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EQUAÇÕES LINEARES E QUADRÁTICAS EGÍPCIAS

Licenciatura em Ensino de Matemática com Habilitações em Ensino de Física

PROPONENTES: Alex Alberto; Alifa Balamade; Aníbal Camuili; Antônio João


Antônio; Ivaldo Bernardo; Mussa Buana; Mosquito Catipura e Ventinho Fereira.

DOCENTE: Ma. Antonio Carlito Assane

CADEIRA: Matemática na historia


INTRODUÇÃO
As equações e os seus métodos de resolução são
essenciais em todas as áreas e todos os níveis de
escolaridade. Historicamente, resolver equações
sempre foi de grande importância para os
matemáticos e, essas equações, apareciam quase
sempre como consequência da resolução de
problemas.
História da matemática é um instrumento de
resgate da própria identidade cultural. E em ...
Cont.
História da matemática é um instrumento de
resgate da própria identidade cultural. E em muitas
situações pode esclarecer ideias matemáticas que
estão sendo construídas pelo aluno, especialmente
para dar respostas a alguns "porquês" e, desse
modo, contribuir para a constituição de um olhar
mais crítico sobre os objectos de conhecimento.
OBJECTIVO:
ESPECIFICOS
GERAL • Destacar notas históricas de
• Conhecer como se resolução de equações lineares e
fazia a resolução quadráticas egípcias;
histórica de • Mostrar as equações lineares e
equações lineares quadráticas egípcias na história;
e quadráticas • Justificar o método que eles
egípcias. usavam nas resoluções de
equações lineares e quadráticas.
OBJECTIVO:
ESPECIFICOS
GERAL • Destacar notas históricas de
• Conhecer como se resolução de equações lineares e
fazia a resolução quadráticas egípcias;
histórica de • Mostrar as equações lineares e
equações lineares quadráticas egípcias na história;
e quadráticas • Justificar o método que eles
egípcias. usavam nas resoluções de
equações lineares e quadráticas.
OBJECTIVO:
ESPECIFICOS
GERAL • Destacar notas históricas de
• Conhecer como se resolução de equações lineares e
fazia a resolução quadráticas egípcias;
histórica de • Mostrar as equações lineares e
equações lineares quadráticas egípcias na história;
e quadráticas • Justificar o método que eles
egípcias. usavam nas resoluções de
equações lineares e quadráticas.
OBJECTIVO:
ESPECIFICOS
GERAL • Destacar notas históricas de
• Conhecer como se resolução de equações lineares e
fazia a resolução quadráticas egípcias;
histórica de • Mostrar as equações lineares e
equações lineares quadráticas egípcias na história;
e quadráticas • Justificar o método que eles
egípcias. usavam nas resoluções de
equações lineares e quadráticas.
OBJECTIVO:
ESPECIFICOS
GERAL • Destacar notas históricas de
• Conhecer como se resolução de equações lineares e
fazia a resolução quadráticas egípcias;
histórica de • Mostrar as equações lineares e
equações lineares quadráticas egípcias na história;
e quadráticas • Justificar o método que eles
egípcias. usavam nas resoluções de
equações lineares e quadráticas.
1. EQUAÇÕES 1.1. Civilização Egípcia

LINEARES E 1.2. As Obras Matemáticas dos Antigos Egípcios


1.2.1. Equações Linear
QUADRÁTICAS 1.2.2. Equação quadráticas
EGÍPCIAS 1.2.3. Resolução de alguns problemas de Papiro
1. EQUAÇÕES LINEARES E QUADRÁTICAS EGÍPCIAS:
1.1. Civilização Egípcia

De acordo com Andrade, Uma grande parte dos


conhecimentos matemáticos da civilização Egípcia
chegaram até nós através de alguns raros papiros que, de
algum modo, resistiram ao desgaste do tempo por mais de
três milénios e meio. Referimo-nos ao Papiro de Rhind
(escrito por volta de 1650 a.C), ao Papiro de Moscovo
(escrito por volta de 1850 a.C.), ao Papiro de Kahun e ao
de Berlim, preciosas fontes de informação acerca da
matemática egípcia. (Andrade, 2000, p.10)
1.2. As Obras Matemáticas dos Antigos
Egípcios
O Papiro Matemático de Rhind é o papiro mais extenso
contendo compilações de problemas matemáticos e as
suas soluções, tem aproximadamente 18 pés de
comprimento e 13 polegadas de altura e é património do
Museu Britânico (Katz, 2010). O papiro foi descoberto
em meados do século XIX, nas ruínas de uma pequena
construção próxima ao templo mortuário de Ramsés II,
na antiga cidade de Tebas, atualmente Luxor - Egito
(Robins e Shute, 1987).
Cont.

