O documento discute o crescimento dos evangélicos pentecostais e neopentecostais no Brasil e sua ascensão política. A entrevistada explica que esse crescimento ocorreu em dois momentos: nos anos 80 devido às promessas de cura e prosperidade oferecidas por esses grupos, e após os anos 90 quando acompanharam o surgimento da nova classe média. A entrevistada também afirma que evangélicos não são sinônimo de conservadorismo e há diversidade de opiniões entre eles.
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Título original
Atividades 6 - Max Weber 2 para postagem_220626_073045
O documento discute o crescimento dos evangélicos pentecostais e neopentecostais no Brasil e sua ascensão política. A entrevistada explica que esse crescimento ocorreu em dois momentos: nos anos 80 devido às promessas de cura e prosperidade oferecidas por esses grupos, e após os anos 90 quando acompanharam o surgimento da nova classe média. A entrevistada também afirma que evangélicos não são sinônimo de conservadorismo e há diversidade de opiniões entre eles.
O documento discute o crescimento dos evangélicos pentecostais e neopentecostais no Brasil e sua ascensão política. A entrevistada explica que esse crescimento ocorreu em dois momentos: nos anos 80 devido às promessas de cura e prosperidade oferecidas por esses grupos, e após os anos 90 quando acompanharam o surgimento da nova classe média. A entrevistada também afirma que evangélicos não são sinônimo de conservadorismo e há diversidade de opiniões entre eles.
Professor (a): Débora Vales Série: 3º Ano/ EM Turma: 3REG1 a 3REG53REG1 a 3REG5
EVANGÉLICOS NÃO SÃO SINÔNIMO DE CONSERVADORISMO.
Vitória Damasceno para a Carta Capital em 19/08/2017 Ao contrário do que muitos pensam, a ascensão evangélica e o aumento de sua participação na política faz parte da democracia. Isso graças a Constituição, que garantindo a laicidade do Estado, garante a liberdade de crença. O diagnóstico é da doutora em Ciências da Comunicação Magali do Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo, onde se dedica ao estudo da mídia, religião e cultura. Evangélica e integrante da Igreja Metodista, a professora agora faz parte do time de colunistas da Carta Capital, onde escreve às quintas-feiras. Em entrevista, a professora fala sobre a ascensão dos evangélicos pentecostais e neopentecostais no Brasil, fenômeno que, segundo ela, se alinha com a revitalização da economia dada com o Plano Real e com as políticas sociais consolidadas nos anos 2000. CartaCapital: Recentemente dados mostram um aumento no número de evangélicos pentecostais no cenário religioso brasileiro. O que explica esse aumento e como você avalia? Magali do Nascimento Cunha: O crescimento dos pentecostais no Brasil pode ser observado em dois momentos: um primeiro nos anos 80, década considerada perdida do ponto de vista sóciopolítico-econômico, dados os efeitos das políticas da ditadura civil-militar sobre a vida da população e outro depois dos anos 90. As promessas de cura, exorcismo e prosperidade do pentecostalismo foram uma resposta às maiorias que mais sofriam com a inflação e falência do serviço público de saúde. A pregação da prosperidade e da guerra espiritual, a oferta de cura para doenças e de exorcismo do mal representaram e ainda representam alívios diante da degradação da vida promovida pela explosão urbana. Depois dos anos 90, com a revitalização da economia, consolidada com as políticas de inclusão a partir dos anos 2000, o pentecostalismo vai ajustar o discurso teológico à dimensão da prosperidade, não como uma saída para problemas, mas como ascensão a um estilo de vida não permitido antes. Acompanha-se o surgimento da nova classe média, com possibilidades de pequenos empreendimentos e participação na lógica do consumo. São grupos pentecostais que vão ter sucesso na adequação da religião à realidade que se consolidava. Por aí podemos explicar o crescimento expressivo, que vai acabar influenciando as demais igrejas históricas como as protestantes e a católica. CC: Junto com isso podemos enxergar uma ascensão política dessa classe, especialmente no Congresso. Há algum plano de poder para isso ou algo que explique essa maior participação dos evangélicos na política? MNC: A partir do Congresso Constituinte eleito em 1986, houve uma mobilização de igrejas para terem representantes no Congresso que votaria a nova Constituição depois da ditadura civil-militar. Foram 32 eleitos naquele pleito. Configurou-se então uma nova força não só política, mas sociocultural, com o crescimento intenso dos evangélicos a partir dos anos de 1990, que buscaram ocupar espaços na esfera pública, em especial os grupos pentecostais, com aquisição de mídias e projetos políticos muito claros, como a Igreja Universal do Reino de Deus e da Assembleia de Deus. Depois de altos e baixos em termos numéricos, desde a Constituinte, decorrentes de casos de corrupção e fisiologismo, a bancada evangélica se consolidou como força, o que resultou na criação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) em 2003. Soma-se a isso o claro projeto político de igrejas como a Universal do Reino de Deus e a Assembleia de Deus de ocupação e criação de partidos e busca de mais poder decisório na esfera pública. Podemos dizer que estas duas