of the Times, 30/01/1912).

“Jesus disse a Maria: „Não me detenhas; porque ainda não subi


para meu Pai‟. Quando Cristo, sobre a cruz, fechou os olhos na
morte, não foi imediatamente para o Céu, como muitos creem;
senão, como poderiam ser verdadeiras Suas palavras: „Ainda
não subi para meu Pai‟? Jesus ficou dormindo na tumba, de

31
corpo e mente. Não subiu voando para o Céu, para ali ter uma
existência incorpórea e ficar olhando para os tristes discípulos
que embalsamavam o corpo do qual Ele teria saído. Tudo o que
compunha a vida e a inteligência de Jesus permaneceu com
Seu corpo no sepulcro; e, quando Ele saiu, como um ser
completo, não teve de chamar Seu espírito de volta do Céu.
Ele tinha autoridade [João 10:18] para entregar Sua vida e
para reavê-la” (Spirit of Profecy, vol.3, pp. 203, 204).

Joseph Harvey Waggoner, em seu livro “A Expiação” (“The


Atonement”) capítulo VI, p. 174 e 175, declara o seguinte:
“Os trinitarianos não acreditam que a natureza divina morreu...
Eles... tomam cada expressão referindo-se à pré-existência de
Cristo como evidência de uma trindade. As Escrituras ensinam
abundantemente a pré-existência de Cristo e Sua divindade;
mas elas são totalmente silentes em relação a uma trindade. A
declaração de que o divino Filho de Deus não poderia morrer,
está tão distante dos ensinamentos da Bíblia como as trevas
estão da luz. E perguntaríamos aos trinitarianos, a qual das
duas naturezas somos devedores por nossa redenção? A
resposta deve, naturalmente, ser, Àquela que morreu ou
verteu seu sangue por nós; pois “temos a redenção por Seu
sangue”. Então é evidente que se somente a natureza humana
morreu, nosso Redentor é somente humano, e o divino Filho
de Deus não tomou parte na obra da redenção, pois Ele não
poderia nem sofrer nem morrer. Certamente, afirmamos, que a
doutrina de uma trindade degrada a expiação, por rebaixar o
sacrifício, o sangue da nossa aquisição, ao padrão do
Socinianismo.” (A doutrina de Socinus prega que Cristo era um
homem deificado).

32
“'Nele habita toda a plenitude da Divindade corporeamente.' Os
homens necessitam entender que a Deidade sofreu e sucumbiu
sob as agonias do Calvário. Contudo, Jesus Cristo a quem Deus
deu pelo resgate do mundo comprou a igreja com Seu próprio
sangue. A Majestade do céu foi feito para sofrer nas mãos de
fanáticos religiosos, que se diziam ser o povo mais esclarecido
na face da terra.” (EGW, Manuscript 44, 1898, e Comentário
Bíblico Adventista, vol. 7, p. 907).

Cristo correu o risco de ruína eterna! Note o seguinte texto:


“Satanás aborrecera a Cristo no céu, por causa de sua posição
nas cortes de Deus. Mais O aborreceu ainda quando se sentiu
ele próprio destronado. Odiou Aquele que se empenhou em
redimir uma raça de pecadores. Não obstante, ao mundo em
que Satanás pretendia domínio, permitiu Deus que viesse Seu
Filho, impotente criancinha, sujeito à fraqueza da humanidade.
Permitiu que enfrentasse os perigos da vida em comum com
toda alma humana, combatesse o combate como qualquer filho
da humanidade o tem de fazer, com risco de fracasso e ruína
eterna.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 49; ou p. 34 da
3ª edição.)

Do texto precedente, deduzimos que, se Cristo houvesse


pecado, Ele não voltaria mais para o Céu. Deixaria de existir...
Deus, o Pai, é o único que possui imortalidade, conforme I
Timóteo 6:16. Ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
João 5:26. Jesus deu, voluntariamente, a sua vida para morrer
neste mundo. O poder para dar a sua vida e tornar a tomá-la,
Ele recebeu do Pai (João 10:17,18). Quando seu Pai o
ressuscitou (Atos 5:30), Cristo recebeu a mesma vida que tinha
antes de vir a este mundo.

33
3.6 A HIERARQUIA ENTRE DEUS E CRISTO
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem,
e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (I
Coríntios 11:3).

“E vós sois de Cristo; e Cristo é de Deus.” (I Coríntios 3:23)

Cristo está sujeito a seu Pai:


“Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas
quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está
que se excetua Aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E
quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o
mesmo Filho se sujeitará Àquele que todas as coisas lhe
sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (I Coríntios
15:27, 28)

“Ouviste que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me


amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o
Pai; porque meu Pai é maior que eu” (João 14:28).

Alguns dizem que o Pai era maior do que Cristo somente


durante o período em que Cristo viveu nesta Terra. Porém, não
há nenhum verso na Bíblia que dê apoio a esta ideia.
“Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do
que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o
enviou” (João 13:16).

“Como um Professor enviado de Deus, a obra de Cristo era


explicar o verdadeiro significado das leis do governo de
Deus...” (Filhos e Filhas de Deus, cap. 2, p. 56).

34
De João 13:16 e do verso precedente podemos ver que Cristo,
“como um Professor enviado de Deus”, não é maior que seu
Pai, que o enviou.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos
céus” (Mateus 7:21).

Note que Jesus poderia ter dito: “...mas aquele que faz a minha
vontade e a de meu Pai”. Porém, Jesus disse que aquele que
entrar no reino dos céus é o que faz a vontade de Seu Pai, isto
é, do Soberano do universo.
“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que
estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13:32).

As ordens, a autoridade, e o poder sempre vão do Pai para o


Filho, nunca do Filho para o Pai. Veja, por exemplo, João 5:27,
30; 17:2; Mateus 28:18.

“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi


para meu Pai; mas vai para meus irmãos e diga-lhes que eu
subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João
20:17).

Pelo fato de Jesus chamar seu Pai de 'meu Deus', mostra sem
sombra de dúvidas, que sempre existiu hierarquia entre o Pai e
o Filho. Portanto, a afirmação do dogma da Trindade: “Tal
como o Pai é, assim é o Filho, e assim é o Espírito Santo...”
não tem fundamento Bíblico.

35
3.7 DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE DEUS E JESUS
CRISTO
1) Jesus foi gerado do Pai; ele foi “retirado de Seu seio”.
(Prov. 8:22-25; João 17:8). O Pai é eterno, auto-existente
(Deuteronômio 33:27). Jesus “é a imagem do Deus
invisível, o primogênito de toda criação”, conforme
Colossenses 1:15. 'Primogênito de toda criação' pois, após
ser gerado e receber a plenitude da divindade, participou
de toda a criação juntamente com seu Pai.
2) Tudo o que Jesus tem, recebeu de Seu Pai: (Ver João
3:35).
a) O nome „Deus‟, ou Jeová ele herdou de seu Pai.
(Hebreus 1:4; Filip. 2:9, Êxodo 23:21).
b) A plenitude da divindade, o Pai se agradou em dar-lhe
(Colossenses 1:19).
c) Recebeu do Pai vida em si mesmo (João 5:26).
d) Jesus foi feito “Senhor” pelo Pai (Atos 2:36).
e) Recebeu toda a autoridade do Pai (Mateus 28:18).
f) Deve ser adorado por determinação do Pai (Hebreus 1:6).
g) Cristo está sujeito a seu Pai (I Coríntios 15:2428).
Por outro lado, Deus não tem princípio, não recebeu nada de
ninguém e não está sujeito a ninguém (Ver Rom. 11:34-36).
Deus é o único que possui imortalidade (I Timóteo 6:15 e 16).
Deus é o único Legislador (Tiago 4:2). Levando isto em
consideração, podemos entender o que Cristo disse em João
17:3:

36
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a Ti só, por único
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João
17:3)

37
4. O ESPÍRITO SANTO
4.1 DEUS É UM ESPÍRITO
“Como não será de maior glória o ministério do Espírito?
...Ora, e o Senhor é aquele Espírito; onde está o Espírito do
Senhor, aí há liberdade” (II Coríntios 3:8 e 17).

“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, quando nem


neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o
que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a
salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que
os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque o Pai procura a tais que assim O adorem.
Deus é um Espírito, e importa que os que O adoram O adorem
em espírito e em verdade” (João 4:21-24).

Esses são versos muito importantes. Eles nos dizem que


devemos adorar o Pai (não o Espírito Santo) em espírito e em
verdade. “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim O
adorem”. Será que adorando um 'Deus triúno' estamos
adorando o Pai em espírito e em verdade? Também nos é dito
que Deus (o Pai) é um Espírito. Podemos pôr esta frase de
outra forma: “Um Espírito é Deus, o Pai”. Nesta forma é mais
fácil ver que o Espírito Santo não é outro Deus, ou um terceiro
Deus, mas o próprio Pai. Levando isto em consideração,
vamos analisar um texto muito usado pelos trinitarianos para
“provar” que o Espírito Santo é um terceiro Deus. Este texto é
Atos 5:3 e 4.
“Disse então Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses

38
parte do preço da terra? Guardando-a não ficava para ti? E
vendida, não ficava em teu poder? Por que formaste este
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a
Deus” (Atos 5:3 e 4).

Nestes versos Pedro não está dizendo que o Espírito Santo é


um Deus, mas que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa
que mentir a Deus, o Pai.
Que o Espírito Santo é o próprio Deus ─ o Pai, também está
implícito em Lucas 1:35. Aqui nos é dito que o Espírito Santo
'engravidou' a virgem Maria, e, portanto, Ele é o Pai de Jesus.
Se o Espírito Santo fosse um terceiro Deus, então Jesus teria
dois pais ─ o “primeiro Deus” e o “terceiro Deus”. Mas a Bíblia
não se contradiz. O Pai de Jesus (e também o nosso, conforme
João 20:17) disse explicitamente que “além de Mim não há
Deus” (Isaías 45:5). Isto exclui a Jesus como um segundo
Deus, e também exclui o Espírito Santo como um terceiro
Deus.
Quando alguém peca contra o Espírito Santo, ele está pecando
contra um terceiro Deus? A resposta pode ser encontrada em
Êxodo 32:33:
“Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra Mim,
a este riscarei do Meu livro” (Êxodo 32:33).

“É prerrogativa do Pai perdoar nossas transgressões e


pecados, porque Cristo tomou sobre Si nossa culpabilidade
impendente sobre nós, imputando-nos Sua própria justiça”
(EGW, Manuscript 21, 1891).

39
Sabemos que pecado é a transgressão da lei (I João 3:4).
Como já vimos, esta lei é a lei do Pai. A Bíblia não diz que a lei
seja do Espírito Santo.

4.2 O ESPÍRITO SANTO PROCEDE DE DEUS


“Cristo recebeu todas as coisas de Deus, mas recebeu para
dar. Assim, nas cortes celestiais, em Seu ministério para todos
os seres criados; através do amado Filho, a vida do Pai flui
para todos; através do Filho ela retorna, em louvor e serviço
prazeroso, uma maré de amor, para a grande Fonte de tudo. E
assim, através de Cristo, o circuito de beneficência é completo,
representando o caráter do grande Doador, a lei da vida”.
(Desejado de Todas as Nações, p. 21).

Note que “através do amado Filho, a vida do Pai flui para


todos”. Que declaração extraordinária! O Espírito de Deus, isto
é, Sua vida, parte de Si e vai para Cristo, e de Cristo “flui” para
todos...
“Atentai para minha repreensão, pois eis que vos derramarei
abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber as Minhas
palavras.” (Provérbios 1:23)

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito


derramarei sobre toda carne; e os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão, e os vossos jovens terão visões, e os
vossos velhos terão sonhos.” (Atos 2:17)

“Mas quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei


de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele
testificará de mim” (João 15:26).

40
“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os
espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo.” (I João 4:1)

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo,


que está em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos? Porque fostes comprados por preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a
Deus.” (I Coríntios 6:19, 20)

Note que em I Coríntios 6:19 e 20 nos é dito que pelo fato do


nosso corpo ser o templo do Espírito Santo, que provém de
Deus, devemos glorificar a Deus (o Pai) em nosso corpo e
espírito, e não ao Espírito Santo.
“Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará
em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há
de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse
que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (João
16: 13-15).

É interessante notar que o Espírito Santo “não falará de si


mesmo”. O Espírito recebe coisas do Pai e do Filho e nos
anuncia. Ele também glorificará a Cristo, mas não a si mesmo.
“Mas, quando vos entregarem, não penseis como ou o que
falareis, pois naquela mesma hora vos será ministrado o que
haveis de falar. Porque não sois vós quem falará, mas o
Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mateus 10:19, 20).

“E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o


Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gálatas 4:6).

41
Em Gálatas 4:6 nos é revelado que o Espírito origina-se do Pai,
vai para o Filho, e então para os filhos de Deus. Isto é
confirmado pelo Espírito de profecia:
“Os que estavam prostrados perante o trono ofereciam suas
orações e olhavam para Jesus; então Jesus olhava para Seu
Pai, e parecia estar pleiteando com Ele. Uma luz ia do Pai para
o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz
excessivamente brilhante que vinha do Pai para o Filho e do
Filho ela se irradiava sobre o povo perante o trono. Mas poucos
recebiam esta grande luz. Muitos saíam de sob ela e
imediatamente resistiam-na; outros eram descuidados e não
estimavam a luz, e se afastava deles. Alguns a apreciavam, e
iam e se curvavam com o pequeno grupo em oração. Todo
este grupo recebia a luz e se regozijava com ela, e seu
semblante brilhava com glória”. “Os que se levantaram com
Jesus enviavam sua fé a ele no santíssimo, e oravam: “Meu
Pai, dá-nos o Teu Espírito”. Então Jesus assoprava sobre eles o
Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor,
gozo e paz” (Primeiros Escritos pág. 54-56).

É muito importante entender este ponto ─ que o Espírito Santo


origina-se do Pai, vai para Jesus, e então para os filhos de
Deus. Esta é a razão porque devemos pedir o Espírito Santo
ao Pai, e não a Jesus, muito menos ao próprio Espírito Santo.
Note que, na citação anterior, “os que se levantaram com
Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: “Meu
Pai, dá-nos o Teu Espírito”. Enquanto os trinitarianos oram pelo
Espírito Santo para o próprio Espírito Santo, a Bíblia nos
ensina o seguinte:

42
“...tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo
há de dar” (João 16:23).

“Se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos,
quanto mais dará o vosso Pai celestial o Espírito Santo àqueles
que Lho pedirem? (Lucas 11:13).

4.3 O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A PRESENÇA DO


ESPÍRITO SANTO
“Senhor, tu me sondas, e me conheces. Tu sabes o meu
assentar e o meu levantar, de longe entendes o meu
pensamento. ...Para onde me ausentarei do Teu Espírito, ou
para onde fugirei da Tua presença? Se subir ao céu, Tu aí
estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que Tu ali estás
também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas
extremidades do mar, ainda ali a Tua mão me guiará e a Tua
destra me susterá”. (Salmos 139:1,2,7-10)

“Não me repulses da Tua presença, nem me retires o Teu


Santo Espírito” (Salmos 51:11). “O Senhor é quem te guarda;
o Senhor é a tua sombra à tua direita” (Salmos 121:5).

“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros,


Deus está em nós, e em nós seu amor é aperfeiçoado. Nisto
conhecemos que estamos nEle, e Ele em nós, porque Ele nos
tem dado de seu Espírito” (I João 4:12 e 13).

“Para que vos conceda, segundo as riquezas de sua glória, que


sejais fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem
interior; para que Cristo habite pela fé em vossos corações; a
fim de que, estando arraigados e fundados em amor...”
(Efésios 3: 16 e 17)

43
“Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos
a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus
Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (II
Coríntios 13:5).

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome,


aí estou eu no meio deles” (Mateus 18:20).

“Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho


mandado, e eis que estou sempre convosco, até o fim do
mundo” (Mateus 28:20).

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o


Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós,
o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito vive por causa da justiça” (Romanos 8:9 e 10).

Note que o apóstolo Paulo em Romanos 8:9, diz que o Espírito


de Deus é o mesmo que o Espírito de Cristo, e, que, quando
alguém tem o Espírito de Cristo, então o próprio Cristo (de
modo invisível) está nele.
“Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e
faremos nele morada” (João 14:23).

“Todo aquele que transgride e não persevera na doutrina de


Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo,
esse tem tanto o Pai como o Filho” (II João 1:9).

“Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da


glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a
esperança da glória” (Colossenses 1:27) .

44
Nos versos precedentes nos é dito que a presença do Espírito
Santo é a própria presença de Deus e de Cristo. Colossenses
1:27 diz que “Cristo em vós” é um mistério. Isto quer dizer que
se alguém conseguir explicá-lo deixará de ser um mistério...
Por outro lado, quando alguém diz a um trinitariano que não
entende como três Pessoas podem ser uma, isto é, um Deus
triúno, logo a resposta vem: “isto é um mistério!”. Porém, em
nenhum livro da Bíblia nos é dito que “um mais um mais um é
igual a um”, e que isto é um mistério. O mistério do qual a
Bíblia fala é a onipresença de Deus ou de Cristo ─ “Cristo em
vós” é um mistério.
Vamos analisar I João 4:2-3 e II João 7 nas versões comuns:
“Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que
confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus. E todo o
espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é
de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouviste
que há de vir, e eis que já agora está no mundo” (I João 4:2,
3). “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os
quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é
o enganador e o anticristo” (II João 7).