Foi adquirido em 1858 pelo egiptólogo e antiquário


escocês Alexander Henry Rhind (1833-1863), por isso é
conhecido como Papiro de Rhind, ou,Papiro de Ahmés,
cuja denominação é em homenagem ao escriba que o
copiou por volta de 1650 a. C., a partir de um original
com cerca de 200 anos. Este papiro está escrito em
hierático, da direita para a esquerda, em tintas preta
e vermelha (Boyer, 1991).
1.2.1. Equações Linear

Muitos destes cálculos surgiam como já foi referido, da


necessidade de resolver problemas da vida quotidiana,
nomeadamente no que diz respeito à actividade
económica crescente na região, e por outro lado surgiam
também associados ao ensino, ora como exercícios, ora
como enigmas e recreações matemáticas. De entre os
problemas apresentados nestes papiros, a maior parte dos
que hoje se classificariam como algébricos, reduziam-se a
equações do 1º grau.
Cont.
De acordo com Andrade, “Para resolver este tipo de
problemas os Egípcios utilizavam um método (que hoje
se designa por método de falsa posição ou falsa
suposição) que consiste em atribuir à incógnita um valor
numérico reconhecido à partida como falso. Substituía-
se a incógnita por esse valor e fazia-se os respectivos
cálculos. Para encontrar a solução do problema bastava
multiplicar o valor atribuído inicialmente à incógnita
pelo quociente entre o termo independente da equação
que traduz o problema e o valor que se obteve ao
substituir a incógnita pelo valor inicialmente suposto.”
(Andrade, 2000, p.10)
Cont.
Estes problemas podem ser traduzidos, em notação
atual, pela equação x+1/m x=a, onde 𝑚 e 𝑎 são
conhecidos e 𝑥 é desconhecido.
Exemplo: Consideremos o enunciado e a respetiva
resolução do problema 26 do Papiro de Rhind: “Uma
quantidade e a sua quarta parte adicionadas perfazem
15. Qual é a quantidade?”
Cont.
Estes problemas podem ser traduzidos, em notação
atual, pela equação x+1/m x=a, onde 𝑚 e 𝑎 são
conhecidos e 𝑥 é desconhecido.
Exemplo: Consideremos o enunciado e a respetiva
resolução do problema 26 do Papiro de Rhind: “Uma
quantidade e a sua quarta parte adicionadas perfazem
15. Qual é a quantidade?”
Cont.
Resolução:
Traduzindo em notação moderna, teremos:
Seja 𝑥 a quantidade procurada, então:
1
𝑥 + 𝑥 = 15
4
1º: Escolhemos um valor como a solução do problema,
neste caso, escolhemos o 4.
2º: Substituindo na equação que traduz o problema,
teremos:
1
4 + 4 = 15 ⟹ 5 ≠ 15
4
Cont.
Resolução:
Traduzindo em notação moderna, teremos:
Seja 𝑥 a quantidade procurada, então:
1
𝑥 + 𝑥 = 15
4
1º: Escolhemos um valor como a solução do problema,
neste caso, escolhemos o 4.
2º: Substituindo na equação que traduz o problema,
teremos:
1
4 + 4 = 15 ⟹ 5 ≠ 15
4
Cont.
Resolução:
Traduzindo em notação moderna, teremos:
Seja 𝑥 a quantidade procurada, então:
1
𝑥 + 𝑥 = 15
4
1º: Escolhemos um valor como a solução do problema,
neste caso, escolhemos o 4.
2º: Substituindo na equação que traduz o problema,
teremos:
1
4 + 4 = 15 ⟹ 5 ≠ 15
4
Cont.
3º Multiplica-se o valor escolhido, 4 pelo o
quociente do termo independente da equação e o
valor que se obteve ao substituir a incógnita pelo
valor inicialmente suposto, isto é,
15
4∙ = 4 ∙ 3 = 12
5
1.2.2. Equações quadráticas
Os egípcios não resolviam apenas equações
lineares, pois no Papiro de Berlim aparece,
pela primeira vez, uma equação do 2º grau. O
problema que se segue, retirado do Papiro de
Berlim, é um desses casos onde uma equação
do 2º grau foi resolvida pelo método da falsa
posição.
Cont.
Consideremos o enunciado do Fragmento mais longo do Papiro de
Berlim: “É dito ... a área de um quadrado de 100 [cúbitos quadrados] é
igual à de dois quadrados mais pequenos. O lado de um dos quadrados
