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Educação a Distância – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Administração Belas Artes


Dr. Paulo Antonio Gomes Cardim
Reitor

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Universitário Belas Artes de São
Paulo.

Educação a Distância – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo


Prof. Emerson Brito

História da Arte:
da Antiguidade ao Séc. XIX
Educação a Distância

2019

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo


História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Sumário

Para início de conversa 6

Módulo 1: O Mundo Antigo 7

Referências 47

Educação a Distância – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo


História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Professor-autor

Prof. Dr. Emerson Brito

Eu sou Emerson Brito. Sou Doutor bolsista


Capes em Educação, Arte e História da Cultura
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
(2018). Tenho mestrado em Linguística - Comu-
nicação e Semiótica pela Universidade Fede-
ral de Mato Grosso do Sul (2009). Possuo Espe-
cialização em Métodos e Técnicas de Ensino pela
Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da região do
Pantanal (2000) e Aperfeiçoamento em Estudos de Política e Estra-
tégia de Guerra pela Associação dos Diplomados da Escola Superior
de Guerra (1998). Sou graduado em Artes Visuais pela Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (1996). Sou pesquisador com expe-
riência na área de linguagens artísticas e computacionais, atuando
principalmente nos seguintes temas: Artes, Tecnologia, Educação,
Contemporâneo, Design, Comunicação Social. Sou professor do
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo nos cursos de Gradua-
ção em Comunicação e Design e Pós-Graduação em Direção de Arte
e Cenografia. Também sou designer gráfico e expográfico.

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História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Para início de conversa

Sinta-se à vontade para conhecermos mais sobre a disciplina


História da Arte: da Antiguidade ao Século XIX. Será um prazer estar
contigo neste caminho pelo estudo dos principais conceitos da arte e
das linguagens imagéticas e como estas são aplicadas no contexto da
história e da cultura humana, identificando exemplos de possibilidades
artísticas que se refletem em nosso cotidiano.
Na primeira parte, vamos esclarecer os conceitos das represen-
tações e criações de narrativas da imagem, suas características e lingua-
gens, primeiro de maneira mais simples e progredindo para estruturas
mais complexas, mas que nos permitirão compreender seu contexto
histórico-social bem como suas nuances e técnicas.
Já na segunda parte, falaremos dos “ismos”, ou seja, das diferen-
tes escolas e estilos de arte e dos principais artistas que os represen-
tam, entendendo conceitos, possibilidades e configurações das obras
de arte para melhor compreender, por meio das análises e estudos, o
conhecimento que conquistamos na primeira parte.
Por fim, veremos as principais manifestações artísticas, seus
possíveis “diálogos” entre os diferentes “ismos” da história, sob diferentes
períodos e lugares, o uso de técnicas, formas, cores, símbolos, que nos
oferecem distintas composições, concluindo com um rápido comentá-
rio sobre suas poéticas e narrativas.
Espero que você aproveite o curso e que ao final, quando se
deparar com alguma imagem interessante, em vez de apenas apreciá-la
rapidamente, possa enxergá-la como um todo, em sua riqueza técnica e
principalmente histórica de tudo que elas nos oferecem. Vamos lá?

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MÓDULO 1
O Mundo Antigo

Prof. Dr. Emerson Brito


Módulo 1 - O Mundo Antigo

 Objetivos

Ao término dos estudos propostos neste Roteiro de Estu-


dos, você deverá estar apto a:

 Reconhecer, nos primeiros vestígios de imagens e obras


criadas por humanos, a questão da representação na
linguagem;
 Identificar as produções conhecidas como “arte das
cavernas” através de um reconhecimento dos processos
transformativos da representação artística;
 Realizar um mapeamento e uma análise crítica acerca
das principais criações milenares que balizaram o
desenvolvimento estético da cultura egípcia, de modo a
compreender as configurações ocorridas na arte deste
período;
 Compreender, por meio de leituras de imagens artísticas,
as artes nas civilizações da Mesopotâmia, Assíria e Pérsia;
 Localizar, numa perspectiva histórico-social, os principais
estilos e tendências que constituíram a Arte Ocidental por
meio das artes Egeia, Cicládica, Minoica e Micênica.

  Seções

1. O Mundo Antigo
2. Pré-História
3. Arte Egípcia
4. Oriente Antigo
5. Arte Egeia

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

  Introdução

Seja bem-vindo ao primeiro Módulo de nossa disciplina, onde


faremos uma introdução à arte da Antiguidade. Para isso, veremos em
que consistem as chamadas artes da Pré-História e como elas refletem
as principais criações que moldaram nossas representações de arte.
Você entenderá como foram criados os desenhos primitivos,
distinguirá os processos de linguagens das artes do Egito e definirá
padrões nas obras dos assírios e persas e da cultura egeia. Resumindo,
você entenderá o básico da arte do Mundo Antigo.
Também irá compreender como a linguagem das artes
funciona e como estas estão associadas ao seu cotidiano e seus prin-
cipais fenômenos. Isto é que irá nos ajudar a explicar, compreender e
trabalhar com as possibilidades que as imagens oferecem de passar
uma mensagem e reproduzir um conhecimento, independente do
período em que foi concebido.
As representações humanas como traços, materiais, locali-
zação, bem como suas transformações nas artes visuais, tudo isso
se tornará claro como um raio de luz após finalizarmos este nosso
primeiro Módulo.
Bons estudos!

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Seção 1
O Mundo Antigo

Vamos juntos começar nossa jornada sobre o que hoje conhe-


cemos como Arte! Mas será mesmo que no período antigo tinha este
nome: Arte?
Para entendermos
melhor a importância dessa
questão, teremos de voltar
no tempo, como naqueles
filmes em que encontramos
uma passagem secreta por
detrás de uma porta de um
armário e de algum modo...
“zapf”! Caímos sem saber
onde estamos, perdidos em um local desconhecido, bem distante e
silencioso da nossa vida urbana, e a que só mesmo um mago de barba
branca com um chapéu pontudo poderia nos levar.
Ao chegarmos neste mundo antigo, em 50.000 a.C, com certeza
vamos ver algumas estranhas imagens de animais, homens ou desenhos
geométricos. Essas figuras em sua maioria muito simples, quase minima-
listas, são desenhadas com materiais vegetais ou orgânicos. Encontra-
mos também pequenas e grandes esculturas feitas em sua maioria de
pedra e barro e até mesmo nas construções que serviam para se prote-
Arte Rupestre é um termo
que serve para apresentar as ger dos males da natureza, sepultar seus mortos ou abrigar seus deuses.
diversas esculturas e pintu- Chamamos a algumas destas artes antigas de arte rupestre.
ras encontradas dentro de
cavernas pré-históricas por
todo mundo.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Mas será que estas imagens que encontrarmos neste antigo


mundo trazem alguma semelhança com o que hoje conhecemos por
este nome de Arte? Logo vamos descobrir. Por agora,
adianto que a função simbólica ou prática que nós
vemos na arte não era enxergada por aqueles que
fizeram os primeiros rabiscos nas cavernas, ou por
aqueles que modelaram em argila as primeiras
esculturas cheias de curvas e histórias (ao mesmo
tempo cheias de segredos e informações), ou na
construção de seus templos erguidos para algum de
seus mortos ou seus deuses.

Atenção
Refere-se ao Mundo Antigo a história da arte que compre-
ende um vasto período da história da humanidade que se
inicia com o aparecimento dos primeiros desenhos rupes-
tres, dos primeiros modelos de escrita e concepção de escul-
turas. Este período pode ser datado, segundo a história, de
até aproximadamente 50 mil anos a.C.