Estes versos nos dizem que Jesus veio (no passado) em


carne. O leitor já se perguntou se há alguém que, em sã
consciência, acredita que quando Jesus veio à terra e viveu
entre os homens, Ele não veio em carne, mas em espírito? Não
creio que haja alguém que pense assim. Muitos interpretam o
texto como se referindo a “carne santa” em oposição à carne
pecaminosa. Mas o texto não diz isto. Até porque só há um tipo
de carne – a carne pecaminosa (ver Romanos 8:3). A versão
correta é a da Bíblia „King James‟. Nela, tanto em I João 4:2 e

45
3, como em II João 7, o verbo está no presente: “is come in the
flesh”, isto é “vem em carne”. Em outras palavras, Cristo vem,
ou está vindo, na carne, isto é, na mente do crente, no tempo
presente.
Observe o comentário do pioneiro Alonzo T. Jones sobre este
texto:
“...Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo vem na carne,
é de Deus. Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo
vem, -- não que Ele veio, mas que vem agora em minha carne
-- Cristo em vós, a esperança da glória, Cristo habitando
dentro, Deus reinando no reino de Deus que está dentro de vós
-- é o que isso significa. Todo espírito que não confessa que
Jesus Cristo vem na carne não é de Deus. E este é o espírito
do anticristo”. [Alonzo T. Jones.; General Conference Bulletin;
13 fev 1895 p. 132. I João 4:2 e 3, KJV]

Outro pioneiro, John Norton Loughborough, dizia o mesmo:


“Observe com atenção os versos citados [I João 4:1-3]. A frase
não diz todo aquele que confessa que Jesus Cristo “veio em
carne”, mas “está vindo em carne”; isto é, Ele vem, por meio
de Seu Espírito e habita em nós, em resposta a nossa fé. De
fato, esta é a verdade central do evangelho: “Cristo em vós, a
esperança da glória” (Efésios 3:17; Colossenses 1:27). [J. N.
Loughborough, „O Grande Movimento Adventista‟, p. 266].

Estes versos mostram que Cristo é o próprio Espírito Santo,


que vem de forma espiritual na mente do crente. O anticristo (O
papado, ou Igreja Católica, que defende o dogma da trindade)
não pensa assim. Este diz que o Espírito Santo é outro Deus,
diferente de Cristo.

46
4.4 NÃO PODEMOS COMPREENDER A ONIPRESENÇA
DE DEUS
“O Senhor está no Seu santo templo; nos céus tem o Senhor
Seu trono; os Seus olhos estão atentos, as Suas pálpebras
sondam os filhos dos homens” (Salmos 11:4).

“Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os


maus e os bons” (Prov. 15:3).

“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro


animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como
havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são
os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra” (Apocalipse
5:6).

“Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, Eu provo os


pensamentos...” (Jeremias 17:10).

“Para onde me ausentarei do Teu Espírito, ou para onde fugirei


da Tua presença? Se subir ao céu, Tu aí estás; se fizer no Seol
a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas
da alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a Tua
mão me guiará e a Tua destra me susterá” (Salmos 139:7-10).

“Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como Seu conselheiro,


o ensinou?” (Isaías 40:13.) .

“Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o Seu


conselheiro?” (Romanos 11:34).

“Nunca poderemos ver o reino dos céus a menos que


tenhamos a mente e o espírito de Cristo” (Testemunhos para a
Igreja, vol. 5, p. 336).

47
“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é
chegado a vós o reino de Deus” (Mateus 12:28).

“Mas, se eu expulso demônios com o dedo de Deus, sem


dúvida é chegado a vós o reino de Deus” (Lucas 11:20, KJV).

Colocando juntos os versos precedentes, encontramos alguns


dos atributos do Espírito de Deus. O Espírito tem (ou é):
1) A mente de Deus (Isaías 40:13 comparado com Romanos
11:34).
2) A face de Deus (Salmos 139:7).
3) Os olhos de Deus e de Cristo (Prov. 15:3; Apoc. 5:6).
4) As mãos de Deus (Salmos 139:10) 5). Os dedos de Deus
(Lucas 11:20 comparado com Mateus 12:28).
No livro “Manuscript Releases”, volume 14, Nº1107, June 11,
1891, p. 179; sob o título “A importância da Unidade; O Espírito
Santo um Mistério”, escrito para o Irmão Chapman de
Petoskey, Ellen White diz o seguinte:
“Tuas idéias dos dois assuntos que mencionaste não se
harmonizam com a luz que Deus me tem dado. A natureza do
Espírito Santo é um mistério não claramente revelado, e nunca
serás capaz de explicá-lo a outros porque o Senhor não o
revelou a ti. Podes colecionar textos das Escrituras e dar tua
interpretação a eles, porém a aplicação não é correta. As
exposições pelas quais sustentas tua posição não são sensatas.
Tu podes levar alguém a aceitar tuas explanações, mas não os
beneficias, nem eles, por aceitarem tuas ideias, são habilitados
a beneficiarem a outros {14MR 179.1}.

“Não é essencial para ti saber e ser capaz de definir


exatamente o que o Espírito Santo é. Cristo nos disse que o

48
Espírito Santo é o Consolador, e o Consolador é “o Espírito de
verdade, o qual o Pai enviará em meu nome.” “Eu rogarei ao
Pai e Ele vos enviará outro Consolador, para que Ele possa
habitar para sempre convosco, o Espírito de verdade; o qual o
mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece,
mas vós o conheceis, pois ele habita convosco, e estará em
vós” [João 14:16, 17]. Isto se refere à onipresença do Espírito
de Cristo, chamado o Consolador. Novamente Jesus disse: “Eu
ainda tenho muito a vos dizer, mas não o podeis suportar
agora. Todavia, quando vier o Espírito da verdade, ele vos
guiará a toda verdade” [João 16:12, 13]. Existem muitos
mistérios que eu não busco entender ou explicar; eles são
muito elevados para mim, e muito elevados para ti. Em alguns
destes pontos, o silêncio é ouro. Piedade, devoção, santificação
de alma, corpo, e espírito estes são essenciais para todos nós.
“Esta é a vida eterna: que Te conheçam a Ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (14MR 179).

4.5 O QUE O ESPÍRITO DE PROFECIA DIZ ACERCA DA


PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO
“Os discípulos retornaram com alegria de Jerusalém, não
porque estavam sem o seu Mestre e Professor, pois isso era
para eles causa de luto em vez de alegria. Porém Jesus lhes
tinha assegurado que Ele enviaria o Consolador, como um
equivalente para Sua visível presença” (The Spirit of Prophecy,
vol 3, 256).

“Enquanto Ele estende para todo o mundo seu convite para vir
a Ele e ser salvo, Ele comissiona seus anjos a prestarem auxílio
divino para cada alma que vem a Ele em arrependimento e

49
contrição, e Ele vem pessoalmente pelo seu Espírito Santo no
meio de sua Igreja” (Testemunho para Ministros, p. 15).

“O Salvador está presente no quarto do enfermo, e na sala de


operação; e Seu poder, para a glória do Seu nome, realizará
grandes coisas” (Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 231).

“O Espírito dAquele que morreu para que os pecadores


vivessem, dirigia a inteira congregação de crentes. Os
discípulos não pediram uma benção para si. Arcavam sobre o
peso da preocupação pelos perdidos. O evangelho devia ser
levado aos confins da Terra, e reclamaram a dotação de poder
que Cristo prometera" (Testemunhos para a Igreja, vol.8, pág.
20-21).

“Sejam eles agradecidos a Deus por sua múltipla misericórdia,


manifestando-se amáveis uns com os outros. Possuem eles um
só Deus e apenas um Salvador. Um só Espírito – o Espírito de
Cristo -- deve produzir a unidade em suas fileiras”
(Testemunhos para a Igreja Vol. 9, Pág. 189).

“Somos membros de Seu corpo místico. Ele é a cabeça,


controlando cada membro do corpo. O próprio Jesus, em Sua
infinita misericórdia, está operando nos corações humanos,
efetuando transformações espirituais tão surpreendentes que
anjos observam com espanto e alegria” (Testemunhos para a
Igreja, vol. 5, p. 731).
“Por Seu Santo Espírito, Cristo ali está [na Ceia do Senhor]
para pôr o selo à Sua ordenança. Está ali para convencer e
abrandar o coração.... É nessas ocasiões, indicadas por Ele
mesmo, que Cristo Se encontra com Seu povo, e os revigora
por Sua presença. Corações e mãos indignos podem mesmo
dirigir a ordenança; todavia Cristo ali Se encontra para

50
ministrar a Seus filhos “...Corações limpos pelo preciosíssimo
sangue de Cristo, na plena consciência de Sua presença, se
bem que invisível, devem-Lhe ouvir as palavras: 'Deixo-vos a
paz, a Minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá.'”
(O Desejado de Todas as Nações, cap. 72. “Em Memória de
Mim”, p. 656 (ou p. 492, na 3º edição).

“Jesus está esperando soprar sobre seus discípulos, e dar a


eles a inspiração de seu santificador Espírito, e transfundir a
vital influência de Si mesmo para Seu povo. Ele gostaria que
eles entendessem que daqui em diante não podem servir a
dois senhores. Suas vidas não podem ser divididas. Cristo deve
viver em seus agentes humanos, e operar através de suas
faculdades, a agir através de suas capacidades. Sua vontade
deve ser submetida à Sua vontade, devem agir com seu
Espírito, para que não sejam mais eles que vivam, mas Cristo
viva neles. Jesus está procurando impressioná-los com o
pensamento de que ao dar seu Santo Espírito ele está dando a
eles a glória que o Pai tem dado a Ele, para que Ele e seu povo
sejam um em Deus. Nossos caminhos e nossa vontade devem
estar em submissão à vontade de Deus, sabendo que ela é
santa, justa e boa” (EGW, Signs of the Times, October 3, 1892
par. 4).

Neste texto, algumas observações são dignas de nota. Ellen


White descreve o processo pelo qual Jesus envia Seu Espírito.
Ela usa os verbos 'soprar' e 'transfundir', de acordo com João
20:22. Não tem cabimento crer que quando Jesus sopra Seu
Espírito, Ele estaria soprando outro Deus pela Sua boca! Ou
estaria transfundindo um terceiro Deus de Si para Seu povo...
E, se de fato o Espírito Santo fosse outro Deus igual ao Pai e
ao Filho, então ele também deveria enviar seu espírito assim

51
como faz o Pai e o Filho. Não há nada na Bíblia que indique
que seja assim. Porém, Cristo rogou ao Pai, e Ele enviou aos
nossos corações o Espírito de Seu Filho, conforme Gálatas 4:6.
Cristo e o Pai são um em Espírito (João 10:30), e através deste
Espírito, “a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho
Jesus Cristo” (I João 1:3). Desta forma o povo de Deus pode
ser um com Cristo e com Deus (João 17:21 e 23).

4.6 O ESPÍRITO SANTO É ELE MESMO ─ CRISTO


A citação seguinte está no “Manuscript Releases”, vol. 14, nº
1084, páginas 23 e 24, escrito por Ellen White em 18 de
Fevereiro de 1895:
“Impedido pela humanidade, Cristo não poderia estar em todos
os lugares pessoalmente, então foi para vantagem deles [dos
discípulos] que Ele deveria deixá-los, ir para Seu Pai, e enviar
o Espírito Santo para ser o Seu sucessor na terra. O Espírito
Santo é Ele mesmo, despido da personalidade da humanidade
e independente dela. Ele Se representaria como estando
presente em todos os lugares pelo Seu Espírito, como o
Onipresente. “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome [embora não seja visto por vós], (frase
adicionada por Ellen White) esse vos ensinará todas as coisas e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” [João 14:26].
“Mas eu vos digo a verdade; convém-vos que eu vá, porque,
se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se,
porém, eu for, eu vo-lo enviarei” [João 16:7] {14MR 23.3}” .

E, na citação seguinte, Ellen White também diz que o Espírito


Santo é o Pai:

52
“Ao dar-nos Seu Espírito, Deus nos dá a Si mesmo, fazendo a
Si mesmo uma fonte de influências divinas, para dar saúde e
vida para o mundo” (Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p.
273).

A questão da presença do Espírito Santo não poderia ser


apresentada de maneira mais simples e clara, (embora ainda
sendo um mistério) do que nestas palavras: “O Espírito Santo é
Ele mesmo, despido da personalidade da humanidade e
independente dela. Ele Se representaria como estando
presente em todos os lugares pelo Seu Espírito, como o
Onipresente”. Visto que o Espírito Santo é o próprio Jesus
Cristo, despido da personalidade da humanidade e
independente dela, então, certamente o Espírito Santo não é
um terceiro Deus. Mais uma vez, podemos afirmar
confiantemente que Ellen White não era trinitariana.
Infelizmente, quando o livro “O Desejado de Todas as Nações”
foi publicado em 1898, uma alteração foi feita. A frase “o
Espírito Santo é Ele mesmo” foi alterada para “O Espírito Santo
é o representante de Cristo”. O texto é o seguinte:
“O Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despido da
personalidade da humanidade, e independente dela. Impedido
pela humanidade, Cristo não poderia estar pessoalmente em
todo lugar. Então era para o interesse deles que Ele deveria ir
para o Pai, e enviar o Espírito para ser Seu sucessor na terra.
Não poderiam ter alguma vantagem por causa de sua
localização ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo Espírito o
Salvador estaria acessível para todos. Neste sentido Ele estaria
mais próximo deles do que se Ele não tivesse ascendido às
alturas” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 669).

53
Outra citação que tem causado muita confusão é a seguinte:
“Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da
poderosa operação da terceira pessoa da Trindade...” (O
Desejado de Todas as Nações, cap. 73, “Não se Turbe o vosso
coração”, p. 671, ou p. 501 na 3ª edição).

A tradutora Isolina Waldvogel errou ao traduzir “Godhead”


(Divindade) por Trindade, o que, aliás, já é bem sabido. Mas,
com relação ao Espírito Santo ser chamado de terceira pessoa
da divindade, podemos fazer o seguinte arrazoado: a diferença
entre a presença invisível de Cristo e a presença invisível de
um anjo é que um anjo não pode ser onipresente como Cristo
pode ser. Não obstante, pode-se dizer que quando um anjo
está em forma visível, ele é uma pessoa, e quando está em
forma invisível, ele é “outra pessoa”, mas, naturalmente, esta
“outra pessoa” é o mesmo anjo! Pode-se pensar a mesma
coisa acerca da “terceira pessoa da Divindade”.

4.7 QUEM É O “OUTRO” CONSOLADOR?


“E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que
fique convosco para sempre.” (João 14:16)

Cristo costumava referir-Se a si próprio na terceira pessoa do


singular, como, por exemplo, „o Filho do Homem‟, o Bom
Pastor‟. Dois versículos adiante, em João 14:18, Cristo agora
se refere a Si mesmo como o Consolador, como fica evidente
na versão King James: “Não vos deixarei sem consolo; voltarei
para vós” (João 14:18).

54
Os discípulos entenderam perfeitamente que o Consolador
referia-se a Cristo. João também usava a palavra „outro‟ para
referir-se a si próprio, como em João 18:15-16; 20:2-4,8 e 21:2.
“O que disse nosso Salvador? “Não vos deixarei sem consolo;
virei para vós.” “Aquele que tem Meus mandamentos, e os
guarda, este é o que Me ama, e aquele que Me ama será
amado por Meu Pai; e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.
Quando as provas ofuscam a alma, lembre-se das palavras de
Cristo, lembre-se que Ele é uma invisível presença na pessoa
do Espírito Santo, e Ele será a paz e o conforto dado a vós,
manifestando-vos que Ele está convosco, o Sol da Justiça,
espantando as trevas. “Se alguém me ama”, disse Cristo,
“guardará a minha palavra: e meu Pai o amará, e viremos a
Ele, e faremos nele morada”. (João 14:23). Tende bom ânimo;
a luz virá, e vossa alma se regozijará grandemente no
Senhor.” (Letter 124, 1897); (Daughters of God, (1998) p.
185).

“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que


nos tem amado, e nos tem dado eterna consolação e boa
esperança pela graça, consolem os vossos corações, e vos
confirmem em toda a boa palavra e obra” (II Tessalonicenses
2:16 e 17) .

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai


das misericórdias e o Deus de toda consolação” (II Coríntios
1:3).

“...adoramos a Deus por Seu maravilhoso amor ao dar Jesus, o


Consolador” (Manuscript Releases, vol 19, p. 297).

Na citação precedente, Ellen White identifica claramente a


Jesus como o Consolador. Cristo pode nos consolar “porque

55
naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é capaz de
socorrer aos que são tentados” (Hebreus 2:18). Não é o
'terceiro Deus' dos trinitarianos que pode nos consolar, mas
sim, o próprio Jesus...
“E, quando ele [o Consolador] vier, ele convencerá o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo” (João 16:8).

“Quando sua vida tem estado em iminente perigo, Cristo, seu


Advogado, tem pleiteado em seu favor: 'Pai, poupe sua vida
um pouco mais. Ele tem sido uma árvore infrutífera, que tem
estorvado o solo; contudo, não o corte. Eu esperarei
pacientemente um pouco mais, e verei se não dará fruto. Eu
impressionarei o seu coração com a verdade. Eu o convencerei
do pecado” (Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 421).

Note que na citação precedente, é Cristo quem impressiona o


coração com a verdade e convence do pecado; e isto é obra do
Consolador, conforme João 16:8.
“Não existe consolador como Cristo, tão terno e tão
verdadeiro. Ele Se compadece de nossas fraquezas. Seu
Espírito fala ao coração. Podem as circunstâncias separar-nos
de nossos amigos; o vasto e turbulento oceano pode rolar
entre nós e eles. Embora prevaleça ainda sua sincera amizade,
talvez sejam incapazes de demonstrá-la fazendo por nós aquilo
que com gratidão haveríamos de receber. Mas circunstância
alguma, nenhuma distância pode separar-nos do Consolador
celestial. Onde quer que estejamos, aonde quer que vamos,
Ele sempre ali está, concedido em lugar de Cristo, para agir
por Ele. Está sempre à nossa mão direita, para nos falar
palavras amáveis e calmas; para apoiar, suster, erguer e
animar. A influência do Espírito Santo é a vida de Cristo no

56
coração. Esse Espírito atua em todo aquele que recebe a
Cristo, e por meio dEle. Os que experimentam em si essa
habitação do Espírito revelam seus frutos: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé.” (Review and
Herald, 26 de outubro de 1897. Meditações Matinais – Cuidado
de Deus pg. 242)

“A obra do Espírito Santo é imensuravelmente grande. É desta


fonte que vem poder e eficiência ao que trabalha para Deus; e
o Espírito Santo é o Consolador, como a presença pessoal de
Cristo para a alma” (Review and Herald, p. 617, col 3, Nov. 29,
1892).

