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E. E.

MENINO JESUS DE PRAGA

Atividades de casa – Max Weber 2

Componente curricular: Sociologia Bimestre: 2º Bimestre

Professor (a): Débora Vales Série: 3º Ano/ EM Turma: 3REG1 a 3REG53REG1 a 3REG5

EVANGÉLICOS NÃO SÃO SINÔNIMO DE CONSERVADORISMO.


Vitória Damasceno para a Carta Capital em 19/08/2017
Ao contrário do que muitos pensam, a ascensão evangélica e o aumento
de sua participação na política faz parte da democracia. Isso graças a
Constituição, que garantindo a laicidade do Estado, garante a liberdade de
crença. O diagnóstico é da doutora em Ciências da Comunicação Magali do
Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo, onde
se dedica ao estudo da mídia, religião e cultura. Evangélica e integrante da
Igreja Metodista, a professora agora faz parte do time de colunistas da Carta
Capital, onde escreve às quintas-feiras. Em entrevista, a professora fala sobre a
ascensão dos evangélicos pentecostais e neopentecostais no Brasil, fenômeno
que, segundo ela, se alinha com a revitalização da economia dada com o Plano
Real e com as políticas sociais consolidadas nos anos 2000.
CartaCapital: Recentemente dados mostram um aumento no número de
evangélicos pentecostais no cenário religioso brasileiro. O que explica esse
aumento e como você avalia?
Magali do Nascimento Cunha: O crescimento dos pentecostais no Brasil pode
ser observado em dois momentos: um primeiro nos anos 80, década
considerada perdida do ponto de vista sóciopolítico-econômico, dados os efeitos
das políticas da ditadura civil-militar sobre a vida da população e outro depois
dos anos 90.
As promessas de cura, exorcismo e prosperidade do pentecostalismo foram
uma resposta às maiorias que mais sofriam com a inflação e falência do serviço
público de saúde. A pregação da prosperidade e da guerra espiritual, a oferta
de cura para doenças e de exorcismo do mal representaram e ainda
representam alívios diante da degradação da vida promovida pela explosão
urbana.
Depois dos anos 90, com a revitalização da economia, consolidada com as
políticas de inclusão a partir dos anos 2000, o pentecostalismo vai ajustar o
discurso teológico à dimensão da prosperidade, não como uma saída para
problemas, mas como ascensão a um estilo de vida não permitido antes.
Acompanha-se o surgimento da nova classe média, com possibilidades de
pequenos empreendimentos e participação na lógica do consumo. São grupos
pentecostais que vão ter sucesso na adequação da religião à realidade que se
consolidava. Por aí podemos explicar o crescimento expressivo, que vai acabar
influenciando as demais igrejas históricas como as protestantes e a católica.
CC: Junto com isso podemos enxergar uma ascensão política dessa classe,
especialmente no Congresso. Há algum plano de poder para isso ou algo que
explique essa maior participação dos evangélicos na política?
MNC: A partir do Congresso Constituinte eleito em 1986, houve uma
mobilização de igrejas para terem representantes no Congresso que votaria a
nova Constituição depois da ditadura civil-militar. Foram 32 eleitos naquele
pleito. Configurou-se então uma nova força não só política, mas sociocultural,
com o crescimento intenso dos evangélicos a partir dos anos de 1990, que
buscaram ocupar espaços na esfera pública, em especial os grupos pentecostais,
com aquisição de mídias e projetos políticos muito claros, como a Igreja
Universal do Reino de Deus e da Assembleia de Deus.
Depois de altos e baixos em termos numéricos, desde a Constituinte,
decorrentes de casos de corrupção e fisiologismo, a bancada evangélica se
consolidou como força, o que resultou na criação da Frente Parlamentar
Evangélica (FPE) em 2003.
Soma-se a isso o claro projeto político de igrejas como a Universal do Reino
de Deus e a Assembleia de Deus de ocupação e criação de partidos e busca de
mais poder decisório na esfera pública. Podemos dizer que estas duas igrejas
são as duas grandes forças deste grupo na política institucionalizada. Essas duas
denominações evangélicas têm um projeto político claro e podemos dizer que
os seus deputados as representam.
CC: Se tratando de um Estado que tem como princípio a laicidade, o que
implica a maior participação evangélica na política?
MNC: O Estado laico é uma busca não plenamente alcançada, desde que o
Estado se desvinculou da Igreja Católica com a República. Esta questão está
mais acesa agora à medida que temos uma bancada identificada como religiosa
no Congresso com poder de decisão baseado nos seus preceitos de fé. No
entanto, não podemos colocar apenas nos evangélicos o peso do
