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Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Diego Milnitz
Prof. Henrique Gonçalves Pereira
Prof. Leonardo Garcia dos Santos
M659m
Milnitz, Diego
ISBN 978-65-5663-944-4
ISBN Digital 978-65-5663-945-1
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja muito bem-vindo à disciplina de Mecânica. Este
livro está dividido em três unidades.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 126
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO..................................... 127
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 187
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para o estudo e o compreendimento da mecânica em particular, é preciso
iniciar com alguns conceitos primordiais. Necessita-se fazer ainda algumas
conjecturas admissíveis. Dois dos conceitos mais fundamentais são o espacial
e o temporal. Neste ensinamento inicial do estudo das forças associadas ao
movimento, ciência do movimento e cinética, será proposto que o ambiente físico
dos ensaios comuns é apresentado adequadamente pelo espaço matemático de
três dimensões da geometria (BEER; JOHNSTON JUNIOR; CLAUSEN, 2006).
Por outro lado, existem certas grandezas físicas que possuem uma
propriedade direcional, como um deslocamento de um lugar para outro no
ambiente. Essas grandezas precisam de uma direção, sentido e um módulo para
as suas totais parametrizações. Estas grandezas são denominadas de vetores. Um
vetor é uma entidade matemática caracterizada por ter um sentido, uma direção
e um módulo (intensidade).
2.1 NOTAÇÃO
Geralmente, as grandezas vetoriais são caracterizadas em algumas obras
por tipo em negrito, por exemplo “A”, enquanto tipo itálico “A” representa
quantidades escalares (YOUNG; FREEDMAN, 2010). Entretanto, a forma mais
comum encontrada em trabalhos da área física e matemática é a utilização de
4
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
→
uma flecha, A, para caracterizar um vetor.
→
Caracteriza-se um vetor A por seu módulo, sua direção e sentido, no que
diz respeito a algum sistema de referência selecionado. Já quando se representa
um vetor por meio de um esquema ou gráfico, este deve ser um segmento de reta
direcionado, como representado na Figura 2.
FONTE: O autor
→
A = [Ax, Ay, Az] Equação (1)
→
O lado direito da equação demonstra o vetor A segundo as componentes
de um sistema de coordenadas específico. Nesse caso, é submetido ao sistema de
coordenadas cartesianas (x, y, z), a menos que seja especificado outro tipo.
→
A título de exemplo, se o vetor A simula um movimento de um ponto Pa
(xa; ya; za) até o ponto Pb (xb; yb; zb), logo Ax = xb-xa, Ay = yb-ya, Az = zb-za. Se
→
A caracteriza uma força, desse modo, Ax é a componente x da força, e igualmente
às demais componentes apresentadas. Notoriamente, os valores das componentes
escalares de um vetor estão amarradas à definição dos eixos de coordenadas.
5
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
FONTE: O autor
A equação,
→ →
A = B Equação (2)
ou,
Ou seja, dois vetores serão idênticos se, e somente se, suas devidas
componentes forem idênticas.
6
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
FONTE: O autor
que é igual:
7
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
→ →
A - B Equação (8)
que é igual:
→ →
A + (-1)* B Equação (9)
Solução
8
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
que é igual:
que é igual:
Solução
9
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
E
IMPORTANT
I. Unidades de base.
II. Unidades derivadas.
III. Unidades suplementares (BIPM, 2018).
11
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
12
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
Condutância siemens S
Fluxo de indução magnética weber Wb
Indução magnética tesla T
Indutância henry H
Fluxo luminoso lumen lm
Iluminamento ou aclaramento lux lx
Viscosidade dinâmica pascal segundo Pa.s
FONTE: Alves (1998, p. 24)
São unidades sem dimensão. Nota-se que essas unidades também podem
ser combinadas com as unidades base para formar novas unidades derivadas.
13
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
QUADRO 4 – UNIDADES QUE NÃO FAZEM PARTE DO SI, MAS SÃO AMPLAMENTE USADAS
Solução
Temos que 1 km = 0,6214 mi. A regra é simples, multiplicamos a unidade
que desejamos converter (1 mi) pela unidade que desejamos obter (1 km) e
dividimos pelo seu equivalente na unidade que queremos substituir (0,6214 mi).
14
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
15
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Esse barco, que no mar pode ser entendido como um ponto material ou
partícula, dentro de um estaleiro não será mais insignificante, pois ocupará um
espaço considerável do estaleiro onde está sendo construído, portanto, ele passa
a ser compreendido com um corpo extenso.
4.2 REFERENCIAL
De maneira formal, um referencial pode ser entendido como um conjunto
de elementos que formam um sistema de referência, ou seja, que serve de
referência (HIBBELER, 2005). Talvez o entendimento prático seja possível por
meio da resposta a uma simples pergunta: “neste momento, você está parado ou
em movimento?”.
Inicialmente, essa questão pode aparentar ser sem muita relevância e com
resposta inequívoca, entretanto, se parar para refletir é possível entender que essa
resposta não é tão simples. Pode-se considerar parado em relação ao chão da sua
casa, por exemplo, ou como se está contido na Terra, consequentemente também
sofre influência dos movimentos que ela apresenta, isto é, rotação e translação.
Desse modo, em relação ao sol, por exemplo, pode-se considerar em movimento.
16
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
FIGURA 7 – AVIÃO SOLTANDO UMA BOMBA E EVENTO SENDO OBSERVADO POR UMA PESSOA
FONTE: O autor
FIGURA 8 – AVIÃO SOLTANDO UMA BOMBA E EVENTO SENDO OBSERVADO PELO PILOTO
FONTE: O autor
17
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
4.3 TRAJETÓRIA
Segundo Hibbeler (2005), a trajetória pode ser definida como o caminho
efetivado por uma determinada entidade no espaço, baseado em um sistema de
coordenadas preestabelecido. Como visto nos exemplos das Figuras 7 e 8, em que
um avião bombardeiro solta um míssil, temos que:
Pergunta-se:
a) Qual a trajetória do objeto, vista por um passageiro parado dentro do trem?
b) Qual a trajetória do objeto, vista por um observador parado na estação?
(Suponha que o trem vai em sentido à estação).
4.5 DESLOCAMENTO
Deslocamento é uma grandeza vetorial que é medida pela subtração de
duas grandezas vetoriais: a posição final (SF) e a posição inicial (S0) de um objeto,
isto é, o deslocamento de uma entidade corresponde à distância entre esses dois
pontos, assim sendo, se essa entidade se move e retorna para o ponto de onde
partiu, seu deslocamento constará como nulo (BEER; JOHNSTON JUNIOR;
CLAUSEN, 2006). A Figura 11 ilustra um exemplo de deslocamento entre dois
pontos, A e B.