Nossa viagem de descobertas nesse nosso antigo mundo e em


suas representações nada mais é que a representação de nós mesmos,
seres humanos. Nós temos o potencial de criar objetos e imagens para
satisfazer nossas necessidades. Essas necessidades irei colocá-las aqui
como algumas “ordens” para melhor compreendermos:
1. ordem lógico-racional;
2. ordem prática;
3. ordem estética.
Não é difícil deduzir que a arte antiga pode
servir a todas as ordens — embora algumas vezes mais a
uma do que a outra, conforme sua representação. Afinal, como seres
que amamos criar, nós usamos da arte como uma forma de:
1. mostrar e deixar registrado nosso pensamento (ordem
lógico-racional);
2. nos comunicar (ordem prática);
3. Tudo isso com um toque de harmonia e beleza ao seu
modo de ver e sentir (essa é a ordem estética), ainda que
de modo diferente do que o fazem as formas ou métodos
das outras áreas do conhecimento.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Tudo começa enquanto arqueólogos, antropólogos e historia-


dores trabalham em sítios descobertos, geralmente em lugares afasta-
dos, procurando compreender e decifrar as reproduções antigas (um
processo que nunca poderia ser completo), então, por que não pode-
mos tirar um momento para entender como e porque essas artes anti-
gas eram produzidas e apresentadas?

Parada para reflexão


Por acaso já se perguntou por
que desde criança gostamos de
desenhar e nos pegamos rabis-
cando em todos os lugares, até
mesmo nas paredes? Consegue
traçar um paralelo com os nossos
mais distantes ancestrais?

Você precisa apenas entender, neste momento, algumas neces-


sidades básicas de representação da arte. De como ela, a arte, tem sido
definida como expressão daquele que o cria, daquele que a imagina,
ela é um meio de comunicação, meio de construção de ilusões ou
dotada de certa magia. E já que estamos falando de magia, no mundo
antigo a magia estava presente em quase tudo. Sabe por quê?
Porque na arte do mundo antigo era como uma “magia de liga-
ção”, para tudo que manifestava à sua frente. Aqueles que criavam a
magia no mundo antigo usavam de desenhos, pinturas, esculturas,
figuras, formas e cores para obter
linguagens diferentes e capturar
aquilo que viam por meio das
imagens. Essas linguagens traziam
as representações de animais, seres
divinos, entidades sagradas, dese-
nhos de rituais e até mesmo das
sensações que sentiam.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Curiosidade
Você já se pegou rabiscando algum desenho enquanto fala
ao telefone? Já percebeu que existem alguns desenhos que
você sempre repete muitas vezes até mesmo por anos?
Já parou para pensar por quê? Pois é, este ato de rabiscar,
desenhar, criar uma imagem é algo inerente ao ser humano.
Desde pequenos nos comunicamos com o mundo por meio
de nossos desenhos. Assim também é na história, desde
a Antiguidade temos desenhos com significados que nos
revelam mensagens ou memórias.

O que hoje conhecemos como arte pré-histórica poderia ser


para seus criadores típicos amuletos (esculturas pequenas), ou dese-
nhos de palavras mágicas (que na verdade eram os rabiscos rupestres),
feitiços (cenas do cotidiano de caça e dança) e apresentação de poder
(imagens de lutas e seus heróis representados) gravadas na pedra e
que permaneceram por milênios.
A arte antiga é cheia de simbo-
lismo e espero que, neste módulo,
possamos compreender como
essas linguagens e estéticas eram
utilizadas para a reprodução das
peças que hoje chamamos de Arte.

Multimídia
O clássico do cinema A Guerra
do Fogo (1981), de Jean-Jac-
ques Annaud, foi marcante
por representar de uma forma
espetacular e fidedigna os hábi-
tos de uma das primeiras socie-
dades humanas. Vale a pena
conferir!

Fig. 01

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Desde a Antiguidade temos as mais variadas formas de expres-


são artística, e é nas artes plásticas que encontramos o registro de
imagens concretas e portadoras de um poder mágico que exerce sobre
o ser humano. Somos atraídos por imagens. Com estas imagens pode-
mos nos inspirar, unir, nos proteger, comunicar e ir além. Estas imagens
desvinculam-se da criação e do criador para se tornar um ente coletivo.

Parada para reflexão


Por acaso você tem Instagram?
Álbum de família? Porta-retratos?
Percebe como somos atraídos
pela imagem de nós mesmos
ou de outros seres humanos?
Que gostamos de estar rodea-
dos de lembranças e ligações
que nos conectem ao mundo
e às pessoas ao nosso redor?
Assim é desde a Antiguidade.
Mas, além de figuras humanas,
como memórias afetivas as artes
neste período tinham um poder
místico sobre aquilo que repre-
sentavam: animais, monstros,
deuses, heróis.

A arte do mundo antigo nos oferece um caminho para compre-


ender a possibilidade de comunicação a concepção entre as demais
artes de diferentes períodos. Isto porque esta foi concebida de modo
quase instintivo, espontâneo, “pura” de certa forma. Nesse sentido, a
arte do mundo antigo nos oferece um diálogo visual com nossos dias,
pois expressa por meio de elementos de seu criador imagens e diálo-
gos como se eles estivessem falando conosco.
Agora que vamos entrar neste
mundo da arte, devemos estar atentos
ao intercâmbio humano que esta nos
oferece. Um momento de representação
necessário para a vida e para o movimento
em direção ao bem de cada homem e da
humanidade, unindo nosso sentimento
e imaginação. Mesmo assim, a arte não
pode ser conseguida por meio de mera observação do sentimento ou
de como ela imita a natureza; podemos observar em toda sua represen-
tação, sua forma de concepção, sua matéria, que função é tornar visível
o invisível, a sua magia sobre uma realidade superior.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Até aqui observamos que a representação da arte no mundo


antigo pode ser definida de diversos modos, porém desde a Antigui-
dade ela é sempre tomada como representando alguma coisa: senti-
mentos, imaginação, mundo, a própria vida em si. Em um sentido
amplo dessa representação, não excluindo a expressão. A arte à qual
nos referimos neste estudo de arte antiga é a figurativa e representa-
tiva, especialmente aquela que busca representar o que é e quem é
o ser humano, suas conquistas, suas ideias, suas crenças, segundo as
leis naturais e formas convencionais de possibilidades de linguagens
de uma época.
Bem-vindo ao mundo antigo!

Agora é a sua vez!


Complete as lacunas com os conceitos adequados listados
abaixo:

expressar / rupestre / figuras / materiais / representação


representação / rupestre / expressar/ materiais / figuras

Desde a Antiguidade o homem tem uma necessidade de se


...................., de criar, de representar e como um elemento
com possibilidade de criação desta está o desenho, a escul-
tura, as construções na arte ..................... Para tanto, ele se

Resposta correta
utiliza de .................... e .................... orgânicos e minerais
como elementos de .................... e até mesmo de magia.
Esses são na verdade um meio de comunicação.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Seção 2

Pré-História

Certamente você se lembra da série de desenho animado de


William Hanna e Joseph Barbera conhecida como Os Flintstones. Esse
desenho apresenta uma família que vive numa cidade pré-histórica,
lê em jornais de pedra e usam animais como eletrodomésticos. Bem,
com certeza que a Pré-História não era assim, mas as possibilidades
de representação e uso de imagens, técnicas e materiais atravessaram
a história e contaminam nossas ideias como nas famílias de Fred e
Barney.
É verdade que talvez nunca poderemos saber exatamente
como as primeiras pessoas viviam e por que motivo produziam deter-
minadas peças conhecidas como arte pré-histórica. Porém sabemos
que essas obras eram feitas em pequenos ou grandes tamanhos e que
as descobrimos escondidas, em sua maioria, no interior mais profundo
das cavernas. Delas temos um bom registro do que os homens do
período pré-histórico produziram e de como as produziram. Vamos
ver alguns detalhes destas descobertas a seguir.

Fig. 02

Parada para reflexão


Você já parou para observar como a arte “conversa” em seus
diferentes períodos? Que uma produção artística, indepen-
dente do seu período criado, serve de inspiração para uma
nova produção, numa nova linguagem como um círculo
vicioso de criação e recriação?