igrejas são as duas grandes forças deste grupo na política institucionalizada. Essas duas denominações evangélicas têm um projeto político claro e podemos dizer que os seus deputados as representam. CC: Se tratando de um Estado que tem como princípio a laicidade, o que implica a maior participação evangélica na política? MNC: O Estado laico é uma busca não plenamente alcançada, desde que o Estado se desvinculou da Igreja Católica com a República. Esta questão está mais acesa agora à medida que temos uma bancada identificada como religiosa no Congresso com poder de decisão baseado nos seus preceitos de fé. No entanto, não podemos colocar apenas nos evangélicos o peso do comprometimento da laicidade do Estado. Há muitos anos, a fé católica romana interfere na dinâmica social, política e cultural do país. O que os evangélicos fazem agora no parlamento é ampliar este espaço que já é dado pelos poderes da República ao catolicismo. Tudo isso é grave à medida em que constitucionalmente somos um país laico que garante liberdade de crença. Isso significa direitos a todos que incluem os que não creem. Questionar a postura da bancada evangélica é imperativo, mas este questionamento deve ser acompanhado das posturas em relação ao catolicismo também. Um Estado laico e democrático deve trabalhar pelo lugar para todos no espaço público. Grupos religiosos estão entre este "todos" e não devem ser vistos como ameaça ainda que entre eles existam os que tenham discursos e propostas conservadoras e reacionárias. O pluralismo no Estado laico e democrático representa espaço para posições políticas e ideológicas diferentes. É no confronto e no debate respeitoso entre as diferenças que se abre espaço a mudanças. CC: Para alguns segmentos da esquerda, o aumento no número de evangélicos e sua ascensão política gera medo ou preconceito. Como você avalia essa resposta? MNC: Evangélicos não são sinônimo de conservadorismo. Não se trata de um bloco monolítico. Há muita diversidade entre os evangélicos, com grupos que atuam em frentes de defesa da vida, dos movimentos populares, de causas que envolvem a paz com justiça. Há evangélicos feministas, que defendem as transformações do conceito de família e a justiça de gênero. O que se torna urgente é a possibilidade do debate e de expressão das diferentes vozes. Isto é o que precisa ser garantido neste contexto democrático, e é aqui que o lugar das mídias se reveste de importância. CC: De que forma você avalia a bancada evangélica no Congresso? Eles realmente tem a representatividade dos evangélicos brasileiros para receber esse nome? MNC: Não podemos falar que os deputados e senadores no Congresso representam os evangélicos. Primeiro porque "evangélicos" é um segmento social de uma diversidade que neste pequeno espaço não se pode explicar. Temos no Congresso Nacional parlamentares ligados a 26 igrejas representadas, entre elas 18 são pentecostais. A Igreja Universal do Reino de Deus e a Assembleia de Deus são as duas grandes forças desse grupo, como mencionei, com 42% dos deputados. A outra fatia de 60% está distribuída por 22 diferentes denominações, a grande maioria delas com apenas um parlamentar eleito. Grande parte de quem está lá não está representando seu grupo, mas um projeto pessoal. Tamanha diversidade dos evangélicos no Brasil, e diversidade que está no interior dos próprios grupos na sua singularidade, torna impossível que falemos de representação. Esta tese é uma armadilha de algumas lideranças em busca de poder político e religioso na qual as mídias noticiosas são capturadas e a reproduzem sem reflexão e pesquisa. REFLEXÃO/ QUESTÕES DISSERTATIVAS!!! Em suas análises sobre a sociedade moderna Max Weber chamou a atenção para o papel da ética protestante na emergência desse “novo mundo” e do sistema capitalista. Isto é, a religião incidindo em outras esferas da vida social. Assim como Weber, o trecho da entrevista com a pesquisadora Magali Cunha trata da influência de grupos evangélicos na vida política do país. A partir de seus conhecimentos sobre as ideias de Max Weber e de suas informações sobre o contexto histórico e social recente, explique como protestantes e pentecostais/neopentecostais influenciam as demais esferas da vida social no Brasil e aponte os pontos positivos e negativos dessas relações. MAX WEBER 2 Questão 1 - UNISC RS 2015 Max Weber estuda a sociedade de seu tempo, buscando entender os mecanismos e processos relevantes da vida social; ele conclui que a sociedade contemporânea, tomada pela burocracia, substituiu as antigas formas de dominação por uma nova, cuja eficácia supera os controles das sociedades anteriores. Alguns dos enunciados a seguir poderão estar relacionados ao texto anterior 1. Regulação do trabalho industrial em seus processos de produção. 2. O auge do espírito racional é o Romantismo do século XIX. 3. A burocracia está presente na indústria, na educação e na guerra. 4. O avanço crescente da formação técnica e exigência profissional no trabalho. 5. Regulação pública das profissões. Assinale a alternativa correta. A) Todos os enunciados estão corretos. B) Todos os enunciados estão incorretos. C) Somente os enunciados 1 e 2 estão corretos. D) Somente os enunciados 3 e 5 estão corretos. E) O único enunciado incorreto é o 2.