“Eu, Eu mesmo sou quem vos consola; quem, pois, és tu para


que temas o homem que é mortal, e o filho do homem que se
tornará em erva?” (Isaías 51:12).

“Porque o Senhor consolará a Sião; Ele irá consolar todos os


lugares assolados...(Isaías 51:3).

4.8 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO


“O Espírito Santo tem uma personalidade, do contrário Ele não
poderia testemunhar para nosso espírito e com nosso espírito
que somos os filhos de Deus. Ele também deve ser uma pessoa
divina, do contrário Ele não poderia perscrutar os segredos que
estão ocultos na mente de Deus.” (Manuscript p. 20, 1906)

“Necessitamos compreender que o Espírito Santo, que é tanto


uma pessoa como Deus é uma pessoa, está caminhando por
esses terrenos” (Manuscript 66, 1899; e Evangelismo p. 616.
De uma palestra para estudantes no Colégio Avondale).

57
Muitos citam esta passagem para tentar provar que esta
“pessoa” é outro Deus. Porém, a própria Ellen White explica
esta frase em outra referência:
“Muitas vezes falhamos porque não compreendemos que Cristo
está conosco por meio de Seu Espírito tão verdadeiramente
como quando, nos dias de Sua humilhação, Ele se movia
visivelmente sobre a terra” (Testemunhos para a Igreja, vol. 4,
p. 529).

“O Salvador vos tem visitado frequentemente em Battle Creek.


Assim como Ele caminhou nas ruas de Jerusalém, desejando
soprar o sopro de vida espiritual nos corações daqueles
desencorajados e prontos para morrer, Ele tem vindo a vós”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 8, p. 67).

“Ou você tem medo do Espírito de Deus? Às vezes esse Espírito


tem vindo com a mais completa e penetrante influência à
escola de Battle Creek e de outros lugares. Já percebeu isso?
Atribui-Lhe a honra devida a um mensageiro celestial? ...O
Grande Mestre em Pessoa estava entre vocês. Vocês O
honraram? Ou era Ele um estranho para alguns dos
educadores? Houve necessidade de mandar buscar alguém
supostamente autorizado para saudar ou repelir esse
mensageiro do Céu? Embora invisível, Sua presença podia ser
percebida entre vocês” (Testemunhos para a Igreja, vol. 8, p.
61).

4.9 O “TRIO CELESTIAL” NÃO É A TRINDADE


“O Consolador que Cristo prometeu enviar após subir ao céu é
o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando

58
manifesto o poder da graça divina a todos que recebem e
creem em Cristo como um Salvador pessoal. Existem três
personalidades vivas do trio celestial; em nome destes três
grandes poderes o Pai, o Filho, e o Espírito Santo aqueles que
recebem Cristo por viva fé são batizados, e estes poderes irão
cooperar com os obedientes súditos do céu em seus esforços
para viver a nova vida em Cristo” (Special Testemonies, Series
B, Nº 7, pp. 62, 63 (1905); e Evangelismo p. 615).

Quando Ellen White estava escrevendo a frase: “Existem três


personalidades vivas do trio celestial”, ela primeiro escreveu
“pessoas” em vez de “personalidades”; mas depois ela corrigiu
para “personalidades”. Infelizmente, porém, os editores não
consideraram sua correção e mantiveram a palavra “pessoas”.
Veja o Apêndice D.
“Os Eternos Dignitários da Trindade. ─ Os eternos dignitários
celestes ─ Deus, e Cristo, e o Espírito Santo armando-os [os
discípulos] com mais do que energia mortal, ...avançariam com
eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado”
(Manuscript 145, 1901; e Evangelismo, p. 616).

Uma observação muito importante se faz necessária aqui. O


professor de Teologia Histórica na Universidade Andrews,
Leroy Edwin Froom, juntamente com o editor da revista
'Ministry', Roy Allen Anderson, inseriram o subtítulo com a
palavra 'Trindade' no livro Evangelismo. Conta-se que Leroy
Froom fez isso após sua chegada do Vaticano, em 1946.
Segundo o depoimento do Pastor Bill Hughes, tanto Leroy
Froom como Roy Allen Anderson eram sacerdotes (padres)
católicos infiltrados na IASD. (Veja o vídeo: “Pastor Bill Hughes
- Ancient & Modern Adventism - Catholic infiltration of the SDA

59
Church”, no You Tube). Ellen White nunca colocou a palavra
Trindade em seus escritos quando se referia ao Pai, ao Filho e
ao Espírito Santo. Evidentemente que, qualquer leitor que leia
“trio celestial”, “três grandes poderes”, ou “eternos dignitários
celestes” com um subtítulo no texto contendo a palavra
Trindade, deduz que Ellen White era trinitariana. Na verdade, a
palavra Trindade já tinha sido introduzida em 1931, dezesseis
anos após a morte de Ellen White, nas Crenças Fundamentais
dos Adventistas do Sétimo dia, contida no Anuário publicado
em 1931 pela 'Review and Herald Publishing Association'. E
isso só vem a comprovar o que ela disse em 1915:
“Estou encarregada de dizer a nosso povo que eles não
compreendem que o diabo tem estratagemas e mais
estratagemas, e ele os realiza de maneira que eles não
esperam. As agências de Satanás inventarão modos de fazer
pecadores de santos. Digo-vos agora, que quando eu repousar,
grandes mudanças terão lugar. Eu não sei quando serei
levada; e desejo avisar a todos contra os ardis do diabo. Eu
quero que o povo saiba que eu os avisei plenamente antes de
minha morte” (EGW, Manuscript 1, February 24, 1915).

A importância de todos pesquisarem por si mesmos não pode


ser superestimada! (Veja o apêndice B)
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera
tudo em todos” (I Coríntios 12: 4-6).

“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes


chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só
Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos,

60
o qual é sobre todos, e através de todos e em todos vós”
(Efésios 4:4-6).

“Portanto ide, e ensinai a todas as nações, batizando-os em


nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19).

O texto de Mateus 28:19 é, talvez, o mais importante texto


citado pelos trinitarianos. Dele, os trinitarianos inferem que
existe uma Trindade, de acordo com o dogma. Porém, o que
este texto está realmente dizendo? Ele está apenas dizendo
que existe um Pai, e um Filho e um Espírito Santo, tanto
quanto em I Coríntios 12:4-6 e em Efésios 4:4-6. Para
realmente provar que existe uma Trindade de acordo com o
dogma, deve-se provar aquelas quatro afirmações:
1. Existem três pessoas co-eternas que são três Deuses.
2. Os três são um ─ um Deus “triuno”.
3. Não há hierarquia na Trindade ─ tal Pai, tal Filho, e tal
Espírito.
4. Devemos adorar o Espírito Santo como adoramos ao Pai.
Veja a análise de Mateus 28:18 e19 no apêndice F “O Batismo
em Nome de Jesus”.

4.10 PASSAGENS EM QUE A TERCEIRA


PERSONALIDADE ESTÁ OMITIDA
“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que
também tenhais comunhão conosco; e verdadeiramente a
nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo.” (I
João 1:3)

61
Convém ressaltar que a palavra “verdadeiramente” em I João
1:3, que consta na versão King James, foi omitida na Almeida
Atualizada, na Almeida Corrigida, e na Almeida Corrigida e Fiel.
“Nossa força reside em nossa comunhão com Deus através de
Seu Filho unigênito e em nossa união uns com os outros”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 252).

“Todo aquele que transgride, e não persevera na doutrina de


Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo,
esse tem tanto ao Pai como ao Filho” (II João 9).

“Portanto, o que desde o princípio ouviste permaneça em vós.


Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes,
também permanecereis no Filho e no Pai” (I João 2:24).

“Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em mim, e eu


em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que Tu me enviaste” (João 17:21).

“Eu e meu Pai somos um” (João 10:30).

“Sempre serão encontrados os que se simpatizarão com


aqueles que estão errados. Satanás tinha simpatizantes no
céu, e tomou um grande número de anjos com ele. Deus e
Cristo e anjos celestiais ficaram de um lado, e Satanás de
outro. Apesar do infinito poder e majestade de Deus e de
Cristo, anjos se tornaram insatisfeitos. As insinuações de
Satanás tiveram efeito, e eles realmente vieram a crer que o
Pai e o Filho eram seus inimigos e que Satanás era o seu
benfeitor. Satanás tem o mesmo poder e o mesmo controle,
agora, sobre as mentes, somente que o seu poder tem
aumentado centenas de vezes pelo exercício e experiência”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 3, p. 328).

62
Por que, nesses versos, a terceira personalidade da Divindade
foi omitida? A resposta pode ser encontrada nos seguintes
textos:
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de
Deus, que ele resgatou com Seu próprio sangue” (Atos 20:28).
Este verso nos diz que o Espírito Santo é Cristo.

“Os inesgotáveis suprimentos do céu estão ao seu comando.


Cristo lhes dá o sopro de Seu próprio espírito, a vida de Sua
própria vida. O Espírito Santo emprega suas mais elevadas
energias para operar no coração e na mente” (Testemunhos
para a Igreja, vol. 6, p. 306).

“A vida de Cristo em vós produz os mesmos frutos que


produziram nEle. Vivendo em Cristo, apegando-se a Cristo,
nutrindo-se de Cristo, produzireis fruto conforme à semelhança
de Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 676, 677).

Destes versos podemos concluir que, como o Espírito Santo é


“o sopro de Seu próprio espírito, a vida de Sua própria vida”,
então, referindo-se a Cristo implica em referir-se ao Espírito
Santo ─ a própria vida de Cristo. Convém lembrar que “Um
Espírito é Deus, o Pai”, (João 4:24), e “o Senhor é aquele
Espírito”, (II Coríntios 3:17). Esta é a razão pela qual a terceira
personalidade está omitida em vários versos da Bíblia e do
Espírito de Profecia, como também na declaração sobre a
Divindade que constava no anuário (Year Book) da IASD, entre
1874-1914, mostrado abaixo:
Declarações sobre a Divindade no Anuário da IASD (1874 –
1914):

63
1) A TRINDADE – Nenhuma afirmação sobre a Trindade.
2) O PAI – Existe um Deus, um Ser espiritual, pessoal, o
Criador de todas as coisas, onipotente, onisciente, e
eterno, infinito em sabedoria, justiça, bondade e
misericórdia; imutável, e presente em toda parte por Seu
representante, o Espírito Santo.
3) O FILHO – Existe um Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai
Eterno, Aquele pelo qual Ele criou todas as coisas, e pelo
qual elas subsistem...
4) O ESPÍRITO SANTO – Nenhuma afirmação sobre o
Espírito Santo. A afirmação sobre o Espírito Santo estava
incluída na afirmação sobre o Pai o qual está “presente em
toda parte por Seu representante, o Espírito Santo.”
No céu existe um trono onde Jesus se assenta, e um trono
onde Deus se assenta. (Apocalipse 3:21; 22:1). A Bíblia não
menciona um trono para o Espírito Santo.
Quando Cristo voltar à Terra, Ele virá à destra de Deus.
(Mateus 26:64; 16:27; Marcos 14:62; Lucas 9:26 e Salmos
110:5). Com Seu Espírito (uma espada afiada que sai de Sua
boca) Ele matará as nações (Apocalipse 19:15).

4.11 A MISTERIOSA NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO


Espírito em hebraico é “Ruach”, que significa “Força invisível”.
Em grego, a palavra é “Pneuma”, que significa “sopro”, e
“Hagion pneuma” é “Santo sopro”.
“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim
como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo

64
dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo”(João 20:21 e 22).

Com o ato de soprar sobre os discípulos, Cristo mostrou-lhes


como Ele envia Seu Espírito:
“Cristo soprou sobre Seus discípulos, e disse: “Recebei o
Espírito Santo”. Este é o grande dom do céu. Cristo
comunicou-lhes através do Espírito Sua própria santificação.
Ele os imbuiu com Seu poder, para que pudessem ganhar
almas para o evangelho. Daí em diante Cristo viveria por meio
de suas faculdades, e falaria por suas palavras. Eles foram
privilegiados por saber que de agora em diante Ele e eles
deveriam ser um. Eles deveriam acariciar Seus princípios e ser
controlados por Seu Espírito” (Filhos e Filhas de Deus, p. 294).

“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-poderoso me


tem dado vida” (Jó 33:4).

“Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus


matará com o Espírito de sua boca e o destruirá pela
manifestação de Sua vinda” (II Tess. 2: 8).

“Ora, Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do


que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder
que opera em nós” (Efésios 3:20).

“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito


Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por
isso também o ente santo que nascerá de ti será chamado
Filho de Deus” (Lucas 1:35).

“Os ramos não sustentam a vinha, mas a vinha sustenta e


nutre os ramos. A igreja não sustenta a Cristo, porém Cristo,

65
pelo Seu poder vital, sustenta a igreja” (Testemunhos para a
Igreja, vol. 5, p. 344).

“Nada, a não ser as influências do evangelho que comunicam


vida, pode ajudar a alma. Ore para que as poderosas energias
do Espírito Santo, com todo seu poder vivificante, restaurador
e transformador, possam cair como um choque elétrico à alma
acometida de paralisia, fazendo com que cada nervo vibre com
nova vida, restaurando todo homem de seu estado mortal,
terreno e sensual para a sanidade espiritual. Assim, tornareis
participantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção
que pela concupiscência está no mundo; e em vossas almas
será refletida a imagem dAquele por cujos vergões fostes
sarados” (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 267).

“Quando Ele vos der a mente de Cristo, vossa vontade torna-


se Sua vontade e vosso caráter é transformado para ser
semelhante ao caráter de Cristo” (Testemunhos para a Igreja,
vol. 5, p. 515)

“Nunca poderemos ver o reino dos céus a menos que


tenhamos a mente e o espírito de Cristo” (Testemunhos para a
Igreja, vol. 5, p. 336).

Nos versos precedentes, o Espírito Santo é considerado como


sendo o sopro de Cristo (ou de Deus), Seu poder e Sua mente.
Se considerarmos o Espírito Santo como uma pessoa, será
que isto ajudaria a esclarecer a sua natureza? Na carta que
Ellen White escreveu para o Irmão Chapman, em 1891, ela
disse que “a natureza do Espírito Santo é um mistério não
claramente revelado”, e “não é essencial para ti saber e ser
capaz de definir exatamente o que o Espírito Santo é”. Não
seria pelo fato de Ellen White pensar assim, que ela nunca

66
tentou corrigir Urias Smith por ele não pensar que o Espírito
Santo fosse uma pessoa?
Note a resposta dada por Urias Smith na revista 'Review and
Herald', LXIX (September 6, 1892), p. 568:
Pergunta: ─ Se Deus é um espírito (João 4:24) e ao mesmo
tempo uma pessoa (Daniel 7:9), o mesmo raciocínio não
provaria que o Espírito Santo é uma pessoa, como referido em
João 14:26?

Resposta: ─ Não; pois Deus em outra parte é descrito e


representado como uma pessoa; mas o Espírito Santo não. O
fato de que o Espírito Santo é personificado em João 14, e
assim dito como agindo de maneira pessoal e individual, não
prova que ele seja uma pessoa, nada além do que o amor, dito
em I Coríntios 13 como desempenhando certos atos e
exercendo certas emoções, prova que a caridade, ou amor, é
uma pessoa. (Uriah Smith, In the Question Chair,” Review and
Herald., LXIX (September 6, 1892), 568).

Note, agora, a aprovação que Ellen White dá aos escritos de


Urias Smith na Review and Herald, em Mensagens Escolhidas,
volume 2, página 226:
“Podemos facilmente contar os primeiros portadores de
responsabilidades que ainda vivem [1902]. O Pastor [Urias]
Smith ligou-se a nós no princípio da obra de publicações.
Trabalhou junto a meu marido. Esperamos ver sempre seu
nome na Review and Herald, encabeçando a lista dos
redatores, pois assim deve ser. Os que iniciaram a obra e que
combateram bravamente quando a peleja era árdua, não
devem agora perder sua firmeza. Devem ser honrados pelos
que entraram para a obra depois de haverem sido suportadas

67
as privações mais duras.
Tenho muita simpatia para com o Pastor Smith. Meu interesse
vital na obra de publicações está ligado a ele. Veio ele ter
conosco quando jovem, possuindo talentos que o habilitavam a
ocupar o lugar de redator. Como me alegro quando leio seus
artigos na Review ─ tão excelentes, tão repletos de verdade
espiritual! Dou graças a Deus por eles. Sinto forte simpatia
pelo Pastor Smith, e creio que seu nome deve sempre aparecer
na Review, como redator principal. Assim Deus deseja.
Quando, alguns anos atrás, seu nome foi colocado em segundo
lugar, senti-me ferida. Quando de novo foi colocado em
primeiro lugar, chorei, e disse: “Graças a Deus!” Oxalá fique
sempre ali, como Deus deseja que continue, enquanto a mão
direita do Pastor Smith puder empunhar uma pena. E quando
faltar o poder de sua mão, que seus filhos escrevam, ditando-
lhes ele. Sou grata por poder ainda o Pastor J. N.
Loughborough usar suas habilidades e dons na causa de Deus.
Ele tem ficado fiel em meio a tempestades e provações. Com o
Pastor Smith, meu esposo, irmão Butler, que a nós se uniu
mais tarde, e vós [S. N. Haskell], pode ele dizer: “O que era
desde o princípio..., o que vimos e ouvimos, isso vos
anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a
nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo.” I
João 1:1-3, (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 226).

Embora Ellen White tenha dito que o Espírito Santo é uma


pessoa, ela nunca corrigiu o Pastor Urias Smith pelo seu ponto
de vista a respeito da natureza do Espírito Santo. E isto, muito
provavelmente, porque ela entendia que defender um aspecto
do Espírito de Deus em vez de outro é algo inútil, visto que “a
natureza do Espírito Santo é um mistério não claramente

68
revelado.” Note a importante recomendação do Espírito de
Profecia a esse respeito:
“Eu sabia que o Ômega se seguiria em pouco tempo, e tremi
por nosso povo. Sabia que deveria advertir nossos irmãos e
irmãs a não entrar em controvérsia sobre a presença e
personalidade de Deus.” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p.
203)

4.12 A CHUVA SERÔDIA E A CHUVA TEMPORÃ


“Então conheceremos, se prosseguirmos em conhecer o
Senhor; como a manhã Sua vinda está preparada, e Ele virá a
nós como a chuva, como a última e a primeira chuva sobre a
terra” (Oséias 6:3; KJV).