19
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Portanto, tem-se:
Δx = xf - xi Equação (19)
4.6 TEMPO
Na física, especialmente na mecânica clássica, o tempo é a grandeza
física rigorosamente relacionada ao correto sequenciamento, por meio da
ordem de acontecimentos, dos fatos naturais, definidos segundo casualidades
respectivamente espaciais e temporais entre tais fatos e as referências de um ou
mais relógios devidamente dispostos, sincronizados e atrelados ao ponto inicial
e aos eixos de coordenadas de referência em que se define o tempo (OLIVEIRA,
2013).
20
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
De outra forma, pode ser compreendido com uma grandeza “t” empregada
para contar as alterações das posições e mostrar se o objeto se encontra em
movimento ou parado. Em um determinado intervalo de tempo “Δt”, a sincronia
e a precedência de um acontecimento são independentes de quem observa.
4.7 VELOCIDADE
Equação (20)
Assim,
Equação (21)
21
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Equação (22)
Assim,
Equação (23)
Solução
22
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
4.8 ACELERAÇÃO
A aceleração pode ser compreendida como uma grandeza física que
mostra como a velocidade de um objeto varia no tempo. A aceleração geralmente
é provocada por um agente físico chamado de força. Quando um objeto é
submetido à ação de uma força, ou de um sistema de forças, pode ficar sujeito a uma
aceleração e, por conseguinte, apresentará variação de velocidade. A aceleração
ainda pode ser definida como aceleração média, ou aceleração instantânea.
Equação (24)
Assim,
Equação (25)
23
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Assim,
Equação (27)
Solução
24
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
5 FECHAMENTO
Neste capítulo, foram abordados dois dos conceitos fundamentais da
mecânica, que são o espacial e o temporal. Nesse ensinamento inicial do estudo
das forças associadas ao movimento, ciência do movimento e cinética, foi definido
que o ambiente físico dos ensaios comuns é apresentado adequadamente pelo
espaço matemático de três dimensões da geometria.
25
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
26
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
27
AUTOATIVIDADE
28
3 O Sistema Internacional de Unidades (SI) deveria estabelecer para cada
grandeza somente uma unidade. Do mesmo modo, foram estabelecidos
os seus símbolos, as unidades derivadas, as unidades suplementares e os
prefixos. O progresso científico e tecnológico tem possibilitado a redefinição
dos padrões dessas grandezas. Sobre as unidades de base, conforme os
símbolos, analise as sentenças a seguir:
5 Isaac Newton foi uma das mentes mais brilhantes que apareceram em nosso
planeta em todos os tempos. Os benefícios de suas descobertas foram e
ainda são de grande importância em áreas como a engenharia. A afirmação:
“os corpos permanecem em repouso ou em movimento retilíneo uniforme
a não ser que sobre eles atue alguma força resultante diferente de zero”
corresponde à:
29
30
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Mecânica é a parte da Física encarregada de estudar os movimentos dos
objetos, assim como suas progressões temporais e as relações matemáticas que
os definam. Para Merian e Kraige (2008), é um conhecimento de extraordinária
relevância, com inúmeras aplicações, como na Geofísica, na Medicina, na
Astrofísica e, principalmente, na Engenharia.
Equação (28)
Equação (29)
31
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
Equação (30)
Solução
32
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Equação (31)
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
→
Como t0 = 0 e, reagrupando a equação para isolar o vetor velocidade (V),
tem-se:
Equação (32)
33
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
→
• V é a velocidade final.
→
• V é a velocidade inicial.
• →
a é a aceleração.
• t é o tempo.
Equação (33)
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
Equação (34)
Equação (35)
Solução
35
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
FONTE: O autor
36
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Equação (36)
Por meio dessa expressão, pode-se calcular o tempo que o objeto leva
para subir. Para isso, deve-se cuidar que, ao alcançar a sua elevação máxima, a
velocidade vertical é zero.
então,
Equação (37)
Equação (38)
Equação (39)
37
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
então,
como, H = Δγ = (γ - γ0 ), então:
Equação (40)
Equação (41)
E
IMPORTANT
38
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Solução
b) Sabendo o tempo necessário para o projétil atingir sua altura máxima, podemos
calcular facilmente essa altura. Para isso, utilizaremos a seguinte relação:
39
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
FONTE: O autor
40
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Equação (42)
Equação (43)
41
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
→
Geralmente, o ΔS, que representa a variação do deslocamento no eixo x,
é substituído pela letra “A”, que é denominada de alcance do objeto. Portanto, a
equação final fica:
Das deduções do item 4.1, é possível compreender que o tempo total gasto
para que um corpo alcance a altura máxima vertical seja:
Equação (44)
Como nesse caso a fórmula mostra o tempo total gasto para o alcance da
altura máxima, ou seja, tempo de subida, portanto, para considerar o tempo total
entre subida e descida, é necessário multiplicar por “2”, e, além disso, deve-se
considerar o ângulo em relação ao componente da velocidade na fórmula, assim
sendo, tem-se:
Equação (45)
E
IMPORTANT
42
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
Equação (46)
→
Como “Vγ0” pode ser reescrito como “V0 * senθ” e a velocidade final na
altura máxima é nula, tem-se:
→
0 = (V0 * senθ)2 - 2 * g * H
43
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Solução
44
TÓPICO 2 — MRU, MRUV E LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
6 FECHAMENTO
A Mecânica é a parte da Física encarregada de estudar os movimentos
dos objetos, assim como suas progressões temporais e as relações matemáticas
que os definam. É um conhecimento de extraordinária relevância, com inúmeras
aplicações, como na Geofísica, na Medicina, na Astrofísica e, principalmente, na
Engenharia.
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
46
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 2,0.
b) ( ) 4,0.
c) ( ) 6,0.
d) ( ) 8.0.
e) ( ) 12.
47
4 A função horária do espaço de um carro em movimento retilíneo uniforme
é informada pela seguinte expressão: x = 85 + 6.t. Sobre o momento em que
esse móvel passará pela posição 225 m, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) 23,33 segundos.
b) ( ) 19,85 segundos.
c) ( ) 51,66 segundos.
d) ( ) 24,72 segundos.
48
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A cinemática é a parte da Física que foca na descrição dos movimentos
das entidades, sem se embrenhar na análise de suas causas, que é tratada na parte
da dinâmica. De modo geral, neste campo da física, estuda-se as partículas ou
pontos materiais, objetos em que todos os seus pontos se deslocam de forma igual
e em que são desconsideradas suas dimensões em relação ao evento.