é 1/2 + 1/4 o lado do outro. Diz quais são os lados dos dois quadrados
desconhecidos”
O problema na linguagem simbólica actual, em que 𝑥 e 𝑦 representam
as medidas dos quadrados mais pequenos, pode traduzir-se pelo
seguinte sistema:
𝑥 2 + 𝑦 2 = 100
1 1
𝑥= + 𝑦
2 4
Cont.
1 1 1 1 2
Assume que 𝑦 = 1 e 𝑥 = + , então 𝑥2 + 𝑦2 = + +
2 4 2 4
1 1
12 =1+ + ≠ 100,
2 16
o que significa que as falsas soluções consideradas não
resolvem a equação pretendida. Seja 𝑘 a razão entre o
valor correcto do comprimento dos lados dos quadrados
pequenos e o valor assumido, isto é, seja 𝑘 o fator de
correção das falsas soluções consideradas. Então, as
verdadeiras soluções da equação são:
Cont.
1 1
𝑦×𝑘+1𝑒𝑥 =𝑘× + . . Donde se conclui que:
2 4
2
2 2 2
1 1 2 2
1 1
𝑥 +𝑦 =𝑘 + +𝑘 =𝑘 1+ +
2 4 2 16
Mas, como se pretende que 𝑥 2 + 𝑦 2 = 100 (área do quadrado maior),
tem-se que:
1 1 1
𝑘2 1+ + = 100, ou seja, que 𝑘 1 + = 10.
2 16 4
10
Donde, 𝑘 = 1 = 8.
1+
4
Cont.
Conclui-se então, finalmente, que o valor do lado
do quadrado maior é 𝑦 = 8 × 1 = 8 e que o valor do
1 1
lado do quadrado menor é 𝑥 = 8 × + = 6 .
2 4
Note-se que os lados dos quadrados menores são 8 e
6 cúbitos.
1.2.3. Resolução de alguns problemas de
Papiro
Consideremos o problema 24 do Papiro do Cairo JE 89127- 30, 89137 – 43:
“Um poste tem de comprimento 10 cúbitos quando ereto. A extremidade inferior
do poste está a uma distância de 6 cúbitos da parede. Determina quanto deslizou
a extremidade superior”.
Consideremos 𝐷1 = 10 o comprimento do poste e 𝐷2 = 6 a distância da
extremidade inferior do poste à parede. Na tabela 2 podemos seguir os passos
efetuados pelo escriba e as instruções simbólicas referentes a cada passo.
Cont.
O escriba utilizando os dados presentes no enunciado do problema
apresenta uma sequência ordenada de etapas aritméticas simples que
permitem chegar à solução do problema. A etapa final requer a
recuperação dos dados iniciais. A estrutura formal do algoritmo é muito
semelhante ao dos problemas mesopotâmicos. A solução do problema é
2 cúbitos.
Considerando ℎ, a altura que o poste alcança na parede, pretendemos
determinar 𝑝, a distância que deslizou a extremidade superior. Em
linguagem simbólica atual, aplicando o teorema de Pitágoras, temos que
102 = ℎ2 + 62 . Donde, ℎ2 = 64. Como ℎ é uma medida positiva, ℎ =
√64 = 8. Assim, 𝑝 = 10 − 8 = 2.
Conclusão
Os argumentos apresentados pelos escribas são rigorosos; as provas conclusivas não são
realmente necessárias, apenas confirmatórias. O rigor está implícito no método. Temos
de aceitar que os egípcios não pensavam nem raciocinavam como os gregos. Se
descobriram algum método exato, não se perguntaram por que funcionou. Eles não
procuraram estabelecer uma verdade universal através de um argumento simbólico que
mostrasse clara e logicamente os seus processos de pensamento. O que fizeram foi
explicar e definir numa sequência ordenada de etapas necessárias no procedimento
adequado, e na conclusão acrescentaram uma verificação ou prova de que os passos
descritos realmente levavam a uma solução correta do problema. Esta era a ciência
como eles a conheciam, e não é correto compararmos de maneira muito crítica os seus
métodos com os dos gregos ou com qualquer outra civilização posterior” (Gillings, 1972
apud Pereira, 2017, p.13).
Bibliografia
Andrade, B. C. (Fev. 2000). A evolução histórica da
resolução das equações do 2o grau. Departamento
de Matemática-Pura da Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto
Pereira, A. M. Q. (2017). Equações Algébricas:
alguns episódios históricos. Universidade de Lisboa.
Faculdade de ciências. Matemática. Dissertação
orientada por: Jorge Nuno Silva.

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