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

A arqueologia divide a Idade da Pedra em três períodos:


Paleolítico
Ou Idade da Pedra Antiga. Entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C. Os
humanos deste período eram nômades, viviam da coleta de frutos e
raízes e da caça e utilizavam cavernas em rochedos como locais de
proteção. Já havia, também, um domínio rudimentar do fogo.
Mesolítico
Ou Idade Média da Pedra. Entre 10.000 a.C. e 8.000 a.C. Período
de transição que ocorreu nos pontos mais gelados da Terra. Destaca-
-se pela domesticação de animais, um maior domínio do fogo e pela
passagem ao sedentarismo e ao desenvolvimento da agricultura.
Neolítico
Ou Idade da Pedra Polida. Entre 8.000 a.C. e 3.000 a.C. Com o
domínio da agricultura e com um melhor tratamento da pedra para o
desenvolvimento de ferramentas, os humanos se tornaram criaturas
sedentárias.

Multimídia
Você já se perguntou como o Homo Sapiens Sapiens passou
de ocupar a metade da cadeia alimentar para enviar sondas
espaciais? Neste vídeo do canal Kurzgesagt, você terá um
bom resumo de quais condições permitiram uma evolu-
ção tão significativa e rápida! Não se esqueça de colocar as
legendas em português.

A arte pré-histórica nos leva para uma aventura em cavernas


em diferentes regiões do mundo, tendo as mais famosas na gruta de
Lascaux na França, na gruta de Altamira na Espanha e até mesmo no
Brasil na Serra da Capivara. Destas certamente a que mais se destaca,
e é a “celebridade” das cavernas, fica no sudeste da França conhecida
como “Lascaux”. Tal como uma artista pop, ela é extremamente exótica,
exagerada e muito rica em sua representação.

Gruta de Lascaux

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Gruta de Altamira

Gruta de Capivara

Alguns até chamam a gruta de Lascaux de “A Capela Sistina da


Pré-História”, pois além de trazer desenhos pintados na parede, esta
Arte Parietal, Arte Muralista apresenta em exuberância e qualidade imagética as formas artísticas
ou Muralismo, é a pintura e registros das artes primitivas, numa composição de beleza única e
feita sobre uma parede ou
evidente das diversas possibilidades de criação do homem. A arte na
muro, diretamente sobre
sua superfície. Como o gruta de Lascaux é conhecida como Arte Parietal, e suas imagens
grafite, esta obra é impor- ficam escondidas nas profundezas da gruta, onde é preciso rastejar
tante por seu valor social.
por passagens estreitas para chegarmos até elas.
Ela difere de outras pinturas
por estar profundamente
associada à superfície da
parede e também por criar
um efeito de uma nova área
de espaço.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Multimídia
Que tal fazer um tour pela gruta de Lascaux? Entre nesse
site e investigue as artes e representações deste período
em suas paredes. O site traz a qualidade da arte parietal, das
perspectivas do espaço, dos desenhos e pinturas para sua
maior compreensão do conteúdo que se apresenta. Além
de oferecer imagens com suas cores, traços e locais do perí-
odo de Arte das Cavernas.

Faz de conta que você está em uma dessas grutas, olhando


para cima, ao redor, com silêncio, atenção e introspecção. Preste aten-
ção nas sobreposições de figuras, nas camadas de cores, nos rele-
vos das pedras que, junto dos desenhos, formam diferentes estrutu-
ras de animais. E então nos perguntamos ao olharmos para estas figu-
ras: o que são estes animais? Como um explorador você irá encontrar
bisontes, leões-da-caverna, mamutes, rinocerontes, felinos, veados,
cavalos e, claro, a figura humana. Em suma, elementos do cotidiano do
homem pré-histórico. Além de outras formas e possibilidades como
figuras de padrões geométricos e figuras orgânicas mais abstratas.
Esses seriam os animais que viveram nesta época? Seriam
pinturas para rituais de caça? Alguns livros de História da Arte de auto-
res como E.H. Gombrich ou H. W. Janson apontam para as pinturas
rupestres como forma de “aprisionar o espírito do animal” para uma
futura caça, mas também podemos apenas apreciar sua arte como
cenas do cotidiano humano, de captura do movimento e força animal.
Da possibilidade de ser atraído pelo exagero das suas dimensões
gigantescas, das variedades de cores e formas.
Mas não são apenas pinturas que podemos encontrar na arte
pré-histórica, temos também pequenos objetos portáteis como
estatuetas e miçangas, além de esculturas e de suas representa-
ções de construções, sua arquitetura antiga. Perceba como o homem
pré-histórico é muito parecido com o que somos hoje, carregam em
imagens e objetos as representações de si mesmos. Como vemos em
Os Flintstones são peças do nosso cotidiano, aquilo que gostamos de
apresentar aos demais e do qual gostamos de estar próximos.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

É verdade, os povos pré-históricos que vivenciaram este perí-


odo deixaram evidências de suas próprias ferramentas e objetos
dentro e ao redor da caverna. Esses objetos podem ser desde relevos
esculpidos em pedaços de pedras, marfim e até em ossos humanos.
Suas ferramentas feitas de paus,
pedras e até mesmo metais. Os
desenhos obtidos com a seiva de
frutas e materiais orgânicos como
o carvão e até mesmo de sangue
que utilizavam para colorir suas
produções. Já os adornos pesso-
ais eram feitos de conchas e ossos.
Há também na arquitetura cons-
truções feitas principalmente de
pedras e adobe.
Dentre as esculturas as mais famosas são as Vênus (um termo
genérico para várias estatuetas femininas pré-históricas retratadas
com atributos físicos semelhantes – as quais eram muito populares na
época e algumas datam de até 35.000 anos a.C.) tais como a Vênus de
Lespugne e a Venus de Willendorf. Os arqueólogos e historiadores
podem especular sobre seu significado, mas sua natureza estética
indica uma atração humana pela arte do exagero, por suas formas
avantajadas com possíveis questões místicas, religiosas e até sexuais.

Fig. 04

Mais
Vênus de Willendorf. Áustria. Entre
24.000 e 22.000 a.C.
Observe as formas exageradas da escul-
tura. Esta atração pelo exagero é citada
pelo neurocientista Vilayanur S. Rama-
chandran como uma das características
humanas: ser atraído por tudo que
apresenta exagero.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Lembre-se de que não só temos pinturas e esculturas, como


também a arquitetura. Quanto aos exemplos mais antigos relaciona-
dos às suas construções temos as habitações desenvolvidas no perí-
odo Paleolítico. Estas são em sua maioria abrigos em cavernas, segui-
dos por casas de madeira, palha, pedra e adobe. Estas construções
geralmente serviam para os rituais de enterro de seus mortos, ou seja,
como túmulos. Assim, temos os megalíticos, enormes blocos ou lajes
de pedra, erguidos e sobrepostos sem argamassa que parecem se
tratar de construções religiosas pois não demonstram serem constru-
ções utilitárias. Estas arquiteturas eram conhecidas como Menires,
Cromlechs e os Dólmens (sendo o mais famoso de Stonehenge).

Foi só no final do Período Paleolítico que os humanos primiti-


vos começaram a produzir o que chamamos de “obras de arte”, como
pinturas e joias, e começaram a se envolver em comportamentos reli-
giosos, como enterros e rituais, sendo de certo modo um apego à
imagem e a memória.
Um exemplo deste apego à
memória, característica tipicamente
humana, são as cabeças de Jericó.
Estas são reconstruções de rostos a
partir de caveiras humanas, gesso e
conchas no lugar dos olhos. Seria uma
espécie de retrato da época, além da
questão mística de que a alma ou o
espírito poderiam sobreviver ao corpo
e nestas cabeças tinham o poder sobre
os destinos de futuras gerações.
Fig. 06

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Agora é a sua vez!


A partir do conteúdo estudado, verifique as alternativas e
classifique em verdadeiro ou falso.