“Cristo, na qualidade de mediador, concede a Seus servos a


presença do Espírito Santo. É a eficiência do Espírito que
capacita os agentes humanos a serem representantes do
Redentor na obra de salvar. Para podermos nos unir com
Cristo nesta obra, deveríamos nos colocar sob a modeladora
influência de Seu Espírito. Por meio do poder assim
comunicado podemos co-operar com o Senhor nos laços de
unidade como co-obreiros com Ele na salvação de almas. A
cada um que oferece a si mesmo ao Senhor para trabalhar,
não retendo nada, é dado poder para a consecução de
imensuráveis resultados. O Senhor Deus está comprometido
por uma promessa eterna a suprir poder e graça a todos os
que são santificados pela obediência à verdade. Cristo, para
quem é dado todo poder nos céus e na terra, coopera em
simpatia com Suas instrumentalidades ─ as fervorosas almas
que dia após dia participam do pão vivo, “que desce dos céus”

69
João 6:50. A igreja na terra, unida à igreja no céu, pode
realizar todas as coisas” (Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p.
30) .

“No dia de Pentecostes o Infinito revelou-Se a Si mesmo em


poder para a Igreja. Por Seu Santo Espírito Ele desceu das
alturas dos céus como um vento impetuoso e poderoso, à sala
onde os discípulos estavam reunidos. Era como se por eras
esta influência tivesse sido retida, e agora o céu se regozijava
em ser capaz de derramar sobre a igreja as riquezas do poder
do Espírito. E, sob a influência do Espírito, palavras de
penitência e confissão eram misturadas com hinos de louvor
pelos pecados perdoados. Palavras de gratidão e de profecia
foram ouvidas. Todo o céu curvou-se para contemplar e adorar
a sabedoria de inigualável e incompreensível amor. Absortos
em admiração, os apóstolos e discípulos exclamaram: “Nisto
está o amor” (I João 4:10). Eles agarraram o dom comunicado.
E, o que se seguiu? Milhares foram convertidos em um dia. A
espada do Espírito, recém afiada com poder e banhada nos
relâmpagos do céu, cortou seu caminho por entre a descrença”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p. 31).

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que vossos


pecados sejam apagados, quando vierem os tempos de
refrigério da presença do Senhor; e Ele envie a Jesus Cristo, o
qual foi anteriormente pregado a vós” (Atos 3:19, 20).

Em Atos 3:19 e 20 nos é dito que quando os tempos de


refrigério vierem, Jesus será enviado por Seu Pai. Esta será a
chuva Serôdia. E, na citação precedente, nos é dito que
“Cristo, na qualidade de mediador, concede a Seus servos a
presença do Espírito Santo.” Isto porque a Cristo “é dado todo
poder nos céus e na terra.” E, “no dia de Pentecostes o Infinito

70
revelou-Se a Si mesmo em poder para a Igreja. Por Seu Santo
Espírito Ele desceu das alturas dos céus como um vento
impetuoso e poderoso.” E isto porque “o Senhor Deus está
comprometido por uma promessa eterna a suprir poder e graça
a todos os que são santificados pela obediência à verdade.”
Esta foi a chuva Temporã. Mais uma vez, podemos perceber
que o Espírito Santo origina-se do Pai, vai para Seu Filho, e,
então para Seu povo.
“A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com
menor manifestação do poder de Deus do que assinalou o seu
início. As profecias que se cumpriram no derramamento da
chuva temporã no início do evangelho devem novamente
cumprir-se na chuva serôdia, no final do mesmo. Eis aí “os
tempos de refrigério” que o apóstolo Pedro esperava quando
disse: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam
apagados os vossos pecados, quando os tempos de refrigério
vierem pela presença do Senhor; e envie Ele a Jesus Cristo o
qual foi antes pregado a vós” (Atos 3:19,20), (O Grande
Conflito, p. 611 e 612).

“Como o dom divino ─ o poder do Espírito Santo ─ foi dado aos


discípulos, assim será hoje dado a todos que buscam
corretamente... Ao dar-nos Seu Espírito, Deus nos dá a Si
mesmo, fazendo a Si mesmo uma fonte de influências divinas,
para dar saúde e vida para o mundo” (Testemunhos para a
Igreja, vol. 7, p. 273).

4.13 O ESPÍRITO SANTO E A CRIAÇÃO


“O Pai e o Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra
que tinham planejado – a criação do mundo... Depois que a

71
Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a
cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de
fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado
juntos na criação da Terra e de toda a criatura viva sobre ela.
E agora, disse Deus a Seu Filho: “Façamos o homem à Nossa
imagem” (História da Redenção, cap. 2, p. 20 e 21).

Note a seguinte frase na citação precedente: “disse Deus a


Seu Filho: Façamos o homem à nossa imagem”. A forma plural
“façamos” é plural de dois, não de três! Deus usou o verbo
“façamos”, referindo-se a Ele e a Seu Filho, mas não a Ele,
Seu Filho e ao Espírito Santo.
“O Pai operou através de Seu Filho na criação de todos os
seres celestiais” (Patriarcas e Profetas, p. 34).

“Através de Cristo, Deus trabalha para trazer o homem de


volta à sua primeira relação com o seu Criador e para corrigir
as influências desorganizadoras introduzidas por Satanás”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 237).

“E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério,


que desde o princípio do mundo tem sido oculto em Deus,
quem criou todas as coisas por Jesus Cristo” (Efésio 3:9; KJV).

“Porque por Ele [Cristo] foram criadas todas as coisas que há


nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam
dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi
criado por Ele e para Ele” (Colossenses 1:16).

"Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército


deles pelo espírito da Sua boca" (Salmos 33:6).

“Quando considero os céus, obra de Teus dedos, a lua e as


estrelas, que tens ordenado,...” (Salmos 8:3)

72
“Assim diz o Senhor, Teu redentor, o mesmo que te formou
desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as
coisas, que sozinho estendi os céus e por Mim mesmo espraiei
a terra” (Isaías 44:24, KJV).

O Senhor [o Pai] disse, em Isaías 44:24:


“Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho
estendi os céus e por Mim mesmo espraiei a terra.”

A fim de entender este verso, precisamos levar em


consideração Colossenses 1:19:
“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle
habitasse.”

O poder criador que Cristo recebeu de Seu Pai está em Seu


Espírito. Desta forma, o Pai criou todas as coisas por Seu Filho
(Colossenses 1:16; Efésios 3:9). Outra vez notamos que o
Espírito Santo origina-se do Pai e vai para o Filho.
“…Temei a Deus e dai-Lhe glória; porque é vinda a hora de Seu
juízo. E adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas” (Apocalipse 14:7).

Em Apocalipse 14:7 a mensagem é: “Adorai Aquele [singular]


que fez o céu”, porque, como analisado anteriormente, o Pai
fez sozinho e por Si mesmo. Porém, por determinação do Pai,
Cristo também deve ser adorado (Hebreus 1:6), mas esta
ordem nunca foi extensiva ao Espírito Santo. Pese as
evidências!

73
4.14 O PONTO CENTRAL É ADORAÇÃO
O ponto central em nosso estudo da Divindade e da Trindade é
adoração. Satanás quer confundir as mentes trazendo este
assunto fora de seu foco. Ele quer que a IASD se divida ─
coisa que já vem acontecendo desde a década de 1930, com
Leroy Froom ─ entre aqueles que acreditam que o Espírito
Santo seja uma pessoa, e aqueles que acreditam que ele seja
um poder invisível ou um sopro. Porém, visto que a natureza
do Espírito Santo é um mistério, esta divisão só levará a
separação e enfraquecimento da igreja. O leitor necessita
convencer-se a si mesmo de que é inútil tomar partido nesta
questão, isto é, defender um aspecto do Espírito Santo em vez
de outro.
Agora, a pergunta que se impõe é esta: A qual Deus devemos
adorar: a um Deus “triuno”, ou ao Deus uno? Para os
trinitarianos é um Deus triuno. Neste caso, a „Terceira Pessoa‟
deve ser adorada junto com a Primeira e a Segunda! E isto era
tudo o que Lúcifer queria quando estava no Céu! Porém, não
há nenhum apoio Bíblico para esta proposta. Como já vimos, a
primeira mensagem angélica ordena adoração ao único Deus
Jeová (Êxodo 20:3; Deuteronômio 6:4; João 17:3, Isaías 45: 5
e 6). E, por determinação do Pai (Hebreus 1:6), a adoração é
extensiva ao Filho. Para os santos, um forte motivo de
adoração ao Filho também está baseado em Sua tremenda
vitória sobre as tentações, e isso, em natureza humana caída.
Na “Declaração dos Princípios Fundamentais Ensinados e
Praticados pela Igreja Adventista do Sétimo dia”, mantida até

74
1914 pelos pioneiros, lemos o seguinte, na décima sétima
declaração:
17) “Que Deus, de acordo com Seu uniforme trato com a raça
humana, proclama a aproximação do segundo advento de
Cristo; que esta obra é simbolizada pelas três mensagens
de Apocalipse 14, a última mostrando a obra de reforma
na lei de Deus, para que Seu povo possa adquirir um
completo preparo para aquele evento.”

Uma das obras de reforma na lei de Deus, para que Seu povo
possa adquirir um completo preparo para a segunda vinda de
Cristo, é a verdadeira observância do primeiro mandamento:
“Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo 20:3).

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros


adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o
Pai procura a tais que assim O adorem. Deus é um Espírito, e
aqueles que O adoram devem adorá-lO em espírito e em
verdade” (João 4:21-24).

Cristo, no deserto da tentação, disse o seguinte:


“Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás, e somente a Ele servirás” (Mat. 4:10).

A Bíblia também ensina o seguinte:


“E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo
da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há,
dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro,
sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para
todo o sempre” (Apocalipse 5:13).

75
“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém
ministrar, ministre segundo o poder que Deus dá; para que em
tudo Deus seja glorificado através de Jesus Cristo, a quem
pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.”
(Apocalipse 4:11).

“Adão e Eva asseguraram aos anjos que nunca transgrediriam


o expresso mandamento de Deus, pois era seu mais elevado
prazer fazer a Sua vontade. Os anjos associaram-se a Adão e
Eva em santos acordes de harmoniosa música, e como seus
cânticos ressoassem cheios de alegria pelo Éden, Satanás
ouviu o som de suas melodias de adoração ao Pai e ao Filho. E
quando Satanás ouviu-o, sua inveja, ódio e malignidade
aumentaram, e ele expressou sua ansiedade a seus
seguidores, de incitá-los (Adão e Eva) a desobedecerem até
que de uma vez caíssem sob a ira de Deus e mudassem seus
cânticos de louvor em ódio e maldições ao seu Criador”
(História da Redenção, p. 31).

Note que “Satanás ouviu o som de suas melodias de adoração


ao Pai e ao Filho. “E quando Satanás ouviu-o, sua inveja, ódio
e malignidade aumentaram...” Este é o ponto fraco de Satanás
─ adoração. Ele quer ser adorado de qualquer jeito! E de fato
ele é adorado de muitas outras formas.
"Eu sinto meu espírito agitado dentro de mim. Eu sinto até o
fundo de minha alma que a verdade deve ser levada a outros
países e nações, e a todas as classes. Que os missionários da
cruz proclamem que há um só Deus, e um Mediador entre
Deus e os homens, o qual é Jesus Cristo, o Filho do Infinito
Deus. Isto precisa ser proclamado em cada igreja de nossa
terra. Os cristãos precisam saber disso, e não colocar os
homens onde Deus deveria estar, para que eles não sejam

76
mais adoradores de ídolos, mas sim do Deus vivo. Existe
idolatria em nossas igrejas" (Ellen White, 1888 Materials, p.
886).

Na citação precedente, Ellen White disse: “Os cristãos


precisam saber disso, e não colocar os homens onde Deus
deveria estar, para que eles não sejam mais adoradores de
ídolos, mas sim do Deus vivo.” O que ela quis dizer com
“colocar os homens onde Deus deveria estar”? Nós podemos
colocar os homens onde Deus deveria estar quando
acreditamos em qualquer doutrina ou dogma de concepção
humana que seja contrária à palavra de Deus. Com relação à
frase: “Idolatria existe em nossas igrejas”, veja o Apêndice A.
“Que os homens adorem e sirvam ao Senhor Deus, e a Ele
somente. Que nenhum orgulho egoísta seja enaltecido e tido
como um deus. Que não seja feito um deus do dinheiro. Se a
sensualidade não for mantida sob o controle das mais elevadas
faculdades da mente, as paixões vulgares dominarão o ser.
Qualquer coisa que se torne objeto de pensamento e
admiração indevidos, absorvendo a mente, é um deus
escolhido diante do Senhor. Jeová, o eterno, auto existente, O
não-criado, Ele próprio a fonte e mantenedor de tudo, é o
único autorizado a suprema reverência e adoração. O homem
está proibido a dar a qualquer outro objeto o primeiro lugar em
suas afeições ou em seu serviço. Seja o que for que
acariciemos que tenda a diminuir nosso amor por Deus ou a
interferir com o serviço devido a Ele, disto fazemos um deus”
(EGW, “Filhos e Filhas de Deus”, cap. 2, p. 56).

Seria Ellen White uma trinitariana? Caro leitor, pese as


evidências!

77
5. LÚCIFER: O MAIS HONRADO DEPOIS DE CRISTO
“O mal se originou com Lúcifer, o qual se rebelou contra o
governo de Deus. Antes de sua queda ele era um Querubim
cobridor, distinguido por sua excelência. Deus o fez bom e
belo, tão semelhante a Si mesmo quanto possível. Dele está
escrito: Tu foste perfeito em teus caminhos desde o dia em
que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.” (Review
and Harold, Sept. 24, 1901, par. 4).

“Os registros de alguns são semelhantes ao do exaltado anjo a


quem foi dada uma posição logo abaixo à de Jesus Cristo nas
cortes celestes. Lúcifer estava revestido de glória como a de
Querubim cobridor. Contudo, este anjo que Deus havia criado,
e dotado de poder, teve desejo de ser como Deus.” (Bible
Commentary, vol. 4, chapter 14, p. 1143).

“Lúcifer no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e


exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de
Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e
exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando
grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e
majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e
brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros
anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus tinha
preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o
Pai antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a Cristo,
e gradualmente pretendeu o comando que pertencia a Cristo
unicamente.” (História da Redenção p.13).

“Aqui Satanás estendeu o mundo diante de Cristo sob a mais


atraente luz e deu-lhe a entender que Ele não precisaria
suportar tanto sofrimento para obter os reinos da terra;
Satanás cederia a todos os seus direitos se Cristo somente o

78
adorasse. A insatisfação de Satanás começou primeiro no céu
porque ele não podia ser o primeiro e o mais elevado em
comando em igualdade com Deus, exaltado acima de Cristo.”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 293 e 294).

Na citação precedente, podemos notar a hierarquia que havia


no céu: Deus é o primeiro, Cristo o segundo, e Lúcifer era o
terceiro.
“O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o
mais honrado por Deus e era o mais elevado em poder e glória
entre os habitantes dos céus. Lúcifer, o “filho da manhã,” era o
primeiro querubim cobridor, santo e sem defeito. Ele
permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes
raios de glória envolvendo o eterno Deus repousavam sobre
ele.” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 35).

“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das


estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da
congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre
as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”
(Isaías 14:13, 14).

Lúcifer ocupava a terceira posição no céu, imediatamente


abaixo de Cristo. Mas ele estava descontente, e queria ser
igual ao Pai. E isto nos reporta ao dogma da Trindade,
segundo o qual a terceira pessoa da Trindade deve ser
adorada e glorificada juntamente com o Pai e o Filho. Qualquer
semelhança com o dogma não é mera coincidência! Por outro
lado, a Bíblia não diz em parte alguma qual seja a posição do
Espírito Santo na hierarquia celeste. Mateus 28:19 não
comprova a Trindade.

79
CONCLUSÃO
No livro 'Primeiros Escritos', páginas 54 e 55, Ellen White disse
o seguinte:
“Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho.
Contemplei o semblante de Jesus e admirei Sua adorável
pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma
nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai
tinha a forma dEle, e Jesus disse que sim, mas eu não poderia
contemplá-Lo, pois disse: “Se uma vez contemplares a glória
de Sua pessoa, deixarás de existir” (Primeiros Escritos, p. 54).

Note que Ellen White viu a pessoa de Cristo, porém não viu a
pessoa do Pai. Não nos é dito que ela tenha visto “a pessoa”
do Espírito Santo. Em vez disso, ela viu o seguinte:
“Perante o trono vi o povo do advento ─ a igreja e o mundo. Vi
dois grupos, um curvado perante o trono, profundamente
interessado, enquanto outro permanecia indiferente e
descuidado. Os que estavam curvados perante o trono
ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus
olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele. Uma
luz ia do Pai para o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi
então uma luz excessivamente brilhante que vinha do Pai para
o Filho e do Filho ela se irradiava sobre o povo perante o trono.
Mas poucos recebiam esta grande luz. Muitos saíam de sob ela
e imediatamente resistiam-na; outros eram descuidados e não
estimavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns a
apreciavam, e iam e se curvavam com o pequeno grupo em
oração. Todo este grupo recebia a luz e se regozijava com ela,
e seu semblante brilhava com glória” (Primeiros Escritos, p.
54, 55).

80
Que luz era essa, que “ia do Pai para o Filho, e do Filho para o
grupo em oração”, e que alguns podiam “resisti-la”? Sem
dúvida, essa luz era o Espírito Santo ─ o Espírito que procede
do Pai. Em seguida, Ellen White disse:
“Então contemplei a Jesus, o grande Sumo Sacerdote, de pé
perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia
uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Os
que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no
santíssimo, e oravam: "Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito." Então
Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia
luz, poder e muito amor, alegria e paz” (Primeiros Escritos, p.
55).

