Você está na página 1de 7

Avaliação Bimestral de Língua Portuguesa 

Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto 

Aluno: ____________________________________________________________

Data:____/_____/____Série: ______ Turno:_______ Prof. Geslaine Ap.G. Pereira

1. Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem.

“No dia em que nasci, as pessoas da nossa aldeia tiveram pena de minha mãe e ninguém deu os
parabéns ao meu pai. Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós,
pachtuns, consideramos esse sinal auspicioso. Meu pai não tinha dinheiro para o hospital ou para uma
parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. O primeiro bebê dos meus pais foi natimorto, mas eu vim
ao mundo chorando e dando pontapés. Nasci uma menina num lugar onde os rifles são disparados em
comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de costinhas, sendo seu papel na
vida apenas fazer comida e procriar.
Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio. O primo de
meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até
mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até
meu trisavô e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente
da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato
de um pirulito. Ao fim da linha escreveu “Malala”. O primo riu, atônito. Meu pai não se importou. Disse que
olhou nos meus olhos assim que nasci e se apaixonou. Comentou com as pessoas: “Sei que há algo
diferente nessa criança”. Também pediu aos amigos para jogar frutas secas, doces e moedas em meu
berço, algo reservado somente aos meninos.
Meu nome foi escolhido em homenagem a Malalai de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão.
Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o
Afeganistão. Vivemos como há séculos, seguido um cógido chamado Pachtunwali, que nos obriga a
oferecer hospitalidade a todos e segundo o qual o valor mais importante é nang, a honra. A pior coisa que
pode acontecer a um pachtum é a desonra. A vergonha é algo terrível para um homem pachtum. Temos
um ditador: “Sem honra, o mundo não vale nada.” Lutamos e travamos tantas infindáveis disputas internas
que nossa palavra para primo “tarbur” é a mesma que usamos para inimigo. Mas sempre nos unimos
contra fortasteiros que tentam conquistar nossas terras. Todas as crianças pachtuns crescem ouvindo a
história de como Malalai inspirou o Exército afegão a derrotar o brotânico na Segunda Guerra Anglo-
Afegã em 1880.
Malalai era filha de um pastor de Maiwand, pequena cidade de planícies empoeiradas a oeste de
Kandahar. Quando tinha dezessete anos, seu pai e seu noivo se juntaram às forças que lutavam para pôr
fim à ocupação britânica. Malalai foi para o campo de batalha com outras mulheres da aldeia, para cuidar
dos feridos e levar-lhes água. Então viu que os afegãos estavam perdendo a luta e, quando o porta
bandeira caiu, ergueu no ar seu véu branco e marchou no campo, diante das tropas.
[...]

Malalai foi morta pelos britânicos, mas suas palavras e sua coragem inspiraram os homens a virar a
batalha. Eles destruíram a brigada inteira, uma das piores derrotas do Exército britânico. Os afegãos
construíram no centro de Cabul um monumento à vitória de Maiwand. [...] Muitas escolas de meninas no
Afeganistão tem o nome dela. Mas meu avô, que era professor de teologia e imã da aldeia, não gostou
que meu pai me desse esse nome. “É um nome triste”, disse. “Significa luto, sofrimento”.
[...]

Meu pai contava a história de Malalai a toda pessoa que viesse à nossa casa. Eu a adorava como amava
ouvir as músicas que ele cantava para mim e a maneira como meu nome flutuava ao vento quando
alguém o chamava.”

LAMB, Christina YOUSAFZAI, Malala. Eu sou Malala. Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 6º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy
Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.25/26/ 

POR DENTRO DO TEXTO


1.   Releia os dois parágrafos do texto e indique a alternativa que melhor responde à pergunta:

Por que, no dia em que Malala nasceu, as pessoas tiveram pena de sua mãe e não deram parabéns a seu
pai?

a)   Malala veio ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga e isso era considerado
um sinal auspicioso.
b)   O pai de Malala não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira, então uma vizinha ajudou sua
mãe.
c)   O primeiro bebê de seus pais foi natimorto, mas ela veio ao mundo chorando e dando pontapés.
d)   Malala nasceu menina em um lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, mas as
filhas são escondidas atrás de cortinas. 

2.   Leia o fragmento a seguir, retirado do texto.

             “O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar
meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica
que remontava até meu trisavô e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai,
Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de
seu nome, no formato de um pirulito.”

 Em sua opinião, qual foi a intenção do pai de Malala ao riscar na árvore genealógica uma linha a partir de
seu nome no formato de pirulito? 
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3.   O nome de Malala foi escolhido em homenagem a Malalai de Malwand, a maior heroína do


Afeganistão. No terceiro parágrafo temos:  “Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas
tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão.[...]sempre nos unimos contra forasteiros que tentam
conquistar nossas terras.”

 Agora, releia do quarto parágrafo ao final do texto e responda:

a) Quem eram os forasteiros contra quem Malalai de Malwand lutou?

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Por que Malalai se tornou heroína?


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

4.   Levante uma hipótese coerente: Ao chamar a filha de Malala, que características da heroína Malalai o
pai esperava que ela tivesse? 