1. ( ) Além de desenhos de animais nas cavernas tais como


bisontes; leões-da-caverna, mamutes, rinocerontes, felinos e
a figura humana, os homens primitivos desenhavam figuras
de padrões geométricos e figuras orgânicas relacionadas ao
abstracionismo.
2. ( ) A Vênus de Willendorf, segundo o neurocientista
Vilayanur S. Ramachandran, é um exemplo de desejo de
apreciação humana pelas formas exageradas. Esta teoria
difere da comumente conhecida onde a escultura estava
associada apenas às questões de fertilidade.
3. ( ) Os desenhos nas grutas de “Lascaux” na França e de
“Altamira” na Espanha são formas de registros das artes
primitivas que se apresentam com animais sobrepostos
em associação aos relevos das paredes. Este tipo de arte se
denomina “arte parietal” pois o termo está associado à ques-
tão de “parentes”, ou seja, dos grupos familiares que convi-
viam escondidos nas profundezas da gruta.
4. ( ) As cabeças de Jericó são esculturas em formato dos
rostos humanos. Feitos de argila e conchas representavam
as relações dos homens primitivos com os seres espirituais
desconhecidos dos humanos bem como de entidades mági-
1-V/2-V/3-F/4-F/5-F

cas.
5. ( ) Durante o período Neolítico, os humanos eram nôma-
Resposta correta

des, viviam da coleta de frutos e raízes e da caça e utilizavam


cavernas em rochedos como locais de proteção.

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Seção 3
Arte Egípcia

Sabe aquela sensação de quando você acha um dinheiro no


bolso da calça? Lembra-se de quando encontrou aquele livro que
julgava ter emprestado, mas que na verdade estava escondido na sua
estante? Então... agora imagine que o mundo ao seu redor comparti-
lha dessa mesma alegria de ter encontrado algo valioso, pelo poten-
cial de exuberantes descobertas do humano: científica, política e claro,
artisticamente. Uma aura festiva paira no ar.
Estamos em novembro de 1922 e o
Modernismo está explodindo em cores e
criatividade na Europa. Valores de liberta-
ção, festas. Porém, o arqueólogo e egiptó-
logo inglês Howard Carter está longe desta
badalação da Europa. Ele e mais um grupo
de britânicos e egípcios estão no Vale dos
Reis, em frente a Luxor, no Egito.
Um silêncio enorme paira sobre
este grupo de observadores. Eles estão em
pé, em frente a uma porta selada, prestes a
fazer uma descoberta incrível: a tumba de Fig. 07
Tutancâmon. Dá para imaginar a sensação? Claro que não! Só quem
viveu isso sabe.

Mais
Aqui está uma memória para a eterni-
dade. Esta é a máscara do sarcófago do
faraó menino Tutancâmon. Esse e muitos
outros objetos e obras foram encontrados
em seu túmulo.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Gigantismo. Vida além da morte. Delicadezas. Regras. Arte.


Beleza. Todos sabemos que os egípcios construíram as pirâmides e
outros monumentos famosos de uma grandiosidade tamanha, mas
por que motivo o fizeram? Qual o propósito de suas criações?

Multimídia
A civilização egípcia é muito conhecida por suas pirâmides.
Construções imponentes e impressionantes que apresen-
tam um conhecimento incrível matematica e tecnologica-
mente. Algumas delas têm mais de 3.000 anos e foram cons-
truídas com milhões de pedras calcárias.
Que tal fazer um tour on-line sobre esta que é uma das
maravilhas do mundo antigo ?

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Antes de mais nada, devemos saber que a maioria das obras


de arte monumentais do Antigo Egito que hoje conhecemos foram
criadas não em honra da morte, mas para a celebração da vida. Ou
seja, a morte era o caminho e ponto comum que se apresenta na arte
egípcia, mas isto revela que a vida de uma pessoa era tão importante
que deveria ser lembrada por toda a eternidade. A preocupação
aqui é de que a vida de alguém significava uma jornada eterna e a
morte apenas uma transição.
Ora, isso não quer dizer que os egípcios eram obcecados pela
morte, ao contrário, a vida cotidiana egípcia estava atenta em apro-
veitar o tempo possível em tentar tornar as vidas dos outros igual-
mente memoráveis. E assim, estas memórias cotidianas eram repre-
sentadas: colheitas, danças, lutas, relacionamentos, entre outros.
Perceba na imagem ao lado como as figuras humanas são
retratadas com uma anatomia pouco natural. Isso porque, no Egito
Antigo, as pinturas seguiam a lei da frontalidade, que consiste numa
visão objetiva de cada parte do corpo humano. Enquanto o rosto, os
braços, as pernas e os pés são vistos de perfil, os troncos e os olhos são
vistos de frente.

Fig. 08

Como toda sociedade bem estruturada, a vida egípcia era


cheia de esportes, jogos, leituras, festivais e tempo vivido com amigos
e familiares. E claro, assim como na seção anterior, o mundo dos egíp-
cios estava coberto da ideia da magia. Não como a magia daquele
famoso bruxo com uma cicatriz na testa e óculos nerds. A magia egíp-
cia estava ao seu redor, no seu cotidiano, na sua arte, nas suas repre-
sentações. Estava nos deuses sagrados retratados por meio das figu-
ras que cultuavam.

25
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Antropomorfizar é o ato de
Você já deve ter ouvido falar de Anúbis, não é? Assim como
atribuir forma e/ou caracte- muitas figuras antropomórficas, Anúbis era um deus com corpo de
rísticas humanas a seres e homem e cabeça de chacal. Ele era responsável pelo reino dos mortos
objetos não humanos.
e era conhecido por mumificar os corpos e orientar suas almas para a
vida pós-morte. Ele simbolizava o renascimento e participava da ceri-
mônia de “Ponderação do Coração”, onde se colocava o coração da
pessoa numa ponta da balança e na outra uma pena. O coração deve-
ria ser mais leve que a pena, isto de acordo com seus atos em vida
decidindo o destino do falecido. Se o coração era mais pesado, daí...
Bem, daí eu não sei. Afinal, nunca ninguém voltou para contar o que
acontecia depois.

Mas além de Anúbis, outros deuses muito importantes são


representados na arte egípcia:
• Amon (o deus criador da vida);
• Mut (a deusa mãe);
• Osíris (o deus da vida);
• Seth (o deus do Caos);
• Isis (a deusa da ressurreição);
• Hórus (o deus da vingança);
• Rá (o deus do Sol).
Entre outros. Já imaginou ter tantos deuses para povoar sua
imaginação? Dá para entender por que há tantos filmes e histórias
sobre a cultura e arte egípcias, não é?

26 Fig. 09

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Mais
Percebe como há uma relação entre as coisas do cotidiano
representado por meio das imagens? As imagens são como
símbolos. E o simbolismo foi muito importante na arte egíp-
cia antiga. O que para nós pode apenas parecer um sol, no
Egito de antigamente poderia significar iluminação, a força
da criação e da visão espiritual.

Fig. 10

O interessante é que essas imagens, esses símbolos, ideias e


histórias, de tantos deuses e magias eram representados em diversas e
magníficas formas de obras de arte que estariam à sua volta. Feitas em
cores com significados específicos como por exemplo: a cor preta,
obtida do carvão era associado à noite e à morte; a cor branca, retirada
do gesso ou do cal, representava a verdade e a pureza. O vermelho era
a energia, o amarelo a eternidade, o verde a regeneração da vida, e o
azul, muito usado nas máscaras mortuárias ou nos sarcófagos, eram
de lápis lazuli e estavam associados ao Nilo (importantíssimo, pois era
o meio de subsistência e crescimento deste povo) e ao céu. Poético,
não é? E, claro, além de todas essas cores tinha muito, muito ouro.

Fig. 11 27
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Ah, claro, já ia me esquecendo.