Portanto, podemos dizer que Ellen White viu o Espírito Santo


como uma brilhante luz, e como um sopro, pois “neste sopro
havia luz, poder e muito amor, alegria e paz.” Porém, ela não
viu o Espírito Santo como uma “pessoa”. Não obstante, muitos
preferem apegar-se ao conceito de pessoa para o Espírito
Santo – embora Ellen White não o tenha visto como tal – do
que apegar-se ao conceito de luz ou sopro os quais ela viu.
Embora Ellen White tenha dito que o Espírito Santo seja a
terceira pessoa da Divindade ─ pessoa no sentido de ter uma
personalidade ─ isto, não obstante, continua sendo um mistério
para a mente humana, assim como considerar o Espírito Santo
como um sopro ou um poder invisível. Nenhuma mente finita
pode imaginar uma “pessoa” que “sonda mente e corações”
(Apoc. 2:23) de cada ser humano na terra e de cada habitante
de outros mundos não caídos, em outras Galáxias, ao mesmo
tempo! Este é o mistério da onipresença de Deus. Portanto, é

81
muito importante considerar as seguintes citações do Espírito
de Profecia:
“A natureza do Espírito Santo é um mistério não claramente
revelado... Não é essencial para ti conhecer e ser capaz de
definir exatamente o que o Espírito Santo é.” (Manuscript
Releases, vol. 14, Nº 1107, June 11, 1891, p. 179).

“Sabia que deveria advertir nossos irmãos e irmãs a não entrar


em controvérsia sobre a presença e personalidade de Deus.”
(Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 203).

Porém, esperamos que o leitor tenha percebido uma sutileza


em se pôr muita ênfase no termo “terceira pessoa da
Divindade”. Isto porque é necessário menos esforço para
convencer alguém a adorar esta “pessoa divina” do que
convencer alguém a adorar um poder invisível ou um sopro! E
já vimos que adorar um Deus “Triuno” é adorar, juntamente
com a primeira e a segunda, a terceira pessoa na hierarquia do
céu, isto é, Lúcifer antes da queda.

APÊNDICE A
A.1 UM POUCO DE HISTÓRIA
“Então lhe disse Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás” (Mateus
4:10).

“Satanás estava desconcertado. Ele então estudou como


poderia realizar seu propósito e receber a honra da raça
humana a qual lhe foi recusada no céu e por Jesus na terra.”
(Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 294).

82
Note esta frase: “Ele então estudou como poderia realizar seu
propósito e receber a honra da raça humana a qual lhe foi
recusada no céu e por Jesus na terra.” É provável que, após
sua derrota no deserto da tentação, Satanás tenha começado a
tramar a doutrina da Trindade. E, se a doutrina da Trindade
teria que predominar, então a doutrina de Ário teria que ser
tirada. Os seguidores de Ário teriam que ser perseguidos como
hereges. O relato da história confirma isto.
“Certo Alexandre era bispo de Alexandria. Ário [256-336 AD]
era um presbítero encarregado de uma paróquia na mesma
cidade. Alexandre tentava explicar 'a unidade da Santa
Trindade'. Ário divergia dos pontos de vista expostos por
Alexandre. Um tipo de sínodo dos presbíteros da cidade foi
convocado, e a questão foi discutida. Ambas as partes
declararam vitória, e a controvérsia se espalhou. Então
Alexandre convocou um concílio de cem bispos, pela maioria
dos quais os pontos de vista de Alexandre foram endossados.
Nisso, Ário foi ordenado a abandonar suas próprias opiniões, e
a adotar as de Alexandre. Ário se recusou, e Alexandre o
excomungou e a todos os que com ele mantinham a mesma
opinião, dos quais havia um número considerável de bispos e
de outros clérigos, e muitos do povo.” (A. T. Jones, “As Duas
Repúblicas”, p. 332; publicado em 1891 pela 'The Review and
Herald Publishing Company', Battle Creek, Michigan).

“Circulou uma falsa acusação de que todos os que se


chamavam Arianos acreditavam que Cristo era um ser criado.
[Nota de rodapé: É duvidoso se muitos criam ser Cristo um ser
criado. Geralmente, aqueles grupos evangélicos que se
opunham ao papado e que eram rotulados de Arianos
confessavam tanto a divindade de Cristo como também que Ele

83
era gerado, não criado, do Pai. Eles recuaram de outras
deduções extremas e especulações concernentes à
Divindade].” (Benjamin G. Wilkinson, “A Verdade Triunfante”,
p. 92).

Basicamente, Ário sustentava que Cristo não era co-eterno


com o Pai, mas era um Filho gerado. Sua doutrina foi
vigorosamente condenada pelos bispos Atanásio e Alexandre
que buscaram o apoio do Imperador Justiniano contra Ário. A
primeira parte do Código de Justiniano dizia o seguinte:
O CÓDIGO DE NOSSO SENHOR O MAIS SACRADO
IMPERADOR JUSTINIANO SEGUNDA EDIÇÃO
VOLUME 1

TÍTULO 1

RELATIVO A MAIS EXALTADA TRINDADE E À FÉ


CATÓLICA E PROVENDO QUE NINGUÉM OUSARÁ
PUBLICAMENTE OPOR-SE A ELAS.

 Os Imperadores Graciano, Valentiniano, e Teodósio para o


povo da cidade de Constantinopla.

Desejamos que todo povo sujeito a Nosso benigno Imperador


viva sob a mesma religião a qual o Divino Pedro, o Apóstolo,
deu aos romanos, e àquilo que a dita religião declara que foi
apresentado por ele próprio, e que é bem sabido que o
Pontífice Damasco, e Pedro, Bispo de Alexandria, um homem
de santidade apostólica, abraçou; isto é, de acordo com as
regras de disciplina apostólica e a doutrina evangélica,
devemos crer que o Pai, Filho, e Espírito Santo constituem uma
única Deidade, dotada com igual majestade, e unida na Santa
Trindade.

84
 Ordenamos a todos os que seguem esta lei a assumirem o
nome de Cristãos Católicos, e a considerarem os outros
como dementes e insanos. Ordenamos que eles levem a
infâmia de heresia; e quando a vingança Divina que eles
merecem tiver sido satisfeita, que sejam punidos, daí em
diante, de acordo com Nosso ressentimento, o qual temos
adquirido do julgamento do Céu.

Datado de Tessalônica, ao terceiro do calendário de Março,


durante o Consulado de Graciano, Cônsul pela quinta vez, e
Teodósio.

Fonte: Corpus Juris Civilis (A Lei Civil, o Código de Justiniano),


por S.P. Scott, A.M., publicado pela 'Central Trust Company',
Cincinnati, copyright 1932, Volume 12 [de 17], páginas 9-12,
125. http://www.aloha.net/~mikesch/ ).

Vejamos, agora, o que diz o Espírito de Profecia:


“A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do
século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de
justiça aparente, introduziu-se na igreja. Progredia
rapidamente a obra de corrupção. O paganismo, conquanto
parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito
dominava a igreja. Suas doutrinas, cerimônias e superstições
incorporaram-se à fé e culto dos professos seguidores de
Cristo. Esta mútua transigência entre o paganismo e o
cristianismo resultou no desenvolvimento do "homem do
pecado", predito na profecia como se opondo a Deus e
exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião
falsa é a obra prima do poder de Satanás - monumento de
seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra
segundo a sua vontade. Uma vez Satanás se esforçou por
estabelecer um compromisso mútuo com Cristo. Chegando-se

85
ao Filho de Deus no deserto da tentação, e mostrando-Lhe
todos os reinos do mundo e a glória dos mesmos, ofereceu-se
a entregar tudo em Suas mãos se tão-somente reconhecesse a
supremacia do príncipe das trevas. Cristo repreendeu o
pretensioso tentador e obrigou-o a retirar-se. Mas Satanás
obtém maior êxito em apresentar ao homem as mesmas
tentações. “Para conseguir proveitos e honras humanas, a
igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens
da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo, foi induzida a
prestar obediência ao representante de Satanás – o bispo de
Roma”. (EGW, O Grande Conflito, p. 49, 50).

A profecia de Daniel 7:8 tem a ver com os Arianos e os


Católicos:
“Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu
outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres
foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os
de homem, e uma boca que falava grandes coisas” (Daniel
7:8).

É consenso que os três chifres de Daniel 7:8 representam os


Hérulos, os Vândalos e os Ostrogodos, os quais eram
seguidores da doutrina de Ário. Eles foram “arrancados pela
raiz”, pelo chifre pequeno, ou seja, o Papado, na pessoa de
Teodósio. A Bíblia diz que o dragão, ou seja, Satanás, “lhe deu
seu poder, seu trono, e grande autoridade.” (Apocalipse 13:2).
Se a doutrina de Ário estivesse errada, por que Satanás faria
guerra contra esses três povos? Considere Mateus 12:26: “E,
se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo;
como subsistirá, pois, o seu reino?” (Mateus 12:26). Está claro,
portanto, que o papado guerreou contra estes três povos,

86
porque a doutrina da Trindade católica a qual tinha sido
declarada como um credo no Concílio de Constantinopla (381
DC) deveria prevalecer sobre o Arianismo.

A.2 OS PIONEIROS E A TRINDADE


Hoje, muitos adventistas acusam os pioneiros, principalmente
Urias Smith e Tiago White, de serem semi-arianos ou arianos.
Porém, nos escritos de Ellen White não encontramos nenhuma
reprovação a seus pontos de vista Ariano. Em relação ao seu
esposo, Tiago White, ela escreveu:
“Deus nos têm dado [a mim e a meu esposo] um testemunho
o qual alcançará os corações. Ele tem aberto diante de mim
muitos canais de luz, não somente para meu benefício, mas
para o benefício de Seu povo em geral. Ele também tem dado
a meu esposo grande luz sobre assuntos da Bíblia, não para si
apenas, mas para outros” (Testemunhos para a Igreja, vol. 3,
p. 85).

Note algumas declarações de Tiago White sobre a Trindade:


“O modo como espiritualizam, dispondo ou negando o único
Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo como sendo o
primeiro, usando o velho credo não-escriturístico trinitariano,
isto é, que Jesus Cristo é o eterno Deus, embora não tenham
nenhuma passagem para apoiá-lo, enquanto nós temos
testemunhos claros das escrituras em abundância de que ele é
o Filho do eterno Deus.” (Tiago White, The Day Star, January
24, 1846, 25).

“Que uma pessoa seja três pessoas, e que três pessoas sejam
somente uma pessoa, é a doutrina a qual declaramos ser

87
contrária à razão e ao bom senso.“ (Tiago White, “The Advent
Review and Sabbath Herald”, vol. 34, July 6, 1869).

“Mas a fábula Pagã e Papal da imortalidade faz do último


inimigo do homem, a morte, a porta para alegrias sem fim, e
deixa a ressurreição como uma coisa de pouca consequência.
Isto é a base do Espiritismo moderno. Aqui podemos
mencionar a Trindade, a qual se livra da personalidade de
Deus, e de Seu Filho Jesus Cristo, e do batismo por aspersão
em vez de ser “sepultado com Cristo no batismo”, “plantado à
semelhança de Sua morte.” (Tiago White, “The Adventist
Review and Sabbath Herald”, December 11, 1855).

“A maior falha que podemos encontrar na Reforma é que os


Reformadores pararam de reformar. Tivessem eles prosseguido
cada vez mais avante, até que tivessem deixado o último
vestígio do Papado para trás, tal como a imortalidade natural,
o batismo por aspersão, a trindade, e o Domingo, a igreja
estaria agora livre de seus erros não-escriturístico.” (Tiago
White – Adventist Review and Sabbath Herald, February 7,
1856).

Ellen White também tinha o mesmo parecer dos pioneiros,


senão ela não teria dito o seguinte:
“No futuro, engano de toda espécie deve surgir, e desejamos
solo firme para os nossos pés. Desejamos pilares sólidos para
a construção. Nenhum alfinete deve ser removido daquilo que
o Senhor tem estabelecido. O inimigo trará falsas teorias, tal
como a doutrina de que não existe santuário. Este é um dos
pontos no qual haverá afastamento da fé. Onde encontraremos
segurança a não ser nas verdades que o Senhor nos tem dado
nos últimos cinqüenta anos? (EGW, Review and Herald, May
25, 1905 par. 28).

88
“Os pontos principais de nossa fé como as mantemos hoje
[1903] foram firmemente estabelecidos. Ponto por ponto foi
claramente definido, e todos os irmãos entraram em
harmonia.” (EGW, “Estabelecendo o Fundamento de Nossa Fé”,
Manuscript 135, 1903, pages 1-3. Typed Nov. 4, 1903).

“Deus me tem dado luz concernente a nossos periódicos. Que


luz é esta? – Ele tem dito que os mortos devem falar. Como? –
Suas obras os seguirão. Devemos repetir as palavras dos
pioneiros em nosso trabalho, os quais conheceram o que custa
procurar pelas verdades como a tesouros escondidos, e que
trabalharam para assentar os fundamentos de nossa obra. Eles
avançaram passo a passo sob a influência do Espírito de Deus.
Um por um estes pioneiros estão morrendo. A palavra dada a
mim é: Que aquilo que estes homens escreveram no passado
seja reproduzido.” (EGW, Adventist Review and Sabbath
Herald, May 25, 1905, par. 21).

Levando estas declarações em consideração, analise, agora, o


que foi colocado na Lição da Escola Sabatina (Publicação da
IASD) do dia 19 de março de 2009:
“Em toda a história bíblica, Deus usou o dom profético para
proteger Seu povo contra erros teológicos. Não foi diferente
com o ministério de Ellen White. Nos primeiros dias de nossa
igreja, ela teve que combater diversos tipos de fanatismo.
Alguns afirmavam ser perfeitos, outros declaravam que não
havia mais necessidade de trabalhar, e alguns continuavam
marcando datas para a volta de Cristo. Durante a crise de
Kellogg na virada do século, seu conselho salvou a igreja do
panteísmo. Ao mesmo tempo, quase sozinha, ela guiou a
Igreja de uma posição semi-ariana (a crença de que Jesus não

89
era Deus) a uma posição trinitariana.” (Lição da Escola
Sabatina, quinta-feira, 19 de março de 2009).

Veremos, a seguir, se esta última afirmação é verdadeira.

A.3 O ALFA E O ÔMEGA


Ellen White advertiu contra o livro “O Templo Vivente” (Living
Temple) que o Dr. John Harvey Kellogg, médico adventista e
diretor do Sanatório de Battle Creek, escreveu. Em
“Mensagens a Loma Linda”, p.253, ela diz:
“O ensino a respeito de Deus que é apresentado em 'Templo
Vivente' não é aquilo de que nossos estudantes necessitam...
Aqueles que expressam tais opiniões a respeito dEle mostram
que estão apartando-se da fé.” (Loma Linda Messages, p.
253).

Pelo fato de Ellen White ter dito que o livro 'O Templo Vivente'
continha “heresias mortais”, Kellogg resolveu revisar o livro e
republicá-lo. O presidente da Conferência Geral da IASD na
época (1903), Arthur Daniels, após ter uma conversa com o Dr.
Kellogg, ficou tão alarmado que resolveu escrever uma carta a
Willy White, filho de Ellen White. Nesta carta, Daniels diz:
“...Ele [Kellogg] disse que alguns dias antes de começar o
concilio, tinha pensado muito sobre o assunto, e começou a
ver que havia cometido um pequeno equívoco ao expressar
suas ideias... Ele então afirmou que sua visão anterior com
respeito à trindade o impediu de fazer uma afirmação clara e
absolutamente correta; mas que dentro de pouco tempo ele
veio a acreditar na trindade e agora podia ver muito

90
claramente onde estava toda a dificuldade, e acredita que
poderá esclarecer satisfatoriamente toda a questão.” “Ele me
disse que agora acreditava em Deus o Pai, Deus o Filho, e
Deus o Espírito Santo; e sua opinião era que o Deus Espírito
Santo, e não Deus o Pai, preenchia todo o espaço, e todo ser
vivente. Ele disse que se tivesse crido nisto antes de ter escrito
o livro, poderia ter expressado suas ideias sem dar a
impressão errada que agora o livro dá.” (Carta de Arthur G.
Daniels para William C. White, 29/10/1903).

Então, Ellen White escreveu a seguinte carta a Kellogg:


“Não estás definitivamente esclarecido sobre a personalidade
de Deus, que é tudo para nós como um povo. Tu estás
praticamente destruindo o próprio Senhor Deus.” (Letter 300,
1903).

O Dr. Kellogg escreveu uma carta a G.I. Butler (ex-presidente


da Conferência Geral) dizendo o seguinte:
“Até onde posso compreender, a dificuldade que é encontrada
em 'O Templo Vivente', é que tudo pode ser resumido na
seguinte questão: É o Espírito Santo uma pessoa?”. Tu dizes
que não. Eu tinha suposto que a Bíblia diz isto pelo fato do
pronome pessoal 'ele' ser usado ao falar do Espírito Santo. A
irmã White usa o pronome 'ele' e tem dito várias vezes que o
Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade. Como o
Espírito Santo pode ser a terceira pessoa, e não ser uma
pessoa de forma alguma, é difícil para eu enxergar. (Letter J.
H. Kellogg para G. I. Butler, 28 de Outubro, 1903).

Note o que Kellogg disse: “Tudo pode ser resumido na seguinte


questão: 'É o Espírito Santo uma pessoa?`”. Ellen White

91
continuou alertando os adventistas. O que ela disse, então,
está no livro `Mensagens Escolhidas`, vol.1:
“Será dito que o 'Templo Vivente' foi revisado. Mas o Senhor
me mostrou que o escritor não mudou, e que não pode haver
unidade entre ele e os ministros do evangelho enquanto ele
continuar acariciando suas opiniões atuais. Fui convidada a
erguer minha voz em advertência ao nosso povo, dizendo, 'Não
sejais enganados, de Deus não se zomba.' (Gálatas 6:7).
(Selected Messages`, vol.1, p. 199, August, 7, 1904).”