49
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
2 MOVIMENTO RELATIVO
Como já foi apresentado no início deste tópico, o movimento relativo é
todo e qualquer deslocamento. Além disso, a expressão “relativo” demonstra
que o movimento é continuamente mensurado em relação a alguma coisa, que é
chamado de referencial ou também de observador. O referencial está contido no
eixo de coordenadas empregado para caracterizar o movimento. Ainda, pode-
se definir o referencial como sendo alguma coisa que se encontra observando o
deslocamento de um objeto (BEER; JOHNSTON JUNIOR; CLAUSEN, 2006).
Suponha que você está dentro de um ônibus, sentado no banco com outros
passageiros. O motorista liga o ônibus e vocês saem para uma determinada viagem.
Com relação à via onde estão trafegando, a sua localização está continuamente
alterando a cada momento, você está em uma posição distinta, o ônibus se desloca
na via, portanto, você está em movimento relativo à via. Entretanto, em relação
ao ônibus, sua posição não muda, pois você está sentado no banco do passageiro,
de certa forma, parado no lugar onde está sentado. Você não está nem próximo
e nem afastado do ônibus, ou seja, não altera a localização em relação ao ônibus.
Portanto, você está em inércia relativa ao ônibus.
50
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
FONTE: O autor
→ → →
SP/A = SB/A + SP/B Equação (48)
fica:
Equação (52)
Equação (53)
→ →
Sendo “v P/A
” a velocidade de “P” em relação a “A”, “vP/B” a velocidade de
→
“P” em relação a “B” e “vB/A” a velocidade do referencial “B” relativa ao referencial
→
“A”, além disso, “vB/A” apresenta velocidade constante, portanto:
→ →
a P/A = a P/B Equação (54)
52
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
Determine:
a) Quando e onde a bola atingirá o elevador.
b) A velocidade relativa da bola em relação ao elevador quando a bola o atinge.
Solução
53
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
3 MOVIMENTO CIRCULAR
O movimento circular (MC) de um objeto é descrito pelo seu deslocamento
em forma de um círculo ou arco de círculo (BEER; JOHNSTON JUNIOR;
CLAUSEN, 2006). Neste item, serão estudadas e determinadas as velocidades e
as acelerações existentes nesse tipo de movimento.
54
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
FONTE: O autor
Equação (58)
Equação (59)
55
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Equação (60)
Equação (61)
ou seja,
Equação (62)
56
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
assim,
aCP
Equação (63)
Solução
4 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO
O movimento de rotação pode ser definido como o movimento circular de
um objeto rígido que conserva um ponto fixo (HIBBELER, 2011). De outra forma,
a rotação pode ser compreendida como uma simples orientação radial gradativa
para um ponto comum, sendo que esse ponto comum está contido no eixo desse
movimento (MARQUES, 2016).
57
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Equação (64)
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
Equação (65)
58
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
Equação (66)
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
Equação (67)
Além disso, a função horária para o deslocamento angular (φ) pode ser
determinada de forma análoga ao se adotar a variação do deslocamento angular
em relação ao tempo e integrá-la, portanto, tem-se:
59
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
Equação (68)
Ainda, essa equação pode ser reagrupada de outra forma, como segue:
Equação (69)
Equação (70)
60
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
Solução
61
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
5 FECHAMENTO
Nesta unidade, no Tópico 1, foram apresentados os conceitos fundamentais
da mecânica clássica, no Tópico 2, foram discutidos os tipos de movimento mais
recorrentes e usualmente discutidos, como o movimento retilíneo uniforme, o
movimento uniformemente variado e o lançamento de um projétil. No Tópico 3,
foram apresentados e discutidos os movimentos relativo, circular e rotação.
62
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
MASSA
Outra coisa interessante é o fato de que corpos com massas diferentes caem
com a mesma aceleração em queda livre. Acredita-se que Galileu comprovou isso
experimentalmente quando jogou duas pedras, de pesos diferentes, do alto da
torre Pisa e elas caíram aproximadamente juntas, contrariando completamente
o que se pensava na época. Isso vem do fato de que a força aumenta na mesma
proporção de aumento da massa, ou seja, se a massa é maior a força sobre ela
também é maior,
63
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
MOMENTO LINEAR
Imagine dois corpos vindo em sua direção, ambos com uma velocidade
de 3 m/s. Um dos corpos é uma bola de tênis e o outro é um caminhão. Se você
tivesse que escolher qual deles colidiria com você, certamente, a resposta seria
a bola de tênis. Você tem uma definição intuitiva sobre qual deles tem a maior
quantidade de movimento. A Grandeza Vetorial, que mede a quantidade de
movimento de cada um desses corpos, é denominada momento linear e é dada
pela expressão , em que m é a massa e a velocidade com a qual o corpo está
se movendo. A unidade do momento linear no SI é o kg.m/s.
64
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
MOMENTO ANGULAR
L = r*Q
L = r*m*v
65
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
FORÇA
FORÇAS ESPECIAIS
FORÇA GRAVITACIONAL
FORÇA NORMAL
FORÇA DE TRAÇÃO
68
TÓPICO 3 — MOVIMENTO RELATIVO, CIRCULAR E ROTAÇÃO
FORÇA DE ATRITO
Você já notou que, quando tenta mudar um móvel de lugar, o esforço que
tem que fazer para iniciar o movimento é bem maior do que para mantê-lo? Isso
se deve às forças de coesão entre as moléculas do móvel e da superfície de apoio,
que permanecem ligadas microscopicamente por uma espécie de soldagem a frio.
Uma vez rompida essa soldagem, o corpo desliza com mais facilidade sobre a
superfície de apoio.
69
UNIDADE 1 — CINEMÁTICA E LEIS DE NEWTON
FORÇA ELÁSTICA
70
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
71
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 3 π m/s.
b) ( ) 4 π m/s.
c) ( ) 6 π m/s.
d) ( ) 7 π m/s.
72
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - V.
b) ( ) F - V - F - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - F - F - V.
73
REFERÊNCIAS
ALVES, M. Instrumentação e medidas I. Porto: Instituto Superior de
Engenharia do Porto, 1998.
HIBBELER, R. C. Estática: mecânica para engenheiros. 10. ed. São Paulo: Person
Education do Brasil, 2005.
74
UNIDADE 2 —
ENERGIA E MOVIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
75
76
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, nós estudamos os conceitos que estão relacionados ao
movimento dos corpos e como eles se aplicam em cálculos mecânicos. Também
vimos aplicações das leis de Newton.