Não posso deixar de citar minha deusa
favorita: Bastet, a deusa gato adorada
por sua natureza maternal e protetora.
Esta é imagem que frequentemente
aparece como referência mística nos
filmes. Quem já não ouviu falar do gato
Jiji da personagem Kiki, do desenho
Serviços de Entregas da Kiki do diretor
Hayao Miyazaki? Ou mesmo no famoso
retrato do eterno e imortal jovem
Dorian Gray, lá está a figura do gato.
Ou no filme Constantine (filme do dire-
tor Francis Lawrence, feito em 2009)...
lá vem o gato, comumente associado
a relações míticas. No Egito antigo era
adorado porque estes protegiam suas
reservas de comidas contra os ratos e
cobras. Eram tão amados que eram mantidos como animais de esti-
mação e até mesmo mumificados.
Além dos deuses, temos também representadas na arte egíp-
cia as diferentes castas, ou seja, as classes sociais. Os faraós, sacerdo-
tes, escribas, agricultores, trabalhadores, a população e, claro, os escra-
vos. Estes eram retratados em cenas do cotidiano, cenas de lutas e
sem esquecer: também nos hieróglifos, uma das primeiras formas de
escrita da humanidade!

Fig. 11

Na escultura os faraós eram gigantes, associados em sua gran-


diosidade aos próprios deuses na terra. Isso simbolizava sua força e
poder. Nestas esculturas, os faraós eram sempre retratados de frente,
muito rígidos, tensos, formais, estáticos e sem nenhum tipo de expres-
são facial, enquanto as pessoas comuns são representadas de maneira
mais relaxada. Em sua maioria estas esculturas são figuras em pé com
o pé esquerdo sendo projetado à frente do seu corpo. As quatro está-
tuas colossais que guardam a entrada do templo de Ramsés II são um
dos maiores exemplos!
28

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Fig. 12

Além da pintura e escultura há a grandiosidade memorável da


sua arquitetura: Túmulos e Templos da Pirâmide. Encontramos muitos
exemplos de arte egípcios antigos que existem ainda hoje. Eles sobre-
viveram à devastação de centenas de milhares de anos e são exemplos
principais da dedicação que os artesãos faziam por sua arte. Embora
peças feitas de couro, madeira e outros produtos perecíveis se perde-
ram, algumas das suas joias, cerâmica, carpintaria e até peças de vidro
existem e nos mostram essa incrível habilidade.
Vale comentar que os artesãos, escultores e pintores egípcios
não eram como os artistas que conhecemos hoje! Artistas em todas
os momentos da criação trabalhavam juntos. Sua arte era mais um
trabalho de artesãos que foram treinados e que então trabalhavam
em uma equipe. Sua participação na produção de uma estátua ou na
decoração de um túmulo era anônima.

Multimídia
Você sabia que, ao contrário do que muitos pensam, a gran-
diosa pirâmide de Quéops não foi construída por escravos,
e sim por trabalhadores muito bem alimentados? Entenda
melhor sobre a construção da última maravilha do Mundo
Antigo que ainda permanece em pé neste ótimo vídeo do
canal Nerdologia.
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Agora que você conhece um pouco do valor da arte egípcia


imagine-se novamente em frente à porta selada, junto de Howard
Carter, em silêncio. Prestes a abrir essa porta e encontrar a tumba
do faraó menino Tutancâmon. Com suas joias, mobiliários, pinturas,
esculturas, potes. Já imaginou que estupenda descoberta? Maior que
uma nota no bolso da calça ou o livro escondido no armário.
Vai lá, corre pra biblioteca, abra um livro sobre esta cultura
milenar. Descubra o poder que pode ter em suas mãos. E quando  lá
estiver... bem daí é uma outra história.

Fig. 13

30

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Agora é a sua vez!


Relacione as imagens aos respectivos significados na cultura
egípcia.

1. ( ) Rei Tutancâmon. Morreu jovem e a história de seu


poder pode ser encontrada em desenhos e obras deixados
em seu sarcófago no Vale dos Reis.
2. ( ) Gigantismo: os faraós eram retratados maiores do que
as pessoas comuns, segundo sua hierarquia, além da asso-
ciação com figuras sagradas.
3. ( ) Lei da frontalidade: as imagens eram registradas de
perfil com os olhos e o tronco de frente.
4. ( ) Deus conhecido por mumificar os corpos e orientar
suas almas para a vida pós-morte.
a) b)

c) d)

1-b/2-a/c-3/d-4
Resposta correta

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Seção 4

Oriente Antigo

Durante uma viagem, ficamos fascinados pelas novidades do


lugar. Podemos chamar isto de “o olhar do estrangeiro”, que é como
uma estranha sensação de que somos uma nova pessoa, em lugar
estrangeiro. Assim, peço para que deixe seus olhos e imaginação tran-
quilos para conhecer uma outra grande civilização. Tão antiga quanto
o Egito. E ainda mais exótica e diferente daquilo que conhecemos da
nossa cultura ocidental: a Mesopotâmia!
Antes, que tal colocar uma música? Acesse esse link e conti-
nue a leitura. Pense em um ambiente exótico, numa sala de uma
pessoa valiosa com velas e muitos adornos e estampas. Não apenas
valiosa em posses, mas com ambundantes produtos culturais, com
um colorido exuberante, estampas geométricas em harmonia, rele-
vos na parede que apresentam desenhos de reis e figuras de animais
iluminados pela luz do fogo de tochas ou lamparinas, muito colorido.

O nome Mesopotâmia significa “entre rios”, em referência aos


rios Tigre e Eufrates. Lembra-se o quanto o Nilo foi importante para a
civilização do Egito? Assim são também estes rios muito importantes
para este lugar. Hoje a Mesopotâmia é onde está o atual Iraque e se
apresenta em muitos livros referida como o “berço da civilização”.
Como na arte do Egito (porém com imagens em estilos dife-
rentes), ela nos traz em seus temas uma arte de seus costumes, crenças
e ideias, além da representação do dia a dia do seu povo. Para você se
localizar ainda mais saiba
que os primeiros registros
desta civilização datam de
meados de 6.000 a.C.
Antigo, não é? Antigo,
mas muito bem estrutu-
rado, e fazem parte de sua
estrutura três importantes
culturas: as culturas sumé-
ria, assíria e babilônica.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Curiosidade
Não é à toa que a Mesopotâmia é considerada o “berço
da civilização”. Por volta de 3.200 a.C., os sumérios foram o
primeiro povo a desenvolver o primeiro sistema de escrita
da história!

Na Mesopotâmia, a arte era feita a partir de recursos naturais,


como pedras, conchas, alabastro e mármore e como um dos principais
feitos artísticos incluem selos cilíndricos. Sabe aqueles rolos de esticar
massa de macarrão? Então, esses selos cilíndricos são muito parecidos
com estes rolos, porém feitos de um material mais resistente, tais como
o mármore, cornalina e lápis-lazúli. Esses rolos trazem alguns rele-
vos desenhados sobre eles. Assim, quando eram rolados sobre placas
de barro úmidas deixavam gravados seus desenhos e o principal: suas
mensagens por meio desses desenhos.
Acredito muito que a beleza de uma obra de arte está no
processo de criação. Assim, imagine se eu lhe pedisse para tentar fazer
um relevo contando uma história da sua vida em um rolo de mármore?
Imagine o trabalho de resumir um momento de sua vida. De represen-
tar esse momento por meio de desenhos em um rolo de pedra. Seria
difícil não? Por isso, pelo processo, também podemos ver um pedaço
do tamanho da beleza nessas peças dessa civilização, pelo esforço de
como ela foi feita e do que busca representar.

Fig. 14
33
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Multimídia
A Mesopotâmia é tão fascinante quanto misteriosa. Ela foi,
de fato, o berço da civilização? Quais os ramos linguísticos
que derivaram dela? Qual seu legado cultural para o mundo
de hoje? Quais seus mitos mais famosos e onde eles esta-
vam registrados? E o que que Gilgamesh tem a ver com o
dilúvio? Para saber isso e muito mais, ouça o podcast Anti-
cast sobre a Mesopotâmia!