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
5. Releia o trecho a seguir. “Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós,
pachtuns, consideramos esse sinal auspicioso. Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma
menina é considerado sombrio.”

Com base no que você pôde compreender do decorrer da leitura, responda: 

a) Para o pai de Malala, o nascimento da filha foi considerado um sinal auspicioso ou sombrio? 
___________________________________________________________________________

b) Releia o segundo parágrafo e identifique uma atitude do pai que justifique sua resposta ao item
anterior. 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

MINHA FUGA DA COREIA DO NORTE: RELATO DE UMA SOBREVIVENTE

"Quando eu era pequena, achava que meu país era o melhor do mundo. Cresci cantando uma canção
chamada "Nada a Invejar" e eu tinha muito orgulho. Na escola, passávamos muito tempo estudando a
história de Kim II-Sung, mas nunca ouvíamos falar muito do mundo lá fora, exceto que os EUA, a Coréia
do Sul e o Japão eram inimigos. Embora eu muitas vezes tivesse curiosidade a respeito do mundo
externo, eu achava que passaria minha vida inteira na Coreia do Norte, até que tudo mudou de repente.

Quando tinha sete anos, vi pela primeira vez uma execução pública, mas eu achava que a minha vida na
Coreia do Norte era normal. Minha família não era pobre, e eu, particularmente, nunca tivera a experiência
de passar fome.

Mas um dia, em 1995, minha mãe chegou em casa com uma carta da irmã de um colega de trabalho.
Dizia assim, "Quando você ler isso, todos os cinco membros da família não existirão mais neste mundo,
porque nós não comemos faz duas semanas. Estamos deitados juntos no chão, e nossos corpos estão tão
fracos, que estamos prontos para morrer."

Fiquei muito chocada. Esta foi a primeira vez que fiquei sabendo que pessoas no meu país estavam
sofrendo. Pouco tempo depois, quando eu passava por uma estação de trem, vi algo terrível que não
consigo apagar da minha memória. Uma mulher sem vida estava deitada no chão, enquanto uma criança
magra e faminta em seus braços olhava, desamparada, fixamente para o rosto da mãe. Mas ninguém os
ajudava, porque todos estavam muito concentrados em cuidar de si mesmos e de suas famílias.

Uma vasta escassez de alimento atingiu a Coreia do Norte em meados da década de 1990. No fim das
contas, mais de um milhão de norte-coreanos morreram durante o período de fome, e muitos só
sobreviveram comendo capim, insetos e cascas de árvores. Interrupções no fornecimento de energia
elétrica também se tornaram cada vez mais frequentes, então tudo ao meu redor era completamente
escuro à noite exceto pelo mar de luzes na China, logo do outro lado do rio perto da minha casa. Sempre
me perguntei por que eles tinham luz e nós não. Esta é uma foto de satélite, mostrando a Coreia do Norte
à noite, comparada com os países vizinhos 

Este é o rio Amrok, que delimita parte da fronteira entre a Coreia do Norte e a China. Como vocês podem
ver, o rio é bem estreito em determinados locais, o que permite que norte-coreanos secretamente
atravessem para o outro lado. Mas muitos morrem. Às vezes eu via corpos boiando rio abaixo. Não posso
revelar muitos detalhes sobre como saí da Coréia do Norte, mas só posso dizer que, durante os anos
difíceis de escassez, eu fui mandada para a China para morar com parentes distantes. Mas eu achei que
só ficaria separada da minha família por pouco tempo. Nunca poderia imaginar que levaríamos quatorze
anos até voltarmos a viver juntos.
Na China, era difícil viver sendo uma jovem garota, sem minha família. Eu não fazia ideia de como seria a
vida como uma refugiada norte-coreana, mas logo descobri que isso não é apenas extremamente difícil, é
também muito perigoso, já que refugiados norte-coreanos são considerados, na China, como imigrantes
ilegais. Por isso eu vivia constantemente com medo de que minha identidade fosse descoberta, e de que
eu fosse repatriada e tivesse um destino terrível de volta à Coreia do Norte. (...)

6. O texto em análise apresenta características comuns ao gênero textual

a) Notícia b) Relato pessoal c) Reportagem d) Crônica e) Relato de viagem

7. Uma característica linguística marcante desse gênero textual é o uso:

a) da 3ª pessoa do singular por se tratar de um comentário imparcial.

b) verbos no tempo presente para dar a sensação de algo que acabou de acontecer.

c) verbos no pretérito mais que perfeito por indicar uma história muito antiga.

d) da 1ª pessoa do singular por se tratar de um texto de caráter pessoal.

e) da 1ª pessoa do plural para retratar o coletivo dos coreanos que querem fugir da Coreia.