E
IMPORTANT
Certo, mas o que é energia? Bom, energia não é algo tão simples de definir, no
entanto, Halliday, Resnick e Walker (2016) consideram energia como uma grandeza escalar
associada ao estado de um ou mais objetos. Os autores ainda ampliam esse conceito,
baseando-se em uma propriedade do universo, onde a energia permanece constante, ou
seja, ela pode mudar de forma e ser transferida de um objeto para outro, mas a quantidade
total de energia é conservada.
TUROS
ESTUDOS FU
2 ENERGIA CINÉTICA
Na mecânica, associamos a energia cinética ao movimento dos corpos, ou
seja, se não há movimento (corpo em repouso), consideramos a energia cinética
como nula.
77
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(1)
E
IMPORTANT
(2)
Exemplo 1:
No final do século XIX, na cidade de Waco, Texas, William Crush posicionou
duas locomotivas em extremidades opostas de uma linha férrea com 6,4 km de
extensão e provocou uma colisão entre elas. Conta a história que ele acendeu as
caldeiras, amarrou os aceleradores para que permanecessem acionados e fez com
que as locomotivas sofressem uma colisão frontal, em alta velocidade, diante de
cerca de 30 mil espectadores (Figura 1), porém centenas de pessoas ficaram pelos
destroços e várias vieram a óbito.
78
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
Então, em um primeiro momento, devemos descobrir a massa dos trens.
Pela leitura do problema, vimos que o peso de cada trem é de 1,2 x 106 N, como
Peso é uma força, logo, podemos aplicar a 2ª lei de Newton, onde F = m . a. Onde
F será a força peso e a será a aceleração da gravidade (g). Reorganizando, temos:
80
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
→ → →
FIGURA 2 – FORÇA CONSTANTE F ALTERANDO A VELOCIDADE DE UM CORPO DE vo PARA v
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
Perceba, conforme o esboço a seguir (Figura 3), que tanto a força aplicada
→
pelo guindaste (Fapl ) é vertical e faz ângulo com o deslocamento do
caminhão, mostrado em 2). Dessa forma:
82
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
→
FIGURA 3 – FORÇA CONSTANTE (Fapl ) DE UM GUINDASTE IÇANDO O CAMINHÃO
FONTE: O autor
Já para a letra b), temos que analisar o trabalho realizado pela força da
gravidade (Fg), onde o deslocamento realizado foi o mesmo e que , então:
→
Obs.: note que o trabalho realizado por Fg é negativo, uma vez que se
opõe ao movimento. Podemos observar isso em relação ao ângulo φ, da Equação
→
7, como Fg é vertical e para baixo, o descolamento é vertical e para cima, φ = 180ᵒ
e o cos (180) = -1, podemos concluir que o trabalho de uma força que se opõe ao
movimento será um trabalho negativo.
Para responder a letra c), podemos optar por dois caminhos. O primeiro
→
seria calcular a Força Resultando no eixo Y (Fres) e, em seguida, calcular o trabalho
realizado por essa força, como vemos a seguir:
83
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(10)
𝑊𝑔 = 𝐹𝑔 . 𝑑 = 𝑚. 𝑔. ℎ. 𝑐𝑜𝑠(𝜑) (11)
84
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
(12)
(13)
FIGURA 4 – TRENÓ SENDO PUXADO POR UMA CORDA EM UMA RAMPA INCLINADA θ = 30°
85
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
→
Perceba que temos 3 forças atuantes, a força da gravidade Fg (referente ao
→
peso do trenó), uma força de tração T (devido à força exercida pela corda) e uma
→
força normal FN (resposta da superfície inclinada ao peso do trenó).
Assim, obtemos:
Logo,
86
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
87
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
Na figura anterior, em (a), o bloco está preso a uma mola que está em seu
comprimento natural (x = 0), nesse caso, não há nenhuma força atuando. Em (b),
o bloco é arrastado para a direita (sentido positivo de x) e a mola é tracionada,
→ →
surgindo uma FS de sentido contrário ao deslocamento d. No instantâneo (c), a
→
mola é comprimida e o deslocamento d possui sentido negativo em x, porém a
→
FS da mola continua agindo no sentido contrário ao deslocamento, ou seja, no
sentido positivo de x.
Perceba, então, que tanto para o cenário (b) quanto para o cenário (c),
→
a força elástica FS da mola é sempre contrária ao deslocamento. A esse tipo de
força, que sempre tende a voltar ao repouso (momento em que a mola não está
deformada, em x = 0), damos o nome de força restauradora. Analisando a equação
→
do trabalho para FS, temos que:
(14)
→
Por FS se tratar de uma força restauradora (sempre se opondo ao movimento),
o ângulo φ da força com o deslocamento será de 180º, onde o cos (φ ) = -1. Sendo
assim, podemos reescrever a Equação 14 e obter a Equação 15:
(15)
Podemos ampliar ainda mais esse conceito, uma vez que sabemos que
o módulo da força elástica da mola é FS - k.x, substituindo em 15, e colocando a
constante elástica k para fora da integral, obtemos a Equação 16:
(16)
Agora, resolvendo a integral da Equação 16, obtemos a expressão do
trabalho de uma mola, conforme Equação 17:
(17)
88
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
→
Perceba que o sinal negativo do trabalho é justamente devido a FS ser uma
força restauradora e sempre se opor ao deslocamento do corpo.
Onde temos:
89
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(18)
90
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
→
Levando esse conceito para três dimensões e que a força variável F possua
componente nas três direções, temos que o trabalho W será igual a:
(19)
4 POTÊNCIA
Já que falamos em trabalho, podemos ampliar o conceito um pouco mais
para falarmos em potência. Potência pode ser descrita como a taxa de variação de
trabalho em função do tempo.
(20)
91
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(21)
4.1 UNIDADE
Conforme visualizado na equação anterior, a unidade de Potência é
joule dividido por segundos. A unidade de J/s no SI é denominada watt (W), em
homenagem a James Watt, matemático e engenheiro britânico, cujos experimentos
influenciaram diretamente a Revolução Industrial, devido as suas contribuições
pelos melhoramentos em motores a vapor.
(22)
(23)
(24)
92
TÓPICO 1 — TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
Logo:
Sendo assim, temos que:
Para o cálculo da potência média do motor, basta calcular a quantidade de
trabalho executada pelo intervalo de tempo, que é de 3 minutos ou 180 segundos,
assim, temos que:
93
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O trabalho realizado por uma força variável qualquer em uma direção é dado
por
94
• A potência instantânea é dada por
95
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 1,25 kJ.
b) ( ) 1500 J.
c) ( ) 3,2 kJ.
d) ( ) 12,3 kJ.
a) ( ) -8,0 J.
b) ( ) 4,0 J.
c) ( ) -12,0 J.
d) ( ) 8,0 J.