“Na controvérsia despertada entre nossos irmãos, acerca dos


ensinamentos deste livro, aqueles que lhe dão ampla
divulgação declaram: 'Ele contém as mesmas opiniões que a
irmã White'. Esta afirmação golpeia em cheio meu coração. Me
senti com o coração partido, pois sabia que esta representação
do assunto não era verdadeira.”

“Sou compelida a negar a afirmação de que os ensinamentos


de 'O Templo Vivente' podem ser sustentados pelas
declarações de meus escritos.” (Ellen White, Selected
Messages, vol.1, p. 203).

Note, caro leitor, que quando Ellen White escreveu que o


Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade, ela não deu a
mesma conotação que Kellogg deu a esta frase. Com 'terceira
pessoa da Divindade' Ellen White queria dizer que o Espírito
Santo é o próprio Deus, ou o próprio Jesus manifestado em
espírito. Como isto acontece é uma coisa que não foi revelado
aos mortais... Por outro lado, Kellogg quis aproveitar este
mistério para introduzir o conceito trinitariano de um terceiro
Deus. A isto Ellen White chamou de panteísmo – o 'Deus
Espírito Santo' em toda parte!

92
Em outra carta, dirigida a Kellogg, Ellen White disse:
“Suas ideias são tão místicas que elas são destrutivas à
verdadeira essência, e a mente de alguns está se tornando
confusa em relação ao fundamento de nossa fé. Se permitires
que sua mente se desvie desta maneira, darás um molde
errado ao trabalho que tem feito o que somos - Adventistas do
Sétimo dia.” (Letter 52, 1903).

O 'alfa' da apostasia na IASD, ocorrido logo no começo do


século XX, deu-se porque o Dr. Kellogg mal interpretou os
escritos de Ellen White a respeito do Espírito Santo para dar
apoio a suas ideias trinitarianas. Porém, Ellen White previu que
haveria o 'ômega' da apostasia o qual seria muito maior. A
apostasia ômega que ocorre em nossos dias tem a ver não
somente com a má compreensão da frase 'terceira pessoa da
Divindade', mas também abrange uma interpretação errada a
respeito de Cristo. Note o que Ellen White escreveu, em 1895,
a respeito de Cristo:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho
unigênito ('only-begotten Son', isto é, único Filho gerado) -
não um filho por criação, como eram os anjos, não um filho por
adoção, como é o pecador perdoado, mas um Filho gerado à
expressa imagem da pessoa do Pai...” (Ellen White, Signs of
the Times, May 30, 1895).

Não há como deduzir destas afirmações que Ellen White era


trinitariana. No entanto, a liderança da IASD tem coragem de
afirmar na lição da Escola Sabatina de 19 de março de 2009,
que Ellen White “quase sozinha, guiou a Igreja de uma posição
semi-ariana (a crença de que Jesus não era Deus) a uma
posição trinitariana...”. O que de fato aconteceu foi justamente

93
o contrário, ou seja, ela tentou conduzir a igreja a não dar
ouvidos às ideias trinitarianas místicas que surgiram, e a
permanecer nos fundamentos colocados nos 'últimos cinquenta
anos' (1844 – 1894).

A.4 A REMOÇÃO DOS MARCOS ANTIGOS


“Aqueles que procuram remover os velhos marcos, não estão
retendo firmemente; eles não estão se lembrando de como
receberam e ouviram. Os que tentam introduzir teorias que
removeriam os pilares de nossa fé quanto ao santuário ou
quanto à personalidade de Deus ou de Cristo, estão agindo
como cegos. Estão procurando introduzir incertezas e deixar o
povo de Deus à mercê das ondas, sem uma âncora. Os que
afirmam estar identificado com a mensagem que Deus nos deu
devem ter aguçada e clara percepção espiritual, para poderem
distinguir a verdade do erro. A palavra proferida pela
mensageira de Deus é: "Despertai os vigias!" Se os homens
discernirem o espírito das mensagens dadas e se esforçarem
por descobrir de que fonte elas provêm, o Senhor Deus de
Israel os guardará de serem desencaminhados.” (Manuscript
Release 760, págs. 9 e 10).

Agora, note o que LeRoy Edwin Froom, Emérito Professor de


Teologia Histórica na Universidade Andrews, disse em seu livro
“Movimento de Destino”, p. 322:
“Posso aqui fazer uma confissão franca e pessoal? Quando,
entre 1926 e 1928, fui requisitado por nossos líderes para dar
uma série de estudos sobre o Espírito Santo, para todo o
Instituto ministerial da União Norte Americana, descobri que,
excetuando algumas inestimáveis pérolas encontradas no

94
Espírito de Profecia, não havia praticamente nada em nossa
literatura apresentando uma boa exposição Bíblica neste
tremendo campo de estudo. Não havia livros desbravando o
caminho sobre esta questão em nossa literatura. Fui obrigado
a procurar em dezenas de valiosos livros escritos por homens
fora de nossa fé ─ aqueles mencionados previamente ─ por
sugestões e dicas iniciais, e abrir caminho para um estudo
pessoal intensivo. (Leroy Edwin Froom, “Movement of Destiny,
p. 322).

Baseado nestas declarações, podemos afirmar que LeRoy


Froom não concordava com os pontos de vista dos pioneiros
sobre o Espírito Santo. Esta é a razão porque ele foi “obrigado
a procurar em dezenas de valiosos livros escritos por homens
fora de nossa fé”. Aqui podemos ver um exemplo de remoção
dos “marcos antigos”.
O ex-jesuíta Alberto Rivera, disse que a Igreja Católica
Romana foi e sempre tem sido pagã. (Veja a Série Alberto, em
www.chick.com). Esse mesmo ex-jesuíta também disse que a
IASD foi a primeira igreja infiltrada pelos jesuítas após o
Concílio Vaticano II, realizado em 1965. Agora, muitos líderes
adventistas rotulam os Arianos de pagãos e hereges, e
defendem o dogma da Trindade o qual, de fato, é “pagão por
excelência”.
Até aqui, já colecionamos várias citações do Espírito de
Profecia indicando que Ellen White não era trinitariana. Vamos
continuar e considerar mais alguns textos:
“Temos sido advertidos no Espírito de Profecia que “O Senhor
tem pronunciado uma maldição sobre aqueles que tiram das
Escrituras ou acrescentam nas Escrituras. O grande EU SOU

95
tem decidido o quê deverá constituir a regra de fé e doutrina, e
Ele tem planejado que a Bíblia deva ser um livro do lar. A
igreja que se apega à palavra de Deus está
irreconciliavelmente separada de Roma. Os Protestantes
estiveram, outrora, separados desta grande igreja da
apostasia, mas eles têm dela se aproximado cada vez mais, e
ainda estão no caminho da reconciliação com a Igreja de
Roma. Roma nunca muda. Seus princípios não se alteraram no
mínimo que seja. Ela não diminuiu a brecha entre si e os
Protestantes; eles têm dado todo o avanço. Mas em que isto
argumenta a favor dos Protestantes de hoje? É a rejeição da
verdade Bíblica que faz com que os homens caminhem para a
infidelidade. É uma igreja apóstata a que diminui a distância
entre si e o Papado.” (Ellen White, Signs of the Times,
February 19, 1894, par. 4).

Aqui devemos citar novamente o 'Catecismo do Católico de


Hoje', página 16, onde diz que:
“O mistério da Trindade é a doutrina central da fé católica.
Sobre ela estão baseados todos os outros ensinos da Igreja.”

Como Ellen White poderia aceitar como verdade o dogma da


Trindade? Isto não seria “diminuir a distância entre si e o
Papado”? Qual deveria ser a posição da Conferência Geral na
questão do Ecumenismo? A crença na Trindade garante a
aceitação da IASD como igreja evangélica na cristandade
moderna. Vamos aos fatos. O relato seguinte foi extraído do
livro “The Twenty-eight Fundamentals ─ Apostasy Proclaimed
in Silence' (Os Vinte e oito Fundamentos ─ Apostasia
Proclamada em Silêncio) escrito por Russel Standish e Colin

96
Standish. Ele mostra em que circunstâncias as 27 doutrinas da
IASD foi votada:
“Embora não fosse um delegado, o Dr. Ralph Larson, então um
fiel pastor da igreja 'Campus Hill' em Loma Linda, Califórnia,
sugeriu da audiência [durante a sessão da Conferência Geral
em 1980, realizada em Dallas, Texas] que o assunto de uma
nova série de Crenças Fundamentais era tão importante que o
voto deveria ser adiado até a próxima Sessão da Conferência
Geral que deveria ser realizada em 1985, em New Orleans,
Louisiana. Embora o Dr. Larson, não sendo um delegado oficial
para a Sessão da Conferência Geral de 1980, não tivesse
direito a voto nesta questão, ele certamente tinha o direito de
fazer uma sugestão, baseado em sua ampla experiência como
evangelista, professor de Bíblia na 'Atlantic Union College' e
pastor de Igreja. Além disso, o Dr. Larson tinha falado de sua
intenção ao Irmão Walter Blehm, Presidente da Divisão do
'Pacific Union College', e anteriormente um VicePresidente da
Conferência Geral. O Irmão Blehm concordou com a
intervenção do Dr. Larson nas discussões.

Era evidente que o Presidente da Conferência Geral [Neal C.


Wilson] estava determinado a ver esta questão ser votada
rapidamente. Perdendo o controle de suas emoções, o
Presidente da Conferência Geral criticou raivosamente o pastor
ancião [Dr. Ralph Larson] da maneira mais deselegante. Muitos
delegados ficaram chocados. Em todos os nossos [oito]
comparecimentos às Sessões da Conferência Geral, esta foi de
longe a atmosfera mais explosiva já causada. Russel decidiu
que se esta era a atmosfera na qual tão importante documento
devesse ser votado, ele iria se abster... Tivesse sua [de
Larson] sugestão sido aceita, teria dado ao povo de Deus
amplo espaço de tempo para avaliar as propostas.” (Russel

97
Standish and Colin Standish, 'The Twenty-eight Fundamentals
─ Apostasy Proclaimed in Silence', p. 51; ênfase e colchetes
acrescentados).

O Presidente Neal Wilson mandara distribuir, logo no primeiro


dia da Conferência, um exemplar do livro “Nisto Cremos‟‟ a
todos os delegados. Três dias depois, este livro, contendo o
dogma da Trindade e outras doutrinas espúrias, foi votado,
sem que houvesse tempo para se ler nem a décima parte de
suas 500 páginas. Assim foram votadas as 27 doutrinas da
IASD.
George Knight, eminente teólogo da Andrews, escreveu o livro
“Em busca de Identidade”, impresso no Brasil pela Casa
Publicadora Brasileira, em 2005. O prefácio deste livro foi
escrito pelo ex-presidente da Conferência Geral, Neal C.
Wilson. Note suas palavras:
“O Dr. Knight começa propondo um dilema hipotético. Ele
chama a atenção para o fato de que a maioria dos fundadores
e pioneiros do adventismo relutaria em unir-se à igreja hoje se
tivessem que concordar com as atuais 27 Crenças
Fundamentais. No início do desenvolvimento da denominação,
a “verdade presente” incluía apenas os mandamentos de Deus,
o sábado, a mensagem do santuário, a mortalidade da alma,
as três mensagens angélicas de Apocalipse 14 e a segunda
vinda de Cristo.

O livro revela claramente que, desde o princípio, os adventistas


do sétimo-dia estavam preparados para modificar, mudar, ou
revisar suas crenças e práticas, caso encontrassem, pelas
Escrituras, uma boa razão para fazê-lo. É por isso que a frase
introdutória da Declaração de Crenças Fundamentais da

98
denominação, diz: “Estas declarações podem ser revisadas
numa assembleia da Associação Geral, quando a igreja,
orientada pelo Espírito Santo, chegar a uma maior
compreensão da verdade bíblica ou encontrar uma linguagem
melhor para expressar os ensinos da Santa Palavra de Deus.”
(Em Busca de Identidade, p. 8).

Em suas palavras, Neal Wilson dá a entender que, atualmente,


a verdade presente deve incluir a doutrina da Trindade. Ele
também cita a frase introdutória da Declaração de Crenças
Fundamentais da denominação, que diz: “Estas declarações
podem ser revisadas numa assembleia da Associação Geral,
quando a igreja, orientada pelo Espírito Santo, chegar a uma
maior compreensão da verdade bíblica ou encontrar uma
linguagem melhor para expressar os ensinos da Santa Palavra
de Deus.” Será que ele estava “orientado pelo Espírito Santo”,
quando perdeu o controle de suas emoções ao criticar
raivosamente o ancião Dr. Ralph Larson, quando este fez a
sensata sugestão de dar mais tempo aos delegados para que
pudessem avaliar melhor as 27 doutrinas propostas? Não só o
ex-presidente da Conferência Geral não estava sendo
controlado pelo Espírito Santo, como também desconhecia (ou
não fez caso) as seguintes citações do Espírito de Profecia:
“Os últimos cinquenta anos não ofuscaram nenhuma partícula
ou princípio de nossa fé ao recebermos as grandes e
maravilhosas evidências que nos deram certeza em 1844, após
a passagem do tempo... Nenhuma palavra está mudada ou
negada. Aquilo que o Espírito Santo testificou após a passagem
do tempo, em nosso grande desapontamento, é o sólido
fundamento da verdade... Os pilares da verdade foram
revelados, e nós aceitamos os princípios que nos tornaram o

99
que somos, isto é, Adventistas do Sétimo Dia, guardando os
mandamentos de Deus e tendo a fé de Jesus.” (Ellen G. White,
The Upward Look, pág. 352).

“Quando o poder de Deus testifica o que é verdade, a verdade


deve permanecer para sempre como verdade... A verdade para
este tempo, Deus nos tem dado como fundamento de nossa fé.
Ele mesmo nos tem ensinado o que é verdade... E enquanto as
Escrituras são a palavra de Deus, e devem ser respeitadas,
será um grande erro se sua aplicação mover um pilar do
fundamento que Deus tem sustentado estes cinquenta anos.
Aquele que faz tal aplicação não conhece a maravilhosa
demonstração do Santo Espírito que deu poder e força às
mensagens do passado que tem vindo ao povo de Deus.”
(Ellen White, A Call to the Watchmen, pag. 14, 15).

“Assim diz o Senhor: ponde-vos no caminho e vede, e


perguntai pelas veredas antigas, onde está o bom caminho, e
andai nele. (Jeremias 6:16).

“Que ninguém procure arrancar os fundamentos de nossa fé os


fundamentos que foram postos no começo de nosso trabalho
pelo estudo da Palavra, com oração, e pela revelação. Sobre
estes fundamentos temos construído nos últimos cinqüenta
anos. Os homens podem supor que têm encontrado um novo
caminho e que podem pôr um fundamento mais forte do que
aquele que foi posto. Porém, isto é um grande engano. Outro
fundamento o homem não pode colocar do que aquele que tem
sido posto.” (Testemunhos para a Igreja, vol. 8, p. 296 e 297;
escrito por volta de 1903).

Note a frase: “Outro fundamento o homem não pode colocar do


que aquele que tem sido posto.” Isto significa que o dogma da
Trindade, e outras doutrinas espúrias contidas nas 28 Crenças

100
fundamentais atuais dos adventistas do sétimo dia, como a
“graça barata”, por exemplo, não têm o aval dos céus. Embora
“a luz seja progressiva”, qualquer nova luz que for recebida
certamente não deve mudar os antigos marcos, pois, “quando
o poder de Deus testifica o que é verdade, a verdade deve
permanecer para sempre como verdade.”
“Não deve haver nenhuma mudança nas características gerais
de nosso trabalho,” Ellen White escreveu. “Isto deve
permanecer tão claro e distinto como a profecia o tem feito.
Não devemos entrar em confederação com o mundo, supondo
que fazendo isto poderíamos realizar mais.” (Testemunhos
para a Igreja, Vol. 6, pag. 17).

“Eu não tenho sido instruída a mudar aquilo que tenho


divulgado. Permaneço firme na fé Adventista; pois tenho sido
avisada com relação aos sedutores sofismas que procurarão
entrar entre nosso povo. As Escrituras dizem, 'Alguns
apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores, e
doutrinas de demônios.' Eu apresento perante nosso povo o
perigo de ser desencaminhado como foram os anjos nas cortes
celestiais. A distinta linha da verdade apresentada a mim
quando eu era menina é da mesma forma apresentada a mim
agora.” (Ellen White, Advent Review and Sabbath Herald,
January 26, 1905).

Desde 1980, muitos dos fiéis adventistas que denunciam o


dogma da Trindade como vinho de Babilônia, são excluídos de
suas igrejas. A sã doutrina é considerada heresia. Note o texto
seguinte:
“Quando ensinadores fiéis expõem a Palavra de Deus,
levantam-se homens de saber, pastores que professam

101
compreender as Escrituras, e denunciam a doutrina sã como
heresia, desviando assim os inquiridores da verdade. Não fosse
o caso de se achar o mundo fatalmente embriagado com o
vinho de Babilônia, e multidões seriam convencidas e
convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de
Deus. Mas, a fé religiosa parece tão confusa e discordante que
o povo não sabe o que crer como verdade. O pecado da
impenitência do mundo jaz à porta da igreja.” (O Grande
Conflito, págs. 388 e 389)

“Rejeitando a verdade, os homens rejeitam o seu Autor.


Desprezando a lei de Deus, negam a autoridade do Legislador.
É tão fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias, como
talhá-lo de madeira ou pedra. Representando falsamente os
atributos de Deus, Satanás leva os homens a olhá-Lo sob falso
prisma. Para muitos, um ídolo filosófico é entronizado em lugar
de Jeová, enquanto o Deus vivo, conforme é revelado em Sua
Palavra, em Cristo e nas obras da Criação, é adorado apenas
por poucos”. (O Grande Conflito, p. 583 ).