Além dos selos em formas de cilindros, também encontramos


como obras de arte vasos de cerâmica ornados com desenhos, às vezes
em mais de uma cor. Esses desenhos geralmente consistem em áreas
preenchidas com ornamentos geométricos que lembram muito os
padrões que encontramos em tecidos hoje em dia. Esses desenhos
frequentemente trazem figuras de animais, aves ou mesmo representa-
ções humanas, num trabalho engenhosamente estilizado e sem dúvida
esteticamente atraente.

Fig. 15

Mais
Nesse local próximo aos rios não havia muitas pedras ou
madeiras disponíveis, assim os escultores dependiam de
material importado ou usavam como substitutos a terracota
(terracota é argila cozida).

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

A cultura mesopotâmica traz sua formação de comunidades


com vilas, aldeias e cidades. E nelas o comércio, o transporte por meio
da construção de barcos e suas crenças e cerimônias religiosas. Tudo
isso junto aumenta rapidamente a população e junto dela suas repre-
sentações na arte. A Mesopotâmia foi lar de diversas civilizações, as mais
importantes sendo a Suméria, a Assíria e a Babilônia, cada uma com o
seu próprio universo artístico
Arte suméria
Uma coisa é certa, todos nós, em certa medida, gostamos às
vezes de ostentar, está aí um tema que no Instagram é um recorrente:
a ostentação. E esta vem geralmente do exagero, que traz a intenção
de mostrar também um certo poder. Na arte suméria (3500-2300 a.C.),
não era diferente.
Claro que ela tinha sua beleza natural, mas também trazia um
ponto de ostentação em seus palácios que eram ricamente decorados
com figuras do guardião do portão. Esses guardiões eram esculturas
firmes, estilizadas, e como característica principal tinham as mãos entre-
laçadas e olhos enormes. Quanto maior a pupila, mais importante é o
personagem retratado.

Fig. 16
Arte assíria
Assim como os selos, como os palácios, como a cultura, cada
lugar, cada obra, cada peça traz uma história. E por falar em trazer uma
história, todos nós estamos cientes do quanto isto nos fascina. Todos já
ouvimos uma história nos braços de nossos familiares, escutamos na
escola quando crianças, ou as lemos em livros antes de dormir. Ter uma
história é ter um novo mundo, e era assim que se preocupavam com a
arte assíria [1400-600 a.C.], uma arte feita para contar uma história, ou
seja, trazia em sua configuração uma narrativa.
Narrativa é tudo numa obra de arte, e toda arte traz uma narra-
tiva. Já imaginou um filme sem uma história? Um gibi sem um enredo?
Será que você consegue ver uma história em uma imagem estática,
apenas por figuras sem legendas, textos ou balões de conversa? Assim
está na maioria das imagens da história da arte e claro, também na arte
assíria. Com suas imagens compostas por seus elementos que lhe agre-
gam uma história de seu comércio e suas guerras.
35
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Veja o Palácio de Assurbanipal. Esta foi uma construção do


século VII a.C. Nele, temos esculpidos relevos de pedra que incluem as
dramáticas cenas de uma caça de leão.

Fig. 17

Arte babilônica
Por sua vez, os babilônicos praticavam todas as artes mesopotâ-
micas já conhecidas e se destacavam pelos azulejos coloridos usados
para criar esculturas com relevo. Talvez sua obra mais conhecida seja o
Portão de Ishtar, dedicado a uma deusa babilônica. Foi confeccionado
por tijolos azul-esmaltados com imagens de dragões e gado selvagem
em baixo relevo.

Outra obra babilônica de grande relevância


é o Código de Hamurabi, um monólito de basalto
negro onde as leis babilônicas foram inscritas. Em
seu topo, o rei Hamurabi é retratado em atitude
reverente.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Multimídia
Essas e outras obras de arte do mundo antigo podem ser
descobertas pelo Instagram. Basta acessar o perfil Arkeofili!

As obras dos antigos povos mesopotâmicos trazem variedades


de escultura feitas de pedra, na forma de estátuas e relevos, além de
arte em mosaico. Vale destacar sua arquitetura monumental exempli-
ficada por Zigurates, onde os mais conhecidos são em Ur, Babilônia,
Uruk, Sialk, Nimrud e outros lugares. E claro, se vamos comentar sobre
arquitetura, você já deve ter ouvido falar dos lendários Jardins Suspen-
sos da Babilônia, construídos pelo rei Nabucodonosor II.

Fig. 17

Fig. 18

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Atenção
Conhecida como o “Berço da Civilização”, a Mesopotâmia foi
lar de diversos povos da Antiguidade. Os mais destacados
são os sumérios, os assírios e os babilônicos, cada um com
sua própria cultura e herança artística monumental.

E então, conseguiu se imaginar em meio a esta antiga civilização?


Hoje muitos jogos de videogame nos transportam para estes cenários,
estas culturas. E a história da arte nos ajuda a construir este repertório
imagético. Para concluir essa seção lembre-se de que esta cultura, que
antes era seminômade, um tanto quanto primitiva e que vivia da caça
e coleta de alimentos, mudou para um estilo de vida mais estabelecido,
baseado na agricultura e na criação de animais domésticos.
A cultura mesopotâmica traz sua formação de comunidades
com vilas, aldeias e cidades. E nelas o comércio, o transporte por meio
da construção de barcos e suas crenças e cerimônias religiosas. Tudo
isso junto aumenta rapidamente a população e junto dela suas repre-
sentações na arte.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Agora é a sua vez!


Relacione as imagens aos respectivos significados na cultura
egípcia.

1) a. ( ) Estela funerária
b. ( ) Monolito em Gesso
c. ( ) Tratado da Assíria
d. ( ) Código de Hamurabi

..........................................................................................................................
2) a. ( ) Zigurates
b. ( ) Portões de Ishtar
c. ( ) Figuras Heráldicas
d. ( ) Arte monumental.

..........................................................................................................................
3) a. ( ) Arte Babilônica
b. ( ) Arte Suméria
c. ( ) Arte Primitiva
d. ( ) Arte Assíria.

..........................................................................................................................
4) a. ( ) Rei Assurbanipal
b. ( ) Rei Nabucodonosor
1-d/2-b/3-b/4-a

c. ( ) Rei Xerxes
Resposta correta

d. ( ) Rei Darios.

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Seção 5

Arte Egeia

A figura do mar sempre esteve, de algum modo, associada à


história das descobertas de antigas civilizações. Você já navegou em
algum cruzeiro? Esteve em mar aberto? Ou mesmo passeou por uma
ilha? Já pensou se, de repente, numa destas aventuras, você encontra
uma civilização?

A civilização a que me refiro aqui será o primeiro vislumbre da


Europa. Estou me referindo a Creta e a um grupo de pequenas ilhas, as
Cíclades, cuja arte data de entre 2600 e 1100 a.C.
Talvez você já tenha ouvido falar da história
da Guerra de Tróia, narrada por Homero na Ilíada,
não é? Então, essa história apresenta a civilização
egeia. Além desta memória na literatura, essa civi-
lização se apresenta por uma enorme quantidade
de materiais encontrados por Heinrich Schile-
mann (em 1870) e por Sir Arthur Evans (1890).

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Nesta seção vamos tratar das civilizações que se desenvolve-


ram ao longo do Mar Egeu, tão presente em seu comércio, em suas
campanhas militares e, portanto, em suas expressões artísticas e cultu-
rais. Isso antes mesmo do aparecimento dos gregos por volta de 3.000
a.C. Esta arte apresenta-se por meio de três civilizações:
Civilização cicládica Civilização minoica Civilização micênica
(3.000 – 2.500 a.C.) (2.500 – 1.500 a.C.) (1.500 – 1.200 a.C.)