Questão 2 – UFU MG Considere a citação. “[...] o racionalismo econômico,
embora dependa parcialmente da técnica e do direito racional, é ao mesmo tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens em adotar certos tipos de conduta racional. [...] Ora, as forças mágicas e religiosas, e os ideais éticos de dever deles decorrentes, sempre estiveram no passado entre os mais importantes elementos formativos da conduta.” WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 6. ed. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1989. p. 11. A respeito das relações de causalidade que o sociólogo Max Weber propõe entre as origens do capitalismo moderno, o processo de racionalização do mundo e as religiões de salvação, assinale a alternativa CORRETA. A) Coube às éticas religiosas do confucionismo (China) e hinduísmo (Índia) redefi nirem o padrão das relações econômicas que, a partir do século XVI, culminaria no capitalismo de tipo moderno. B) As seitas protestantes que floresceram nas sociedades orientais, a partir do século XVI, são responsáveis pela prematura posição de destaque de Japão, China e Índia no cenário econômico internacional que se seguiu à Revolução Industrial. C) A partir de sua doutrina da predestinação, o calvinismo foi responsável pela introdução de um padrão ético que, ao estimular a racionalização da conduta cotidiana de seus fiéis, contribuiu de maneira inédita para o desenvolvimento das relações capitalistas modernas. D) O processo de encantamento do mundo (irracionalização do conhecimento e das relações cotidianas) encontra-se na base da ética protestante, cujas prescrições de conduta se revelaram condição imprescindível para o desenvolvimento e consolidação das relações capitalistas modernas.
Questão 3 - UNICENTRO PR 2011 Max Weber, um dos fundadores da
Sociologia, tinha amplo conhecimento em muitas áreas afins a essa ciência, tais como economia, direito e filosofia. Assim, ao analisar o desenvolvimento do capitalismo moderno, buscou entender a natureza e as causas da mudança social. Em sua obra, existem dois conceitos fundamentais, ou seja, a) cultura e tipo Ideal. b) classe e proletariado. c) anomia e solidariedade. d) fato social e burocracia. e) ação social e racionalidade.
Questão 4 - UEG GO 2018 O sociólogo Max Weber desenvolveu estudos sobre
a ética protestante e o espírito do capitalismo. A esse respeito tem-se o seguinte: a) a tentativa de constituir uma ciência da sociedade promoveria um processo de pesquisa multidisciplinar e não especializado e por isso Weber concebia a economia como determinante da cultura e o capitalismo determinante do protestantismo. b) o processo de racionalização era o fio condutor da análise do capitalismo ocidental por parte de Weber e por isso ele analisou o papel da ética protestante, que apontaria um primeiro momento de racionalização na esfera religiosa. c) Weber considerava que as ideias dominantes eram as ideias da classe dominante, que, na modernidade, era a classe capitalista, e por isso a ética protestante desenvolvida pelos comerciantes gerou o espírito do capitalismo. d) a inspiração na dialética idealista hegeliana fez com que Weber focalizasse a questão cultural e desenvolvesse um determinismo cultural segundo o qual o modo de produção capitalista seria produto do protestantismo. e) a concepção weberiana surgiu a partir de uma síntese da filosofia kantiana e marxista e por isso ele focaliza o processo de formação do capitalismo ao lado do desenvolvimento do protestantismo e do apriorismo.
Questão 5 - A crescente intelectualização e racionalização não indicam um
conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a) a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo. b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo. c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida. d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade. e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.