comprometimento da laicidade do Estado. Há muitos anos, a fé católica romana
interfere na dinâmica social, política e cultural do país. O que os evangélicos
fazem agora no parlamento é ampliar este espaço que já é dado pelos poderes
da República ao catolicismo. Tudo isso é grave à medida em que
constitucionalmente somos um país laico que garante liberdade de crença. Isso
significa direitos a todos que incluem os que não creem.
Questionar a postura da bancada evangélica é imperativo, mas este
questionamento deve ser acompanhado das posturas em relação ao catolicismo
também. Um Estado laico e democrático deve trabalhar pelo lugar para todos
no espaço público. Grupos religiosos estão entre este "todos" e não devem ser
vistos como ameaça ainda que entre eles existam os que tenham discursos e
propostas conservadoras e reacionárias. O pluralismo no Estado laico e
democrático representa espaço para posições políticas e ideológicas diferentes.
É no confronto e no debate respeitoso entre as diferenças que se abre espaço
a mudanças.
CC: Para alguns segmentos da esquerda, o aumento no número de
evangélicos e sua ascensão política gera medo ou preconceito. Como você avalia
essa resposta?
MNC: Evangélicos não são sinônimo de conservadorismo. Não se trata de um
bloco monolítico. Há muita diversidade entre os evangélicos, com grupos que
atuam em frentes de defesa da vida, dos movimentos populares, de causas que
envolvem a paz com justiça. Há evangélicos feministas, que defendem as
transformações do conceito de família e a justiça de gênero. O que se torna
urgente é a possibilidade do debate e de expressão das diferentes vozes. Isto é
o que precisa ser garantido neste contexto democrático, e é aqui que o lugar
das mídias se reveste de importância.
CC: De que forma você avalia a bancada evangélica no Congresso? Eles
realmente tem a representatividade dos evangélicos brasileiros para receber
esse nome?
MNC: Não podemos falar que os deputados e senadores no Congresso
representam os evangélicos. Primeiro porque "evangélicos" é um segmento
social de uma diversidade que neste pequeno espaço não se pode explicar.
Temos no Congresso Nacional parlamentares ligados a 26 igrejas representadas,
entre elas 18 são pentecostais. A Igreja Universal do Reino de Deus e a
Assembleia de Deus são as duas grandes forças desse grupo, como mencionei,
com 42% dos deputados. A outra fatia de 60% está distribuída por 22 diferentes
denominações, a grande maioria delas com apenas um parlamentar eleito.
Grande parte de quem está lá não está representando seu grupo, mas um
projeto pessoal. Tamanha diversidade dos evangélicos no Brasil, e diversidade
que está no interior dos próprios grupos na sua singularidade, torna impossível
que falemos de representação. Esta tese é uma armadilha de algumas lideranças
em busca de poder político e religioso na qual as mídias noticiosas são
capturadas e a reproduzem sem reflexão e pesquisa.
REFLEXÃO/ QUESTÕES DISSERTATIVAS!!!
Em suas análises sobre a sociedade moderna Max Weber chamou a atenção
para o papel da ética protestante na emergência desse “novo mundo” e do
sistema capitalista. Isto é, a religião incidindo em outras esferas da vida social.
Assim como Weber, o trecho da entrevista com a pesquisadora Magali Cunha
trata da influência de grupos evangélicos na vida política do país. A partir de
seus conhecimentos sobre as ideias de Max Weber e de suas informações sobre
o contexto histórico e social recente, explique como protestantes e
pentecostais/neopentecostais influenciam as demais esferas da vida social no
Brasil e aponte os pontos positivos e negativos dessas relações.
MAX WEBER 2
Questão 1 - UNISC RS 2015 Max Weber estuda a sociedade de seu tempo,
buscando entender os mecanismos e processos relevantes da vida social; ele
conclui que a sociedade contemporânea, tomada pela burocracia, substituiu as
antigas formas de dominação por uma nova, cuja eficácia supera os controles
das sociedades anteriores.
Alguns dos enunciados a seguir poderão estar relacionados ao texto anterior
1. Regulação do trabalho industrial em seus processos de produção.
2. O auge do espírito racional é o Romantismo do século XIX.
3. A burocracia está presente na indústria, na educação e na guerra.
4. O avanço crescente da formação técnica e exigência profissional no trabalho.
5. Regulação pública das profissões.
Assinale a alternativa correta.
A) Todos os enunciados estão corretos.
B) Todos os enunciados estão incorretos.
C) Somente os enunciados 1 e 2 estão corretos.
D) Somente os enunciados 3 e 5 estão corretos.
E) O único enunciado incorreto é o 2.

