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INSPEÇÃO DA QUALIDADE

É o processo que busca identificar se uma peça, amostra ou lote atende determinadas
especificações da qualidade. Realiza-se em produto já existente, para verificar se a
qualidade das partidas apresentadas atende às especificações de aceitação.
A inspeção sempre é centrada em uma característica da qualidade, e de acordo com a
importância desta característica para o funcionamento da peça avaliada, o resultado da
inspeção pode levá-la à rejeição.

FORMAS BÁSICAS DE INSPEÇÃO

Quanto à execução a inspeção pode ser:

- Inspeção por Variáveis – A característica da qualidade é avaliada de forma


quantitativa, envolvendo mensurações.

- Inspeção por Atributos – Neste caso verifica-se a ocorrência de defeitos, sem


determinar-se sua intensidade. É uma avaliação qualitativa.

- Inspeção Completa (100 %) – Todo lote é inspecionado. Aplica-se quando qualquer


defeito apresentado na peça, componente ou material, impeça o funcionamento ou
utilização do produto final, ou ponha em risco o usuário.

- Inspeção por Amostragem – É realizada sobre uma fração da partida (amostra). Usa-
se principalmente em partidas grandes ou em situações em que sejam necessários
ensaios destrutivos.

AMOSTRAGEM NA INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS

Focaremos aqui nas técnicas usadas para realizar-se amostragem e tomada de decisão na
inspeção por atributos.

FINALIDADE DA INSPEÇÃO

- Aceitação

LOTE ou PARTIDA AMOSTRA


(N) (n)

PLANO DE AMOSTRAGEM

- Retificação (Inspeção retificadora)  Caso o teste indicar rejeição de N


providencia-se a substituição das unidades defeituosas
CONCEITOS BÁSICOS

Tamanho da amostra (n)


É a parcela representativa do lote. Quanto maior a amostra, maior a
representatividade, porém maior é o custo da inspeção.

Nível da qualidade (NQ)


É a fração defeituosa da partida (p = d / n)

Quanto maior o NQ pior o processo. A linha média do gráfico de controle da fração


defeituosa “p” é uma boa estimativa do nível da qualidade.

Nível de Qualidade Aceitável (NQA)


Corresponde ao nível da qualidade considerado satisfatório.
NQA  P1

NQA

0 P1 p (%)

CARACTERIZA PARTIDA DE BOA QUALIDADE

Riscos ou erros  e 

  RISCO DO PRODUTOR – Probabilidade de rejeição de lotes bons


  RISCO DO CONSUMIDOR – Probabilidade de aceitação de lotes ruins

PLANO DE AMOSTRAGEM
VALORES OBTIDOS NAS TABELAS DA NORMA
n  tamanho da amostra a ser inspecionada
Ac  número de aceitação – corresponde ao número máximo de unidades
defeituosas admitido na amostra
Re  número de rejeição – em geral Re = Ac + 1

AO EXAMINAR-SE A AMOSTRA RETIRADA DO LOTE TESTADO OBTÊM-SE


d  número de unidades defeituosas encontradas na amostra
Norma NBR 5426 – PLANOS DE AMOSTRAGEM E PROCEDIMENTOS NA
INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS

TIPOS DE AMOSTRAGEM INSPEÇÃO


Normal
SIMPLES Severa
Atenuada
NBR 5426 Normal
DUPLA Severa
Atenuada
Normal
MÚLTIPLA Severa
Atenuada

PLANOS DE AMOSTRAGEM SIMPLES

PARÂMETROS  n, Ac, Re PROCEDIMENTO


Extrair uma amostra de tamanho n do lote N
Inspecionar as n unidades, anotando o número de unidades ou peças defeituosas d

Se: d  Ac  aceitar o lote N


d  Re  rejeitar o lote N

PLANOS DE AMOSTRAGEM DUPLA

PARÂMETROS  n1, n2, Ac1, A2, Re1, Re2

PROCEDIMENTO
Extrair uma primeira amostra de tamanho n1 do lote N Inspecionar as n1
unidades, anotando o número de defeituosas d1 Se: d1  Ac1 
aceitar o lote N
d1  Re1  rejeitar o lote N
Ac1 < d1 < Re1  situação de indecisão - inspecionar uma segunda
amostra n2

Extrair a segunda amostra de tamanho n2 do lote N


Inspecionar as n2 unidades, anotando o número de unidades defeituosas d2
Somar os números de unidades defeituosas d1 e d2 das duas fases Se:
d1 + d2  Ac2  aceitar o lote N
d1 + d2  Re2  rejeitar o lote N

REGRAS PARA USO DAS TABELAS

Tabela F1: Tabela de códigos de tamanho de amostra (tab. de entrada)


NÍVEIS DE INSPEÇÃO
Determinam a relação entre o tamanho do lote e da amostra.

a) De Uso Geral: I, II e III


Nível II: Deverá ser usado a menos que se especifique outro nível;

Nível I: Usado quando se quer menor discriminação Nível III:


P/ maior discriminação

b) De Uso Especial:
S-1, S-2, S-3 e S-4  quando amostras pequenas forem necessárias e riscos de
amostragem grandes possam ou devam ser tolerados.

Tabelas F2 a F7: para Amostragem Simples e Dupla.

USO DA INSPEÇÃO NORMAL ou COMUM, SEVERA E ATENUADA

Inspeção Normal ou Comum


Será empregada no início da inspeção a menos que o responsável pelo
controle da qualidade determine o contrário.

Alterações para severa ou atenuada


 Inspeção Normal para Inspeção Severa
 Se 2 de 5 lotes consecutivos forem rejeitados.

 Inspeção Severa para Inspeção Normal


 Se 5 lotes consecutivos forem aceitos.

 Inspeção Normal para Inspeção Atenuada


Esta alteração somente poderá ocorrer se as seguintes condições forem aceitas:
a) A inspeção atenuada for de interesse; e
b) Se a produção estiver ocorrendo regularmente; e
c) Se 10 ou mais lotes foram aceitos; e
d) Se o número total de defeituosos nestes 10 lotes for menor ou igual a um
valor limite (Tabela F8).

 Inspeção Atenuada para Inspeção Normal


Se a inspeção atenuada estiver sendo usada, deve-se retornar ao uso da inspeção
normal, se qualquer das seguintes situações ocorrer:
a) Um lote for rejeitado; ou
b) Quando um lote ficar indefinido; ou
c) A produção se torna irregular ou atrasada; ou
d) Quando alguma condição particular justifique.
Norma NBR 5426 – PLANOS DE AMOSTRAGEM E PROCEDIMENTOS NA
INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS

Tabelas principais

(Fonte: COSTA, A. F. B., EPPRECHT, E. K., CARPINETTI, L. C. R. Controle


estatístico de qualidade. S. Paulo: Atlas, 2004)
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Tabela F5 Plano de amostragem dupla – normal.


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Tabela F8 Números limites para uso da inspeção atenuada.

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