96
FONTE: <https://bit.ly/3BfEtJY> Acesso em: 20 jul. 2021.
a) ( ) Qual é o trabalho total realizado sobre o livro por Fa, pela força
gravitacional e pela força normal?
b) ( ) Se o livro tem energia cinética nula no início do deslocamento, qual é a
sua energia cinética final?
FIGURA 9 – AUTOATIVIDADE 4
FIGURA 10 – AUTOATIVIDADE 5
97
98
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
ENERGIA POTENCIAL
1 INTRODUÇÃO
E
IMPORTANT
Rosa (2009) define energia potencial como um tipo de energia que está
relacionada à configuração do sistema. Essa configuração do sistema se refere ao modo
como as diversas partes desse sistema se localizam uma em relação às outras e à maneira
pela qual as partes de um sistema interagem entre si.
FIGURA 11 – ESFERA DE MASSA m COM VELOCIDADE INICIAL ZERO SOFRE QUEDA LIVRE
DEVIDO À FORÇA GRAVITACIONAL
99
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
A esfera descrita na figura anterior está parada (instante A), antes de ser
solta e cair em queda livre, velocidade inicial igual a zero, nesse caso, podemos
concluir que sua energia cinética antes de ser solta também é igual a zero. No
instante B, ela chega ao solo com velocidade V maior que zero devido à ação da
gravidade, então podemos concluir que a energia cinética nesse instante também
é maior que zero.
Você certamente já deve ter ouvido isso nas aulas de física do Ensino
Médio, mas tanto a matéria quanto a energia não se criam, elas são apenas
transformadas. Então, nesse caso, a energia cinética no instante B tem de ter vindo
de algum lugar, certo? Afinal, sua energia cinética no instante A era zero.
A essa energia, que estava armazenada na esfera, logo antes de ser solta,
damos o nome de Energia Potencial, e essa se trata ainda de tipo específico, a
Energia Potencial Gravitacional.
TUROS
ESTUDOS FU
Como pode ser visto em um exemplo do dia a dia (Figura 12), após o
arremesso de uma bola de basquete, ela cairá e sua energia potencial gravitacional
irá transformar-se em energia cinética, aumentando sua velocidade escalar.
100
TÓPICO 2 — ENERGIA POTENCIAL
Com esse experimento mental, concluímos que v3 > v2 > v1 , logo, a energia
cinética antes do impacto também é maior para o experimento 3, depois para o
2 e, por último, para o experimento 1. Como na nossa análise inicial dissemos
que essa energia cinética durante o impacto provém da nossa energia potencial
gravitacional, é fácil de relacionar que essa energia depende da altura e da massa
do corpo e tem como força motriz a gravidade.
E
IMPORTANT
(25)
O sinal negativo da equação é devido ao fato de o trabalho da força
gravitacional ser positivo quando o deslocamento aponta para baixo e ser negativo
quando o deslocamento aponta para cima, como podemos observar na Figura 13.
101
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(26)
(27)
102
TÓPICO 2 — ENERGIA POTENCIAL
(28)
Onde:
(29)
(30)
103
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
A letra (e) pede que calculemos a variação de energia potencial (ΔU), para
cada referência, quando a preguiça desce 5 metros da sua posição inicial, mas
perceba que, para todos os casos, o valor de ΔU será o mesmo, pois em todos os
casos a variação da altura (Δy) é a mesma, então, temos que:
104
TÓPICO 2 — ENERGIA POTENCIAL
(31)
Para esse cálculo, consideramos que a mola está em uma superfície plana
e sua força está agindo somente na horizontal (eixo x). Como a constante elástica
(k) da mola é constante, retiramos esse valor da integral e eliminamos o sinal
negativo para obter a Equação 32.
(32)
(33)
(34)
Exemplo 7
105
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
Para esse caso, o sistema bloco-mola possui uma energia potencial elástica
de 50 J.
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
107
AUTOATIVIDADE
→
FIGURA 16 – BLOCO COM VELOCIDADE v EM TRÊS DIFERENTES TRAJETÓRIAS
108
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
a) ( )
b) ( )
c) ( )
d) ( )
FIGURA 17 – AUTOATIVIDADE 4
109
5 (TIPLER; MOSCA, 2009) Considere um bloco de 4,0 kg, conforme Figura 18,
que está em uma mesa sem atrito e preso a uma mola que possui constante
elástica k = 400 N/m. Em um instante inicial, a mola está comprimida em x1
= - 5,0 cm. Com base no exposto, calcule:
FIGURA 18 – AUTOATIVIDADE 5
110
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
1 INTRODUÇÃO
Você sabe (lembra) o que são forças dissipativas? Como exemplos de forças
dissipativas podemos citar a força de arrasto, que é promovida pela resistência
de um fluido, como o ar atmosférico, por exemplo, e também a força de atrito,
promovida pelo contato com uma superfície sólida, que é dada em função da
força normal.
111
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
Certo, mas e por que não podemos ter forças dissipativas em nosso
sistema isolado para termos conservação de energia mecânica? O motivo é que
essas forças dissipativas transformarão parte dessa energia mecânica em energia
térmica, como o atrito entre duas superfícies. Assim, a energia total do sistema
ainda se conservaria, pois estamos falando de um sistema isolado, porém sua
energia mecânica não, pois transformar-se-ia em energia térmica.
E
IMPORTANT
(35)
(36)
(37)
ΔK = -ΔU (38)
112
TÓPICO 3 — CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
K2 + U2 = K1 + U1 (40)
Perceba que a Equação 40 é a mesma Equação 36 (Emec2 = Emec1), em que
falamos que a energia mecânica no momento 2 será exatamente igual à energia
mecânica no momento 1.
114
TÓPICO 3 — CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
Emec2 - Emec1
K2 + U2 = K1 + U1
Perceba que agora podemos fazer algumas simplificações, uma vez que
a massa m aparece multiplicando todos os termos, podemos retirá-la do nosso
cálculo:
Perceba que como g é constante, a altura que a bola de beisebol atingirá irá
depender apenas da velocidade com que ela sair da mão do arremessador. Logo,
a altura máxima y2 será dada por:
115
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
(41)
Onde ΔE é a variação da energia total do sistema, ΔEmec é a variação da
energia mecânica desse sistema, ΔEt é a variação da energia térmica e ΔEint é a
variação da energia interna do sistema.
(41)
Onde Fk é a força de atrito que atua no comprimento L. Podemos ainda
escrever FK = FN . μk, onde FN é a força normal e μk é o coeficiente de atrito cinético.