Fig. 18 Fig. 19 Fig. 20

Começamos nossa viagem com a Arte Cicládica, uma arte feita


comumente de cerâmica e adornada com formas de linhas, espirais e
curvas. Assim como as de outras culturas e civilizações, a Arte Cicládica
trazia também as representações humanas e suas
associações com seus deuses e figuras religiosas.
Um ótimo exemplo são seus ídolos de mármore,
alguns muito semelhantes às estatuetas do Oscar
que conhecemos hoje, conhecidos como figuras
cíclades.
Essas são figuras femininas de dimensões
variáveis que vão desde pequenos centímetros até
esculturas do tamanho de um ser humano.
As figuras cíclades são bastante elegantes
e sofisticadas para os padrões atuais. Apresentam
uma estrutura moderna e primitiva. Encontramos
nas obras desta civilização uma certa simplicidade
e minimalismo em seus traços, sem muitos orna-
mentos. Singelos e austeros ao seu modo.

Fig. 21

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Na Arte Minoica, a representação mais presente está na arqui-


tetura, tendo em seus materiais o tijolo, a pedra e o barro. Esta civiliza-
ção construiu seus palácios, que são parte do símbolo da sua força
política e religiosa. A cultura minoica nos traz imagens mais comple-
xas em suas arquiteturas: seus espaços oferecem um pátio amplo bem
no centro, com inúmeras escadarias, além dos pequenos jardins e
nichos reservados para seus cultos religiosos. Além dos seus palácios
temos seus domicílios, casas de banho, lojas e armazéns. Lembrando
que em sua cultura, por vir do mar, era muito comum este tipo de
representações: os temas marítimos.

Fig. 22

Curiosidade
Dentre os palácios mais importantes da cultura minoica
temos o Palácio de Minos. Este ficou conhecido por abrigar
o que chamaram de “O labirinto do Minotauro”. Assim, como
os demais palácios que encontramos em Cnossos, Faístos
e Malia, esses são arejados e agradavelmente abertos. Com
construções de alvenaria e colunas de madeira.

42

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Lembra-se da arte parietal? Desenhos feitos nas paredes.


Isso era muito comum na arte destas civilizações, principalmente da
minoica com pinturas em afresco trazendo figuras de diversos animais
selvagens ou domésticos. Entre estas imagens vemos muito o touro,
figuras humanas e cenas do cotidiano como casamentos, colheitas,
pesca. Além de ornamentos compostos de figuras geométricas, tudo
em cores muito vivas e sem muito efeito de luz e sombra.
Estas imagens ainda lembram alguns traços das obras dos
desenhos egípcios quanto à esquematização da figura humana.
Porém trazem um naturalismo, ritmo e movimento bem agradável,
como as ondas do mar. São muito elásticos, ou seja, como se o dese-
nho apresentasse um movimento próprio bastante leve e delicado. Os
desenhos da arte minoica apresentam um caráter mais alegre e diver-
tido, com um dinamismo rítmico e movimento em suas narrativas.

Fig. 24

Mais
Além de uma cultura social avan-
çada também tinham suas divinda-
des, na maioria figuras femininas,
como a Deusa das Serpentes, assim
como outras, raras e difíceis de
serem encontradas nesta civiliza-
ção. As serpentes estão associadas
à fecundidade masculina e à Terra
como em outras religiões antigas.

43
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Em suas obras de cerâmica, muito delicadas e um pouco mais


grossas do que uma casca de ovo,
destacam-se formas e funções varia-
das, de um refinamento e acaba-
mento caprichoso. Nesses vasos
apresentam figuras geométricas
muito simples, como triângulos e
caminhos em ziguezague, além de
outras formas de padrões e repeti-
ções abstratos. Sem deixar de apre-
sentar ainda, como nas demais civili-
zações, detalhes de imagens do dia
a dia como os motivos florais e
animais domésticos.
Fig. 25

Atenção
A Civilização Cicládica se dá no começo da Idade do
Bronze, e durou entre os anos de 3000 a 2500 a.C.;
A Civilização Minoica, conhecida também como Civilização
Cretense, desenvolveu-se na Ilha de Creta entre 2500 e 1500
a.C.;
A Civilização Micênica está associada à cultura dos aqueus.
Trata-se de um povo que viveu entre 1500 e 1200 a.C..

Na Arte Micênica, além de uma desenvolvida joalheria a


partir de pedras preciosas, selos e entalhes, encontramos túmulos e
modestas sepulturas com vasos de barro e até mesmo algumas armas
feitas de bronze. Alguns desses túmulos são de formas cônicas como
uma colmeia e ao lado dos cadáveres colocavam máscaras e objetos
pessoais como vasos para beber, joias e armas. A formação da arqui-
tetura com fins fúnebres ou religiosos será uma constante na história
da Arte. Este é uma das construções que apresentam este fim com
relação entre o ente e o espiritual.

44

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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Agora é a sua vez!


Relacione as obras de arte às suas civilizações respectivas:
1- Civilização cicládica
2- Civilização minoica
3- Civilização micênica

a. ( )

b. ( )

c. ( )

d. ( )

e. ( )
a-3/b-2/c-2/d-2/e-1
Resposta correta

45
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Módulo 1 - O Mundo Antigo

Recapitulando

E então como foi esta introdução na história da arte tendo o


olhar para o mundo antigo? Será que a viagem ao passado, à cultura
humana, às formas de representação irão contribuir para o modo como
vemos nossos dias atuais: olha, eu digo que sim. Muito das relações que
encontramos nos registros de arte antiga ainda são aplicados hoje.
Veja, por exemplo, a relação mágica da arte. Desde as artes
rupestres, passando pelos egípcios, pelo Oriente antigo até a arte egeia
temos as relações com cultos, deuses, divindades e nossos entes queri-
dos. A imagem é uma forma de memória e de mensagem valiosa.
Os materiais também são muito importantes: a pedra, madei-
ras, minerais diversos, pedras semipreciosas, preciosas, metais fazem
parte da obra e de sua materialidade e nos deixam no tempo sua
herança relacionada aos costumes e à estética.
Cada período nos traz um estilo de representação que vai
desde o esquemático, ao simbólico, ornamental até o mais complexo
dos arranjos e possibilidades de comunicação. E isto é só o começo.
Espero vê-lo logo mais na nossa história no próximo Módulo. Conto
com você, sua imaginação e estudos. Até lá!

46

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História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Referências

Módulo 1
ARNOLD, Dana. Introdução a História da Arte. São Paulo: Ática, 2008;
DAVIES, Penelope e outros. A nova história da arte de Janson: a tradição
Ocidental. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, 2008
JANSON, H.W. História da Arte. 4a. Edição, Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1986
___________; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1996
MARTIN, Kathleen. O Livro dos Símbolos. Taschen, 2012

Referências das imagens

Fig. 01 — A Guerra do Fogo


Fonte: IMDB. A Guerra do Fogo. Disponível em: <https://www.imdb.
com/title/tt0082484//>. Acesso em: 07 de janeiro de 2019.

Fig. 02 — Os Flintstones
Fonte: DEMEESTER, Lois; FORTUNATE, Jenna; MACKIE, Paul. Did the
Flintstones invent transportation demand management? Disponível
em: <https://mobilitylab.org/2018/05/11/five-reasons-why-fred-
flintstone-is-the-grand-poobah-of-transportation-demand-manage-
ment/>. Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 03 — Gruta de Lascaux


Fonte: VALLÉE DE LA DORDOGNE. Grotte de Lascaux. Disponível em:
<https://www.vallee-dordogne.com/grottes-et-gouffres/grotte-de-
-lascaux>. Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 04 — Estátuas de Vênus pré-históricas


Fonte: HOLLOWAY, April. The Venus Figurines of the European Paleo-
lithic Era. Disponível em: <https://www.ancient-origins.net/ancient-
-places-europe/venus-figurines-european-paleolithic-era-001548>.
Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 05 — Vênus de Willendorf


Fonte: NATURHISTORISCH MUSEUM WIEN. Venus-forschung. Disponí-
vel em: <https://www.nhm-wien.ac.at/forschung/praehistorie/fors-
chungen/venus-forschung>. Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 06 — Cabeça de Jericó


Fonte: FACHETTI, Ana Kyzzy. O que é arte?. Disponível em: <http://
kyzzyarteearquitetura.blogspot.com/2013/05/o-que-e-arte.html>.
Acesso em: 08 de janeiro de 2019. 47
Educação a Distância – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Fig. 07 — Howard Carter


Fonte: WIKIMEDIA. Informal portrait of Howard Carter (the archae-
ologist) standing with a book in his hand next to a train at a station in
Chicago, Illinois.Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/How-
ard_Carter#/media/File:Howard_carter.jpg>. Acesso em: 08 de janei-
ro de 2019.