8. O texto é um relato pessoal de uma coreana sobre tudo que viveu para conseguir sair da Coreia do
Norte. A partir da leitura do texto, podem-se considerar como características do relato os itens

I. Uma alta carga emotiva por se tratar de experiências pessoais.

II. Um texto de linguagem clara, objetiva e imparcial que dá mais ênfase às ações do que aos sentimentos.

III. É característica do relato a apresentação de uma análise crítica sobre os fatos mencionados.

IV. A subjetividade é uma marca necessária ao gênero relato considerando a sua função comunicativa.

V. A descrição não é a tipologia predominante em um relato, mas é essencial para a sua construção.

VI. Os pronomes como seu, sua, teu, tua, nosso e nossa são uma marca linguística comum nos relatos.

a) Estão corretos os itens I, IV e V. b) Estão corretos os itens I, III e IV.

c) Estão errados os itens III, V e VI. d) Estão errados os itens II, IV e V.

e) Estão corretos os itens I, V e VI.

9. A primeira vez que a norte-coreana percebeu que a situação em que a população vivia na Coreia do
Norte era realmente muito difícil foi quando

a) na escola, as crianças passavam muito tempo estudando a história de Kim II-Sung.

b) viu pela primeira vez uma execução pública.

c) sua mãe recebeu uma carta que falava sobre a morte de uma família por fome.

d) uma vasta escassez de alimento atingiu a Coreia do Norte.

e) viu uma mulher sem vida estava deitada no chão com seu filho deitado ao seu lado.
10. O maior de todos os medos da protagonista era de que

a) ela passasse fome com sua família. b) ela fosse repatriada para a Coréia.

c) algum refugiado morresse na travessia. d) não conseguisse sobreviver na China.

e) ficasse longe de sua família por muito tempo.

11. Complete as frases com “meio” ou “meia”:

a) Patrícia ficou _________ triste com a notícia. b) Bebi__________ xícara de chá.

c) Ela estava _________ chateada comigo. d) Fernanda ___________ cansada.

e) A porta estava___________ aberta.

12. A única alternativa incorreta quanto ao uso da palavra “meia” é:

a) As jogadoras estavam meia decepcionadas com o campeonato.

b) Vamos almoçar meio-dia e meia.

c) Ela correu meia légua

d) A entrevista ocupava meia folha.

e) Foram utilizadas duas xícaras e meia de açúcar.

13. Relacione as colunas de acordo com a classificação das palavras em destaque:

a) ( ) Ele parecia meio cansado.
b) ( ) João ficou meio decepcionado com as vendas do mês.
c) ( ) A atleta era meio rápida.
d) ( ) Havia apenas meia garrafa de café na cozinha.
e) ( ) Comeu meio pão no lanche.
I. Advérbio.
II. Adjetivo.

14. (FIP) Observe o enunciado abaixo e responda a seguir.

Estava ________ atrapalhada e com sono, com os olhos ________ abertos. Resolvi
beber ________ cerveja para ver se a maldita insônia ia embora de uma vez por todas.
As palavras que completam a primeira, a segunda e a terceira lacunas são,
respectivamente:
a) ( ) meia / meio / meia. b) ( ) meio / meio / meia.
c) ( ) meio / meios / meio. d) ( ) meia / meios / meias.
e) ( ) meio / meios / meia.

15. (IMA) A única opção em que o uso da palavra meia está correto é:


a) ( ) A porta do quarto estava meia aberta.
b) ( ) Era meio-dia e meia quando o almoço foi posto à mesa.
c) ( ) Cláudia está meia aborrecida com as medidas tomadas.
d) ( ) Tomei apenas meia copo de suco no almoço.

16. Preencha as lacunas corretamente:

I. Os chefes estavam de _______ humor naquela segunda-feira.

II. Márcia passou _______ e foi levada para casa.

III. O motor do carro apresentou _______ desempenho durante os testes na fábrica.

IV. ______ chegaram de viagem e já começaram a trabalhar.

V. Nunca pratique o ______; pratique sempre o bem.

a) Mau – mal – mau – mal – mal. b) Mau – mau – mau – mal – mau.

c) Mal – mau – mal – mal – mal. d) Mau – mal – mal – mal – mal.

e) Mal – mal – mal – mal – mau.

17. (MM) A alternativa errada quanto ao emprego do porquê é:

a – Não revelou o motivo por que não foi ao trabalho.


b – Estavam ansiosos porque o dia já havia amanhecido.
c – Eis o porquê da minha viagem.
d – Ele não veio por que estava doente.
e – Porque houve um engarrafamento, chegou atrasado ao colégio.

18. Complete as lacunas utilizando por que, por quê, porque, porquê.

a – Não sei o ----------- de tanta euforia.


b – Você não compareceu à reunião -----------------?
c – Os caminhos ---------- percorremos são tortuosos.
d - --------------- não desiste dessa aventura maluca?
e – Voltamos ---------------- estávamos com muita saudade.

19. Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda, tendo em vista o emprego de por que, porquê, por
quê e porque:

( ) Não fiz a pesquisa * estava doente.


( ) * Marcela não conta toda a verdade?
( )  Não quis ir ao cinema *?
( )  Nem imagino o * dessa alegria.
(a) porquê
(b) por quê
(c) por que
(d) porque

20. Complete a frase com uma das alternativas.

Fomos nós que pintamos as paredes ____________ não tínhamos como pagar um pintor.

a) porque
b) porquê
c) por que
d) por quê

Você também pode gostar