Logo, temos a Equação 42.
116
TÓPICO 3 — CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
FIGURA 21 – EXEMPLO 9
ΔE = 0
ΔE = ΔEmec + ΔEint = 0
ΔEmec = -ΔEint
ΔEmec= - Emec1
117
UNIDADE 2 — ENERGIA E MOVIMENTO
Emec1 = ΔEint
A variação da energia térmica será dada pelo atrito da água, assim, temos
que pela Equação 42:
ΔEt = FN .μk.L
Logo:
L = 69,26 m
Agora, que tal dar uma lida na nossa leitura complementar? Embora o
assunto seja sobre termodinâmica, ela faz um paralelo bastante interessante com
o que vimos neste tópico, a Conservação da Energia.
118
TÓPICO 3 — CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
LEITURA COMPLEMENTAR
MÁQUINAS TÉRMICAS
Leila J. Gonçalves
Heron de Alexandria, que viveu por volta de 130 a.C., era um grande
inventor. Catalogou os primeiros instrumentos chamados de máquinas simples:
a alavanca, a roda e o eixo, a roldana, a cunha e a rosca.
Se só uma parte do calor foi convertida em trabalho, para onde foi o resto?
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
122
AUTOATIVIDADE
FIGURA 22 – AUTOATIVIDADE 1
123
3 (EAM, 2020) Em um parque de diversões, um carrinho de montanha-russa,
(Figura 23), possui massa m = 500 kg e passa pelo ponto A com uma altura
de 35 m, possui velocidade escalar de 12 m/s. Considerando que a energia
mecânica se conserva, pode-se afirmar que a velocidade do carrinho a passar
pelo ponto B, a uma altura de 18 m, considerando g = 10 m/s², será de:
FIGURA 23 – AUTOATIVIDADE 3
a) ( ) 14 m/s.
b) ( ) 22 m/s.
c) ( ) 17 m/s.
d) ( ) 28 m/s.
FIGURA 24 – AUTOATIVIDADE 4
FIGURA 24 – AUTOATIVIDADE 4
124
5 O princípio da conservação de energia é um dos princípios fundamentais
da física e está presente nas mais diversas situações. Nesse aspecto, analise
as opções a seguir.
I- Quando o freio for acionado, para que o veículo pare, o trabalho da força
de atrito, em módulo, deverá ser igual a sua energia cinética inicial.
II- Nos sistemas isolados, a energia pode ser transformada de uma forma
para outra, o que resulta na diminuição da energia total do sistema.
III- A energia mecânica de um sistema é a soma da energia cinética e da
energia potencial. Se as únicas forças presentes são a força gravitacional e
a força elástica, o valor da energia mecânica permanece constante mesmo
que a energia cinética e a energia potencial variem com o tempo.
125
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, L. J. Máquinas térmicas. Porto Alegre: UFRGS, c2021. Disponível
em: https://www.if.ufrgs.br/cref/leila/maquina.htm. Acesso em: 21 jul. 2021.
126
UNIDADE 3 —
CINEMÁTICA E DINÂMICA
DO CORPO RÍGIDO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
127
128
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Ao analisar um sistema composto por vários corpos durante a atuação
de uma força externa, podemos imaginar que cada um desses corpos, sujeito
à interação com essa força, agirá de modo diferente. Por esse motivo, a análise
do movimento total desse sistema é muito complexa, portanto, deve haver uma
forma mais simples de se realizar essa análise.
2 CENTRO DE MASSA
Conforme dito na introdução deste tópico, quando tratamos de um
conjunto de corpos, mesmo que estes estejam em movimento, sujeitos à atuação
de uma força externa, há um ponto chamado Centro de Massa que se movimenta
como se toda a massa do conjunto estivesse sobre ele. Ainda que o sistema não
seja um corpo rígido (definição que veremos mais adiante), mas sim, um conjunto
de partículas, definiremos o conceito de centro de massa.
129
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
FIGURA 1 – SISTEMA COMPOSTO POR DUAS PARTÍCULAS EM LINHA RETA (UMA DIMENSÃO)
FONTE: O autor
Para uma outra análise, a relação vista anteriormente pode ser reescrita
como:
(2)
Desse modo, conseguimos compreender essa última relação como sendo
a “média ponderada” das posições das partículas de massa mi , onde o peso para
o cálculo da média é a fração da massa total que se encontra na posição xi . Sendo
assim, o conceito pode ser estendido para sistemas de N corpos:
Ou seja:
(3)
Como mi é igual à massa total do corpo, que chamaremos de M, temos:
(4)
130
TÓPICO 1 — SISTEMAS DE PARTÍCULAS E CONSERVAÇÃO DO MOMENTO
Teremos que:
(5)
devemos calcular xCM e yCM. Devemos notar também que cada uma das massas
indicadas na figura está em uma coordenada para X e Y, desse modo, teremos:
131
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
Vimos que a forma vetorial para o cálculo do centro de massa é dada por:
Por sua vez, a variação dessas velocidades com relação ao tempo é dada
novamente pela derivada temporal, que será:
Como , temos:
132
TÓPICO 1 — SISTEMAS DE PARTÍCULAS E CONSERVAÇÃO DO MOMENTO
(6)
Isso mostra que, segundo essa última equação, o centro de massa de um
sistema de partículas se move (acelera) como se toda a massa M estivesse sobre o
único ponto (que é representado pelo centro de massa). Obviamente, essa massa
está sujeita à força externa resultante, respeitando a Segunda Lei de Newton.
E
IMPORTANT
(7)
e,
(8)
Determine:
134
TÓPICO 1 — SISTEMAS DE PARTÍCULAS E CONSERVAÇÃO DO MOMENTO
(9)
Unidade de medida:
NTE
INTERESSA
135
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
(10)
Ou seja:
(11)
(12)
E
IMPORTANT
Essa última relação afirma que o momento linear total do sistema de partículas
é igual à massa total do sistema multiplicada pela velocidade do centro de massa do
sistema de partículas.
(13)
137
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
TUROS
ESTUDOS FU
Caso não haja forças externas atuando no sistema, temos que a variação
do momento será nula, ou seja, será conservada.
(14)
(15)
Como já vimos que para conservar o momento linear não podemos ter a
atuação de forças externas, temos que:
Logo:
(16)
138
TÓPICO 1 — SISTEMAS DE PARTÍCULAS E CONSERVAÇÃO DO MOMENTO
4 COLISÕES
O primeiro ponto que devemos entender é o que é uma colisão. Vamos
imaginar a colisão de duas bolas de bilhar, onde uma se chocará com uma
segunda que se encontra em repouso. Sabemos que não há interação significativa
entre as bolas de bilhar antes, na aproximação e nem depois, no afastamento após
a colisão ocorrer. Isso mostra que fisicamente uma colisão é quando uma força
interage em dois corpos por um intervalo muito curto de tempo, como pode ser
visto na figura a seguir.