Chegamos ao tempo em que a IASD dá mais importância às 28


crenças fundamentais do que à própria Bíblia. Note a
declaração do pastor Jan Paulsen, presidente da Associação
Geral:
“Digo a todos os líderes da igreja: Temos 28 crenças
fundamentais que mantém a unidade do cerne de nossa
identidade em termos de fé e doutrina... Hoje estamos
crescendo tão rapidamente como igreja mundial que, para
mim, é importante que tenhamos as 28 crenças fundamentais,
como declaradas, bem compreendidas e aceitas por todos os
novos membros que estão se unindo a nós.” (Jan Paulsen,
Adventist World, janeiro 2008, p. 9).

102
Por outro lado, a posição dos pioneiros adventistas com
relação a um manual da Igreja, ou a uma série de crenças
fundamentais “oficiais” para a igreja era bem diferente. Note o
seguinte:
“O primeiro passo da apostasia é preparar um credo, que nos
diga o quê devemos crer. O segundo, é fazer deste credo um
teste de filiação. O terceiro, é provar os membros por este
credo. O quarto, é denunciar como hereges aqueles que não
acreditam neste credo. E, o quinto, começar a perseguição
contra os tais.” (John Norton Loughborough, Review and
Herald, Battle Creek, Mich. Third Day, October 8, 1861).

“Qual é, agora, nossa posição como um povo? A Bíblia é nosso


credo. Rejeitamos qualquer coisa na forma de um credo
humano. Tomamos a Bíblia e os dons do Espírito, abraçando a
fé que assim o Senhor nos ensinará de tempos em tempos. E
nisto, tomamos uma posição contrária à formação de um
credo. Não estamos dando um passo, no que estamos fazendo,
no sentido de tornar-nos Babilônia.” (Tiago White, “Doings of
Battle Creek Conference, October 5 & 6, 1861”, Review and
Herald, Battle Creek, Mich. Third-Day, October 8, 1861).

Para pertencer ao Concílio Mundial das Igrejas é necessário


adotar o dogma da Trindade; e a liderança da IASD vem
mantendo diálogos com o Concílio Mundial das Igrejas desde
1965. Sem dúvida, uma nova organização Adventista já foi
estabelecida. Note a seguinte profecia:
“O inimigo das almas tem procurado trazer a suposição de que
uma grande reforma deveria ser realizada entre os Adventistas
do Sétimo Dia, e que esta reforma consistiria em renunciar as
doutrinas que permanecem como pilares de nossa fé. Se esta

103
reforma ocorresse, qual seria o resultado? Os princípios da
verdade que Deus em Sua sabedoria tem dado à igreja
remanescente seriam descartados. Nossa religião seria
mudada. Os princípios fundamentais que tem sustentado a
obra nos últimos cinquenta anos seriam considerados como
erro. Uma nova organização seria estabelecida. Livros de uma
nova ordem seriam escritos. Um sistema de filosofia intelectual
seria introduzido. Os fundadores deste sistema iriam às
cidades e fariam um extraordinário trabalho. O Sábado,
certamente, seria levianamente considerado, como também o
Deus que o criou. Nada seria permitido permanecer no
caminho do novo movimento. Os líderes ensinariam que a
virtude é melhor que o vício, mas Deus sendo removido,
poriam sua dependência no poder humano, o qual, sem Deus,
é sem valor. Seu fundamento seria construído sobre a areia, e
a tempestade e a tormenta varreriam a estrutura.” (Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, vol 1, p. 205).

Deus profetizou, por meio de Ellen White, que “Livros de uma


nova ordem seriam escritos.” No livro “A Trindade”, escrito por
Woodrow Whidden, Jarry Moon e John W. Reeve, professores
da Universidade Andrews, esta profecia encontra,
indubitavelmente, seu cumprimento. Note o que está escrito
neste livro, à página 221:
“Os pontos de vista da igreja finalmente mudaram porque os
adventistas chegaram a uma compreensão diferente da
evidência bíblica.” (A Trindade, p. 221).

Na edição Australiana da revista Sinais dos Tempos, da IASD,


encontramos o seguinte:

104
“Nós te adoramos e te amamos, Pai celestial, pelo que Tu és. E
Jesus, nós Te adoramos e Te idolatramos por tornar-Se nosso
irmão. E Espírito Santo, nós Te adoramos e Te amamos,
também, porque tornaste tudo isto real para nós”. (Graeme
Loftus, Signs of the Times, May 2006, “Holy, Holy, Holy”, p.
60).

“Livros (e revistas) de uma nova ordem seriam escritos”...

A.5 UMA DAS CAUSAS DA DEGRADAÇÃO ATUAL DA


IGREJA
Uma das causas da degradação atual da IASD é a infiltração
jesuíta. O ex-jesuíta Alberto Rivera, no primeiro fascículo da
'Série Alberto', página 18 (veja em www.chick.com), conta o
seguinte:
“Eu tinha 14 anos, quando começou o curso 'Os Protestantes e
suas heresias'. O meu superior me disse, apontando para o

105
quadro negro: “Alberto, o grupo com o qual você trabalhará
deve se concentrar nestas quatro igrejas Protestantes: Irmãos
Plymouth; Pentecostal; Batistas e Evangélicos Unidos. Com o
passar dos anos, eu me infiltrei em centenas de igrejas e
organizações.

“Por volta de 1550 d.C, os Jesuítas começaram a se infiltrar em


cada religião e denominação. Eles ainda continuam fazendo
isto hoje de um modo muito mais sofisticado, graças ao
movimento ecumênico-carismático e algumas 'igrejas'
fundamentalistas”.

No quinto fascículo da Série Alberto, páginas 4 a 7, Alberto


Rivera conta o que se passou após o Concílio Vaticano II,
ocorrido de 1962 a 1965.
“Imediatamente após o Concílio Vaticano II, Pedro Arrupe, o
General Superior da Sociedade dos Jesuítas (o Papa Negro)
reuniu-se com os principais Jesuítas sob o Voto Extremo. Uma
missa à meia noite foi realizada, com todos os Generais
Jesuítas regionais (os Provinciais) ao redor do mundo, mais os
membros da Congregação do Santo Ofício (Ofício da
Inquisição). Como um tribunal, o Santo Ofício julga heresias e
todas as ofensas que levantam suspeitas de heresia. Seus
membros estão comprometidos a manter o mais estrito
segredo, chamado o segredo do Santo Ofício.

Então, sob o comando de seu General Superior, os Jesuítas


reafirmaram seu horrível voto: “Eu farei, quando a
oportunidade se apresentar, secreta ou abertamente, guerra
contra todos os hereges, Protestantes, etc... (O voto completo
se encontra no segundo fascículo). Os Jesuítas se reuniram
para ouvir estas palavras, que fazem tremer a terra, de seu
General Superior:

106
“É tempo para a nova e final purificação da Igreja para a
preparação do reinado da Nova Era”.

Arrupe usou a palavra “purificação” como chave para descrever


o expurgo (ou extermínio) de todos aqueles que são infiéis ao
papa. Sem realmente saber disso, ele tinha assinalado o
começo do ato profético final que destruiria todo o sistema
Católico Romano e aqueles que permanecem nele. O sistema
Católico acredita ser ele próprio o cumprimento da “comissão
divina” dos quatro cavaleiros do Apocalipse capítulo 6, que
acarretaria a formação de uma igreja mundial e um governo
mundial sob o papado, para conduzir ao Império do Milênio.

Aqui é interessante acrescentar que, as três sociedades


secretas que trabalham em cooperação para alcançar a
globalização e o ecumenismo, são: 1) os Satanistas, 2) os
Jesuítas, e 3) os Maçons de altos graus. Veja, por exemplo, o
livro da Rebecca Brown, “Ele Veio Para Libertar os Cativos”,
página 48. Todos eles vêm se infiltrando nas igrejas
evangélicas há décadas. O Dr. Rivera continua:
“O mundo tem sido enganado. O Concílio Vaticano II não tem
sido nada mais do que uma grande encenação, um mássico
disfarce para esconder seus planos de ganhar o controle do
mundo. O General Superior dos Jesuítas, Arrupe, tinha
simplesmente colocado em operação uma das maiores
inquisições de todos os tempos sob a liderança de seus
Jesuítas. Após esta reunião, me foi dada a seguinte ordem:

“Monsenhor, o Sr. tem sido autorizado a conduzir este grupo


de irmãos às câmaras do subsolo (do Vaticano) para estudar
os métodos usados por Nero, Constantino, Domingos e
Loyola... para se familiarizar com os métodos de penetração,

107
infiltração, e exterminação aprovados por nossa Santa Igreja
Mãe.”

Eu conduzi os Jesuítas para os túneis embaixo do Vaticano,


túneis de três andares, os quais saem, por quilômetros, em
várias direções. Este é seu sistema nervoso. Informações têm
sido armazenadas nesses túneis por séculos, desde os mais
escuros segredos da história até os segredos das armas mais
sofisticadas do século 20, colecionadas de todas as nações e
fornecidas pelos Católicos Romanos trabalhando em todos os
tipos de departamentos de governo ao redor do mundo.”

E, no primeiro fascículo da Série Alberto, página 28, ele diz:


“Devido à minha experiência em espionagem, fui ordenado a
unir-me às forças ecumênicas sob o Papa João XXIII. Os
Protestantes não deveriam mais ser chamados de hereges,
mas “irmãos separados”. Graças aos nossos agentes secretos,
temos entrado silenciosamente nas TV's e publicações cristãs,
e temos sido aceitos como professores, pastores e
evangelistas. Estamos pregando somente amor e união para
promover maior aproximação. Isto é o nosso reavivamento!

Nossa obra-prima é a terceira força, que é o movimento


Carismático! Esta é a ponte com Roma. Os protestantes têm
aceitado tudo de braços abertos. O primeiro grupo Protestante
infiltrado pelos Jesuítas foram os Adventistas do 7º dia, e do
Evangelho Pleno. Depois fomos para os Batistas, Metodistas,
Presbiterianos, Luteranos, etc., até que todos eles foram
infiltrados, incluindo os Mórmons e Testemunhas de Jeová.
Todos os Seminários, Universidades e Colégios foram os
próximos. Os Jesuítas dirigiram a Ação Católica Jovem, Legião
de Maria e os Cavaleiros de Colombo os quais realizaram esta
tarefa.

108
Agora estes grupos estão silentes sobre Roma, ou afirmam que
o Sistema Romano é uma Igreja Cristã. Os Jesuítas estão
vencendo por meio da conciliação! Quase todos os pastores
Protestantes estão com medo de falar contra Roma. Se
falarem, os (Jesuítas) colocados em suas igrejas os atacariam
no comando. Esta é a grande apostasia, a grande 'Queda de
Babilônia'.”

Note o que Alberto Rivera disse: “Estamos pregando somente


amor e união para promover maior aproximação”. E, depois,
“os Jesuítas estão vencendo por meio da conciliação”. Agora,
note o que Ellen White disse há 120 anos atrás:
“A vida do cristão é uma batalha. O apóstolo Paulo fala da luta
contra principados e potestades quando lutou a boa batalha da
fé. Outra vez, ele declara: “Não tendes resistido até ao sangue,
lutando contra o pecado.” Ah, não. Hoje o pecado é acariciado
e escusado. A afiada espada do Espírito, a palavra de Deus,
não corta até a alma. A religião tem sido mudada? Tem
diminuído a inimizade de Satanás contra Deus? Anteriormente,
uma vida religiosa apresentava dificuldades e requeria auto-
renúncia. Tudo se tornou muito fácil agora. E porque é assim?
O professo povo de Deus tem feito conciliação com os poderes
das trevas.” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 222).

Em 1984, um jesuíta (que se identificou com o pseudônimo


“Shanom”) escreveu uma carta endereçada para “Evangelistic
Literature Enterprises” (Empreendimento de Literatura
Evangélica), uma organização anti-católica Romana
constituída, em sua maioria, por ex-sacerdotes, freiras e
obreiros Católicos. A organização Evangelistic Literature

109
Enterprises está localizada em Queensland, Austrália. A carta,
que foi datada em 1º de dezembro de 1984, dizia o seguinte:
“Como professor e sacerdote de uma igreja em uma escola da
Inglaterra dirigida por Jesuítas, e um membro da Sociedade de
Jesus por muitos anos, gostaria de concordar em todos os
pontos com o Dr. Alberto. O principal objetivo de nossa
organização tem sido dirigido contra uma igreja Cristã, a qual
nós já temos infiltrado completamente. Eles são a igreja
remanescente de Apocalipse 12 verso 17 e Apocalipse 14 verso
12”.

Esta última afirmação na carta, sem dúvida, identifica a Igreja


Adventista do 7º Dia. Sabemos que a Igreja Adventista tem os
mandamentos de Deus (Apoc. 12:17, e Apoc. 14:12), e tem o
Espírito de Profecia (Apoc.19:10). (Veja Neil C. Livingston, “The
Greatest Conspiracy”, cap. 18, “The Invaders”, p. 419, em
www.adventist4truth.com.)
Nos vídeos do pastor adventista Jan Marcussem, podemos ver
o seguinte comentário:
“No documento Vaticano II está esboçado a estratégia da
Igreja Católica Romana para mudar a forma de culto das
Igrejas Protestantes e trazê-las de volta sob a liderança do
Papa. Neste documento, a palavra 'celebração' aparece
inúmeras vezes. Todas as funções da Igreja devem tornar-se
uma celebração. Por exemplo: devem ter celebração de
casamento, celebração de comunhão, celebração da palavra,
celebração de funeral, celebração da Santa Ceia, celebração do
Ofício Sagrado, celebração dos Dons, etc. Assim, a Igreja
Romana pretende criar um conceito universal de celebração
relacionada aos serviços religiosos. As músicas devem ser de

110
forma a incentivar os movimentos corporais e a participação da
audiência.”

Alberto Rivera disse que tinha sido autorizado a conduzir um


grupo de irmãos às câmaras do subsolo (do Vaticano) para
estudar os métodos usados por Nero, Constantino, Domingos e
Loyola, etc., para se familiarizar com os métodos de
penetração, infiltração, e exterminação aprovados por nossa
“Santa Igreja Mãe”. Isto quer dizer que desde os tempos de
Nero e Constantino, Satanás tem usado seus agentes para
subverter a igreja de Deus. Com relação à igreja cristã do
terceiro século, Ellen White diz o seguinte:
“Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo
resultou no desenvolvimento do "homem do pecado", predito
na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele.
Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do
poder de Satanás - monumento de seus esforços para sentar-
se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.
...Mas Satanás obtém maior êxito em apresentar ao homem as
mesmas tentações. “Para conseguir proveitos e honras
humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos
grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo,
foi induzida a prestar obediência ao representante de Satanás -
o bispo de Roma”. (EGW, O Grande Conflito, p. 49, 50).

Hoje, Ellen White afirmaria o seguinte:


“Para conseguir proveitos e honras humanas, a Igreja
Adventista do Sétimo dia foi levada a buscar o favor e apoio
dos grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a
Cristo, foi induzida a prestar obediência ao representante de
Satanás - o bispo de Roma.”

111
A seguinte afirmação é apresentada como aparece na
referência. Todos os colchetes estão como Ellen White os
inseriu. Compare com Mateus 11: 23 e 24:
“E tu Cafarnaum [Adventistas do 7º dia, que tem tido grande
luz], que fostes exaltada até os céus [em termos de privilégio],
serás abatida até o inferno; pois se as poderosas obras que
tem sido feitas em ti, tivessem sido feitas em Sodoma, ela
teria permanecido até este dia. Mas vos digo que haverá mais
tolerância para a terra de Sodoma no dia do juízo, que para ti”
(Ellen White, Review and Herald Articles, vol. 3, p. 69, col. 3).

APÊNDICE B
http://www.giveshare.org/BibleStudy/230.ichabod.html
Escrito por Richard C. Nickels
ICHABOD, FOI-SE A GLÓRIA! Os Adventistas do Sétimo dia
Richard e Bonnie Carlson têm sido párias em sua própria
igreja. Líderes há vários anos, no que se pode chamar
Movimento Adventista do Sétimo dia Histórico, os Carlsons
suspiram e gemem por todas as abominações que se cometem
em sua amada Igreja Adventista. Richard morreu em 2003,
mas Adventistas do Sétimo dia tradicionais como ele
continuam.

Anteriormente, os Adventistas não eram Trinitarianos,


evitavam o Natal e a Páscoa, e no passado eram muito mais
Biblicamente orientados do que são hoje. Pela sua liderança, a
organização Adventista do Sétimo dia tem sido tomada por
indivíduos de espírito ecumênico os quais prefeririam ser

112
aceitos pelo Concílio Mundial de Igrejas, do que pelo sofredor
Salvador da humanidade.

Em vez de romper todos os laços com a organização mãe, o


ministério dos Carlson busca por Adventistas para informá-los
do que está acontecendo em sua Igreja, encorajando-os a
retornarem às suas raízes históricas. Embora a grande maioria
dos Adventistas do Sétimo dia esteja adormecido, ou seja,
participam das mudanças liberais de doutrinas, existe uma
dedicada minoria, tais como Richard e Bonnie Calrson, que
mantém vivos seus ensinamentos históricos.

B.1. COMO A DOUTRINA DA TRINDADE TOMOU CONTA


DA IGREJA ADVENTISTA

A doutrina da Trindade não existia na IASD desde seu início.