Questão 2 – UFU MG Considere a citação. “[...] o racionalismo econômico,


embora dependa parcialmente da técnica e do direito racional, é ao mesmo
tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens em adotar certos
tipos de conduta racional. [...] Ora, as forças mágicas e religiosas, e os ideais
éticos de dever deles decorrentes, sempre estiveram no passado entre os mais
importantes elementos formativos da conduta.”
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 6. ed. São Paulo:
Livraria Pioneira Editora, 1989. p. 11.
A respeito das relações de causalidade que o sociólogo Max Weber propõe
entre as origens do capitalismo moderno, o processo de racionalização do
mundo e as religiões de salvação, assinale a alternativa CORRETA.
A) Coube às éticas religiosas do confucionismo (China) e hinduísmo (Índia)
redefi nirem o padrão das relações econômicas que, a partir do século XVI,
culminaria no capitalismo de tipo moderno.
B) As seitas protestantes que floresceram nas sociedades orientais, a partir do
século XVI, são responsáveis pela prematura posição de destaque de Japão,
China e Índia no cenário econômico internacional que se seguiu à Revolução
Industrial.
C) A partir de sua doutrina da predestinação, o calvinismo foi responsável pela
introdução de um padrão ético que, ao estimular a racionalização da conduta
cotidiana de seus fiéis, contribuiu de maneira inédita para o desenvolvimento
das relações capitalistas modernas.
D) O processo de encantamento do mundo (irracionalização do conhecimento
e das relações cotidianas) encontra-se na base da ética protestante, cujas
prescrições de conduta se revelaram condição imprescindível para o
desenvolvimento e consolidação das relações capitalistas modernas.

Questão 3 - UNICENTRO PR 2011 Max Weber, um dos fundadores da


Sociologia, tinha amplo conhecimento em muitas áreas afins a essa ciência, tais
como economia, direito e filosofia. Assim, ao analisar o desenvolvimento do
capitalismo moderno, buscou entender a natureza e as causas da mudança
social. Em sua obra, existem dois conceitos fundamentais, ou seja,
a) cultura e tipo Ideal.
b) classe e proletariado.
c) anomia e solidariedade.
d) fato social e burocracia.
e) ação social e racionalidade.

Questão 4 - UEG GO 2018 O sociólogo Max Weber desenvolveu estudos sobre


a ética protestante e o espírito do capitalismo. A esse respeito tem-se o
seguinte:
a) a tentativa de constituir uma ciência da sociedade promoveria um processo
de pesquisa multidisciplinar e não especializado e por isso Weber concebia a
economia como determinante da cultura e o capitalismo determinante do
protestantismo.
b) o processo de racionalização era o fio condutor da análise do capitalismo
ocidental por parte de Weber e por isso ele analisou o papel da ética
protestante, que apontaria um primeiro momento de racionalização na esfera
religiosa.
c) Weber considerava que as ideias dominantes eram as ideias da classe
dominante, que, na modernidade, era a classe capitalista, e por isso a ética
protestante desenvolvida pelos comerciantes gerou o espírito do capitalismo.
d) a inspiração na dialética idealista hegeliana fez com que Weber focalizasse
a questão cultural e desenvolvesse um determinismo cultural segundo o qual o
modo de produção capitalista seria produto do protestantismo.
e) a concepção weberiana surgiu a partir de uma síntese da filosofia kantiana e
marxista e por isso ele focaliza o processo de formação do capitalismo ao lado
do desenvolvimento do protestantismo e do apriorismo.

Questão 5 - A crescente intelectualização e racionalização não indicam um


conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a
crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer
momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as
coisas pelo cálculo.
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max
Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do
processo de desencantamento do mundo evidencia o(a)
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da
modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

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