FONTE: O autor
139
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
141
AUTOATIVIDADE
a) mA = mB
b) mA = 5mB
142
5 Um objeto de massa 5,0 kg, movimentando-se a uma velocidade de módulo
10 m/s, choca-se frontalmente com um segundo objeto de massa 20 kg,
parado. O primeiro objeto, após o choque, recua uma velocidade de módulo
igual a 2,0 m/s. Desprezando-se o atrito, a velocidade do segundo, após o
choque, tem módulo igual a:
a) ( ) 2,0 m/s.
b) ( ) 3,0 m/s.
c) ( ) 4,0 m/s.
d) ( ) 6,0 m/s.
e) ( ) 8,0 m/s.
a) ( ) 2 m/s.
b) ( ) 4 m/s.
c) ( ) 6 m/s.
d) ( ) 8 m/s.
e) ( ) 10 m/s.
143
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
CINEMÁTICA ROTACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iniciaremos a cinemática do movimento plano de um corpo
rígido. Um corpo rígido, diferentemente de uma partícula, leva em consideração
os pontos de aplicações de forças sobre ele. Outro ponto importante a ser
considerado é o fato de que para um corpo ser rígido, a distância entre qualquer
um de seus pontos deve sempre ser fixa ao longo do movimento realizado.
144
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
FONTE: O autor
(17)
FONTE: O autor
145
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
(18)
(19)
(20)
(21)
146
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
(22)
(23)
(24)
Nessas relações, temos θ0 e ω0 como sendo os valores das posições e
velocidade angular iniciais, respectivamente. Outro ponto importante é o fato da
similaridade com as relações já vistas na cinemática do movimento retilíneo.
FONTE: O autor
147
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
s - θ . t (25)
v = ω . R (26)
v=ω.R
148
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
a = α . R (27)
aR - ω 2 . R (28)
FONTE: O autor
(29)
149
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
aA - aB
Como a = α . R, temos:
Temos que:
Logo:
150
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
Para dar início a esse estudo, temos que compreender que em corpos
rígidos fazemos a análise de uma fração de massa do corpo para depois realizar a
soma de todos os pontos de massa existentes no corpo. Imaginemos um ponto de
massa mi rotacionando com velocidade linear vi, conforme mostra a figura:
FONTE: O autor
(30)
Como o corpo é rígido, sabemos que ele é composto por diversos pontos
de massa mi, logo, a energia cinética total, caso possamos determinar cada um
desses pontos de massa, será:
151
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
(31)
(32)
(33)
(34)
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
152
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
Determine:
a) O momento de inércia total do conjunto.
b) Se removermos a partícula mais interna, qual o percentual de redução do
momento de inércia? E se retirarmos a mais externa?
As distâncias d são iguais a 2 cm = 0,02 m. Logo:
Redução percentual:
153
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
Redução percentual:
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
154
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
(35)
E
IMPORTANT
155
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
FONTE: O autor
Completando a integral:
(36)
156
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
a) Um eixo paralelo ao seu lado mais longo, que passa pelo centro da porta.
b) Um eixo paralelo ao seu lado mais longo, que passa pelas dobradiças.
Nas fórmulas descritas, a maioria dos momentos de inércia são para eixos
passando pelo centro de massa das figuras, mas aí vem a pergunta: como realizar
o cálculo do momento de inércia para eixos em qualquer posição? Para responder
essa pergunta, analisaremos agora o teorema dos eixos paralelos.
157
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
FIGURA 13 – FÓRMULA PARA CALCULAR I DO DISCO COM EIXO PELO CENTRO DE MASSA /
EIXO EM UM PONTO QUALQUER
FONTE: O autor
(37)
158
TÓPICO 2 — CINEMÁTICA ROTACIONAL
Massa do disco:
Massa da placa:
O momento de inércia da peça, de modo elementar, é dado pela diferença
entre a parte sólida e a parte vazada, logo:
159
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
Figura 1:
V1 = π . R2 . espessura
V1 = 3,14 . 0,252 . 0,01 = 0,00196253
M1 = 8000 . 0,0019625 = 15,7 kg
Figura 2:
V2 = π . R2 . espessura
V2 = 3,14 . 0,1252 . 0,01 = 0,0004906253
M2 = 8000 . 0,000490625 = 3,925 kg
Momento de inércia:
Após finalizar esse exemplo, damos por encerrado este tópico. Nele,
verificamos e aplicamos os conceitos da cinemática angular. Os pontos principais
abordados foram os de velocidade e aceleração, com suas respectivas relações
com as grandezas lineares e, principalmente, o conceito de momento de inércia
de um corpo. Com esse conceito, teremos a ferramenta necessária para abordar a
dinâmica angular, conceito que se preocupa com as “causas” do movimento de
rotação de um corpo.
160
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
Δθ = θ - θ0
161
• A relação entre velocidade linear e angular é dada por:
v=ω.R
a=a.R
aR = ω2 . R
Io = ICM + M . h2
162
AUTOATIVIDADE
θ(t) = 5t - t3 + 2t4
163
rotação. Sendo assim, assinale a opção que apresenta, respectivamente, o
momento de inércia de uma barra de comprimento 50 cm, e massa 0,2 kg,
com eixo de rotação perpendicular à barra e passando pelo seu centro de
massa e o momento de inércia da rotação em um eixo perpendicular à barra
que dista 15 cm da extremidade da barra.
a) ( ) 0,004166 e 0,008666.
b) ( ) 0,004166 e 0,006166.
c) ( ) 0,16664 e 0,008666.
d) ( ) 0,16664 e 0,006166.
a) ( ) 1300.
b) ( ) 3300.
c) ( ) 4000.
d) ( ) 7900.
e) ( ) 12000.
164
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
DINÂMICA ROTACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Após compreender vários conceitos introdutórios importantes acerca
de sistemas de partículas e da cinemática rotacional, daremos continuidade ao
estudo da dinâmica rotacional. Neste momento, abordaremos conteúdos bastante
práticos da mecânica e que podem ser explorados em diversas aplicações.
Por fim, antes de dar início a este tópico, fica a pergunta para que você
possa tentar responder ao longo dos estudos que seguem: por que as maçanetas
das portas não são colocadas no centro da porta, mas sim em sua extremidade?