Fig. 08 — Pintura da tumba de Nebamun, o qual é retratado sobre


um pequeno barco, caçando, acompanhado de sua esposa e filha.
Fonte: CRABBEN, Jan van der. The Tomb Chapel of Nebamun. Dis-
ponível em: <http://etc.ancient.eu/exhibitions/tomb-chapel-neba-
mun/>. Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 09 — Os deuses Horus, Osíris e Isis


Fonte: WIKIMEDIA. Osiris, Isis and Horus: pendant bearing the name
of King Osorkon II. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/
Osiris_myth#/media/File:Egypte_louvre_066.jpg>. Acesso em: 08 de
janeiro de 2019.

Fig. 10 — Rá, o deus do Sol


Fonte: WIKIMEDIA. Osiris, Isis and Horus: pendant bearing the name
of King Osorkon II. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/
Osiris_myth#/media/File:Egypte_louvre_066.jpg>. Acesso em: 08 de
janeiro de 2019.

Fig. 11 — Detalhe do trono de Tuntancâmon


Fonte: DALEY, Jason. New Evidence Shows King Tut’s Tomb May Have
Its Own Chamber of Secrets. Disponível em: <https://www.smithso-
nianmag.com/smart-news/new-evidence-shows-king-tut-tomb-
-may-have-its-own-chamber-secrets-180958470/>. Acesso em: 09 de
janeiro de 2019.

Fig. 12 — Fazendeiros cuidando do gado e hieróglifos fazendo refe-


rência à sua contagem
Fonte: CRABBEN, Jan van der. The Tomb Chapel of Neba-
mun. Disponível em: <http://etc.ancient.eu/exhibitions/tomb-
chapel-nebamun/>. Acesso em: 08 de janeiro de 2019.

Fig. 13 — Entrada do templo de Ramsés II


Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/colossus-
great-temple-ramesses-ii-abu-236412265?src=XTKq0I2HdQCKsN6eE
7wM5A-1-1

Fig. 14 — Tumba do faraó Tutancâmon


Fonte: EURONEWS. All eyes on King Tut’s tomb in search for ancient
Egypt’s lost Queen Nefertiti. Disponível em: <https://www.euronews.
com/2015/11/28/all-eyes-on-king-tut-s-tomb-in-search-for-ancient-
-egypt-s-lost-queen-nefertiti>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Fig. 15 — Selo cilíndrico e placa de barro marcada em homenagem a


Shamash, o deus Sol
Fonte: WIKIMEDIA. Mesopotamian limestone cylinder seal and
impression—worship of Shamash. Disponível em: <https://
en.wikipedia.org/wiki/Cylinder_seal#/media/File:Cylinder_seal_
48 Shamash_Louvre_AO9132.jpg>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Educação a Distância – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo


História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Fig. 16 — Selo cilíndrico e placa de barro marcada em homenagem a


Shamash, o deus Sol
Fonte: MAEIR, Aren M. The Philistines and Their Cities. Disponível
em: <https://www.bibleodyssey.org/en/places/related-articles/
philistines-and-their-cities>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Fig. 17 — Esculturas de Tell Amar (2.750-2.600 a.C.)


Fonte: HIRST, Kris. The Tell Asmar Sculpture Hoard of Prayerful People.
Disponível em: <https://www.thoughtco.com/tell-asmar-sculpture-
-hoard-169594>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Fig. 18 — A caça ao leão de Assurbanipal


Fonte: COLUMBIA COLLEGE. Lion Hunt of Ashurbanipal from the Pal-
ace at Nineveh. Assyrian. 645-635 B.C. Disponível em: <https://www.
college.columbia.edu/core/content/lion-hunt-ashurbanipal-palace-
-nineveh-assyrian-645-635-bc>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Fig. 19 — Detalhe do Portão de Ishtar


Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/istanbul-
turkey-october-30-2015-glazed-695671135?src=uY1XX1sh7oJzcD2q
0TeseQ-1-10

Fig. 20 — Selo cilíndrico e placa de barro marcada em homenagem a


Shamash, o deus Sol
Fonte: ARCHEYES. Ziggurat Architecture in Mesopotamia. Dispo-
nível em: <http://archeyes.com/ziggurat-temples-architecture-meso-
potamia/>. Acesso em: 09 de janeiro de 2019.

Fig. 21 — Portões de Ishtar


Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/berlin-june-
3-2013-tourists-front-182077328

Fig. 22 — Afresco com antílopes


Fonte: WIKIMEDIA. Afrescos dos antílopes em Acrotirí. Disponível
em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Civilização_Cicládica#/media/Fi-
le:NAMA_Akrotiri_3.jpg/>. Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

Fig. 23 — Afresco com crianças pugilistas


Fonte: WIKIMEDIA. Crianças boxeando em um afresco
em Santorini. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza-
ção_egeia#/media/File:Young_boxers_fresco,_Akrotiri,_Greece.jpg>.
Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

Fig. 24 — Afresco com mulher micênica


Fonte: WIKIMEDIA. Fresco of a Mycenaean woman. Disponível em:
<https://en.wikipedia.org/wiki/Mycenaean_Greece#/media/File:Fres-
co_of_a_Mycenaean_woman,_circa_1300_BC.jpg>. Acesso em: 14
de janeiro de 2019.

Fig. 25 — Figura cíclade feminina


Fonte: WIKIMEDIA. Figura feminina. Disponível em: <https://pt.wiki-
pedia.org/wiki/Civilização_Cicládica#/media/File:Pregnant_Cycla-
dic_figurine_Staatliche_Antikensammlungen.jpg>. Acesso em: 14 de
janeiro de 2019.
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História da Arte: da Antiguidade ao Séc. XIX

Fig. 26 — Afresco de golfinhos no interior do palácio de Cnossos.


Fonte: MORAVICK, Jaroslav. Wall paintings of dolphins in chamber
at Knossos palace - Crete island, Greece. Disponível em: <https://
www.shutterstock.com/pt/image-photo/wall-paintings-dolphins-
-chamber-knossos-palace-732127042?src=wPV1FKsS-Is9P95OHOcO-
gg-1-59>. Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

Fig. 27 — Afresco representando uma tauromaquia


Fonte: WIKIMEDIA. Afresco Taurocatapsia, Cnossos. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Civilização_Minoica#/media/File:K-
nossos_frise_taureau-edit.png>. Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

Fig. 28 — Deusa das Serpentes


Fonte: PAKUTINA, Anna. “La Parisienne” fresco from Minoan Palace
of Knossos in Heraklion Archaeological Museum. Museum con-
tains most complete collection of artifacts of Minoan civilization.
Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
crete-greece-july-26-2015-la-315510002?src=RCEa8FdAf5bkoEx-
-5JYXmw-1-2>. Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

Fig. 29 — Cerâmica com motivos marinhos


Fonte: WIKIMEDIA. Cerâmica em estilo marinho. Disponível em: <ht-
tps://pt.wikipedia.org/wiki/Civilização_Minoica#/media/File:AMI_-_
Oktopusvase.jpg>.Acesso em: 14 de janeiro de 2019.

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