Não era, em absoluto, uma doutrina durante o tempo em que
Ellen G. White viveu até sua morte em 1915.
Os pioneiros da IASD, como R.F. Cottrell, pai e filho, D.T.
Bordeau, D.M. Canrigth, J.N. Andrews, Loughborough, John
Matteson, A.C. Bordeau, A.T. Jones, W.W. Prescott, E.G.
White, James White, e Uriah Smith, eram contra o “velho e
absurdo dogma Trinitariano” perpetrado por Roma. O apóstolo
Paulo saudava os irmãos: “Graça e paz de Deus nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo”. Romanos 1:7. Paulo não era
Trinitariano!
O Adventista P.S. Cottrell escreveu em 6 de Julho de 1869, na
Review and Herald, que “Apegar-se à doutrina da Trindade não

113
é tanto uma evidência de má intenção, mas de intoxicação
daquele vinho do qual todas as nações têm bebido. O fato de
que era uma das doutrinas mais importantes, se não a
primeira, sobre a qual o bispo de Roma foi exaltado como
papa, não diz muito a seu favor... Isto deveria fazer com que os
homens investigassem por si mesmos, como quando os
espíritos de demônios operando milagres empreendem a
defesa da imortalidade da alma.”
Em 1931, após a morte do pioneiro anti-trinitariano Urias Smith,
a IASD atraiu trinitarianos que começaram a promover suas
doutrinas, enquanto acusavam falsamente os pioneiros de
“Arianos”, afirmando que Ário ensinava que “o Espírito Santo
era uma criação do Filho.”
Em 1946, no livro Evangelismo, os editores LeRoy Edwin
Froom e Roy Allen Anderson compilaram as declarações de
Ellen White tiradas de seu contexto original, e intencionalmente
inseriram a palavra “Trindade” em subtítulos, para promover a
doutrina da Trindade, embora Ellen White e todos os pioneiros
fossem anti-trinitarianos. Talvez seja uma coincidência, mas
Froom escreveu seu livro após o retorno de uma viajem para o
Vaticano. O ex-sacerdote Jesuíta Alberto Rivera testificou em
vídeo que a Ordem Jesuíta foi instruída pelo Papa Negro para
infiltrar a IASD, e trazê-la para Roma.
A doutrina da Trindade é essencial para a unificação de todas
as Igrejas sob Roma. Como escreveu o Católico Romano
Graham Greene:
“Nossos oponentes às vezes afirmam que nenhuma crença
deveria ser mantida como dogma que não esteja

114
explicitamente atestada nas Escrituras... Mas as Igrejas
Protestantes têm aceitado tais dogmas, como a Trindade, para
o qual não existe precisa autoridade nos Evangelhos”.
(“Assumption of Mary,” Life magazine, October 30, 1950, p.
51).

Em 1958, a Trindade foi extra-oficialmente introduzida na Igreja


quando o livro „Questions on Doctrines‟ (Questões sobre
Doutrinas), foi publicado a pedido dos evangélicos Barnhouse e
Valter Martin. Este último estava se preparando para escrever
seu livro Kindom of the Cults (O império das Seitas), e chamar
a IASD de “seita”, até que os líderes da IASD mudassem
rapidamente as doutrinas Adventistas do Sétimo dia. Isto evitou
o estigma de serem chamados de “seita”, como Barnhouse e
Martin rotulariam todos os anti-Trinitarianos.
Em 1968, a IASD uniu-se oficialmente ao Concílio Mundial de
Igrejas e ao Concílio Nacional de Igrejas, os quais requeriam
que cada igreja incluísse a Trindade em suas declarações de
crenças a fim de tornarem-se igrejas membro.
Em 1981, o Presidente da Conferência Geral da IASD, Neal C.
Wilson, anunciou no encontro da Conferência Geral em Dallas,
Texas, que a Igreja tinha adotado oficialmente a doutrina da
Trindade, a qual era agora a de número dois entre as “27
Crenças Fundamentais”. Wilson disse: “Existe outra
organização universal e verdadeiramente católica, a Igreja
Adventista do Sétimo dia.” (Adventist Review, March 5, 1981,
p. 3).

Richard Carlson lamenta, junto com o profeta: “Como se fez


prostituta a cidade fiel!” Isaías 1:21. Carlson afirma que os

115
grandes sinais que identificam a grande igreja falsa são a
doutrina da Trindade, adorando três deuses em um ou um deus
em três; e a guarda do domingo, adorando o deus sol pagão.
E, ele afirma que os maiores sinais que identificam a
verdadeira igreja remanescente de Deus são a adoração do
Pai e Seu Filho, e a guarda do Sábado, adorando o único Deus
verdadeiro no sagrado Sábado do Senhor teu Deus.

APÊNDICE C
A recomendação que Ellen White fez do livro de Urias Smith ─
Daniel e Apocalipse – é descrita a seguir:
“Quatro Livros Especiais – Daniel e Apocalipse, A Grande
Controvérsia, Patriarcas e Profetas, e Desejado de Todas as
Nações deveriam agora ir para o mundo. A grande instrução
contida em Daniel e Apocalipse tem sido avidamente lida com
atenção por muitos na Austrália. Este livro tem sido o meio de
trazer muitas almas preciosas ao conhecimento da verdade.
Tudo o que possa ser feito deve ser feito para circular
'Reflexões sobre Daniel e Apocalipse' (Thoughts on Daniel and
Revelation). Eu não conheço nenhum outro livro que possa
tomar o lugar deste. É a mão auxiliadora de Deus.” (EGW,
Manuscript 76, 1901).

A fotografia da capa, contracapa e da página 401 do livro


“Daniel and Revelation”, edição de 1897, estão mostradas à
seguir:

116
117
118
APÊNDICE D
No livro Evangelismo, págs. 615, 616, existem dois problemas.
O primeiro é com o sub-título contendo a palavra Trindade,
colocada por Leroy Froom em 1946. O segundo é com a
palavra 'pessoa' em vez de 'personalidade'. O parágrafo foi
traduzido do 'Special Testimonies', Serie B. N.7, págs. 62 e 63
(1905). O original em inglês diz o seguinte:

119
Ampliamos a parte do manuscrito de Ellen White onde ela faz a
correção mencionada:

Para tornar o texto mais legível, transcrevemos a parte em


questão:
“There are living three persons of the heavenly trio in which
every soul repenting of their sins believing receiving Christ by
a living faith to them who are baptized.”

A tradução correta seria:


“Existem as três personalidades vivas do trio celestial no qual
cada alma arrependida dos seus pecados, recebendo a Cristo
por viva fé, é batizada.” O texto oficial editado pelo Patrimônio
White é:
“There are three living persons of the heavenly trio. In the
name of these three powers,--the Father, the Son, and the
Holy Ghost, those who receive Christ by living faith are
baptized”, cuja tradução é:

“Existem três pessoas vivas do trio celestial. Em nome destes


três grandes poderes -- o Pai, o Filho, e o Espírito Santo
aqueles que recebem a Cristo por viva fé são batizados.”

120
APÊNDICE E
Em vários versículos bíblicos, Jesus é referido como sendo
Deus. Vamos analisar estes versos.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que
foi feito se fez”. (João 1:1-3).

“Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito que está no


seio do Pai, esse O deu a conhecer”. (João 1:18).

“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor


[Jeová]; endireitai no ermo vereda a nosso Deus [Elohim]”.
(Isaías 40:3). Neste texto, Isaías está se referindo ao Messias.

O Espírito de Profecia também diz que Cristo é e era Deus:


“Se Cristo fez todas as coisas, Ele existiu antes de todas elas.
As palavras ditas com respeito a isso (João 1:1-3) são tão
claras que ninguém precisa ficar em dúvida. Cristo era e é,
essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Ele estava com
Deus desde toda a eternidade, sendo Deus sobre todos,
bendito para todo o sempre.” (Ellen White, Mensagens
Escolhidas, vol. 1, p. 247).

Nós entendemos que Cristo era e é Deus no mais alto sentido


por ser “a imagem do Deus invisível” (Col. 1:15, Filip. 2:6) e por
ter a plenitude da divindade (Col. 2:9). Ele tem a natureza
divina por ter nascido de Deus (Prov. 8:25), e “porque aprouve
a Deus que nEle habitasse toda a plenitude da divindade” (Col.
1:19).

121
Neste sentido Cristo é considerado Deus. Porém, a Bíblia não
diz que existam dois Deuses soberanos. O próprio Jesus disse
que Seu Pai é o único Deus verdadeiro (João 17:3, I Tim. 2:5,
Êxodo 20:2 e 3, João 20:17, etc...), e isto, porque Deus não
teve origem, é a Fonte e o doador da vida, e é o único
Legislador. Ele é, portanto, o Soberano do universo.

APÊNDICE F
O BATISMO EM NOME DE JESUS
Nesta sessão, vamos comparar os argumentos a favor do
batismo em nome de Jesus, e os argumentos a favor do
batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
I) Argumentos a favor do batismo em nome de Jesus:
Os versículos que mencionam o batismo em nome de Jesus
são: Atos 2:38; Atos 8:16; Atos 10:48; Atos 19:5.
Outro versículo, Atos 22:16 diz: “...e sejas batizado, e lava os
teus pecados, invocando o nome do Senhor”.
Em Rom. 6:3 diz que ser batizado em Cristo é ser batizado na
Sua morte.
Em Col. 2:12 diz: „sepultados com Cristo no batismo‟.
Em Gal. 3:27 diz que ser batizado em Cristo é ser revestido de
Cristo.
A Bíblia de Jerusalém (católica), no comentário de rodapé, diz
que a fórmula de Mateus 28:19 é triuna, ou seja, que refere-se

122
à trindade, embora o texto de Mateus 28:19 não diga isto de
forma explícita.
A Enciclopédia Britânica (1910) diz que a fórmula batismal foi
mudada do nome de Jesus, para as palavras Pai, Filho e
Espírito Santo pela Igreja Católica no segundo século.
Outras enciclopédias também dizem isto, como, por exemplo, a
Enciclopédia de Religião Canney, a Enciclopédia de
Conhecimento Religioso Schaff-Herzorh (1966), a Enciclopédia
de Religião e Ética (1958), a Enciclopédia Bíblica (1899), etc..
No catecismo católico, p. 164, é dito que “somente no quarto
século a fórmula „em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo‟ se tornou costumeira”. O Catecismo Católico também
diz que ser batizado em nome da trindade (Mat. 28:19) é ser
católico.
No livro “Judaísmo e as Origens do Cristianismo” (2001), o
autor David Flusser, diz: “O texto de Eusébio de Mat. 28:19 e
20, antes de Nicéia (325 d.C) era o seguinte: „Ide e tornai todas
as nações discípulas em meu nome, ensinando-as a observar
tudo o que vos ordenei”. David Flusser também considera Mat.
28:19 como “A franca fórmula trinitariana”.
O cardeal Joseph Ratzinger (papa Bento XVI), que ocupou o
cargo de chefe da Congregação da Doutrina da Fé, o
equivalente moderno ao “Santo Ofício” dos tempos da
Inquisição, diz, em seu livro “Introdução ao Cristianismo”
(1968), p. 82, o seguinte:
“A forma básica de nossa profissão de fé (forma trinitariana de
Mateus 28:19) originou-se ao longo do segundo e terceiro

123
séculos em conexão com a cerimônia do batismo. Tanto quanto
se relacione ao lugar de origem, este texto veio da cidade de
Roma. O batismo trinitariano, portanto, não se originou da
igreja que se iniciou em Jerusalém, por volta do ano 33 d.C. Ao
invés, como mostra a evidência, foi uma invenção
completamente fabricada pela igreja católica”.

Podemos ver dos textos acima que a igreja católica faz questão
de dizer que a fórmula batismal de Mateus 28:19 é trinitariana,
que se originou ao longo dos séculos II e III, e que veio da
cidade de Roma. A igreja católica ainda diz que no primeiro
século os discípulos batizavam em nome de Jesus, e, o cardeal
Ratzinger vai mais além, ao ponto de dizer que a fórmula de
Mateus 28:19 “foi uma invenção completamente fabricada pela
igreja católica”.
II) Argumentos a favor do batismo segundo Mateus 28:19.
A besta que subiu do mar (Apoc. 13:1-10) é a Igreja católica ou
o papado – esse imenso poder político religioso que tem
governado a terra por quase dois mil anos. Em Apoc. 13:2 nos
é dito que o dragão (Satanás) deu-lhe (à besta) o seu poder, e
o seu trono, e grande autoridade. Sabemos que Satanás é o
pai da mentira (João 8:44). Considerando isto, será que
podemos acreditar na igreja católica quando diz que os
discípulos de Cristo batizavam usando as palavras “em nome
de Jesus”, e não segundo a ordem de Cristo em Mateus 28:19?
Quando a igreja católica diz que foi ela que elaborou a fórmula
batismal de Mateus 28:19, e não Cristo, e, além disso, diz que
é uma fórmula trinitariana, não estaria, assim, induzindo as
pessoas a pensarem que de fato esta fórmula é trinitariana?

124
O que Mateus 28:19 diz claramente é que existe o Pai, existe o
Filho, e existe o Espírito Santo. Porém, nenhum trinitariano
pode afirmar que, segundo Mateus 28:19, exista um Deus
triuno, ou mesmo que o Espírito Santo seja um Deus, pois o
texto não afirma isto. A palavra “Deus”, ou “triúno” nem sequer
é mencionado neste texto.
Os pioneiros da igreja adventista do sétimo dia, que não eram
trinitarianos, batizavam em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo, segundo Mateus 28:19. Vamos entender por
que.
A respeito do batismo, o pioneiro Urias Smith, disse:
“Somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. (Mateus 28:19). Por essa expressão manifestamos
nossa crença na existência do único verdadeiro Deus, na
mediação de Seu Filho e na influência do Espírito santo”. (The
Bible Student´s Assistant, pp. 21 e 22).

Tiago White afirmou:


“O batismo é uma ordenança perpétua na igreja, e os ministros
do século dezenove batizam “em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”, por que a comissão original assim o requer”.
(James White, Review and Herald, 04/02/1862).

Note que Tiago White diz, contrariamente à igreja católica, que


Mateus 28:19 é “a comissão original”. Em outras palavras, este
texto se encontra nos melhores manuscritos do “Textus
Receptus”, ou Textos Recebidos, nos quais se baseou a Bíblia
King James de 1611.

125
O pioneiro Joseph Harvey Waggoner, em seu livro
“Considerações sobre o Batismo”, p. 63, diz o seguinte:
“Porque é dito em Atos 2:38; 8:16 e 19: 5, que foram
batizados em nome de Jesus, alguns inferiram que os
apóstolos batizavam somente em nome de Cristo. Mas esta
conclusão é muito fraca. Para descobrir a falácia dessa ideia,
será necessário apenas examinar os termos da comissão sob a
qual eles agiram:

1. O Salvador disse-lhes que ensinassem todas as nações e as


batizassem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

2. Ordenou-lhes que permanecessem em Jerusalém até que


fossem dotados de poder do alto. Eles não deveriam pregar
nem batizar até que o Espírito Santo viesse sobre eles.

3. O poder prometido veio sobre eles no dia de Pentecostes; e


naquele dia foi pregado o primeiro sermão depois que a grande
comissão foi dada.

4. Se eles não batizaram em nome do Pai e do Filho e do


Espírito Santo, não obedeceram ao mandamento de seu
Senhor -- não cumpriram a comissão sob a qual agiram e pela
qual tinham autoridade para batizar. Nós acreditamos que
ninguém estará disposto a arriscar uma conclusão como essa”.

Note, também, o que Ellen White escreveu:


“Quando Jesus foi de Jerusalém à região adjacente ao Jordão,
o povo aglomerou-se para O ouvir. Diariamente, crescia-Lhe o
número dos discípulos. Muitos iam em busca de batismo, e
conquanto o próprio Cristo não batizasse, sancionava a
ministração dessa ordenança pelos discípulos. ...Surgiu entre
eles e os judeus uma questão quanto ao batismo, se este

126
servia para purificar do pecado; afirmavam que o batismo de
Jesus diferia essencialmente do de João. Em breve, travaram
discussão com os discípulos de Cristo acerca das palavras
próprias para serem usadas no batismo e, afinal, quanto ao
direito deles de batizar”. (O Desejado de Todas as Nações,
pág. 178).

Deste texto podemos deduzir o seguinte: quando os judeus


perguntavam para os discípulos com que autoridade, ou em
nome de quem, eles batizavam, os discípulos podiam
responder: Nós batizamos sob a autoridade de Jesus, ou em
nome de Jesus. Em nome de Jesus, fomos autorizados a
batizar em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Outros textos também esclarecem o assunto:
“O preconceito dos judeus foi despertado porque os discípulos
de Jesus não usavam as exatas palavras de João no rito do
batismo. João batizava no arrependimento, mas os discípulos
de Jesus, em profissão de fé batizavam em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo”.(Ellen White, Spirit of Profecy, vol.
2, p. 136).

“Deviam os discípulos levar avante sua obra no nome de


Cristo. Cada uma de suas palavras e atos devia atrair a
atenção sobre Seu nome como possuindo esse poder vital pelo
qual os pecadores podem ser salvos[...] Sua fé devia
centralizar-se nAquele que é a fonte de misericórdia e poder.
Em Seu nome deviam apresentar suas petições ao Pai, e
receberiam resposta. Deviam batizar no nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. O nome de Cristo devia ser a senha, a
insígnia, o laço de união, a autoridade para sua norma de
prosseguimento e a fonte de seu sucesso. Nada devia ser

127
reconhecido em Seu reino que não trouxesse Seu nome e
inscrição.” (Atos dos Apóstolos, pp. 28 e 29).

“Os compromissos que assumimos no ato do batismo são


muitos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo fomos
sepultados com Cristo na semelhança de Sua morte e com Ele
ressuscitamos na semelhança de Sua ressurreição, a fim de
andarmos em novidade de vida.” (Testemunhos Para a Igreja,
Vol. 6, pág. 98).

CONCLUSÃO
O batismo é um símbolo da morte e ressurreição de Cristo.
Assim como Cristo primeiro morreu, depois foi sepultado, e
então ressuscitou, assim também, simbolicamente, o candidato
ao batismo deve primeiro morrer para o „eu‟, para o velho
homem, e para o mundo, para então ser sepultado nas águas
batismais, e erguer-se para uma nova vida em Cristo. A
entrega da vontade a Cristo é equivalente à morte do próprio
eu. O crente que assim procede está justificado do pecado,
conforme Romanos 6:7, e Colossenses 3:3.
É opinião do autor que aqueles que foram batizados segundo
as palavras “em nome de Jesus”, não precisam ser rebatizados
“em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Afinal, João
Batista não usava as mesmas palavras no rito do batismo que
as usadas pelos discípulos de Jesus. Porém, a doutrina de
João estava em plena harmonia com a doutrina de Cristo. O
importante é cumprir os requerimentos da Palavra de Deus
(Romanos 6:7, Colossenses 3:3, etc..) e ser assim justificado
por Cristo.

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