FONTE: O autor
Notamos, na parte esquerda da figura, que está sendo aplicada uma força
ao corpo. Essa força está sendo aplicada na posição indicada pelo vetor r e forma
um ângulo φ com o vetor posição. Na parte da direita da figura anterior, a força
F foi decomposta em suas componentes tangencial e radial. Note, desse modo,
165
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
que a componente radial Fr não é capaz de rotacionar o corpo por ser paralela ao
vetor posição r, ou seja, a força responsável por gerar a rotação é a componente
tangencial da força, portanto, podemos definir o torque como sendo o produto
dos vetores posição e força tangencial. O torque será indicado pela letra grega τ.
(38)
τ = Ft . R . senφ (39)
τ = Ft . r . senφ
τ = 900 . 0,8 . sen71o
τ = 680 N . m
166
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
FONTE: O autor
Perceba que como cada força está sendo aplicada em um ponto específico
do corpo, indicada pelos vetores de posição respectivos, podemos calcular o
torque resultante:
τRES = τ1 + τ2 + τ3
τi = ri . FiT
τi = ri . mi . aiT
τi = ri . mi . (riα) = m i r i2 . α
167
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
Entretanto,
mi ri2 = I
Portanto:
τRES = I . α (40)
ATENCAO
A última relação enuncia a Segunda Lei de Newton para a rotação, que diz
que o torque resultante sobre um corpo é igual ao seu momento de inércia vezes sua
aceleração angular.
Logo:
τ=I.a
a=
168
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
Exemplo: na figura, temos uma bicicleta em que a roda traseira pode girar
de modo livre. No pinhão, de raio 7 cm, é aplicada uma força de 18N. Considerando
a roda como sendo um aro de massa 2,4 kg e 35 cm de raio, determine qual a
velocidade angular da roda após 5 segundos.
F.R=I.α
α=
ω = ω0 + α . t
Trabalho e Potência
(41)
169
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
(42)
E
IMPORTANT
(43)
(44)
Podemos realizar também a seguinte análise:
Como dθ/dθ = ω, temos que:
Pot = τ . ω (45)
170
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
P=τ.ω
149000 = τ . 628
τ= 237 N . m
τ =I.α
10 = 2 . α
α = 5 rad/s2
ω = ω0 + α . t
ω = 0 + 5 . 8 + 40 rad/s
3 MOMENTO ANGULAR
O conceito de momento angular, que será representado por 𝑙⃗ , é análogo
ao de momento linear visto no Tópico 1 desta unidade. A diferença é o fato de
que o momento angular “mede” a quantidade de movimento de rotação de um
corpo. Para uma partícula, ele se define pelo produto vetorial do momento linear
da partícula e o vetor posição com relação ao eixo de giro.
171
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
FONTE: O autor
Logo:
𝑙⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗ (46)
ATENCAO
l = r . p . senφ
Como p = m . v, segue:
l = m . r . v . senφ (47)
A unidade de momento angular no sistema internacional é o kg.m/s² e a
direção e o sentido são os mesmos da aceleração e velocidade angular do corpo.
Agora, analisaremos o momento angular sob a ótica dos corpos rígidos.
Para tal, imagine a rotação de um disco, em que nele, observaremos um ponto de
massa m em sua borda.
172
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
FONTE: O autor
l = m . r . v . senφ
l=m.r.v
Como v = r . ω, vem:
l=m.r.r.ω
l = m . r2 . ω
L= li = m i . r i2 . ω
Entretanto, lembramos que:
m i . r i2 = I
Portanto:
L = I . ω (48)
173
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
𝑙⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗
Ou ainda:
(49)
Essa última relação mostra mais uma interpretação para a Segunda Lei
de Newton da rotação, que diz que o momento angular varia com o tempo,
dependendo do torque resultante aplicado ao corpo. Ou, ainda, o torque gera a
variação do momento angular.
174
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
ω = 40t2
Resolução:
L=I.ω
L = 2,5 . 360 = 900kg . m/s
2
E ainda:
200t
175
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
176
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
Como o momento angular se conserva:
LFinal = Linicial
I1 . ω 1 = I2 . ω 2
13 . 3,14 = 2,6 . ω2
ω2 = = 15,7 rad/s
177
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
Resolução: o único torque que atua sobre cada disco é o torque que um
exerce sobre o outro; não existe nenhum torque externo. Assim, o momento
angular total se conserva. Quando giram juntos é como se fossem um único corpo
com I= IA + IB.
178
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
E a energia cinética:
179
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
LEITURA COMPLEMENTAR
Altura h: Ao solo:
Ec disco = Ec massa = 0 Ec massa =
Ec disco =
ΔEm = 0
ΔEp + ΔEc = 0
ms.g.h =
Considerando que a linha não desliza sobre o disco menor, a relação entre
a velocidade linear da massa e a velocidade angular do disco é:
Vmassa = ωdisco R
ωdisco =
180
TÓPICO 3 — DINÂMICA ROTACIONAL
Para esse caso, tal expressão é válida, pois quando a massa se desloca até
o solo, o movimento descrito por essa é do tipo retilíneo uniformemente variado.
F=ma
P - T = ms a
T = ms (g - a) (A)
(1)
𝜏⃗ = 𝑟⃗ 𝑥 𝐹⃗
181
UNIDADE 3 — CINEMÁTICA E DINÂMICA DO CORPO RÍGIDO
|𝜏| = 𝑟 𝐹 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝜏 = 𝑟 𝑇 𝑠𝑒𝑛 90
(2)
(1) em (2)
(B)
𝑉=𝜔𝑅
𝑎=𝛼𝑅
182
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
Ou ainda,
τRES = I . α
• O torque que atua em um corpo durante uma rotação realiza trabalho sobre
esse corpo. O trabalho, calculado em Joules, é definido pela integral definida
pelo torque aplicado:
W = τ . (θ - θ0) = τ . Δθ
E ainda,
183
𝑃𝑜𝑡 = 𝜏 ⋅ 𝜔
l = m . r . v . senφ
L=I.ω
Ou, ainda,
LFinal = Linicial
CHAMADA
184
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 100N.
b) ( ) 150N.
c) ( ) 200N.
d) ( ) 300N.
e) ( ) 500N.
5 Uma roda cujo momento de inércia é de 1,27 kg.m² gira com velocidade
angular de 824 rpm. Uma segunda roda com momento de inércia 4,85
kg.m² inicialmente em repouso é acoplada bruscamente ao conjunto. Qual
será a velocidade de rotação do conjunto de rodas? Quanta energia cinética
será perdida com a perda de velocidade?
186
REFERÊNCIAS
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física I. 8. ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2008.
187